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PSI DA PERSONALIDADE TEXTO 6 ADLER

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O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA E A TUTELA JURÍDICA DA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE SOB A
PERSPECTIVA DA TEORIA SOCIOPSICANALÍTICA DE ALFRED ADLER
LE DÉVELOPPEMENT DE LA PERSONNALITÉ DANS LE PETITE ENFANCE ET LA PROTECTION JURIDIQUE DE LA FAMILLIE: UNE ANALYSE DU
POINT DE VUE DE LA THÉORIE PSYCHANALYTIQUE D’ALFRED ADLER
Camila Salgueiro da Purificação Marques
Renata Ovenhausen Albernaz
RESUMO
Esse artigo tem por base o problema central de encontrar um fundamento, em pesquisas específicas sobre a relação entre convivência familiar e desenvolvimento da
personalidade da criança, para a afirmação, interpretação e futuras propostas de especificação desse direito da criança à convivência familiar, direito este firmado, com
ênfase, tanto no âmbito nacional como internacional na contemporaneidade. Pressupõe-se que esta busca interdisciplinar em estudos que atentem para a realidade concreta
regulada em abstrato nas leis e políticas públicas, auxilie não só na interpretação e na devida aplicação dessas, como também nas desmistificações destas realidades, muito
comuns nas leis abstatas e gerais. A pesquisa foi interdisciplinar, e, valeu-se de estudos bibliográficos e documentais. A teoria de base foi a teoria psicanalítica de Alfred
Adler, e o objeto de análise foram as leis, programas e políticas públicas que tratam da família e do direito à convivência familiar no Brasil.
PALAVRAS-CHAVES: Criança, entidade familiar, personalidade, tutela jurídica da família.
RESUME
Cet article est basé sur le problème capital de trouver une base dans la recherche spécifique sur la relation entre la famille et le développement de la personnalité des enfants, à
la communication, l'interprétation et de propositions futures de la spécification du droit que cet enfant a la vie familiale, droit qui é signée, à la fois national et international
dans l'époque contemporaine. Il est supposé que cette recherche d'études interdisciplinaires qui portent une attention à la réalité réglé dans l'abstrait des lois et des politiques
publiques, non seulement aider à l'interprétation et l'application correcte de ces derniers, également à démystifier ces réalités, très commun dans le lois générales. La recherche
a été interdisciplinaire, et était basé sur les études bibliographiques et documentaires. La base est la théorie psychanalytique d'Alfred Adler, et l'objet de l'analyse ont été les
lois, les programmes et les politiques concernant la famille et le droit à la vie familiale au Brésil.
MOT-CLES: Enfant, entité familiale, personnalité, protection juridique de la famillie.
Introdução
A problemática da efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes à convivência familiar já é tema recorrente nas áreas da Sociologia da Infância e do Direito de
Família; entretanto, neste trabalho, objetivou-se fundamentar este direito, no sentido de buscar, nos estudos da psicologia do desenvolvimento da personalidade, informações
que comprovam o papel desse convívio familiar na formação da pessoa humana. Além disso, investigar como os novos propósitos e modelos familires contribuem ou não no
desenvolvimento desse papel.
A pesquisa foi de caráter dedutivo, exploratório e interdisciplinar, sendo desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica e documental. Na abordagem teórica acerca do
desenvolvimento da personalidade infantil, o foco foi a teoria sociopsicanalítica de Alfred Adler. Assim, a abordagem do presente estudo é orientada pelas questões: Como a
convivência familiar participa no desenvolvimento da personalidade da criança? De que modo os novos arranjos familiares afetam esta participação? Como a legalidade sobre
a família tem contribuído ou está em falta nesta tutela de uma convivência familiar que, de fato, garanta o desenvolvimento sadio da personalidade da criança?
 
1- A teoria sociopsicanalítica de Alfred Adler e o desenvolvimento da personalidade da criança
 A teoria sociopsicanalítica de Adler foi escolhida como referência deste estudo sobre a convivência familiar e o desenvolvimento da criança, basicamente, por dois motivos.
Primeiro porque, seguindo a linha psicanalítica de Freud, ela pressupõe a importância das experiências infantis na formação da personalidade do indivíduo; segundo, porque,
em avanço a Freud, ela afirma que estas experiências se desenvolvem em um espaço social em cuja interação a personalidade se constitui (no nosso estudo, o espaço familiar
mononucluear ou ampliado).[1]
No que se remete a importância das experiências infantis na composição da personalidade do ser humano, a teoria psicanalítica de Freud é original. A Psicanálise freudiana,
segundo interpretação de Cloninger[2], considera que as peculiaridades da vida individual e os comportamentos são causados por forças psicológicas conscientes, pré-
conscientes e inconscientes. Neste inconsciente, como uma forma de proteção, as lembranças de experiências traumáticas ou de desejos não-satisfeitos ficam na amnésia,
evitando a angústia que acompanharia a sua constante recordação. Mas esta amnésia é apenas uma defesa, pois os efeitos dessa motivação inconsciente interferem no
comportamento, haja vista que este é constituído por uma interação entre as forças conscientes e as forças inconscientes; e, de acordo com o pai da Psicanálise, a experiência
da infância tem determinante influência sobre esta interação:
O desenvolvimento da personalidade envolve uma série de conflitos entre o indivíduo, que quer satisfazer os seus impulsos instintivos, e o mundo social
(especialmente a família), que restringe esse desejo. Ao longo do seu desenvolvimento, o indivíduo encontra maneiras de obter o máximo de satisfação
hedonista possível em face das restrições impostas pela sociedade. (...) o adulto humano mostra os efeitos permanentemente distorcivos do embate da
infância.[3]
 
