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CUIDADOS FARMACEUTICOS EM PATOLOGIAS DOS SISTEMAS REPRODUTOR DIGESTORIO NEUROLOGIO E ENDORINO

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CUIDADOS FARMACEUTICOS EM PATOLOGIAS DOS SISTEMAS: REPRODUTOR, DIGESTÓRIO, NEUROLÓGICO E ENDÓCRINO
ÓRGÃOS CONSTITUINTES DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
De maneira geral, a Figura demonstra o caminho que o alimento percorre em nosso organismo antes de virar a energia da qual tanto precisamos. Vamos analisar com calma a anatomia de cada um destes componentes de nosso sistema digestório. 
Primeiramente, você faz a ingestão do alimento pela boca. Vamos olhar a figura a seguir para entendermos um pouco melhor como é formada a nossa boca:
A boca, ou cavidade oral propriamente dita, é formada pelas seguintes estruturas: bochechas, palato duro e mole e a língua. Estas estruturas podem ser vistas na Figura acima. 
De acordo com os anatomistas é descrita como a cavidade oval que liga o tubo digestório e o meio externo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A língua, como você bem sabe, possui diversas funções não só no processo de mastigação e deglutição, como também no processo de fonação (produção da voz) e processamento dos sinais gustatórios. 
Outras estruturas extremamente importantes no processo de mastigação e trituração do alimento são os dentes. 
No adulto os dentes são em número de 32, sendo oito incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e 12 molares (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
A principal função dos dentes é realizar a mastigação dos alimentos. 
Os dentes são classificados de acordo com a posição e a função. Desta forma, temos: 
PALATO DURO (ósseo, que forma a maior parte do céu da boca. 
PALATO MOLE (muscular, que forma o restante do céu da boca. 
ÚVULA, que impede que o alimento ingerido entre na cavidade nasal. 
BOCHECHA, que forma a parede lateral da cavidade oral. 
CANINOS, que rasgam os alimentos. 
INCISIVOS, que cortam os alimentos. 
VESTÍBULO DA BOCA, o espaço entre as bochechas, lábios, gengivas e dentes. 
PRÉ-MOLARES, que esmagam e trituram os alimentos. 
MOLARES, que trituram os alimentos. Lábio superior (puxado para cima). 
FRÊNULO DO LÁBIO SUPERIOR, que insere o lábio superior à gengiva. Gengiva. 
FAUCES, que é a abertura entre a cavidade oral e a parte oral da faringe.. Arco palatoglosso. Arco palatofaríngeo. Tonsila palatina (entre os arcos). 
LÍNGUA (puxada para cima), que forma o assoalho da boca, manipula alimentos para mastigar e engolir, modela alimentos e sente gostos. 
FRÊNULO DA LÍNGUA, que limita o movimento da língua posteriormente. Abertura do ducto de glândula submandibular. 
GENGIVA, que cobre os soquetes dos dentes e ajuda a ancorá-los. 
FRÊNULO DO LÁBIO INFERIOR, que insere o lábio inferior à bochecha. Lábio inferior (puxado para baixo). 
• Incisivos: dentes situados na parte anterior da boca e servem para cortar os alimentos. 
• Caninos: possuem formato pontiagudo e servem para rasgar os alimentos. 
• Pré-molares e molares: possuem a função de triturar os alimentos e localizam-se na porção posterior da boca. 
Os seres humanos possuem, na sua primeira dentição, 20 dentes de leite, também chamados dentes decíduos, sendo este o primeiro conjunto de dentes que aparece em humanos (10 dentes na parte superior e 10 dentes na parte inferior). 
Após os 6 anos, os dentes de leite começam a cair e surge a dentição permanente. Esta é formada por 32 dentes (16 dentes superiores e 16 dentes inferiores). Desta forma, o ser humano possui quatro incisivos, dois caninos, quatro pré-molares e seis molares na parte superior e a mesma quantidade na cavidade inferior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Bom, uma vez que o alimento chegue à boca, é triturado pelos dentes e misturado à saliva, o mesmo passa a ser chamado bolo alimentar, e você precisa degluti-lo, certo? Quando se inicia este processo, uma série de eventos voluntários e involuntários que visam fazer com que você não se engasgue com o alimento, visto que tanto o processo de deglutição quanto o processo de respiração compartilham uma estrutura em comum: a faringe. 
• Fase oral (voluntária): esta fase voluntária tem como principal estrutura a língua que é capaz de empurrar o alimento do seu ápice para trás, levando o bolo alimentar a ser pressionado contra o palato duro; desta forma, o bolo alimentar é forçado em direção a faringe, onde ocorre a estimulação de receptores táteis que começarão o processo de deglutição. 
• Fase faríngea (involuntária): uma vez que o bolo alimentar estimula os receptores faríngeos, ocorre uma sequência de eventos muito rapidamente (menos de um segundo), e que culminam com a inibição, de maneira refl exa, da respiração. 
• Fase esofagiana (involuntária): por último, esta fase leva o bolo alimentar do esôfago ao estômago através de movimentos peristálticos, muito rapidamente, fazendo com que o bolo alimentar percorra todo o esôfago em menos de dez 
Após a deglutição, o bolo alimentar chega ao esôfago. 
O esôfago é um órgão tubular oco, com aproximadamente 25cm de comprimento, que se estende desde a vértebra cervical de número 6 (C-6) até a junção gastroesfofágica localizada ao nível da vértebra torácica número 11 (T-11), cuja principal função é levar o alimento ao estômago. 
Com relação à histologia deste órgão, temos as seguintes camadas celulares: 
O esôfago possui a camada mucosa (camada formada por epitélio de revestimento associado a tecido conjuntivo), que reveste internamente as cavidades corpóreas, formada por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, lâmina própria (constituída de tecido conjuntivo frouxo) e túnica muscular da mucosa (formada por músculo liso). 
No terço superior esofágico temos uma camada muscular esquelética, no terço médio deste órgão temos a presença de células musculares esqueléticas e lisas, já no terço inferior, temo somente a presença de células lisas. 
A camada submucosa do esôfago é formada por tecido conjuntivo frouxo e glândulas mucosas 
Conforme demonstrado na Figura , o esôfago pode ser subdividido em esôfago cervical, torácico e abdominal, de acordo com sua localização na cavidade torácica/abdominal. Agora, o bolo alimentar, que passou pelo esôfago, deve chegar até o estômago, sempre impulsionado pelos movimentos peristálticos. 
SISTEMA DIGESTÓRIO – ESTÔMAGO DUODENO
 
Estas divisões podem também ser vistas em uma radiografia de contraste. Veja que interessante!
O alimento finalmente chegou ao estômago. Este órgão possui diversas funções, desde o armazenamento temporário do bolo alimentar até a secreção ácida, entre outras que serão abordadas adiante. 
A histologia deste órgão possui os tipos celulares e estruturas descritas a seguir: A superfície mucosa possui uma camada de células epiteliais simples colunares e não ciliadas, são as células mucosas superfi ciais. 
