Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA AULA 6 Prof. Rafael Zamodzki 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, abordaremos noções a respeito do projeto de redes de distribuição aéreas urbanas e rurais; e as características de redes subterrâneas. A partir desses conhecimentos, será possível entender quais são os critérios mandatórios considerados e utilizados na concepção de um projeto de rede de distribuição aérea no ambiente urbano ou no rural, compreender que existem normas que apontam os comprimentos dos vãos entre as estruturas presentes nas redes, visualizar como as concessionárias de energia organizam-se em relação ao compartilhamento dos postes com empresas de telecomunicações e, por fim, aprender a respeito de algumas características essencias de redes de distribuição subterrâneas. TEMA 1 – PROJETO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO URBANAS AÉREAS Para que um bom projeto de rede de distribuição seja realizado, é necessário seguir alguns critérios básicos a fim de garantir as condições técnicas, econômicas e de segurança necessárias para um fornecimento adequado de energia elétrica (Eletrobras, 2012). Cada concessionária de energia elétrica possui um manual próprio ou uma norma técnica com orientações para que o projeto seja realizado de acordo com as exigências de sua área de concessão. Nas seções a seguir, serão apresentadas as etapas da metodologia de projeto proposta por Eletrobras (2012), estabelecendo assim os requisitos básicos para um bom projeto de rede de distribuição aérea urbana. As etapas são divididas em: • Obtenção dos dados preliminares • Levantamento da carga e determinação de demandas • Locação dos postes • Dimensionamento elétrico • Dimensionamento mecânico • Relação de material e orçamento • Apresentação do projeto 1.1 Obtenção dos dados preliminares 3 Consiste na obtenção dos dados necessários à elaboração do projeto tais como determina Eletrobras (2012): 1.1.1 Objetivo do projeto a ser elaborado • Consiste em determinar o tipo de projeto a ser elaborado e sua finalidade, se ele é para expansão, reforma ou reforço. • Devem ser determinadas as principais necessidades do projeto, ou seja, se ele é relativo à correção dos níveis de tensão, melhoria de confiabilidade, melhoria da iluminação pública, atendimento a uma nova área etc. • Nessa etapa, deve ser verificado o estado atual da rede. 1.1.2 Obtenção da planta da área, com arruamento etc. • Devem ser verificadas, no sistema, as características do circuito, arruamento, edificações (edifícios públicos, igrejas, estádios etc.) e áreas ambientais da localização a ser atendida. • Se necessário, deve ser realizado um levantamento de campo complementar. • No caso de atendimento a novas áreas – por exemplo, um novo loteamento –, deve ser obtido uma planta georreferenciada, em escala adequada, junto ao responsável pelo empreendimento. 1.1.3 Estudo básico da área • Para novas áreas, deve ser feito um estudo básico considerando as condições do local, o grau e tipo de urbanização, tipo de arborização, dimensões dos lotes e características do local a ser atendido. • Para isso, deve ser verificada a existência de uma área de características semelhantes àquela que está sendo projetada, de forma a otimizar o investimento a ser realizado. • O projeto deve abranger uma expansão futura do atendimento identificado pelo planejamento, de forma compatível com as características de urbanização da região. • A realização de projeto para atendimento a ligações novas deve ser precedida de uma análise de viabilidade técnica pela área de 4 planejamento regional para verificação das condições técnicas da rede, caso a carga seja superior ao limite previamente estabelecido pelo planejamento. 1.1.4 Planos e projetos previamente existentes para a área • Devem ser levantados prováveis projetos anteriormente elaborados para a área abrangida, ainda não construídos ou em construção, e que possam ser considerados no projeto em elaboração. 