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1 SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................... 2 1.1 História da cosmetologia ...................................................................... 3 2 LEGISLAÇÃO PARA O MERCADO DA COSMÉTICA ............................. 13 2.1 Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006 ................................ 17 2.2 Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006 ................................ 18 2.3 Resolução RDC nº 332, de 1 de dezembro de 2005 .......................... 18 2.4 Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005 ................................ 19 2.5 Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005 ................................ 19 2.6 Resolução RDC nº 36, de 17 de junho de 2009 ................................. 20 3 A IMPORTÂNCIA DA REGULARIZAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS .......................................................................................................... 20 4 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS .............................. 23 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 35 5 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................... 37 METODOLOGIA ......................................................................................... 38 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 51 2 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS1 Se fossemos consultar um filósofo ou um poeta, é bem provável que eles saberiam definir melhor do que ninguém o termo beleza. Embora seja de difícil definição, poderíamos conceituar beleza como a qualidade daquilo que possui harmonia, proporção, simetria, imponência, que desperta um sentimento de êxtase, de admiração ou até mesmo prazer pelas sensações visuais. Porém, o conceito de beleza é extremamente subjetivo, variando conforme a localização, a cultura, o meio social e a época. Fonte: www.vix.com Percebemos que ao longo da história da humanidade, os padrões de beleza têm sofrido inúmeras transformações. Em princípio, beleza significava farta alimentação e reprodução, razão pela qual as formas femininas eram avantajadas. No entanto, nos dias de hoje os padrões estão modificados, trazendo muitas vezes problemas de saúde para se ter um corpo extremamente magro e um apelo exagerado para as cirurgias plásticas de transformação. 1 Texto extraído do artigo 3 Mas se observarmos desde os tempos mais remotos, o ser humano já buscava produtos de beleza utilizando os recursos da natureza. Somente mais tarde esses produtos receberam o nome de cosméticos (kosmetikós), que se refere ao enfeite, ao adorno, e que envolve uma variedade de camuflagens aplicadas à pele, aos cabelos e às unhas, sempre com o objetivo de embelezar. Desde então, os produtos cosméticos são os recursos técnicos adequados para a manutenção e o aperfeiçoamento da estética do corpo humano. São produtos considerados de efeito físico e não fisiológico; formulações de uso tópico que, quando adequadamente utilizadas sobre a pele ou cabelos sadios, proporcionam resultados satisfatórios, sem interferir nos processos normais do metabolismo celular. Pelo contrário, devem colaborar para que esses processos ocorram de modo que melhorem a qualidade da pele e seus anexos. 1.1 História da cosmetologia A história da cosmetologia é muito antiga e sabemos que os produtos cosméticos são usados há pelo menos 30 mil anos, em uma época em que os homens faziam gravações em rochas e cavernas e também pintavam seus próprios corpos. Fonte: www.gscexpertise.com.br No entanto, essa história foi se desenvolvendo aos poucos, por meio da evolução tecnológica que foi se aprimorando de acordo com a evolução do homem e da for- mação profissional. Até então, não possuíamos um profissional farmacêutico. 4 A história da indústria farmacêutica no Brasil teoricamente teve seu início com a chegada do primeiro farmacêutico, chamado Diogo da Costa, o qual desembarcou na Bahia em 1549, fazendo parte da comitiva de Thomé de Souza, primeiro governador-geral da colônia portuguesa (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010, p. 7). Vamos contar um pouco como foi o desenvolvimento histórico desde as boticas até chegarmos às farmácias e laboratórios. De 1550 a 1793, os jesuítas preparavam remédios e tratavam os doentes. Nesta época, foi obtida a permissão para o funcionamento de boticas no território da colônia, melhorando, assim, o comércio local de remédios. Surgiu então a primeira fórmula brasileira constituída de um composto de várias drogas nacionais produzidas pela Botica do Colégio dos Jesuítas da Bahia; esta fórmula era usada contra picadas de animais peçonhentos (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). Fonte: www.quimica.com.br Essas boticas foram regulamentas em 1794 e o primeiro produto nacional industrializado foi lançado em 1860 pelo farmacêutico gaúcho João Daudt Filho: a pomada Boroborácica. Algum tempo depois, em 1893 foram criados os primeiros cursos de farmácia no país, nas escolas de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. As boticas tinham um papel fundamental na época. Seus donos, chamados de boticários, tinham a responsabilidade de diagnosticar e curar doenças. No entanto, para exercer aquela profissão era necessário cumprir alguns requisitos, 5 como ter um local com equipamentos apropriados para a preparação dos medicamentos e guardá-los de forma adequada. [Em] 1889 ocorre a Primeira fase industrial - com a Proclamação da República, a produção farmacêutica brasileira teve seu apogeu na primeira fase industrial, que se prolongou até 1914, quando da fundação dos primeiros laboratórios industriais. Eles produziam medicamentos de origem vegetal, mas também de origem mineral e origem animal (opoterapia, soros e vacinas). Havia, nesta época, 35 laboratórios no país. A Profissão farmacêutica foi reconhecida em 1901- a “Lei Epitácio Pessoa” determina que somente farmacêuticos formados podem exercer a profissão. Paulatinamente, os “boticários aprovados” e “práticos” começavam a desaparecer. (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010, p. 8-9). O Instituto Pasteur foi instalado em São Paulo em 1906, sob a forma de fundação, e tinha a finalidade de preparar vacinas contra a raiva. Nesta época, tinha início a produção de vacinas, mas ainda não havia o reconhecimento da profissão farmacêutica, mas foi uma época importante para a área, pois os laboratórios começavam a produzir em grande quantidade e a população então percebeu a importância desta profissão. Fonte: www.ligiadaluzposser.com Para se ter uma ideia, em 1907 existiam apenas 60 laboratórios funcionando em todo o Brasil. Esta foi uma época importante para o campo farmacêutico; os laboratórios começavam a aumentar em quantidade e a profissão começava a ser reconhecida pela população também. 6 A partir desta data, teve início então a segunda fase da indústria farmacêutica. Esta fase aconteceu em 1915 impulsionada pela deflagração da Primeira Grande Guerra, que privou o Brasil de grande soma de medicamentos e deu início a uma fase de desenvolvimento geral dos laboratórios nacionais, com o aperfeiçoamento dos métodos científicos de produção. Além disso, foi o período do despertar dos laboratórios estrangeiros para o potencial representado pelo mercado brasileiro (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). O Censo de laboratórios, em 1920, revela 186 indústrias farmacêuticas instaladas no país, o triplo do que existia na década passada. Fonte: www.namasteananda.webnode.es Começa agora um período de grande dificuldade, com a importação de matérias-primas, máquinase utensílios, originando a terceira fase da indústria farmacêutica, que começa em 1940. Essas dificuldades estimularam uma nova fase do mercado. Os laboratórios nacionais foram obrigados a suprir a demanda interna e tiveram um grande crescimento, chegando a suprir as demandas dos países europeus também. Em 11 de dezembro de 1970, o governo estabelece a Lei n. 5.468, que cria o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que tem a função de executar as 7 normas que regulam a propriedade industrial (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). Em 1976, foi estabelecida pela Anvisa uma lei que criou uma nova exigência para o mercado — a Lei n. 6.360 criada, de 23 de setembro —, que exigia a apresentação de receita médica na venda de medicamentos, com o objetivo de controlar o consumo de fármacos que provocam dependência química. Isso dificultou um pouco as vendas, mas controlou o mercado de manipulações prejudiciais à saúde. Um ano depois, o Decreto n. 79.094 estabeleceu a obrigatoriedade da impressão de tarjas nas embalagens dos medicamentos para duas categorias: tarja vermelha para medicamentos éticos e tarja preta para medicamentos psicotrópicos que causam dependência química. Fonte: www.supercuriosos.com Em 15 de maio de 1997, é sancionada a Lei n. 9.279, que instituiu o novo “Código de Propriedade Industrial” para o país, estabelecendo novas regras para registros de patentes sobre medicamentos, alimentos, produtos químicos e bacteriológicos. O período de vigência das patentes para invenções é de 20 anos e para registro de marcas é de 10 anos. (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). Tudo começou com a história da indústria farmacêutica, e a cosmetologia vai ter início de forma tímida até criar proporções gigantescas no mercado mundial e 8 nacional. Vamos contar agora um pouco da história da indústria cosmética (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010): Aparentemente os Egípcios foram os primeiros a fazer uso de cosméticos e produtos de toucador em larga escala. Alguns minérios foram usados como sombras de olhos e rouge, assim como usavam extratos vegetais, como a henna. A famosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, e incorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram sepultados em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para se manter belo. No sarcófago de Tutankamon (1400 a.C.) