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CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA Me. Nilton Rogério Marcondes GUIA DA DISCIPLINA 2020 1 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. CONTABILIDADE – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Objetivo: Neste texto propomos levar você a entender o conceito e definições da contabilidade. Sem este entendimento, o caminho para atingir a compreensão do que trata a Contabilidade poderá ser mais longo do que o necessário. Portanto, será fundamental fazer um breve resgate da história evolutiva dessa temática, bem como conhecer quais os usuários da contabilidade sua finalidade e campo de aplicação. Neste primeiro momento você conhecerá a evolução da Contabilidade: da arte à ciência, o seu objeto de estudo, funções e finalidades da Contabilidade, qual seu campo de aplicação, o fluxo da informação contábil e seus usuários da informação contábil e por fim quais os relatórios contábeis para a tomada de decisão. Então, se você está disposto, mãos à obra! Introdução: 1.1. Conceito Contabilidade é uma ciência (arte) que permite, através de suas técnicas (método de partidas dobradas e procedimentos: diário e razão), controlar permanentemente o patrimônio (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) de uma empresa (união de duas ou mais pessoas físicas, com o objetivo de rendas, através da aplicação dos fatores de produção (natureza, capital e trabalho). A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. É um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas. Sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades (conjunto de bens, direitos e obrigações), objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores. Sendo 2 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância assim somente os patrimônios ociosos, não produtivos e não administrados podem dispensar a ação controladora, informativa e orientadora da Contabilidade. Além disso, com o passar do tempo o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas. No entanto a contabilidade não deve ser feita visando basicamente a atender às exigências do governo, mas, o que é muito mais importante, a auxiliar as pessoas a tomarem decisões. 1.3. Campo de atuação O campo de aplicação da Contabilidade é constituído por pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades econômicas. Abrange todas as entidades econômico-administrativas. As entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, capital, ação administrativa e fim determinado. Essas entidades podem ser classificadas tanto em relação aos fins a que se destinam como quanto a seus proprietários. Como mostram as figuras abaixo: Figura 1: Classificação das entidades quanto à finalidade Fonte: o autor 3 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 2: Classificação das entidades quanto aos seus proprietários Fonte: o autor 1.4. Utilidade É necessário apontar resumidamente, o tipo e qualidade das informações que a contabilidade fornece aos vários grupos interessados, que por sua vez os interesses são distintos: Figura 3: Grupos interessados na informação contábil Fonte: o autor São usuários as pessoas que utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas. São exemplos de usuários: • Os administradores - os presidentes, diretores, gerentes, encarregados, analistas, etc. 4 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Os investidores - aqueles que aplicam dinheiro na empresa estão interessados basicamente em obter lucro, por isso utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável. • Os fornecedores - querem saber se a empresa tem condições de pagar suas dívidas. • Os bancos - emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamento. • O governo - quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres públicos, e • Outros tantos como: empregados, sindicatos, concorrentes, comunidade, consumidores, etc. 1.5. Atuação A contabilidade não sofre alterações, não importa que área atue. A contabilidade é feita para Pessoa Física ou Pessoa Jurídica. Considera- se pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigações. Pessoa Física - é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem qualquer exceção). É um ser natural, indivíduo considerado como tal a partir do seu nascimento. A existência da pessoa física termina com a morte. Pessoa Jurídica - é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. Ser abstrato, constituído legalmente através de um contrato, formado por duas ou mais pessoas. Normalmente as pessoas jurídicas denominam-se empresas. 1.6. Funções da contabilidade Olá! Neste texto prosseguiremos com os conceitos, explicando as Funções Contábeis. Temos na contabilidade duas funções: 1 – A função Econômica, que se expressa pela determinação do lucro. Lucro F. Econômica 5 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2 – A função Administrativa, que representa o controle do Patrimônio. Essas funções permitem ao gestor responder uma série de perguntas que o auxiliarão a tomar importantes decisões, avaliar a própria empresa ou outras empresas que estejam relacionadas com seus próprios negócios. Para um exemplo prático pense na seguinte situação: para a expansão de seu negócio recomenda-se a aquisição de outra empresa de menor porte, no mesmo segmento. Dentre as possíveis candidatas à compra, convém analisar: a) qual o montante de dividas e a capacidade de pagamento? (Função Administrativa) b) qual a composição de seu Passivo. (Função Administrativa) c) quais foram os resultados dos últimos exercícios. (Função Econômica) Com este Texto concluímos um importante panorama contábil: você já sabe o que é para quem é e porque é. Na próxima Texto iniciaremos o estudo de Patrimônio, que permitirá saber como se obtém as informações contábeis. F. Administrativa Controle de Patrimônio 6 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. PATRIMÔNIO Neste Texto estudaremos Patrimônio, conceituando alguns pontos importantes que vão nos ajudar ainda mais em nosso curso. Vamos? 2.1. Conceito Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa ou a uma entidade. 2.2. Componentes 2.2.1. Bens Podemos definir Bens como sendo um conjunto de tudo que pode ser avaliado economicamente e de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Os Bens podem ser tangíveis ou intangíveis, sendo: • Bens tangíveis: aqueles de forma física, palpável, como Equipamentos, Veículos, Móveis, Dinheiro, Estoque de Mercadorias, etc. • Bens intangíveis: aqueles de forma não palpável, como Ponto Comercial, Fundo de Comércio, Direitos sobre Marcas e Patentes, Direitos Autorais, etc. 2.2.2. Direitos Os Direitos são os valores a receber de terceiros, como a venda de mercadorias a prazo, empréstimos a empregados, títulos a receber, dinheiro no banco, etc. 2.2.3. Obrigações As Obrigações são dívidas assumidas com outraspessoas físicas ou jurídicas, como Fornecedores, Salários a Pagar, Duplicatas a Pagar, etc. 2.2.4. Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido é a parte do Patrimônio que efetivamente sobra para o seu proprietário após somar os bens e direitos e subtrair do total das obrigações, ou seja, a empresa tem as obrigações com os seus proprietários. 