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Recurso em Mandado de Segurança contra Representação por Quebra de Decorro Parlamentar

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Superior Tribunal de Justiça 
 
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	RELATOR
	: MINISTRO OG FERNANDES
	RECORRENTE
	: BENEDITO AUGUSTO DOMINGOS 
	ADVOGADO
	: REGINALDO DE OLIVEIRA SILVA 
	RECORRIDO 
	: CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL - CLDF 
	PROCURADOR
	: SERGIO LUIZ DA SILVA NOGUEIRA E OUTRO(S)
EMENTA
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. REPRESENTAÇÃO POR QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR CONTRA DEPUTADO DISTRITAL. INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR. SOBRESTAMENTO. RETOMADA DE TRÂMITE REGULAR. TRÂNSITO EM JULGADO DE CONDENAÇÃO CRIMINAL. DESNECESSIDADE. SEPARAÇÃO DOS PODERES (ART. 2º, CF/88). ATO INTERNA CORPORIS. CONTROLE PELO JUDICIÁRIO RESTRITO ÀS HIPÓTESES DE ILEGALIDADE, INCONSTITUCIONALIDADE E INFRINGÊNCIAS REGIMENTAIS. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. A instauração de processo disciplinar contra Deputado Distrital para apuração de comportamento incompatível com o decoro parlamentar independe do trânsito em julgado de condenação criminal, não se afigurando a alegada ofensa ao art. 63, VI, da Lei Orgânica do Distrito Federal e art. 55, VI, da Constituição Federal.
2. Observa-se que, de forma simétrica ao que dispõe a Constituição Federal da República (em seu art. 55), o art. 63, § 2º, da Lei Orgânica do Distrito Federal, dispõe que a cassação de mandato parlamentar por quebra de decoro é ato de competência privativa do Poder Legislativo. Por sua vez, as situações em que haverá a quebra do decoro encontram-se descritas no § 1º do art. 63, e, também, no art. 6º do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal.
3. Por conseguinte, havendo previsão normativa acerca das condutas incompatíveis com a ética e decoro parlamentar, em respeito ao mencionado princípio constitucional da Separação de Poderes (art. 2º, CF/88), não pode o Judiciário reavaliar as conclusões meritórias a que chegaram os pares do recorrente, acerca do cometimento das infrações político-administrativas, ainda que se trate das mesmas condutas apuradas em processo-crime. Não há impedimento a que uma mesma conduta se caracterize como ilícito civil, penal, administrativo e político, com fixação da sanção conforme previsão legal de cada esfera.
4. Recurso a que se nega provimento.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima 
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Herman Benjamin.
Brasília, 08 de setembro de 2015(Data do Julgamento)
Ministro Og Fernandes 
Presidente e Relator
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO OG FERNANDES: Trata-se de recurso 
ordinário em mandado de segurança interposto por Benedito Augusto Domingos, contra acórdão proferido pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, assim ementado:
CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. REPRESENTAÇÃO POR QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR CONTRA DEPUTADO DISTRITAL. INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR. SOBRESTAMENTO. RETOMADA DE TRÂMITE REGULAR. TRÂNSITO 
EM JULGADO DE CONDENAÇÃO CRIMINAL. DESNECESSIDADE. ATO INTERNA CORPORIS. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGURANÇA DENEGADA.
1. A instauração de processo disciplinar contra Deputado Distrital para apuração de comportamento incompatível com o decoro parlamentar independe do trânsito em julgado de condenação criminal, não se afigurando a alegada ofensa ao artigo 63, VI, da Lei Orgânica do Distrito Federal e artigo 55, Vi da Constituição Federal.
2. Ainda que tenha deliberado anteriormente pelo sobrestamento do processo disciplinar até o trânsito em julgado de sentença condenatória criminal, a teoria dos motivos determinantes não obsta a retomada do trâmite regular do processo, haja vista a natureza política do ato, cuja análise refoge ao controle do Judiciário no âmbito do Mandado de Segurança, porquanto trata-se de deliberação interna corporis da Casa Legislativa.