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e no tratamento (PIRES, 2011, p. 1). Naquela época, havia muitos rituais realizados pelas tribos indígenas, que pintavam seus corpos e faziam tatuagens para decorar e obter efeitos especiais. Os índios utilizavam incensos, resinas e unguentos em suas cerimônias religiosas, onde queimavam o incenso para obter uma fumaça perfumada. Fonte: br.pinterest.com Sabe-se que na pré-história, os homens faziam gravações em rochas e cavernas, pintavam o corpo e se tatuavam. Rituais tribais praticados pelos aborígenes dependiam muito da decoração do corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosas frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “através da fumaça”. 9 A história da cosmetologia foi evoluindo, e durante a dominação Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram-se mais do que uma ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos cientistas, que davam conselhos sobre dieta, exercícios físicos e higiene, assim como, sobre cosméticos (DOURADA, 2007). Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já se encontravam orientações sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar puro e da atividade física. Nesta época, século II a.C., venerava-se uma deusa da beleza feminina, chamada Vênus de Milo. Na era Romana, por volta do ano 180 d.C., um médico grego chamado Claudius Galen realizou sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos cosméticos, iniciando assim a era galênica dos produtos químico-farmacêuticos. Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold cream, baseado em cera. Surgiu nesta época uma ciência oculta chamada de alquimia, que se utilizavam de formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Também nesta época ensinavam-se receitas caseiras de como se cuidar com produtos caseiros (PIRES, 2011, p. 1). Fonte: www.inesqueciveisbydepressaoepoesias.blogspot.com.br No entanto, a Idade Média foi uma época difícil e de clausura para a cosmética, pois o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e à exaltação da beleza, determinando que as vestimentas fossem recatadas. Naquela época, as pessoas não podiam se cuidar como fazemos nos dias de hoje, até os banhos para manter a higiene do corpo foram reprimidos. Esta época foi chamada de “Idade das Trevas”, pois foi muito repressiva e a igreja não permitia nada que fosse relacionado à beleza. O uso de cosméticos desapareceu completamente, por isso esta época também é chamada de “500 anos sem um banho” (PIRES, 2011). 10 Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, percebemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de vida da época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tez suave e delicada. Fonte: www.modahistorica.blogspot.com.br Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notamos a crescente evolução dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. (PIRES, 2011). No final deste século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram um outro período, no qual o uso de cosméticos e per- fumes ficou fora de moda. Este, talvez, tenha sido o período mais negro da história dos cosméticos, principalmente quando o Parla- mento Inglês em 1770 estabeleceu que: “Qualquer mulher... que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos de Sua Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá in- correr nas penalidades previstas pela Lei contra a bruxaria... e o casamento será considerado nulo e sem validade” (PIRES, 2011, p. 1, grifos do autor). 11 Percebemos que a cada época houve mudanças nos costumes da população, que ora era permitido cuidar da beleza, ora não era mais. Isso fez com que a cosmetologia demorasse para se tornar popular e ser comum entre as pessoas. Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na França pós- Napoleão, os cosméticos retomaram a popularidade. Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família tinha suas próprias e favoritas receitas. As mulheres pas- saram a expor um pouco o corpo e tomavam banho utilizando trajes fechados. Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias- -primas para a fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos presenciando o início do mercado de cosméticos e produtos de higiene no mundo (DOURADA, 2007, p. 1). No início do século XX, surgem as primeiras indústrias de produtos de beleza que, no futuro, se tornariam as maiores empresas fabricantes de cosméticos do mundo. Fonte: www.eluniversal.com.com No Brasil, este segmento teve início a partir da segunda metade do século XX até colocar o país entre os três maiores mercados do mundo no início do século XXI (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE GOIÁS, 2010). Jáno final do século XX, a indústria de cosméticos destacou-se de forma agressiva no mercado, com produtos para tratamento da face, do corpo, dos cabelos e das unhas, além de maquiagens e diversos outros produtos de embelezamento. 12 Essa indústria vem crescendo de forma rápida, e um dos motivos é o fato de produzir produtos que agem como cosmecêuticos (produto cosmético com efeito terapêutico), proporcionando melhora da imagem pessoal da população que, em geral, tem buscado cada vez mais esses produtos (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). Fonte: www.revista.zapimoveis.com.br O novo milênio parece ser promissor, com muitas possiblidades por meio da cosmética. Com o resgate de substâncias milenares e o uso de tecnologia avançada, produtos cada vez mais seguros surgem dessa nova mistura entre o antigo e o novo. Esses produtos mostram-se eficazes e comprovados por meio da tecnologia moderna. Não podemos esquecer que tempos atrás usava-se receitas caseiras, mas os tempos mudaram e com o crescimento da indústria de cosméticos e das farmácias de manipulação, as formulações químicas foram dominando o mercado. Ao mesmo tempo, não se podia mais confiar na pureza dos produtos de fabricação caseira, devido ao excesso de agrotóxicos ou de coliformes fecais contidos nessas plantas e ervas. Com a contribuição da medicina ortomolecular para o retardamento do envelhecimento, a dermatologia também avançou. A cosmética passou a atingir mais profundamente nossas necessidades, repondo as perdas biológicas causadas pela idade, estresse ou fatores psicossomáticos. Os extratos de placenta tornaram-se insuficientes. Nos produtos de beleza passamos a encontrar colágeno, elastina, lipossomas, ceramidas, antioxidantes, sobretudo, as vitaminas C e. (PIRES, 2011, p. 6). 13 2 LEGISLAÇÃO PARA O MERCADO DA COSMÉTICA Quando utilizamos produtos cosméticos em geral, sejam produtos de higiene pessoal, ou cosméticos e perfumes, precisamos entender que eles fazem parte do campo de atuação do profissional e que por este motivo precisam ser utilizados com responsabilidade e cautela. No entanto, como ser responsável sem conhecer cada cosmético em potencial? Na verdade, muito antes de atuar como profissional e utilizar os cosméticos profissionais, deve-se conhecer cada produto, cada princípio ativo utilizado nele e todos os outros ingredientes usados na formulação. Fonte: www.seconci-rio.com.br Desta forma, estaremos preservando a saúde e prevenindo danos à saúde do cliente. A evolução científica e tecnológica dos produtos fabricados, com as mais diversas finalidades, impõe ao profissional a responsabilidade técnica com o domínio de todos os conhecimentos necessários para assumi-la. Essa responsabilidade não poderá mais se restringir à forma oficial de uma imposição legal, mas deverá ser exercida efe- tivamente com competência, para que o consumidor possa usufruir, com segurança, dos benefícios proporcionados por estes avanços, com o menor grau de risco possível (HEEMANN et al., 2010, p. 6). Os produtos cosméticos se desenvolveram neste período do século XX de uma forma diferente, ou seja, com uma nova conotação científica. Houve uma 14 evolução neste campo da estética ao mesmo tempo que surgiram novas matérias- primas, o que possibilitou esse desenvolvimento. A partir daí surgiram novas possiblidades para a forma de atuação desses produtos. Assim, de um simples processo de adesão à pele atuando de forma física, surgiu a possibilidade de que os produtos cosméticos passassem a atuar sobre a própria biologia da pele, e o seu efeito em muitos casos, passou a ser o resultado da interferência direta dos produtos cosméticos sobre células de