Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Clima II – ventos e chuvas 07 Aula Geografia 4A Fenômenos atmosféricos Os fenômenos atmosféricos, dos mais corriqueiros aos mais complexos, estão relacionados às diferenças de temperatura e pressão da atmosfera. As diferenças e variações térmicas influem na pressão atmosférica causando ventos e chuvas, por exemplo. Temperatura Na aula anterior, verificamos que a temperatura do ar atmosférico é influenciada, principalmente, pela lati- tude, altitude, continentalidade e maritimidade. Esses fatores produzem o seguinte comportamento térmico na atmosfera: quanto maiores, tanto altitude como latitude, menores serão as temperaturas (altitude e latitude são inversamente proporcionais às temperatu- ras); próximo aos mares e oceanos (maritimidade) as amplitudes térmicas são menores e, no interior dos continentes (continentalidade), as amplitudes são maiores. Pressão atmosférica A pressão é a medida da força ou peso da atmosfera sobre um determinado ponto na superfície da Terra. A pressão atmosférica é medida em milibares (mb) e sofre variações com a densidade do ar. A densidade do ar varia com a temperatura e com a gravidade (devendo- -se considerar também a influência do vapor-d’água) A atmosfera, como toda mistura de gases, é passiva de compressão e tem “elasticidade”. Com o aquecimento, o ar dilata – ficando mais “leve”; com o resfriamento, o ar comprime – ficando mais “pesado”. Assim, diante das variações térmicas, latitudinais e altimétricas, a pressão atmosférica é inversamente proporcional à tempera- tura e diretamente proporcional à latitude – conside- rando locais de idêntica altitude, sendo inversamente proporcional à altitude. • Isóbara (linha isobárica): é a linha que une os pontos de mesma pressão atmosférica (barométrica). PRESSÃO X TEMPERATURA Variação com a latitude P re ss ã o a tm o sf é ri ca M é d ia s té rm ic a s Circ. Polar Ártico Trópico de Câncer Equador Trópico de Capricórnio Circ. Polar Antártico PRESSÃO X TEMPERATURA Variação com a altitude Pressão atmosférica Médias térmicas Montanha Oceano Nível médio do mar Anticiclonal e ciclonal Anticiclonal é a denominação que se dá à área de alta pressão e ciclonal é como se denomina a área de baixa pressão. As massas atmosféricas sempre se deslocam das áreas anticiclonais para as áreas ciclonais. Ventos São movimentos de massas atmosféricas ocasiona- dos por diferenças de pressão. 2 Semiextensivo Os ventos sempre se originam de áreas anticiclonais (dispersoras) para áreas ciclonais (receptoras). Podem ser classificados de acordo com a velocidade e a frequência com que sopram. Quanto maiores as di- ferenças barométricas (de pressão), mais fortes serão os ventos. Área anticiclonal Baixas temperaturas/ Alta pressão AP BP Área ciclonal Altas temperaturas/ Baixa pressão Deslocamentos horizontais ou paralelos à superfície terrestre Tipos de ventos De acordo com a frequência com que sopram, podem ser classi- ficados em constantes, periódicos, locais e variáveis. Constantes Também denominados regulares, sopram durante o ano todo numa determinada direção. Podem ser: Alísios São ventos que sopram das proximidades das linhas tropicais (áreas subtropicais – latitude 30°) para o Equador, em altitude sempre inferior a 2 000 metros. Ao convergi- rem na linha equatorial, os alísios se elevam a aproximadamente 10 000 metros, o ar resfria e a umidade con- densa, provocando chuvas intensas. A zona de contato dos alísios no Equador constitui a Zona de Con- vergência Intertropical (ZCIT). É uma faixa que avança até aproximadamen- te 5° de latitude ao sul e ao norte. Chuvosa e com poucos ventos também é chamada de zona das calmarias (ou doldrums). Contra-alísios São ventos que sopram do Equador em direção aos trópicos em alti- tudes superiores a 3 000 metros. Os contra-alísios chegam secos e retiram das latitudes próximas dos Trópicos de Câncer e de Capricórnio grandes quantidades de umidade. Por isso, desertos quentes, como o Saara e o da Austrália, estão localizados próximos das linhas dos trópicos. Devido ao movimento de rotação da Terra, os alísios e os contra-alísios sofrem desvio em sua direção para oeste. No caso dos alísios, os do hemis- fério Sul sopram no sentido sudeste-noroeste e os do hemisfério Norte, no sentido nordeste-sudoeste. A circulação orquestrada pelos ventos alísios e contra-alísios origina a célula tropical ou de Hadley. Ventos de oeste Sopram nos hemisférios Norte e Sul das linhas tropicais para as regiões polares – formando a célula temperada ou das médias latitudes. Nas pro- ximidades dos círculos polares, estes ventos se chocam com massas polares, elevam-se, provocam chuvas e retornam para os trópicos. Ventos polares Constituem a célula polar e sopram nas zonas glaciais ártica e antártica e, ao se chocarem com os ventos da célula das médias latitudes, provocam as frentes polares que alteram características térmicas e pluviométricas das zonas temperadas. Circulação geral da atmosfera 90˚N Alta pressão Alta pressão 90˚S Zona de baixa pressão Zona de altas pressões subtropicais Zona intertropical de convergência (baixas pressões) Zona de altas pressões subtropicais Zona de baixa pressão60˚N 30˚N 0˚ 30˚S 60˚S 90˚N Alta pressão 60˚N Baixa pressão 30˚N Trópico (alta pressão) Ventos de oeste C o rr e n te d e sc e n d e n te Alísios Alísios Chuvas 0˚ Equador (baixa pressão ou ciclonal) C o rr e n te d e sc e n d e n te o u s u b si d e n te 30˚S Trópico (alta pressão) 60˚S Baixa pressão 90˚S Alta pressão Ventos polares Ventos do oeste Ventos alisios Módulo Ventos de oeste C o rr e n te a sc e n d e n te Cé lu la te m pe ra da Cé lul a p ola r C é lu la d e H ad le y C é lu la d e H ad le y Cé lu la te m pe ra da Cé lul a p ola r Aula 07 3Geografia 4A A diferença de aquecimento entre as superfícies oceânicas e as continentais determina movimentações de massas atmosféricas, ocasionando o mecanismo das brisas. Podem ser de dois tipos: • Marítimas: pelo fato de as superfícies continentais se aquecerem com maior rapidez do que as superfícies líquidas, ao amanhecer, a parte da atmosfera situada sobre a superfície oceânica se converte em áreas anticiclonais, por apresentar temperaturas inferiores às da superfície continental. Dessa maneira, surgem as brisas marítimas (ou vento maral), que durante o amanhecer sopram do mar para a terra. • Terrestres: considerando o resfriamento mais rápido das superfícies continentais em comparação com as oceânicas, ao anoitecer, a parte da atmosfera situada sobre a superfície continental se converte em áreas anticiclonais, por apresentar temperaturas inferiores às da superfície marítima. Surgem as brisas terrestres (ou vento terral), que sopram da terra para o mar. Periódicos Sopram durante um determinado período num sen- tido e, depois, têm sua direção invertida. São as brisas e as monções. Brisas litorâneas Dia BRISA Noite BRISA As brisas são ventos periódicos relacionados à maritimidade e à continentalidade. Monções São ventos que sopram durante seis meses da Ásia para o oceano e durante seis meses do oceano para a Ásia. O mecanismo das monções As estações do ano são opostas em relação à Linha do Equador, por isso, quando for inverno no hemisfério Norte, será verão no hemisfério Sul. As diferenças térmicas são acentuadas pela continentalidade e maritimidade asiáti- ca, determinando movimentação de massas atmosféricas (ventos) da Ásia para o Índico. Portanto, durante esse período os ventos irão soprar do continente asiático (anti- ciclonal) para o Índico (ciclonal), impedindo a entrada de chuvas. Essa movimentação dura aproximadamente seis meses e se denomina monções de inverno. Ta lit a K at h y B o ra Monções de inverno Após seis meses, com a chegada do verão nohemisfério Norte e do inverno no hemisfério Sul, a circulação das massas atmosféricas será invertida, com os ventos soprando do Índico para a Ásia. Oriundos do Índico, são úmidos, provocam intensa precipitação no sul do continente e ficam impedidos pelo Himalaia de se expandirem para o interior do continente. Essa movimentação dura aproximadamente seis meses e se denomina monções de verão. Ta lit a K at h y B o ra Monções de verão Os ventos das monções são ventos periódicos que atingem o sul e o sudeste asiático. 