7 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.3. Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido Vamos agora complementar o estudo do Patrimônio. Estudaremos Ativo e Passivo e fontes do Patrimônio Líquido, itens importantes para a organização das contas! 2.3.1. Itens Patrimoniais 1.1 – Ativo: O Ativo são todos os bens e direitos da empresa expressos em moeda, tais como: Estoques, Títulos a Receber, Clientes, Equipamentos, Veículos, Caixa, Bancos, etc. Todos os elementos do grupo do Ativo são apresentados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial. 1.2 – Passivo: O Passivo são todas as obrigações da empresa expressas em moeda, tais como: Fornecedores, Salários a Pagar, Contas a Pagar, Financiamentos a Pagar, etc. Todos os elementos do grupo do Passivo são apresentados no lado direito do Balanço Patrimonial. Como o nome sugere, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil do Patrimônio da empresa, o qual estudaremos oportunamente. Sua representação gráfica é: Balanço Patrimonial Ativo Passivo Patrimônio Líquido Bens + Direitos – Obrigações = Patrimônio Líquido 8 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.4. Fontes do Patrimônio Líquido • Investimentos: aplicação de recursos dos sócios em troca de ações ou quotas. • Lucros: acumulados na entidade como fonte de financiamento. Neste Texto conhecemos Patrimônio e sua composição (Bem Tangível, Intangível, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido). 9 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS Neste Texto estudaremos as técnicas contábeis começando pelos métodos das partidas dobradas e finalizando no plano de contas. Vamos lá? Este método, desenvolvido pelo FRÁ LUCA PACIOLI, na Itália, século XV, hoje universalmente aceito, dá início a uma nova fase para a Contabilidade como disciplina adulta. O método consiste no fato de que qualquer operação há um débito e um crédito de igual valor. Segundo este método, toda entrada de dinheiro (aplicação = débito), deve haver uma saída de dinheiro (origem = crédito) correspondente de igual valor, ou seja: “PARA TODO DÉBITO DEVE HAVER UM CRÉDITO CORREPONDENTE DE IGUAL VALOR, OU VICE - VERSA“. Vamos agora entender um pouco sobre o que é débito e crédito! 3.1. Noções Sobre Débito e Crédito • Débito Na linguagem comum, pode ser; dívida, situação negativa, estar em débito com alguém, dever para alguém, mas não devemos ligar débito aos estes significados, quando estamos falando contabilmente. Na terminologia contábil, o lado positivo. Ativo é o lado do débito no patrimônio. Em Contabilidade, o débito representa as aplicações de capitais em bens, direitos ou despesas, destinados aos fins de uma empresa. • Crédito Na linguagem comum, pode se ter crédito com alguém, situação positiva, poder comprar a prazo, a mesma situação se sucede com crédito quanto ao seu significado cotidiano. Na terminologia contábil, o lado negativo, passivo é lado do crédito no patrimônio. 10 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Em Contabilidade, o crédito representa as origens de capitais em obrigações ou receitas, destinados aos fins de uma empresa. Lembrando que, o débito e crédito são utilizados no razão analítica e no livro diário, que usaremos mais adiante, e tem o mesmo mecanismo do conceito de origem e aplicação de recursos, bem como o ativo e passivo, só que o entendimento de débito (é situação positiva = dinheiro = liquidez) e crédito (situação negativa = dívida), se inverte na contabilidade. 3.2. Resumo do mecanismo de Débito e Crédito Podemos dizer então que o mecanismo de débito e crédito, e: CONTAS Efetua-se um lançamento a: DÉBITO CRÉDITO Ativo Aumentando Diminuindo Passivo Diminuindo Aumentando Despesas Aumentando Diminuindo Receitas Diminuindo Aumentando 3.3. Contas 3.3.1. Conceito É o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e receitas). 3.3.2. Classificação Representam os elementos dos Ativos (Bens, Direitos) e os do Passivo (Obrigações e Patrimônio Líquido). São eles que representam o Patrimônio da empresa em um dado momento através do Balanço Patrimonial. 3.3.3. Contas de Resultado Representam os elementos de Despesa (decorrentes do consumo de bens e do uso de serviços. Por exemplo: luz, água etc., resultando em despesas) e os elementos de Receita (decorrentes da venda de bens e da prestação de serviços). 11 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Por não constarem no patrimônio, devem ser representadas por uma conta patrimonial, que na maioria das situações é a conta LUCRO OU PREJUIZO ACUMULADOS. Para diferenciar uma conta de Receita para uma de Despesa, usam-se os adjetivos da receita e despesa antes do elemento. Por exemplo: • Receita com Vendas • Despesas com água 3.4. Atos e fatos administrativos 3.4.1. Conceito Ato administrativo – São atos de gestão, praticados pelos administradores, sem manusear valores patrimoniais, mas tomando providências com a finalidade de fazê-los circular, para obtenção de um resultado. Neste particular, podemos dividir as operações empresariais em: a) Funções técnicas; controle de produção b) Funções Comerciais; compras, vendas, trocas etc. c) Funções Financeiras; gerencia dos capitais d) Funções de Segurança; proteção de bens e pessoas e) Funções Contábeis; registro das operações f) Funções Administrativas; previsão, organização, direção, coordenação e controle. Quanto à parte administrativa, pode-se dar uma segunda classificação, que determina com clareza as funções do empresário: a) Fundação da empresa b) Organização da empresa c) Gerência da empresa d) Liquidação da empresa. 12 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Fato administrativo é a mutação sofrida por um bem patrimonial, provocando alteração da situação econômica da empresa. Todavia, deve-se ressaltar que o patrimônio é representado pelos bens, direitos e obrigações, e os fatos ocorrem justamente sobre estes valores concretos, sendo o registro contábil um simples ato e não fato, pois a contabilidade tem por função registrar os fenômenos ocorridos com a prática de fatos administrativos. Fatos Contábeis são acontecimentos que provocam variações dos valores do Patrimônio, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. 3.4.2. Fatos Permutativos Trocam elementos do Ativo bem como do Passivo no Patrimônio, sem mudar o valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre elementos do Ativo, entre elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo. • Troca entre elementos do Ativo Recebimento de $ 500, em dinheiro, referente à duplicata. • Troca entre elementos do Passivo Transferência de salários a pagar, um valor de $ 40, para IRRF a recolher. • Troca entre elementos do Ativo e do Passivo • Aumento: compra de móveis e utensílios a prazo. • Diminuição: pagamento da dívida da compra a prazo de móveis e utensílios, em dinheiro. 3.4.3. Fatos Modificativos. Acarretam alterações para mais ou para menos, no Patrimônio, através das Receitas e Despesas. • Diminuição: Pagamento de uma despesa, em dinheiro,$ 100. • Aumento: Recebimento de $ 100, referência a receitas com aluguel. 