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CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES EM CONSULTORIO ODONTOLOGICO

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CONSIDERAÇÃO ACERCA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO 
IONIZANTES EM EQUIPAMENTOS DE CONSULTÓRIOS 
ODONTOLÓGICOS 
Estudo de Caso 
Aluno: Mackson Well Otaviano da Silva 
mackson.eng1@gmail.com 
Resumo 
Este trabalho é um compilado de informações extraídas de diversos artigos Científicos acerca 
da abordagem descrita acima, com o objetivo de promover aparato técnico para 
conhecimento do assunto proposto. 
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO-
IONIZANTES EM EQUIPAMENTOS DE CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS 
 
1. CONCEITUAÇÃO 
A Radiação é uma forma de energia emitida por uma fonte, transmitida através 
do vácuo, do ar ou por outros meios materiais e que ao interagirem sobre a 
matéria podem produzir vários efeitos (OKUNO, 2013). 
Estas radiações podem ser classificadas como de origem corpuscular – 
compreendendo a radioatividade natural ou radioisótopos como as radiações α 
(alpha), β (beta), catódicas e nêutrons; e a de origem eletromagnética (FREITAS, 
2000). 
As radiações eletromagnéticas podem ser classificadas como ionizantes e não-
ionizantes. Segundo Okuno e Yoshimura (2010) “uma radiação é considerada 
ionizante se for capaz de arrancar um elétron de um átomo ou de uma molécula, 
ao qual ele está ligado por força elétrica, caso contrário é considerada não 
ionizante”. 
 
2. APLICAÇÕES DAS RI E RNI 
2.1 Raios-X na Odontologia 
No âmbito médico-odontológico a radiologia compreende os equipamentos de 
radiação. Para Mello Junior (2016) a radiologia integra-se como “a especialidade 
médica que consiste na utilização de imagens para o auxílio do diagnóstico 
clínico e terapêutico”. Os principais métodos de diagnóstico por imagem são: 
Radiologia Geral, Ultrassonografia, Tomografia computadorizada e Ressonância 
Magnética. 
Na odontologia os aparelhos de Raios-X se caracterizam por terem construção 
mais simples a fim de torná-los portáteis ou, no mínimo, móveis. Segundo 
Alvares e Tavano (1998) estes aparelhos são “equipados com tubos do tipo Auto 
Retificador, os quais podem operar com alimentação de corrente alternada” o 
que possibilita sua construção mais compacta. 
 
 
2.2 Laser na Odontologia 
Os equipamentos de Laser se empregam na aceleração da reparação tecidual, 
redução de processos inflamatórios, clareamento dental, alívio de dores pós-
operatórias ou de hipersensibilidade dental e até mesmo no tratamento de 
doenças como herpes labial, afta, entre outras. O reparo tecidual atingido pela 
luz laser depende da constituição do laser, da potência, do comprimento de onda 
e do tempo de irradiação (PINHEIRO; BRUGNERA JUNIOR; ZANIN, 2010). 
Um equipamento de Laser é fonte de radiação não-ionizante, que atua em foco 
concentrado, resultando diversos efeitos quando em contato com tecidos 
biológicos, como o efeito térmico e o fotoquímico. Pode ser considerado não-
invasivo na grande maioria dos comprimentos de onda utilizados 
comercialmente em equipamentos com finalidade terapêutica e é uma radiação 
muito bem tolerada pelos tecidos, ou seja, não apresenta efeitos mutagênicos 
(PINHEIRO; BRUGNERA JUNIOR; ZANIN, 2010). 
 
3. EFEITOS À SAÚDE 
Segundo dados da ICNIRP (International Commission on Non-Ionizing Radiation 
Protection, 2013), o olho e a pele são os órgãos mais susceptíveis a danos por 
efeito térmico ou fotoquímico causados pela radiação não-ionizante, visível e 
infravermelha, emitida por equipamentos de Laser. Estes danos podem se dar 
por efeito térmico ou fotoquímico. Na pele os riscos se dão muito mais pelo efeito 
térmico, quando excedem 45º C, do que pela foto-sensibilização. 
Já a professora do IF-USP Emico Okuno, detalha a ação das radiações à saúde 
humana, em estágios de ação, mecanismo de ação, natureza dos efeitos, dose 
limiar nos tecidos e Síndrome Aguda. 
3.1 Estágios da ação 
A sequência dos estágios é a seguinte: 
• estágio físico em que ocorre a ionização de um átomo em cerca de 10-15 s; 
 
