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Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 0 0 www.sanarflix.com.br Resumo Anatomia dos Rins e Vias Urinárias Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 1 1 www.sanarflix.com.br 1. Rins Os rins são retroperitoneais, ocupando a região de T12-L3. O rim direito é cerca de 2,5 cm mais baixo que o rim esquerdo. As suprarrenais são superiores, anteriores e mediais aos rins. O tamanho médio dos rins é de 9-12 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura, eles se movem durante a respiração e ao passar da posição de decúbito dorsal para a posição ortostática, e vice-versa, sendo o normal cerca de 3 cm. Superiormente, os rins estão associados ao diafragma e inferiormente, as faces posteriores do rim têm relação com os músculos psoas maior medialmente e quadrado do lombo. O fígado, o duodeno e o colo ascendente são anteriores ao rim direito. O rim esquerdo está relacionado com o estômago, baço, pâncreas, jejuno e colo descendente. Figura 1 Parede posterior do abdome mostrando grandes vasos, rins e glândulas suprarrenais. FONTE: MOORE, 2014. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 2 2 www.sanarflix.com.br Na margem medial côncava do rim há uma fenda vertical, o hilo renal, que é a entrada de um espaço no rim, o seio renal, o qual é ocupado pela pelve renal, cálices, vasos e nervos e uma quantidade variável de gordura. No hilo, a veia renal situa-se anteriormente à artéria renal, que é anterior à pelve renal. A pelve renal é a expansão afunilada e achatada da extremidade superior do ureter. O ápice da pelve renal é contínuo com o ureter. A pelve renal recebe dois ou três cálices maiores, e cada um deles se divide em dois ou três cálices menores. Cada cálice menor é entalhado por uma papila renal, o ápice da pirâmide renal, de onde a urina é excretada. O parênquima renal é constituído por duas camadas distintas: a cortical, região que contém os glomérulos, sendo responsável pela depuração do sangue que chega nos rins, dando início a formação do filtrado glomerular que futuramente irá compor a urina; e, a medular: composta pelas pirâmides de Malpighi e papilas renais. Os rins são revestidos por uma cápsula renal, tecido conjuntivo que contorna externamente o rim. Ao redor da capsula está a gordura perirrenal, recobrindo os rins, sua vascularização e as suprarrenais. Acima da porção superior dessa gordura existe a fáscia renal, que se funde às bainhas vasculares dos vasos renais e inferiormente se Figura 2 Aparências externa e interna dos rins. A. Rim direito. B. Seio renal. C. O lábio anterior do hilo renal foi retirado para expor a pelve renal e os cálices no seio renal. D. Corte coronal do rim mostrando a estrutura interna do órgão. FONTE: MOORE, 2014. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 3 3 www.sanarflix.com.br estende como a fáscia periuretral, recobrindo o ureter. A parte superior da fáscia renal é contínua com a face inferior do diafragma, fixando as glândulas suprarrenais ao diafragma, e inferiormente, as lâminas da fáscia renal apresentam união frouxa, permitindo a formação dos abscessos perinéfricos. Quanto a vasculatura renal, as artérias renais originam-se no nível entre as vértebras L I e L II. A artéria renal direita é mais longa e passa posteriormente à VCI. Cada artéria divide-se perto do hilo renal em cinco artérias segmentares. Essas, por sua vez, invadem o tecido renal e dão origem as artérias interlobares, que seguem entre as pirâmides de Malpighi. Delas originam-se as artérias arciformes que caminham paralelamente a cápsula renal, entre o córtex e a medula. Essas geram as artérias interlobulares que passam a percorrer perpendicularmente a cápsula renal. Por fim, elas dão origem as artérias aferentes que formarão as alças capilares dos glomérulos, as quais, ao se unirem foram a arteríola eferente. A vascularização da medula é escassa, sendo feita pelos vasos retos. Isso a torna muito sensível a alterações de perfusão renal. Figura 3 Vascularização dos rins e ureteres porção abdominal. FONTE: MOORE, 2014. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 4 4 www.sanarflix.com.br Os vasos linfáticos renais acompanham as veias renais e drenam para os linfonodos lombares direito e esquerdo (cavais e aórticos). Os nervos para os rins originam-se do plexo nervoso renal e são formados por fibras simpáticas e parassimpáticas. Esse plexo é suprido por fibras dos nervos esplâncnicos abdominopélvicos (principalmente o imo). 