13 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.5. Plano de contas É um elenco de todas as contas previstas pelo setor contábil da empresa como necessárias aos seus registros contábeis. O plano de contas é indispensável para os registros de todos os fatos contábeis. 3.5.1. Sua aplicação e manuseio Para facilitar a identificação das contas, adota-se um código numérico para cada uma. Esse código é composto de, no máximo, seis números e através dele se pode saber de imediato a que grupo a conta pertence: • Primeiro Número - indica o grupo (1- ativo; 2- passivo; 3- despesas; 4- receitas). • Segundo Número - Indica a divisão de cada grupo principal: 1- Ativo 2 - Passivo 1.1 – Circulante 2.1 - Circulante 1.2 – Realizável L.P. 2.2 - Exigível L.P. 1.3 – Permanente 2.3 - Patrimônio Líq. 3 – Despesas 4 - Receitas 3.1 – Operacionais 4.1 - Operacionais 3.2 – Não Operacionais 4.2 - Não Operacionais • Terceiro Número - Indica a subdivisão dos grupos patrimoniais citados acima: 1 – ATIVO 2 - PASSIVO 1.1 - Circulante 2.1 - Circulante 1.1.1 - Disponível 2.1.1 - Obrigações 1.1.2 - Créditos 2.1.2 - Provisões 1.1.3 - Estoques 2.1.3 - Participações 1.2 - Realizável a Longo Prazo 2.2 - Exigível a Longo Prazo 1.2.1 - Créditos 2.2.1 - Empréstimos/ Financiamento 1.2.2 - Empréstimos Compulsórios 2.2.2 - Obrigações Financeiras 1.3 - Permanente 2.3 - Resultado de Exercícios Futuros 1.3.1 - Investimentos 2.3.1 - Receitas Futuras 1.3.2 - Imobilizados 2.4 - Patrimônio Líquido 1.3.3 - Diferido 2.4.1 - Capital 2.4.2 - Reservas 2.4.3 - Lucros e Prejuízos • Quarto Número em Diante - Indica mais uma subdivisão e/ ou o número da conta propriamente dita. 14 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Neste Texto conhecemos os métodos das partidas dobradas, falamos de contas contábeis e plano de contas e ainda entendemos os atos e fatos contábeis. Que tal praticar um pouco desses itens com alguns exercícios? 15 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. ESCRITURAÇÃO Neste Texto continuaremos estudando as técnicas contábeis começando pela escrituração dos lançamentos contábeis, razão contábil, balancete de verificação e finalizando com a escrituração da constituição da empresa. Está preparado? Então vamos lá! 4.1. Escrituração 4.1.1. Conceito É uma técnica que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, etc.) todos os fatos contábeis que ocorrem na empresa. 4.1.2. Diário É um livro obrigatório pela legislação comercial. Por ser obrigatório, o Diário está sujeito às duas formalidades legais. • Extrínseca (Externa): Deve ser encadernado com folhas numeradas em sequência, tipografada ou digitada. Deve conter ainda, os termos de abertura e encerramento e ser submetido à autenticação do órgão competente do registro do comércio (JUCESP). • Intrínseca (Interna): Sua escrituração deve ser completa, em idioma e moedas nacionais, em forma mercantil, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entrelinhas, rasuras, emendas e transporte para as margens. Essas formalidades devem ser observadas para que o livro Diário mereça fé a favor do comerciante ou empresário. 4.1.3. Características do Lançamento É identificada dentro de sua estrutura, por cinco características: 16 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2 e 3 1 5 * 4 5 1. Local e data que ocorreu o fato; 2. Conta a ser lançada a débito, código e nome; 3. Conta a ser lançada a crédito, código e nome, precedida da letra “a”; 4. Histórico através da evidência (documento); 5. Valor a ser lançado da transação (desmembrado e total); * A letra “a” precedendo a conta a ser creditada. 4.2. Tipos de Lançamentos • Ocorrendo um débito e um crédito: • Exemplo: Compra de uma casa, à vista, situada a Avenida 9 de julho, 1001, nesta cidade, conforme escritura passada no 5o Tabelião, no valor de R$ 200.000. • Ocorrendo um débito e dois ou mais créditos: • Exemplo: Compra de uma bicicleta da marca lunar, da casa estrela, conforme nota fiscal nº. 5.390, no valor de R$ 800, sendo: • R$ 300, à vista, em dinheiro. • R$ O restante a prazo, conforme aceite de duplicata 0001. • Ocorrendo dois ou mais débitos e um crédito: • Exemplo: Venda de uma máquina de escrever, conforme nota fiscal 0118, por R$ 500, sendo: 17 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • R$ 100, à vista em dinheiro, o restante em quatro pagamentos mensais, conforme duplicatas nºs. 118/1 a 118/4, no valor de R$ 100, cada uma. • Ocorrendo dois ou mais débitos e dois ou mais créditos: • Exemplo: Compras efetuadas no Supermercado Taubaté, de: • Um refrigerador, para uso da empresa, conf. N.F. 1.521, R$ 1.000, e uma moto marca Guará, conf. N.F. 372, R$ 10.000, foram pagos, à vista, em dinheiro, R$ 2.000, o restante a prazo, através de três duplicatas, de nºs. 1 a 3, sendo de R$ 3.000, cada, vencíveis de 30 em 30 dias. 4.2.1. Razão É um livro de grande utilidade para a contabilidade, porque registra o movimento de todas as contas. A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991 (artigo 14 da Lei nº. 8.218 de 29/08/91). Na contabilidade moderna, a razão é escriturado em fichas. 4.3. Lançamento Sua estrutura é definida assim: Na realidade, se houve um lançamento, haveria a necessidade da ficha de razão analítico das duas contas envolvidas. Esta situação acontece, porém, essa tarefa é facilitada devida o advento da informática. Esta realidade será vista mais adiante em nossa disciplina. Para fins didáticos e para haver um estudo mais rápido e ágil, quando não há o computador como auxiliar, utiliza-se o razonete, que é do razão analítico simplificado, onde se usa apenas as colunas de débito e crédito do razão analítico. 18 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Débito Crédito 4.4. Fechamento Então a representação gráfica do razão não deixa de ser o razonete, e ficará assim: Código da conta Nome da Conta Exemplificando: Compras efetuadas no Supermercado Taubaté, de: Um refrigerador, para uso da empresa, conf. N.F. 1.521, R$ 1.000, e uma moto marca guará, conf. N.F. 372, R$ 10.000. Foram pagos, à vista, em dinheiro, R$ 2.000, o restante a prazo, através de três duplicatas, de nºs. 1 a 3, sendo de R$ 3.000 cada, vencíveis de 30 em 30 dias. 19 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4.5. Balancete 4.5.1. Conceito É a relação de contas extraídas do livro Razão ou Razão Analítico, com seu saldo devedor e credores já apurados, sendo que o total dos dois lados devem sempre estar igual. 4.5.2. Modelos / Fechamento Pode - se citar quatro Tipos de Balancetes de Verificação, porém o mais usado é que está sendo frisado agora, o “DE QUATRO COLUNAS“. 