Assim, no desenvolvimento da personalidade, a psicanálise afirma a existência de cinco fases psicossexuais, todas elas desenvolvidas na infância, quais sejam, as fases oral,
anal, fálica, de latência e genital,[4] de modo que aos cinco anos a personalidade já estaria formada, tendo o indivíduo desenvolvido as estratégias básicas para a expressão
dos seus impulsos. Nesta proposição, a família, para Freud, parece ser o primeiro e mais importante espaço de repressão vivenciado pela criança, onde há o esforço desta
para vencer os obstáculos do desenvolvimento que perpassam as cinco fases psicossexuais. A fixação em alguma dessas fases gera distúrbios psiquicos, e isto ocorre,
geralmente, em virtude de inúmeros problemas familiares.
A perspectiva sociopsicanalítica, na qual se insere a teoria de Adler, por sua vez, considera não só fatores individuais e o inconsciente, mas também leva em conta o ambiente
familiar, a cultura e a sociedade na qual o indivíduo vive, enquanto partes constitutivas da personalidade. Os autores desta teoria concordam com a Psicanálise que o
inconsciente é um conceito útil para se entender a personalidade e que a infância é importante na sua determinação; mas atentam que o ego também corresponde à relação
com outras pessoas, que a infância envolve uma relação, não só de repressão, mas também de cooperação, principalmente com a figura da mãe, que há a formação da
consciência do um eu e que os fatores culturais e sociais afetam nas determinações sexuais. Segundo Cloniguer:
Adler interessava-se particularmente por problemas de crianças, incluindo a prevenção da delinquência e de dificuldades psicológicas motivadas por
deficiências físicas, cuidados parentais insuficientes e problemas no relacionamento com outras crianças. (...). Fundou quase cinquenta clínicas de orientação
infantil em Viena e em outras partes da Europa.[5]
 
A mensagem de Adler era dirigida mais ao público do que aos médicos especialistas, além de ele não gostar de pesquisas empíricas. O próprio Adler reconhecia que sua
teoria fundamentava-se em suas experiências de vida, uma vez que era um menino doente, diagnosticado em caso terminal e que viria a descrever a superação dos defeitos
físicoscomo uma força motivacional básica. Assim, ele destacava o esforço consciente dos indivíduos para melhorarem suas vidas, não enfatizando os conflitos universais
que todas as pessoas vivenciam, como fez Freud, mas sim a singularidade de cada pessoa, em uma teoria baseada na “Psicologia Individual”.
O tema central da obra de Adler é o esforço incessante do indivíduo para alcançar um modo de vida melhor, mais satisfatório, ou seja, aquele que vai do sentimento de
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* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 3472
inferioridade ao sentimento de superioridade. Todas as pessoas começam a vida como crianças, sentindo-se inferiores e desamparadas porque sua sobrevivência depende de
outros; os pais podem ajudar ou atrapalhar na superação desse senso de inferioridade e no respectivo desenvolvimento de um estilo de vida sadio: previnem neuroses
protegendo a criança de tarefas muito difíceis, erram quando desejam que seus filhos sejam superiores aos outros. Ainda, na visão de Adler, pontua Cloninger[6]:
A mãe, em particular, influencia o desenvolvimento do senso social, a atitude de cooperação que distingue os estilos de vida sadios dos doentios. O pai,
tradicionalmente a autoridade da família, ensina à criança o poder ou sua expressão egoísta ou socialmente responsável (Adler, como Freud, desenvolveu sua
teoria no contexto da família nuclear tradicional). A mãe, entretanto, geralmente passa mais tempo com os filhos, e as pesquisas sugerem que o comportamento
materno está mais intimamente ligado aos comportamentos agressivos ou problemáticos das crianças.[7]
 
Com o passar do tempo, o desenvolvimento da percepção de cada pessoa acerca do que é negativo e do que poderia ser positivo emerge em um modo único e pessoal. As
causas deste sentimento de inferioridade, além da dependência natural, podem se agravar quando da existência de defeitos físicos, de dificuldades motoras ou sensoriais, de
sobrecargas de trabalho ou de exigências morais aplicadas às crianças, de miséria ou crises familiares e ainda, de cuidados excessivos; além disso, nas palavras do próprio
Adler:
Igualmente acúmulanse dificultades cuando los niños se ven privados de amor y afecto. Ello detiene el desarrollo de sus sentimientos altruístas y de su
sociabilidad, así como de su confianza en los humanos.Tampoco estos niños pueden dejar de sentirse extraños entre los hombres; siempre están desilusionados
e invariablemente se creen humillados y engañados. Asimismo las esperanzas desmesuradas que suelen fundarse en el niño pueden ser causa de graves
prejuicios para él, pues en tales casos el niño no vive sino en el temor de no justificarlas. Entonces puede llegar a una situación susceptible de formularse con
las palabras que SHAKESPEARE pone em boca de uno de sus personajes: "Por lo tanto, estoy decidido a convertirme en un canalla". O bien, completamente
desalentados, estos niños se refugian en la neurosis.[8]
 
