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Avaliação de Impactos Ambientais

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Estudo Dirigido – Avaliação de Impactos Ambientais 
 
A biodiversidade está presente em todos os momentos da vida do homem 
e a manutenção da espécie humana depende diretamente da manutenção da 
biodiversidade local e global. Quando falamos de biodiversidade estamos 
levando em consideração todas as formas de vida, desde aquelas microscópicas 
até as multicelulares. Conhecer a diversidade de formas de seres vivos sempre 
foi um grande desafio que aguçou a curiosidade dos seres humanos, desde a 
antiguidade os filósofos gregos já observavam essas várias formas de vida e 
passaram a classificá-las. Ainda hoje, com toda a tecnologia disponível, os 
cientistas continuam classificando seres vivos e descobrindo novas espécies à 
luz de técnicas mais avançadas, como as análises de biodiversidade baseadas 
em dados moleculares. Há muito que se descobrir com relação às diversas 
formas de seres vivos, ainda mais quando está em questão um país considerado 
megadiverso como o Brasil, o qual é formado por diversos biomas e possui 
diversas espécies endêmicas. 
Para que seja possível realizar um trabalho de avaliação de impacto 
ambiental, é necessário entender alguns conceitos fundamentais para que o 
trabalho em campo seja realizado de forma bem estruturada e com verdadeiras 
medidas mitigadoras de impactos. O conceito de habitat está relacionado ao 
ambiente no qual a espécie em questão é encontrada naturalmente. Existem 
espécies com uma maior área de distribuição e outras espécies com áreas de 
distribuição mais restritas. Podemos citar como exemplo o sabiá-laranjeira 
(Turdus rufiventris), que pode ser encontrado em todo o Brasil; já a ararajuba 
(Guaruba guarouba) é encontrada somente em uma pequena área do estado do 
Maranhão. 
Um nicho ecológico se refere ao papel ecológico que determinada espécie 
realiza em seu habitat, como por exemplo o papel de uma anta brasileira (Tapirus 
terrestris) em seu habitat. Atualmente, após muitas pesquisas de campo, 
sabemos que 80% da dieta da anta brasileira é formada por frutos e que ele anda 
grandes distâncias todas as noites, sendo muito importante como dispersor de 
sementes de árvores nativas em diversos biomas brasileiros. Sendo assim, ter 
conhecimentos do habitat e do nicho ecológico das espécies de uma região que 
será impactada por determinado empreendimento pode permitir ou não essa 
implantação, pois para as duas situações há necessidade de bons argumentos. 
Biodiversidade pode ser definida como a variabilidade entre os seres vivos 
de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas aquáticos e os 
complexos ecológicos dos quais fazem parte. As espécies endêmicas são 
caracterizadas por algumas espécies ocorrem somente em determinada região 
e em nenhum outro lugar do mundo. Como exemplo, podemos citar o mico-leão-
dourado (Leontopithecus rosalia), o qual ocorre em uma pequena faixa de Mata 
Atlântica no estado do Rio de Janeiro, sendo que estas espécies são importantes 
nas avaliações de impactos ambientais, pois ocorrendo a manutenção das 
mesmas, podemos garantir a manutenção de grande parte das espécies 
presentes nesse ecossistema, já que essas espécies são consideradas espécies 
guarda-chuva, são mais exigentes e, portanto, podem indicar impactos negativos 
no ambiente diante do declínio de suas populações. 
Os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros 
e com o meio ambiente. Ao estudo dessas interações chamamos Ecologia. Os 
fatore bióticos estão relacionados a todos os elementos vivos presentes em um 
ambiente, desde as formas de vida microscópicas até as formas multicelulares. 
Quando tratamos desses fatores estamos considerando também as relações 
existentes entre os diversos seres vivos presentes nesse ambiente. 
