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Curso Técnico em Eletrotécnica Desenho Técnico Elétrico Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente da Confederação Nacional da Indústria José Manuel de Aguiar Martins Diretor do Departamento Nacional do SENAI Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI Alcantaro Corrêa Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC Confederação Nacional das Indústrias Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Curso Técnico em Eletrotécnica Desenho Técnico Elétrico Paulo Roberto Pereira Júnior Florianópolis/SC 2010 É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra Coordenação de Educação a Distância Beth Schirmer Revisão Ortográfica e Normatização Contextual Serviços Editoriais Coordenação Projetos EaD Maristela de Lourdes Alves Design Instrucional, Ilustração, Projeto Gráfico Editorial, Diagramação Equipe de Recursos Didáticos SENAI/SC em Florianópolis Autor Paulo Roberto Pereira Júnior SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC CEP: 88034-001 Fone: (48) 0800 48 12 12 www.sc.senai.br Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis P436d Pereira Júnior, Paulo Roberto Desenho técnico elétrico / Paulo Roberto Pereira Júnior. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010. 43 p. : il. color ; 28 cm. Inclui bibliografias. Acompanha caderno de atividades. 1. Desenho técnico. 2. Desenho geométrico. I. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. CDU 744 Prefácio Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado. Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta- das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina. No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de- senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho. Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em oferecer um modelo de educação atual e de qualidade. Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi- mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces- sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional, oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu- cação por Competências, em todos os seus cursos. É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos. Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima- ções, tornando a aula mais interativa e atraente. Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria do Conhecimento. Sumário Conteúdo Formativo 9 Apresentação 11 Sobre o autor 11 12 Unidade de estudo 1 Desenho técnico Seção 1 - Introdução Seção 2 - Formatos de papéis e leiautes Seção 3 - Dobramento de folhas série A Seção 4 - Informações em desenho técnico Seção 5 - Escalas Seção 6 - Caractere em dese- nho técnico Seção 7 - Tipos de linhas em desenho técnico Seção 8 - Cotagem em dese- nho técnico Seção 9 - Desenho linear geométrico Seção 10 - Desenho geomé- trico 13 13 14 16 16 16 17 18 19 20 22 Unidade de estudo 2 Desenho técnico arquitetônico Seção 1 - Introdução Seção 2 - Planta baixa Seção 3 - Escalas Seção 4 - Vistas Seção 5 - Cortes 26 Unidade de estudo 3 Desenho técnico elétrico Seção 1 - Introdução Seção 2 - Simbologia Seção 3 - Diagrama unifilar Seção 4 - Diagrama trifilar Seção 5 - Diagrama multifilar Seção 6 - Prumada Seção 7 - Padrão de entrada Seção 8 - Planta baixa Seção 9 - Software de dese- nho elétrico Finalizando 41 Referências 43 23 23 24 24 25 27 27 34 35 35 36 36 36 36 8 CURSOS TÉCNICOS SENAI Conteúdo Formativo 9DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Carga horária da dedicação Carga horária: 60 horas Competências Empregar software de desenho assistido por computador nos desenhos e proje- tos elétricos, identificando comandos de desenho, precisão, edição, dimensiona- mento e visualização. Conhecimentos ▪ Desenho técnico arquitetônico (planta baixa, escalas, vistas, cortes). ▪ Software de desenho elétrico. ▪ Desenho técnico (lineares, geométricos, cotas, escalas). ▪ Desenho técnico elétrico (diagramas unifilar, trifilar e multifilar, simbologias, prumada, padrão de entrada, planta baixa). ▪ Normas técnicas de simbologia. Habilidades ▪ Elaborar leiautes e diagramas. ▪ Aplicar softwares específicos para desenho de projetos. ▪ Analisar as condições ambientais, operacionais e de leiaute. ▪ Interpretar técnicas de desenhos e de representação gráfica em ferramentas e equipamentos. Atitudes ▪ Zelo no manuseio dos equipamentos. ▪ Cuidados no manuseio dos componentes. Apresentação DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Seja bem-vindo à unidade curricular de Desenho Técnico Elétrico. O Curso Técnico em Eletrotécnica forma profissionais capazes de pla- nejar e elaborar o projeto das instalações elétricas prediais e industriais. Para formar esse elemento de competência a unidade curricular de De- senho Técnico Elétrico ensina a empregar software de desenho assistido por computador nos desenhos e projetos elétricos. Você aprenderá nesta unidade sobre desenho técnico arquitetônico, desenho técnico elétrico e normas de simbologia. Com esses conhecimentos você irá adquirir ha- bilidades para elaborar leiautes e diagramas, aplicar softwares específicos para desenho de projetos, analisar as condições ambientais, operacionais e de leiautes, interpretar técnicas de desenhos e de representação gráfica em ferramentas e equipamentos. Como profissional formado no Curso Técnico em Eletrotécnica você poderá atuar como eletricista de instalações e planejar serviços elétri- cos, realizar instalações de distribuição de baixa tensão, montar e repa- rar instalações elétricas e equipamentos auxiliares em residências, esta- belecimentos industriais, comerciais e de serviços e instalar e reparar equipamentos de iluminação. Poderá também atuar como eletricista de manutenção industrial, planejar serviços de manutenção e instalação eletroeletrônica, realizar manutenções preventiva, preditiva e corretiva, instalar sistemas e componentes eletroeletrônicos, realizar medições e testes, elaborar documentação técnica e trabalhar em conformidade com normas e procedimentos técnicos e de