Nestes casos, o desenvolvimento da personalidade total encontra-se praticamente dominado pelo objetivo final de vencer tal obstáculo e de desenvolver a atividade que, para
as outras pessoas, é considerada normal, sendo que o fato de não dar conta desta superação acaba gerando distúrbios psicológicos no indivíduo.[9] No caso deste insucesso,
as crianças podem manifestar sentimentos exagerados de uma resistência ativa, tais como a arrogância e a inescrupulosidade, ou características de uma resistência passiva, como a
preguiça, a mentira e a indolência. 
Esta busca de superar a inferioridade causada pelos mais diversos problemas na infância, inclusive por situações de abandono, faz o indivíduo consolidar seus estilos de vida,
mas também seus distúrbios, quando a atitude infantil perdura na atitude da vida adulta. Neste sentido, segundo Adler:
Os fatores fundamentais que influenciam a vida mental se estabelecem ao mesmo tempo em que a criança é ainda um enfante. Sobre estes alicerces, ergue-se
uma superestrutura que pode ser modificada, influenciada, transformada. Múltiplas influências forçam logo a criança a assumir uma atitude definida perante a
vida, e condicionam seu modo particular de reagir aos problemas que a vida apresenta. (...).[10] 
 
Além da família – incluindo-se, nesta, a relação com irmãos, pois Adler considera a “constelação familiar” como um todo –, a sociedade também interfere na determinação do
objetivo de um indivíduo, pois ela estabelece fronteiras e limites nos quais a criança esbarra até encontrar o caminho para a realização de seus intentos, além de que ela lhe
fornece a segurança e a adaptação à vida.[11] Deste modo, a adaptação do indivíduo à coletividade se torna a função mais importante do órgão psíquico, sendo que o senso
de justiça e de retidão não é, em sua essência, nada mais do que a satisfação das condições que surgem das necessidades especiais da espécie humana.
O caminho do desenvolvimento da criança é descrito por Adler[12] como tendo por principal objetivo transpor sua fraqueza e dominar aqueles de quem tanto as crianças
dependem, sendo, assim, impossível a evolução do indivíduo sem a presença de uma comunidade protetora – esta compreendendo os outros seres humanos capazes que
possam satisfazer suas necessidades mais urgentes. Aos poucos, a criança vai tomando consciência da necessidade de um órgão cuja função seja tornar possível a vida
normal, e que lhe possibilite julgar e apreciar devidamente cada situação e dirigir seu organismo para a situação seguinte, com o máximo de satisfação dos instintos e o
mínimo de atrito possível. Dominar aqueles que a criança vê junto a si torna-se, então, seu principal propósito de vida, uma vez que os mais velhos, embora a tratem como se
ela fosse inferior, guardam um sentimento de obrigação e de dever para com ela. Sem este domínio, o desvio seria o de o indivíduo manter e ostentar sua fraqueza (continuar
criança) durante a vida adulta, clamando o auxílio dos demais. A base da educação, assim, estaria no condicionamento do esforço da criança para superar as suas fraquezas e
os agravamentos destas (deficiências do meio físico e sócio-econômico da criança, defeitos de seus órgãos corpóreos, o desemparo e abandono etc.), e este condicionamento,
mais do que apenas um reforço individual, implicaria ajustes e compensações em suas relações de sociabilidade, uma vez que os obstáculos com que se depara uma criança
em seu desenvolvimento mental resultam, habitualmente, na atrofia ou no desvio de seu senso de sociabilidade.
 Em termos ilustrativos, Adler[13] afirma que a criança que vive na penúria econômica ou desamparada, por exemplo, por este desamparo, tem mais dificuldade de
desenvolver um senso de sociabilidade que lhe permita compreender as leis da sociedade, e tende a encarar com suspeita e desconfiança as oportunidades sociais, a isolar-se e
a evadir-se às obrigações propostas por estas regras, a guardar um lado sombrio da existência, a pensarem mais em si do que nos outros e, assim, a manter uma atitude
belicosa durante a sua vida. E isto ocorre, porque esta situação condicionou-lhe, pela ausência da sociabilidade criada no amparo familiar, a manter sua condição originária de
inferioridade, criando este estilo de vida. O mesmo ocorre quando, ainda que havendo amparo, este é insuficiente, débil ou agressivo[14], dificultando o reconhecimento do
amor e a possibilidade de manifestá-lo propriamente, porque os instintos afetuosos da criança não foram devidamente desenvolvidos. O oposto também é possível, ou seja, a
criança transformar-se em um modelo tendo em vista o objetivo de atrair atenção social. É freqüente se observar, entre várias crianças, umas procurarem atenção por meio de
uma particular indisciplina, outras, através da pulsão agressiva ou da competitividade, e outras, ainda, mais assustadas, atingirem o mesmo fim por meio de uma vida
exemplar. E isto ocorre porque estas dificuldades seriam condicionamentos,não determinações, e as saídas a elas seriam um empreendimento pessoal e próprio de cada um.
Desta forma, Adler via os indivíduos mais como causas do que como efeitos de sua personalidade, e afirmava que esta era criativa, pois as pessoas faziam as escolhas e
estabeleciam seus próprios resultados na vida. Os fatores externos podiam se apresentar como desafios, mas não determinavam, por completo, o resultado. As pessoas
imaginavam um objetivo, ou seja, um estado futuro desejável – o que Adler chamou de “finalismo ficcional” [15] – e enfrentavam estes fatores externos, o que constituíria
seus estilos de vida de forma única, bem como as idéias que o indivíduo tem sobre si mesmo e sobre o mundo. E este processo ocorre cedo, segundo Adler, na idade entre 4
ou 5 anos, concordando com Freud sobre a importância das primeiras experiências na determinação da personalidade. Cloninger, aliás, destaca que há algumas pesquisas[16]
que confirmam a previsão de Adler de que o estilo de vida é coerente desde a infância até a idade adulta, de modo que as intervenções podem, apenas, impedir padrões
indesejáveis oriundos da resistência à mudança.
Quanto ao desenvolvimento da personalidade na concepção de Adler, afirma Cloninger[17]:
Embora afirmasse que cada pessoa é plenamente responsável por suas próprias escolhas na vida, Adler reconhecia que as circunstâncias podem fazer as
pessoas se inclinarem para estilos de vida desejáveis ou indesejáveis. Criticava os papéis sexuais restritivos (especialmente para as mulheres) ou as políticas
belicistas dos governos, bem como a pobreza e as condições de vida adversas. Esses fatores sociais impedem o desenvolvimento de um estilo de vida
psicologicamente saudável. Pelo fato de o estilo de vida desenvolver-se no começo da vida, a família é uma influência particularmente importante. Como
Freud, Adler descreveu o relacionamento com os pais, mas considerava também o impacto dos irmãos no desenvolvimento da personalidade.
 