1.2 Levantamento da carga e determinação de demandas Nessa etapa, deseja-se realizar o levantamento do consumo de energia dos consumidores já atendidos e também a previsão de consumo e demanda de novos consumidores. Desta forma, é possível dimensionar os transformadores e os condutores de média e baixa tensão. Os cálculos e dimensionamentos devem levar em consideração aspectos técnico-econômicos considerando um horizonte de dez anos (Eletrobras, 2012). Para ligação de novos consumidores à rede já existente, deve-se considerar os seguintes aspectos (Eletrobras, 2012): • Para redes de baixa tensão: as demandas dos consumidores existentes devem ser obtidas no sistema de gerenciamento de rede da respectiva concessionária. A quantidade de novos consumidores deve ser inserida, diferenciando se são do tipo residencial, comercial ou industrial. Pode-se utilizar a Tabela 1 como auxílio para este projeto. Tabela 1 – Demanda diversificada residencial (kVA) Fonte: Eletrobras (2012). Notas: 1 – Baixo: consumo de 0 a 75 kWh; 2 – Médio: consumo de 76 a 150 kWh; 3 – Alto: consumo de 151 a 300 kWh; 4 – Altíssimo: consumo superior a 300 kWh. 5 • Para redes de média tensão: no caso de consumidores individuais com potência instalada superior a 75 kW, atendidos em média tensão, a demanda máxima deve ser determinada pela aplicação das fórmulas presentes na norma da concessionária. • Para o projeto de redes novas, deve-se considerar os seguintes aspectos (Eletrobras, 2012): • Para redes de baixa tensão: deve-se projetar a rede a partir da quantidade de consumidores e da carga instalada individual por classe. Quando não for conhecida a carga, adota-se os valores máximos de carga instalada para cada tipo e faixa de consumidores, levando em conta o padrão de construção da área em questão. Para cálculo da provável demanda, considerar kVA igual a kW. • Para redes de média tensão: o cálculo é realizado por meio da soma das curvas de carga dos transformadores ligados à rede. Deve-se sempre considerar a previsão de crescimento de carga nos dimensionamentos. 1.3 Locação dos postes Essa etapa consiste na locação dos postes, observando os requisitos de espaçamento, segurança, iluminação pública desejável etc. Deve-se buscar sempre o melhor traçado para os alimentadores, conduzindo ao mínimo de alteração para atender as novas cargas (Eletrobras, 2012). A locação deve ser iniciada pelos pontos forçados, como esquinas e futuras derivações (Eletrobras, 2012). O posteamento deve ser realizado considerando os seguintes aspectos: • Evitar desmate de árvores e demais formas de vegetação em áreas de preservação permanente. • Procurar locar, sempre que possível, na divisa dos lotes. Na impossibilidade, locar no meio do lote. • Quando o eixo da rua estiver no sentido norte-sul, locar a rede no lado oeste. • Quando o eixo da rua estiver no sentido leste-oeste, locar a rede no lado norte. 6 • Procurar local prevendo futuras extensões da rede, para evitar remoções desnecessárias. • Evitar locação de postes em frente a portas, janelas, sacadas, garagens, marquises, anúncios luminosos etc. • Evitar que o posteamento passe do mesmo lado de praças, jardins, escolas, igrejas e templos, que ocupem grande parte da quadra. • Verificar, junto aos órgãos municipais, planos futuros de urbanização, incluindo a possibilidade de plantio de árvores. • Verificar a possibilidade de arrancamento em função do perfil da via. • Evitar possíveis interferências com tubulações subterrâneas de água, esgoto, gás, rede de telecomunicações, galerias de águas pluviais etc. • Quando não for possível a instalação de um único poste na esquina e visando manter os afastamentos mínimos de condutores, bem como evitar que haja cruzamento em terrenos particulares, instalar mais postes ouutilizar “cruzamento aéreo”. 1.4 Dimensionamento elétrico O dimensionamento elétrico da rede refere-se à definição da configuração do circuito, carregamento e seção transversal dos condutores da rede de média e baixa tensão, localização e dimensionamento de transformadores e proteção contra sobretensão (Eletrobras, 2012). Tanto para baixa quanto para média tensão, existem requisitos específicos que devem ser levados em consideração e são apresentados a seguir (Eletrobras, 2012): • Na rede de baixa tensão: nível de tensão; configuração básica da rede e faseamento; condutores (tipo e seção); dimensionamento (carregamento); transformadores (dimensionamento e localização); equilíbrio de carga; correção dos níveis de tensão; proteção contra sobretensões. • Na rede de média tensão: níveis de tensão; configuração básica, trajeto e faseamento; condutores (tipo e seção); equilíbrio de carga; compensação de reativos; interligação e seccionamento; proteção contra sobrecorrentes; proteção contra sobretensões; aplicação de para-raios; aterramento. 