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O Tribunal Penal Internacional - TPI- 8

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• Tribunal Criminal de Haia 
 • Corte Criminal de Haia 
 • International Criminal Court 
 
Em 1899, a Holanda, país neutro em conflitos internacionais e pátria de Hugo de 
Groot, um dos pais do Direito Internacional, foi escolhida para sediar a 
primeira conferência da paz. 
 
Conceito: É um sistema de Justiça Internacional complementar à Cortes Nacionais, 
 
Função: processamento e julgamento de indivíduos acusadas de crimes 
internacionais graves 
 
O Tribunal Penal Internacional – TPI - Tribunal de Haia 
 
Precedentes: Tribunal de Nuremberg* e Convenção para Prevenção do Genocídio 
(ONU) que previu o julgamento por uma Corte Internacional competente. 
 
 
*Após a Segunda Guerra Mundial, um tribunal se reuniu em Nuremberg, na Alemanha, 
com o objetivo de julgar os crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. De 
1945 a 1949, o Tribunal de Nuremberg julgou 199 homens, sendo 21 deles líderes 
nazistas. As acusações foram desde crimes contra o direito internacional até de 
terem provocado de forma deliberada a Segunda Guerra Mundial. 
A criação desse tribunal se deu através de um acordo firmado entre os 
representantes da ex-URSS, dos EUA, da Grã-Bretanha e da França, em Londres, em 
1945. Dentre os réus julgados e condenados estava o braço direito de Adolf 
Hitler, Hermann Goering. Durante o julgamento a defesa de Goering alegou ofensa 
ao princípio da legalidade, que era baseada nos postulados do direito penal 
tradicional. Mas de nada adiantou, pois Goering foi condenado à morte, no 
entanto, este cometeu suicídio na prisão com uma cápsula de cianeto. 
 
O Tribunal Penal Internacional - TPI 
 
Estatuto de Roma - aprovado em 1998 por 120 votos – vigor a partir de 2002. 
 
Irretroatividade da lei penal: as regras do TPI somente se aplicam a partir da 
vigência e, caso o Estado faça a adesão ao TPI após esta data, deverá decidir 
qual das datas (art. 11). 
 
Proposta: constituir uma justiça (tribunal) preestabelecido e permanente para 
processar e julgar, por exemplo, crimes de guerra. 
Por não possui sistema policia nem sistema penitenciário próprio, depende da 
cooperação dos Estados membros. 
 
 
“art. 1o. É criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional 
("o Tribunal"). O Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre 
as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance 
internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às 
jurisdições penais nacionais. A competência e o funcionamento do Tribunal reger-
se-ão pelo presente Estatuto.” 
 
Art. 5o. 1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, 
que afetam a comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente 
Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar os seguintes crimes: 
 
a) O crime de genocídio; 
b) Crimes contra a humanidade; 
c) Crimes de guerra; 
d) O crime de agressão. 
 
Os crimes são definidos a partir do art. 6o ao 8o do Estatuto. 
 
2. O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de agressão 
desde que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma disposição em que 
se defina o crime e se enunciem as condições em que o Tribunal terá competência 
relativamente a este crime. Tal disposição deve ser compatível com as 
disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas. 
 
Prescrição: todos os crimes de competência ado TPI são prescritíveis (art. 29), 
o que confronta com norma constitucional brasileira que prevê um crime como 
imprescritível: 
 
Art. 5o. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
 
!!O TPI julga apenas indivíduos!!: e não Estados como outros órgãos de proteção 
ao direitos humanos. Isso não impede que o julgamento de determinado indivíduo 
nacional, agente do Estado, por tortura, por exemplo, não gere consequências 
para o Estado nos termos da Convenção contra a tortura da ONU. 
Ø O TPI não prevê imunidades (nem mesmo para chefes de Estado) 
 
Caráter Subsidiário: o processamento e julgamento de crimes pelo TPI é 
subsidiário em relação aos sistemas de justiça internos de cada Estado-membro. 
 
Requisitos de admissibilidade (art. 17): Indisposição ou incapacidade do Estado-
parte de processar e julgar o crime: 
• Quando o estado puder, mas não quiser julgar o crime; 
• Quando o Estado quiser, mas não puder julgar o crime; 
• Quando Estado não quiser e nem puder julgar o crime. 
 