Um ecossistema é o conjunto formado por comunidades bióticas que 
habitam e interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que 
exercem sobre essas comunidades. Os fatores abióticos estão relacionados a 
aspectos não vivos presentes no ambiente, mas que influenciam diretamente os 
elementos vivos, como exemplo pode-se citar: temperatura, pressão, umidade, 
nutrientes, oxigênio, pH, entre outros fatores. 
Com os padrões de desenvolvimento de nossa sociedade, é praticamente 
impossível que os impactos ambientais não ocorram, por menor que seja a 
atividade realizada pelo ser humano. É importante salientar que na maior parte 
das vezes as pessoas tendem a pensar que os impactos são sempre negativos, 
mas quando mencionamos impactos devemos ter a concepção de que os 
mesmos podem ser positivos também. Um exemplo de impacto ambiental 
positivo é a soltura de espécies de papagaios nascidos em cativeiro em seu 
habitat natural. 
Devemos ter sempre a concepção de que o ser humano faz parte da 
natureza e por consequência sofre de forma direta ou indireta os impactos que 
ocorrem na natureza, sejam positivos ou negativos. Dessa forma, com o 
desenvolvimento de sua vida em sociedade o ser humano passou a utilizar, cada 
vez mais, os recursos disponíveis no meio ambiente com o objetivo de melhorar 
sua qualidade de vida. Os recursos naturais podem ser considerados recursos 
disponíveis na natureza, os quais podem ser utilizados pelos seres humanos. 
Esses recursos podem ser divididos em recursos renováveis e recursos não 
renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que apresentam um ciclo que 
permite que sejam repostos na natureza, e como exemplos, podemos citar o ar 
e a água. Os recursos naturais não renováveis são aqueles que não são 
reciclados pela natureza, há certa quantidade deles disponíveis no ambiente e, 
dependendo de seu uso, poderá acabar mais cedo ou mais tarde e teremos, 
portanto, que pensar em formas de substituição desses recursos. Um exemplo 
que pode ser dado são as reservas de petróleo, as quais são finitas, por isso 
devemos desde já pensar em maneiras de substituir seu uso. Formas que sejam 
mais inteligentes e menos poluentes e causem menos impactos para o meio 
ambiente. 
Os impactos ambientais se caracterizam pela alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de 
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou 
indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as 
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do 
meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. Atividades humanas 
acarretam em certos níveis de impacto ambiental, dentre elas: 
- Meios de transporte e produção de esgoto. 
- Liberação de gases de efeito estufa. 
- Produção de lixo. 
O impacto de qualquer atividade que estejamos levando em questão 
envolve um desvio, ou seja, uma mudança da situação de base ou de partida. A 
situação de base é a situação ambiental existente na ausência de uma atividade, 
trata-se de um conceito base nas atividades de avaliação de impactos 
ambientais. Alguns componentes de interesse que podem ser utilizados na 
caracterização de uma atividade de base, como a água – quantidade, qualidade, 
acesso, sazonalidade; solo – erosão, produtividade das culturas, salinidade, 
nutrientes; fauna – populações, habitat, comunidades; saúde – vetores de 
doenças, patogenias; flora – composição e densidade da vegetação natural, 
produtividade, espécies-chave; Ecossistemas especiais. 
Atualmente o planeta Terra enfrenta fortes sinais de transição, o homem 
está revendo seus conceitos sobre natureza. Esta conscientização da 
humanidade está gerando novos paradigmas, determinando novos 
comportamentos e exigindo novas providências na gestão de recursos do meio 
ambiente. Em um processo de avaliação de impactos ambientais há uma grande 
preocupação com todos os impactos e nesse tipo de avaliação os impactos 
podem ser descritos de acordo com vários atributos que auxiliam a dar a 
dimensão das modificações possíveis diante da alteraçãocausada pela 
atividade a ser implantada. Alguns atributos podem ser utilizados para 
caracterizar um impacto ambiental, como a intensidade, duração, direção, 
dimensão espacial, frequência, reversibilidade, probabilidade. A análise desses 
atributos auxilia no entendimento da extensão de um impacto e também a pensar 
de forma mais eficaz as medidas de mitigação do mesmo. 
