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Estudo Dirigido – Avaliação de Impactos Ambientais A biodiversidade está presente em todos os momentos da vida do homem e a manutenção da espécie humana depende diretamente da manutenção da biodiversidade local e global. Quando falamos de biodiversidade estamos levando em consideração todas as formas de vida, desde aquelas microscópicas até as multicelulares. Conhecer a diversidade de formas de seres vivos sempre foi um grande desafio que aguçou a curiosidade dos seres humanos, desde a antiguidade os filósofos gregos já observavam essas várias formas de vida e passaram a classificá-las. Ainda hoje, com toda a tecnologia disponível, os cientistas continuam classificando seres vivos e descobrindo novas espécies à luz de técnicas mais avançadas, como as análises de biodiversidade baseadas em dados moleculares. Há muito que se descobrir com relação às diversas formas de seres vivos, ainda mais quando está em questão um país considerado megadiverso como o Brasil, o qual é formado por diversos biomas e possui diversas espécies endêmicas. Para que seja possível realizar um trabalho de avaliação de impacto ambiental, é necessário entender alguns conceitos fundamentais para que o trabalho em campo seja realizado de forma bem estruturada e com verdadeiras medidas mitigadoras de impactos. O conceito de habitat está relacionado ao ambiente no qual a espécie em questão é encontrada naturalmente. Existem espécies com uma maior área de distribuição e outras espécies com áreas de distribuição mais restritas. Podemos citar como exemplo o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), que pode ser encontrado em todo o Brasil; já a ararajuba (Guaruba guarouba) é encontrada somente em uma pequena área do estado do Maranhão. Um nicho ecológico se refere ao papel ecológico que determinada espécie realiza em seu habitat, como por exemplo o papel de uma anta brasileira (Tapirus terrestris) em seu habitat. Atualmente, após muitas pesquisas de campo, sabemos que 80% da dieta da anta brasileira é formada por frutos e que ele anda grandes distâncias todas as noites, sendo muito importante como dispersor de sementes de árvores nativas em diversos biomas brasileiros. Sendo assim, ter conhecimentos do habitat e do nicho ecológico das espécies de uma região que será impactada por determinado empreendimento pode permitir ou não essa implantação, pois para as duas situações há necessidade de bons argumentos. Biodiversidade pode ser definida como a variabilidade entre os seres vivos de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte. As espécies endêmicas são caracterizadas por algumas espécies ocorrem somente em determinada região e em nenhum outro lugar do mundo. Como exemplo, podemos citar o mico-leão- dourado (Leontopithecus rosalia), o qual ocorre em uma pequena faixa de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, sendo que estas espécies são importantes nas avaliações de impactos ambientais, pois ocorrendo a manutenção das mesmas, podemos garantir a manutenção de grande parte das espécies presentes nesse ecossistema, já que essas espécies são consideradas espécies guarda-chuva, são mais exigentes e, portanto, podem indicar impactos negativos no ambiente diante do declínio de suas populações. Os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente. Ao estudo dessas interações chamamos Ecologia. Os fatore bióticos estão relacionados a todos os elementos vivos presentes em um ambiente, desde as formas de vida microscópicas até as formas multicelulares. Quando tratamos desses fatores estamos considerando também as relações existentes entre os diversos seres vivos presentes nesse ambiente. Um ecossistema é o conjunto formado por comunidades bióticas que habitam e interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que exercem sobre essas comunidades. Os fatores abióticos estão relacionados a aspectos não vivos presentes no ambiente, mas que influenciam diretamente os elementos vivos, como exemplo pode-se citar: temperatura, pressão, umidade, nutrientes, oxigênio, pH, entre outros fatores. Com os padrões de desenvolvimento de nossa sociedade, é praticamente impossível que os impactos ambientais não ocorram, por menor que seja a atividade realizada pelo ser humano. É importante salientar que na maior parte das vezes as pessoas tendem a pensar que os impactos são sempre negativos, mas quando mencionamos impactos devemos ter a concepção de que os mesmos podem ser positivos também. Um exemplo de impacto ambiental positivo é a soltura de espécies de papagaios nascidos em cativeiro em seu habitat natural. Devemos