7 Cada um desses itens deve ser observado cuidadosamente, considerando os critérios e requisitos apresentados na norma da concessionária presente na área onde se está projetando a rede. 1.5 Dimensionamento mecânico Refere-se ao dimensionamento de postes e tipos de estruturas. Os aspectos mecânicos, da mesma forma que os elétricos, devem ser observados na norma específica da concessionária com a qual se está trabalhando. Os aspectos a serem levados em consideração são (Eletrobras, 2012): • Posteamento: tipo; comprimento; determinação dos esforços, estaiamento, resistência e engastamento. • Estruturas: largura do passeio; seção transversal do condutor; ângulo de deflexão horizontal e vertical da rede. 1.6 Relação de material e orçamento Nessa etapa, relaciona-se os materiais necessários para a construção da rede e elaboração do orçamento correspondente. Os custos e materiais devem ser considerados da seguinte forma (Eletrobras, 2012): • Custos de materiais e equipamentos: material a instalar; material salvado (são materiais que não foram reaproveitados na obra e que serão devolvidos ao almoxarifado). • Mão-de-obra: custos de serviços de terceiros. • Custos de mão de obra própria. • Custos de administração e logística. • Remuneração de mão-de-obra. • Projeto e orçamento em estrutura com uso mútuo. 1.7 Apresentação do projeto Consiste no conjunto de desenhos, memorial descritivo, cálculos, formulários que compõem o projeto e informações necessárias para atendimento às exigências legais em vigor (Eletrobras, 2012). TEMA 2 – NOÇÕES DE PROJETOS RURAIS 8 Da mesma forma que ocorre com os projetos de redes urbanas, os projetos de redes rurais precisam atender requisitos específicos estabelecidos pelas normas técnicas das concessionárias de energia. Vamos usar como referência a norma técnica 831001 da Copel (Companhia Paranaense de Energia) para balizar os principais pontos que devem estar presentes em um projeto de rede de distribuição rural. O procedimento completo compreende um anteprojeto e um projeto, dividindo-se da seguinte maneira (Copel, 2002): • Anteprojeto: obtenção dos dados preliminares (características do projeto, planejamento básico, planos e projetos existentes); obtenção dos dados de carga (levantamento de carga, determinação de demanda, exploração do traçado). • Projeto: rede primária (níveis de tensão, perfil da tensão, configuração básica da rede primária, dimensionamento de condutores da rede primária, proteção contra sobrecorrente, proteção contra sobretensão, seccionamento e manobra, aterramento, montagem do pilar no poste); rede secundária (níveis de tensão, transformadores de distribuição, dimensionamento de condutores da rede secundária, aterramento, levantamento topográfico, locação de estruturas no perfil, postes, cruzetas, distâncias verticais mínimas de segurança entre os cabos e o solo ou outros elementos, condutores primários, condutores secundários, estaiamento, apresentação do projeto). Na Figura 1, apresenta-se um exemplo de sistema de distribuição composto por várias áreas e subestações diferentes. 9 Figura 1 – Exemplo de sistema de distribuição Fonte: Copel (2002). Na Figura 2, apresenta-se a configuração básica de uma rede primária rural. Figura 2 – Configuração básica de uma rede primária rural Fonte: Copel (2002). TEMA 3 – VÃO ELÉTRICO E VÃO MECÂNICO Um aspecto muito importante que deve ser considerado no projeto de redes é o distanciamento entre os postes utilizados para sustentar o cabeamento e os equipamentos presentes no sistema. Essas distâncias são 10 chamadas de vãos. O projeto adequado do vão entre os postes garante a flecha correta dos cabos e garante que os esforços de tensão e compressão sofridos pelas estruturas estejam dentro dos limites estabelecidos (Bauer; Freitas; Junior, 2017). A norma NBR 15688, de 2012, traz aspectos relacionados aos vãos que devem ser estabelecidos entre os postes. No item 4.17 da norma, estão as distâncias para circuitos primários e secundários: 4.17 Em redes urbanas e núcleos urbanos localizados em áreas rurais, são considerados normais os vãos primários de até 80 m e os secundários de até 40 m. Em projetos especiais, admitem-se vãos secundários de até 80 m, alterando-se convenientemente o espaçamento normal da rede secundária. (ABNT, 2013) Além da especificação dos vãos entre os postes, a norma também apresenta as distâncias mínimas entre a rede e outros obstáculos e construções presentes no ambiente urbano. Essas distâncias são apresentadas na Figura 3. Figura 3 – Distâncias mínimas entre a rede e as edificações Fonte: ABNT (2013). 