4 Semiextensivo Locais São ventos que sopram regularmente numa deter- minada região do globo. Os mais importantes são: • mistral – sopra na França; • bora – sopra no litoral norte do Adriático; • siroco – sopra no litoral argelino, na Sicília, sul da península Itálica e sul da península Balcânica; • foehm – sopra nos Alpes; • simum – vento quente que sopra do Saara em direção ao sul da Europa (principalmente na Península Ibérica); • minuano – também denominado pampeiro, sopra na Argentina, Uruguai e extremo-sul do Brasil. Ocor- re depois das frentes frias. Ta lit a K at h y B o ra Ventos locais Principais ventos locais que sopram no continente europeu. Variáveis São aqueles que sopram em latitudes superiores a 30°, em que não há influência das monções e dos alí- sios. As direções desses ventos são bastante variáveis, porque os centros de altas e baixas pressões não são fixos. Ciclones tropicais São centros ciclônicos que apresentam pressão atmosférica muito baixa. Regularmente um ciclone tropical tem entre 150 a 600 quilômetros de diâmetro e ventos que podem atingir mais de 200 km/h. As condições favoráveis para os ciclones tropicais (grande aquecimento) ocorrem nas áreas oceânicas da faixa tropical – em especial no Atlântico Norte. De acordo com a região onde ocorrem, os ciclones tropicais podem receber denominações locais. São chamados furacões (Hurricane), no Atlântico Norte (Caribe); tufões (Typhoon), no oceano Pacífico. Ciclones extratropicais Como os “furacões”, também ocorrem em áreas oceânicas. Formam-se em latitudes médias e altas em sistemas frontais. Portanto, o nascimento de um ciclone extratropical não está diretamente ligado à temperatura da água, e seu núcleo (olho) pode apre- sentar pressões mais altas que a periferia do sistema. Regularmente não causam grandes danos e estão associados a quedas bruscas de temperatura e chuvas. Em alguns casos, provocam vendavais, chuvas fortes e granizo. Furacão Katrina N at io n al O ce an ic a n d A tm o sp h er ic A d m in is tr at io n Tornados Menores que os ciclones tropicais, os tornados (ou Twister) são centros ciclônicos que se formam nas áreas continentais com diâmetro geralmente inferior a 2 km e ventos que podem atingir mais de 400 km/h. Quando atingem, ou esporadicamente ocorrem sobre mares, provocam chuvas fortes e localizadas (trombas d´água). Tornado em Oklahoma, Estados Unidos O A R /E R L/ N ac in al S ev er e St o rn s La b o ra to ry (N SS L) Aula 07 5Geografia 4A Ciclo hidrológico O ciclo hidrológico ou ciclo da água corresponde aos estágios pelos quais a água passa na natureza. São eles: evaporação, condensação e precipitação. A água, em temperaturas superiores a 0°C, evapora. Esse fenômeno ocorre com as águas dos rios (fluviais), dos lagos (lacustres) dos oceanos, etc. Com a evaporação, a água sobe para a troposfera e, à medida que se eleva, a temperatura vai diminuindo até impedir por completo a evaporação, dando origem à condensação. Quando o ar está saturado de vapor, a água forma gotículas que se juntam, formando gotas maiores, e voltam à superfície terrestre: é a precipitação. Lago Oceanos Fluxo subterrâneo Condensação Condensação Precipitação Precipitação Evapoação Evapoação Transpiração Transporte de vapor Terra Fluxo de retorno Rio A n g el a G is el i. 20 05 . D ig it al . Umidade atmosférica É a quantidade de vapor-d’água existente numa determinada porção da atmosfera. A umidade atmosférica depende de vários fatores, tais como: temperatura, superfície, altitude e ventos. • Umidade absoluta: quantidade absoluta de vapor-d’água existente numa certa porção da atmosfera. • Ponto de saturação: quantidade máxima de vapor-d’água que uma determinada porção da atmosfera pode conter. • Umidade relativa: relação entre umidade absoluta e ponto de saturação, expressa em porcentagem. Isoigra: linha que une pontos com a mesma umidade de ar. Condensação Ocorre quando o ponto de saturação é atingido. A condensação pode ocorrer em vários níveis, recebendo os nomes de orvalho, geada, neblina e nuvem. Orvalho Corresponde à condensação efetuada na superfície, ao anoitecer, principalmente quando o vapor-d’água, em contato com superfícies frias, condensa. Também é denominado sereno ou rocio. A le xa n d re D et ze l Orvalho ou sereno sobre a vegetação rasteira. 6 Semiextensivo Geada Na realidade, não corresponde à condensação, uma vez que é o orvalho congelado. Os principais indícios de que possa ocorrer geada são noite fria, ausência de nuvens e vento. A le xa n d re D et ze l Geada. Neblina É o fenômeno de condensação de vapor-d’água próximo da superfície terrestre – corresponde a nuvens muito baixas. Está relacionada a variações térmicas diurnas. Pode ser denominada de nevoeiro ou cerração. P. Im ag en s/ H am ilt o n B et te s Jr . A neblina é comum na região Sul do Brasil. Nuvem É o resultado do vapor-d’água condensado e em suspensão na atmosfera, sendo núcleos de condensa- ção. As nuvens originam-se nas áreas de baixa pressão, onde o ar é ascendente. O ar quente e úmido que sobe encontra nas altas camadas o ar mais frio, o que provoca a condensação do vapor-d’água, originando as nuvens. Tipos de nuvens (Classificação) As nuvens são classificadas de acordo com a sua aparência, estrutura e altura. Quanto à aparência e à estrutura, existem três tipos básicos: as cirrus (cirriformes), de aparência fibrosa; as stratus (estratiformes), em forma de camadas; e as cumulus (cumuliformes), formações empilhadas que lembram grandes flocos de algodão de aspecto maciço. Quanto à altura, as nuvens podem ser baixas, médias e altas. A altura é considerada a partir da base da nuvem e varia de acordo com a latitude. São mais altas nos trópicos (áreas de menor pressão atmosférica e maior temperatura) e mais baixas nos polos (áreas de maior pressão atmosférica e menor temperatura). As nuvens baixas situam-se abaixo dos 2.000 metros de altura; as médias, entre 2.000 e 8.000 metros; e as altas, acima de 8.000 metros. Cirrus Cirrostratus Altocumulus Cirrocumulus Altostratus Stratocumulus Nimbostratus Cumulus Cumulonimbus 7 000 m 2 000 m Tipos de nuvens D iv o. 2 01 3. D ig it al . Os tipos mais destacados, e conhecidos, de nuvens são: • Cirrus: encontradas a grandes altitudes, são forma- das por minúsculos cristais de gelo. Quando se apre- sentam sob a forma de filamentos (ganchos), são popularmente chamadas de “rabo de galo”, “rabo de cavalo”, ou, ainda, “costela de vaca”. Nuvens rabo de galo aparecem na dianteira de uma formação frontal e indicam ventos e chuvas – daí serem chamadas de nuvens de mau tempo. Aula 07 7Geografia 4A A le xa n d re D et ze l Nuvens cirrus – Curitiba (PR). • Cumulus: nuvens maciças, brancas e de grandes dimensões, lembrando flocos de algodão. Podem assumir formar curiosas (como os famosos carneiri- nhos). Aparecem nas áreas de retaguarda das frentes e em áreas anticiclonais, e estão afetas ao tempo estável (sem chuva) – sendo conhecidas por nuvens de tempo bom. Nuvens cumulus e stratocumulus – Curitiba (PR). A le xa n d re D et ze l • Cumulonimbus: enormes nuvens cinzentas relacio- nadas a tempestades, tornados, chuvas torrenciais, granizo e neve. Possuem grande desenvolvimento vertical, podendo evoluir aaté 12 mil metros. Regu- lamente assumem a forma de bigorna ou couve-flor. A le xa n d re D et ze l Nuvem cumulonimbus – Videira (SC). As nuvens cumulus e cumulonimbus podem adotar formas curiosas, como esta, lem- brando um rosto. Nebulosidade: é a quantidade de nuvens existentes num determinado local da atmosfera. Precipitação Corresponde ao retorno (queda) da água à superfície terrestre, que pode ser sob a forma de chuva, granizo ou neve. Chuva É a precipitação de gotas-d’água, oriundas da jun- ção de gotículas que formam as nuvens. Há três tipos fundamentais: Chuva frontal É causada pelo encontro de uma massa fria com ou- tra quente e úmida, típicas das latitudes médias, como as de inverno no Brasil Meridional. As chuvas frontais ocorrem quando uma massa fria encontra-se com outra quente e úmida. A n g el a G is el i. 20 05 . D ig it al . 8 Semiextensivo Chuva de convecção É provocada pela intensa evaporação e pelo consequente resfriamento em virtude da ascensão do ar úmido, fenômeno que ocorre nas zonas equatoriais e no verão do Centro-Sul brasileiro. As chuvas convectivas são provocadas pela ocorrên- cia de subníveis de subidas de ar quente e pelo res- friamento das camadas superiores da atmosfera. A n g el a G is el i. 20 05 . D ig it al . Chuva orogênica, orográfica ou de relevo Ocorre quando os ventos úmidos se elevam e se res- friam pelo encontro de uma barreira montanhosa, como é normal nas encostas voltadas para o mar. No Brasil, é comum nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Sota vento (sem chuva) Mar Vento Barlavento (com chuva) As chuvas orográficas ocorrem quando as massas de ar quente e úmido se elevam e se resfriam nas encos- tas das montanhas. A n g el a G is el i. 20 05 . D ig it al . Granizo A precipitação de gelo (chuva de pedra) acontece principalmente no verão, associada a tempestades e nu- vens do tipo cumulonimbos. O movimento convectivo transforma gotas de água em pedras de gelo, ou ainda, em granizo, por se formar por sublimação. Granizo © Sh u tt er st o ck /S u za n n e Tu ck er Neve Quando o vapor de água fica exposto a baixíssimas temperaturas, ocorre a cristalização. Isso pode acontecer dentro ou abaixo das nuvens, dando origem a cristais de estrutura hexagonal e “flocos” com as mais variadas formas. © Sh u tt er st o ck /Y o ry S tr o yk in Acúmulo de neve em Khabarovsk, Rússia. Dezembro 2015. Índice pluviométrico É o somatório das chuvas num determinado local du- rante um período estabelecido, medido em milímetros. Regime pluviométrico Distribuição das chuvas durante os 12 meses do ano. Isoieta: linha que une pontos de igual índice pluviométrico num mapa. Massas de ar e frentes As massas de ar correspondem a porções da atmos- fera, com características próprias de umidade, tempe- ratura e pressão. As massas atmosféricas deslocam-se, transportando suas características oriundas das regiões onde se formaram. A formação das massas ocorre em grandes áreas da Terra com características semelhantes de temperatura, umidade e relevo, que permitam esta- bilidade atmosférica e a formação de bolsões de ar com características assemelhadas. Também as áreas de origem das massas de ar são, em geral, anticilonais (de alta pres- são e dispersoras do ar atmosférico). Aula 07 9Geografia 4A PRINCIPAIS MASSAS DE AR MASSAS ORIGEM PROPRIEDADES ORIGINAIS FRIAS (POLARES) • polar marítima Oceanos com latitudes além de 50°. Fria, úmida e instável. • polar continental Continentes em torno dos círculos polares. Fria, seca e muito estável. QUENTES (TROPICAIS e EQUATORIAIS) • tropical oceânica Oceanos tropicais e subtropicais. Quente, úmida e instável. • equatorial oceânica • tropical continental Desertos de baixa/média latitudes (como Saara e Australiano). Quente, seca e estável. • equatorial continental Zona equatorial da América do Sul (floresta amazônica). Quente, úmida e estável. Ao se deslocarem, as massas de ar vão perdendo as características