tecidos vivos, modificando o próprio metabolismo. Como exemplo desta questão, destacam-se citações bibliográficas atuais, cujos autores relacionam algumas alterações da pele às ações enzimáticas ou mesmo imunológicas, mostrando o papel que a cosmética do futuro passará a ocupar na intervenção sobre estes processos (HEEMANN et al., 2010, p. 11). A partir daqui percebeu-se a necessidade de se implantar mecanismos de controles no processo de fabricação dos cosméticos, para evitar doenças causadas por microrganismos que possam estar presentes e contaminar de alguma forma o produto. Quanto mais se estuda, mais se percebe os riscos de uma patogenia. Por este motivo, precisavam ser criados mecanismos de controle eficazes, protegendo as pessoas e também o processo de fabricação dos cosméticos, como forma de prevenir a sua própria degradação por ação microbiana. Fonte: www.empregabrasil.com.br Então surgiu uma nova geração de cosméticos, que continha uma composição elaborada e uma atuação mais direcionada e eficaz. Mas isso gerou a necessidade da implantação de testes de segurança seguros e produtivos, para 15 prevenir a ocorrência de danos à pele e ao próprio organismo, evitando assim alergias, irritações ou sensibilizações. À luz dos conhecimentos atuais e pela conotação científica alcançada pelos produtos cosméticos a nível mundial, e, em cumprimento à legislação específica para o setor, a fabricação de produtos cosméticos atualmente está alicerçada no binômio “eficácia e segurança”, pois além de cumprir a sua finalidade, esses produtos devem ser seguros para o uso sem causar quaisquer efeitos indesejáveis. Dessa forma, evidenciou-se que é cada vez maior a necessidade do domínio profundo de conhecimentos também da área biológica para o profissional dedicado à área de cosméticos. Seguindo a evolução no setor de industrialização dos cosméticos, pela modificação do comportamento humano e dos seus hábitos de usar cosméticos e por imposição das relações sociais, o consumo de cosméticos em âmbito mundial apresenta crescimento constante. Tal crescimento continua a ser identificado em pesquisas realizadas no decorrer dos últimos anos e apresenta uma relação direta com nível cultural dos povos. Paralelamente à evolução científica e tecnológica dos cosméticos, a legislação específica para o setor também foi adequada e está em constante processo de atualização, para que se preserve a segurança do usuário, e também, para que possam ser incorporados aos produtos os conhecimentos científicos e tecnológicos mais atuais (HEEMANN et al, 2010, p. 12). Fonte: www.smelly.com.br Em se tratando de regulamentação do setor de cosméticos, historicamente devemos tratar da Lei n. 6.360, de 23 de setembro de 1976, regulamentada pelo Decreto n. 79.094, de 5 de janeiro de 1977, a qual dispõe sobre a vigilância sanitária 16 a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos. A partir de então, a regulamentação do setor vem sendo adequada pela emissão de Portarias, Resoluções, Pareceres Técnicos e Guias que tratam de assuntos específicos, cujo conhecimento é fundamental para que o responsável técnico por empresas produtoras de cosméticos possa atuar com segurança (HEEMANN et al., 2010, p. 12). Essa legislação estabelece critérios para os rótulos dos produtos cosméticos de forma geral, para casos específicos e também regulamenta a fabricação de produtos para uso infantil. Ela é bastante abrangente, pois regulamente vários itens importantes, como as boas práticas de fabricação e o processo para a obtenção do certificado de boas práticas, relaciona substâncias de uso restrito, proibido e as substâncias que possuem corantes e conservantes permitidas, e também estabelece os parâmetros para se ter um bom controle biológico (HEEMANN et al., 2010). Fonte: www.meutedio.com.br A cosmética hoje é regulamentada e existem várias normas legais que regem o desenvolvimento, rotulagem, segurança, eficácia, registro/notificação e controle de qualidade físico-químico e microbiológico de uma formulação cosmética. 17Antes de entrarmos nessa área da cosmética considero importante conhecer essas normas, para que sempre o profissional possa trabalhar dentro da margem de segurança e conhecimento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada pela Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999, subordinada ao Ministério da Saúde. A finalidade da agência é promover a proteção da saúde da população e da comercialização de produtos e serviços submetidos à Vigilância Sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Fonte: www.pfarma.com.br A seguir, colocamos algumas Resoluções importantes, a saber: 2.1 Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006 Regulamento Técnico “lista de substâncias que não podem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução. 18 Trata-se de uma lista de substâncias que são proibidas em produtos cosméticos, independente da concentração. Como exemplo: lidocaína, peróxido de benzoíla, ácido retinoico, entre outras. 2.2 Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006 Regulamento Técnico “lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução. Trata-se de uma relação de filtros solares permitidos em formulações cosméticas e a concentração máxima de uso permitida para cada uma delas. 2.3 Resolução RDC nº 332, de 1 de dezembro de 2005 Fonte: www.lapidumassessoria.com.br As empresas fabricantes e/ou importadoras de produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes instalados no território nacional deverão implementar um Sistema de Cosmetovigilância, a partir de 31 de dezembro de 2005. Trata-se de um sistema que facilita a comunicação, por parte do usuário, sobre problemas decorrentes do uso, defeitos de qualidade ou efeitos indesejáveis e 19 sobre o acesso do consumidor, informações estas que deverão ser registradas e avaliadas e caso identifiquem situações que impliquem em risco a saúde do usuário, as empresas deverão notificar a autoridade sanitária. 2.4 Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005 Ficam estabelecidas a definição e a classificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução. Nesta resolução é possível encontrar as seguintes informações já mencionadas anteriormente: Definição de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes; Classificação desses produtos quanto ao grau 1 ou 2; Lista dos tipos de produtos que se enquadram no grau 1 e 2; Requisitos adicionais para produtos importados do Mercosul e extrazona; Rotulagem obrigatória (nome, marca, número de lote, data de validade, conteúdo, descrição dos componentes de formulação...) e específica (são informações que deverão ser acrescentadas além da rotulagem obrigatória); Requisitos técnicos que a empresa fabricante deve apresentar a Anvisa. 2.5 Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005 Aprovar o Regulamento Técnico lista de substâncias que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter, exceto nas condições e com as restrições estabelecidas, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução. Trata-se de uma lista das substâncias que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes podem conter, desde que obedeçam a concentração limite e condições impostas. Por exemplo: ácido salicílico (máximo de concentração dentro dos cosméticos é de 2% para acne e 3% para caspa. 20 Fonte: www.buonavita.com.br 2.6 Resolução RDC nº 36, de 17 de junho de 2009 Dispõe sobre a proibição, a exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém, empório e loja de conveniência. 3 A IMPORTÂNCIA DA REGULARIZAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS Produtos cosméticos são aqueles constituídos por substâncias naturais ou sintéticas usadas na higienização pessoal, proteção, odorização ou embelezamento. Os cosméticos e as indústrias cosméticas são regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses produtos estão inseridos no grupo de Produtos de Higiene, Cosméticos e Perfumes (HPPC) e a legislação sanitária brasileira para estes produtos exige a autorização de funcionamento da empresa emitida pela Anvisa. Somente a Anvisa pode autorizar toda e qualquer atividade envolvendo os produtos HPPC, tais quais extração, produção, embalagem, transporte, distribuição e comercialização. 21 Fonte: www.vivomaissaudavel.com.br Segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) apontam que as empresas de produtos HPPC tem tido um crescimento constante no Brasil, de aproximadamente 10,6% ao ano, apesar da grande quantidade de normas que regulamentam este setor. Em virtude da existência de uma ampla variedade de substâncias que podem ser utilizadas em preparações cosméticas e na possibilidade de elas apresentarem algum tipo de risco à saúde humana, tornou-se necessária a implementação de normas e exigências para que fosse comprovada a segurança do produto antes de serem colocados no mercado para a comercialização. A Anvisa é quem dita as normas, as atualiza e se responsabiliza pela fiscalização do cumprimento das mesmas pelas empresas, considerando que é do fabricante, importador ou responsável a inteira responsabilidade pela colocação do produto no mercado e garantia da sua segurança para os consumidores nas condições normais ou razoavelmente previsíveis de uso. A busca dessa segurança deve incorporar permanentemente o avanço do estado da arte da ciência cosmética. A última legislação aplicada a este segmento, foi publicada pela Anvisa em 2015 e atualiza as regras para venda e regularização de cosméticos, torando este último processo, mais simplificado. 