11 TEMA 4 – COMPARTILHAMENTO DE POSTES COM EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES As concessionárias de energia costumam estabelecer requisitos para que outras empresas acessem seus sistemas. Isso ocorre também com as empresas de telecomunicações, que precisam utilizar os postes para fixação de seus equipamentos e também precisam acessar a rede secundária da concessionária para alimentar seus dispositivos. A Copel estabelece esses requisitos na sua norma técnica 855901, de 2018. A concessionária especifica que “serão disponibilizados 4 (quatro) pontos de fixação dentro da faixa de ocupação na infraestrutura, destinados ao compartilhamento com agentes de telecomunicações, conforme análise da viabilidade técnica” (Copel, 2018). As distâncias mínimas dos cabos da empresa ocupante (da rede da concessionária) em relação ao solo devem ser (Copel, 2018): • 5000 mm sobre pistas de rolamento e cruzamento de ruas e avenidas • 4500 mm sobre entradas de prédios e passagem particular de veículos • 3000 mm sobre ruas e vias exclusivas a pedestres (urbana ou rural) • 7000 mm sobre pistas de rolamento de rodovias • 6000 mm sobre locais acessíveis ao trânsito de máquinas e equipamentos agrícolas e travessias sobre estradas particulares em áreas rurais Para um cabo que passa sob uma linha de transmissão, a distância vertical mínima é dada por (1) (Copel, 2018) D = 1,80 + 0,011 (DU – 35) (1) Onde D é a distância entre condutores em metros; DU é a distância em metros, numericamente igual à tensão da linha em kV, respeitando o mínimo de 1,80 m para tensões inferiores a 35 kV. A concessionária estabelece diversas outras regras que fogem do escopo desta aula. 12 A Figura 4 apresenta o esquema do poste, mostrando as distâncias estabelecidas pela concessionária para que sejam fixados equipamentos de telecomunicações nas suas estruturas. Figura 4 – Compartilhamento do poste com operadoras de telecomunicações Fonte: Copel (2018). 13 TEMA 5 – NOÇÕES DE REDES SUBTERRÂNEAS Neste tópico, usamos a norma ND-3.3, de 2014, da CEMIG Distribuição(Companhia Energética de Minas Gerais), que estabelece uma metodologia para projeto de redes subterrâneas de distribuição. A respeito de aspectos gerais, a norma traz uma série de fatores que devem ser atendidos para a concepção deste tipo de projeto (Cemig, 2014): • As redes de distribuição subterrâneas devem ser sempre trifásicas, no primário e no secundário. • O neutro das redes de distribuição subterrâneas deve ser multiaterrado e comum ao primário e secundário. • O projeto deve ser executado considerando o horizonte de carga de dez anos. • A tensão nominal do primário deve ser de 13,8 kV, para os sistemas de distribuição de tensão máxima de operação de 15 kV e 22 kV para os sistemas de 24,2 kV. • A tensão nominal do secundário deve ser de 220/127 V, para todos os tipos de rede. • A máxima queda de tensão permissível na rede secundária é de 4% (entre a bucha de BT do transformador e o último consumidor ligado à rede secundária), em condições normais de operação. • O cálculo de queda de tensão, no circuito secundário, deve ser feito tomando-se por base os dados referentes ao fator de potência de 0,92 das tabelas apresentadas na norma. • A demanda dos consumidores deve ser correspondente ao horizonte de dez anos. • As cargas trifásicas devem ser equilibradas. • O projeto deve ser desenvolvido considerando a interferência de outros serviços (telefone, TV a cabo, água, esgoto etc.). • A distância mínima entre os dutos de energia elétrica e os dutos de comunicação deve ser de 75 mm para as linhas de duto concretadas e de 300 mm para as linhas de dutos com terra compactada. Entre dutos de energia elétrica e redes de gás ou outros combustíveis deve ser de, no mínimo, 300 mm. (Essas distâncias estão de acordo com o National Electrical Safety Code (NESC) devido à inexistência de norma nacional). O roteiro estabelecido para o projeto das redes subterrâneas contempla os seguintes itens (Cemig, 2014): 14 • Obtenção dos dados preliminares: objetivo do projeto a ser elaborado; obtenção da planta da área com arruamento etc.; estudo básico da área; planos e projetos previamente existentes para a área; • Levantamento da carga e determinação de demandas; • Dimensionamento elétrico; • Dimensionamento civil e eletromecânico; • Automação; • Relação de material e orçamento; • Apresentação do projeto. As redes subterrâneas ainda não são muito difundidas no Brasil, onde os sistemas são majoritariamente aéreos. A estética urbana fica mais agradável com a utilização de redes subterrâneas, porém os custos envolvidos na concepção de uma rede desse tipo são maiores quando comparados com as redes aéreas tradicionais. Basicamente existem cinco tipos de redes subterrâneas (Cemig, 2014): 1. Rede mergulhada: utilizada quando solicitado o atendimento em áreas como praças, áreas turísticas, cidades históricas etc., onde a densidade de carga é baixa e o mergulho da rede justifica-se por aspectos estéticos. Nesse tipo de rede, o circuito secundário é subterrâneo, alimentado por transformador de distribuição instalado na Rede de Distribuição Aérea. 