originais, em função do contato com áreas que apresentam diferentes temperaturas, umidade, latitude, altitude, e também pela formação das frentes. As frentes correspondem ao choque de massas de ar com características diferentes que produzem mudanças no tempo meteorológico. Sendo os encontros das massas polares com as tropicais os produtores das frentes mais fortes e frequentes, há concentração das frentes entre as latitudes 30° e 60°. Existem dois tipos de frentes: quentes e frias. Nas fren- tes quentes, o ar mais aquecido e úmido avança sobre o ar mais frio, produzindo nevoeiros, chuvas regularmente contínuas e fracas. As frentes frias acontecem com o avanço forte do ar frio (de alta pressão) em direção ao ar quente. O ar frio cria uma cunha, erguendo o ar quente. As frentes frias geram ventos com fortes rajadas, tempes- tades e redução da temperatura. Na meteorologia, considera-se frontogênese o nasci- mento e o vigor de uma frente que, estabelecida, pode durar de quatro até sete dias. O fim ou dissipação de uma frente é a frontólise. (mTa) Massa Tropical Atlântica (mPa) Massa Polar Atlântica Frente Fria Fonte: <http://bjd.com.br/site/noticia.php?id_editoria=8&id_ noticia=1147>. Acesso; 10.12.2015 (com adaptações). Frente fria originada pelo choque das massas polar atlântica (mPa) e tropical atlântica (mTa), com frontogênese atu- ando no Centro-Sul do Brasil. Testes Assimilação 07.01. (MACK – SP) – Os deslocamen- tos das massas de ar: a) são sempre das áreas de alta pres- são para as áreas de baixas pressões. b) independem das condições de pressão atmosférica. c) dependem das condições de umi- dade atmosférica. d) são sempre de uma área seca para uma área úmida. e) são sempre entre áreas de mesma temperatura. 07.02. (UPF – RS) – Associe as figuras I, II e III às características das chuvas. (Fonte: SENE; MOREIRA. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2010, p. 125) 10 Semiextensivo ( ) A evaporação e a ascensão de ar úmido e o resfriamen- to adiabático desse ar provocam esse tipo de chuva comum no verão. ( ) Resultam do encontro de duas massas de ar, com características diferentes, uma fria e a outra quente. ( ) Quando nuvens encontram obstáculos como serras ou montanhas, ocasionando o seu resfriamento e provocando condensação e precipitação. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) I, II, III. d) I, III, II. b) III, I, II. e) II, III, I. c) III, II, I. 07.03. (IFPE) – Observe o fenômeno atmosférico destacado na imagem abaixo. Disponível em:<http://www.climatempo.com.br/ destaques/3287/chuva-forte-no-ceara/ (com adaptações)>. Acesso em: 11 maio 2014. Esse fenômeno é intitulado como: a) Frente Polar Atlântica. b) Massa Equatorial Continental. c) Zona de Convergência Intertropical. d) Ciclone Tropical. e) Ondas de leste. 07.04. (UFPR) – A água na natureza se apresenta sob diversas formas e está em constante movimentação, com mudanças de estado. Considerando o tema, numere a coluna B de acordo com sua correspondência com a coluna A. - A - (1) Circulação da água entre a atmosfera e a litosfera com mudanças de estado. (2) Perdas de água dos vegetais sob a forma de vapor. (3) Encontra-se sob a forma de vapor-d’água, de gelo nos polos e nas geleiras e sob a forma líquida nos rios, lagos e nos interstícios das rochas. (4) Partículas de água que caem sob a forma sólida. - B - ( ) neve, granizo ( ) água doce ( ) evapotranspiração ( ) ciclo hidrológico Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta da coluna B, de cima para baixo. a) 2, 4, 3, 1 d) 3, 4, 2, 1 b) 1, 2, 3, 4 e) 3, 4, 1, 2 c) 4, 3, 2, 1 07.05. (UFAC) – Observe a imagem abaixo: 1. Isóbaras: são linhas que, num mapa, unem pontos de igual pressão atmosférica. 2. Milibares (mb): unidade de medida da pressão at- mosférica. ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil:Contradições, impasses e desafios sócioespaciais. São Paulo: Moderna, 1998, p.332. (adaptado). Com auxílio da figura, pode-se concluir que: a) áreas frias (ou de alta pressão), como as polares e as subtropicais, são dispersoras de massas de ar e ventos e recebem o nome de áreas ciclonais. b) as áreas quentes ou de baixa pressão atmosférica, como as equatoriais, são receptoras de massas de ar e ventos que recebem o nome de áreas ciclonais. c) o ar aquecido das zonas de baixas latitudes próximas ao Equador se expande, torna-se leve e sobe (ascende), criando uma área de alta pressão ou ciclonal. d) os movimentos do ar (massas de ar e ventos) resultam da distribuição homogênea de energia solar nas zonas de baixas, médias e altas latitudes. e) a diferença de temperatura do ar atmosférico exerce uma função muito importante na formação de áreas de baixa e alta pressão atmosférica, porém não interfere no movimento das massas de ar e dos ventos. Aperfeiçoamento 07.06. (UFPR) – Sobre a representação de uma nuvem na ilustração abaixo, é correto afirmar: Ar seco Ar quente e úmido Serra Mar Aula 07 11Geografia 4A a) A serra é o principal fator do efeito estufa, por reter nuvens e provocar chuvas. b) O ar aquecido e úmido não transpõe a serra, por ser retido pelas nuvens e produzir chuva. c) O relevo é fator determinante nas precipitações locais. d) As cabeceiras dos rios são fatores determinantes na precipitação. e) O ar seco da camada superior da atmosfera retém as nuvens na serra e provoca chuva. 07.07. (UDESC) – Analise as proposições e assinale (V) para verdadeira ou (F) para falsa. ( ) O orvalho e a geada são fenômenos originados a par- tir da umidade existente no ar atmosférico. Contudo, eles são diferentes da neve e da chuva porque não se precipitam; formam-se na superfície de plantas, solos e automóveis. ( ) As nuvens formam-se quando o ar atinge o ponto de saturação, ou seja, quando o ar está saturado de vapor de água. ( ) O granizo se origina nas partes mais baixas das nuvens do tipo estratos e cai logo que forma grandes placas, que vão se quebrando à medida que elas entram em contato com o ar mais quente. ( ) A neve ocorre quando a temperatura nas nuvens per- manece abaixo de 0°C e faz o vapor de água condensar e transformar-se em cristais de gelo. À medida que os cristais de gelo caem, eles se juntam e formam os flo- cos de neve. ( ) As nuvens do tipo cúmulos apresentam formas que lembram grandes flocos de algodão; as nuvens do tipo cirros são formadas por cristais de gelo e possuem apa- rência fibrosa, por isso são conhecidas como “rabo de cavalo” ou “rabo de galo”. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) F – V – F – V – V b) V – V – F – V – V c) V – F – V – V – F d) F – V – V – F – F e) F – F – V – F – F 07.08. (IFSC) – Na formação da nuvem, pequeninas gotas e diminutos cristais de gelo rapidamente con- densam-se e sublimam-se ao redor dos núcleos de condensação e sublimação, crescendo molécula por molécula, sem atingir o tamanho adequado para se pre- cipitar. Contudo, algumas das gotas e cristais crescem o suficiente para começar uma queda apreciável. Em sua queda, vão agregando as moléculas que encontram no caminho, o que permite que elas rapidamente cresçam para gotas maiores, conseguindo atingir a superfície na forma de chuva. MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina deTextos, 2007. Adaptado. As chuvas são classificadas conforme sua gênese. Dessa forma, podemos encontrar diferentes tipos de chuvas. Sobre esses tipos, é correto afirmar: a) As chuvas convectivas resultam de um acentuado aquecimento do ar ao longo do dia, que desencadeia movimentos ascensionais, os quais elevam o ar úmido, provocando a formação de nuvens e precipitação, ge- ralmente no final da tarde. b) As chuvas orográficas estão associadas ao encontro de massas de ar que formam uma frente que permanecerá no local, dependendo da quantidade de umidade e da diferença de temperatura entre as massas de ar, como também da velocidade de deslocamento da frente. c) As chuvas frontais acontecem em locais onde o relevo funciona como uma barreira à circulação livre do ar, impulsionando-o a ascender próximo às encostas. A ascensão do ar úmido e quente provoca um rápido resfriamento dele mesmo, produzindo chuvas. d) As chuvas de relevo resultam de um acentuado aquecimento do ar úmido que, ao se expandir, sobe a altitudes superiores, onde se resfria e retorna à super- fície, formando nuvens que se precipitam na forma de aguaceiros. e) As chuvas de origem térmica são mais comuns nas regiões de altas latitudes da Terra, pois são áreas de convergência dos sistemas subpolares, aumentando a pluviosidade de forma acentuada como resultado das altas pressões que caracterizam essas regiões. 07.09. (UPE – PE) – A figura a seguir mostra, esquematica- mente, a gênese de um fenômeno geográfico, que se verifica entre o oceano Índico e o continente asiático. Observe-a. 12 Semiextensivo Sobre esse fenômeno, é correto afirmar que: a) na situação A, existe sobre a Ásia um centro de baixas pressões atmosféricas, de onde partem massas de ar em direção ao Índico. b) na situação B, que corresponde ao inverno no hemisfério Norte, a Zona de Convergência Intertropical é empurrada para as áreas setentrionais, provocando seca na Índia, no Paquistão e no Sri Lanka. c) a mudança radical da direção dos ventos, observada em A e B, é determinada por um fenômeno de aquecimento global de causa antrópica, que repercute nos fluxos de ar locais representados pelas setas. d) as diferenças térmica e barométrica, verificadas na tro- posfera, sazonalmente, justificam esses fluxos regionais de ar indicados pelas setas. e) a situação B corresponde à estação de verão no hemisfério Sul, quando se forma sobre a Ásia um extenso anticiclone que atrai os ventos úmidos meridionais. 