Nunca se falou tanto em meio ambiente e em problemas ambientais como 
no momento. Uma grande preocupação é que esses problemas acabem 
tornando impossível a vida humana no planeta terra em um futuro próximo. 
Várias espécies da fauna e flora já se despediram da face da terra e se as 
explorações dos recursos naturais continuar em tal ritmo, em breve, poderão 
gerar graves consequências. Alguns fatores propiciaram o surgimento dos 
estudos de impactos ambientais nos Estados Unidos, como o aumento da 
consciência de que o sistema de aprovação de projetos não poderia considerar 
apenas os aspectos tecnológicos e de custo-benefício, sem levar em conta 
aspectos relevantes como os culturais, sociais e a participação das 
comunidades, principalmente daquelas afetadas diretamente por um 
determinado projeto em questão, fez com que os Estados Unidos fossem os 
pioneiros na criação de uma legislação ambiental, a qual levou à criação de um 
sistema de Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Nos Estados Unidos, o sistema 
de Estudo de Impacto Ambiental nasceu para monitorar os conflitos que surgiram 
entre manter um ambiente saudável e o tipo de desenvolvimento adotado. 
Começou-se a pensar a partir de então que seria melhor prevenir os impactos 
possíveis induzidos por um projeto em desenvolvimento do que, depois, procurar 
corrigir os danos ambientais gerados. 
Atualmente, não é possível conceber ações que envolvam fragmentação 
de habitats, construções de empreendimentos, modificações do ambiente, sem 
considerar as questões sociais envolvidas. Por exemplo, se estivermos 
realizando a avaliação da construção de uma represa, além das questões 
diretamente relacionadas com a fauna, flora e estrutura do rio envolvido, também 
deveremos nos preocupar com o impacto que essa modificação trará para a 
comunidade de pescadores do entorno, portanto, as questões sociais devem ser 
trabalhadas dentro de uma visão socioambiental a fim de mostrar todos os 
aspectos envolvidos em um determinado empreendimento, tanto os negativos 
como os positivos. Nesse contexto, o termo impacto é utilizado como um 
sinônimo para os efeitos da atividade em questão. Dessa forma, uma A.I.A. 
possui os seguintes objetivos principais: 
- Buscar a proteção integral do ambiente, objetivando a garantia de 
manutenção dos recursos naturais para as gerações futuras. 
- Garantir a saúde, a segurança e a produtividade do meio, também 
considerando as questões estéticas e culturais dos ambientes. 
- Permitir a maximização da utilização dos recursos disponíveis em uma 
área, com a garantia da qualidade dos mesmos, sem existência de riscos 
indesejáveis. 
A Avaliação de Impacto Ambiental (ou A.I.A), é um instrumento preventivo 
usado nas políticas de ambiente e gestão ambiental com o intuito de assegurar 
que um determinado projeto passível de causar danos ambientais seja analisado 
de acordo com os prováveis impactos no meio ambiente, e que esses mesmos 
impactos sejam analisados e tomados em consideração no seu processo de 
aprovação. Uma A.I.A também objetiva manter a diversidade ambiental, 
preservar os aspectos históricos do ambiente, manter a qualidade dos recursos 
ambientais renováveis e buscar a reciclagem dos recursos naturais não 
recicláveis e permitir que todos os envolvidos em um projeto tenham real 
consciência dos benefícios e dos custos ambientais do mesmo e realizem uma 
ponderação, pois esses custos, normalmente, não são computados nos 
aspectos econômicos. 
No Brasil podemos considerar que as leis envolvidas na regulamentação 
dos estudos de impactos ambientais são recentes e estão ganhando mais 
destaque nas últimas duas décadas, devido aos desastres ambientais ocorridos 
no mundo e em nosso país, e também em razão da maior cobrança por meio da 
população e dos órgãos fiscalizadores, porém ainda há muitas falhas, as quais 
podem ser atribuídas a questões envolvendo corrupção e a extensa área 
geográfica do Brasil, dificultando as fiscalizações. No Brasil a Lei da Política 
Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81, institui o Estudo de Impacto 
Ambiental (E.I.A.) como um de seus instrumentos. O Decreto n. 88.351/8 
regulamentou essa Lei e determinou que o E.I.A. deveria ser realizado segundo 
critérios básicos, estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), fato que foi concretizado em 1986 pela Resolução 001/86. 