qualidade, segurança, higiene, saúde e preservação ambiental. Esta unidade curricular contempla o desenho como forma ou ferra- menta diretamente ligada a projetos elétricos residenciais e industriais por meio de símbolos padronizados e interligados estrategicamente, que possibilitam a interpretação de instalações elétricas dentre todos os pro- fissionais da área. Desejo a você bons estudos, prosperidade e sucesso nessacaminhada. Vamos juntos! Paulo Roberto Pereira Júnior Professor Paulo Roberto Pereira Júnior Paulo Roberto Pereira Júnior é formado pelo SENAI SC em Ja- raguá do Sul nos cursos técnicos em Eletromecânica e Tecnologia em Eletroeletrônica. Trabalhou nas áreas de produção, manu- tenção e projetos em algumas empresas da região e atualmen- te leciona nos cursos de ensino médio, aprendizagem e técnico no SENAI em Jaraguá do Sul. 11 Unidade de estudo 1 Seções de estudo Seção 1 – Introdução Seção 2 – Formatos de papéis e leiautes Seção 3 – Dobramento de folhas série A Seção 4 – Informações em desenho técnico Seção 5 – Escalas Seção 6 – Caractere em desenho técnico Seção 7 – Tipos de linhas em desenho técnico Seção 8 – Cotagem em desenho técnico Seção 9 – Desenho linear geométrico Seção 10 – Desenho geométrico 13DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO SEÇÃO 1 Introdução O desenho técnico é utilizado para diversos fins: na mecânica para fabricação e montagem de peças; na construção civil para projetos de casas e edificações; na elétrica para projeto de instalações elétri- cas residenciais e industriais; e na eletroeletrônica e eletromecânica para projetos de máquinas. Para melhor compreender os de- senhos surgiu a necessidade de padronizar os símbolos, os ma- teriais e os métodos usados para realização do desenho técnico. O órgão responsável pela padroniza- ção das normas técnicas no Brasil é a ABNT. SEÇÃO 2 Formatos de papéis e leiautes Para que o desenho técnico seja executado é necessário que se es- colha o tipo e o formato do papel. A ABNT NBR 10068 existe para padronizar a folha de desenho, o leiaute e as suas dimensões. O for- mato do papel deve ser escolhido conforme melhor mostrar o dese- nho técnico a fim de evitar uma má interpretação do desenho. Os formatos padronizados para o pa- pel a ser impresso o desenho téc- nico são conhecidos como “for- matos série A”. Observe! Desenho técnico Tabela 1 - Formatos série A Formatos série A Designação Dimensões A0 841 x 1189 A1 594 x 841 A2 420 x 594 A3 297 x 420 A4 210 x 297 Fonte: adaptado de ABNT (1987, p. 2). A legenda utilizada no formato série A deve ter 178 mm de lar- gura para os formatos A4, A3 e A2, e 175 mm de largura para os formatos A1 e A0. As margens devem ter valores próprios para cada formato do papel. A mar- gem da esquerda possui 25 mm de largura para todos os forma- tos possibilitando a fixação em pastas suspensas e arquivos. Para cada formato da série A é utiliza- do um tipo de linha ao desenhar o quadrado das margens. Observe atentamente! Tabela 2 - Margens para o formato série A Formato Margem esquerda (mm) Margem direita (mm) Linha utilizada no quadrado (mm) A0 25 10 1,4 A1 25 10 1,0 A2 25 7 0,7 A3 25 7 0,5 A4 25 7 0,5 Fonte: adaptado de ABNT (1987, p. 3). A folha pode ser utilizada na hori- zontal ou na vertical. A legenda é posicionada no canto inferior di- reito do leiaute, o quadro do leiau- te deve possuir marcas de centro e, além destas, pode possuir uma escala métrica de referência, que não necessita de números. O comprimento mínimo é de 100 mm com intervalos de 10 mm uti- lizando um traço de 0,5 mm. Existe outro sistema que pode ser adotado, conhecido como sistema de referência por malha. Este sistema permite uma locali- zação de partes ou detalhes por coordenadas. Consiste em vá- rias divisões, tanto na horizontal quanto na vertical. As divisões na ABNT: Associação Brasilei- ra de Normas Técnicas. horizontal são subdivididas em números e as divisões na vertical são subdivididas em letras, sendo que as divisões devem ser pares e a quantidade de divisões depende do nível de complexidade do de- senho. A dimensão do retângulo que forma as divisões deve ter a 14 CURSOS TÉCNICOS SENAI largura entre 25 e 75 mm e deve utilizar um traço de 0,5 mm. As letras utilizadas nas divisões situa- das na vertical devem ser sempre maiúsculas, conforme nos eviden- cia a figura 1. SEÇÃO 3 Dobramento de folhas série A A NBR 13142 mostra como deve ser o dobramento das folhas de desenho, dentre elas estão os for- matos A0, A1, A2 e A3. Obtido o dobramento final, a legenda deve ficar disposta na parte frontal da folha dobrada. Isso possibilita a identificação do desenho e as informações pertinentes para o arquivamento e o controle das re- visões. Acompanhe as figuras 2, 3, 4 e 5. Figura 1 - Leiaute com marcas de centro e sistema de referência por malha Figura 2 - Dobramento formato A0 Fonte: adaptado de ABNT 13142 (1999, p. 2). 15DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Figura 3 - Dobramento formato A1 Fonte: adaptado de ABNT 13142 (1999, p. 3). Figura 5 - Dobramento formato A3 Fonte: adaptado de ABNT 13142 (1999, p. 3). Figura 4 - Dobramento formato A2 Fonte: adaptado de ABNT 13142 (1999, p. 3). 