07.10. (UPE – PE) – “Em alguns momentos de nossas vidas, é possível que já tenhamos sido colhidos por um vento forte o suficiente que nos teria derrubado, caso não tivéssemos inclinado o corpo para frente ou nos agarrado em algo firme, para resistir à sua força. Londres, que raramente tem ventos fortes, experimen- tou um vendaval em 25 de janeiro de 1990. Ventos soprando a mais de 175km/h arrancaram os telhados das edificações, derrubaram carretas e tornaram virtu- almente impossível caminhar nas ruas. Certas regiões do mundo são acometidas por furacões, que trazem chuvas torrenciais e ventos muito fortes, removem o solo e provocam ondas nos oceanos, capazes de erodir e transportar enormes toneladas de sedimento das praias e das águas rasas. Muitos ventos são fortes, o suficiente para soprar grãos de areia no ar, criando tempestades de areia.” (PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006) Sobre os assuntos abordados no texto, é correto afirmar que: 1. a velocidade que um vento assume é inversamente proporcional ao gradiente barométrico entre duas de- terminadas localidades. 2. os furacões tropicais, sobretudo os que atingem a Ingla- terra e a América Central, são frequentes sobre oceanos que apresentam anomalias térmicas negativas, daí serem intensos no oceano Atlântico norte. 3. os ventos, como agente modelador de paisagens geomorfológicas, exercem um papel destacado nos ambientes em que se observa um déficit hídrico. 4. os ventos alísios que, com a direção Sudeste, agem na costa oriental do Nordeste brasileiro, originam-se no centro de altas pressões do Atlântico Sul. 5. as brisas que se verificam nas áreas costeiras se formam a partir do desequilíbrio barométrico, verificado entre o ar que se situa sobre oceanos e áreas continentais adjacentes. Somente está correto que se afirma em: a) 1 c) 3, 4 e 5. e) 1, 2, 3 e 4. b) 5. d) 2 e 3. 07.11. (ACAFE – SC) – Complete o quadro abaixo,escre- vendo as palavras ALTA ou BAIXA em cada uma das linhas que estão dentro dos retângulos. Faça, depois, uma seta, indicando a direção das brisas durante o dia. TERRA DIREÇÃO DO VENTO MAR DIA Temperatura ...................... Temperatura ...................... Pressão Atmosférica ..................... Pressão Atmosférica ..................... A alternativa verdadeira, contendo a sequência completa no quadro cima, é: a) Baixa Alta Baixa Alta =====>> b) Alta Baixa Baixa Alta =====>> c) Alta Baixa Alta Baixa <<===== d) Baixa Alta Alta Baixa =====>> e) Alta Baixa Baixa Alta <<===== Aprofundamento 07.12. (IFMG) – Os furacões têm uma rota preferencial quando chegam ao Caribe, porque: a) os ventos alísios de NE e SE, em choque frontal sobre o território dos EUA, geram redemoinhos que, sob a ação das baixas pressões da frente intertropical, varrem o sul do país. b) o encontro das correntes marítimas frias na costa dos EUA provoca a formação de massas de ar rotativas ascendentes que, ao se juntar às de jet stream, aceleram-se, formando os furacões. Aula 07 13Geografia 4A c) a oscilação diária da temperatura próxima ao período do equinócio forma correntes de ar ascendentes e des- cendentes na área do trópico que, ao se encontrarem, provocam ventos fortes. d) os sistemas de baixa pressão, gerados pela corrente do Golfo do México e o efeito da continentalidade, somados à disposição do relevo, facilitam a penetração dos furacões pelo vale do Mississipi. e) as correntes marinhas frias que circulam ao sul dos EUA geram, na atmosfera, um sistema de alta pressão que empurra os furacões para o interior do continente, no período de agosto a novembro. 07.13. (UEM – PR) – “Um tornado passou por Xanxerê, no oeste de Santa Catarina, levando destruição e duas mortes, 191 mil unidades consumidoras ficaram sem luz, quase 47% da região.” (http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/04/20). Assinale o que for correto sobre tornados e outros fenômenos meteorológicos. 01) Os tornados são fenômenos meteorológicos medidos pela intensidade dos estragos que causam e não pelo tamanho físico. 02) Nos ciclones, os ventos giram no mesmo sentido, horário no hemisfério Sul, e anti-horário no hemisfério Norte. 04) Os tornados se formam nos oceanos e depois migram para os continentes com o aumento da velocidade. 08) O poder de destruição de um tornado é medido utili- zando-se a Escala Richter. 16) Os furacões são formados por movimentos circulares de ventos calmos e baixa pressão e cercados por uma região com ventos altos e fortes pancadas de chuva. 07.14. (FUVEST – SP) – Refletindo sobre o desenho a seguir, em uma área tropical, podemos inferir que a) em matas e bosques, a grande oscilação diuturna da temperatura mantém as nuvens baixas, fazendo com que chova mais. b) em áreas com escassa cobertura vegetal, o ar frio e seco empurra as nuvens para cima, fazendo com que chova menos. c) o ar mais úmido e quente sobre as matas e bosques ocasiona maior regularidade pluviométrica. d) as pequenas amplitudes térmicas sobre as plantações produzem uma camada estacionária de ar úmido, im- pedindo a presença de nuvens baixas. e) em áreas com abundante cobertura vegetal, o ar mais frio e rarefeito facilita a descida das nuvens mais pesadas. 07.15. (UEPG – PR) – Sobre ventos e fatores a eles relacio- nados, assinale o que for correto. 01) As zonas anticiclonais são regiões de saídas ou disper- soras de ventos, enquanto que as zonas ciclonais são as de convergência de ventos. 02) Os ventos alísios de nordeste e de sudeste convergem em direção ao equador térmico da Terra. 04) No hemisfério Norte, os ventos divergem de uma zona anticiclonal no sentido horário, enquanto que no hemis- fério Sul essa divergência se faz no sentido anti-horário. 08) Tornados e furacões são tempestades ciclônicas com ventos bastante fortes. Nas estações meteorológicas, a velocidade dos ventos pode ser medida por aparelhos denominados de anemômetros. 16) Os ventos sempre sopram de uma região de pressão atmosférica mais baixa para uma região de pressão atmosférica mais alta. 07.16. (UFSC) – A partir da análise das ilustrações abaixo, é correto afirmar: 01) O quadro II representa as denominadas chuvas frontais, resultantes do encontro de massas de ar com caracte- rísticas diferentes, frequentes no Sul do Brasil. 02) A figura III indica chuvas de relevo ou orográficas, res- ponsáveis pela elevada pluviosidade de áreas próxi- mas ao litoral brasileiro, como é o caso das encostas da serra do Mar e do planalto de Borborema. 04) As chuvas convectivas, representadas no quadro I, ocorrem quando uma massa de ar frio se eleva, alcan- çando camadas de ar mais quentes, provocando a con- densação e a posterior precipitação. 08) As chuvas orográficas, aqui representadas pelo quadro III, resultam do deslocamento horizontal do ar que, ao entrar em contato com regiões elevadas, sobe, conden- sa-se e se precipita sob a forma de chuva. 16) As áreas de baixa pressão atmosférica e de intensa eva- poração, devido às altas temperaturas, apresentam chu- vas convectivas abundantes, representadas pela figura I. 14 Semiextensivo 07.17. (FCM – MG) – Observe o desenho a seguir. Considerando a observação do desenho e seus conheci- mentos, é INCORRETO afirmar: a) O recuo do ar frio ocasiona o aquecimento gradativo da atmosfera ao nível da superfície. b) A massa de ar fria polar com forte pressão atmosférica avança e desloca a massa de ar tropical. c) O contato que ocorre na frente provoca o deslocamento do ar quente para cima, formando correntes ascendentes. d) A passagem ou estacionamento das frentes frias em parte da faixa litorânea do Brasil é causa de grandes precipitações. e) A umidade na massa quente condensa-se por resfria- mento, ao se formarem correntes ascendentes, gerando chuvas. 07.18. (UESC – BA) – Sobre a dinâmica da atmosfera, nuvens e tipos de precipitação, pode-se afirmar: 01) A chuva tem várias origens, todavia a mais comum, no Brasil, é a orográfica. 02) As nuvens cirros apresentam-se em forma de flocos de algodão, são brancas, verticalmente alongadas e muito baixas. 03) A troposfera é a camada da atmosfera que concentra menos gases, é uniforme e estende-se até 40km de al- titude. 04) O orvalho forma-se pela condensação do vapor de água existente sobre a superfície do solo, mas, quando ele congela, dá origem à geada. 05) A neve é um tipo de precipitação que ocorre quando a temperatura das nuvens está abaixo de 15°C e sua incidência está restrita a regiões de altas latitudes. Discursivos 07.19. (FUVEST – SP) – Os ciclones tropicais formam-se sobre os oceanos, em região onde a água é quente e o vapor-d’água, abundante. Eles nem sempre evoluem para um furacão, mas suas trajetórias no Atlântico Norte favorecem essa evolução. a) Caracterize os furacões quanto às latitudes e às pressões atmosféricas das áreas em que se originam. Aula 07 15Geografia 4A b) Identifique as regiões onde os furacões ficam enfraquecidos em suas trajetórias. c) Caracterize os impactos sociais e infraestruturais dos furacões sobre países insulares na área representada. Cite, ao menos, um desses países como exemplo. 07.20. (UFJF – MG) - Leia o gráfico abaixo. DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL DA PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL 90 80 70 100 60 Latitude (em graus) 50 40 30 20 10 0 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 908070605040302010 1 polegada = 25.4 mm P re ci p it a çã o e m p o le g a d a s Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Regiões polares Regiões polares Equador Fonte: Disponível em: <http://migre.me/lpbbi>. Acesso em: 25 ago. 2014. a) Por que a zona intertropical possui os maiores totais de precipitação média anual? b) Cite 2 tipos de precipitação. 