A mucosa deste órgão é formada por lâmina própria, constituída de tecido conjuntivo frouxo e a camada muscular da mucosa que é formada por células musculares lisas (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Também, neste órgão, temos uma coluna de células secretoras que são as glândulas gástricas. Estas glândulas gástricas possuem três tipos celulares: célula mucosas do colo, células principais e células parietais. 
Quando várias glândulas gástricas se abrem em canais estreitos, temos o que chamamos de fovéolas gástricas (você pode observar no link disponibilizado no Uni Dicas, a seguir) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A glândula gástrica também possui um tipo de célula enteroendócrina, denominada célula G, que secreta o hormônio gastrina. Além disso, o estômago também é constituído por uma camada submucosa, formada por tecido conjuntivo frouxo e uma camada muscular que possui três camadas de músculo liso. 
Você sabe como o seu estômago produz o ácido? Ele produz o ácido clorídrico (HCl) através das glândulas parietais (ou oxínticas), que você pode observar na figura a seguir: Ao se misturar com o ácido estomacal, o bolo alimentar passa a se chamar quimo. 
O quimo, agora, chega à porção inicial do intestino delgado (duodeno) onde continuará o seu processo de digestão. 
Como estão dispostas as células que constituem este órgão? Vamos descrever um pouco da histologia do intestino delgado: o intestino delgado,assim como a maior parte do trato gastrintestinal é formado pelas seguintes camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A camada epitelial da mucosa do intestino delgado possui diversos tipos celulares: absortivas, caliciformes, enteroendócrinas e de Paneth. 
Já a camada submucosa do duodeno, possui glândulas duodenais, “também chamadas de glândulas de Brunner” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1576). 
A camada muscular do intestino delgado é formada por músculo liso, a camada serosa envolve quase totalmente o intestino delgado, com exceção do duodeno (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O intestino delgado também apresenta algumas características morfológicas e celulares diferentes do resto do trato digestivo, como a presença de vilosidades, que correspondem a projeções em forma de “dedos” da mucosa epitelial deste órgão. 
A grande quantidade destas projeções aumenta muito a área de absorção deste órgão! Um pouco mais adiante falaremos destas estruturas. Além destas vilosidades, temos as microvilosidades que correspondem a projeções da membrana apical de células absortivas. 
Posterior ao duodeno encontra-se a veia porta, principal componente do sistema porta hepático. 
É através da veia porta que os nutrientes, provenientes da alimentação, chegarão até o sangue, após o processo de digestão. Esta estrutura também foi destacada na figura a seguir. 
A próxima porção do intestino delgado a ser percorrida pelo quimo é o jejuno (segunda porção do intestino delgado), a interseção entre duodeno e jejuno, após o jejuno, o quimo percorrerá a porção do intestino delgado chamada de íleo. 
As células do epitélio intestinal, também denominadas enterócitos, são células possuidoras de microvilosidades, as quais formam a “borda em escova” deste epitélio. Estas células são cruciais para o aumento da área absortiva deste tecido (GUYTON; HALL, 2017). 
Discutiremos a participação destas células posteriormente. 
Ducto colédoco Margem direita livre do omento menor (ligamento hepatoduodenal) Parte superior (1ª) do duodeno (ampola ou bulbo) (com mucosa lisa) Pregas circulares (de Kerckring) Papila menor do duodeno (inconstante) Ducto colédoco Porção descendente (2ª do duodeno Papila principal do duodeno (de Vater) Prega longitudinal Flexura inferior Ducto pancreático acessório (de Santorini) Ducto pancreático principal (de Wirsung) Cabeça do pâncreas Parte horizontal (3ª) do duodeno Artéria e veia mesentéricas superiores Parte ascendente (4ª) do duodeno Jejuno Flexura duodenojejunal Óstio pilórico Artéria hepática comum Artéria gástrica direita Artéria gastroduodenal Artéria hepática própria Veia porta Flexura superior 
O processo de digestão de macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), bem como a emulsifi cação de gordura, envolvem a participação de enzimas e bile produzidas, respectivamente, por glândulas como pâncreas e fígado. 
Após, as enzimas e a bile são liberadas na porção inicial do intestino delgado. Os processos de digestão destes macronutrientes, bem como a emulsificação de gordura, serão posteriormente discutidos. 
Na figura a seguir você pode ver a estrutura anatômica do pâncreas: 
A fim de tornar um pouco mais clara a relação entre órgãos, como o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas, e a liberação de seus produtos na porção inicial do intestino delgado (duodeno).
Por fim, o quimo segue seu caminho em direção ao intestino grosso onde os restos não absorvíveis da alimentação, juntamente à reabsorção de água, formarão as fezes. 
Antes de falarmos da anatomia e fisiologia do intestino grosso, vamos olhar a sua histologia: Assim como já observado no restante do trato gastrintestinal, o intestino grosso tem as mesmas quatro camadas celulares: mucosa, submucosa, muscular e serosa. 
Na camada mucosa temos a presença de epitélio colunar simples, lâmina própria formada de tecido conjuntivo frouxo e células musculares lisas. 
No epitélio colunar vemos as células absortivas e caliciformes, estas células localizam-se nas “glândulas intestinais ou criptas de Lieberkühn” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1246). 
A camada submucosa possui tecido conjuntivo frouxo e a presença de tecido linfoide, já a camada muscular é formada por musculatura lisa. 
Parte espiral do ducto cístico Ducto hepático direito Ducto hepático esquerdo Ducto hepático comum Parte lisa do ducto cístico Ducto colédoco Ducto pancreático Ampola (de Vater) Infundíbulo (bolsa de Hartmann) da vesícula biliar Colo da vesícula biliar Corpo da vesícula biliar Fundo da vesícula biliar Porção descendente (2ª) do duodeno Óstio glandulares Papila principal do duodeno (de Vater).
Por fim, a camada serosa deste órgão é parte do peritônio (camada de células serosas que recobrem a parede abdominal). 
Agora que observamos a histologia deste órgão, vamos estudar um pouco mais da sua fisiologia, acompanhando como o quimo se movimenta no intestino grosso. 
A propulsão do quimo em direção ao intestino grosso, segue sendo realizada com o auxílio dos movimentos peristálticos. 
Para fins didáticos, o intestino delgado foi removido da figura e assim possibilitar uma melhor visualização do intestino grosso. 
O intestino grosso é formado por quatro estruturas: ceco, cólon, reto e ânus. 
O Ceco corresponde a primeira e mais dilatada das porções do intestino grosso e se comunica com o Tênia livre (tênia liberada) Apêndices epiplóicos Flexura (hepática) direita do colo Íleo (seccionado) Sulco(goteira) paracólico direito Recesso (fossa) retrocecal Apêndice vermiforme Reto Colo sigmóide Mesocolo sigmóide Mesentérico (seccionado e intestino delgado removido) Sulco (goteira) paracólico esquerdo Flexura (esplênica) esquerda do colo Jejuno (seccionado) Mesocolo transverso (elevado sobre o pâncreas) Colo descendente Colo ascendente Colo transverso (elevado) Ceco intestino delgado (íleo) pela válvula ileocecal. O cólon se ramifica em porção ascendente, transverso, descendente e sigmoide. 