1. Duas Colunas Constam apenas as colunas de saldo atual de débito e crédito: Contas SALDO Débito Crédito 2. Quatro Colunas Constam as colunas de saldo atual e as de movimento atual, de débito e crédito: “Este é o que vai ser praticado durante o ano letivo“ 3. Seis Colunas Constam as colunas de saldo anterior,movimento atual, as de saldo atual, de débito e crédito: 20 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. Oito Colunas Constam as colunas de movimento anterior, saldo anterior, movimento atual, as de saldo atual, de débito e crédito: 4.6. Constituição do capital de uma empresa Na fase de constituição de uma empresa podem-se considerar dois momentos: 4.7. Da Constituição É o momento em que o proprietário providencia o registro da empresa nos órgãos competentes, visando dotá-la de personalidade jurídica. Exemplificando: 1) Constituição uma sociedade comercial, com capital de R$ 10.000, subscrito (dividido) entre dois sócios, da seguinte maneira: R$ 5.000, para João e para José R$ 5.000, Contabilizando: Razão É o momento em que o proprietário entrega para empresa, como pagamento do capital que constituiu, dinheiro ou bens e direitos (podendo acontecer o inverso, onde a empresa a partir do momento que um dos sócios desista da sociedade, ela terá que pagar o capital incluso por aquele sócio), onde o dinheiro, bens e direitos podem estar 21 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância mutuamente ligados ou não na realização do capital. A Realização pode acontecer de duas maneiras: • Integral (Total do capital) Exemplificando: 1) Constituição uma sociedade comercial, com capital de R$ 10.000, subscrito (dividido) entre dois sócios, da seguinte maneira: R$ 5.000, para João e para José R$ 5.000, 2) Realizaram total Capital em dinheiro; Contabilizando: Razão • Parcial (Parte do capital) Exemplificando: 1) Constituição uma sociedade comercial, com capital de R$ 10.000, subscrito (dividido) entre dois sócios, da seguinte maneira: R$ 5.000, para João e para José R$ 5.000, 22 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2) Realização Parcial do Capital subscrito da seguinte maneira: João realiza R$ 3.000, de seu capital subscrito em dinheiro e, José realiza o total de seu capital em imóveis. Contabilizando: Razão Neste Texto conhecemos melhor as técnicas contábeis começando pela escrituração dos lançamentos contábeis, razão contábil, balancete de verificação e finalizando com a escrituração da constituição da empresa. Vamos exercitar! 23 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5. BALANÇO PATRIMONIAL Até o presente momento apresentamos alguns conceitos e terminologias e consideramos a importância da Contabilidade como instrumento para a tomada de decisão. Aprofundamos o conhecimento sobre o objeto da Contabilidade que, como nós já vimos anteriormente, é o patrimônio das entidades e sua forma de representação. Iniciaremos os nossos estudos sobre o demonstrativo contábil mais utilizado: o Balanço Patrimonial. Conheceremos sua estrutura, seus elementos, seus grupos de contas e como, por meio dele, são representadas as origens e as aplicações dos recursos da organização. Bons estudos! 5.1. Balanço patrimonial: conceito e estrutura O balanço patrimonial é um importante relatório da Contabilidade, porque apresenta o seu objeto, o patrimônio. Assim como os demais relatórios, tem como principal missão a de sintetizar em contas representativas os saldos patrimoniais. 5.2. Conceito O balanço patrimonial é a demonstração financeira que evidencia, qualitativa e quantitativamente, situação patrimonial de uma entidade em um determinado momento. O balanço patrimonial é constituído de ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O ativo compreende os bens e direitos, ao passo que o Passivo compreende as obrigações para com terceiros, enquanto que o patrimônio líquido corresponde aos recursos próprios da entidade. O balanço patrimonial é de importância fundamental, pois permite verificar a situação econômica e financeira da empresa, como o grau de endividamento, liquidez, bem como comparar as variações ocorridas entre os diferentes exercícios. O Ativo é representado ao lado esquerdo do balanço patrimonial. Nele são agrupados os saldos das contas que representam o conjunto dos bens e direitos. O ativo é subdividido em dois grandes grupos: 24 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Ativo circulante • Ativo não circulante • Do lado direito do Balanço Patrimonial, estão representados o Passivo e o Patrimônio Líquido. O Passivo é subdividido em: • Passivo circulante • Passivo não circulante O patrimônio líquido representa o capital próprio da empresa e está subdividido em: • Capital social • Reservas de capital • Reservas de lucros • Ajustes de avaliação patrimonial • Ações em tesouraria • Prejuízos acumulados REQUISITOS DO BALANÇO PATRIMONIAL O balanço patrimonial é composto de um cabeçalho que conterá: a) Denominação da empresa b) Título da demonstração contábil (balanço patrimonial) c) Data de encerramento do balanço Além disso, a Lei 6.404/76 dispõe que as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes do exercício anterior. Dessa forma, todas as demonstrações financeiras terão duas colunas para os valores, uma do exercício atual e outra para o exercício anterior. Conforme previsto na legislação supramencionada, as demonstrações financeiras podem eliminar dígitos em suas publicações e utilizar a expressão $ em milhares ou $ em mil. Se eliminarmos seis dígitos, por exemplo, colocaremos no cabeçalho: Em $ milhões. A seguir o modelo de um balanço patrimonial publicado em jornal. Para preservarmos a identidade da empresa, ocultamos a denominação social: Balanço conforme especificações da Lei 6.404/76 25 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 Fonte: Jornal local, 2014. 5.2.1. Ativo Conforme já vimos, o ativo compreende as aplicações de recursos correspondentes a valores representativos de direitos e bens. Esses componentes são classificados de acordo com a destinação específica, que varia segundo os fins da entidade. Quanto a sua estrutura de apresentação, ele está dividido em dois grandes grupos: Ativo circulante e Ativo não circulante. Para melhor compreensão da classificação dos elementos patrimoniais nos grupos, é essencial entendermos o que é considerado de curto e longo prazo para a Contabilidade. 5.2.1. O que é curto prazo e longo prazo para a contabilidade? A Contabilidade considera como curto prazo todos os valores que serão realizados, transformados em dinheiro ou exigidos dela num período de 12 meses da data de encerramento do balanço patrimonial. Considerando que o balanço patrimonial é emitido, em definitivo, no último dia do exercício social, considera-se curto prazo (ou circulante) tudo aquilo que a organização estima receber em até 1 ano. Longo prazo, no ativo, portanto, é tudo aquilo que demorará mais do que 1 ano para ser convertido em dinheiro para a organização. Algumas empresas, em virtude da natureza de suas operações, poderão adotar, na classificação do curto e do longo prazo, o ciclo operacional. 