16 Semiextensivo Gabarito 07.01. a 07.02. b 07.03. c 07.04. c 07.05. b 07.06. c 07.07. b 07.08. a 07.09. d 07.10. c 07.11. e 07.12.d 07.13. 19 (01, 02, 16) 07.14. c 07.15. 15 (01, 02, 04, 08) 07.16. 27 (01, 02, 08, 16) 07.17. a 07.18. 04 07.19. a) Os furacões se originam em áreas de baixas latitudes (tropicais) do Atlân- tico Norte. As pressões atmosféricas são baixas, caracterizando zonas ci- clonais. b) Os furacões enfraquecem com a pro- ximidade das áreas continentais de médias latitudes (zona temperada). c) Os impactos sociais e infraestrutu- rais causados pelos furacões são, por exemplo: óbitos, destruição de casas, indústrias e plantações, danos nas redes de transporte e energia. Haiti e Cuba são países insulares (compos- tos por ilhas) que ficam na rota dos furacões. 07.20. a) São elementos que justificam os maio- res totais de precipitação na zona tropical: a atuação de massas de ar e frentes úmidas, mecanismos tropicais de circulação oceano/atmosfera (El Niño); a maior frequência de convec- ção térmica na atmosfera por causa da maior disponibilidade de energia solar; deslocamento da zona de convergên- cia intertropical e a circulação geral da atmosfera, associada à atuação das massas de ar, frentes frias e quentes que trazem umidade e influenciam no regime de precipitações. b) Os tipos de precipitação são: chuvas convectivas, chuvas orográficas e chuvas frontais. 17Geografia 4A Recursos hídricos Geografia 4AAula 08 Águas continentais As águas continentais são aquelas situadas na superfície e no subsolo dos continentes. Através do ciclo da água – o ciclo hidrológico –, toda água do Planeta é “naturalmente reciclada”. Portanto, é errada a informação de que no futuro a água acabará. Ocorre limitação, seja pela quantidade ou qualidade, de acesso às reservas com águas doces boas para o abastecimento da agropecuária, indústrias e cidades. Como pode ser observado no gráfico, somente uma pequena parcela da água do Planeta é doce, estando uma par- cela menor ainda disponível nos mananciais (rios, lagos...) na forma de água potável (passível de uso com tratamento simples). TOTAL DE ÁGUAS Doces 2,5% ÁGUAS DOCES Subterrâneas 29,9% Rios, lagos, umidade do solo, atmosfera 1,2% Salgadas 97,5% Geleiras 68,9% Distribuição das águas mundiais Elaborado pelo autor. Fonte: TEIXEIRA. Wilson e outros (org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003. Crise hídrica Apenas 2,5% de todas águas do planeta são doces, sendo a distribuição irregular. A maior parcela das águas doces está nas geleiras – nos polos e altas montanhas – (68,9%) e nos lençóis e aquíferos – águas subterrâneas – (29,9%). Somente 1,2% das águas doces são de mais fácil acesso, nos rios, lagos, umidade do solo e das chuvas, e também apresentam áreas de maior e menor concentração. Então, além de a menor parcela das águas do Planeta ser doce e estar irregularmente distribuída, a crise envolvendo o abastecimento de água doce vem do aumento da demanda (do consumo) em razão do crescimento demográfico e das produções, situação agravada pela poluição e desperdício. Também, os represamentos, os desmatamentos, as impermeabilizações dos solos urbanos e as mudanças climáticas interferem no ciclo das águas, consequentemente na infiltração e no escoamento superficial. “O maior problema do homem é a água. E o maior problema da água é o homem.” BARBOSA. Vanessa. A última gota. São Paulo: Planeta, 2014. A solução ou amenização da crise da água passa pelo uso racional, preservação das matas (principalmente das ciliares), reuso e controle da poluição; em alguns casos, passa pela dessalinização das águas dos mares e oceanos, mas essa é uma alternativa ainda cara. 18 Semiextensivo Previsão de disponibilidade de água por pessoa em 2025 Fonte: United Nations Environment Programme Disponível em: https://freshwaterwatch.thewaterhub.org/pt-br/content/water-limited-resource. Acesso: 11.12.2015 Ta lit a K at h y B o ra Muitas ações dos governos e da população civil alertam para a necessidade do bom uso das águas. No plano global, as Nações Unidas (ONU) promoveram em 1977 a Conferência para a Água, e desde então muitas ações foram realizadas, sendo as águas um tema central na busca pelo desenvolvimento sustentável. Em 2003, declarado pela ONU como o Ano Internacional da Água Potável, foi criado o ONU Água, um amplo conjunto de ações relacionado à conservação dos recursos hídricos. No Brasil, cabe ressaltar as ações da Agência Nacional de Águas (ANA), criada em 2000, para elaborar, implementar e fiscalizar medidas de gestão e conservação das águas continentais. Lei das águas No Brasil, a primeira regulamentação sobre as águas é de 1934 – o Código de Águas (Decreto 24.643 de 10.07.1934), constando que “a ninguém é lícito conspurcar ou contaminar as águas que não consome, com prejuízo de terceiros…”. A Lei das Águas de 1997 (Lei 9.433 de 08.01.1987) estabeleceu a Política Nacional dos Recursos Hídricos, e no artigo 1o. determina que: A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos: I. a água é um bem de domínio público; II. a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III. em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV. a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; V. a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI. a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Águas continentais do Brasil O Brasil é um país rico em águas continentais. O País detém 12% de todas as águas doces do Planeta, concentradas em grandes bacias hidrográficas, principalmente na Amazônica e Platina, e em aquíferos, onde se destacam o Guarani e o Alter do Chão. Aula 08 19Geografia 4A Porém a abundância de águas não livra o Brasil de problemas relacionados aos recursos hídricos. Existem áreas semiáridas, como no Sertão Nordestino, e várias agressões comprometendo a oferta de água, com destaque para os desmatamentos, construção de bar- ragens, poluição, urbanização e desperdício. O Centro- -Sul, merecendo mais atenção São Paulo, sofre com estiagens que prejudicam o abastecimento de água, dificultando a obtenção de energia nas hidrelétricas, o funcionamento de hidrovias, setores produtivos e a população em geral, com racionamentos e até inter- rupção no fornecimento. Demandas pelas águas Separando as demandas hídricas (os usos) por seto- res, segundo a ONU, verifica-se que: 70% das águas são usadas na agropecuária, principalmente em irrigação; 22% pelas indústrias; e 8% nos domicílios. A quantidade de águas exploradas por uma popula- ção em seus múltiplos usos constitui a pegada hídrica. Parte das águas da pegada hídrica não é visualizada e nem incluída no custo dos produtos. Essa água “invisível” é a água virtual. ÁGUA VIRTUAL DE ALGUNS PRODUTOS 1 litro de leite 1.020 litros 1 kg de farinha 1.820 litros 1 calça jeans 10.000 litros 1 kg de carne bovina 15.000 litros Fonte: AGUIAR. Laura e outros. Como cuidar da nossa água. São Paulo: Bei, 2014. Pelo comércio internacional, parte das águas abun- dantes numa região são levadas para locais de escassez. É o que acontece, por exemplo, quando produtos brasileiros são exportados para o Oriente Médio. Em parte, isso é bom, porque ocorre uma redistribuição das águas via água virtual. Porém, como não são as águas consideradas matéria-prima, os locais de origem não recebem pagamento pelos recursos hídricos exporta- dos, tendo ainda muitas vezes os mananciais compro- metidos pelas atividades produtivas. O Brasil, segundo a ONU, exporta 112 trilhões de litros de água por ano como água virtual. Divisão das águas continentais As águas continentais são divididas entre superfi- ciais e subterrâneas.Lagos, rios, geleiras e a umidade dos solos correspondem às águas superficiais. Lençóis freáticos e aquíferos são águas subterrâneas. Geleiras As geleiras ou glaciares são a maior reserva de águas doces. Estão concentradas nas regiões polares ártica e antártica, onde existem camadas de gelo com mais de 3.000 metros de espessura. Outras geleiras importantes estão nas grandes montanhas, como nos Andes (Améri- ca do Sul), nos Alpes (Europa) e no Himalaia (Ásia). Com o aquecimento global, as geleiras estão ameaça- das. O derretimento tem comprometido principalmente o gelo no Ártico. Com o derretimento, as águas doces são levadas para os mares e oceanos, o que compromete ainda mais a oferta de água para o consumo humano e aumenta o nível dos oceanos. Lençóis freáticos e aquíferos As águas superficiais podem infiltrar nas camadas do solo e nas rochas mais profundas, formando lençóis e aquíferos. Zona não saturada ou vadosa Nível de água ou lençol freático Zona saturada ou freática Água Poros Distribuição da água no subsolo D iv o. 2 01 5. D ig it al . Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 192. Os lençóis freáticos correspondem às águas infil- tradas nas camadas mais superficiais, sendo facilmente saturados nos períodos de degelo e de chuvas abundan- tes. Também a circulação das águas nos lençóis é mais rápida. Os lençóis abastecem poços e nascentes. 