Assim, Adler considerava que a saúde psicológica também decorria de condições sociais, insistindo na manutenção de relações sadias com outras pessoas e não apenas com a
própria libido. Sendo o interesse social – ou, a preocupação empática com a experiência do outro – um conceito nuclear em sua teoria, este precisaria ser desenvolvido nos
primeiros espaços relacionais da criança, ou seja, na família, e também na sociedade que a cerca, e sua falta seria geradora de diversas neuroses. Sobre esta idéia central,
Cloninguer, observa, inclusive, que:
as pesquisas confirmam também a advertência de Adler de que o interesse social deve ser alimentado. A empatia declina sob condições adversas, como pais
deprimidos ou em conflito entre si, ou pais que maltratam a criança (Zahn-Waxler & Radke-Yarrow, 1990). Ele fornece base para o desenvolvimento moral,
de acordo com a teoria proposta por Martin Hoffman (1975).[18]
 
A vida em sociedade requer este interesse para que se desenvolvam três áreas fundamentais da vida do ser humano: o trabalho, o amor e a interação social. E o sucesso
nessas três áreas é deveras importante para a saúde mental do sujeito.
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* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 3473
Na superação de neuroses, Adler advogava não só a terapia, mas também reformas estruturais que evitassem essas violações à saúde psíquica dos indivíduos. Quanto às
escolas, ele sugeria que estas utilizassem métodos de fomento do interesse social, que estimulassem a cooperação entre os alunos e que um professor acompanhasse os
mesmos estudantes durante todo o caminho escolar destes. A terapia deveria objetivar o incentivo a tal interesse social, e ser realizada em grupo, envolvendo toda a
constelação familiar. Por conta disso, diz Cloninger, a abordagem terapêutica de Adler foi comparada com várias técnicas terapêuticas modernas, como as abordagens
sistêmicas da família (Carich & Willingham, 1987), a terapia cognitiva (Elliott, 1982) e a terapia racional-emotiva (Ellis, 1989), o que mostra que os psciológos acolheram
positivamente as suas idéias.[19]
 
2- A família hoje: condições jurídicas contemporâneas da convivência familiar
Se se tem em conta que o desenvolvimento psicológico da criança é fortemente condicionado pela sua interação no âmbito familiar, uma das questões mais recorrentes nas
discussões sobre o assunto refere-se ao modo como novos arranjos familiares contemporâneos podem estar afetando, positiva ou negativamente, este desenvolvimento. E,
ainda, como a legislação de família e dos direitos da criança, acompanhando ou não estas novas configurações familiares, deve atentar para este condicionamento e fomentá-
lo como um espaço que promova este desenvolvimento sadio da personalidade da criança. 
Se “família”, ao longo do século passado, era restrita à sociedade conjugal – sendo esta monogâmica e assim, considerada apenas, aquela constituída pelo casamento – e sua
prole, marcando-se por um sentido biológico de consangüinidade, a partir de nossa Carta Constitucional de 1988, o sentido de família se expande para o de “entidade
familiar”. Mas o que se pode entender como entidade familiar? Qual o elemento chave desta resignificação?
Leite[20] ensina que o modelo de família até o século passado tinha forte sentido patrimonial, e que este sentido sobrepujava, até mesmo, o elemento afetivo de sua
composição; não eram incomuns, assim, casamentos por conveniência ou restritos a serem realizados entre pessoas de mesma classe social, sendo que o afeto e os laços
sentimentais apareciam como causa de toda a classe de perturbações, pois que, geralmente, ocorriam fora do lar familiar e geravam relacionamentos ilegítimos e filhos
bastardos (que a lei considerava como inexistentes). No bojo deste modelo, afirma Heywood[21], também as relações entre pais e filhos eram baseadas mais na autoridade-
dependência que no respeito-confiança, e eram marcadas pelo rigor e pela severidade dos castigos, defendendo-se até mesmo que demonstrar amor ao filho era ser fraco ou
enfraquecê-lo. Especificamente no Brasil, consoante o entendimento de Oliveira[22], a família brasileira foi fortemente influenciada pelo modelo de família português, este
com forte sentido de sacramento, marcado pela indissolubilidade e pela centralidade do controle paterno, tal como a apregoava o Direito Canônico.
 A vida predominantemente urbana, o ingresso feminino no mercado de trabalho, a completa laicização das esferas públicas e das instituições sociais, as conquistas de direitos
humanos a impor igualdade, respeito e não discriminação nas relações sociais, porém, foram algumas das condições que propiciaram uma mudança significativa neste modelo
familiar tradicional. Primeiro, a mudança ocorreu em sua extensão: da família extensa de outrora, passou-se ao predomínio da família nuclear[23], muito em virtude da livre
escolha dos parceiros, da instituição do divórcio, da maior mobilidade residencial, do enfraquecimento dos laços de parentesco, da emancipação da mulher, entre outros. A
família nuclear constitui, assim, uma adaptação especializada que acentua valores de desempenho, mobilidade social e solidariedade, em contraposição aos valores da família
tradicional extensa que acentuava a permanência, a estabilidade e a continuidade através do nome, da profissão e da herança; mas, vista ainda como instituição social,
diminuir a extensão da família ainda não foi o suficiente para desconfigurá-la como, predominantemente, um sistema de papéis para a realização de algumas funções
sociais.[24] 
Neste sentido, apesar de ver com bons olhos o estreitamento das relações familiares ao núcleo central de convivência entre os pais entre si e seus filhos, dissolvendo a força
da família extensa, Leite[25] acentua que também este caráter institucional deve ser rompido, pois ele ainda é eivado de sua função patrimonial; este rompimento levaria a
enfatizar-se, no enlace familiar, as relaçõesde afeto, de amparo e de livre escolha relacional; sendo a família o locus do companheirismo, a hierarquia e a autoridade se
dissolveriam, e a rígida divisão de papéis se atenuaria, sendo enfatizada a linearidade e densidade dos sentimentos.
Consoante opinião de Farias[26], é este sentido que parece estar prevalecendo na interpretação daquilo que a Constituição firma como “entidade familiar”. Tanto é assim,
que, para este autor:
Efetivamente, na legalidade constitucional, a família assume um desenho plural, aberto, multifacetário e globalizado, servindo como locus privilegiado para o
desenvolvimento da personalidade humana. Enfim, é o ambiente ideal para a realização espiritual e física do ser humano. Ou seja, somente se justifica a
proteção da família para que se efetive a tutela da própria pessoa humana. É, por conseguinte, a família servindo como instrumento para a realização plena da
pessoa humana e não mais vislumbrada como simples instituição jurídica e social, voltada para fins patrimoniais e reprodutivos. [27]
 