26 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O ciclo operacional é o tempo que transcorre entre a compra da mercadoria, a venda e o pagamento feito pelo cliente à empresa que fez a venda. Na maioria das empresas, o ciclo operacional é inferior a um ano. Entretanto, em algumas empresas, o ciclo pode ser superior. Por exemplo, na agricultura na qual o ciclo pode ter duração de 3 anos. Dessa forma, admite-se que o conceito de curto prazo esteja associado a menos de 3 anos, pois seu ciclo operacional é de 3 anos. 5.3.Ativo circulante No ativo circulante, estão representados os bens e direitos que estão em frequente movimentação, circulação no patrimônio. É propriamente dito, o capital de giro da empresa. Nesse grupo, constam os elementos patrimoniais de rápida realização, ou seja, rápida transformação em dinheiro. No ativo circulante, são classificados os valores que a empresa já possui em dinheiro e os que a empresa pode converter em dinheiro no curto prazo, ou seja, dentro do próximo exercício social. Dessa forma, no ativo circulante, teremos agrupadas as contas que representam as disponibilidades imediatas em dinheiro (Caixa e depósitos bancários), aplicações financeiras que podem ser convertidas em dinheiro no curto prazo, as mercadorias que a empresa tem a expectativa e possibilidade de vender no próximo exercício e demais direitos de curto prazo. Os principais bens e direitos classificados nesse grupo são os seguintes: • Disponibilidades: as disponibilidades representam os recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da empresa, não havendo restrições para o seu uso imediato. São consideradas disponibilidades: dinheiro em caixa e em bancos, cheques em mãos e em trânsito, aplicações de liquidez imediata. • Créditos com clientes: representam os valores a receber oriundos da venda de mercadorias ou da prestação de serviços realizados a prazo. • Outros créditos a receber: compreendem os demais direitos que a empresa tem para receber de terceiros e que não correspondem a direitos decorrentes das vendas a prazo de mercadorias ou de serviços. 27 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Estoques: correspondem a bens tangíveis ou intangíveis adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. De acordo com o Pronunciamento Contábil n. º 16, os estoques são ativos: a. Mantidos para venda no curso normal dos negócios; b. Em processo de produção para venda; ou c. Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. • Despesas pagas antecipadamente: são pagamentos antecipados que geram direitos que se converterão em despesas ao longo do exercício. Exemplo: prêmios de seguros a vencer; assinaturas de jornais e revistas; aluguel antecipado. 5.3.1. Ativo não circulante São bens e direitos de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da empresa. Este grupo foi criado pela Lei 11.941/2009, que estabelece a sua subdivisão em 4 subgrupos: • Ativo realizável a longo prazo • Investimentos • Imobilizado • Intangível 5.4. Realizável a longo prazo São os valores passíveis de transformação em moeda a longo prazo, ou seja, após o decurso do exercício social subsequente ao da elaboração do balanço patrimonial, assim como os derivados de vendas, adiantamento ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto dessa companhia. É importante salientar que, nesse grupo do ativo, com exceção das disponibilidades, poderão figurar todas as demais contas representativas do ativo circulante, desde que tenham o prazo de realização superior a 12 meses. Os principais bens e direitos classificados nesse grupo são os seguintes: 28 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Créditos a receber: direitos a receber cujos prazos esperados para realização sejam superiores ao término do exercício social seguinte ao do encerramento do balanço. • Empréstimos a diretores, acionistas, coligadas e controladas: por força de lei, considera-se que os valores a receber de diretores, acionista, empresas coligadas e controladas serão classificadas como longo prazo, independentemente do prazo de vencimento do empréstimo. • Investimentos temporários: são contas representativas das aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários com vencimento após o término do exercício social seguinte. 5.5. Investimentos São aplicações de recursos que não estão relacionadas com a atividade da empresa. Participações permanentes em outras sociedades e os direitos de quaisquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e no realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa. No subgrupo Investimentos, deverão estar classificados dois tipos de ativos: as participações permanentes em outras sociedades e outros investimentos permanentes. • Participações permanentes em outras sociedades: são ações ou quotas de capital que uma pessoa jurídica possui de outra empresa com caracterização de permanência • Outros investimentos permanentes: são bens tangíveis e intangíveis não utilizados pela empresa em suas atividades. • São exemplos de investimentos: obras de arte; terrenos para utilização futura, imóvel para alugar, participações em empresas coligadas etc. 5.6. Imobilizado No ativo imobilizado, são classificados os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. (Art. 179, IV; Lei 6404/76) 29 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Os bens do imobilizado estão sujeitos à depreciação. A depreciação é a importância correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência. 5.7. Intangível De acordo com o art. 179 da Lei n. º 6.404/76, em seu inciso VI, nesse subgrupo são classificados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Os intangíveis são ativos agregados de benefícios econômicos cuja exploração é controlada de modo exclusivo por uma dada entidade. Ocorre que, diferentemente dos ativos tangíveis, que são visivelmente identificados, e contabilmente separados, os intangíveis por vezes não o são. 5.8. Passivo Do lado direito do balanço patrimonial, estão representados o passivo (capital de terceiros) e o patrimônio líquido (capitais próprios). As contas do passivo estão agrupadas de acordo com o seu vencimento, ou seja, grau decrescente de exigibilidade. Quanto menor for o prazo para o pagamento, maior grau de exigibilidade possuirá a dívida ou obrigação. O grau de exigibilidade representa o maior ou o menor prazo em que a obrigação deve ser paga. O passivo está dividido em dois grupos principais: o passivo circulante e o passivo não circulante. Assim como no ativo, os conceitos de circulante e não circulante para o passivo também estão relacionados ao conceito de curto e longo prazo. 5.9. Passivo circulante São classificadas nesse grupo contas que representam obrigações que vencem no decurso do exercício social seguinte ao do levantamento do Balanço. Nesse grupo, incluem-se, entre outras, as seguintes contas: • Fornecedores: obrigações oriundas da compra de mercadorias ou da utilização de serviços a prazo. 30 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Empréstimos e financiamentos: dívidas advindas de captação de recursos monetários em instituições bancárias e de crédito. • Obrigações Tributárias - obrigações como governo nas esferas municipal, estadual e federal, originadas em decorrência do desenvolvimento das atividades normais da empresa. • Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias: são obrigações de salários que deverão ser pagos aos funcionários e outros encargostrabalhistas que deverão ser recolhidos. • Outras contas a pagar: demais obrigações de curto prazo assumidas pela empresa. • Dividendos e destinações do lucro: são obrigações que devem ser pagas às pessoas que, de alguma forma, tenham participação nos lucros (debenturistas, funcionários), bem como obrigações devidas aos proprietários em forma de juros e dividendos. 