22 Fonte: www.support-associados.blogspot.com.br Os produtos cosméticos não possuem tratamentos diferentes se forem fabricados na modalidade artesanal ou industrial, de acordo com a legislação vigente da Anvisa. As empresas devem cumprir as exigências estabelecidas independente do processo de fabricação que adotarem, onde só poderão exercer suas atividades e regularizar seus produtos após a concessão das licenças obrigatórias. A solicitação e obtenção das licenças obrigatórias são processos lentos e o prazo para a concessão varia de acordo com a atividade exercida pela empresa e indicada na solicitação das licenças. O não cumprimento das legislações vigentes para fabricação e comércio de produtos cosméticos é considerado crime hediondo pelo artigo 273 do Código Penal, com pena prevista de até 15 anos de reclusão e aplicação de multa de até R$ 1,5 milhão, além da apreensão dos produtos. Fica configurado crime nas condições citadas, quando o produto não está registrado ou notificado na Anvisa, a formulação não foi devidamente avaliada e/ou o produto contém substâncias proibidas ou uso restrito, em condições e concentrações incompatíveis à estabelecida em legislação. 23 4 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS Quando falamos em seres humanos precisamos tomar todos os cuidados, e cosméticos são produtos que vão afetar de alguma forma a pele, os lábios ou as unhas de uma pessoa. Por este motivo, vamos comentar algumas características dos cosméticos. Fonte: www.vestiremaquiar.com.br A primeira delas é com relação à finalidade dos cosméticos. Eles têm a função de: Limpar; Perfumar; Alterar aparência; Corrigir odores corporais; Proteger/manter bom estado. E podem ser aplicados ou usados nas regiões relatadas abaixo: Pele; Sistema capilar; Lábios; Mucosa da cavidade oral; Dentes; Unhas; 24 Órgãosgenitais externos. Pensando que os produtos cosméticos poderiam causar algum malefício para a saúde dos seres humanos, a Anvisa determinou que eles fossem enquadrados em quatro categorias e classificados quanto ao grau de risco que oferecem de acordo com a sua finalidade de uso. Fonte: www.arteblog.net Vamos citar agora estas quatro categorias: Dec 79094/77 — Arts. 49 e 50 Produtos de higiene; Cosméticos; Perfume; Produtos de uso infantil. [Através da] Resolução RDC No. 343/2005 publicada em 13 de Dezembro de 2005, os cosméticos e os produtos de higiene pessoal foram classificados de acordo com o seu grau de risco de uso e as definições de perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal foram alteradas para: preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. [...] Produtos classificados como grau de risco 1 (ou Categoria 1) são produtos cujas formulações cumprem com a definição adotada na RDC 343/05 para Cosméticos e cujas propriedades e características não demandam informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características e composição simples do produto. Exemplos: Xampus e Condicionadores simples, espuma de barbear e loções pós- 25 barba, produtos para maquiagem, cremes e loções corporais com finalidade de hidratação e refrescância sem vitaminas e filtros solares, produtos sem apregoar ação “anti” na rotulagem (anticaspa, antirrugas, antienvelhecimento etc.). Produtos classificados como Categoria 1 não são registrados na Anvisa. Eles são “Notificados” através de um dossiê simples contendo informações básicas sobre o produto (composição, dados físico-químicos, dados microbiológicos, Certificado de Venda Livre etc.), sem o pagamento de qualquer taxa para a Anvisa. Geralmente, tais produtos podem ser comercializados após um mês do protocola- mento do dossiê de Notificação (via internet). Isto quer dizer que tais produtos podem ser importados assim que o distribuidor local, responsável pela sua Notificação, protocole a mesma no site da Anvisa. Todavia, se por alguma razão a Anvisa analisar o processo de Notificação, e encontrar alguma informação contraditória ou passível de classificar o produto como Categoria 2, o distribuidor / importador é solicitado a esclarecer as informações em questão podendo a Notificação não ser aceita. Ressaltamos que a Anvisa também tem realizado monitoramentos nos processos via eletrônica, ou seja, se encontrado algum erro ou classificação errada do produto, a notificação pode ser cancelada pela Anvisa. Não existe a análise prévia, mas sim monitoramentos, tanto pelas vigilâncias locais como pela própria GGCOS (eletronicamente). Importante ressaltar que os produtos de Grau 1 não podem ter filtros solares com finalidade de fotoproteção da pele, porém os filtros solares podem ser utilizados para proteger a formulação (fotoprotetor do produto). A empresa importadora deve estar atenta aos pareceres emitidos pela CATEC (Câmara Técnica de Cosméticos) disponíveis no site da Anvisa, pois alguns desses pareceres determinam que apenas a presença de determinada substância já é o suficiente para classificar o produto como grau de risco 2 (exemplos: presença de Vitamina A, Vitamina C, Cânfora, Salicilato de Metila etc.) (NASCIMENTO, 2012, p. 1-2). Os procedimentos cosméticos grau 1 precisam ter: Propriedades básicas ou elementares; Comprovação não inicialmente necessária; Não requerem informações detalhadas (modo e restrições de uso). Exemplos de produtos cosméticos grau 1: RDC 211/05: Colônia/perfume; Sabonete; Desodorante; Talco; Xampu; Condicionador; Creme hidratante para o rosto/corpo (sem ação fotoprotetora); Produtos para barbear (sem ação antisséptica); Dentifrício sem flúor; Enxaguante bucal; Aromatizante; 26 Esmalte; Maquiagens (sem ação fotoprotetora); Fixadores de cabelos etc. (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2005). Fonte: www.farmaceuticas.com.br Produtos classificados como grau de risco 2 (ou categoria 2) são produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada na RDC 343/05 e possuem indicações específicas (exemplo: xampu anticaspa, creme antirrugas, cremes com protetor solar, cremes para a área dos olhos, cosméticos infantis etc.) cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. Produtos classificados como categoria 2 devem ser obrigatoriamente registrados na Anvisa. Junto com os dados do produto existe o pagamento pelo importador de taxa de registro que varia de acordo com o porte da empresa, isto é, quanto maior a empresa, maior a taxa (SALLUM, 2006). O tempo de análise e para a concessão do registro é de 60 a 90 dias, caso o processo não receba nenhum pedido de informação complementar. Contrariamente às notificações, os produtos submetidos a registro precisam aguardar a publicação 27 deste registro no Diário Oficial da União para poder iniciar o processo de importação e posterior comercialização. Fonte: www.marcioantoniassi.wordpress.com Os procedimentos cosméticos grau 2 precisam ter: Indicações específicas; Comprovação de segurança e eficácia; Necessidade de informação e cuidados (modo e restrição de uso). Exemplos de produtos cosméticos grau 2: RDC 211/05: Protetor solar; Tintura capilar; Alisante capilar; Repelente de inseto; Antitranspirante; Maquiagens com ação fotoprotetora; Sabonete antisséptico; Clareador de pele; Produtos infantis; Produtos para pele acneica; Esfoliante químico; 28 Produtos para área dos olhos; Xampu e condicionador anticaspa e/ou antiqueda; Depilatório químico; Produtos indicados para pele sensível; Dentifrícos (anticárie, antitártaro); Enxaguatório bucal (antisséptico, antiplaca); Produtos íntimos etc.; Ativador/acelerador de bronzeado; Lenços umedecidos para higiene infantil; Produto para parar de roer unha; Removedor de cutícula; Removedor de mancha de nicotina químico; Sabonete de uso íntimo; Tintura capilar temporária/progressiva/permanente. (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2005). Cada vez mais os consumidores estão preocupados com a segurança dos produtos que usam, bem como interessados em saber o que estão comprando e se o produto realmente cumpre o que promete no rótulo. É importante falarmos sobre os ingredientes restritivos, pois de acordo com a legislação sanitária brasileira, para perfumes e cosméticos existem listas de ingredientes denominadas de restritivas (ingredientes que não devem constar da formulação exceto nas condições e restrições estabelecidas conforme previsto na legislação vigente), listas de filtros ultravioletas (substâncias que podem ser adicionadas à formulação para filtrar certos raios ultravioletas para proteger a pele de efeitos danosos causados por estes raios) e listas negativas (substâncias de uso proibido em perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal constante da legislação vigente). Estas listas estão disponíveis no site da Anvisa. De acordo com a Legislação Sanitária Brasileira - Lei N. 6.360 promulgada em 23 de Setembro de 1976, perfumes, cosméticos, produtos de higiene pessoal e outros similares necessitam ser registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária — Anvisa, agência reguladora