 A instituição do divórcio[28], o reconhecimento pela Constituição de outras entidades familiares que não as constituídas pelo casamento[29], a igualdade[30] entre o
homem e a mulher[31] e a todos os filhos[32], sem qualquer distinção discriminatória, representam esses avanços rumo a um novo conceito de família baseado em relações
de fato, muito mais do que em permissões jurídicas. Além disto, com tais mudanças ampliou-se o dever do Estado de proteção à família, enquanto espaço básico de amparo
da vida humana e de desenvolvimento de crianças e jovens.
 Regulado pelos artigos. 1.511 a 1.783 do Código Civil de 2002, o direito de família contemporâneo se sustenta em alguns princípios importantes na tutela desse novo
modelo, mais orgâncico, de entidade familiar. De acordo com Diniz[33], estes princípios são:
a) o da “ratio” do matrimônio e da união estável como sendo o companheirismo e a afeição[34] entre os cônjuges ou conviventes, de tal modo que a extinção
desse affectio seria razão suficiente para a ruptura dessa relação pela separação judicial e o divórcio, e por conta de que é vedada qualquer interferência na comunhão
de vida instituída pela família;
b) o princípio da Igualdade Jurídica entre os cônjuges, entre os companheiros e entre pais e filhos, no que atina aos seus direitos e deveres, desaparecendo a
centralidade do poder marital[35] e limitando o poder familiar sobre os filhos e menores sob sua responsabilidade;
c) o princípio do pluralismo familiar, uma vez que a norma constitucional abrange a família matrimonial e as entidades familiares (união estável e família
monoparental);
d) o princípio da liberdade de constituição e dissolução da entidade familiar, do planejamento familiar, da escolha do regime matrimonial, da seleção de modelos
educacionais, culturais, religiosos, respeitando-se, sempre, a integridade físico-psíquica e moral dos componentes da família.
Segundo apregoa Pereira[36], estes princípios decorrem de um pressuposto maior: o de que “a família só faz sentido para o Direito a partir do momento em que ela é veículo
funcionalizador da promoção da dignidade de seus membros”. Pode-se até dizer que, este pressuposto, desinstitucionalizando a família em suas funções sociais e a colocando
a serviço da dignidade humana, é que tem dado guarida à defesa, teórica, ainda, da tutela jurídica de tipos familiares nos quais a filiação e socialização primária de crianças
não é, biologicamente, sua decorrência, como são as famílias que provém de uniões homossexuais. Os reflexos de tal princípio podem ser percebidos, ainda, na priorização
dos laços de afetividade, às vezes, até mesmo, em detrimento de laços meramente de consangüinidade.
Na afirmação da dignidade de seus membros, a convivência familiar também foi erigida a um bem juridicamente tutelado não só em benefício dos cônjuges e/ou
companheiros, como também em prol do desenvolvimento da criança, seja no plano internacional (Convenção Universal dos Direitos da Criança, 1989), seja no plano
nacional (artigo 227 da Constitução da República, e lei 8.069 de 1990). No que se refere à criança, inclusive, a defesa da convivência familiar é uma das faces do princípio da
proteção integral – este enquanto um princípio que garante o direito específico de pessoas imaturas e em desenvolvimento de que os outros (família, estado, sociedade
nacional e internacional) estejam obrigados a fazer coisas em seu favor, e que este atendimento se estenda à plenitude das dimensões do seu desenvolvimento (dimensões
biológicas, psíquicas, morais, cognitivas, afetivas, religiosas).
A ênfase na convivência familiar, alías, firmadas tanto na Convenção Internacional quanto nas leis nacionais, obriga o poder público a envidar todos os esforços para garantir
à família condições de vida digna, o que se manifesta em uma série de políticas públicas de atendimento (Bolsa Família, Programa de Planejamento Familiar, Bolsa Escola,