3. Inexistência de direito líquido e certo ao arquivamento do processo disciplinar. Ilegalidade não configurada.
4. Segurança denegada.
O recorrente sustenta que impetrou o mandamus, na origem, contra ato 
atribuído ao Presidente da Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal e ao Corregedor da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal. 
Argumentou que, embora o processo para perda de mandato parlamentar 
por condenação criminal submeta-se ao trânsito em julgado, conforme previsão constitucional - art. 55, VI, CF e art. 63, VI, da LODF -, após sua condenação pelo Conselho Especial deste TDJFT, ainda sem trânsito em julgado, a Mesa Diretora, desviando-se do ato anterior que havia determinado o sobrestamento, admitiu Representação através de despacho da Presidência, autuando-a como processo (49/2013), além de encaminhá-lo à Corregedoria da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Ato contínuo, o Corregedor, Deputado Patrício, encaminhou os autos à Comissão para apensamento ao Processo 07/2011, a fim de retomar trâmite normal.
Aduziu que não devia ser recebida a Representação por quebra de 
decoro parlamentar fundada em ação penal ainda em curso, pois ainda não transitada em julgado a condenação.
Denegada a segurança, nos termos da ementa supratranscrita, interpôs o 
presente recurso ordinário, em que pugna pela reforma do acórdão recorrido, concedendo-se a segurança, para determinar o arquivamento das representações por quebra de Decoro Parlamentar fundada unicamente na existência de processos judiciais criminais em desfavor do Recorrente, assegurando assim o direito líquido e certo do Recorrente de ser considerado inocente até o trânsito em julgado do Acórdão condenatório.
As contrarrazões foram apresentadas (e-STJ, fls. 587/598).
Parecer do Ministério Público Federal (e-STJ, fls. 614/619) pelo não 
provimento da iniciativa.
É o relatório.
 
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO OG FERNANDES (Relator): O mandado de 
segurança, conforme ensinamento da doutrina, é uma ação de rito sumário especial, com status de remédio constitucional, que busca, via ordem corretiva ou impeditiva, fazer cessar atos de autoridade comissivos e omissivos, marcados de ilegalidade ou abuso de poder e suficientes para ameaçar ou violar direito líquido e certo. 
É certo que o controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário sobre 
os atos administrativos e políticos diz respeito ao seu amplo aspecto de obediência aos postulados formais e materiais presentes na Carta Magna.
No caso em exame, contudo, não se vislumbra qualquer ilegalidade ou 
abusividade no ato ora atacado. 
Conforme consta dos autos, em virtude do oferecimento de denúncias 
contra o Deputado Distrital Benedito Augusto Domingos, foram propostas duas representações perante a Câmara Legislativa do Distrito Federal requerendo a perda de seu mandato. A primeira delas foi autuada como Processo Administrativo Disciplinar n. 07/2011, sendo suspenso pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, a fim de aguardar o julgamento pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal das ações penais que tratavam dos mesmos fatos do processo administrativo (e-STJ, fls. 106/114 e 243). A outra representação (e-STJ, fls. 365/382) também tinha por objeto os mesmos acontecimentos, instaurando-se a partir dela o Processo Administrativo Disciplinar n. 49/2013. 
Argumenta, em síntese, que, embora o processo para perda de mandato 
parlamentar por condenação criminal submeta-se ao trânsito em julgado, conforme previsão constitucional - art. 55, VI, CF e art. 63, VI, da LODF -, após sua condenação pelo Conselho Especial deste TDJFT, ainda sem trânsito em julgado, a Mesa Diretora, desviando-se do ato anterior que havia determinadoo sobrestamento, admitiu Representação por meio de despacho da Presidência, autuando-a como processo (49/2013), além de encaminhá-lo à Corregedoria da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Ato contínuo, o Corregedor, Deputado Patrício, encaminhou os autos à Comissão para apensamento ao Processo 07/2011, a fim de retomar trâmite normal.
Como dito, a irresignação não merece prosperar. 