 
Exercício da Jurisdição (atuação): 
 
Art. 13. O Tribunal poderá exercer a sua jurisdição em relação a qualquer um dos 
crimes a que se refere o artigo 5o, de acordo com o disposto no presente 
Estatuto, se: 
 
a) Um Estado Parte denunciar ao Procurador, nos termos do artigo 14, qualquer 
situação em que haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou vários desses 
crimes; 
b) O Conselho de Segurança, agindo nos termos do Capítulo VII da Carta das 
Nações 
Unidas, denunciar ao Procurador qualquer situação* em que haja indícios de ter 
ocorrido a prática de um ou vários desses crimes; ou 
c) O Procurador tiver dado início a um inquérito sobre tal crime, nos termos do 
disposto no artigo 15. 
 
* atuando, inclusive, em Estados que não sejam Parte do Estatuto, com fundamento 
no Capítulo VII da Carta da ONU de 1945. 
 
Penas Aplicáveis 
 
Art. 77. 1. Sem prejuízo do disposto no artigo 110, o Tribunal pode impor à 
pessoa condenada por um dos crimes previstos no artigo 5o do presente Estatuto 
uma das seguintes penas: 
a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 
anos; ou 
b) Pena de prisão perpétua*, se o elevado grau de ilicitude do fato e as 
condições pessoais do 
condenado o justificarem, 
 
2. Além da pena de prisão, o Tribunal poderá aplicar: 
a) Uma multa, de acordo com os critérios previstos no Regulamento Processual; 
b) A perda de produtos, bens e haveres provenientes, direta ou indiretamente, do 
crime, sem 
prejuízo dos direitos de terceiros que tenham agido de boa fé. 
 
Quadro Sinóptico – Revisão 
 
 
Atenção!! principal diferença entre a Corte Internacional de Justiça e o 
Tribunal Penal Internacional: disputas legais submetidas por apenas por Estados, 
na primeira, e apenas por Indivíduos, no segundo. A Corte Internacional de 
Justiça, também conhecida como Tribunal Internacional de Justiça órgão tem o 
objetivo de resolver conflitos entre estados. De tal modo, quando dois países 
têm alguma pendência, por exemplo, o assunto é debatido na Corte de Haia. 
 
Ø Tribunal Penal Internacional: 
A brasileira Sylvia Steiner integrou o corpo de juízes do TPI. Tendo cumprido 
mandato até 2012, continuou a exercer suas funções até a conclusão de caso no 
qual atuava. Hoje, ela é membra do Comitê Consultivo para Nomeações do TPI. 
 
Ø Juízes brasileiros que compuseram a Corte Internacional de Justiça: 
Rui Barbosa, o primeiro magistrado brasileiro no Palácio da Paz, foi eleito para 
o mandato inicial (1921- 1930) da Corte Permanente de Justiça Internacional, mas 
morreu em 1923, antes de ter participado de qualquer sessão da Corte. Substitui-
o Epitácio Pessoa. 
Epitácio Pessoa foi eleito juiz da Corte na vaga de Rui Barbosa, e a integrou 
depois de ter sido Presidente da República. Ficou de 1923 a 1930. 
Filadelfo de Azevedo foi o primeiro juiz brasileiro a ocupar assento na Corte 
Internacional de Justiça. Levi Carneiro, que ficou de 1951 a 1954. 
José Sette Câmara, ficou de 1979 a 1988 
José Francisco Rezek, foi membro do tribunal entre 1996 a 2006. 
Sylvia Steiner foi membro do tribunal de 2003 a 2009. 
Antônio Augusto Cançado Trindade é membro do tribunal desde 2009 ( ele foi juiz 
da Corte Interamericana de Direitos Humanos de 1994 a 200 
 
Denúncias Recentes: 
 
O presidente Jair Bolsonaro, foi denunciado no dia 27/11/2019 ao Tribunal Penal 
Internacional (TPI). A representação foi elaborada pela Comissão de Defesa dos 
Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns e pelo Coletivo de Advocacia em Direitos 
Humanos. 
Adenúncia diz que Bolsonaro incitou violência contra populações indígenas e 
tradicionais, enfraqueceu a fiscalização e foi omisso na resposta a crimes 
ambientais na Amazônia. Agora, o Tribunal avaliará se será aberta investigação. 
 
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) protocolou em Abril 
de 2020 uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal 
Internacional. Na denúncia, a entidade alega que o chefe do Executivo praticou 
crime contra a humanidade ao incentivar ações que aumentam o risco de 
proliferação do novo coronavírus. Desde o início do avanço da covid-19, 
Bolsonaro minimizou a letalidade da doença e criticou o isolamento recomendado 
pelo próprio Ministério da Saúde.

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