ter sempre a concepção de que o ser humano faz parte da natureza e por consequência sofre de forma direta ou indireta os impactos que ocorrem na natureza, sejam positivos ou negativos. Dessa forma, com o desenvolvimento de sua vida em sociedade o ser humano passou a utilizar, cada vez mais, os recursos disponíveis no meio ambiente com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida. Os recursos naturais podem ser considerados recursos disponíveis na natureza, os quais podem ser utilizados pelos seres humanos. Esses recursos podem ser divididos em recursos renováveis e recursos não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que apresentam um ciclo que permite que sejam repostos na natureza, e como exemplos, podemos citar o ar e a água. Os recursos naturais não renováveis são aqueles que não são reciclados pela natureza, há certa quantidade deles disponíveis no ambiente e, dependendo de seu uso, poderá acabar mais cedo ou mais tarde e teremos, portanto, que pensar em formas de substituição desses recursos. Um exemplo que pode ser dado são as reservas de petróleo, as quais são finitas, por isso devemos desde já pensar em maneiras de substituir seu uso. Formas que sejam mais inteligentes e menos poluentes e causem menos impactos para o meio ambiente. Os impactos ambientais se caracterizam pela alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. Atividades humanas acarretam em certos níveis de impacto ambiental, dentre elas: - Meios de transporte e produção de esgoto. - Liberação de gases de efeito estufa. - Produção de lixo. O impacto de qualquer atividade que estejamos levando em questão envolve um desvio, ou seja, uma mudança da situação de base ou de partida. A situação de base é a situação ambiental existente na ausência de uma atividade, trata-se de um conceito base nas atividades de avaliação de impactos ambientais. Alguns componentes de interesse que podem ser utilizados na caracterização de uma atividade de base, como a água – quantidade, qualidade, acesso, sazonalidade; solo – erosão, produtividade das culturas, salinidade, nutrientes; fauna – populações, habitat, comunidades; saúde – vetores de doenças, patogenias; flora – composição e densidade da vegetação natural, produtividade, espécies-chave; Ecossistemas especiais. Atualmente o planeta Terra enfrenta fortes sinais de transição, o homem está revendo seus conceitos sobre natureza. Esta conscientização da humanidade está gerando novos paradigmas, determinando novos comportamentos e exigindo novas providências na gestão de recursos do meio ambiente. Em um processo de avaliação de impactos ambientais há uma grande preocupação com todos os impactos e nesse tipo de avaliação os impactos podem ser descritos de acordo com vários atributos que auxiliam a dar a dimensão das modificações possíveis diante da alteraçãocausada pela atividade a ser implantada. Alguns atributos podem ser utilizados para caracterizar um impacto ambiental, como a intensidade, duração, direção, dimensão espacial, frequência, reversibilidade, probabilidade. A análise desses atributos auxilia no entendimento da extensão de um impacto e também a pensar de forma mais eficaz as medidas de mitigação do mesmo. Nunca se falou tanto em meio ambiente e em problemas ambientais como no momento. Uma grande preocupação é que esses problemas acabem tornando impossível a vida humana no planeta terra em um futuro próximo. Várias espécies da fauna e flora já se despediram da face da terra e se as explorações dos recursos naturais continuar em tal ritmo, em breve, poderão gerar graves consequências. Alguns fatores propiciaram o surgimento dos estudos de impactos ambientais nos Estados Unidos, como o aumento da consciência de que o sistema de aprovação de projetos não poderia considerar apenas os aspectos tecnológicos e de custo-benefício, sem levar em conta aspectos relevantes como os culturais, sociais e a participação das comunidades, principalmente daquelas afetadas diretamente por um determinado projeto em questão, fez com que os Estados Unidos fossem os pioneiros na criação de uma legislação ambiental, a qual levou à criação de um sistema de Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Nos Estados Unidos, o sistema de Estudo de Impacto Ambiental nasceu para monitorar os conflitos que surgiram entre manter um ambiente saudável e o tipo de desenvolvimento adotado. Começou-se a pensar a partir de então que seria melhor prevenir os impactos possíveis induzidos por um projeto em desenvolvimento do que, depois, procurar corrigir os danos ambientais gerados. Atualmente, não é possível conceber ações que envolvam