O tema envolve, em última análise, a questão referente à independência e 
autonomia das instâncias penal, civil e administrativa. Como é cediço, uma das decorrências do princípio da Separação de Poderes (art. 2º, CF/88) é exatamente o estabelecimento do Poder Disciplinar e a fixação da independência entre as instâncias administrativa e judicial. A escolha das condutas que configuram infração administrativa e sua respectiva sanção disciplinar, por norma que disciplina determinada carreira, em princípio não configura inconstitucionalidade, ressalvados os casos de avaliação da desproporcionalidade entre conduta e sanção. 
Na mesma linha de raciocínio e com mais razão, o julgamento político 
atinente à quebra de decoro parlamentar prescinde da apuração dos fatos no âmbito da justiça criminal. Trata-se de ato político e interna corporis, restringindo-se o controle do Judiciário à análise da constitucionalidade e legalidade, sem adentrar em seu conteúdo. Sobre o tema, já decidiu este Colendo Superior Tribunal de Justiça, verbis:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PARA CARGOS COMISSIONADOS, SEM O CONHECIMENTO DOS CONTRATADOS E COM A PROMESSA DE SEREM INSCRITOS NO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA. CASSAÇÃO DE MANDATO POR QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR. ATO DE NATUREZA POLÍTICA INTERNA CORPORIS. CONTROLE PELO JUDICIÁRIO RESTRITO ÀS HIPÓTESES DE ILEGALIDADE, INCONSTITUCIONALIDADE E INFRINGÊNCIAS REGIMENTAIS. RECURSO DESPROVIDO.
1. O fato atribuído à Impetrante foi o de contratação de funcionários para cargos comissionados, sem o conhecimento dos contratados e com a promessa dos mesmos serem inscritos no Programa Bolsa Família, do Governo Federal.
2. Ao contrário do que alega a recorrente, a conduta a ela atribuída pela Assembléia Legislativa do Rio de janeiro, da qual decorreu a perda de seu mandato, não o foi a título de culpa.
Ademais, ainda que o fosse, o ato de cassação de mandato, além de político, é interna corporis, sendo lícito ao Judiciário perquirir apenas se há inconstitucionalidade, ilegalidade e infringências regimentais, teses que não foram alegadas pela Impetrante em sede de Recurso Ordinário.
3. É de interesse exclusivo da Assembléia Legislativa do Estado definir os valores, as normas de condutas e as regras éticas aplicáveis a seus 
Superior Tribunal de Justiça 
 
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 46.536 - DF (2014/0234719-3)
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RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 46.536 - DF (2014/0234719-3)
Documento: 1438886 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 18/09/2015	Página 1 de 4
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membros.
4. Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no RMS 32.682/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 02/12/2013)
No caso em análise, bom salientar as normas que tratam da perda do 
mandato parlamentar por quebra de decoro. In verbis:
A Lei Orgânica do Distrito Federal 
Art. 63. Perderá o mandato o Deputado Distrital:
[...] II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
[...] VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado;
[…] § 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas ao Deputado Distrital ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do mandato é decidida por maioria absoluta dos membros da Câmara Legislativa, em votação ostensiva, mediante provocação da Mesa Diretora ou de partido político representado na Casa, assegurada ampla defesa.
Observa-se que, de forma simétrica ao que dispõe a Constituição Federal 
da República (em seu art. 55), o art. 63, § 2º, da Lei Orgânica do Distrito Federal, dispõe que a cassação de mandato parlamentar por quebra de decoro é ato de competência privativa do Poder Legislativo.
Por sua vez, as situações em que haverá a quebra do decoro 
encontram-se descritas no § 1º do art. 63 e no art. 6º do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal, sendo pertinentes ao presente caso as seguintes condutas:
Art. 6º Constitui procedimento incompatível com a ética e o decoro parlamentar:
[...]
II – a percepção de vantagens indevidas como doações, benefícios ou cortesias de empresas, grupos econômicos ou autoridades públicas; III – o envolvimento com o crime;
[...]
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiros enriqueçam ilicitamente;
[...]
Por conseguinte, havendo previsão legal acerca das condutas 
incompatíveis com a ética e decoro parlamentar, em respeito ao mencionado princípio constitucional da Separação de Poderes (art. 2º, CF/88), não pode o Judiciário reavaliar as conclusões meritórias a que chegaram os pares do recorrente, acerca do cometimento das infrações político-administrativas, ainda que se trate das mesmas condutas apuradas em processo-crime. 