As duas últimas estruturas que compõem o intestino grosso são o reto e o ânus. 
A maior parte da absorção de íons e água, que percorrem o nosso tubo digestório, ocorre em nosso intestino grosso. 
Grande parte desta absorção dá-se no cólon (GUYTON; HALL, 2017). Por fim, as fezes serão expulsas pelo ânus, através de estímulos de esfíncteres interno e externo, eventos que serão discutidos posteriormente.
MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
Primeiramente, vamos imaginar que você está se alimentando de algo que gosta, supomos, um prato de macarrão ou uma lasanha, por exemplo! 
Você imagina o quanto de comida você ingere diariamente? 
Bom, sabemos que isso é determinado pelo desejo de alimentar-se o qual chamamos de fome; também sabemos que você prefere determinado tipo de alimento, certo? Isto chamamos de apetite. 
Estes dois mecanismos (fome e apetite) são excelentes sistemas de regulação automática os quais se referem ao contexto de manter o suprimento nutricional necessário ao organismo (GUYTON; HALL, 2017). 
Uma vez que você possua fome e tenha apetite pelo prato de macarrão, precisamos ingerir a comida, para isto necessitaremos do processo de deglutição. 
Este processo pode ser dividido em três partes: um estágio voluntário que inicia o processo de deglutição, denominado fase oral, um estágio faríngeo que, de maneira involuntária se refere à passagem do alimento da faringe ao esôfago e, por último, um outro estágio involuntário que leva o alimento do esôfago ao estômago, denominado fase esofagiana. 
Estes três estágios já foram descritos no tópico anterior. Também, conforme já havíamos comentado anteriormente, o peristaltismo ocorre em todo o sistema digestório e é responsável pela passagem do bolo alimentar ou do quimo pelo tubo digestório. 
Os movimentos peristálticos são extremamente importantes no caminho do alimento por todo o tubo alimentar, estes movimentos não estão relacionados somente ao tubo digestório, mas também ocorrem nos ductos biliares, ductos glandulares, ureteres e uma série de ductos tubulares revestidos por musculatura lisa em nosso organismo(GUYTON; HALL, 2017). 
Esses movimentos peristálticos descritos no esôfago estão diretamente relacionados ao processo de deglutição e, normalmente, uma única onda peristáltica é capaz de conduzir o alimento desde a faringe até o estômago (onda primária). 
Eventualmente, caso algum resto alimentar permaneça no esôfago, será desencadeada uma onda peristáltica secundária. 
Como você deve ter percebido, o alimento segue um sentido único, uma vez que ele é deglutido. 
Mas como ele é impedido de “voltar” do estômago ao esôfago, por exemplo? Isso se deve à presença de estruturas musculares em forma de anéis, chamadas de esfíncteres, que se fecham rapidamente após a passagem do bolo alimentar por estas estruturas
E sobre a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), você já ouviu falar? Afeta bebês e adultos! Aquela sensação de azia, regurgitação, tosse seca e que pode até mesmo ocasionar erosão dentária. 
Não ouviu falar? Essa doença pode ser ocasionada justamente por uma incompetência do esfíncter esofágico inferior, a de contrair-se fazendo com que o suco gástrico do estômago (que abordaremos adiante) possa retornar ao esôfago e, como suas paredes não são protegidas da ação do ácido estomacal, ocasionar lesão da mucosa esofágica.
Algumas destas funções do estômago, principalmente aquelas que se referem à secreção e ação bioquímica de diversos componentes, iremos abordar, futuramente, no decorrer de nosso Livro Didático, no presente momento focaremos nas funções fisiológicas realizadas por este órgão. 
Uma vez que o alimento entre no estômago, ocorrerá um processo de contrações peristálticas neste órgão também, o que, além de facilitar a mistura do alimento com as secreções estomacais, irá auxiliar no esvaziamento do estômago. 
Este órgão, apesar de quando em repouso, ser de tamanho pequeno (50ml), é capaz de armazenar até 1,5L de alimento em uma única refeição. Vale ressaltar que durante o jejum, as paredes do estômago se encontram colabadas (unidas) e este possui uma atividade motora estreitamente coordenada com o intestino, o que leva a um padrão de atividade elétrica contrátil, como ondas que se propagam pelo estômago e intestino delgado, chamadas complexos miolétricos interdigestivos. 
Muitas vezes você já disse ter sentido dor “de fome” no estômago, não é verdade? Isto realmente pode acontecer, pois, no estômago, além dos movimentos peristálticos que já citamos — e que ocorrem em todo o sistema digestório —, um outro tipo de contração intensa também pode ocorrer: a chamada contração de fome, que ocorre, geralmente, quando o estômago fica vazio por muito tempo (várias horas) (GUYTON; HALL, 2017). 
Estas contrações são peristálticas rítmicas e ocorrem no corpo do estômago. Normalmente estas contrações são mais intensas em indivíduos jovens, sadios e com tônus gastrointestinal elevado e podem aumentar quando a pessoa apresenta níveis glicêmicos (açúcar sanguíneo) abaixo dos valores normais. Algumas vezes, nestas contrações, a pessoa apresenta leve a moderada dor epigástrica, denominadas pontadas de fome. 
Estas pontadas não são observadas entre 12 a 24 horas após o indivíduo se alimentar, só sendo verificadas em períodos de jejum (GUYTON; HALL, 2017). Agora você deve estar imaginando, “pronto, o estômago com seu pH extremamente ácido inicia o processo de digestão do quimo”, certo? Errado! 
A digestão do quimo no estômago é quase nula, pois, para que ocorra o processo de digestão, necessitaremos da participação de várias enzimas que serão discutidas adiante. 
Entretanto, vale ressaltar que enzimas, com raras exceções, somente são ativas em pH ideal, ou seja, em pH próximo da neutralidade, o que não ocorre no estômago. 
Assim, apenas uma pequena parte do processo digestivo ocorrerá no estômago (FOX, 2007). Podemos considerar como uma exceção o pepsinogênio — forma inativa de enzima pepsina — que será ativado justamente em meio ácido e, assim, iniciará o processo de digestão proteica (FOX, 2007), este processo será abordado futuramente. Vamos continuar acompanhando o processo de chegada do quimo ao intestino. Para isso, faz-se necessário o esvaziamento do estômago e, novamente, as contrações peristálticas serão responsáveis por este processo, principalmente com estas contrações peristálticas acontecendo no antro gástrico. 
A velocidade de esvaziamento gástrico pode acontecer em graus variados, pois é dependente da resistência da passagem do quimo pelo piloro (GUYTON; HALL, 2017). 
Didaticamente, podemos dividir o estômago em duas porções a fim de entender mais claramente o processo de esvaziamento gástrico: a porção proximal e assim chamada por ser de localização mais craniana e a porção distal que possui localização mais distante da boca. 