16 CURSOS TÉCNICOS SENAI detalhe ou na vista que essa escala for necessária. A escala deve ser obtida de modo a interpretar me- lhor o desenho e não deixar dú- vidas quanto ao projeto. Observe! Tabela 3 - Tipos de escalas Redução Natural Ampliação 1:2 1:1 2:1 1:5 5:1 1:10 10:1 Fonte: adaptado de ABNT 8196 (1994, p. 2). SEÇÃO 4 Informações em desenho técnico A NBR 10582 mostra a apresen- tação da folha para desenho téc- nico. As informações contidas no desenho são: a explanação (são registradas as informações sobre a leitura do desenho), a instrução (são registradas as informações sobre a execução do desenho), a referência (são registradas as refe- rências a documentos ou outros desenhos), a localização da planta de situação (é registrada a planta esquemática com marcação de área construída ou a planta esque- mática com marcação de área) e a tábua de revisão (são registradas as alterações feitas no desenho, as datas das alterações, as pessoas responsáveis pelas alterações e o número sequencial da revisão). DICA Para controle de revisões de desenhos pode ser criado um documento que registre todas as revisões e altera- ções realizadas num dese- nho técnico, o que forma o histórico de um projeto de engenharia. As normas de qualidade prevêem esse tipo de controle. As características das informações sobre o desenho estão reunidas na legenda. A legenda pode conter as seguintes informações: título do desenho, número do desenho, escala utilizada no desenho, em- presa responsável pelo desenho e nomes do desenhista, projetista ou engenheiro, com suas rubricas de aprovação e datas da realização do desenho. Pode conter ainda informações sobre o material uti- lizado no projeto e posições das peças no desenho de montagem quando aplicável. SEÇÃO 5 Escalas A NBR 8196 trata sobre o empre- go da escala em desenho técnico. Existem três escalas: de redução, natural e de ampliação. A escala deve ser apresentada na legenda do desenho. Ao se utilizar mais de uma escala em um único desenho, a mesma deve estar descrita no <inserir ilustração 1.4.1> FIGURA 6 - EXEMPLO PARA LEGENDA EM DESENHO TÉCNICO <fechar ilustração 1.4.1> SEÇÃO 6 Caractere em desenho técnico A NBR 8402 trata sobre a execu- ção de caractere para escrita em desenho técnico. A escrita em desenho técnico deve ser legível, uniforme e possibilitar a micro- filmagem e outros processos de reprodução. Veja a tabela 4! Figura 6 - Exemplo para Legenda em Desenho Técnico Tabela 4 - Proporções de símbolos gráficos com exemplo numérico Características Relação Dimensões (mm) Altura letra maiúscula (h) (10/10) h 3,50 Altura letra minúscula (c) (7/10) h 2,50 Distância mínima entre caractere (a) (2/10) h 0,70 Distância mínima entre linhas de base (b) (14/10) h 5,00 Distância mínima entre palavras (e) (6/10) h 2,10 Largura da linha (d) (1/10) h 0,35 Fonte: adaptado de ABNT 8402 (1994, p. 2). 17DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Existem algumas observações que devem ser levadas em conta quanto aos tipos de linhas. Os traços 0,13 e 0,18 são utilizados em escala natu- ral, e não se recomenda utilizá-los em desenhos com escala de redução. Outraobservação é o espaçamento entre linhas, inclusive em hachuras. Esse espaço não deve ser maior que duas vezes a largura da maior linha. A NBR 8403 recomenda que o espaço entre linhas seja menor que 0,70 mm. SEÇÃO 7 Tipos de linhas em desenho técnico Segundo a NBR 8403 existem ti- pos de linhas para determinadas aplicações e interpretações do desenho técnico. Esta norma traz as linhas usuais entre os profissio- nais da área. As larguras das linhas são escolhidas de acordo com a aplicação, dimensão e escala do desenho. Os tamanhos das linhas possuem uma relação com o códi- go de cores quando utilizadas ca- netas técnicas e/ou desenho por computador. Tabela 5 - Código de cores e espessuras de linhas Espessura (mm) Cor da linha 0,13 Lilás 0,18 Vermelha 0,25 Branca 0,35 Amarela 0,50 Marrom 0,70 Azul 1,00 Laranja 1,40 Verde 2,00 Cinza Fonte: adaptado de ABNT 8403 (1984, p. 1). Figura 5 - Dobramento Formato A3 Fonte: adaptado de ABNT 13142 (1999, p. 3). Quadro 1 - Tipos de linhas Tipos de linhas Aplicação Contornos visíveis Arestas visíveis Linhas de instrução imaginárias Linhas de cotas Linhas auxiliares Linhas de chamada Hachuras Contornos de seções rebatidas na própria vista Linhas de centro curtas Limites de vistas ou cortes parciais ou interrompidas se o limite não coincidir com linhas traço e ponto Esta linha destina-se a desenhos confeccionados por máquinas Contornos não visíveis Arestas não visíveis Contornos não visíveis Arestas não visíveis Linhas de centro Linhas de simetria Trajetórias Planos de corte Indicação das linhas ou superfícies com indicação es- pecial Contorno de peças adjacentes Posição limite de peças móveis Linhas de centro de gravidade Cantos antes da conformação Detalhes situados antes do plano de corte Fonte: adaptado de ABNT 8403 (1984, p. 2). 18 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 8 Cotagem em desenho técnico As cotas em desenho técnico são destinadas a informar o valor ou a medida de alguma dimensão de- senhada, mas com valores reais da peça. A NBR 10126 traz informa- ções sobre como deve ser a co- tagem em desenho técnico. Está escrito claramente que as cotas devem ser dispostas de maneira a não deixar dúvidas sobre a face que está sendo cotada e o valor numérico da cota. Está escrito também que a unida- de das cotas deve estar impressa na legenda. E caso haja mais de uma unidade no desenho, ela deve ser adicionada junto ao detalhe que a merecer, sendo que todos os detalhes devem ter a mesma unidade. Contudo, para se formar uma cota são necessários alguns elementos. Os elementos de co- tagem são: linha auxiliar, linha li- mite de cota, linha de cota e cota. Figura 11 - Elementos de cotagem Fonte: adaptado de ABNT 10126 (1987, p. 3). Linha auxiliar As cotas podem ter representação de diâmetro (ø), quadrado (□), raio (R), diâmetro esférico (øESF) e raio esférico (RESF). Quanto ao uso de algum tipo de linha diferente dos tipos apre- sentados no Quadro 1, a norma específica deve ser explicada ou referenciada. Além dos tipos de li- nhas, é importante que você saiba que existem prioridades entre as linhas. Isso quer dizer que se uma linha coincidir com outra, deve-se manter a prioridade entre elas. O nível de prioridade está disposto a seguir: ▪ arestas e contornos visíveis; ▪ arestas e contornos não visí- veis; ▪ superfícies de cortes e seções; ▪ linhas de centro; ▪ linhas de centro de gravidade; ▪ linhas de cota auxiliar. A NBR 8403 trata também da terminação das linhas de chama- da, que podem ser de três formas. Acompanhe! 1. Sem símbolo, se elas condu- zem uma linha de cota. Figura 8 - Terminação da linha de cha- mada sem símbolo Fonte: adaptado de ABNT 8403 (1984, p. 5). 2. Com um ponto, se terminar dentro do objeto representado. Figura 9 - Terminação da linha de cha- mada com um ponto Fonte: adaptado de abnt 8403 (1984, p. 5). 