2. Ureteres Os ureteres são ductos musculares que conduzem urina dos rins para a bexiga, possuindo cerca de 25 a 30 cm de comprimento. Seguem inferiormente, dos ápices das pelves renais, passando sobre a margem da pelve na bifurcação das artérias ilíacas comuns, deixando o abdome e entrando na pelve menor. As partes pélvicas dos ureteres seguem nas paredes laterais da pelve, entre o peritônio parietal da pelve e as artérias ilíacas internas. Próximo à espinha isquiática, eles se curvam anteromedialmente, e entram na bexiga urinária. Os ureteres passam obliquamente através da parede muscular da bexiga urinária em direção inferomedial, entrando na sua face externa distantes um do outro cerca de 5 cm. As partes abdominais dos ureteres são retroperitoneais e aderidas ao peritônio parietal. Os ureteres ocupam um plano sagital que cruza as extremidades dos processos transversos das vértebras lombares. Nas radiografias contrastadas, os ureteres apresentam três constrições relativas: (1) na junção dos ureteres e pelves renais, (2) onde os ureteres cruzam a margem da abertura superior da pelve, e (3) durante sua passagem pela parede da bexiga urinária. Essas regiões de constrição são locais importantes, por serem possíveis locais de obstrução por cálculos ureterais. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 5 5 www.sanarflix.com.br A irrigação da parte abdominal do ureter provém das artérias renais, com ramos ocasionais originando-se das artérias testiculares ou ováricas, da parte abdominal da aorta e das artérias ilíacas comuns. A irrigação arterial das partes pélvicas dos ureteres é variável: ramos uretéricos originados das artérias ilíacas comuns, ilíacas internas e ováricas. Os ramos uretéricos anastomosam-se ao longo do trajeto do ureter, formando uma vascularização contínua. As artérias mais comuns que irrigam as partes distais do ureter nas mulheres são ramos das artérias uterinas e nos homens são as artérias vesicais inferiores. As veias que drenam a parte abdominal dos ureteres drenam para as veias renais e gonadais (testiculares ou ováricas). Os vasos linfáticos da parte superior do ureter podem se unir aos do rim ou seguir diretamente para os linfonodos lombares. Os vasos linfáticos da parte média do ureter geralmente drenam para os linfonodos ilíacos comuns, e os vasos de sua parte inferior drenam para os linfonodos ilíacos comuns, externos ou internos. Figura 4 Trajeto e os locais normais de constrição relativa dos ureteres. FONTE: MOORE, 2014. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 6 6 www.sanarflix.com.br Os nervos da parte abdominal dos ureteres provêm dos plexos renal, aórtico abdominal e hipogástrico superior. As fibras aferentes viscerais que conduzem a sensação de dor acompanham as fibras simpáticas retrógradas até os gânglios sensitivos espinais e segmentos medulares T11–L2. 3. Bexiga Urinária A bexiga urinária é uma víscera oca com fortes paredes musculares e grande capacidade de distensão. Quando vazia, a bexiga urinária está localizada na pelve menor, situada parcialmente superior e parcialmente posterior aos ossos púbicos. É separada desses ossos pelo espaço retropúbico (de Retzius) virtual e situa-seprincipalmente inferior ao peritônio, apoiada sobre o púbis e a sínfise púbica anteriormente e sobre a próstata (homens) ou parede anterior da vagina (mulheres) posteriormente. A bexiga urinária está relativamente livre no tecido adiposo subcutâneo extraperitoneal, exceto por seu colo, que é fixado firmemente pelos ligamentos laterais vesicais e o arco tendíneo da fáscia da pelve. Figura 5 Vascularização dos rins e ureteres porção abdominal e pélvica. FONTE: MOORE, 2014 Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 7 7 www.sanarflix.com.br O ápice da bexiga aponta em direção à margem superior da sínfise púbica quando a bexiga urinária está vazia. O fundo da bexiga é oposto ao ápice, formado pela parede posterior um pouco convexa. O corpo da bexiga é a parte principal da bexiga urinária entre o ápice e o fundo. O fundo e as faces inferolaterais encontram-se inferiormente no colo da bexiga. Apenas a face superior é coberta por peritônio. Assim, nos homens o fundo da bexiga é separado do reto pelo septo retovesical fascial e lateralmente pelas glândulas seminais e ampolas dos ductos deferentes. Nas mulheres, o fundo da bexiga tem relação direta com a parede anterossuperior da vagina. A bexiga urinária é revestida por uma fáscia visceral de tecido conjuntivo frouxo. As paredes da bexiga urinária são formadas principalmente pelo músculo detrusor. Em direção ao colo da bexiga masculina, as fibras musculares formam o músculo esfíncter interno da uretra involuntário. Esse esfíncter se contrai durante a ejaculação para evitar a ejaculação retrógrada (refluxo ejaculatório) do sêmen para a bexiga urinária. Algumas fibras seguem radialmente e ajudam na abertura do óstio interno da uretra. Os óstios do ureter e o óstio interno da uretra estão nos ângulos do trígono da bexiga. A úvula da bexiga é uma pequena elevação do trígono; geralmente é mais proeminente em homens idosos em razão do aumento do lobo posterior da próstata. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 8 8 www.sanarflix.com.br As principais artérias que irrigam a bexiga urinária são ramos das artérias ilíacas internas. As artérias vesicais superiores irrigam as partes anterossuperiores da bexiga urinária. Nos homens, as artérias vesicais inferiores irrigam o fundo e o colo da bexiga. Nas mulheres, as artérias vaginais substituem as artérias vesicais inferiores. As artérias obturatória e glútea inferior também enviam pequenos ramos para a bexiga urinária. As veias que drenam a bexiga urinária correspondem às artérias e são tributárias das veias ilíacas internas. Nos homens, o plexo venoso vesical é contínuo com o plexo venoso prostático, e o conjunto de plexos associados envolve o fundo da bexiga e a próstata, as glândulas seminais, os ductos deferentes e as extremidades inferiores dos ureteres. O plexo venoso vesical drena principalmente através das veias vesicais inferiores para as veias ilíacas internas; entretanto, pode drenar através das veias sacrais para os plexos venosos vertebrais internos. Nas mulheres, o plexo venoso vesical envolve a parte pélvica da uretra e o colo da bexiga, recebe sangue da veia dorsal do clitóris e comunica-se com o plexo venoso vaginal ou uterovaginal. As fibras simpáticas são conduzidas dos níveis torácico inferior e lombar superior da medula espinal até os plexos vesicais (pélvicos), principalmente através dos plexos e nervos hipogástricos, enquanto as fibras parassimpáticas dos níveis sacrais da medula Figura 6 Bexiga urinária e seus óstios. FONTE: encurtador.com.br/tzG19. Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 9 9 www.sanarflix.com.br espinal são conduzidas pelos nervos esplâncnicos pélvicos e pelo plexo hipogástrico inferior. As fibras sensitivas da maior parte da bexiga são viscerais. As fibras parassimpáticas são motoras para o músculo detrusor e inibitórias para o esfíncter interno da uretra (nos homens). Assim, quando as fibras aferentes são estimuladas por estiramento, ocorre contração reflexa da bexiga, relaxando o esfíncter interno da uretra (nos homens) e liberando a urina (reflexo da micção). As fibras simpáticas, por sua vez, estimulam a contração do esfíncter interno da uretra. Durante a ejaculação, evita o refluxo do sêmen para a bexiga. 4. Uretra A uretra é um tubo muscular, que também participa do sistema reprodutor nos homens, servindo de passagem para o esperma (passagem pela próstata) e nas mulheres atua apenas no sistema urinário. A urina sai da bexiga pelo óstio interno da uretra, passa pela uretra, a qual termina no pênis ou na vulva, por onde é excretada pelo óstio externo da uretra. A uretra masculina é segmentada em parte membranácea (intermédia), parte esponjosa (distais), parte intramural (pré-prostática) e parte prostática, onde se abrem os ductos ejaculatórios. A uretra de mulheres é mais curta que a dos homens, o que aumenta a facilidade de instalação de infecção urinária (ITU) devido à proximidade com o reto. O óstio interno da uretra feminina, na bexiga, não possui esfíncter, e o óstio externo fica anterior ao óstio da vagina. A uretra feminina conta com glândulas uretrais, homólogas à próstata. A uretra feminina é irrigada pelas artérias pudenda interna e vaginal e drenada por veias que as seguem. A uretra masculina é irrigada por ramos prostáticos das artérias vesicais inferiores e retais médias, e é drenada pelo plexo venoso prostático. A uretra feminina é inervada pelo plexo vesical e nervo pudendo, e a maior parte das fibras viscerais aferentes seguem dos nervos esplâncnicos pélvicos, enquanto outras Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 10 10 www.sanarflix.com.br partes do nervo pudendo. A uretra masculina, por sua vez, recebe nervos do plexo prostático. Referências Bibliográficas 1. MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 2. https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-urinario/ 3. GARTNER, et al. Tratado de Histologia em Cores. 3ªed. 4. ROBBINS & COTRAN. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 9ªed. Figura: uretra masculina. FONTE: https://bit.ly/2XBVOwk Figura: uretra feminina. FONTE: https://bit.ly/2RNIlMk. https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-urinario/ Resumo de Anatomia dos Rins e Vias Urinárias 11 11 www.sanarflix.com.br
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