do Ministério da Saúde e que normatiza a produção, a importaçãoe o comércio de perfumes, cosméticos, produtos de higiene pessoal, alimentos, medicamentos, dispositivos médicos (correlatos), etc. Esta lei em particular e suas atualizações posteriores estabelecem o critério para a composição 29 dos produtos (ingredientes permitidos e restritos), instruções para a rotulagem, dossiês de produtos e demais providências relacionadas’. (ASSO- CIAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES E IMPORTADORES DE PERFU- MES, COSMÉTICOS E SIMILARES, 2012, p. 1). Fonte: www.buonavita.com.br Essa lei foi regulamentada pelas resoluções da própria Anvisa, a partir do ano 2000. Desta forma, foram estabelecidas regras específicas para o setor da cosmética de acordo com as necessidades aparentes, mas sempre semelhantes às diretivas da Comunidade Econômica Europeia. Essas regras vêm sendo discutidas antes mesmo de serem aprovadas no âmbito do Mercosul, e a partir daí adotadas no Brasil (ASSO- CIAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES E IMPORTADORES DE PERFUMES, COSMÉTICOS E SIMILARES, 2012). É importante lembrar que para usarmos os produtos comercializados pelas empresas, sejam elas nacionais ou não, precisamos ter certeza de estar seguros, por isto os produtos devem passar pela comprovação de segurança. O que é isso? Os produtos cosméticos devem ser seguros nas condições normais de uso. Os testes de segurança de cosméticos têm por objetivo verificar a ausência de: Irritação; Sensibilização; Fototoxicidade; Fotoalergia. 30 Fonte: www.justica.gov.br Existem testes de comprovação de segurança chamados de testes pré-clínicos e clínicos, que são: Testes “in vitro”; Testes em animais; Testes em humanos (clínicos). Ainda quanto aos riscos, os critérios para avaliação são as condições de uso e a área de contato, composição, conhecimento e histórico do produto. Condições de uso — tipo de aplicação (regular, prolongada ou ocasional); Área de contato — áreas da pele em que o produto será aplicado; Composição do produto — o formulador deve analisar fórmula quantitativa, concentração dos ingredientes, informações toxicológicas, nível de exposição etc.; Conhecimento e histórico do produto — abrangem as informações sobre o próprio produto, ou similares, dados experimentais e literatura especializada. Com base no parecer desse relatório, o fabricante poderá ou não comercializar o seu produto. 31 Conforme aplicabilidade do produto, alguns outros critérios deverão ser observados como irritação, sensibilização e efeito sistêmico (GOMES; DAMAZIO, 2009). Fonte: www.decifrandorotulo.blogspot.com.br No Brasil, o uso de animais para testes de cosméticos ainda não é permitido, no entanto, a Anvisa considera que animais de laboratórios só deverão ser utilizados quando não existir métodos alternativos validados que os substituam ou, em casos específicos, após “screening” com métodos in vitro e/ou matemáticos válidos, pro- cedendo desta forma os estudos clínicos (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2003). Os métodos de avaliação da segurança e eficácia de produtos tópicos utilizando modelos experimentais em animais, como cobaias, coelhos, camundongos e ratos estão sendo substituídos por métodos experimentais in vitro, ensaios bioquímicos, métodos humanos e análises físicas. De que forma o cliente final saberá se os produtos que adquiriram passaram pelos testes citados acima? Por meio das menções na rotulagem do produto. De acordo com as premissas da legislação brasileira sobre bioética, todo e qualquer produto, equipamento ou procedimento aplicado em humanos, que esteja sob desenvolvimento deverá seguir os preceitos éticos, de [igual maneira]. A avaliação do produto cosmético em humanos não ocorre [para] investigar o potencial de risco, mas sim para confirmar a segurança do 32 produto acabado. No Brasil, o Conselho Nacional de Saúde regulamentou as pesquisas [que envolvem] seres humanos, por meio da Resolução 196/1996 e constituiu a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) [como] responsável, [entre outras atribuições], pelo registro dos Comitês de Ética em Pesquisa Institucional. Todos os projetos de pesquisa que [envolvem] seres humanos devem obedecer às recomendações dessa resolução (AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2003, p. 31). Fonte: www.blog.saude.gov.br Veja o que deve ser colocado no rótulo de um produto antes de ele sair para o mercado de venda: Indicação de FPS; Dermatologicamente testado; Hipoalergênico; Não comedogênico; Para pele sensível; Menções quanto a rugas, celulite, estrias; Firmeza da pele, ação antisséptica. 33 Fonte: www.reporterpenedo.com.br De acordo com Gomes e Damazio (2009), é dever de todo profissional de estética saber escolher os produtos cosméticos de acordo com sua formulação, assim como entender a rotulagem de cada um deles. Entre os atributos utilizados para avaliação de segurança, devemos conhecer alguns termos específicos para esse fim. 1. Dano — prejuízo à saúde, em função da propriedade inerente de uma substância. 2. Risco — probabilidade de ocorrência do dano. 3. Clinicamente testado — designação dada a determinado produto avaliado em humanos, em condições de uso, sob controle de médico, dermatologista e eventualmente de outro especialista, para verificar o potencial de reações. 4. Dermatologicamente testado — designação dada a determinado produto avaliado em humanos sob controle de médico dermatologista, para verificar potencial de reações cutâneas. 5. Oftalmologicamente testado — designação dada a determinado produto avaliado em humanos sob controle de médico oftalmologista para verificar potencial de reações oftálmicas. 6. Não comedogênico — designação dada a determinado produto avaliado em humanos para observar o potencial de formação de comedões (cravos). 34 7. Não acnegênico — designação dada a determinado produto avaliado em humanos para observar o potencial de formação ou piora de espinhas/acne. 8. Produto infantil — produto apropriado para uso na pele, cabelos e mucosas infantis, conforme legislação brasileira. 9. Hipoalergênico — designação dada a determinado produto com baixa possibilidade de causar reações alérgicas. Esse termo não é recomendado pelo FDA (Food and Drug Administration) porque, em tese, todo produto cosmético não deve ter potencial sensibilizante. 10. Produto para pele sensível — produto testado em indivíduos que apresentam sintomas característicos de um quadro de pele sensível. Fonte: beleza.culturamix.com 35 BIBLIOGRAFIA ANUNCIATO, P. A. Nutricosméticos. Dissertação (Mestrado) — Programa de Pós- graduação em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto-USP. Ribeirão Preto, 2011. ARAUJO, T. S.; SOUZA, S. O. Protetores solares e os efeitos da radiação ultravioleta. Scientia Plena, v. 4, n. 11, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS (ABIHPEC). Panorama do Setor. Disponível: https://abihpec.org.br/institucional/publicacoes/panorama-do-setor/. Acesso em: 25/07/2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS DE LIMPEZA E AFINS (ABIPLA). Setor cresce 6,7% em 2011. Boletim, n. 8, out. 2011/jan. 2012. Disponível em: <http://www.abipla.org.br/novo>. Acesso em: 25/07/2018. ASSOCIAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES E IMPORTADORES DE PERFUMES, COSMÉTICOS E SIMILARES (ADIPEC). Como regularizar perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal no Brasil. Disponível em: https://www.adipec.com.br/. Acesso em: 25/07/2018. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Cosméticos: por que INCI? Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/ >. Acesso em: 25/07/2018. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Guia para avaliação de segurança de produtos cosméticos. Brasília: Anvisa, 2003. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/>. Acesso em: 25/07/2018. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC no 47, de 16 de março de 2006. Aprova o regulamento técnico lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos de higiene pessoais, cosméticos e perfumes. 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Ministério da Saúde. Portaria n. 3.015, de 1 de dezembro de 2009. Torna pública a proposta de projeto de resolução lista de substâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes (revogação da Resolução no 72/00/GMC e dá outras providências). CABRAL, L. D. S.; PEREIRA, S. O.; PARTATA, A. K. Filtros solares e fotoprotetores mais utilizados nas formulações no Brasil. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v. 4, n. 3, jul. 2011. CENTRO REGIONAL DE INFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS. Substâncias Fotossensibilizantes. Informativo DO CRIM, v. 5, n. 1, p. 1-5, mar. 2003. CHORILLI, M. et al. Toxicologia dos Cosméticos. Latin American Journal of Pharmacy, v. 26, n. 1, 2007. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Indústria. 2. ed. São Paulo: CRF-SP, 2010. 