5.10. Passivo não circulante São contas representativas de obrigação da empresa que tem vencimento após o término do exercício social seguinte. Serão liquidadas em longo prazo. Dessa forma, podemos ter no passivo não circulante as mesmas contas do passivo circulante. Porém, serão vencíveis após o término do exercício social subsequente ao do levantamento do balanço. São exemplos de contas representadas no passivo não circulante: • Empréstimos de longo prazo • Renegociações de dívidas fiscais de longo prazo • Títulos a pagar (notas promissórias e duplicatas emitidas com vencimento de longo prazo) 5.11. Patrimônio líquido As contas desse grupo representam o capital próprio da empresa. Demonstra o total de recursos aplicados pelos proprietários da empresa e também os valores retidos e gerados pela operação dessa empresa. 31 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância No patrimônio líquido, portanto, as contas representativas dos capitais próprios são classificadas da seguinte maneira: a) Capital social: representa os valores investidos na empresa pelos sócios e os decorrentes de incorporação de reservas de lucros. b) Reservas de capital: serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: c) A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; d) O produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. e) Ajustes de avaliação patrimonial: serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. (§3º do art. 182 da Lei n. º 6.404/76). f) Reserva de lucros: contas representativas das reservas constituídas com parte dos lucros apurados pela empresa em decorrência de lei ou da vontade do proprietário, dos sócios ou dos administradores. g) Ações em tesouraria: ações da própria empresa adquiridas por ela mesma. h) Prejuízos acumulados: prejuízos apurados pela empresa no exercício atual, ou em exercícios anteriores, até que sejam compensados com lucros, saldos de reservas ou assumidos pelos sócios. 32 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Apresentação do balanço patrimonial ATIVO PASSIVO CIRCULANTE - Disponibilidades - Direitos Realizáveis no Curso do Exercício Seguinte ao da data de fechamento do Balanço Patrimonial - Aplicações de Recursos em Despesas do Exercício Seguinte NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Direitos Realizáveis Após o Término do Exercício Social Seguinte - Direitos Derivado de Adiantamento ou Empréstimo a Coligadas e Controladas, Diretores, Acionistas ou Participantes no Lucro, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da Cia. INVESTIMENTOS Participações em Outras Empresas IMOBILIZADO Bens destinados a manutenção das atividades da Companhia INTANGÍVEIS Bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade CIRCULANTE - Obrigações vencíveis até o final do exercício social Seguinte ao da data de fechamento do Balanço Patrimonial NÃO CIRCULANTE - Obrigações vencíveis após o término do exercício social Seguinte ao da data de fechamento do Balanço Patrimonial - Receitas de exercícios futuros deduzidos os custos e despesas correspondentes PATRIMÔNIO LÍQUIDO - Capital Social - Reservas de Capital - Ajustes de avaliação patrimonial - Reservas de Lucros - Ações em Tesouraria - Prejuízos Acumulados Neste texto conhecemos o Balanço Patrimonial sua estrutura, seus elementos, seus grupos de contas e como, por meio dele, são representadas as origens e as aplicações dos recursos da organização. 33 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Neste módulo, estudaremos como se apura o resultado de uma empresa, buscando identificar os fatores que interferem e atuam sobre esse resultado. Dessa forma, você saberá tomar ou assessorar decisões que conduzam ao fortalecimento das organizações. Além disso, compreenderá os elementos que estão contribuindo para aumentar e reduzir os resultados da empresa a partir da elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício. Então, você está pronto para apurar o resultado? Vamos lá! 6.1. Variações patrimoniais Vimos até agora as contas que representam os elementos patrimoniais. As variações do valor da riqueza líquida da empresa, ou seja, do patrimônio líquido devem se as seguintes situações: a) Investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores ou desinvestimentos (devolução de capital) feitos na entidade. b) Resultado obtido do confronto entre as contas de receitas e despesas dentro do período contábil. Interessa-nos mais no momento discutirmos as variações ocorridas devido a receitas e despesas e a apuração do resultado. Para tanto, conceituaremos agora alguns termos essenciais ao processo de apuração do resultado das empresas. 6.2. Receita Entende-se por Receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais. A obtenção de uma receita resulta, pois, num aumento de patrimônio líquido. 6.3. Despesa Entende-se por Despesa o consumo de bens ou serviços, que, direta ou indiretamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo o ativo ou aumentando o passivo, 34 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância uma despesa é realizada com a finalidade de se obter uma receita cujo valor, se espera, seja superior a uma diminuição que provoca no patrimônio líquido. São os gastos relativos aos bens ou serviços consumidos na obtenção de receitas. As despesas são os gastos relacionados às áreas de apoio como a administração e o comercial. 6.4. Custos São os valores pelos quais se obteve um bem ou serviço que foi vendido. O custo é inerente às transações comerciais, pois não há como vender um bem ou um serviço sem que tenha havido um esforço para se adquirir, fabricar o bem ou prestar o serviço. São também os gastos utilizados na produção de bens ou serviços. Portanto, estão associados aos produtos ou serviços produzidos pela entidade. Representa o valor monetário de recursos utilizados no processo de obtenção ou elaboração de determinado bem ou serviço. 6.5. Resultado Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o resultado do período contábil será positivo (lucro), que aumenta o patrimônio líquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, esse fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o patrimônio líquido. O resultado é apurado em separado, através das denominadas contas de Resultado. O valor do lucro retido é contabilizado no patrimônio líquido. Caso haja prejuízo no período,o valor apurado também será contabilizado no patrimônio líquido da empresa em conta redutora do patrimônio. É necessário que toda empresa faça a apuração do resultado pelo menos uma vez por ano. O lucro ou o prejuízo de um exercício está na dependência do confronto das contas de receita e de despesas, e esse resultado líquido é apurado na conta denominada Resultado. As contas de receita e despesa são periódicas, isto é, somente deverão conter registros para um ano ou período menor, o que significa que todas as contas de receita e despesa devem possuir saldo zero no início dos períodos. 35 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância No final do exercício para a apuração do resultado do exercício (lucro ou prejuízo), as contas de receita e despesa são encerradas (zeradas), através da transferência dos seus respectivos saldos para uma conta transitória chamada Resultado do Exercício ou Apuração do Resultado do Exercício (ARE). 