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, entre outros). Do mesmo modo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069 de 1990) e a Nova Lei de Adoção (Lei
n. 12.010 de 2009), reforçam a opção pública de que a criança deve ser mantida em um convívio familiar, seja na família natural, seja na família substituta, se, evidados todos
os esforços, não seja recomendável ou possível mantê-la no seio da família natural.
O próprio “Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos direitos de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária”,[37] inclusive, amplia o
significado de entidade familiar acolhedora da criança, enfatizando que não é pela lei que se distingue uma dada estrutura familiar como “natural” e outras qualificadas como
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deficientes ou patológicas, mas se deve ultrapassar a ênfase em uma certa “estrutura familiar” para passar a “enfatizar a capacidade da família de, em uma diversidade de
arranjos, exercer a função de proteção e socialização de suas crianças e adolescentes”.[38] Isto porque, a definição legal (família natural e substituta) não comtempla a
possibilidade que a inserção real da criança em uma diversidade dos vínculos familiares e comunitários pode ser um subsídio social importantes na defesa dos direitos de
crianças e adolescentes à convivência familiar. Para tal, este Plano considera aconselhável uma definição mais ampla de “família”, de base sócio-antropológica, segundo a
qual
a família pode ser pensada como um grupo de pessoas que são unidas por laços de consangüinidade (relação sanguínea cuja extensão varia culturalmente), de
aliança (vínculos contraídos a partir de contratos, como a união conjugal) e de afinidade. Esses laços são constituídos por representações, práticas e relações
que implicam obrigações mútuas. Por sua vez, estas obrigações são organizadas de acordo com a faixa etária, as relações de geração e de gênero, que
definem o status da pessoa dentro do sistema de relações familiares. Assim, em um âmbito simbólico e relacional, que varia entre os diversos grupos sociais,
muitas pessoas podem ser consideradas como “família”. A primeira definição que emerge desta realidade social é que, além da relação parentalidade/filiação,
diversas outras relações de parentesco compõem uma “família extensa”, isto é, uma família que se estende para além da unidade pais/filhos e/ou da unidade
do casal, estando ou não dentro do mesmo domicílio: irmãos, meio-irmãos, avós, tios e primos de diversos graus. A diferença entre “família” como rede de
vínculos e como “domicílio” também tem um importante caráter operacional no interior de programas e serviços sociais, pois há vínculos que definem
obrigações legais entre pessoas que não moram no mesmo domicílio e que são reconhecidas e se reconhecem como “família”, como no caso de crianças e
adolescentesque não residem com pelo menos um de seus pais. Esta distinção é fundamental especialmente para se estimular o envolvimento da figura
paterna na vida de crianças e adolescentes, uma vez que na grande maioria das famílias monoparentais é o pai que não mora no domicílio – o que não
significa, necessariamente, que tenha perdido o vínculo com os filhos e muito menos que escape à responsabilização de suas funções paternas. Além destas
definições, o cotidiano das famílias é constituído por outros tipos de vínculos que pressupõem obrigações mútuas, mas não de caráter legal e sim de caráter
simbólico e afetivo. São relações de apadrinhamento, amizade e vizinhança e outras correlatas. Constam dentre elas, relações de cuidado estabelecidas por
acordos espontâneos e que não raramente se revelam mais fortes e importantes para a sobrevivência cotidiana do que muitas relações de parentesco. Aos
diversos arranjos constituídos no cotidiano para dar conta da sobrevivência, do cuidado e da socialização de crianças e adolescentes, daremos o nome de
“rede social de apoio”[39], para diferenciá-la de “família” e de “família extensa”.[40]
 