fragmentação de habitats, construções de empreendimentos, modificações do ambiente, sem considerar as questões sociais envolvidas. Por exemplo, se estivermos realizando a avaliação da construção de uma represa, além das questões diretamente relacionadas com a fauna, flora e estrutura do rio envolvido, também deveremos nos preocupar com o impacto que essa modificação trará para a comunidade de pescadores do entorno, portanto, as questões sociais devem ser trabalhadas dentro de uma visão socioambiental a fim de mostrar todos os aspectos envolvidos em um determinado empreendimento, tanto os negativos como os positivos. Nesse contexto, o termo impacto é utilizado como um sinônimo para os efeitos da atividade em questão. Dessa forma, uma A.I.A. possui os seguintes objetivos principais: - Buscar a proteção integral do ambiente, objetivando a garantia de manutenção dos recursos naturais para as gerações futuras. - Garantir a saúde, a segurança e a produtividade do meio, também considerando as questões estéticas e culturais dos ambientes. - Permitir a maximização da utilização dos recursos disponíveis em uma área, com a garantia da qualidade dos mesmos, sem existência de riscos indesejáveis. A Avaliação de Impacto Ambiental (ou A.I.A), é um instrumento preventivo usado nas políticas de ambiente e gestão ambiental com o intuito de assegurar que um determinado projeto passível de causar danos ambientais seja analisado de acordo com os prováveis impactos no meio ambiente, e que esses mesmos impactos sejam analisados e tomados em consideração no seu processo de aprovação. Uma A.I.A também objetiva manter a diversidade ambiental, preservar os aspectos históricos do ambiente, manter a qualidade dos recursos ambientais renováveis e buscar a reciclagem dos recursos naturais não recicláveis e permitir que todos os envolvidos em um projeto tenham real consciência dos benefícios e dos custos ambientais do mesmo e realizem uma ponderação, pois esses custos, normalmente, não são computados nos aspectos econômicos. No Brasil podemos considerar que as leis envolvidas na regulamentação dos estudos de impactos ambientais são recentes e estão ganhando mais destaque nas últimas duas décadas, devido aos desastres ambientais ocorridos no mundo e em nosso país, e também em razão da maior cobrança por meio da população e dos órgãos fiscalizadores, porém ainda há muitas falhas, as quais podem ser atribuídas a questões envolvendo corrupção e a extensa área geográfica do Brasil, dificultando as fiscalizações. No Brasil a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81, institui o Estudo de Impacto Ambiental (E.I.A.) como um de seus instrumentos. O Decreto n. 88.351/8 regulamentou essa Lei e determinou que o E.I.A. deveria ser realizado segundo critérios básicos, estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), fato que foi concretizado em 1986 pela Resolução 001/86. Em um E.I.A. devemos considerar as alternativas possíveis para o projeto em questão e entre elas não se pode deixar de considerar nessa avaliação, a de não realização do projeto, devem ainda ser discutidas e consideradas alternativas tecnológicas, de processo, da disposição final dos resíduos produzidos, do tratamento de efluentes, de fontes de energia, entre muitas outras. Podemos considerar que a melhor alternativa seria aquela menos impactante, mas que apresentasse interesse social e econômico concomitante. Para a realização do E.I.A. é necessário seguir uma sequência de passos, cujo nível de detalhamento dependerá da complexidade do empreendimento. O E.I.A deve ser iniciado pela obtenção de informações gerais, envolvendo a totalidade do ambiente, seguida da caracterização do empreendimento. Nessa fase é importante determinar a área de influência do projeto. Após, há a necessidade de realizar o diagnóstico ambiental e a avaliação dos impactos ambientais. Após a obtenção e análise dos dados coletados nas fases iniciais do E.I.A, as medidas mitigadoras e programa de monitoramento podem ser elaborados, com os resultados é apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (R.I.M.A.), o qual terá periodicidade e tempo de duração de acordo com diversas características do projeto em execução, com necessidade de envolvimento de uma equipe multiprofissional, com qualidade na formação, a fim de que se possa ter confiança dos dados levantados. Na fase I de uma AIA devem ser realizados os inquéritos iniciais: compreender as atividades propostas, categorizar as atividades levantadas, conduzir a avaliação preliminar, caso seja necessário. A Fase II de uma AIA compreende a realização do estudo completo (caso os dados