20 Semiextensivo Grandes aquíferos do Brasil Os aquíferos são depósitos maiores e mais profundos. Decorrem da percolação, ou seja, infiltração e deposição das águas numa área profunda. Apresentam também lenta circulação. Podem contribuir para nascentes de rios e formação de lagos/lagoas. Sua utilização nas atividades econômicas deve ser cuidadosa para não exceder, com a retirada de águas, a taxa de abastecimento do aquífero – secando-o. Também é necessário cuidar para não contaminar as águas e comprometer a estabilidade dos terrenos. O Brasil dispõe de muitas águas subterrâneas, destacando-se os aquíferos Guarani e Alter do Chão. O Guarani está no Centro-Sul do Brasil, estendendo-se pela Argentina, Paraguai e Uruguai. No Brasil estão 80% do aquífero Guarani, que possui 37 mil km3 de água em uma área de 1.087.000 km2. A formação do Guarani deve-se à existência de rochas sedimentares, do tipo arenito, na região. O Alter do Chão ou SAGA (Sistema Aquífero Grande Amazônia) ocupa 438.000 km2 na Amazônia, atingindo os territórios do Pará, Amapá e Ama- zonas. As águas presentes em rochas sedimentares variadas possuem até 545 metros de espessura, tendo um volume estimado em mais de 162 mil km3. O Alter do Chão é o maior aquífero do globo. Quando porções do lençol freático atingem a superfície, há a presença de fontes ou olhos-d’água, que podem ser denominados de ressurgência. Muitas vezes, as águas do lençol freático podem ser aquecidas por rochas vulcânicas e, ao chegar à superfície, formam as fontes termais. Os gêiseres são fontes termais que irrompem periodicamente, devido ao aumento da pressão da água no subsolo provocado por rochas vulcânicas com temperatu- ras elevadas. As águas aquecidas ultrapassam o ponto de ebulição e são expelidas para a superfície. A periodicidade relaciona-se com o tempo necessário para que as águas sejam aquecidas. Corte esquemático de um gêiser A n g el a G is el i. 20 05 . D ig it al . Gêiser situado no Parque das Águas em Caxambu (MG). Na foto I, o gêiser está em repouso. Na foto II, o gêiser irrompe durante aproximadamente 7 minutos e retorna ao repouso por aproximada- mente 5 horas. P. Im ag en s/ H am ilt o n B et te s Jr . © W ik im ed ia C o m m o n s/ Fl av ia C . A cidade de Poços de Caldas (MG) está situada na cratera de um antigo vulcão. Em consequência disso, apresenta várias fontes termais. Ta lit a K at h y B o ra Aula 08 21Geografia 4A • Recursos hídricos: águas continentais, superficiais e subterrâneas, disponíveis para múltiplos usos. • Usos múltiplos: são as diversas serventias das águas, como irrigação, abastecimento urbano, hidrelétricas e lazer. • Água doce: são as reservas de água com salinidade próxima a zero – água dulcícola – existente nos con- tinentes. • Água potável: são as águas que podem ser aprovei- tadas no consumo de animais e plantas, sem o com- prometimento da saúde (do latim potare = beber). • Água servida ou residual: correspondem aos es- gotos, águas rejeitadas e poluídas após a utilização. Também chamada de efluente. • Água bruta: sem tratamento, in natura, podendo ser potável ou não. • Água fóssil: são porções de águas que não partici- pam do ciclo hidrológico por estarem confinadas em aquíferos muito profundos ou na base de geleiras es- pessas; também chamada paleoágua. • Águas transfronteiriças: são rios, aquíferos, lagos e geleiras que extrapolam os limites territoriais de um país. O aquífero Guarani está representado em 4 países (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) – é uma reserva d´água transfronteiriça. • Dessedentar: dar de beber, matar a sede de animais. • Volume morto: parte das águas de uma represa, lago ou açude abaixo do ponto estabelecido para a capta- ção de água para o uso humano. Regularmente guar- da sedimentos que prejudicam o tratamento da água. • Manancial: são as áreas com reservas de água potá- vel (rios, lagos, aquíferos...). • Permafrost (ou pergelissolo): solos e rochas perma- nentemente congelados. Ocorrem nas regiões de al- tas latitudes e montanhosas. • Dessalinização: processo que retira o sal das águas marítimas e oceânicas até o nível aceitável para o con- sumo humano e do setor produtivo. Embora praticado em algumas regiões, como no Oriente Médio, é pouco viável por ser caro e lento. • Albufeira: lago artificial formado por uma barragem. • Reuso: aproveitamento de águas residuais ou da chuva em ações que dispensem água potável, como descargas de banheiro ou lavação de pátios. O reuso para consumo humano exige tratamento adequado. • Mata ciliar: vegetações que acompanham os cursos dos rios ou envolvem nascentes. São importantes para a manutenção das margens, evitando a erosão e o as- soreamento dos rios. Também podem ser chamadas de matas de várzea ou de galerias. São consideradas pelo Código Florestal Brasileiro como áreas de preservação permanente (APP). Conceitos importantes Testes Assimilação 08.01. (UFRGS) – As figuras abaixo representam as alterações nos volumes de balanço hídrico entre um cenário sem urba- nização e um urbanizado no Brasil. CENÁRIO SEM URBANIZAÇÃO CENÁRIO URBANIZADO Adaptado de: TUCCI, C .E. M. Inundações urbanas. Porto Alegre: ABRH/RHAMA, 2007. p. 96. Considere as seguintes afirmações sobre os efeitos da urbanização na dinâmica do balanço hídrico. I. A infiltração no solo é reduzida, mantendo estável o nível do lençol freático. II. O volume de escoamento superficial aumenta devido à retirada da superfície permeável e da cobertura vegetal. III. As perdas por evapotranspiração são mais intensas no cenário urbanizado. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 22 Semiextensivo 08.02. (UFSCAR – SP) – 70% da superfície da Terra é coberta por água, o que nos dá a falsa impressão de que esse é um bem inesgotável. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, até 2050, 45% da população humana não terá acesso à água potável, o que pode vir a gerar conflitos entre as nações. Essa contradição entre a abundância de água no planeta e a disponibilidade para o consumo humano deve-se, principalmente, ao fato de a maior parte da água do planeta: a) ser salgada. b) ser subterrânea. c) encontrar-se presa nas geleiras. d) estar contaminada por matéria orgânica. e) estar na forma de vapor d’água nas nuvens. 08.03. (UNIFENAS – MG) – Observe a imagem e o fragmen- to de texto aseguir: Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas noticias/2015/03/21/ maior-aquifero-do-mundo-fica-no-brasil-e-abasteceria-o-planeta-por-250-anos. htm. Acesso em 22.mar/2015. Com adaptação. Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está localizada na parte brasileira da Amazônia e é praticamente subutilizada. Em 2013, novos estu- dos feitos por pesquisadores da UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma área maior e uma nova definição deste aquífero. O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó (PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre – todas na região amazônica – chegando até a bacias subandinas. Para se ter ideia, a reserva de água equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. “Daria para abastecer o planeta por pelo menos 250 anos”, estimou Matos. (...). (Dados disponíveis em: http/noticias.uol.com.br. Acesso em 22.mar.2015). Com adaptação. Os dados apontados na imagem e no fragmento de tex- to sobre um dos mais abundantes aquíferos brasileiros tratam do a) Aquífero Alter do Chão, hoje denominado Sistema Aquí- fero Grande Amazônia (SAGA). b) Aquífero Guarani, maior reservatório hídrico da América do Sul. c) Aquífero Cuiabano, maior reservatório impermeável do planeta. d) Urucuia-Areado, com água predominantemente bicarbo- natada cálcica e pouco mineralizada. e) Aquífero Furnas, caracterizado pela presença de água bicarbonatada sódica e muito potássica. 08.04. (UERJ) – A Lei Federal nº. 9.433/1997 estabe- lece que serão cobrados os usos dos recursos hídricos sujeitos à concessão do Estado. Tal regulamentação modificou substancialmente as bases operacionais e econômicas da utilização da água bruta. Essa cobrança, embora criticada por alguns setores, foi um instru- mento benéfico, tanto em termos de conservação dos recursos hídricos, por estimular a gestão da demanda, como em termos de proteção ambiental. Adaptado de HESPANHOL, I. Scientific American Brasil. Edição especial, nº 62, 2015. Até a aprovação dessa lei, as indústrias não pagavam pela captação da água diretamente de um manancial, a chamada água bruta, para utilizá-la em seus processos produtivos. O instrumento de cobrança pela água bruta utilizada industrialmente obteve os resultados menciona- dos no texto porque a) estimulou o reuso do bem. b) ampliou a dispersão do consumo. c) reduziu a desigualdade de acesso. d) inibiu o assoreamento de nascentes. 08.05. Com relação aos recursos hídricos, a figura trata da quantidade de água empregada na obtenção de bens e de serviços. 136 LITROS DE ÁGUA 1 XÍCARA DE CAFÉ A figura trata da: a) água bruta (captada do meio natural e carecente de tratamento). b) água virtual (na maioria das vezes invisível e não conta- bilizada no produto final). c) água servida (apta para o consumo humano, ou seja, potável). d) água residual (derivada de processos industriais e agro- pecuários). e) água fóssil (contida nos produtos sem participar o ciclo hidrológico). Ed u ar d o B o rg es . 