Não há impedimento a que uma mesma conduta se caracterize como 
ilícito civil, penal, administrativo e político, com fixação da sanção conforme previsão legal de cada esfera.
O acórdão recorrido, portanto, está em consonância com a jurisprudência 
desta egrégia Corte Superior de Justiça, no sentido da independência entre as esferas criminal e administrativa. Sobre o tema, verbis:
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. AUDITOR DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. NULIDADES DO PAD NÃO CONFIGURADAS. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. IMPOSSIBILIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. PODER JUDICIÁRIO. 
COMPETÊNCIA PARA AFERIR A REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO E LEGALIDADE DA DEMISSÃO. SANÇÕES DISCIPLINARES DA LEI N. 8.112/1990. APLICAÇÃO. INDEPENDÊNCIA EM RELAÇÃO ÀS PENALIDADES DA LIA. TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE. DESNECESSIDADE. VARIAÇÃO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. LICITUDE DA EVOLUÇÃO. ÔNUS DO INVESTIGADO. CONDUTA ÍMPROBA NÃO PRECISA ESTAR VINCULADA AO EXERCÍCIO DO CARGO. ART. 11 DA LEI N. 8.429/1992. DOLO GENÉRICO. FALTA DE TRANSPARÊNCIA E APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÕES DE BENS FALSAS. CONDUTA QUE SE AMOLDA NA HIPÓTESE DE CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA INEXISTENTE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO CONFIGURADO.
[...]
· Orienta-se esta Corte no sentido de que as sanções disciplinares previstas na Lei n. 8.112/1990 são independentes em relação às penalidades previstas na LIA, não havendo necessidade de se aguardar o trânsito em julgado da ação de improbidade administrativa para aplicação das penas de demissão ou de cassação de aposentadoria.
· Restou comprovado no Processo Administrativo Disciplinar a existência de variação patrimonial a descoberto e que o indiciado não conseguiu comprovar a origem desse patrimônio. É do servidor acusado o ônus da prova no sentido de demonstrar a licitude da evolução patrimonial constatada pela administração. Precedentes.
· A conduta do servidor tida por ímproba não precisa estar necessariamente vinculada ao exercício do cargo público.
Precedente.
· É entendimento deste Tribunal o de que os atos de improbidade administrativa, descritos no art. 11, caput, da Lei n. 8.429/1992, dependem da presença de dolo genérico, ou seja, dispensam a demonstração de ocorrência de dano para a administração pública ou enriquecimento ilícito do agente.
· No caso dos autos, o dolo se configura pela manifesta vontade do agente em realizar conduta contrária aodever de legalidade, consubstanciada na falta de transparência da evolução patrimonial e da movimentação financeira, principalmente se considerado que foram apresentadas declarações de bens falsas, referentes aos anos calendários sob exame.
· Esta Corte firmou orientação no sentido de que a Administração Pública, quando se vê diante de situações em que a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão e de cassação de aposentadoria de servidor público, não dispõe de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa. Segurança denegada.
(MS 12.660/DF, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD - DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/08/2014, DJe 22/08/2014)
Ante o exposto, nego provimento ao recurso ordinário em mandado de 
segurança.
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
 
 
Número Registro: 2014/0234719-3	PROCESSO ELETRÔNICO	RMS 46.536 / DF
Números Origem: 20140020017477 20140020017477RED
PAUTA: 03/09/2015	JULGADO: 08/09/2015
Relator
Exmo. Sr. Ministro OG FERNANDES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro OG FERNANDES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA VASCONCELOS
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
	RECORRENTE
	: BENEDITO AUGUSTO DOMINGOS
	ADVOGADO
	: REGINALDO DE OLIVEIRA SILVA
	RECORRIDO
	: CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL - CLDF
	PROCURADOR
	: SERGIO LUIZ DA SILVA NOGUEIRA E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Agentes 
Políticos - Parlamentares
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Herman Benjamin.
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