levantados mostrem essa real necessidade), nela será realizada a descrição do âmbito do projeto, avaliação da situação de base, identificação e escolha das alternativas, identificação e caracterização dos impactos potenciais das atividades propostas e cada alternativa, desenvolvimento do plano de mitigação, compensação e monitoramento e, por fim, a realização da comunicação dos dados e a juntada de documentos comprobatórios. Na Fase I da AIA é necessário seguir um conjunto de passos para que seja possível realizar a devida caracterização do projeto estudado. Primeiro, é importante que a atividade proposta seja compreendida, assim como o porquê de a atividade estar sendo proposta e o que está sendo proposto nessa atividade a ser analisada. O processo de categorização da atividade é uma etapa essencial, pois, dependendo da categorização da atividade, as etapas de avaliação podem ser modificadas, sendo assim, de acordo com a natureza da atividade, será indicado o nível de revisão ambiental. Caso a atividade seja de baixo risco ou sua natureza tenha pouca probabilidade de trazer impactos adversos significativos, o indicado de acordo com a legislação vigente é que a AIA não tem necessidade de continuar. Caso a atividade em questão seja de risco moderado ou desconhecido, será conduzida uma avaliação preliminar, ocorrerá uma AIA rápida utilizando ferramentas simples. Se o resultadoda análise indicar um impacto significante adverso, será indicada a AIA completa, mas, caso o resultado seja de pouco provável impacto adverso significante, o indicado também será cessar a AIA. Caso a atividade analisada seja categorizada como de alto risco, cuja natureza é muito provável que traga impactos adversos significantes, o indicado será a realização de um estudo de AIA completo. Um Estudo de Impacto Ambiental, seguido da elaboração de um Relatório de Impacto Ambiental, não é exigência para todo e qualquer projeto. Determinados projetos devem passar por todas as etapas de análise, avaliação, registro e mitigação de impactos previstos, dentre eles: - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; ferrovias; portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos. - Aeroportos; oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV. - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos; extração de combustível fóssil; extração de minério; aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte da energia primária, acima de 10MW. Para iniciar um Estudo de Impacto Ambiental, existe a necessidade de seguir vários passos chamados de diretrizes, que devem ser criteriosamente obedecidas e fazer parte do Relatório de Impacto Ambiental, o qual envolve o levantamento de dados, por vezes, de grande complexidade. Como parte das diretrizes de um EIA/RIMA existe a necessidade de se dar grande importância para as fases de planejamento, implantação, operação e desativação. Deve-se relacionar a compatibilidade do projeto com as políticas setoriais, planos e programas governamentais. Na descrição do projeto devem ser listadas suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando área de influência, matérias-primas, mão de obra, fontes de energia, processos e técnica operacionais, prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, geração de empregos. Por meio dessa caracterização inicial de um projeto é possível verificar se o mesmo é realmente interessante para ser implantado, levando em consideração os mais variados aspectos e pensando nos impactos a serem gerados. A área de influência de um projeto é referente a um espaço que sofrerá a influência da implantação do mesmo de forma direta ou indireta, ou seja, todas as áreas que serão afetadas. Para realizar uma avaliação correta da área de influência em um projeto, o mais indicado é levar em consideração a bacia hidrográfica na qual o projeto está inserido. Esta será considerada a unidade básica da área de influência direta e indireta. Quando tratamos da realização do diagnóstico ambiental dentro de uma Avaliação de Impacto Ambiental, estamos nos referindo a um trabalho que deverá ser realizado antes da implantação do projeto desejado, por meio de uma análise criteriosa do ambiente natural. Nessa fase da avaliação serão considerados os seguintes aspectos: - Fatores físicos. - Fatores biológicos. - Fatores antrópicos. Quando tratamos da realização do diagnóstico ambiental dentro de uma Avaliação de Impacto Ambiental, estamos nos referindo a um trabalho que deverá ser realizado antes da implantação do projeto desejado, por meio de uma análise criteriosa do ambiente natural. Nessa fase da avaliação serão considerados os