2 01 6. D ig it al . Aula 08 23Geografia 4A Aperfeiçoamento 08.06. (UNIFESP) – Observe a figura, que se refere ao ciclo da água em escala global. Valores entre parênteses expressos em bilhões de bilhões de gramas [1018] e bilhões de bilhões de gramas por ano. Modificado de R. G. Barry & R. J. Chorley. Atmosphere, Weather and Climate, 1970. Pela análise da figura, pode-se concluir que a quantidade de água que evapora por ano da superfície da Terra para a atmosfera ________ a quantidade precipitada. A energia _______ pela água promove sua evaporação. Posteriormente, a conden- sação do vapor formado ________ a energia potencial da água na forma de calor. A ________ e não a ________ determina o fluxo de água através do ecossistema. Nesse texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por: a) ... supera ... absorvida ... absorve ... precipitação ... evaporação b) ... supera ... liberada ... libera ... evaporação ... precipitação c) ... iguala ... liberada ... absorve ... precipitação ... evaporação d) ... iguala ... liberada ... libera ... precipitação ... evaporação e) ... iguala ... absorvida ... libera ... evaporação ... precipitação 08.07. (FUVEST – SP) – Observe o mapa. Considere as afirmações sobre o Sistema Aquífero Guarani. I. Trata-se de um corpo hídrico subterrâneo e transfronteiriço que abrange parte da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. II. Representa o mais importante aquífero da porção meridional do continente sul-americano e está associado às rochas cristalinas do Pré-Cambriano. III. A grande incidência de poços que se observa na região A é explicada por sua menor profundidade e intensa atividade econômica nessa região. IV. A baixa incidência de poços na região indicada pela letra B deve- -se à existência, aí, de uma área de cerrado com predomínio de planaltos. Está correto o que se afirma em: a) I, II e III, apenas. b) I e III, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 08.08. A água é um bem precioso que deve ser consumido de forma racional. Estudiosos apontam que, futuramente, a água poderá se tor- nar rara caso continue ocorrendo desperdício. Em algumas regiões do mundo, principalmente nas mais pobres, já ocorre a falta de água. <http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/ agua.htm>. Acesso em: 26.07.2015. Além do desperdício, mencionado no texto, existem outras razões para acreditarmos num futuro agravamento da crise da água, como: a) o aquecimento global que aumen- tará a quantidade de água nos oceanos, no presente detentores de 70% de toda a água. b) o aumento da urbanização, pois é sabido que o consumo doméstico representa 73% da demanda por água doce. c) o aprisionamento da água em albufeiras de usinas hidrelétricas, interrompendo o ciclo natural de reciclagem da água. d) a inclinação das Nações Unidas (ONU) para converter os mananciais em simples commodities sujeitas a leis de mercado. e) os desflorestamentos e as im- permeabilizações urbanas que promovem o rápido escoamento superficial, prejudicando reservas subterrâneas e nascentes. 24 Semiextensivo 08.09. (UP – PR) – A demanda crescente por água para os mais variados usos tem aumentado a pressão sobre os recursos hídricos. A ampliação da utilização de água, em conjunto com as condições físico-naturais, tem favorecido a escassez desse recurso em várias regiões do planeta. A respeito do assunto, assinale a alternativa que indica em que tipo de uso há maior consumo de água, considerando sua disponibilidade total, e que medidas poderiam ser tomadas para reduzir o consumo atual. a) Abastecimento de água potável para as áreas urbanas; conscientização da população para redução do uso da água e melhorias na infraestrutura de abastecimento. b) Uso de água nas atividades de mineração; introdução de novas tecnologias de exploração mineral, reutilização e reciclagem da água. c) Utilização de água nos processos industriais e no trata- mento de efluentes; inserção de novas tecnologias, reuso e reciclagem da água. d) Utilização de água para a irrigação na agricultura; elimina- ção dos desperdícios e introdução de reuso e reciclagem da água. e) Produção de energia, a partir do uso de usinas hidrelétri- cas; opção por outros modos de produção de energia e redução no consumo de energia elétrica. 08.10. (UNESP – SP) – ÁGUA DOCE: O OURO DO SÉCULO 21 O consumo mundial de água subiu cerca de seis vezes nas últimas cinco décadas. O Dia Mundial da Água, em 22 de março, encontra o líquido sinônimo de vida numa encruzilhada: a exploração excessiva reduz os estoques disponíveis a olhos vistos, mas o homem ainda reluta em adotar medidas que garantam sua preservação. (http://revistaplaneta.terra.com.br) Além da redução do consumo, uma medida que, a médio e a longo prazo, contribuirá para a preservação dos esto- ques e a conservaçãoda qualidade da água para consumo humano é: a) a construção de barragens ao longo de rios poluídos, impedindo que as águas contaminadas alcancem os reservatórios naturais. b) o incentivo à perfuração de poços artesianos nas residên- cias urbanas, diminuindo o impacto sobre os estoques de água nos reservatórios. c) a recomposição da mata nas margens dos rios e nas áreas de nascente, garantindo o aporte de água para as represas. d) o incentivo à construção de fossas sépticas nos domicílios urbanos, diminuindo a quantidade de esgotos coletados que precisam ser tratados. e) a canalização das águas das nascentes e seu redireciona- mento para represas, impedindo que sejam poluídas em decorrência da atividade humana no entorno. 08.11. (FAG – PR) – Na virada do século, em 2001, o especialista em recursos hídricos Marcos Freitas, então diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), foi convidado por uma revista a fazer projeções sobre o futuro do Brasil e como seria a vida dos brasileiros em 2015. À época, a resposta de Freitas pareceu um tanto esdrúxula: o país, mesmo tendo o maior volume de água doce do planeta, viveria uma grave crise hídrica. http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia. Acesso em 10 mai 2015. Assinale a alternativa correta a respeito do tema. a) Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra- -se coberta por água, mas somente a metade dela é própria para o consumo. b) Somente uma pequena porcentagem da água que cobre a Terra é própria para o consumo e uso nas atividades humanas. c) Quase não há água no planeta. Modernas pesquisas constataram ser uma inverdade que a maior parte da superfície da Terra esteja coberta por água. d) Dois terços da água do planeta estão concentrados nas geleiras e, portanto, são inacessíveis às populações humanas. e) Os efeitos da poluição, notadamente do efeito estufa, agravaram os problemas do Brasil que, apesar do seu tamanho, tem apenas 3% da água disponível na América do Sul. 08.12. (UFPel – RS) – Observe a figura a seguir. Diário Popular, 25 mar 2007 Em 22 de março, comemora-se o dia mundial da água, data criada pela ONU em 1993, com o objetivo de chamar a atenção para a escassez desse recurso, bem como para cons- cientizar as pessoas sobre a necessidade de preservação e reaproveitamento da água de que dispomos hoje. Considere as alternativas abaixo a respeito da água doce. I. O aumento da população, o crescimento econômico não sustentável e a agricultura irrigada estão entre os principais fatores que ameaçam as fontes de água em todo o mundo. Aula 08 25Geografia 4A II. O Brasil tem grande disponibilidade de água doce e, por essa razão, não enfrenta problemas de abastecimento em nenhuma de suas metrópoles nacionais. III. Os fertilizantes e agrotóxicos podem modificar as carac- terísticas dos “corpos de água”, gerando impactos em aquíferos, rios e mananciais. IV. A impossibilidade da dessalinização de águas salgadas do planeta dificulta a solução de um problema que, com custos pouco elevados, atenderia toda a demanda mundial. V. Uma das consequências relacionadas à falta de água potável é o aumento da incidência de doenças, como a diarreia e outros males provocados pela água contami- nada, os quais causam a morte de milhões de crianças em todo mundo. Somente são corretas as afirmativas: a) II, III e IV. b) I, II e V. c) III, IV e V. d) I, II e IV. e) I, III e V. Aprofundamento 08.13. (UEM – PR) – “Passam sede hoje no mundo 748 milhões de pessoas, apesar de outras 2,3 bilhões terem conquistado o acesso à água nos últimos 25 anos. Esse é o balanço da Década da Água para a Vida, instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2005, que termina neste domingo (22).” (Folha de S. Paulo, Caderno Especial, 22/03/2015). Em relação ao tema água, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A água se encontra distribuída de maneira uniforme na Terra, no entanto ela não é um recurso renovável. 02) A ANA (Agência Nacional de Águas) é a responsável no Brasil por implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos. 04) Quando um país polui as águas de um rio a montante, ele afeta a qualidade da água para os países que o utilizam a jusante. 08) Quanto menor o nível de desenvolvimento de um país, maior é o consumo de água no setor doméstico. 16) A reutilização das águas residuais e a dessalinização são tecnologias que procuram auxiliar na resolução da crise de abastecimento de água em várias cidades mundiais. 08.14. (PUCPR) – A Agência Nacional das Águas (ANA) afirma que “as causas da crise hídrica não podem ser re- duzidas apenas às menores taxas pluviométricas verificadas nos últimos anos, pois outros fatores relacionados à gestão da demanda e à garantia da oferta são importantes para agravar ou atenuar sua ocorrência.” (ANA – Encarte especial sobre a crise hídrica, 2014). USO DE ÁGUA NAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS REGIÕES HUMANA URBANA HUMANA RURAL INDUSTRIAL IRRIGAÇÃO ANIMAL* Amazônica 30% 7% 6% 29% 27% Tocantins-Araguaia 25% 4% 4% 39% 28% Parnaíba 32% 7% 3% 47% 12% São Francisco 18% 3% 10% 64% 5% Uruguai 5% 1% 3% 86% 5% Paraná 33% 2% 33% 24% 7% Paraguai 28% 2% 3% 22% 46% Brasil 27% 3% 18% 46% 7% * Uso animal: inclui dessedentação, higiene e demais usos de água para permitir a atividade de criação. Fonte: adaptado de Agência Nacional das Águas – ANA. GEO Brasil Recursos Hídricos. Componente da Série de Relatórios sobre o Estado e Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil. Brasília – DF, 2007. Disponível em: <www.ana.gov.br>. Acesso em: 28 ago. 2015. Uma reflexão sobre o uso da água nas principais bacias hidrográficas e a crise hídrica que afeta algumas regiões brasileiras alerta que o uso racional da água exige a) métodos mais eficientes para a utilização da água no cultivo agrícola e criação de animais, atividades que, segundo a ANA, mais consomem água em cada uma das grandes regiões hidrográficas. b) reeducação no consumo urbano da água, afinal, o desperdício das grandes cidades é o principal responsável pela falta desse importante recurso natural. 