O esfíncter esofágico inferior (EEI) e a cárdia (região que circunda o EEI) possuem importantes funções neste processo. Quando ambos relaxam, ocorre a entrada do alimento no estômago, já a parte proximal do estômago, ou seja, o fundo e o corpo, são capazes de promover lentas variações de tônus, o que permite que estas regiões recebam e armazenem o alimento, sendo assim, capazes de misturá-lo com o suco gástrico possibilitando direcionar o alimento ao piloro (BERNE; LEVY, 2009). 
Desta forma, a geração de tônus no que denominamos região proximal do estômago é muito importante no processo de esvaziamento gástrico, pois baixo tônus nessa região determina baixa pressão intragástrica e, consequentemente, redução na velocidade de esvaziamento gástrico (BERNE; LEVY, 2009). 
A porção distal do estômago atua de maneira muito importante, tanto ao misturar o conteúdo gástrico, quanto para gerar a propulsão deste conteúdo pelo piloro em direção ao duodeno. 
As contrações peristálticas iniciam-se pelo meio do estômago e se direcionam em relação ao piloro e são fundamentais para o esvaziamento gástrico. 
O esfíncter pilórico é a junção do estômago com o duodeno (junção gastroduodenal). Esta região é uma área de alta pressão e de extrema importância para a regulação do esvaziamento gástrico. 
Como será que o esvaziamento do estômago é regulado? Existem fatores que regulam e orientam este esvaziamento do quimo em direção ao intestino? Como isso ocorre? Vamos ver como esse processo se dá, detalhadamente. Primeiramente, é sabido que a velocidade e a intensidade com que ocorre o esvaziamento do conteúdo estomacal é regulada por sinais provenientes tanto do duodeno quanto do estômago, entretanto, devemos ressaltar que os sinais provenientes do duodeno são bem mais fortes e, consequentemente, controlam de maneira mais efetiva a velocidade com que o quimo pode ser absorvido e digerido no intestino delgado (duodeno) (GUYTON; HALL, 2017). 
Podemos citar, entre os fatores gástricos que promovem o esvaziamento, o efeito do volume alimentar gástrico e o efeito do hormônio gastrina (secretado pelo estômago) neste processo. Já com relação aos fatores duodenais associados ao esvaziamento gástrico, podemos citar os efeitos inibitórios dos reflexos enterogástricos que possuem origem duodenal. Além destes, também podemos citar o feedback hormonal do duodeno, associado às gorduras (lipídios) e ao hormônio colecistocinina (CCK), estes mecanismos serão abordados mais claramente posteriormente. 
Pronto! Finalmente o estômago esvaziou o seu conteúdo (quimo) no intestino delgado e assim será continuado o processo de digestão. 
Vale lembrar que a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado, logo, esta estrutura é fundamental à nossa vida. Embora seja possível a ocorrência de ressecções em parte do intestino delgado, cirurgias que comprometem drasticamente a área de absorção deste órgão são incompatíveis com a vida. 
O intestino delgado é composto por três partes: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno possui localização retroperitoneal, ou seja, encontra-se atrás do peritônio, enquanto o jejuno e o íleo são estruturas envoltas pelo peritônio e encontram-se presas pelo mesentério, a porção posterior do abdome. 
O comprimento do intestino delgado é de aproximadamente 3m no indivíduovivo, mudando para aproximadamente 6m após a morte, em função da perda do tônus da musculatura lisa (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Uma vez que o quimo chegou ao intestino delgado, ele deve seguir seu caminho em direção ao intestino grosso para posterior eliminação dos restos não absorvíveis (fezes). 
Os movimentos peristálticos, assim como no restante do tubo digestório, seguem no intestino delgado, o quimo é impulsionado no intestino delgado por meio de ondas peristálticas que ocorrem em qualquer parte desta porção do intestino, e são ondas que se movem a velocidades lentas entre 0,5 a 2cm/s (GUYTON; HALL, 2017). Estas ondas peristálticas são fracas e costumam cessar depois de percorrer uma distância de 3 a 5cm. Isto faz com que o quimo demore muito tempo para percorrer o intestino delgado, logo, o tempo necessário para o quimo percorrer todo o intestino delgado, ou seja, do piloro até a válvula ileocecal e entrar no intestino grosso, é de 3 a 5h (GUYTON; HALL, 2017).
ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
As figuras a seguir nos demonstram, de maneira geral, a organização do sistema reprodutor feminino. 
As estruturas destacadas serão explicadas no decorrer do texto. 
ÚTERO, VAGINA E ESTRUTURAS DE SUSTENTAÇÃO
No corte frontal do sistema reprodutor feminino, demonstrado na Figura, podemos observar a tuba uterina (trompas de Falópio) e o ovário. 
A representação da figura demonstra apenas uma trompa e um ovário, mas estes órgãos são em número par (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Os ovários correspondem às gônadas femininas. São glândulas que se assemelham em tamanho e forma a amêndoas sem a casca e localizam-se uma de cada lado do útero. 
As tubas uterinas, também denominadas trompas de Falópio, se localizam lateralmente ao útero, em posição superior aos ovários e possuem um comprimento aproximado de 10cm. No corte sagital, evidenciado na figura a seguir, destacamos o útero e a vagina como componentes do sistema reprodutor feminino.
O útero, que se situa entre a bexiga e o reto, possui o tamanho aproximado de 7,5cm de comprimento por 5cm de largura e 2,5cm de espessura, sendo este um tamanho aproximado, pois o mesmo pode variar em mulheres que nunca ficaram grávidas, mulheres que ficaram grávidas recentemente e também pode se encontrar reduzido em mulheres que estão na menopausa (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O útero é revestido por três camadas teciduais: o perimétrio (ou camada serosa) é a camada mais externa, o miométrio, camada intermediária é constituído por fibras musculares e a camada interna é denominada endométrio, formada por células secretoras e tecido conjuntivo, além de ser altamente vascularizado.
A vagina é constituída de tecido fibromuscular, revestido por mucosa, medindo cerca de 10cm de comprimento, compreendendo o espaço localizado entre o meio externo e o colo do útero. Este órgão irá receber o pênis durante o ato sexual, além de permitir a passagem do fluxo menstrual e saída do feto no momento do parto (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Os demais componentes deste sistema são: a vulva, o períneo e as mamas, que contém as glândulas mamárias; todos estes componentes serão abordados individualmente ao longo deste tópico.
ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
As figuras a seguir se relacionam ao sistema reprodutor masculino. Estas estruturas serão abordadas no decorrer do texto.
Os órgãos do sistema reprodutor masculino correspondem aos testículos, ou seja, as gônadas masculinas, além de um sistema de ductos, formado por diferentes estruturas que veremos no decorrer deste tópico, glândulas sexuais acessórias e estruturas de apoio entre as quais se incluem o pênis e o escroto. Vamos estudar cada uma destas estruturas detalhadamente? O escroto, ou saco escrotal, corresponde a uma estrutura de sustentação dos testículos. Essa bolsa pende da raiz do pênis e é formada por pele frouxa e por tecido subcutâneo. Os testículos são glândulas de aspecto oval alojadas dentro do escroto; estas glândulas possuem, aproximadamente, 5cm de comprimento e cerca de 2,5cm de diâmetro (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Nos testículos, temos a presença dos ductos seminíferos contorcidos, onde, de maneira mais específi ca, acontecerá a produção dos espermatozoides. Estes ductos contorcidos convergem para a porção mediana do testículo, onde se juntam aos ductos seminíferos retos, formando uma verdadeira rede de ductos (rede testicular), localizadas na porção mediana deste órgão. 