 
• estágio físico-químico, quando ocorrem as quebras das ligações químicas das 
moléculas que sofreram ionização, com duração de uns 10-6 s; 
• estágio químico, quando os fragmentos da molécula se ligam a outras 
moléculas, com duração de poucos segundos; 
• estágio biológico que pode durar dias, semanas ou até várias dezenas de anos 
quando surgem efeitos bioquímicos e fisiológicos com alterações morfológicas e 
funcionais dos órgãos. 
3.2 Mecanismos de ação 
Eles podem ser de dois tipos: 
• mecanismo direto, quando a radiação interage diretamente com as moléculas 
importantes como as de DNA, podendo causar desde mutação genética até 
morte celular; 
• mecanismo indireto, quando a radiação quebra a molécula da água, formando 
assim radicais livres que podem atacar outras moléculas importantes. Esse 
mecanismo é importante, uma vez que nosso corpo é composto por mais de 70% 
de água. 
3.3 Natureza dos efeitos biológicos 
Quanto à natureza, os efeitos podem ser classificados em reações teciduais e 
efeitos estocásticos: 
• Reações teciduais: resultam de dose alta e somente surgem acima de certa 
dose, chamada dose limiar cujo valor depende do tipo de radiação e do tecido 
irradiado. Um dos principais efeitos é a morte celular: se poucas células 
morrerem, o efeito pode nem ser sentido, mas se um número muito grande de 
células de um órgão morrer, seu funcionamento pode ser prejudicado. Nessas 
reações, quanto maior a dose, mais grave é o efeito. Um exemplo é a 
queimadura que pode ser desde um leve avermelhamento até a formação de 
bolhas enormes. Até recentemente acreditava-se que as reações teciduais eram 
efeitos que surgiam pouco tempo após a exposição. Os estudos epidemiológicos 
 
 
dos sobreviventes das bombas atômicas lançadas pelos americanos no Japão 
começaram a mostrar evidências de que há efeitos bastante tardios que resultam 
de danos nos tecidos e são doenças vasculares cardíacas e cerebrais além da 
opacificação do cristalino, a catarata. Esses efeitos estão sendo recentemente 
comprovados com a coleta de dados de pessoas submetidas a radioterapia e no 
caso da catarata em médicos intervencionistas. 
• Efeitos estocásticos: são alterações que surgem em células normais, sendo os 
principais o câncer e o efeito hereditário. As recomendações de proteção 
radiológica consideram que esse tipo de efeito pode ser induzido por qualquer 
dose, inclusive dose devido a radiação natural; são sempre tardios e a gravidade 
do efeito não depende da dose, mas a probabilidade de sua ocorrência aumenta 
com a dose. Os efeitos hereditários ocorrem nas células sexuais e podem ser 
repassadas aos descendentes. 
3.4 Dose limiar para reações teciduais 
A Comissão Internacional de Proteção Radiológica em sua publicação 118 de 
2012 definiu dose limiar como sendo a dose estimada que causa incidência de 
reações teciduais em 1% dos tecidos irradiados. 
O limiar de dose para indução de catarata foi estabelecido como sendo de 0,5 
Gy, tanto para exposição aguda quanto para crônica. Foi também proposto o 
valor de 0,5 Gy como limiar de dose para doenças circulatórias, tanto para 
morbidade quanto para mortalidade. 
O gray, abreviado Gy, é unidade de dose absorvida de radiação; corresponde à 
energia média da radiação ionizante depositada por unidade de massa da 
matéria. A dose absorvida no tumor em uma sessão de radioterapia é de 2 Gy. 
A dose letal que mata 50% dos seres humanos irradiados no corpo todo, cerca 
de 30 dias após a irradiação, é de 4 Gy. Para esterilizar sementes, pimenta do 
reino, por exemplo, através da eliminação de micro-organismos indesejáveis, 
empregam-se doses absorvidas de 10 kGy a 20 kGy. 
 
 
 
3.5 Síndrome aguda da radiação 
Uma pessoa pode apresentar o que se chama síndrome aguda da radiação ao 
ser exposta num intervalo de tempo pequeno de até alguns dias à radiação. Essa 
síndrome pode variar com a dose. Se a dose absorvida no corpo todo for de 0,25 
a 1 Gy,algumas pessoas podem ter náusea, diarreia e depressão no sistema 
sanguíneo; se for entre 1 e 3 Gy, além de sintomas anteriores, pode ter forte 
infecção causada por agentes oportunistas; entre 3 e 5 Gy pode ocorrer 
hemorragia, perda de pelos e esterilidade temporária ou permanente; ao redor 
de 10 Gy ocorre a inflamação dos pulmões, e para doses maiores os efeitos 
incluem danos no sistema nervoso e cardiovascular levando o indivíduo à morte 
em poucos dias. 
 
4. INSTRUÇÃO DE MONITORAMENTO OU COMO MONITORAR 
Segundo Vanessa Navarro (2019), pode-se monitorar e instrumentar as 
exposições á radiações em laboratórios em consultórios odontológicos, a partir 
de dois princípios: 
 
4.1 Princípio da justificação 
 
Qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve ser justificada em 
relação a alternativas, e produzir um benefício líquido positivo para a sociedade. 
4.2 Princípio da otimização 
O projeto, o planejamento do uso e a operação de instalação e de fontes de 
radiação devem ser feitos de modo a garantir que as exposições sejam tão 
reduzidas quanto razoavelmente exequível, levando-se em consideração fatores 
sociais e econômicos (Princípio Alara). 
 