Em um E.I.A. devemos considerar as alternativas possíveis para o projeto 
em questão e entre elas não se pode deixar de considerar nessa avaliação, a de 
não realização do projeto, devem ainda ser discutidas e consideradas 
alternativas tecnológicas, de processo, da disposição final dos resíduos 
produzidos, do tratamento de efluentes, de fontes de energia, entre muitas 
outras. Podemos considerar que a melhor alternativa seria aquela menos 
impactante, mas que apresentasse interesse social e econômico concomitante. 
Para a realização do E.I.A. é necessário seguir uma sequência de passos, cujo 
nível de detalhamento dependerá da complexidade do empreendimento. O E.I.A 
deve ser iniciado pela obtenção de informações gerais, envolvendo a totalidade 
do ambiente, seguida da caracterização do empreendimento. Nessa fase é 
importante determinar a área de influência do projeto. Após, há a necessidade 
de realizar o diagnóstico ambiental e a avaliação dos impactos ambientais. 
Após a obtenção e análise dos dados coletados nas fases iniciais do E.I.A, 
as medidas mitigadoras e programa de monitoramento podem ser elaborados, 
com os resultados é apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (R.I.M.A.), o 
qual terá periodicidade e tempo de duração de acordo com diversas 
características do projeto em execução, com necessidade de envolvimento de 
uma equipe multiprofissional, com qualidade na formação, a fim de que se possa 
ter confiança dos dados levantados. 
Na fase I de uma AIA devem ser realizados os inquéritos iniciais: 
compreender as atividades propostas, categorizar as atividades levantadas, 
conduzir a avaliação preliminar, caso seja necessário. A Fase II de uma AIA 
compreende a realização do estudo completo (caso os dados levantados 
mostrem essa real necessidade), nela será realizada a descrição do âmbito do 
projeto, avaliação da situação de base, identificação e escolha das alternativas, 
identificação e caracterização dos impactos potenciais das atividades propostas 
e cada alternativa, desenvolvimento do plano de mitigação, compensação e 
monitoramento e, por fim, a realização da comunicação dos dados e a juntada 
de documentos comprobatórios. 
Na Fase I da AIA é necessário seguir um conjunto de passos para que 
seja possível realizar a devida caracterização do projeto estudado. Primeiro, é 
importante que a atividade proposta seja compreendida, assim como o porquê 
de a atividade estar sendo proposta e o que está sendo proposto nessa atividade 
a ser analisada. O processo de categorização da atividade é uma etapa 
essencial, pois, dependendo da categorização da atividade, as etapas de 
avaliação podem ser modificadas, sendo assim, de acordo com a natureza da 
atividade, será indicado o nível de revisão ambiental. Caso a atividade seja de 
baixo risco ou sua natureza tenha pouca probabilidade de trazer impactos 
adversos significativos, o indicado de acordo com a legislação vigente é que a 
AIA não tem necessidade de continuar. Caso a atividade em questão seja de 
risco moderado ou desconhecido, será conduzida uma avaliação preliminar, 
ocorrerá uma AIA rápida utilizando ferramentas simples. Se o resultadoda 
análise indicar um impacto significante adverso, será indicada a AIA completa, 
mas, caso o resultado seja de pouco provável impacto adverso significante, o 
indicado também será cessar a AIA. Caso a atividade analisada seja 
categorizada como de alto risco, cuja natureza é muito provável que traga 
impactos adversos significantes, o indicado será a realização de um estudo de 
AIA completo. 
Um Estudo de Impacto Ambiental, seguido da elaboração de um Relatório 
de Impacto Ambiental, não é exigência para todo e qualquer projeto. 