6.6. Regime de contabilização Outro tema importante na apuração do resultado são os Regimes de Contabilização de receitas e despesas. Quando registramos os fatos contábeis referentes ao resultado, temos que avaliar quando uma receita foi realizada e quando uma despesa ocorreu. Há dois regimes de contabilização das receitas e despesas: 6.7. Regime de caixa É o regime que considera a existência de uma receita quando a empresa recebe um valor e que tivemos uma despesa quando esta foi paga. • A receita é contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando entrar dinheiro no caixa (recebimento). • A despesa é contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa (desembolso). 6.8. Regime de competência Os efeitos das transações são reconhecidos quando ocorre o fato gerador. As receitas são consideradas independentemente de recebidas e as despesas, como incorridos quando concretizadas, independentemente de terem sido pagas. As receitas são computadas em função do momento em que nasce o direito de recebê-las e as despesas no momento em que nasce a obrigação de pagá-las. • A receita é contabilizada no período em que for gerada, independentemente do seu recebimento. • A despesa é contabilizada como tal no período em que for consumida, incorrida, utilizada, independentemente do pagamento. O regime de competência é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo imposto de renda. Evidencia o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de forma mais adequada e completa. 36 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6.9. Regime de caixa x regime de competência Para melhor compreensão da diferença entre os dois regimes de apuração, veja o exemplo abaixo: Exemplo Vamos supor que um veículo, de propriedade da empresa Delta LTDA, apresentou defeito e necessitou de reparos mecânicos. A oficina mecânica que prestou serviços de reparos no veículo cobrou da empresa Delta a importância de R$2.000,00 pelos serviços. Foi emitida uma nota fiscal, e a empresa Delta se comprometeu a pagar o valor após 90 dias. Considerando o regime de competência, a empresa Delta deve reconhecer a despesa da manutenção do veículo imediatamente visto que no regime de competência, considera-se a despesa no momento em que o recurso foi consumido. O que consumiu o valor de R$2.000,00 foi o reparo do veículo e não o seu efetivo pagamento. Pelo regime de caixa, a contabilização da despesa ocorre no momento do pagamento do valor, ou seja, no desembolso financeiro. 6.10. Demonstração do resultado do exercício (dre) A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a demonstração financeira que evidencia o desempenho da empresa num determinado período, ou seja, é destinada a demonstrar a composição do resultado (lucro ou prejuízo) formado num determinado período de operações da entidade. É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Conforme as normas contábeis, essa demonstração compreenderá as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento, e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas. Desse modo, a DRE, observado o princípio da competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas. Conclui-se, portanto que essa demonstração contempla a dinâmica patrimonial e possui um caráter essencialmente evolutivo. Destina-se a fornecer 37 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância informações acerca dos aspectos econômicos inerentes à entidade durante um determinado período. Sendo assim, a DRE apresenta o seguinte formato: Receita Bruta de Vendas (-) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Líquida (-) Custos das Vendas de serviços ou produtos (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (=) Lucro ou prejuízo operacional antes do resultado financeiro (+/-) Resultado Financeiro (=) Lucro ou prejuízo operacional antes dos tributos sobre o Lucro (-) Imposto de Renda e Contribuição Social (-) Doações e Contribuições / Participações Diversas (=) Lucro ou Prejuízo líquido do exercício Neste Texto conhecemos como se apura o resultado de uma empresa, buscando identificar os fatores que interferem e atuam sobre esse resultado. 38 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7. TRIBUTOS Neste texto, estudaremos o conceito de tributos, as espécies de tributos, falaremos sobre impostos, taxas e contribuições de melhoria. Vamos lá!! 7.1. Conceitos e definições de tributos O conceito de tributo está definido nos artigos 3° do Código Tributário Nacional: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Sendo assim podemos dizer que tributo é sempre um pagamento compulsório em moeda, forma normal de extinção da obrigação tributária. Tributo é a obrigação imposta aos indivíduos e pessoas jurídicas de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes. É vulgarmente chamado por imposto, embora tecnicamente este seja mera espécie dentre as modalidades de tributos. 7.2. Espécies de tributos O Código Tributário Nacional no seu artigo 5° diz “Os tributos são IMPOSTOS, TAXAS e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS. Porém a Constituição Federal de 1988 autorizou a União a instituir as CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. 39 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Vamos agora entender cada um deles: 7.3. Impostos Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O imposto trata-se de um tributo não vinculado a nenhuma atividade dos entes federativos (governo) em relação direta não contribuinte. O contribuinte paga compulsoriamente o imposto, mesmo que não utilize nenhum serviço público. A Constituição Federal distribui a competência tributária para cobrar impostos da seguinte maneira: União • Importação de produtos, • Exportação de produtos, • Rendas e proventos de qualquer natureza, • Produtos industrializados, • Operações de crédito, câmbio, títulos e valores mobiliários, • Propriedade territorial rural, • Grandes fortunas. Estado e distrito federal: • Transmissão de bens ou direitos (causa mortis), •Propriedades de veículos automotores, • Operações de circulação de mercadorias. Municípios: • Propriedade predial e territorial urbana, • Transmissão de bens e direitos (Inter vivos), • Serviços de qualquer natureza. 40 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7.4. Taxas e contribuições de melhoria As taxas são tributos incidentes sobre um fato gerador e que são aplicados em contrapartida a esse fato gerador. Uma taxa só pode ser instituída por uma entidade tributante da mesma competência. Por exemplo: taxas sobre iluminação pública só podem ser cobradas pelos municípios. Não necessariamente o pagante da taxa vai usar o serviço, apenas terá o serviço à disposição. As contribuições de melhoria são tributos incidentes sobre obras públicas, e incidem somente na região onde a obra está sendo executada. Taxa é o tributo que pode ser cobrado pela União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, que tem como fato gerador, o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao Contribuinte ou posto a sua disposição (Art. 77 do CTN). As taxas são tributos vinculados, logo o poder público faz alguma coisa em favor do contribuinte. Quando a cobrança é em razão do poder de polícia, o estado fornece em geral um documento cuja exigência está prevista em lei, podendo ser um alvará de funcionamento de um estabelecimento, um passaporte para viajar para o exterior, um documento de identidade etc. Contribuições de melhoria é o tributo cobrado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, com o objetivo de fazer face ao custo de obra pública de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (Art. 81 do CTN). Conclui-se que a Contribuição de Melhoria, também é um tributo vinculado, pois depende para ser cobrada, de uma ação estatal específica, uma contraprestação, relativamente ao contribuinte. Esta ação é a realização de uma obra pública de que decorra valorização do imóvel do contribuinte. 