37 5 LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: UTILIZAÇÃO DO FORMOL EM PRODUTOS CAPILARES: ASPECTOS GERAIS E SITUAÇÃO ATUAL Autora: Leidiene Alves de Jesus INTRODUÇÃO Para a maioria das mulheres, o cabelo é uma característica importante que contribui para a identidade individual e pode ser usado como uma maneira para expressar a beleza, atratividade e individualidade. Ter o cabelo manejável que desafia a humidade é um desejo antigo entre as mulheres de vários grupos étnicos. Isto fica evidente pela multiplicidade de alisamentos e suavizações técnicas que são usados em todo o mundo (WEATHERSBY; MCMICHAEL, 2012). Alisamento ou relaxamento capilar são os nomes dados ao processo químico usado para alisar os cabelos muito cacheados. O alisamento pode acontecer de forma mecânica com aparelhos quentes dando efeito temporário ou quimicamente transformando de forma permanente. Os alisantes quebram as ligações químicas entre os aminoácidos dos fios do cabelo e comumente são baseados em hidróxidos metálicos (SCHUELLER, 2002). Os alisamentos definitivos visam romper as pontes dissulfeto da queratina. Podem ser à base de hidróxido de sódio, lítio e potássio, hidróxido de guanidina (hidróxido de cálcio mais carbonato de guanidina), bissulfitos e tioglicolato de amônia ou etanolamina, que utilizam reação química de redução (ABRAHAM et al., 2009). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os alisantes capilares estão classificados como produtos de grau de risco dois (produtos com risco potencial à segurança humana) por conterem substâncias potencialmente tóxicas para o organismo humano (ANVISA, 2000). Hoje existem várias formas seguras de alisar os cabelos, quando utilizados corretamente e seguindo as orientações do fabricante, os cosméticos podem ser seguros e as reações adversas podem não ocorrer (AZEVEDO; CHASIN, 2003). No entanto, a segurança destes produtos tornou-se um problema porque muitos deles contêm formaldeído como um ingrediente ativo, o qual é usado para alteração das 38 proteínas durante os tratamentos a prolongar o efeito de alisamento (MONAKHOVA et al., 2013) O formaldeído é um gás produzido em todo mundo, em grande escala, a partir do metanol. Em sua forma líquida (misturado à agua e álcool) é chamado de formalina ou formol (INCA, 2015). É produzido comercialmente desde meados da década de 90 e atualmente é muito utilizado como germicida desinfetante e antisséptico. Usado em laboratórios para embalsamar 4 cadáveres, o formol também é útil em soluções de ureia, tiouréia, resinas melamínicas e também, em vidros, espelhos e explosivos, além de ser utilizado na fabricação de pesticidas e alguns cosméticos, como por exemplo, alisantes capilares (MACAGNAM; SARTORI; CASTRO, 1984). É um composto líquido incolor, com odor forte e irritante, solúvel em água e altamente reativo, além de possuir moderada flamabilidade. (AZEVEDO, CHASIN, 2003) Nos últimos anos os salões de beleza têm utilizado extensivamente o formol como alisante capilar nas denominadas escovas progressivas, que é uma forma de alisamento feito múltiplas vezes para alcançar o efeito desejado. A ANVISA proibiu o seu uso como essa função, mas a técnica continuou sendo utilizada por muito tempo, por profissionais de beleza mesmo não havendo produtos com formol autorizados. (INCA, 2015) Nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo apresentar os aspectos gerais do uso de produtos capilares, a problemática do formaldeído e a situação atual do Brasil sobre esse tópico. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão de literatura no formato narrativa, que se propôs apresentar a questão da utilização do formol em produtos capilares, os aspectos gerais e situação atual no Brasil. Para a aquisição dos subsídios necessários a construção do presente estudo foi realizado levantamento bibliográfico junto as bases eletrônicas BVS e PUBMED, além do Portal de Teses da USP e do Google Acadêmico utilizando as palavras chave cosméticos, alisamento, formaldeído e saúde ocupacional bem como as mesmas no idioma inglês. 39 As palavras foram utilizadas nas buscas sempre combinadas de três a três, adquirindo desta forma artigos de periódicos científicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e publicações oficiais, no recorte histórico formado pelos anos de 2005 a 2015, não excluindo trabalhos importantes que possam ter sido publicados fora desse período. Além disso, também foram utilizados artigos avulsos obtidos diretamente das referências bibliográficas dos trabalhos utilizados. No total foram contabilizados 71 artigos dos quais 23 foram selecionados para a presente revisão em função de leitura do título e do resumo, excluindo-se aqueles que não atendiam a temática (figura 1). DESENVOLVIMENTO A cultura do alisamento 40 O cabelo é uma das características mais visíveis e destacadas do corpo. Em qualquer grupo étnico ele é tratado e manipulado, no entanto tem símbolos diferentes de cultura para cultura. Esse caráter universal e particular do cabelo atesta a sua importância como símbolo da identidade (GOMES, 2003). A relação e a aceitação do cabelo sempre tiveram grandes significados e foram marcadas pelo processo rejeição vindas do sistema escravista. As experiências da mulher relacionadas ao cabelo começam muito cedo e vai além do processo que se inicia com uso de produtos químicos ou artigos quentes. As meninas negras, na infância, são submetidas a verdadeiros rituais de manipulação do cabelo feitos pela mãe, pela tia, pela irmã mais velha ou por um adulto mais próximo. Isso acontece na tentativa de ter o cabelo constantemente desembaraçado e apresentar “boa aparência” nos lugares sociais como, família, igreja, escola entre outros.Essas meninas geralmente crescem com sentimento negativo em relação ao cabelo (GOMES, 2002). É neste contexto que algumas mulheres negras justificam as suas escolhas em optar por alisar o cabelo, enfatizando o trauma e a dificuldade de penteá-los e mantê-los de forma que não sejam submetidas a deboches no trabalho, na escola, na família e na sociedade de um modo geral. Além disso, está intrinsecamente conectada com a falta de visibilidade do cabelo crespo na mídia de forma incisiva e positiva. Podemos ver o quanto o poder é utilizado para demarcar o espaço e a ideologia que propaga o uso do cabelo conforme os padrões determinados pela sociedade, que estão baseados numa estética branca, delimitada pela visão eurocêntrica de ver o mundo. O ato de cortar o cabelo, mesmo sem a necessidade de servir ao fluxo demonstra um abuso que invadi o direito do cidadão de escolher a forma que quer ter sua imagem representada na sociedade (COUTINHO,2011). Química e Função dos Produtos Capilares Desde os tempos remotos, homens e mulheres, se preocupam constantemente com seus cabelos. A forma, aparência e cor dos cabelos indicam o estilo pessoal e as características individuais de elegância e irreverencia (VARELA, 2007). 41 Entre as inúmeras rotinas para embelezamento o cuidado com os cabelos se encontra entre as primeiras posições de aplicação por mulheres, segundo uma pesquisa realizada no município de Esperança (PB), que mostram que 44,20% usam cosméticos com a finalidade de modificar aspectos físicos, como cor ou textura dos cabelos. Entre esses a pintura e o alisamento são as principais práticas, 41,20% usam tinturas de cabelo rotineiramente (APOLINÁRIO et al., 2013). As tinturas podem conter substâncias como a para-fenilenediamina, eficaz devido ao seu baixo peso molecular, à sua capacidade de penetrar no eixo do cabelo e do folículo, à sua forte ligação proteica, e à sua rápida polimerização na presença de um acoplador (uma espécie de catalisador) e de um agente oxidante (MCFADDEN et al., 2007). O calor alisa o cabelo por quebrar pontes de hidrogênio encontradas entre filamentos de queratina, mas o efeito é temporário sendo perdido quando o cabelo fica molhado, logo foi inventado um método em que as fibras de queratina do cabelo são reticulados para manter-se reto de forma resistente à água por até três meses. A conveniência e a popularidade de longa duração dos cabelos lisos resultaram num fluxo de produtos (MANELI et al., 2013). O alisamento se dá pela quebra temporária ou permanente das ligações químicas que mantém a estrutura dos fios de cabelo. Estas são divididas em ligações fortes (pontes dissulfeto) e ligações fracas (pontes de hidrogênio, força de Van de Waals e ligações iônicas) (IONTA, 2012). Existem duas (2) principais técnicas de alisamento químico com diferentes características relacionadas à qualidade da fibra do cabelo, ao conforto do couro cabeludo, ao mecanismo de ação, se é reversível, duradouro e tolerável, sendo elas a redutora/oxidante, constituída por agentes redutores formados a base de tióis (ácido tioglicólico) e agentes neutralizantes baseados no peróxido de hidrogênio ou bromatos de sódio, lítio, potássio ou de guanidina, sendo a última integrada pela combinação in situ de carbonato de guanidina com hidróxido de cálcio, e agentes neutralizantes a base de xampu redutor (BOUILLON; WILKINSON, 2005). Tanto os alisantes quanto as tinturas podem causar danos à fibra capilar por conta da sua composição e mecanismo de ação, sendo importante conhecer os danos a fim de verificar quais os melhores (FRANÇA, 2014) Embora a procura dos alisantes capilares seja continua, quando utilizados de forma inadequada, podem acarretar sérios danos à saúde do consumidor, 42 principalmente quando se usa produtos com concentrações de agentes químicos acima do limite máximo permitido, com percentual de formaldeído