A seguir, estes túbulos seminíferos retos desembocam em cerca de 10 a 15 dúctulos eferentes, chegando até a cauda do epidídimo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O epidídimo é uma estrutura em formato retorcido, com cerca de 4cm de comprimento, localizando-se posteriormente a cada testículo. 
Sua estrutura Fáscia superfi cial do escroto (dartos) Fáscia espermática externa Músculos e fáscias cremastéricos Epidídimo Lâmina parietal da túnica vaginal Fáscia espermática interna Pele do escroto Testículo (recoberto por lâmina visceral da túnica vaginal) .
O ducto deferente, localizado na porção final da cauda do epidídimo, possui como característica macroscópica ser menos contorcido que o epidídimo, além de possuir um diâmetro ligeiramente maior. Esta estrutura possui aproximadamente 45cm de comprimento e tem a função de “conduzir os espermatozoides produzidos durante a excitação sexual para a uretra realizando peristaltismo”, pois é revestido por camada muscular (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1434). 
A seguir você pode observar, em destaque, as partes componentes da uretra masculina: é formada pelas porções denominadas cabeça, corpo e cauda do epidídimo; em sua extremidade distal esta estrutura projeta-se com o nome de ducto deferente (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A produção de espermatozoides e a manutenção destes, até o processo ejaculatório, envolve não somente a participação das estruturas anatômicas citadas, mas também de uma série de glândulas sexuais acessórias, as quais descreveremos agora. 
Músculo esfincter interno da uretra Próstata Músculo esfincter externo da uretra Bulbo do pênis Corpo cavernoso Túnica albugínea Túnica albugínea Artéria profunda do pênis Septo da fáscia (profunda) do pênis (de Buck) Lacunas uretrais (de Morgagni) e glândulas uretrais (de Litt ré) Lacuna uretral magna (inconstante) Fossa navicular da uretra Glande do pênis Óstio externo da uretra Parte no corpo do pênis Parte no bulbo do pênis Parte membranácea da uretra Parte prostática da uretra Parte intramural da uretra Parte esponjosa da uretra Corpo esponjoso As glândulas seminais, ou vesículas seminais, localizadas na base da bexiga, são em número par e possuem cerca de 5cm de comprimento, sendo capazes de secretar um líquido viscoso de característica alcalina, rico em diversos componentes, como, por exemplo, a frutose, possuindo o objetivo de manter a viabilidade e motilidade dos espermatozoides (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A próstata, uma glândula de formato anelado, “medindo aproximadamente 4cm de largura, 3cm de altura e 2cm de profundidade, localiza-se abaixo da bexiga, circulando a porção denominada prostática da uretra” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1437). 
Assim como as glândulas seminais, a próstata secreta um líquido de característica leitosa e com pH em torno de 6,5 (característica ácida), possuindo, esse líquido, uma série de substâncias que, também, visam a manutenção da viabilidade e motilidade dos espermatozoides. 
As glândulas bulbouretrais, também denominadas glândulas de Cowper, localizam-se uma em cada lado da uretra e, durante a excitação sexual, possuem a finalidade de secretar uma substância de característica básica que tem por objetivo neutralizar os ácidos presentes na uretra em função da passagem de urina e, desta forma, proteger os espermatozoides. 
Além de secretar esta substância alcalina, estas glândulas também secretam muco e assim visam a lubrificação da extremidade peniana e da uretra, protegendo e reduzindo o dano ao espermatozoide durante a sua passagem pela uretra.
EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININOE como ocorre esta transmissão gênica? Em que momento possuímos essa “habilidade”? Nas próximas páginas iremos esclarecer cada uma destas questões, fazendo com que entendamos um pouco mais sobre a formação, manutenção e proliferação da vida. 
A reprodução sexuada permite que genes de indivíduos diferentes sejam “misturados” de maneira aleatória, gerando um novo indivíduo com características diferentes das de seus ancestrais. Essa “mistura” de genes permite a inserção de uma enorme variabilidade genética dentro de uma população. 
Na reprodução sexuada, a presença de células germinativas ou gametas (óvulo e espermatozoide) têm sua origem nas gônadas sexuais, ou seja, os ovários no sexo feminino e nos testículos no sexo masculino. 
As células germinativas maduras possuem a metade do número total de cromossomos da espécie, ou seja, são células haploides (n) que, ao se unirem, formam uma célula com um conjunto diploide de cromossomos (2n). Uma célula n carrega 23 cromossomos, logo, uma célula 2n possui o número total de 46 cromossomos (OSÓRIO; ROBINSON, 2013). O processo de geração de uma célula 2n é chamado de fertilização, formando a célula ovo ou zigoto. 
O crescimento do zigoto até a formação do feto e seu nascimento, dá-se por sucessivas divisões mitóticas. A seguir, a figura do genoma humano de um indivíduo do sexo masculino (a) e do sexo feminino (b); estes indivíduos possuem 22 pares de cromossomos autossômicos e um par de cromossomos sexuais, que os permite diferenciar em indivíduos do sexo masculino ou feminino (OSÓRIO; ROBINSON, 2013).
Após a fertilização, tanto as gônadas masculinas quanto as gônadas femininas apresentam-se de maneira semelhante até, aproximadamente, os 40 primeiros dias do desenvolvimento. 
Até este período, as estruturas que irão dar origem às gônadas sexuais possuem capacidade de se diferenciarem tanto em testículos quanto ovários. O fator determinante para que ocorra a conversão destas estruturas primárias em testículos é denominado fator determinador de testículos (FDT). 
A formação da genitália externa e dos órgãos sexuais secundários dá-se a partir de ductos embrionários presentes durante o desenvolvimento do embrião. 
Os ductos mesonéfricos (de Wolff ) darão origem aos órgãos sexuais secundários masculinos. Já os ductos paramesonéfricos (de Müller) darão origem aos órgãos sexuais secundários femininos A genitália externa de ambos os sexos é idêntica durante as seis primeiras semanas de desenvolvimento fetal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O folículo de Graaf segue seu processo de desenvolvimento e o ovócito primário que está contido nele termina a sua primeira divisão mitótica que estava estacionada desde a vida intrauterina. 
As duas células provenientes desta divisão meiótica são chamadas de ovócito secundário e corpúsculo polar. Porém, nesta divisão, o ovócito secundário recebe praticamente todo o citoplasma oriundo do ovócito primário e o corpúsculo polar resulta em uma célula pequena e não funcional. 
O recebimento do citoplasma pelo ovócito secundário é importante, pois ele é rico em nutrientes. 
Esta divisão aparentemente desigual é fundamental caso ocorra o processo de fertilização, pois, ao receber quase todo o conteúdo citoplasmático, o óvulo se torna apto a tornar-se um embrião viável devido ao conteúdo nutricional contido nele. 
ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO E REPRODUTOR 
O ovócito secundário segue seu processo de divisão, porém, ela também é interrompida e só será completada por um ovócito que tenha sido fecundado. Este ovócito fica contido em um folículo de Graaf (FOX, 2007). As células que constituem a camada granulosa deste folículo formam um anel ao redor do ovócito denominado coroa radiada. 
Entre a coroa radiada e o ovócito secundário, podemos observar uma camada formada por proteínas e polissacarídeos chamada de zona pelúcida. Esta estrutura é extremamente importante, pois ela forma uma barreira para a fertilização do ovócito pelo espermatozoide pois é ela que impede, como uma barreira, o espermatozoide de fertilizar o ovócito
A função das gônadas sexuais humanas é finamente regulada por hormônios sintetizados tanto localmente quanto ao nível do Sistema Nervoso Central (SNC); a produção e liberação destes hormônios determinam, não somente as funções gonadais relacionadas à produção de gametas, como também a maturação sexual do indivíduo. Alguns dos hormônios secretados pelo SNC, no que se refere a sua função local, junto ao sistema reprodutor, bem como hormônios produzidos localmente, serão abordados posteriormente neste tópico. 
Os demais hormônios secretados pelo SNC e que possuem ação local (junto ao SNC), mas que participam da maturação sexual, serão abordados no decorrer da próxima unidade. 
A resposta sexual humana fundamental para o processo reprodutivo ocorre em ambos os sexos de maneira semelhante e pode ser dividida em 4 fases: a fase de excitação, a fase de platô, o orgasmo e a fase de resolução. Nos homens podemos encontrar uma quinta fase, denominada de período refratário, na qual o homem pode ter a presença de ereção, entretanto, não é capaz de ejacular (FOX, 2007). 
A fim de entendermos como se dá o processo de fecundação e formação do embrião, iremos direcionar o nosso estudo à fisiologia reprodutiva humana, iniciando pela fisiologia reprodutiva feminina. 
Após a maturação sexual da mulher, que acontece durante a puberdade, ocorrerá a liberação de um gameta feminino em cada período de 28 dias, para possível fecundação. 
Diferentemente da produção de espermatozoides no homem, a qual acontece de maneira contínua, a liberação do óvulo (gameta) pelo ovário acontece de maneira cíclica (WIDMAIER, 2013). 
Ao nascer, a mulher possui em seus ovários um total aproximado de 2 a 4 milhões de ovócitos secundários. Este número é variável para cada mulher, entretanto é fixo, ou seja, não ocorre a formação de nenhum novo gameta posterior ao nascimento (WIDMAIER, 2013). 
Contudo, apenas alguns destes ovócitos sofrerão processo de ovulação, o que resulta em um número aproximado de 400 óvulos, durante a vida reprodutiva da mulher. Todos os demais óvulos passarão por um processo de degeneração, o que ocorre com a idade de, aproximadamente, 50 anos, quando a mulher inicia o processo de menopausa (WIDMAIER, 2013). 
Esta hipótese poderia justificar as alterações cromossômicas mais comumente observadas em crianças que nascem de mulheres com idade avançada, propondo que estas alterações sejam provenientes do envelhecimento deste óvulo. 
Com base nestas informações iniciais, vamos começar a entender o ciclo ovariano: Durante o período embrionário (em torno do quinto mês gestacional), as células germinativas, que migram em direção aos ovários, multiplicam-se e dão origem às ovogônias, as quais são células germinativas primitivas (2n). Grande parte destas células sofre morte celular programada (apoptose) durante o período pré-natal. 
A produção de novas ovogônias se mantém restrita a essa fase da vida. Estas células denominadas ovogônias irão se desenvolver em ovócitos primários; estas iniciam um processo de divisão meiótica, mas o interrompem em algum momento, ficando em um estado denominado parada meiótica. Estas células possuem 46 cromossomos (2n) (WIDMAIER, 2013). 
A parada meiótica será mantida até a entrada da menina na puberdade. Nesta fase da vida sexual no sexo feminino, os ovócitos primários retomam o seu processo de divisão celular. Nos ovários, os ovócitos primários encontram-se em estruturas conhecidas como folículos primários. 
Esta estrutura folicular é formada por um ovócito primário circundado por um conjunto de células dispostas em uma única camada. Essas células recebem o nome de células granulomatosas (WIDMAIER, 2013).
Fase folicular Esta fase ocorre logo após a menstruação (que dura em média de 4 a 5 dias), estende-se por aproximadamente 13 dias e, logo, corresponde aos primeiros 13 dias desse ciclo. 
Este período é variável, visto que algumas mulheres podem apresentar variabilidade em seu ciclo menstrual. Nesta fase, algunsdos folículos primários crescem e tornam-se folículos secundários; próximo ao final desta fase, um folículo de um ovário torna-se maduro se diferenciando em folículo de Graaf, conforme discutido anteriormente. 
Durante o crescimento deste folículo maduro, as células da camada granulosa secretam quantidades cada vez maiores de estradiol (um hormônio estrogênico), fazendo com que este hormônio atinja sua concentração máxima sanguínea por volta do 12º dia do ciclo, ou seja, aproximadamente 2 dias antes da ovulação. 
Tanto o crescimento dos folículos quanto a secreção de estradiol são estimulados pela liberação do hormônio FSH pela hipófise anterior. Este aumento da produção de FSH e do estradiol, produzido pelas células da camada granulosa folicular, promovem o aumento da produção de receptores de hormônio luteinizantes (LH), também pela hipófise anterior. Este evento é muito importante para a preparação do folículo de Graaf para os próximos eventos do ciclo menstrual (FOX, 2007). Este aumento de hormônio LH, produzido pela hipófise, promove o que chamamos de “onda de LH” que acontece nas 24 horas anteriores à ovulação e possui seu pico máximo em aproximadamente 16 horas antes da ovulação. É justamente este aumento súbito de LH que desencadeia a ovulação (FOX, 2007). 
Fase ovulatória 
O folículo de Graaf maduro, recebendo a estimulação do FSH, aumenta significativamente o seu tamanho, implantando-se na superfície do ovário. Este crescimento é estimulado também pela produção local de estradiol (pelas células granulosas foliculares), contribui para a “onda de LH” por volta do 13º dia do ciclo menstrual, rompendo as paredes do folículo por volta do 14º dia. 
O ovócito secundário é liberado pelo ovário e levado por ação dos cílios (fímbrias) para dentro da tuba uterina; este ovócito ainda se encontra protegido pela coroa radiada e pela zona pelúcida. Fluindo pela tuba uterina o ovócito secundário chega ao útero. Assim, podemos dizer que a ovulação ocorre em função de flutuações hormonais dos hormônios FSH e LH que agem sobre o folículo de Graaf, sendo que estas flutuações hormonais ficam bastante evidentes ao observarmos a figura referente ao ciclo menstrual da mulher. Fase lútea Uma vez que ocorra a ovulação, o folículo vazio sofre estimulação pelo LH a tornar-se corpo lúteo. Como já citado, esta estrutura secreta estradiol e, em maior quantidade, progesterona, o qual possui níveis mínimos antes da ovulação, elevando-se rapidamente durante a fase lútea (o que acontece uma semana após a ocorrência da ovulação). 