26 Semiextensivo c) uma valorização do recurso hídrico como bem público inesgotável e a conscientização de que a diminuição do consumo de carne reduz a demanda por água para dessedentação. d) redução no desperdício de alimentos e técnicas de irriga- ção mais eficientes, pois, no Brasil, o setor agropecuário utiliza mais de 50% da água disponível para consumo. e) políticas públicas que pressionem as propriedades agro- pecuárias para uma redução no consumo de água, setor que não atingiu o equilíbrio entre oferta e demanda de água verificado nos demais setores usuários. 08.15. (UAM – SP) – A água contida nos produtos, não a de fato, mas a que foi utilizada na produção, pode ser chamada de água virtual, como definiu o geógrafo Tony Allan. Acerca da água virtual, são apresentadas as afirmativas a seguir. I. O conceito serviu para explicar, em parte, por que os países do Oriente Médio não estavam em guerra em função dos escassos recursos hídricos, uma vez que são importadores de alimentos com grande proporção de água virtual. II. O comércio de água virtual pode contribuir para a miti- gação de escassez de água no mundo, redistribuindo, de forma indireta, os recursos hídricos. III. As principais regiões exportadoras de carne e cereais são também as maiores exportadoras de água virtual. Está correto o que se afirma em: a) I, II e III. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, apenas. 08.16. (FICS Albert Einstein – SP) – “A recuperação e ma- nutenção das áreas próximas às nascentes e rios, bem como a ocupação disciplinada da terra e medidas de controle da erosão têm efeitos positivos na proteção dos recursos hídricos, tanto no volume quanto na qualidade da água presente no manancial.” Eduardo Dibieso. A fonte do conhecimento. São Paulo: Jornal da UNESP no 309, abril 2015,p. 8. www.ciliosdoribeira.org.br Não basta apenas chover. Ações de proteção de recursos hí- dricos estocados em mananciais são de grande importância. A esse respeito é correto dizer que a) matas ciliares que protegem nossos rios e represas estão perdendo sua eficácia na proteção, pois com as constantes secas que nos atingem, elas estão desaparecendo. b) a principal forma de proteção dos recursos hídricos nos rios e nos mananciais é a recuperação e a manutenção, em dimensões adequadas, de matas ciliares. c) em vista da gravidade das crises hídricas, nossas leis am- bientais têm se tornado mais rígidas, o que já gera efeitos positivos nas áreas de mananciais urbanos. d) o essencial em termos de recursos hídricos é a proteção das nascentes com a manutenção de florestas. Com isso garante-se a existência adequada de um rio. 08.17. (FAAP – SP) – A valoração econômica da água vem sendo amplamente discutida no cenário político internacional, principalmente no que diz respeito à sua incorporação nos produtos que circulam no mercado, especialmente através das commodities. Para medir a quantidade de água gasta para produzir um bem ou serviço, não apenas no sentido visível, físico, mas tam- bém no sentido “virtual”, alguns países, à semelhança da Pegada Ecológica, vêm adotando o conceito da Pegada da Água ou da “Água Virtual”. Assim, na produção de 1 quilo de açúcar, por exemplo, são gastos 1 500 litros de água virtual. Considerando a abordagem acima, sobre a valorização econômica da água, podemos afirmar: I. O cultivo de vegetais e a criação de animais empregam de forma direta e indireta elevada quantidade de água em suas cadeias produtivas. II. Os países exportadores de commodities agrícolas, em especial de gêneros tropicais, de um modo geral, em- pregam baixo volume de água na produção, em razão do uso intensivo da mecanização. III. As commodities, ou seja, mercadorias que agregam valor devido ao elevado grau de industrialização, apresentam pequena quantidade de água embutida. IV. Na comercialização de produtos entre nações, também se estabelece uma relação de transferência da água, das regiões onde o recurso é abundante para aquelas onde há escassez. a) Apenas I e IV. b) Apenas I e III. c) Apenas III e IV. d) Apenas II e III. e) Apenas II e IV. Aula 08 27Geografia 4A 08.18. (UFSC) – “A água é essencial para nossas vidas e para a de milhares de espécies existentes no mundo.” COIMBRA, Pedro J; TIBÚRCIO, José Arnaldo M. Geografia: uma análise do espaço geográfico. São Paulo: Harbra, 2002. p. 135. [Adaptado] Com o auxílio das informações acima sobre o tema água, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 01) A figura representa o ciclo hidrológico e demonstra a movimentação e as mudanças do estado físico de parte da água estocada na superfície terrestre. 02) Como a água é um recurso natural renovável, significa que toda a água dis- ponível na Terra é potável. 04) Quando a condensação do vapor- -d’água atinge um determinado volume e as gotículas de água não mais conseguem se manter em suspensão no ar, ocorre sua precipitação. 08) Oceanos, mares, geleiras e len- çóis freáticos são classificados como águas continentais e for- mam a hidrosfera. 16) Conforme a figura, parte da água que se precipita infiltra-se no solo, formando o lençol freático, camada de água subterrânea si- tuada sobre um terreno ou rocha impermeável. 32) A distribuição espacial dos reser- vatórios de água doce é bastante irregular, com locais pobres em recursos hídricos, como o Oriente Médio, e outros mais ricos, como o Brasil. 64) O consumo per capita de água nos países do Eixo Sul é o mesmo que nos países do Eixo Norte. Discursivos 08.19. (UERJ) – Quede água? A seca avança em Minas, Rio, São Paulo. O Nordeste é aqui, agora. No tráfego parado onde me enjaulo, vejo o tempo que evapora. Meu automóvel novo mal se move, enquanto no duro barro, no chão rachado da represa onde não chove, surgem carcaças de carro. Os rios voadores da Hileia mal desaguam por aqui, e seca pouco a pouco em cada veia o Aquífero Guarani. Assim, do São Francisco a San Francisco, um quadro aterra a terra: por água, por um córrego, um chuvisco, nações entrarão em guerra Quede água? Quede água? (...) Quando em razão de toda a ação “humana” e de tanta desrazão, a selva não for salva e se tornar savana; e o mangue, um lixão; quando minguar o Pantanal, e entrar em pane a Mata Atlântica, tão rara; e o mar tomar toda a cidade litorânea, e o sertão virar Saara; e todo grande rio virar areia, sem verão virar outono; e a água for commodity alheia, com seu ônus e seu dono; e a tragédia da seca, da escassez, cair sobre todos nós, mas sobretudo sobre os pobres, outra vez sem terra, teto, nem voz; Quede água? Quede água? Lenine e Carlos Rennô. Carbono. Universal Music, 2015. 28 Semiextensivo As discussões sobre o problema da seca vêm se ampliando nos dias atuais. Várias regiões do planeta que antes não eram atingidas por esse fenômeno já sentem seus efeitos, como destaca a letra da canção. Aponte uma consequência da seca para as atividades humanas e uma para a dinâmica natural da Terra. 08.20. (UFPR) – “Estima-se que o Brasil concentre entre 12 e 16% do volume total de recursos hídricos do planeta Terra. Embora essa seja uma participação expressiva, os recursos não são distribuídos de forma homogênea e encontram-se ameaçados por fatores socioeconômicos diversos.” (CLARKE, R & KING, J. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005.) Defina o que são recursos hídricos e justifique a afirmação de que tais recursos não são distribuídos de forma homogênea, especificando três fatores socioeconômicos que os ameaçam. 08.21. (UFPR) – O recurso água e seu uso estão entre os grandes problemas socioambientais que a sociedade tem como desafio nas próximas décadas. Reservas desse recurso estão localizadas no que se denominam aquíferos, como é o caso do aquífero Guarani. Conceitue o termo aquífero, caracterizando especificamente o aquífero citado, sua distribuição geográfica e os desafios políticos que seu uso impõe. Aula 08 29Geografia 4A Gabarito 08.01. b 08.02. a 08.03. a 08.04. a 08.05. b 08.06. e 08.07. b 08.08. e 08.09. d 08.10. c 08.11. b 08.12. e 08.13. 22 (02, 04, 16) 08.14. d 08.15. b 08.16. b 08.17. a 08.18. 53 (01, 04, 16, 32) 08.19. Consequências da seca para as ativi- dades humanas: avanço da fome; pro- liferação de enfermidades ambientais; redução da produção de energia a partir de hidrelétricas; diminuição ou perda das colheitas e de criações de animais; comprometimento do abastecimento de água para pessoas e animais. Consequências da seca para a dinâmica natural da Terra: exposição e resseca- mento do solo; impactos sobre o ciclo hidrológico e sobre a rede hidrográfica; ressecamento da vegetação, com mais propagação de incêndios; aumento da concentração de partículas sólidas no ar nas grandes cidades. 08.20. Os recursos hídricos são as águas super- ficiais ou subterrâneas disponíveis para qualquer tipo de uso de região ou bacia. As águas estão mal distribuídas por fato- res naturais: nos climas úmidos, a água é abundante; nos climas secos, é escassa. Existe grande concentração nas geleiras e nos aquíferos, sendo pouca a água presente na atmosfera, lagos e rios. São fatores socioeconômicos que ameaçam as águas: poluição, desperdício e o des- matamento. 08.21. Um aquífero corresponde a um grande depósito ou lençol subterrâneo de água, presente em rochas permeáveis (em ge- ral sedimentares). Move-se lentamente, recebendo a infiltração de águas super- ficiais, principalmente das chuvas, e so- fre descargas em nascentes. O aquífero Guarani está presente nas rochas sedi- mentares (areníticas) do Planalto Central e Meridional do Brasil, estendendo-se também pela Argentina, Paraguai e Uruguai. Em grande parte, essas rochas sedimentares
Compartilhar