3. Com uma seta, se elas contor- nam o objeto representado. Figura 10 - Terminação da linha de chamada com uma seta Fonte: adaptado de ABNT 8403 (1984, p. 5). 19DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO SEÇÃO 9 Desenho linear geométrico A característica do desenho linear geométrico utiliza linhas de constru- ção para formar desenhos complexos. Tais desenhos podem, por exem- plo, encontrar uma perpendicular de um ponto em relação a uma reta, dividir uma linha reta ao meio, traçar uma linha perpendicular, entre outros casos. Analise, atentamente, as imagens abaixo. Figura 12 - exemplo 1: encontrar uma perpendicular de um ponto em relação a uma reta Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 18). Figura 13 - Exemplo 2: dividir uma linha reta ao meio e traçar uma linha perpendicular Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 18). 20 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 10 Desenho geométrico O desenho geométrico é composto por figuras geométricas. Estas figu- ras são divididas basicamente em linhas, ângulos, triângulos, quadriláte- ros, polígonos regulares e círculos e circunferências. Acompanhe! Figura 14 - Figuras geométricas – linhas Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 17). ObtusoAgudo Bissetriz Reto Raso Figura 15 - Figuras geométricas – ângulos Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 17). Equilátero Isósceles Escaleno Retângulo Figura 16 - Figuras geométricas – triângulos Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 17). 21DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Figura 17 - Figuras geométricas – quadriláteros Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 17). Figura 18 - Figuras geométricas – polígonos regulares Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 17). Figura 19 - Figuras geométricas – círculo e circunferências Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 17). Uma das formas de representa- ção dos desenhos é a perspectiva. Existem vários tipos de perspecti- va, você aprenderá nesta seção so- bre a perspectiva isométrica. Iso- métrico significa medidas iguais, portanto, perspectiva isométrica quer dizer que as três linhas de construção dessa perspectiva são defasadas 120º uma da outra. Figura 20 - Desenho em perspectiva Fonte: adaptado de SENAI (1998, p. 24). Relembrando Nesta unidade de estudo você aprendeu conceitos so- bre desenho com base em normas técnicas. Dentre as seções de estudos vistas por você, foram citados os for- matos de papéis, os leiautes de desenhos técnicos e mar- gens. Você aprendeu como proceder para realizar o do- bramento de papéis série A e as informações contidas numa folha de desenho téc- nico, sobre o emprego de escalas de redução, natural e de ampliação, o uso do carac- tere e suas dimensões, os ti- pos de linhas, cores de linhas e linhas de chamada. Você aprendeu ainda sobre cota- gem em desenho técnico, o desenho linear geométrico, o desenho geométrico e a perspectiva. O estudo desta unidade está em conformidade com os co- nhecimentos mencionados no conteúdo formativo e tem como finalidade prepará-lo para o mercado de trabalho. Vamos! O que você está es- perando para desenvolver as atividades propostas e se for- talecer profissionalmente? Concentre-se em sua apren- dizagem! Unidade de estudo 2 Seções de estudo Seção 1 – Introdução Seção 2 – Planta baixa Seção 3 – Escalas Seção 4 – Vistas Seção 5 – Cortes 23DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO SEÇÃO 1 Introdução Para desenvolver projetos de ins- talações elétricas o projetista deve ter em mãos o projeto arquitetôni- co e assim obter as dimensões re- ais e desenhar a planta baixa. Com isso o projetista poderá realizar os cálculos de luminotécnica, cabea- mento, entre outros. É necessário, portanto, que se faça o desenho técnico da instalação para trans- mitir e arquivar todo esse conjun- to de informações para o cliente ou executor da instalação elétrica. Conhecer alguns critérios estuda- dos pelos arquitetos é importante para que o projetista possa realizar o desenho técnico elétrico. Nesta unidade você irá conhecer melhor o que é uma planta baixa, qual é o uso das escalas em arquitetura, as vistas e os cortes utilizados em arquitetura.Bons estudos! Desenho técnico arquitetônico SEÇÃO 2 Planta baixa Imagine o desenho da construção de uma casa com vista superior a mais ou menos 1,5 m de altura, contendo as indicações de portas, janelas e outros detalhes da construção pertinentes ao projeto elétrico. Imaginou? Por meio dessa vista o projetista é capaz de mensurar cabos, tomadas, interruptores, lâmpadas, etc. O projetista elétrico será capaz de desenhar as janelas, as portas, as es- cadas e todos os detalhes que terão influência no projeto elétrico tendo como base o projeto arquitetônico da construção. Para isso, o formato do papel para realização do desenho deverá ser o formato da série A es- tudado na Unidade 1. Dessa forma, o formato A0 é o maior e o formato A4, o menor. 6800 53 00 Figura 21 - Exemplo de Planta Baixa 24 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 3 Escalas A escala representa a proporção entre as dimensões do desenho e as dimensões reais. Conforme ABNT NBR 6492, dentre as es- calas mais usuais, destacam-se as seguintes: 1/2; 1/5; 1/10; 1/20; 1/25; 1/50; 1/75; 1/100; 1/200; 1/250 e 1/500, consideradas es- calas de redução, sendo que redu- zem o tamanho ou a dimensão de uma construção. Como exemplo a escala de 1/50 significa que cada 1 mm no desenho equivale a 50 mm na dimensão real. E cada 1 cm no desenho equivale a 50 mm na dimensão real. SEÇÃO 4 Vistas A vista é disposta de forma a mostrar com máximo de clareza os de- talhes pertinentes ao projeto. A vista pode ser frontal, lateral esquerda, lateral direita, posterior ou superior. Figura 22 - Vistas em Desenho Técnico Arquitetônico 25DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Relembrando Nesta unidade você apren- deu alguns conceitos sobre desenho técnico arquitetôni- co e para que serve a planta baixa ao projetista de insta- lações