A combinação de níveis aumentados de ambos os hormônios, progesterona e estradiol durante esta fase, parece exercer um controle inibidor (retroalimentação negativa) a nível de hipófise, inibindo a liberação de FSH e LH. Durante este período, e devido a este controle, não ocorre o desenvolvimento e maturação de outros folículos. 
Entretanto, próximo ao 22º dia do ciclo menstrual, quando caem os níveis de estradiol e progesterona, uma vez que o corpo lúteo regride, novos folículos passam a se desenvolver, preparando o organismo para um novo ciclo. Por volta do 28º dia do ciclo menstrual, os níveis de estradiol e progesterona estão baixos, uma vez que o corpo lúteo já não se encontra funcional e inicia-se a menstruação. O período menstrual dura em torno de 4 a 5 dias e os hormônios esteroides ovarianos (estradiol e progesterona) estão em seus níveis mais baixos.
Fase secretora 
Ocorre durante a fase lútea. O aumento da produção de progesterona pelo corpo lúteo promove o desenvolvimento de glândulas uterinas. Nesta fase também ocorre o crescimento endometrial em espessura, o qual torna-se ricamente vascularizado. 
Fase menstrual 
Ocorre durante a queda da secreção dos hormônios estradiol e progesterona, com o declínio da função do corpo lúteo. Verifi ca-se a necrose (morte celular) e o descolamento do endométrio da parede uterina. Então, onde ocorre a fertilização? Ou seja, a união do óvulo com o espermatozoide? A fertilização ocorre normalmente na tuba uterina, até 24 horas após a ovulação. Após a fertilização o zigoto é implantado no útero e ali irá se desenvolver. O útero também é parte do trajeto dos espermatozoides que são liberados na vagina durante o ato sexual e irão se deslocar até as tubas uterinas.
Diferentemente do sistema reprodutor feminino, que possui um número determinado de óvulos que sofrerão maturação durante a vida reprodutiva da mulher, o sexo masculino gera gametas continuamente, capazes de fecundar o óvulo. Pequenas alterações na produção e liberação de hormônios sexuais masculinos (androgênios), entre os quais a testosterona é verificada em homens após os 50 anos de idade, entretanto, essas pequenas flutuações, que ocorrem em graus variados são insuficientes para impedir, normalmente, o homem de continuar fértil. Vamos entender um pouco mais da formação dos gametas masculinos, analisando o mecanismo da espermatogênese. Na figura a seguir, temos um desenho esquemático da espermatogênese:
testículos, durante o desenvolvimento do embrião, tornam-se células denominadas espermatogônias, as quais localizam-se na região mais externa dos túbulos seminíferos. 
Como demonstrado na figura anterior, estas células são 2n, ou seja, possuem o número total de cromossomos da espécie (46 cromossomos). 
Estas células sofrerão divisões meióticas (primeira e segunda divisão meiótica) que darão origem às células n, denominadas espermátides, as quais contém a metade dos cromossomos da espécie (23 cromossomos). O processo final de formação dos espermatozoides ocorre na camada mais profunda dos túbulos seminíferos, onde as espermátides sofrem processo de maturação dando origem aos espermatozoides (FOX, 2007). Este processo envolve a participação de células específi cas denominadas células de Sertoli e será discutido posteriormente.
Um fato importante na espermatogênese é que as espermatogônias que migram do saco vitelino para os testículos possuem características de células tronco, ou seja, são capazes de sofrer divisão mitótica dando origem a células idênticas! 
Assim, somente cerca de 1.000 a 2.000 espermatogônias migram para os testículos e esse número é sufi ciente para produzir milhões de espermatozoides pelo homem, durante toda a vida.
Devido a esta disposição e função de barreira, estas células impedem que substâncias presentes no sangue sejam capazes de atravessar a barreira e assim chegar às células germinativas. Isto é extremamente importante, pois, assim, o sistema imune não se torna sensibilizado aos antígenos dos espermatozoides em maturação e impede a destruição destes por anticorpos. 
As células de Sertoli e os tubos seminíferos possuem um contato íntimo, sendo difícil dizer onde termina o citoplasma das células de Sertoli e onde começa o citoplasma das células germinativas.
Outra importante função das células de Sertoli é a secreção de uma proteína denominada Proteína Ligante de Androgênio (ABP — do inglês) para o interior dos túbulos seminíferos. 
A função desta proteína é ligar-se à testosterona e “sequestrá-la” para o interior dos túbulos. As células de Sertoli também são capazes de mediar o efeito do hormônio FSH, o que faz com que qualquer ação desse hormônio sobre os túbulos tenha que, necessariamente, ser mediada por estas células. 
Entre os efeitos promovidos pelo FSH, podemos citar a maturação das espermátides em espermatozoides. Outro tipo celular encontrado no interstício dos túbulos seminíferos são as células de Leydig. 
Estas células são responsáveis pela secreção do principal hormônio androgênio masculino: a testosterona. Este androgênio relaciona-se diretamente com o desenvolvimento das características sexuais masculinas, participa da maturação dos espermatozoides e é responsável pela libido, ou seja, o desejo sexual.
O controle hormonal envolvido na produção de hormônios necessários ao processo de maturação sexual masculina é, assim como no sexo feminino, complexo e envolve mecanismos de autorregulação. 
Assim como citado na fisiologia do sistema reprodutor feminino,estes mecanismos hormonais serão discutidos na próxima unidade. Para que a ocorrência do ato sexual seja consumada e ocorra a liberação dos espermatozoides no interior da vagina, é necessária a ocorrência dos processos de ereção e ejaculação. 
O exame que avalia a qualidade do sêmen é denominado espermograma. Este exame é normalmente solicitado para a avaliação da qualidade do sêmen produzido pelo homem e sua alteração pode indicar dificuldades de reprodução do casal ou alterações testiculares.
Por fim, podemos verificar que a estrutura social e os papéis de homens e mulheres no controle da natalidade vêm mudando ao longo das décadas. Antigamente este controle era designado à mulher. 
Atualmente, vemos ainda uma mudança tímida, mas que tem aumentado, na participação ativa dos homens neste controle de natalidade. Uma das formas de controle de natalidade que os homens têm aderido é a vasectomia. 
Apesar de vários mitos, esse é um procedimento simples, seguro e efetivo a curto e a longo prazo.
ANATOMIA DO SISTEMA ENDÓCRINO 
O sistema respiratório tem como função a troca gasosa e o controle a curto prazo do pH sanguíneo; o sistema reprodutor capacita a procriação, manutenção da espécie, além de diferenciar os caracteres sexuais; o renal realiza o balanço hidroeletrolítico e controle a longo prazo do pH sanguíneo. 
Esses exemplos citados nos dão a percepção que o organismo humano está organizado em diversos sistemas orgânicos, sendo que cada um deles executa ou exerce uma tarefa específica. 