2. Anel aberto: possui um alimentador que atende uma chave de três vias, de onde derivam dois alimentadores primários. A chave é operada com uma das vias abertas e, no caso de defeito no alimentador primário após a chave, permite inverter o sentido da alimentação, garantindo flexibilidade e continuidade do fornecimento de energia elétrica. 3. Radial com recurso: possui dois alimentadores, originários de uma mesma subestação, garantindo maior flexibilidade e continuidade do fornecimento de energia elétrica. Interligando estes alimentadores deve existir uma chave instalada no centro de carga, que pode operar em condição normalmente aberta ou fechada, de acordo com as necessidades operativas. 4. Dupla alimentação: a alimentação é composta por um par de alimentadores derivados de uma subestação. Os transformadores têm a possibilidade de ser atendidos pelos dois alimentadores. 5. Reticulado: O sistema reticulado, ou network, é formado por uma malha de cabos de baixa tensão, derivados de vários transformadores ligados a 15 diversos alimentadores primários, que são instalados em paralelo pela conexão de cabos de baixa tensão. A perda de um alimentador ou transformador não provoca a interrupção do serviço de fornecimento de energia. FINALIZANDO Nesta aula, o objetivo era apresentar noções sobre projetos de redes aéreas urbanas e rurais e também sobre projetos de redes subterrâneas. Além disso, tratou-se também a respeito do compartilhamento das estruturas do sistema de distribuição com empresas de telecomunicações. No primeiro tema, apresentou-se os principais aspectos relacionados aos projetos de redes aéreas urbanas, levando em consideração cada tópico que deve obrigatoriamente estar presente em um projeto. No tema seguinte, abordou-se aspectos a respeito do projeto de redes rurais. Pôde-se perceber que tanto no projeto de redes urbanas quanto no de redes rurais, existem aspectos específicos e extremamente importantes que devem ser levados em consideração para que se obtenha um projeto confiável e robusto. O terceiro tema tratou a respeito dos vãos que devem ser projetados entre os postes presentes no sistema de distribuição. A importância dos vãos deve ser levada em consideração, pois é necessário atender às distâncias especificadas em norma com relação às edificações que estão presentes nos ambientes urbanos e rurais. No quarto tema, foi possível ter noção a respeito de como é realizado o compartilhamento de estruturas ao longo do sistema de distribuição, entre a concessionária de energia elétrica e as empresas de telecomunicações. As empresas de energia disponibilizam um número fixo de pontos para serem utilizados pelas empresas de telecomunicações, especificando em norma os critérios a serem atendidos. No último tema, tratou-se a respeito do projeto de redes subterrâneas de distribuição. Apesar de esse tipo de rede não ser muito difundido no Brasil, existem normas que regem seu projeto e sua execução. Foi possível ter uma noção a respeito de quais aspectos devem ser levados em consideração nesse tipo de projeto e o quanto ele se diferencia do projeto de redes de distribuição aéreas. 16 REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15688: Redes de distribuição aérea de energia elétrica com condutores nus. Rio de Janeiro, 2013. BAUER, P. C.; FREITAS, S. C. L.; JUNIOR, A. M. Análise de redes de distribuição urbana considerando critérios de dimensionamento e locação de postes. In: SIMPÓSIO DE ESTUDOS EM ENGENHARIA ELÉTRICA DO TOCANTINS, 1., 2017, Palmas. Anais… Palmas: Universidade Federal do Tocantins, 2017. p. 92-99. CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais. ND – 3.3 – Manual de Distribuição – Projeto de redes de distribuição subterrâneas. Brasil, 2014. COPEL – Companhia Paranaense de Energia. Projeto de redes de distribuição rural – NTC 831001. 4 ed. Brasil, 2002. _____. Compartilhamento de infraestrutura de redes de distribuição – NTC 855901. Brasil, 2018. ELETROBRAS – Amazonas Energia. Manual de procedimentos de redes de distribuição – Projetos de redes de distribuição aéreas urbanas. Brasil, 2012. Conversa inicial FINALIZANDO REFERÊNCIAS
Compartilhar