elétricas. Aprendeu também sobre o uso da es- cala de redução utilizada em desenho técnico arquitetô- nico, as escalas mais usuais, o uso de vistas e cortes que podem ser utilizados no de- senho técnico arquitetônico. Aprendido tudo isso, que tal agora verificar como está o seu conhecimento? Desen- volva as atividades propostas no caderno de exercícios e retome os conceitos e aspec- tos centrais desta unidade. Vamos lá! SEÇÃO 5 Cortes Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994, p. 1), que trata sobre a representa- ção de projetos de arquitetura, corte significa “Plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no sentido transversal”. A norma quer representar o corte. Quando se fizer necessário, mostrar algum detalhe intrínseco no desenho. Unidade de estudo 3 Seções de estudo Seção 1 – Introdução Seção 2 – Simbologia Seção 3 – Diagrama unifilar Seção 4 – Diagrama trifilar Seção 5 – Diagrama multifilar Seção 6 – Prumada Seção 7 – Padrão de entrada Seção 8 – Planta baixa Seção 9 – Software de desenho elétrico 27DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO SEÇÃO 1 Introdução A eletricidade é invisível. E ima- ginar o funcionamento de um circuito elétrico é a característi- ca dos projetistas e engenheiros elétricos. Contudo, todas essas informações devem ser salvas e transmitidas ao eletricista respon- sável pela montagem do circuito. Assim, para que isso aconteça foi necessária a criação do desenho técnico elétrico. Com o passar dos tempos surgi- ram várias maneiras de realizar o desenho técnico elétrico. Mas se cada projetista ou engenheiro utilizasse sua própria forma ao desenhar, isso poderia gerar dúvi- das de interpretação. Então, para que isso não acontecesse, houve a padronização de símbolos e mé- todos para realização de um dese- nho técnico elétrico. Desenho técnico elétrico SEÇÃO 2 Simbologia A ABNT NBR 5444 trata sobre símbolos gráficos para instalações elé- tricas prediais. Esta norma contém os símbolos necessários para a reali- zação do desenho e a execução da instalação dos circuitos elétricos. Os símbolos utilizam formas geométricas fixas para a compreensão de seu significado, são os seguintes formatos: traço, círculo, triângulo equilátero e quadrado, cada um com um significado próprio para a simbologia. O traço representa o eletroduto. O círculo representa três funções bá- sicas: indica um ponto de luz, indica um interruptor e indica qualquer dispositivo embutido. O triângulo equilátero indica tomadas em geral. E o quadrado representa qualquer tipo de elemento no piso ou conversor de energia. 28 CURSOS TÉCNICOS SENAI Quadro 2 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – dutos e distribuição (parte 1) Multifilar Unifilar Significado Observações Eletroduto embutido no teto ou pare- de. Diâmetro 25 mm. Todas as dimensões em mm. Indicar a bitola se não for 15mm. Eletroduto embutido no piso. Tubulação para telefone externo. Tubulação para telefone interno. Tubulação para campainha, som, anunciador, ou outro sistema. Indicar na legenda o sistema passante. Condutor de fase no interir do eletroduto. Cada traço representa um con- dutor. Indicar bitola (seção), número do circuito e a bitola (seção) dos condutores, exceto se forem 1,5mm². Condutor neutro no interior do eletroduto . Condutor de retorno no interior do eletroduto. Condutor de proteção (terra) no inte- rior do eletroduto. Condutor bitola 1,0 mm², fase para campainha. Se for bitola maior, indicá-la. Condutor bitola 1,0 mm², retorno para campainha. Condutor bitola 1,0 mm², neutro para campainha. Condutor positivo no interior do eletroduto. Condutor negativo no interior do eletroduto. Neutro, Fase e Terra. Cordoalha de terra. Indicar a bitola (seção) utiliza- da: em 50∙ significa 50mm². Condutores neutro, fase e terra no interior do eletroduto, com indicação do número do círcuito e seção dos condutores. Leito de cabos com um circuito pas- sante, composto de três fases, cada um por dois cabos de 25mm², mais cabos de neutro bitola 10mm². 25∙ significa 25mm². 10∙ significa 10mm². Caixa de passagem no piso. Dimensões em mm. Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 38). 29DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Quadro 3 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – dutos e distribuição (parte 2) Multifilar Unifilar Significado Observações Caixa de passagem na parede. Indicar a altura e se neces- sário fazer detalhe (dimen- sões em mm). Circuito que sobe. Circuito que desce. Circuito que passa descendo. Circuito que passa subindo. Sistema de calha de piso. No desenho, aparecem quatro sistemas que são habitualmente: I - Luz e força II - Telefone (Telebrás) III - Telefone (P(a), Bx, ks, ramais) IV - Especiais (comu- nicações). Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 38). Quadro 4 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – quadros de distribuição Multifilar Unifilar Significado Observações Quadro terminal de luz e força aparente. QD Indicar as cargas de luz em watts e de força em W ou kW. Quadro terminal de luz e força embutido. QD Quadro geral de luz e força aparente. QD Quadro geral de luz e força embutido. QD Caixa de telefones. QD Caixa para medidor ou Quadro de medição embutido. QM Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 39). 30 CURSOS TÉCNICOS SENAI Quadro 5 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – interruptores (parte 1) Multifilar Unifilar Oficial Unifilar Antigo Significado Observações a S Interruptor simples de uma seção (uma tecla). A letra minúscula indica o ponto de comando. a b S2 Interruptor simples duas seções (duas teclas). a b c S3 Interruptor simples de três seções (três teclas). a -2-* S 2 Conjunto de interruptor sim- ples de uma tecla e tomada. O número entre dois traços indica o circuito correspon- dente. a b * -2- S2 2 Conjunto de interruptor sim- ples de duas teclas e tomada. As telas minúsculas indicam o ponto comandado e o número entre dois traços, o circuito correspondente. a S3w (Sp) Interruptor paralelo de uma seção (uma tecla) ou three way A letraminúscula indica o ponto comandado. a b * S3w2 (S2p) Interruptor paralelo de duas seções (duas teclas)... A letra minúscula indica os pontos comandados.a b c* S3w3 (S3p) Interruptor paralelo de três seções (três teclas)... a * Interruptor paralelo bipolar. A letra minúscula indica o ponto comandado. a S3w (Si) Interruptor intermediário ou four way. a Interruptor simples bipolar. ou Botão de campainha na pare- de (ou comando a distância). Botão de campainha no piso (ou comando a distância). M Minuteria eletrônica, ref. PIAL. Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 40). 31DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Quadro 6 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – interruptores (parte 2) Multifilar Unifilar Significado Observações Fusível Indicar tensão e corren- te nominais. Chave seccionadora com fu- síveis. Abertura sem carga. Chave seccionadora com fu- síveis e abertura em carga. Chave seccionadora. Aber- tura em carga. Chave seccionadora. Aber- tura sem carga. Indicar tensão, corrente e potências nominais.Disjuntor a óleo. Disjuntor a seco. Relé fotoelétrico. IAP ou Interruptor automático por presença. A1A1 A2 A2 ou ou Bobina do relé de impulso. Série 13 - Relé de Impul- so Eletrônico 10A - 16A. Série 20 - Relé de Impul- so Modular 16A. Série 26 - Relé de Impul- so 10A (Finder). Série 27 - Relé de Impul- so 10A (Finder). A2A11 2 Relé Relé de impulso com um contato auxiliar (unipolar). A2A1 2 Relé 41 3 Relé de impulso com dois contatos auxiliares (bipo- lar). A2 A1 1 3 5 642 Relé de impulso com três contatos auxiliares (tripo- lar). Montagem em caixa: 5TT5133-220V (Sie- mens). Chave reversora. Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 41). 32 CURSOS TÉCNICOS SENAI Quadro 7 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – luminárias, refletores e lâmpadas Multifilar Unifilar Significado Observações a -4- 2x100W Ponto de luz incandescente no teto. Indicar o número de lâmpadas e a potência em watts. A letra minúscula indica o pon- to de comando, e o número entre dois traços, o circuito. a -4- 2x100W Ponto de luz incandescente no teto (embutido). a -4- 60W Ponto de luz incandescente na parede (arandela). Deve-se indicar a altura da arandela. a -4- 125W-VM Ponto de luz a vapor de mercúrio no teto. Indicar o número de lâmpadas e a potência em watts. A letra minúscula indica o pon- to de comando, e o número entre dois traços, o circuito. a -4- 4x20W Ponto de luz fluorescente no teto (indicar o número de lâmpadas e na legenda, o tipo de partida do reator). A letra minúscula indica o pon- to de comando, e o número entre dois traços, o circuito. a -4- 4x20W Ponto de luz fluorescente na parede. Deve-se indicar a altura da luminária. a -4- 4x20W Ponto de luz fluorescente no teto (embutido). a -4- 4x20W Ponto de luz fluorescente no teto em circuito vigia (emergência). a -4- 4x100W Ponto de luz incandescente no teto em circuito vigia (emergência). Sinalização de tráfego (rampas, entra- das, etc). Lâmpada de sinalização. Refletor. Indicar a potência, tensão e tipo de lâmpadas. Poste com duas luminárias para ilumi- nação externa. Indicar as potências e tipos de lâmpadas. Lâmpada obstáculo. M Minuteria. Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 42). 33DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Quadro 8 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – tomadas Multifilar Unifilar Significado Observações 300VA -3- Tomada de corrente na parede, baixa (300mm do piso acaba- do). A potência deve ser indicada ao lado em VA (exceto se for de 100VA), como também o número do circuito corres- pondente e a altura da tomada, se for diferente da normalizada; se a tomada for de força, indicar o número de HP, CV ou BTU. 300VA -3- Tomada de corrente a meia altura (1.300mm do piso aca- bado). 300VA -3- Tomada de corrente alta (2.000mm do piso acabado). 600VA -4- Tomada de corrente fase/fase meia altura (1.300mm do piso acabado). Tomada de corrente no piso. Antena para rádio e televisão. Relógio elétrico no teto. Relógio elétrico na parede. Saída de som no teto. Saída de som na parede. Indicar a altura "h". ou Cigarra. ou Campainha. ou IV Quadro anunciador. Dentro do círculo, indicar o número de chamada em algarismos romanos. Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 43). 34 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 3 Diagrama unifilar Segundo Cavalin e Cervelin (2006, p. 118), o esquema unifilar “representa um sistema elétrico simplificado, que identifica o nú- mero de condutores e representa seus trajetos por um único traço”. Sendo assim, todos os condutores são representados por uma única linha e os símbolos são responsá- veis por mostrar o condutor utili- zado no desenho e no projeto. Os símbolos usuais são padronizados pela ABNT NBR 5444. Veja a seguir como exemplo um circuito necessário para instalar um ponto de luz incandescente. Para isso, é necessário chegar até a lâmpada um sinal de tensão para acendê-la, mas somente quando o interruptor estiver ligado. Seguin- do a tabela de símbolos apresen- tada e utilizando o esquema uni- filar é possível criar um desenho que mostre a ligação elétrica do exemplo em questão. Quadro 9 - Simbologia gráfica referente a instalações elétricas prediais – motores e transformadores Multifilar Unifilar Significado Observações G Gerador Indicar as características nominais. M Motor Indicar as características nominais. Transformador de Potencial Indicar a relação de espiras e valores nominais. Transformador de Corrente (um núcleo) Indicar a relação de espiras, classe de extatidão e nível de isolamento. A barra de primário deve ter um traço mais grosso. Transformador de Potencial ~ - Transformador de Corrente (dois núcleos) Fonte: Cavalin e Cervelin (2006, p. 44). Figura 23 - Exemplo de Esquema Unifilar -1- - 1 - 1x100W -2- -2- -1- -2- 300 VA O exemplo apresentado aborda o circuito elétrico com esquema unifilar. Esse circuito mostra a ligação de um ponto de luz in- candescente com seu respectivo interruptor e uma tomada de luz a meia altura (1.300 mm do piso acabado). 35DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO SEÇÃO 4 Diagrama trifilar A característica do diagrama trifi- lar é a de mostrar o circuito tri- fásico com seus condutores indi- vidualmente. Pode ser aplicado em circuitos de painéis e/ou em partidas de motores ou outras aplicações. SEÇÃO 5 Diagrama multifilar De acordo com Cavalin e Cerve- lin (2006, p. 117), esquema mul- tifilar “[...] representa todo o sis- tema elétrico, em seus detalhes, com todos os condutores. Nesta representação cada traço é um fio que será utilizado na ligação dos componentes”. Ao contrário do esquema unifilar, o esquema mul- tifilar mostra todos os condutores contidos no circuito elétrico, bem como todos os componentes en- volvidos e necessários para a exe- cução do desenho em função do projeto elétrico. Figura 24 - Exemplo de Esquema Trifilar 3 3 3 RST Contador Relé Térmico Contador Motor Motor Relé Térmico Contador RST Figura 25 - Exemplo de Esquema Multifilar F N 36 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 6 Prumada Segundo Cavalin e Cervelin (2006, p. 207), prumada ou alimentador principal “[...] é a continuação ou o desmembramento do ponto de entrega e ponto de entrada, do qual fazem parte os condutores, eletrodutos e acessórios, conecta- dos a partir da proteção geral ou do quadro de distribuição (QDP) até as caixas de medição ou de de- rivação”. SEÇÃO 7 Padrão de entrada Ainda segundo Cavalin e Cervelin (2006, p. 217), o padrão de entra- da: [...] é todo o conjunto desde o ra- mal de entrada, poste ou pontalete particular, caixas, dispositivos de proteção, aterramento, eletrodutos e ferragens, de responsabilidade dos consumidores, preparado de forma a permitir a ligação das uni- dades consumidoras à rede da con- cessionária. Para cada região existem os pa- drões de entrada. Eles podem ser monofásicos,bifásicos ou trifá- sicos. De acordo com a potência consumida e dependendo da re- gião possuem características es- peciais. SEÇÃO 8 Planta baixa Por meio do desenho da planta baixa o projetista ou engenheiro pode- rá realizar o desenho do projeto da instalação elétrica. Sendo que não haverá necessidade de mostrar os desenhos dos móveis internos, uma vez que não farão parte diretamente do projeto da instalação. Portas, janelas, paredes, escadas e demais detalhes que influenciam diretamente no projeto elétrico da instalação deverão estar no desenho arquitetônico. DICA Para saber mais sobre os pa- drões de entrada da sua ci- dade consulte as normas da concessionária de sua região. 4 Figura 23 - Exemplo de desenho da planta baixa e projeto elétrico da instalação SEÇÃO 9 Software de desenho elétrico Há algum tempo o desenho téc- nico era realizado manualmente. Com auxílio de algumas ferra- mentas como compasso, lápis, borracha, jogo de esquadros, es- calímetro, régua e outros o dese- nhista realizava o desenho segun- do normas destinadas ao desenho técnico. Nos tempos atuais desenhar con- tinua sendo uma arte e as normas continuam sendo revisadas cons- tantemente, porém as ferramentas mudaram em relação ao que eram. O desenhista trocou as ferramen- tas manuais por uma ferramenta tecnológica – o computador. Por meio dessa nova ferramenta o de- senhista pode realizar o desenho elétrico com muita precisão. Existem hoje no mercado mui- tos softwares de desenho técnico elétrico. Cada um com suas fer- ramentas básicas e específicas. Para o entendimento de quanto é importante e o quanto o software facilita a realização do desenho, 37DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO criaremos um software virtual. Nesse software iremos aplicar e co- nhecer as ferramentas básicas uti- lizadas na realização do desenho técnico elétrico. Primeiro você conhecerá as bar- ras de ferramentas. Dentre elas estão: Criação da Folha, Dese- nho por Linha, Desenho Técnico Elétrico, Símbolos e Impressão. Essas, portanto, são as barras de ferramentas básicas que iremos utilizar na realização do desenho técnico elétrico. Veja a seguir cada uma delas. a. é a primeira etapa do desenho técnico elétrico. O desenhista poderá escolher o tipo de fo- lha, a escala e o nome da folha que será utilizada no desenho técnico elétrico. Figura 27 - Barra de ferramentas para criação da folha P F Esta barra de ferramentas é divi- dida em: Nova Folha, Proprieda- des da Folha, Salvar o Desenho, Abrir um Desenho Existente e Fechar Desenho. Na ferramenta Nova Folha o desenhista irá criar uma folha para seu projeto. Nas Propriedades da Folha poderá al- terar as configurações da folha que são: o tipo da folha, a escala e o nome da folha. Na opção Salvar o Desenho o desenhista poderá salvar as alterações a cada mo- mento em que estiver desenhando e a opção Abrir um Desenho Existente poderá reabrir um dese- nho realizado anteriormente. E quando terminar o desenho e sal- vá-lo, poderá fechá-lo por meio do comando Fechar Desenho. b. por meio desta barra de fer- ramentas o desenhista poderá desenhar com o auxílio dos co- mandos Linha, Apaga Linha, Círculo, Régua e Cota. 10 Figura 28 - Barra de ferramentas para desenho por linha O comando Linha permite dese- nhar uma linha e configurar suas dimensões, possibilita ainda apa- gar os comandos de Linha, Círcu- lo e Cota. O comando Círculo permite desenhar de forma circu- lar e editar o diâmetro necessário. O comando Régua mostra as di- mensões do desenho quando houver necessidade. E o coman- do Cota permite criar a cota nos desenhos. c. uma vez realizado o desenho arquitetônico por meio da bar- ra de ferramentas Desenho por Linha, o desenhista ou projetista poderá mostrar as informações do projeto pelo desenho. E para isso pode- rá usar as ferramentas Inserir Condutor e Inserir Texto. Figura 29 - Barra de ferramentas para desenho técnico elétrico T Com a ferramenta Inserir Condu- tor, o desenhista poderá fazer as ligações dos símbolos e também poderá inserir texto em qualquer parte de desenho com o auxílio da ferramenta Inserir Texto. d. com esta ferramenta o dese- nhista poderá inserir e con- sultar o banco de dados dos símbolos. Ele conta com a fer- ramenta Inserir Símbolo, Criar Símbolo e Editar Símbolo. Figura 30 - Barra de ferramentas para símbolos S SS A ferramenta Inserir Símbolo é responsável pela inserção de sím- bolos padronizados pela ABNT NBR 5444 (ABNT, 1989). A fer- ramenta Criar Símbolo permite criar novos símbolos e a ferra- menta Editar Símbolo possibilita editar um símbolo existente. Após ter compreendido de forma básica o funcionamento de softwa- re de desenho elétrico e ter criado um ambiente de desenvolvimento virtual por meio desta seção, você poderá criar um desenho técnico elétrico com base nas ferramen- tas imaginárias desse software. Para isso, trataremos uma sequência para a realização de um desenho técnico elétrico por software. DICA Existem softwares de insta- lações elétricas que dispõem de comandos próprios para construção de desenho arqui- tetônico. 