indevido. (DRAELOS, 1999). O Formol em produtos capilares O formaldeído é conhecido como metanal ou aldeído fórmico. Em temperatura ambiente aparece em estado gasoso e com odor característico. O formol é uma solução aquosa de formaldeído a 35%, contendo metanol como preservativo contra a polimerização. É um gás, encontrado também em soluções, formalina -37% a 50% (MENDES, 2003). Encontra-se em condições ambientais normais sob a forma gasosa, é incolor apresentando um odor pungente e bastante característico, é solúvel na água, produz um hidrato e possui alta reatividade química, sendo, na forma gasosa inflamável e podendo formar com ar misturas explosivas (LORENZINI, 2012). Segundo Viegas (2010) o formaldeído é um metabolito essencial nas células. É produzido pelo organismo em quantidades muito pequenas, através do metabolismo de aminoácidos como serina, glicina, metionina e colina não fazendo mal ao corpo. O formaldeído exógeno é bem absorvido no trato respiratório e gastrointestinal, porém, é pouco absorvido pela via dérmica. É encontrado ainda no ar, em casa, no trabalho, nos alimentos e em produtos cosméticos. É metabolizado como formiato, principalmente através da enzimadesidrogenase. Nem o formaldeído nem o formiato são armazenados por tecidos do nosso organismo, por serem componentes normais do metabolismo intermediário. O formiato ou é excretado na urina, incorporado a outras moléculas celulares ou oxidado a dióxido de carbono exalado. Segundo a resolução de 162 de 2001 da ANVISA, no Brasil, é utilizado como conservante, desinfetante, antisséptico, para embalsamar peças cadáveres, na confecção de seda artificial, celulose, tintas, corantes, soluções de ureia, resinas, vidros espelhos e explosivos. O formol também pode ser utilizado para dar firmeza aos tecidos, na confecção de germicidas, fungicidas agrícolas, na confecção de borracha sintética e na coagulação de borracha natura. É usado no endurecimento de gelatinas, albuminas e casinhas. Também é usado na fabricação de drogas e pesticidas (ANVISA, 2001). 43 A comercialização do formal foi proibida em estabelecimentos como drogarias, farmácias, supermercados, empórios, lojas de conveniências e drugstores (ANVISA, 2009). Ainda, segundo a resolução 162 de 2001 da ANVISA, na área da indústria e de produtos cosméticos o formol é matéria prima com uso permitido nas funções de conservante (limite máximo de uso permitido 0,2%) e como agente endurecedor de unhas (limite máximo de 0,5%). Há vários produtos vendidos em salões de beleza que contem formaldeído em sua composição. Esses produtos são utilizados para alisamento capilar, indicando o desconhecimento dos cabelereiros à legislação (LORENZINI, 2008). Como alisante o formaldeído se liga as proteínas da cutícula e aos aminoácidos hidrolisados da solução de queratina, formando um filme endurecedor ao longo do fio, impermeabilizando-o e mantendo-o rígido e liso (ABRAHAM et al.,2009). Até a concentração permitida pela legislação o formol é um conservante, encontrado em diversos cosméticos, incapaz de alisar fios de cabelo. Em concentrações mais altas, pode irritar o couro cabeludo e também as mucosas ocular e respiratória do cliente e do cabeleireiro (ANVISA, 2015). Embora a utilização do formol seja proibida pela ANVISA no processo de alisamento, ele é uma substancia encontrada no ambiente de trabalho em salões de beleza em grande parte dos produtos utilizados neste processo. (HOLSTROM, 1989). Toxicologia do Formol A toxicologia de medicamentos e cosméticos estuda a interação de medicamentos e cosméticos com o organismo, em decorrência do uso inadequado ou da suscetibilidade do usuário (SANTOS, 2008). Recentemente, muito se tem discutido acerca da toxicidade do formaldeído, que vem sendo utilizado em alisantes capilares em concentrações de 0,4 a 29,7% (CHORILLI et al, 2007). Por causa da a sua solubilidade do formol em água,ele é rapidamente absorvido no trato respiratório, gastrointestinal e metabolizado. Embora o formol ou metabólitos sejam capazes de penetrar na pele humana, a absorção dérmica é mais leve, porém podem induzir a dermatites de contato (INCA, 2015). 44 O formaldeído é tóxico, causando alergias e irritação nos olhos, nariz e garganta (NGUYET et al., 2003). Na exposição crónica, este composto pode causar danos irreversíveis para o trato respiratório e olhos, distúrbios de menstrual, um aumento nas taxas de aborto e uma diminuição no crescimento fetal (KERSEMAEKERS et al., 1995). Desta forma, o formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea (INCA, 2015). Além disso, a Associação de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA), dos Estados Unidos, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA) classificam o formol como irritante e de potencial cancerígeno, estabelecendo o limite máximo de exposição contínua de 5 ppm e, nos 9 casos de pico, de 10 ppm, enquanto o Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional (NIOSH), também dos Estados Unidos, recomenda o 10 limite máximo presente no arde 0,1 ppm/15M (BÁRBARA; MIYAMARU, 2008). A ANVISA relata que o formaldeído em contato com o couro cabeludo pode causar danos como irritação da pele, queimaduras e intoxicação, e mesmo assim existem salões de beleza usando o produto e expondo os consumidores aos riscos (LORENZINE, 2010), que parecem tolerar as toxicidades em nome da vaidade (MACAGNAM; SARTORI; CASTRO, 2010). Problemas de saúde observados em profissionais cabelereiros Os cabelereiros, segundo a classificação Brasileira de Ocupação do Ministério do Trabalho (MTE), são responsáveis pelo tratamento estético que o cliente solicita, fazendo assim alisamentos, ondulamentos e colorimento capilar, além dos cuidados aos aparelhos utilizados em qualquer função (BRASIL, 2015). Uma variedade de produtos utilizados em salão de beleza e clínicas de estética podem ser prejudiciais e causar doenças ocupacionais aos profissionais que passam grande parte da vida produtiva em ambientes expostos a essas substâncias químicas. Na maior parte das vezes, os profissionais não conhecem os possíveis danos das substâncias químicas a saúde, em função da sua diversidade no ambiente estético capilar e corporal (SOUZA; NETO 2006). Segundo Lorenzini, 2008 pouco se sabe sobre a perspectiva dos cabeleireiros à saúde no ambiente de trabalho. De acordo com uma pesquisa sobre os efeitos 45 causados pelo formol ao sistema respiratório, notou-se que estes não conhecem a toxicidade do produto, pois trabalham em ambiente de pouco ventilação e sem equipamentos de proteção individual (EPIs). Sodré, 2008 relatou sobre o alerta do uso do formol em produtos capilares depois que 332 mulheres do Rio de Janeiro (RJ) procuraram a vigilância sanitária da cidade para reclamar de reações causadas pela técnica de escova progressiva. As queixas referiam-se à queda de cabelo, ardência nos olhos, queimaduras no couro cabeludo e problemas respiratórios. Apesar da proibição da ANVISA ao uso de formol nos produtos cosméticos e da determinação de concentração máxima, defina pela legislação em vigor, muitas usuárias desconhecem os potenciais riscos do produto (LORENZINI, 2012). O risco da aplicação indevida do formaldeído aumenta com a maior concentração e frequência do uso, colocando em risco tanto os profissionais que aplicam o produto, como os clientes que são expostos através da inalação dos gases e pelo contato com a pele (SOUZA; NETO, 2009). Muitas pesquisas têm sido realizadas sobre os níveis de exposição ao formaldeído e efeitos adversos à saúde. Esses efeitos podem ser de três (03) tipos: A irritação aguda das mucosas e do trato respiratório superior, a sensibilidade imunológica alérgica na pele e a mutagênese ou carcinogênese (LANG; BRUCKNER; TRIEBIG, 2008). Outros sintomas que podem acontecer com uso indiscriminado do formol são edema pulmonar, bronquite, laringite e pneumonia, podendo ser fatal quando usado em concentrações altas (INCA, 2015). A irritação do formaldeído sobre as vias aéreas superiores está relacionada com a alta solubilidade deste gás na água. Durante a respiração pelo nariz, boa parte do formol inspirado é absorvido pela mucosa nasal, causando irritação nas membranas mucosas do nariz, faringe e laringe, chegando apenas uma pequena quantidade as vias aéreas inferiores. No entanto o efeito do formaldeído as vias inferiores podem ser intensificado quando há aumento da quantidade do produto inalado no ar e quando acontece respiração bucal (ANDERSON; PROCTOR, 1982). É extremamente importante tomar cuidado ao aplicar o produto no couro cabeludo e pele circundante. A dermatite irritante e as reações adversas são frequentemente vistas em pacientes, mesmo quando é tomado o cuidado em proteger a pele (DRAELOS, 1999). 