A importância de destacar outras alternativas de arranjos familiares, portanto, é possibilitar o reconhecimento de várias tramas relacionais – para além daquelas estabelecidas
com os vínculos de conjugalidade e de filiação (natural ou civil) – como sendo espaços de relações familiares, espaços estes regidos por lógicas de afetividade, de
espontaneidade e de auto-realização. Mesmo não sendo marcados pela mesma persistência relacional das relações de família natural e legal, a multiplicação destes arranjos
amplia as chances de afeto e amor às crianças e, consequentemente, de que sejam atendidas suas necessidades de proteção, mesmo que por vários e diversos sujeitos com os
quais esta criança se relaciona. E esta garantia, como visto, pode ajudar no condicionamento social do desenvolvimento sadio da personalidade da criança, como visto na
teoria sociopsicanalítica de Adler.
 
3- Considerações Finais
Diante da evolução conceitual, doutrinária e legal do que se entende como entidade familiar, a relação de família se potencializa como fonte de dignidade e de bem-estar ao
ser humano. Isto demonstra um princípio humanizante da família, mitigando seu caráter prescritivo, proibitivo e discriminatório de outrora, quando era mais entendida como
uma instituição social básica, e caracterizada pelo estabelecimento rígido de papéis, hierarquias e subjugação.
A tendência a ampliar o escopo de entidade familiar, tanto no sentido de reconhecer vínculos afetivos entre companheiros, quanto no de garantir múltiplos espaços de
convivência para a criança, pode ser considerado uma importante conquista na acomodação social de relações humanas mais autênticas e menos institucionalidadas[41],
autenticidade esta que parece ser um importante ponto de partida para um amparo familiar mais propício ao desenvolvimento psicológico sadio da criança, segundo o modelo
adleriano.
Além disso, o trabalho de condicionamento material dessas relações familiares, como ocorre em programas sociais de atendimento de famílias carentes, também é um fator
importante, já apontado por Adler, nos idos dos anos 20, pois problemas sociais e econômicos afetam famílias e condicionam, negativamente, este desenvolvimento da
personalidade infantil. A sociedade, se, de fato, prima pela formação de personalidades sãs para o convívio social deve arcar com o ônus desse condicionamento material
básico.
É claro que, apesar desta resignificação e revaloração social da família ser deveras importante, ela só não basta. A legalidade tutela relações abstratas e o que determina o
desenvolvimento sadio ou neurótico da personalidade de uma criança depende das relações concretas que ela vivencia. Aí o trabalho deve ser conjunto – legalidade e políticas
públicas garantindo condições sociais e materiais da família; educação, esclarecendo aos pais e educadores da importância de certas condutas e posturas perante as crianças;
psicologia, também como política pública, na solução de patologias psicológicas de membros da família e que podem ser reproduzidas nos tratos de adultos com crianças
entre as gerações; sociologia, no destaque dos problemas sociais que mais afetam a família contemporânea (desemprego, insegurança, excesso de trabalho, divórcios, etc), e
que, de uma forma ou outra, acabam gerando perturbações nas relações familiares. A teoria adleriana, neste sentido, por enfatizar estas condições concretas que condicionam
as relações familiares (condições materiais, sociais, psíquicas), e por enfatizar a determinação dessas relações na formação da personalidade da pessoa, reforça a ênfase da
tutela social sobre a família da sociedade nacional e internacional contemporânea. Tutela, no entanto, sobre uma família resignificada – de uma unidade de controle social,
para uma unidade de dignidade humana que, segundo Adler, é a mais eficaz garantia de sociabilidade. 
 
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[1] Cloninger (CLONINGER, Susan C. Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 39-41) ensina que as teorias que explicam a formação da personalidade, ou seja, as razões das diferenças
individuais e das causas subjacentes do comportamento e da experiência humanas, não são uniformes, variando em três categorias importantes de análise: a) a descrição da personalidade, incluindo as categorias de
tipos e traços de personalidade que acusam as diferenças individuais; b) sua dinâmica nas interações e ajustamentos advindos da relação com o mundo exterior, com a sociedade e com os próprios pensamentos; c)
sua origem, desenvolvimento ou capacidade de mudança ao longo da vida do sujeito. Com base nesses critérios, a autora identifica seis teorias da personalidade: a teoria psicanalítica, a teoria sociopsicanalítica, a
teoria dos traços, a teoria da aprendizagem, a teoria da aprendizagem cognitiva social e a teoria humanista.
[2]CLONINGER, Susan C. Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
[3]CLONINGER, op. cit., p. 55.
[4] “O lactente, sob a tirania do princípio do prazer, quer ser alimentado imediatamente quando está com fome. Na verdade, o alimento às vezes demora para chegar e finalmente a criança será desmamada. Nisto
consiste o conflito da primeira fase psicossexual, a fase oral. Na fase seguinte, a fase anal, a criança pequena gosta de controlar suas fezes, retendo-as e expelindo-as conforme a sua vontade; o conflito com as forças
restritivas da sociedade aparece quando a família impõe a adoção de hábitos de higiene. O conflito em torno da satisfação das pulsões na terceira fase psicossexual, a fase fálica, concentra-se na punição da
masturbação e nas fantasias da criança de uma união sexual com o genitor do sexo oposto – desejo esse frustrado por ser conflitante com o tabu universal do incesto.” CLONINGER, p. 56.
 