fatores ambientais físicos, biológicos e antrópicos de acordo com as seguintes características relacionadas ao estudo: - O tipo e porte do empreendimento. - Variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indiretamente efeitos em todas as fases do projeto. - Informações cartográficas compatíveis com o nível de detalhamento dos fatores ambientais considerados. Em ecologia, fatores ecológicos são elementos do ambiente que influenciam organismos vivos. Os seguintes fatores ambientais estão relacionados ao meio físico: - Subsolo. - Ar. - Água e o clima. Para o início dos trabalhos de diagnóstico ambiental dentro de uma Avaliação de Impactos Ambientais, devemos entender quais as condições meteorológicas do local e relacioná-las com o clima, aferir a qualidade do ar, para, caso o empreendimento seja implantado, ser possível realizar comparações, realizar uma caracterização geomorfológica e geológica, a fim de verificar se o ambiente permite a instalação do projeto, pensando no uso e aptidões do solo. Também devem ser avaliadas as seguintes características relacionadas aos recursos hídricos: - Hidrologia superficial. - Hidrogeologia e oceanografia física. - Qualidade das águas e uso das águas. Além de ser extremamente importante a caracterização física do ambiente no qual se pretende implantar um empreendimento, não podemos deixar de dar especial atenção para a caracterização biológica do local, a qual deve ser minuciosa e levar em consideração diversos aspectos, elencando todos os tipos de ecossistemas presentes na região de estudo. Deverão ser elencados e caracterizados os seguintes ecossistemas: - Ecossistemas Terrestres (descrição da cobertura vegetal, descrição geral das inter-relações fauna-fauna e faunaflora). - Ecossistemas Aquáticos (mapeamento das populações aquáticas, identificação das espécies indicadoras biológicas). - Ecossistemas de Transição (banhados, manguezais, brejos, pântanos). Em um diagnóstico ambiental é extremamente importante a caracterização física do ambiente no qual se pretende implantar um empreendimento, porém, deve ser dada uma atenção especial para a caracterização biológica do local, a qual deve ser minuciosa e levar em consideração diversos aspectos, elencando todos os tipos de ecossistemas presentes na região de estudo. Deverão ser elencados e caracterizados os ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição. Determinadas informações relativas aos ecossistemas terrestres devem ser coletadas, como a descrição da cobertura vegetal e uma descrição geral das inter-relações fauna-fauna e fauna- flora. Em relação aos ecossistemas aquáticos, as seguintes informações devem ser coletadas: - Mapeamento das populações aquáticas. - Identificação das espécies indicadoras biológicas. Os ambientes de banhados, manguezais, brejos e pântanos caracterizam os ecossistemas de transição. É muito importante sempre ter em vista a identificação das seguintes espécies: - Espécies ameaçadas de extinção. - Espécies raras. - Espécies de interesse econômico e científico. Podemos dar destaque com relação à flora para as espécies indicadoras de qualidade do ar, umidade e perturbação do solo e para a fauna destacar a importância da identificação dos territórios e sua diversidade específica, mapeando a localização das seguintes fontes: - Fontes de alimentação. - Fontes de dessedentação. - Fontes de reprodução. Com relação à caracterização do meio antrópico em uma Avaliação de Impacto Ambiental, devemos levar em consideração os seguintes aspectos: - Dinâmica Populacional. - Uso e Ocupação do solo. - Nível de vida. As seguintes características da dinâmica populacional devem ser consideradas: - Distribuição da população (rural e urbana). - Redes hidrográficas e viárias, densidade populacional por grupo de idade, sexo, taxa média de crescimento nos últimos dez anos e grau de urbanização. - Deslocamentos populacionais diários e fluxos migratórios. As seguintes características do uso e ocupação do solo devem ser consideradas: - Áreas rurais, urbanas e de expansão urbana, valor histórico, cultural, paisagístico e ecológico. - Usos urbanos (residencial, comercial, serviços, industrial). - Identificação das infraestrutura e culturas cultivadas na zona rural e o mapeamento da vegetação nativa e exótica. As seguintes características relacionadas ao nível de vida devem ser consideradas:- Estrutura ocupacional, população economicamente ativa, por setor econômico, distribuição da renda e sua evolução. - Desemprego, educação, mortalidade e natalidade. - Alimentação, lazer, turismo e segurança social. Durante o processo de realização da análise de impactos