46 Os alisantes capilares apresentam em sua constituição algumas substâncias que são irritantes para a pele e que quando usado de maneira errada pode levar a queimaduras graves da córnea e couro cabeludo, além de quebra dos fios e queda de cabelo (LORENZINI, 2010). As alterações dermatológicas são frequentes após contato direto com a pele, variando entre irritação leve a dermatite alérgica grave, porém, não é comum o formaldeído ser absorvido pela pele integra, mas a absorção pode ser reforçada pela umidade e nos casos de lesões existentes da pele (OSHA, 2009). Kilurn, relata que encontrou no grupo exposto a um estudo randomizado uma frequência muito significante de sintomas neurocomportamentais, como falta de concentração e perda de memória, alterações do sono, diminuição do equilíbrio, variações de humor e irritabilidade. De acordo com um estudo realizado no Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional entre janeiro de 2001 e maio de 2007, a dermatite alérgica por formaldeído era comum em pessoas que mantinham contato ocupacional. Ainda mostra que 10% do geral da população corre o risco de ser afetada através do uso de cosméticos, pois a dermatite era comum tanto em casos ocupacionais como nos não ocupacionais (KRISTINA et al., 2008). A exposição dos cabeleireiros a produtos químicos tem ainda potencial toxicidade reprodutiva. A perda da fertilidade, retardo do crescimento, e defeitos congênitos, foram uns dos efeitos observados. No entanto, poucos estudos epidemiológicos sobre risco reprodutivo entre cabeleireiros foram realizados, e os resultados são inconsistente. Uma pesquisa realizada na Suécia de 1973 a 1994 mostrou que os cabelereiros têm um risco aumentado de ter bebês pequenos para idade gestacional em comparação as mulheres da geral população sueca. Além disso, as crianças destes profissionais tiveram uma maior incidência de malformações maiores (RYLANDE, 2002). Através de estudos in vitro têm sido demonstrados ainda infecções crônicas e efeitos mutagênicos. Além disso na análise da IARC, o formaldeído foi considerado como carcinógeno do grupo I para humanos através de observações experimentais e estudos epidemiológicos de grupos expostos na indústria de manufaturados e funerários. Através de uma revisão de câncer baseados na ocupação reforça a associação entre exposição ao formaldeído e câncer sinonasal, nasofaringe, do sistema hematopoiético e do sistema nervoso central. (LORENZINI, 2012). 47 Acidentes ou doenças podem acontecer em decorrência do trabalho de forma mais frequente do que imaginamos. Às vezes, o trabalhador não tem informações sobre os possíveis riscos que podem estar presentes no seu ambiente de trabalho. Como resultado, temos doenças, como lesões por esforços repetitivos e as várias formas de intoxicação relacionadas à exposição de substancias química presentes no ambiente (LORENZINI,2010). Para evitar tais danos ao usuário, todos os produtos alisantes, inclusive os importados, devem ser obrigatoriamente registrados pela ANVISA, pois podem conter substâncias proibidas por causarem reações adversas muito graves tanto ao usuário como ao profissional que irá aplicar o produto (ANVISA, 2015). Os riscos com a exposição à formalina relacionados à saúde são bem claros, porém, nem sempre o profissional tem consciência do mal causado por essa substância o que é preocupante (Quadro 1). Muitos conhecem o produto, identificam o cheiro e a característica, mas continuam utilizam o produto pelos resultados estéticos e pela lucratividade que podem trazer, colocando a beleza e o benefício financeiro em primeiro lugar (LORENZINI, 2012; IONTA, 2012). Situação atual no Brasil 48 Os cosméticos são produtos produzidos por meio de substâncias naturais ou sintéticas, usados externamente em diversas partes do corpo com função de manter a higiene corporal, perfumar, embelezar e proteger. Também tem capacidade de mudar a aparecia do corpo e mantê-lo em boas condições (ANVISA, 2000). O setor de cosméticos avança de forma significativa, pois é favorável em nosso país. No entanto, profissionais da área cosmética, devido à redução de capacitação e de recurso apropriados, não acompanham a evolução cientifica (FREIRE, 2015) Segundo a Resolução RDC nº 335, de 22 de Julho de 1999, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 1999) os cosméticos podem ser classificados em quatro (04) categorias sendo elas: produtos de higiene, cosméticos, perfumes e produtos de uso infantil. Além disso, também podem ser classificados pelo grau de risco que oferecem, entre grau 1 (produtos de risco mínimo) e grau 2 (produtos com risco potencial), definidos em função da finalidade de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem observados, quando de sua utilização. Os alisantes são produtos cosméticos que alisam, relaxam, amaciam ou reduzem o volume dos cabelos, de maneira mais ou menos duradoura podendo se apresentar com denominações variadas como: alisantes, relaxantes ou defrizantes (ANVISA, 2015). Atualmente, o mercado brasileiro tem se inovado com a evolução industrial dos cosméticos, tornando os cabelos mais belos com o lançamento de diversos produtos. Os alisantes capilares são exemplos da demanda crescente deste setor, tanto na área comercial como na busca de alisantes que não ofereçam riscos à saúde (SOUZA, 2012). Umas das técnicas mais utilizadas nos salões de beleza é a escova progressiva, devida a atual tendência por cabelos lisos (BIONDO; DONATI, 1999). Dessa forma, concentrações variadas de formol têm sido acrescentados nos produtos capilares utilizados no processo de alisamento no Brasil em outros países (FREIRE, 2015). Os produtos alisantes devem ser registrados na ANVISA. Existem substâncias ativas especificas com propriedades alisantes permitidas pela legislação. Substâncias como o formol não são permitidos como alisantes (ANVISA, 2009). 49 O uso do formol para alisamento capilar tornou-se frequente, porque é um processo rápido, que dá brilho intenso aos fios, além disso, é barato. Porém, para chegar ao efeito alisante, o formaldeído precisará ser usado em concentrações de 20% a 30%, o que é totalmente proibido, considerando que ele só é permitido no mercado de cosméticos em concentrações até 0,2% como conservante e 5% como endurecedor de unhas (ABRAHAN et al, 2009). Segundo Barsante (2009), com o objetivo de combater o desgaste e as agressões sofridas pelo cabelo por vários agentes, inclusive por substancias criadas com o título de embelezamento, as indústrias de cosméticos tem investido em inovações e a tecnologia tem crescido em ritmo acelerado, fazendo com que novos ativos surjam no mercado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para garantir a segurança dos cosméticos, é necessário que eles sejam avaliados não só considerando o efeito direto a saúde humana, mas também o potencial risco ao meio ambiente. É preciso atentar a forma que são testados, os componentes e as concentrações máximas permitidas, o uso do produto pelo profissional e pelo consumidor. É necessário que essas medidas sejam tomadas a fim de evitar reações adversas que podem acontecer por exposição de produtos que contem em sua formulação componentes com concentrações inadequadas ou sofrerem adição de substancias não permitidas como o formol. O formaldeído em produtos cosméticos é proibido pela legislação vigente em valores acima do estipulado pela ANVISA, porém os salões de beleza têm acrescentando com frequência nas progressivas, parecendo desconhecer os riscos do produto, que são extremamente prejudiciais à saúde. Dessa forma, fica evidente a necessidade de avaliar as condições de trabalho dos cabeleireiros, proporcionar treinamentos e cursos apropriados, a fim de conhecer o modo de atuação e o efeito do produto utilizado, e o perigo de se utilizar produtos tóxicos a saúde, com a intenção de proteger o bem estar dos clientes e do próprio profissional, além de reduzir o impacto que estas substâncias causam ao meio ambiente. Também é preciso realizar uma maior fiscalização em salões de beleza e, além disso, é de grande importância que os cosméticos tragam 50 informações mais detalhadas e específicas sobre a composição química dos produtos, principalmente para as usuárias que se encontram no ambiente. 51 BIBLIOGRAFIA ABRAHAM, L.S. et al. Tratamento estéticos dos cabelos: uma visão médica (parte 2). Surgical e Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v.1, n. 4, p. 178-185, nov. 2009. ANDERSON, I; PROCTOR, D.F. The rate and effects of inhaled materials. In: ANDERSON, I. 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Estabelece a Lista de Substancias de Ação Conservante para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, 2001. Disponível em. Acessado em: 17 out. 2015. ANVISA. RDC nº 335, de 22 de Julho de 1999. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 1999. Disponível em < http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B10603-1-0%5D.PDF>. Acessado em: 17 out. 2015. BRASIL. Classificação brasileira de ocupações: trabalhadores nos serviços de embelezamento e higiene. 2015. Disponível em: Acessado em: 11 nov. 2015. 52 APOLINÁRIO, A.C et al. Uso de cosméticos por mulheres do município de Esperança, Paraíba, Brasil. Revista Ciência Farmacêuticas Básica e Aplicada. Campina Grande, v.34, n. 3, p. 395-399, jan. 2013. AZEVEDO F.A.; CHASIN A.A.M. As bases toxicológicas da ecotoxicologia. São Carlos (SP): Rima Editora, 2003. BÁRBARA, M.C.S; MIYAMARU, L.L. Resultado das análises de alisantes capilares. Boletim Epidemiológico Paulista, São Paulo, v. 5, n, 54, p 1-4, jun. 2008. BARSANTE, L. Dr cabelo: Saiba tudo sobre os cabelos: estética, recuperação capilar e prevenção da calvície. São Paulo: Editora Elevação. 2009. BIONDO S.,
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