1º Passo: para a criação da folha você utilizará o comando Nova Folha. Por meio desse comando aparecerá uma tela para configu- ração da folha. 38 CURSOS TÉCNICOS SENAI Depois de configurada a folha pressione OK. Sendo que você poderá preencher os dados da legenda por meio do comando Inserir Texto. 2º Passo: tendo em mãos o projeto arquitetônico você poderá desenhá- lo utilizando os comandos Linha, Apaga Linha e Círculo. 3º Passo: após ter criado o desenho técnico arquitetônico você poderá inserir os símbolos de acordo com o projeto da instalação. E para isso utilizará o comando Inserir Símbolo. Figura 32 - Criando um desenho arquitetônico Figura 31 - Tela de criação da folha Escala: Formato da folha: Nome da folha: 1:25 Projeto 1 A3 OK Cancelar 39DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Figura 33 - Inserindo os símbolos 4º Passo: depois de inserir os símbolos o desenhista irá fazer as cone- xões entre os símbolos com o auxílio do comando Inserir Condutor. Com isso você poderá adicionar os símbolos de fase, neutro, terra e os que forem necessários para o desenho técnico do projeto elétrico. DICA Salve o desenho constantemente após realizar modificações. 4 Figura 34 - Ligação dos condutores no desenho da instalação elétrica Relembrando Nesta última unidade de es- tudos você conheceu os mais importantes softwares de de- senho técnico elétrico exis- tentes e teve a oportunidade de conhecer os comandos básicos para a realização de desenhos técnicos elétricos. Você ainda acompanhou o passo a passo do desen- volvimento de um desenho técnico para a construção de um projeto elétrico, adqui- rindo com isso uma noção básica de como desenhar em softwares de desenho elétri- co. Esperamos que você faça bom uso dos conhecimentos, habilidades e competências aqui desenvolvidos, emitindo comportamentos atitudinais de um verdadeiro profis- sional nesta área, capaz de planejar e elaborar um pro- jeto de instalações elétricas prediais e industriais com a máxima excelência. 5º Passo: após ter concluído o desenho técnico elétrico que ago- ra faz parte do projeto da instala- ção elétrica você poderá imprimi- lo para o cliente e/ou arquivá-lo em seus arquivos de projeto. Para concluir, você poderá fechar o projeto com o comando Fechar Desenho. 41DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO Finalizando Esta unidade curricular é importantíssima para o Curso Técnico em Eletrotécnica e conse- quentemente para o profissional em seu local de trabalho. Dentre as diversas áreas de trabalho – como a produtiva, a de qualidade, a de engenharia, a de vendas e outras mais – a interpretação de desenhos técnicos é indispensável. Além de desenhos de instalações elétricas e esquemas elétricos, a base para o desenho técnico é utilizada em outras áreas, como a de instrumentação, pneumática, hidráulica, mecânica e ele- trônica. São consideradascomo base para o desenho técnico as informações sobre os tipos de papel, leiaute, legenda, desenhos lineares, desenhos geométricos, cotas, escalas, vistas, dia- gramas unifilar, diagramas trifilar, diagramas mutifilar e simbologia padronizada para cada área de atuação. O desenho técnico elétrico por software divide ferramentas básicas com outros softwares espe- cíficos de outras áreas. Como, por exemplo, as ferramentas de criação de folha, abrir projeto existente, salvar o desenho, propriedades da folha, escala, comando de linha, comando de cír- culo, comando de apagar a linha, inserção de símbolos predefinidos no banco de dados, criação de símbolos, edição de símbolos são alguns dos comandos em comum com outros softwares existentes. Assim sendo, os conhecimentos adquiridos poderão servir como base para outras unidades cur- riculares e na exploração de outros softwares de desenho. Sucessos na sua caminhada! Paulo Roberto Pereira Júnior. Referências 43DESENHO TÉCNICO ELÉTRICO ▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403: aplicação de linhas em desenhos: tipos de linhas: larguras das linhas. Rio de Janeiro, 1984. 5 p. ▪ ______. NBR 10068: folha de desenho: leiaute e dimensões. Rio de Janeiro, 1987. 4 p. ▪ ______. NBR 10126: cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1987. 13 p. ▪ ______. NBR 10582: apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro, 1988. 4 p. ▪ ______. NBR 5444: símbolos gráficos para instalações elétricas prediais: simbologia. Rio de Janeiro, 1989. 9 p. ▪ ______. NBR 8402: execução de caractere para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1994. 4 p. ▪ ______. NBR 6492: representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. 27 p. ▪ ______. NBR 13142: desenho técnico: dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999. 3 p. ▪ ______. NBR 8196: desenho técnico: emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999. 2 p. ▪ CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais. 15. ed. São Paulo: Érica, 2006. 422 p. (Estude e use. Instalações elétricas). ▪ SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Desenho técnico. Jara- guá do Sul: SENAI DR/SC, 1998. 84 p. (Apostila) UC2.Desenho_Técnico_Elétrico_(Capa).pdf 1: capa UC2.Desenho_Técnico_Elétrico.pdf desenho_tecnico_eletrico.pdf
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