 
A portaria 453, de 1 de junho de 1998, aprova o regulamento técnico que 
estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico 
médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios X diagnósticos em todo 
território nacional e dá outras providências. 
 
A autora explica que alguns cuidados são essenciais para a prática radiológica 
em Odontologia. “Os aparelhos devem ser corretamente mantidos, o uso do 
avental plumbífero – considerando sempre a glândula tireoide – é indispensável, 
as técnicas devem ser executadas corretamente, para assim evitar repetições”. 
 
 
5. NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA DA SEGURANÇA DA RADIAÇÃO NO 
TRABALHO 
A segurança e medicina no trabalho consiste em obrigações, direitos e deveres 
a serem cumpridos por empregadores e empregados, garantindo trabalho 
seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho. 
Tais medidas se dão por intermédio de normas regulamentadoras (BRASIL, 
2015). 
A Norma Regulamentadora Nº 15 (NR15) – Atividades e Operações Insalubres, 
aborda segurança exigida para exposição de radiações ionizantes (Anexo 5) e 
não-ionizantes (Anexo 7). No Anexo 5 podemos constatar que as medidas de 
segurança que devem ser adotadas são os presentes na Norma CNEN NN 3.01: 
"Diretrizes Básicas de Radioproteção", publicada em 1988 e com atualizações, 
ou daquela que venha a substitui-la (BRASIL, 2014a). 
A norma CNEN NN 3.01 é uma norma elaborada pelo Conselho Nacional de 
Energia Nuclear, autarquia federal vinculada ao Ministério de Ciência e 
Tecnologia e que é responsável por “estabelecer os requisitos básicos de 
proteção radiológica das pessoas em relação à exposição a radiação ionizante” 
(COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 2014). A Secretaria da 
Vigilância Sanitária, órgão do Ministério da Saúde, em sua Portaria 453 de 1998, 
estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico 
médico e odontológico (BRASIL,1998). Esta portaria regulamenta o setor de 
radiodiagnóstico médico e odontológico em todo país. 
 
 
A legislação brasileira para requisitos de segurança em laser, possui a norma 
NBR IEC 601.2.22 - Requisitos particulares para a segurança básica e o 
desempenho essencial de equipamento a laser para cirurgias, uso cosmético, 
terapêutico e diagnóstico. Esta norma brasileira é baseada na IEC 60825-1 da 
International Electrotechnical Commission (IEC), seguindo as atualizações da 
original. 
6. MEDIDAS DE CONTROLE 
De acordo com as Diretrizes de Proteção7, em seu art. 5 §7 alínea e, os 
equipamentos para radiografias intrabucais devem possuir um localizador de 
extremidade de saída aberta para posicionar o feixe e limitar a distância foco-
pele. Além disso, um método efetivo de redução da dose de radiação é manter 
a área irradiada a menor possível, compatível com o tamanho do objeto 
radiografado, sendo isso conseguido com o uso de cones localizadores longos4. 
Quanto ao tipo de marcador de tempo de exposição, é indicado pelo Ministério 
da Saúde7 o tipo eletrônico, sendo ideal o uso do marcador digital, pela maior 
precisão na marcação do tempo, já que um marcador de tempo eficiente é 
essencial na prevenção de superexposição11. Dos dentistas entrevistados, 
44,7% utilizavam o marcador eletrônico e 34% faziam uso do marcador digital, 
totalizando 78,7% de profissionais seguindo as normas vigentes. Na literatura, 
Capelozza & Álvares22 registraram 86% de marcadores de tempo eletrônico; 
Spyrides et al.26, 82%; e Jacobs et al.18, 65%. Entretanto, Mutyabule & 
Whaites17 relataram que 51% dos marcadores de tempo em Uganda, África, 
eram do tipo mecânico, número superior aos 18,4% encontrados nesta pesquisa. 
A utilização do sistema de acionamento de disparo com retardo, apesar de ser 
defendido por Pereira31, é hoje de uso proibido, segundo o art.5 §8 alínea h das 
Diretrizes de Proteção do Ministério da Saúde7. Apesar disso, 44,7% dos 
profissionais ainda fazem uso deste dispositivo durante o exame radiográfico. 
Esse número é ainda menor que os 92% encontrado por Spyrides et al.26 no Rio 
de Janeiro. 
 
 
 
 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
• RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS IONIZANTES E NÃO-IONIZANTES EM 
EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS - EDUARDO SOUZA SIMS1, ALESSANDRO 
MÁRCIO HAKME DA SILVA2, PATRÍCIA GARANI FERNANDES3, FERNANDA 
FLORIAN4; 
• SEGURANÇA NA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA - NAVARRO, VANESSA 2019; 
• EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES. ACIDENTE RADIOLÓGICO 
DE GOIÂNIA - EMICO OKUNO: PROFESSORA APOSENTADA DO INSTITUTO DE 
FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (IF-USP). 
• CONDIÇÕES DE RADIOPROTEÇÃO DOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS - 
MARIA DE FÁTIMA BATISTA DE MELOI, II; SAULO LEONARDO SOUSA MELOI

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