ambientais deverá ser realizada a identificação, valoração e interpretação dos prováveis impactos em todas as fases do projeto e para cada um dos fatores ambientais pertinentes. De acordo com a avaliação de impacto realizada e com os fatores ambientais considerados, o impacto ambiental poderá ser classificado de acordo com as seguintes formas: - Direto ou indireto. - Benéfico ou adverso. - Temporário, permanente ou cíclico. Para a realização da avaliação das inter-relações e da magnitude dos impactos ambientais podem ser utilizadas as seguintes metodologias: - Análise de custo-benefício e método “ad hoc” grupo multidisciplinar. - Listas de checagem/controle (checklists para a identificação de sequências) e matrizes de interação (Matriz de Leopold). - Análise de rede (NetWorks) e mapeamento por superposição (overlays). A cada dia é mais comum ouvirmos nos meios de comunicação o termo “medidas mitigadoras”, principalmente com o aumento das discussões relacionadas às mudanças climáticas. Esse tipo de medida está relacionado ao que pode ser feito para reduzir as consequências causadas por determinado evento. Portanto, sempre que pensarmos em uma atividade que cause qualquer tipo de impacto, devemos pensar de forma simultânea em medidas para redução das consequências desses impactos. Portanto, durante a elaboração das diretrizes de um EIA/RIMA as medidas mitigadoras devem ser apresentadas e classificadas de acordo com as seguintes características: - Sua natureza (preventiva ou corretiva). - Fase do empreendimento em que deverão ser implementadas e o fator ambiental a que se destina. - O prazo de permanência de sua aplicação e a responsabilidade por sua aplicação. O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) refletirá as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Suas informações técnicas devem ser expressas em linguagem acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas adequadas, quadros, gráficos e outras técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender claramente as possíveis consequências ambientais do projeto e suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas. Um RIMA deve conter obrigatoriamente os seguintes itens: - Objetivos e justificativas do projeto. - Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais. - Síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico. O licenciamento ambiental vem, então, como um importante instrumento de gestão da Administração Pública: por meio dele é exercido o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais. Determinados aspectos devem ser observados durante a realização de trabalhos de licenciamento ambiental com o principal objetivo de constituir um trabalho com qualidade e que garanta a manutenção das redes presentes nos ecossistemas, dentre eles: - Multi e Interdisciplinaridade no processo AIA: como visto os fatores ambientais são diversos e suas inter-relações podem significar algo de extrema complexidade. Há assim a necessidade de atuação de profissionais de diferentes áreas específicas, bem como há a necessidade de um trabalho de interconexão dessas áreas de forma a se poder avaliar as interferências entre os fatores ambientais envolvidos na análise. - Subjetividade: é preciso ter em mente que, quando do processo de AIA, deverão ser considerados para análises, dentre os fatores ambientais, dados tanto de natureza quantitativa quanto de natureza qualitativa. Os métodos e técnicas utilizados para a valoração das magnitudes e significâncias de cada impacto sobre os fatores ambientais considerados tentam abstrair essas questões, valorando aspectos outrora qualitativos. Mesmo assim, deve-se ter em mente que esta não é uma avaliação estanque e que ela irá depender de diversas circunstâncias locais, pois um impacto de natureza qualitativa em um determinado local poderá ter seu “peso”, considerando os demais, reduzindo ou aumentado. - Confiabilidade: no RIMA, algumas manipulações realizadas a fim de obter uma apresentação mais impressionante, do ponto de vista estético, podem resultar em perda de informação e ou tendenciosidade contra a importância de determinada informação qualitativa, a qual geralmente é apresentada de forma descritiva. De maneira geral o EIA foi criado principalmente com o intuito de ser um instrumento poderoso no planejamento e implementação de empreendimentos, visão alternativa ao mero ponto de vista o econômico. O tamanho e tempo de execução não garantem um EIA de qualidade. A qualidade do trabalho está diretamente ligada à responsabilidade e competência da equipe que o desenvolve.
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