Determinados projetos devem passar por todas as etapas de análise, avaliação, 
registro e mitigação de impactos previstos, dentre eles: 
- Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; ferrovias; 
portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos. 
- Aeroportos; oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e 
emissários de esgotos sanitários; linhas de transmissão de energia elétrica, 
acima de 230KV. 
- Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos; extração de 
combustível fóssil; extração de minério; aterros sanitários, processamento e 
destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; usinas de geração de eletricidade, 
qualquer que seja a fonte da energia primária, acima de 10MW. 
Para iniciar um Estudo de Impacto Ambiental, existe a necessidade de 
seguir vários passos chamados de diretrizes, que devem ser criteriosamente 
obedecidas e fazer parte do Relatório de Impacto Ambiental, o qual envolve o 
levantamento de dados, por vezes, de grande complexidade. Como parte das 
diretrizes de um EIA/RIMA existe a necessidade de se dar grande importância 
para as fases de planejamento, implantação, operação e desativação. Deve-se 
relacionar a compatibilidade do projeto com as políticas setoriais, planos e 
programas governamentais. Na descrição do projeto devem ser listadas suas 
alternativas tecnológicas e locacionais, especificando área de influência, 
matérias-primas, mão de obra, fontes de energia, processos e técnica 
operacionais, prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, geração de 
empregos. Por meio dessa caracterização inicial de um projeto é possível 
verificar se o mesmo é realmente interessante para ser implantado, levando em 
consideração os mais variados aspectos e pensando nos impactos a serem 
gerados. 
A área de influência de um projeto é referente a um espaço que sofrerá a 
influência da implantação do mesmo de forma direta ou indireta, ou seja, todas 
as áreas que serão afetadas. Para realizar uma avaliação correta da área de 
influência em um projeto, o mais indicado é levar em consideração a bacia 
hidrográfica na qual o projeto está inserido. Esta será considerada a unidade 
básica da área de influência direta e indireta. 
Quando tratamos da realização do diagnóstico ambiental dentro de uma 
Avaliação de Impacto Ambiental, estamos nos referindo a um trabalho que 
deverá ser realizado antes da implantação do projeto desejado, por meio de uma 
análise criteriosa do ambiente natural. Nessa fase da avaliação serão 
considerados os seguintes aspectos: 
- Fatores físicos. 
- Fatores biológicos. 
- Fatores antrópicos. 
Quando tratamos da realização do diagnóstico ambiental dentro de uma 
Avaliação de Impacto Ambiental, estamos nos referindo a um trabalho que 
deverá ser realizado antes da implantação do projeto desejado, por meio de uma 
análise criteriosa do ambiente natural. Nessa fase da avaliação serão 
considerados os fatores ambientais físicos, biológicos e antrópicos de acordo 
com as seguintes características relacionadas ao estudo: 
- O tipo e porte do empreendimento. 
- Variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indiretamente efeitos em todas 
as fases do projeto. 
- Informações cartográficas compatíveis com o nível de detalhamento dos 
fatores ambientais considerados. 
Em ecologia, fatores ecológicos são elementos do ambiente que 
influenciam organismos vivos. Os seguintes fatores ambientais estão 
relacionados ao meio físico: 
- Subsolo. 
- Ar. 
- Água e o clima. 
Para o início dos trabalhos de diagnóstico ambiental dentro de uma 
Avaliação de Impactos Ambientais, devemos entender quais as condições 
meteorológicas do local e relacioná-las com o clima, aferir a qualidade do ar, 
para, caso o empreendimento seja implantado, ser possível realizar 
comparações, realizar uma caracterização geomorfológica e geológica, a fim de 
verificar se o ambiente permite a instalação do projeto, pensando no uso e 
aptidões do solo. Também devem ser avaliadas as seguintes características 
relacionadas aos recursos hídricos: 
- Hidrologia superficial. 
- Hidrogeologia e oceanografia física. 
- Qualidade das águas e uso das águas. 