[5] CLONINGER, op. cit., p. 115.
[6] CLONINGER, op. cit., p. 127 e 128.
[7] CLONINGER, op. cit., p. 128.
[8] ADLER, Alfred. La Psicología del Individuo: su importancia desde el punto de vista del tratamiento de la neurosis, de la pedagogia y de la concepción del mundo in ADLER, Alfred. Guiando al Niño. Buenos
Aires: Editorial Paidos, 1960, p. 11 a 13.
[9] ADLER, 1960, op. cit., p. 9 e 10.
[10] ADLER, Alfred. A Ciência da Natureza Humana. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967, p. 34.
[11] ADLER, 1967, op. cit., p. 34.
[12] ADLER, 1967, op. cit., p. 42.
[13] ADLER, 1967, op. cit., p. 45-48.
[14] Segundo Adler (1967, p. 128), assim, “as crianças negligenciadas, bem como as crianças mimadas em excesso, podem tornar-se excessivamente dependentes dos outros em seu anseio de reconhecimento e
proteção.” Interessante destacar que houve até mesmo alguns programas de formação dos pais baseados nos princípios adlerianos, como o Parent Study Groups e o STEP, ou Systematic Training For Effective
Parenting.
[15] CLONINGER, op. cit., p. 122 e 123.
[16] Pulkinnen, 1992 de acordo com CLONINGUER, p. 127.
[17] CLONINGER, op. cit., p. 127.
[18] CLONINGER, op. cit., p. 132 e 133.
[19] CLONINGER, op. cit., p. 137.
[20] LEITE, Eduardo Oliveira. Tratado de Direito de Família. Origem e evolução do casamento. Curitiba: Juruá, 1991.
[21] HEYWOOD, Colin. Uma história da infância. Porto Alegre: Artmed, 2004.
[22] OLIVEIRA, José Sebastião. A evolução do conceito de família à luz do Direito Civil e do Direito Constitucional brasileiro, ao longo dos perídoso históricos: colonial, imperial e republicano, e o reflexo deles
na constituição da família contemporânea. Tese de Doutorado (área de concentração: Direito) apresentada à banca examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo sob orientação de Nelson Luiz
Pinto em 1999.
[23] Por família nuclear, LEITE (1994, p. 19) entende aquele grupo de pessoas composto pelos pais e os filhos que vivem sob um mesmo teto, excluindo avós, colaterais e até mesmo filhos economicamente
independentes.
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[24] “Entende-se por papel social o fato de que o indivíduo se destaca e assume socialmente um perfil à medida em que cumpre determinadas tarefas ou funções, as quais encontra, na maioria das vezes, dadas e
definidas pela sociedade em que vive” (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – INSTITUTO DE DOCUMENTAÇÃO. Dicionário de ciências sociais. (coord. geral de Benedito Silva e outros). Rio de Janeiro,
Editora Fundação Getúlio Vargas, 1986, p. 862).
[25] LEITE, 1991, op. cit., p. 18-20
[26] FARIAS, Cristiano Chaves de. A Família da pós-modernidade: mais que fotografia, possibilidade de convivência.. Síntese Jornal. Ano, Mês, Dia:20060215. v.7, n.76, p.19, jun./2003.
[27] FARIAS, 2003, op. cit.,p. 19.
[28] Ensina LEITE (1994, p. 79) que não há lei, humana ou divina, que possa manter unidas pessoas que já não mais tenham afinidade, ou capacidade de amar e se doar uma a outra, mesmo diante das
inconveniências sociais que disto possa decorrer. O divórcio, ao que parece, reconheceu, talvez, a redução da ênfase em valores coletivistas em detrimento do indivíduo singularizado.
[29] Adverte Leite (1993, p. 48) que “outros modos de conjugalidade, que não o casamento, surgiram, denunciando a crise do casal: casa-se menos, vive-se mais em uniões fáticas se há um forte crescimento de
indivíduos vivendo sós.”
[30] Igualdade, segundo Bastos & Martins (citado por Leite, 1994, p. 68), não biológica, psicológica e fisiológica, que é impossível, mas a igualdade que não permita que essas diferenciações sejam tratadas como
fatores de diferenciação na dignidade jurídica, moral ou social; que legitime, podemos dizer, a dominação de um pelo outro.
[31] Artigo 5º, inciso I e artigo 226, parágrafo 5º da Constituição da República de 1988.
[32] Artigo 227, parágrafo 6º da Constituição da República de 1988.
[33] DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, v. 5: direito de família. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 17 a 28.
[34] Há que se ressaltar que o princípio jurídico da afetividade, em que pese não estar positivado em nossa Constituição de 1988, é constituído por uma interpretação sistemática de do artigo 5º, § 2º da Carta
Magna. Isto porque, deve-se acompanhar o anseio social, a família passou a ser entidade plural fundada no princípio da dignidade da pessoa humana.
[35] Consoante o artigo 226, parágrafo 5º da Constituição da República de 1988 e artigos 1.511, in fine, 1.565 a 1.570, 1.631, 1.634, 1.643, 1.647, 1.650, 1.651 e 1.724 do Código Civil de 2002.
[36] PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, v. 4, Direito de Família. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2010, p. 52 e 53.
[37]Texto disponível em http://www.mds.gov.br/arquivos/plano_nacional_de_promocao_protecao_e_defesa_do_direito_de_criancas_e_adolescentes_a_convivencia_familiar_e_comunitaria.pdf/view. Acesso em
09/09/2009.
[38] Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. In. 
http://www.mds.gov.br/arquivos/plano_nacional_de_promocao_protecao_e_defesa_do_direito_de_criancas_e_adolescentes_a_convivencia_familiar_e_comunitaria.pdf/view. Acesso em 09/09/2009, p. 26
[39] De acordo com Dessen & Braz (DESSEN, Maria Auxiliadora & BRAZ, Marcela Pereira. Rede Social de Apoio Durante Transições Familiares Decorrentes do Nascimento de Filhos. Universidade de Brasília
UnB Psic.: Teoria e Pesquisa vol.16, n. 3 Brasília Set./Dez. 2000), rede social é um sistema composto por pessoas, funções e situações dentro de um contexto, que oferece apoio instrumental e emocional: ajuda
financeira, divisão de responsabilidades, apoio emocional e diversas ações que levam ao sentimento de pertencer ao grupo.
[40] Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. In. 
http://www.mds.gov.br/arquivos/plano_nacional_de_promocao_protecao_e_defesa_do_direito_de_criancas_e_adolescentes_a_convivencia_familiar_e_comunitaria.pdf/view. Acesso em 09/09/2009, p. 28.
[41] No sentido de ressaltar os efeitos sociais e humanos dessa autenticidade em relações familiares, tendo por base as teorias psicológicas de J.L. Moreno, Karl Rogers e Richard Hycner, ver trabalho anterior
desses autores, no texto “Relação Humana e Direito de Família: em busca da expressão de uma relação humana constitutiva da experiência familiar”. Anais do XVIII Congresso Nacional do CONPEDI.
São Paulo, 2009.
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