41 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7.5. Contribuições federais Estas contribuições formam o maior grupo das contribuições especiais, sendo que as mais relevantes são as contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social que são cobradas do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, incidente sobre: • A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos à pessoa física que lhe preste serviços. Exemplo: contribuição do empregador ao inss (20%), sat (seguro contra acidentes do trabalho - 1 a 3%, dependendo do grau de periculosidade da atividade), pis (programa de integração social, devido pelas entidades sem fins lucrativos e sociedades cooperativas – 1%). • A receita ou o faturamento. Exemplo: cofins, pis, contribuição do produtor rural, incidente sobre a comercialização de seus produtos. 42 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8. TRIBUTOS FEDERAIS - IMPOSTO RENDA Agora, estudaremos o Imposto de renda de pessoas jurídicas, vamos conhecer o conceito de contribuintes do Imposto Pessoa Jurídica e o conceito de pessoa jurídica. Além disso, vamos estudar os primeiros conceitos sobre Imposto de Renda Pessoa Jurídica e as formas de tributação. 8.1. Quem são os contribuintes do imposto de renda pessoa jurídica? O Regulamento do Imposto de Renda – RIR – dispõe que são contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Jurídica: I. As pessoas jurídicas; II. As empresas individuais. São contribuintes todas as firmas e sociedades, registradas ou não. As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, são contribuintes nas mesmas condições das demais pessoas jurídicas. As sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se às mesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de competência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas. 8.2. Conceito de pessoas jurídicas e empresas individuais O Regulamento do Imposto de Renda determina que se considerem pessoas Jurídicas: I. As pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam quais forem seus fins, nacionalidade ou participantes no capital; II. As filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com sede no exterior; III. Os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus mandatários ou comissários no País. As sociedades em conta de participação são equiparadas às pessoas jurídicas. As empresas individuais, para os efeitos do imposto de renda, são equiparadas às pessoas jurídicas. 43 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância São empresas individuais: I. As firmas individuais; II. As pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços; III. As pessoas físicas que promoverem a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos. IMPORTANTE: Não são equiparadas às pessoas jurídicas as pessoas físicas que, individualmente, exerçam as profissões ou explorem as atividades de: I. Médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser assemelhadas; II. Profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais; III. Agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que, tomando parte em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta própria; IV. Serventuários da justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros; V. Corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos; VI. Exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor, qualquer que seja a natureza, quer se tratem de trabalhos arquitetônicos, topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congêneres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de construções; VII. Exploração de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, projetos técnicos de construção, instalações ou equipamentos, salvo quando não explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra. 8.3. Imposto de renda pessoa jurídica A pessoa jurídica apura o Imposto de Renda de três formas: I. Lucro Real; II. Lucro Presumido; III. Lucro Arbitrado. 44 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8.4. Lucro real A pessoa jurídica tributada na forma do Lucro Real deve apurar primeiramente o lucro líquido e em seguida o lucro real, lucro tributável, considerando as adições, exclusões e compensações. A apuração do lucro real é efetuada no livro fiscal chamado Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR. 8.5. Lucro real estimado As pessoas jurídicas tributadas na forma do lucro real podem determinar o Imposto de Renda na forma estimada, Lucro Real Estimado. 8.6. Lucro presumido A pessoa jurídica tributada na forma do Lucro Presumido deve determinar a receita bruta definida no Regulamento do Imposto de Renda e aplicar quocientes definidos de acordo com a atividade e somar os demais resultados positivos para apurar o lucro presumido, lucro tributável. 8.7. Lucro arbitrado A pessoa jurídica tributada na forma do Lucro Arbitrado deve quandoconhecida a receita bruta definida no Regulamento do Imposto de Renda aplicar quocientes definidos de acordo com a atividade e somar os demais resultados positivos para apurar o lucro arbitrado, lucro tributável. O arbitramento do lucro das pessoas jurídicas pelo contribuinte só pode ser efetuado se conhecida à receita, caso contrário somente à autoridade fiscal pode efetuar o arbitramento. 8.8. Apuração e alíquota do imposto de renda A apuração do Imposto de Renda é feita em período trimestral, exceto no caso do Lucro Real Estimado. A alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica considerando o lucro real, presumido ou arbitrado é de 15% (quinze por cento). 45 Contabilidade Introdutória Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8.9. Adicional do imposto de renda A pessoa jurídica também está sujeita ao Adicional do Imposto de Renda, a base de cálculo do AIR é: a) Lucro Real (trimestral) Base de cálculo = Lucro Real – R$ 60.000,00 b) Lucro Real (estimativa) Base de cálculo = Lucro Real – R$ 20.000,00 (mensal) Base de cálculo = Lucro Real – R$ 240.000,00 (anual) c) Lucro Presumido ou Arbitrado Base de cálculo = Lucro Presumido – R$ 60.000,00 Base de cálculo = Lucro Arbitrado – R$ 60.000,00 A alíquota do Adicional do Imposto de Renda é de 10% (dez por cento) Neste Texto conhecemos o conceito de tributos, as espécies de tributos, falamos sobre impostos, taxas e contribuições de melhoria.
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