Além de ser extremamente importante a caracterização física do ambiente 
no qual se pretende implantar um empreendimento, não podemos deixar de dar 
especial atenção para a caracterização biológica do local, a qual deve ser 
minuciosa e levar em consideração diversos aspectos, elencando todos os tipos 
de ecossistemas presentes na região de estudo. Deverão ser elencados e 
caracterizados os seguintes ecossistemas: 
- Ecossistemas Terrestres (descrição da cobertura vegetal, descrição 
geral das inter-relações fauna-fauna e faunaflora). 
- Ecossistemas Aquáticos (mapeamento das populações aquáticas, 
identificação das espécies indicadoras biológicas). 
- Ecossistemas de Transição (banhados, manguezais, brejos, pântanos). 
Em um diagnóstico ambiental é extremamente importante a 
caracterização física do ambiente no qual se pretende implantar um 
empreendimento, porém, deve ser dada uma atenção especial para a 
caracterização biológica do local, a qual deve ser minuciosa e levar em 
consideração diversos aspectos, elencando todos os tipos de ecossistemas 
presentes na região de estudo. Deverão ser elencados e caracterizados os 
ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição. Determinadas informações 
relativas aos ecossistemas terrestres devem ser coletadas, como a descrição da 
cobertura vegetal e uma descrição geral das inter-relações fauna-fauna e fauna-
flora. Em relação aos ecossistemas aquáticos, as seguintes informações devem 
ser coletadas: 
- Mapeamento das populações aquáticas. 
- Identificação das espécies indicadoras biológicas. 
Os ambientes de banhados, manguezais, brejos e pântanos caracterizam 
os ecossistemas de transição. 
É muito importante sempre ter em vista a identificação das seguintes 
espécies: 
- Espécies ameaçadas de extinção. 
- Espécies raras. 
- Espécies de interesse econômico e científico. 
Podemos dar destaque com relação à flora para as espécies indicadoras 
de qualidade do ar, umidade e perturbação do solo e para a fauna destacar a 
importância da identificação dos territórios e sua diversidade específica, 
mapeando a localização das seguintes fontes: 
- Fontes de alimentação. 
- Fontes de dessedentação. 
- Fontes de reprodução. 
Com relação à caracterização do meio antrópico em uma Avaliação de 
Impacto Ambiental, devemos levar em consideração os seguintes aspectos: 
- Dinâmica Populacional. 
- Uso e Ocupação do solo. 
- Nível de vida. 
As seguintes características da dinâmica populacional devem ser 
consideradas: 
- Distribuição da população (rural e urbana). 
- Redes hidrográficas e viárias, densidade populacional por grupo de 
idade, sexo, taxa média de crescimento nos últimos dez anos e grau de 
urbanização. 
- Deslocamentos populacionais diários e fluxos migratórios. 
As seguintes características do uso e ocupação do solo devem ser 
consideradas: 
- Áreas rurais, urbanas e de expansão urbana, valor histórico, cultural, 
paisagístico e ecológico. 
- Usos urbanos (residencial, comercial, serviços, industrial). 
- Identificação das infraestrutura e culturas cultivadas na zona rural e o 
mapeamento da vegetação nativa e exótica. 
As seguintes características relacionadas ao nível de vida devem ser 
consideradas:- Estrutura ocupacional, população economicamente ativa, por setor 
econômico, distribuição da renda e sua evolução. 
- Desemprego, educação, mortalidade e natalidade. 
- Alimentação, lazer, turismo e segurança social. 
Durante o processo de realização da análise de impactos ambientais 
deverá ser realizada a identificação, valoração e interpretação dos prováveis 
impactos em todas as fases do projeto e para cada um dos fatores ambientais 
pertinentes. De acordo com a avaliação de impacto realizada e com os fatores 
ambientais considerados, o impacto ambiental poderá ser classificado de acordo 
com as seguintes formas: 
- Direto ou indireto. 
- Benéfico ou adverso. 
- Temporário, permanente ou cíclico. 
Para a realização da avaliação das inter-relações e da magnitude dos 
impactos ambientais podem ser utilizadas as seguintes metodologias: 
- Análise de custo-benefício e método “ad hoc” grupo multidisciplinar. 
- Listas de checagem/controle (checklists para a identificação de 
sequências) e matrizes de interação (Matriz de Leopold). 
- Análise de rede (NetWorks) e mapeamento por superposição (overlays). 
A cada dia é mais comum ouvirmos nos meios de comunicação o termo 
“medidas mitigadoras”, principalmente com o aumento das discussões 
relacionadas às mudanças climáticas. Esse tipo de medida está relacionado ao 
que pode ser feito para reduzir as consequências causadas por determinado 
evento. Portanto, sempre que pensarmos em uma atividade que cause qualquer 
tipo de impacto, devemos pensar de forma simultânea em medidas para redução 
das consequências desses impactos. Portanto, durante a elaboração das 
diretrizes de um EIA/RIMA as medidas mitigadoras devem ser apresentadas e 
classificadas de acordo com as seguintes características: 
- Sua natureza (preventiva ou corretiva). 
- Fase do empreendimento em que deverão ser implementadas e o fator 
ambiental a que se destina. 
- O prazo de permanência de sua aplicação e a responsabilidade por sua 
aplicação. 
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) refletirá as conclusões do 
Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Suas informações técnicas devem ser 
expressas em linguagem acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas 
adequadas, quadros, gráficos e outras técnicas de comunicação visual, de modo 
que se possam entender claramente as possíveis consequências ambientais do 
projeto e suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada 
uma delas. Um RIMA deve conter obrigatoriamente os seguintes itens: 
- Objetivos e justificativas do projeto. 
- Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais. 
- Síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico. 
O licenciamento ambiental vem, então, como um importante instrumento 
de gestão da Administração Pública: por meio dele é exercido o necessário 
controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais. 
Determinados aspectos devem ser observados durante a realização de trabalhos 
de licenciamento ambiental com o principal objetivo de constituir um trabalho 
com qualidade e que garanta a manutenção das redes presentes nos 
ecossistemas, dentre eles: 
- Multi e Interdisciplinaridade no processo AIA: como visto os fatores 
ambientais são diversos e suas inter-relações podem significar algo de extrema 
complexidade. Há assim a necessidade de atuação de profissionais de 
diferentes áreas específicas, bem como há a necessidade de um trabalho de 
interconexão dessas áreas de forma a se poder avaliar as interferências entre 
os fatores ambientais envolvidos na análise. 
- Subjetividade: é preciso ter em mente que, quando do processo de AIA, 
deverão ser considerados para análises, dentre os fatores ambientais, dados 
tanto de natureza quantitativa quanto de natureza qualitativa. Os métodos e 
técnicas utilizados para a valoração das magnitudes e significâncias de cada 
impacto sobre os fatores ambientais considerados tentam abstrair essas 
questões, valorando aspectos outrora qualitativos. Mesmo assim, deve-se ter em 
mente que esta não é uma avaliação estanque e que ela irá depender de 
diversas circunstâncias locais, pois um impacto de natureza qualitativa em um 
determinado local poderá ter seu “peso”, considerando os demais, reduzindo ou 
aumentado. 
- Confiabilidade: no RIMA, algumas manipulações realizadas a fim de 
obter uma apresentação mais impressionante, do ponto de vista estético, podem 
resultar em perda de informação e ou tendenciosidade contra a importância de 
determinada informação qualitativa, a qual geralmente é apresentada de forma 
descritiva. 
De maneira geral o EIA foi criado principalmente com o intuito de ser um 
instrumento poderoso no planejamento e implementação de empreendimentos, 
visão alternativa ao mero ponto de vista o econômico. O tamanho e tempo de 
execução não garantem um EIA de qualidade. A qualidade do trabalho está 
diretamente ligada à responsabilidade e competência da equipe que o 
desenvolve.

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