Neste contexto, destacamos o sistema nervoso e o endócrino que, em cooperação, controlam e regulam os demais sistemas corporais (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016). 
Tanto o sistema nervoso quanto o endócrino diferem dos demais sistemas corporais, pois, ambos não são compartimentados ou localizados em um segmento anatômico específico do corpo, mas suas estruturas estão distribuídas ao longo de vários segmentos. 
A similaridade entre os dois sistemas não está relacionada apenas na topografia anatômica, mas sim, em componentes, devido ao fato de ambos compartilharem estruturas anatômicas e mecanismos fisiológicos para um único objetivo: manter as condições constantes do meio interno do organismo, a homeostase (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Ela ilustra a distribuição das glândulas endócrinas ao logo dos segmentos corporais e as nomeia. 
A partir disso, podemos conhecer a localização e a nomenclatura anatômica oficial destes componentes (DEE UNGLAUB, 2010). 
DISTRIBUIÇÃO DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Observando a Figura acima, é possível identificar que as glândulas endócrinas estão distribuídas ao longo dos segmentos corporais: cabeça, pescoço, tórax, abdômen e pelve. Não há glândulas endócrinas nos membros superiores ou inferiores. 
Há particularidades, como é o caso dos testículos, que são glândulas extracorpóreas; a pele, que é o maior órgão do corpo humano e já foi descrita como secretora de hormônios; por fim, a placenta, elemento responsável pela secreção de hormônios, que irão sinalizar ao organismo feminino que ela está grávida, para que inicie as adaptações necessárias para o período gestacional (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
HORMÔNIOS E SUAS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS 
Possivelmente você já ouviu falar na palavra hormônio em algum momento, mas, geralmente, há dificuldades de definir esse termo. Hormônios são moléculas químicas produzidas por glândulas do nosso organismo que tem a função de sinalizar qual ação ou função deverá ser realizada por uma célula, tecido ou órgão. Eles diferem dos demais elementos secretados — entenda secretado como liberado — pelo nosso organismo com a finalidade de manter uma determinada condição, por exemplo, as lágrimas que mantém a mucosa ocular lubrificada e limpa (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Possuímos três tipos de glândulas em nosso organismo: glândulas endócrinas, exócrinas e mistas. 
Toda glândula endócrina é formada de células produtoras e secretoras de moléculas químicas, as quais tem a capacidade de sinalizar algo a um tecido ou célula, por exemplo, a tireoide. Já as glândulas exócrinas são constituídas por células produtoras de moléculas químicas que não são sinalizadoras, mas de manutenção de um meio, como é o caso das glândulas sudoríparas presentes na pele.
As secreções das glândulas exócrinas entram em ductos, a partir dos quais saem do corpo ou, conforme ilustrado, conectam-se ao lúmen de uma estrutura, como o intestino ou à superfície da pele. Por outro lado, as glândulas endócrinas secretam hormônios que entram no líquido intersticial e sofrem difusão na corrente sanguínea, a partir da qual podem alcançar células-alvo distantes (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017). 
Os hormônios são transportados pelo sistema circulatório e, assim, podem atingir os diversos sistemas que compõem o nosso corpo, como é o caso do hormônio do crescimento, secretado pela hipófise e que estimula o crescimento e a multiplicação celular. Essa forma de disseminação permite que a ação possa ser distante da glândula endócrina produtora, atingindo todas as células do organismo e desencadeando diversas reações celulares, como é o caso da tireoide. 
Ações hormonais também podem ocorrer em células alvo, vizinhas às secretoras dos hormônios, ação parácrina, ou mesmo sobre a própria célula, ação autócrina, sendo que ambas ocorrem quando o hormônio é liberado no líquido extracelular.
Neurônios Embora os neurônios variem enormemente de forma e tamanho, cada neurônio tem tipicamente um soma ou corpo celular, que é responsável pela manutenção metabólica da célula e de onde se originam vários prolongamentos finos. Existem 2 tipos principais de prolongamentos: 1 Dendritos e 2 Axônios (A maioria dos neurônios possui múltiplos dendritos e um único axônio). (1) Dendritos: Geralmente ramificados, projetam-se do corpo celular e servem como superfície receptora que traz os sinais de outros neurônios para o corpo celular. Os neurônios com uma árvore dendrítica extensa e complexa recebem comumente muitos impulsos aferentes. (2) Axônios: Prolongamentos especializados que conduzem os sinais do corpo celular. Os axônios de algumas células nervosas podem estender-se a distâncias surpreendentemente longas. No seu término, cada axônio pode dividir-se em numerosos ramos, permitindo que seus sinais sejam enviados simultaneamente para muitos outros neurônios, para glândulas ou 16para fibras musculares. Assim, os sinais são transmitidos de uma célula para outra ao longo dos axônios, e destes para os dendritos da célula seguinte, aos quais se ligam através de uma junção chamada de sinapse. Funcionalmente os neurônios são classificados em 3 tipos: (1) Neurônios sensoriais – tem a capacidade de transformar em certos aspectos da energia física e química que os circunda (existentes no organismo (ex: nível de oxigênio sanguíneo; posição de uma articulação; orientação da cabeça) e no ambiente (ex: som, luz, pressão, sinais químicos) em sinais elétricos ou impulsos nervosos. Os axônios desses neurônios formam os nervos sensitivos que conduzem as informações do meio interno do corpo e do meio externo ao SNC. (2) Interneurônios – conectam outros neurônios dentro do SNC. (3) Neurônios motores – conduzem sinais do SNC aos órgãos efetores, causando contração de músculos ou secreção de células glandulares. Toda e qualquer informação somente pode ser transmitida, processada, interpretada ou avaliada após sua codificação em impulsos nervosos. Um impulso nervoso é a transmissão de um sinal codificado de um estímulo dado ao longo da membrana do neurônio, a partir de seu ponto de aplicação. A origem desse ponto de aplicação pode ser tanto um neurônio sensorial ou um neurônio do SNC enviando uma ―ordem em ‖ direção aos músculos ou às glândulas do corpo. Os impulsos nervosos podem passar de uma célula a outra, criando assim uma cadeia de informação dentro de uma rede de neurônios. Dois tipos de fenômenos estão envolvidos no processamento do impulso nervoso: os elétricos e os químicos. Os eventos elétricos propagam o sinal dentro de um neurônio,e os eventos químicos transmitem o sinal de neurônio a outro ou para uma célula muscular. O processo Enfermagem – Cuidados a Pessoa com Doença Crônica CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 15 químico de interação entre os neurônios e entre os neurônios e células efetoras acontecem na terminação do neurônio, em uma estrutura chamada sinapse. Aproximando-se do dendrito de outra célula (mas sem continuidade material entre ambas as células), o axônio libera substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que ligam-se aos receptores químicos do neurônio seguinte e promove mudanças excitatórias ou inibitórias em sua membrana. Impulso nervoso. O impulso nervoso ou potencial de ação ocorre em razão de alterações no neurônio. O estado de repouso (chamado potencial de repouso ou de membrana) é caracterizado por (1) diferença de potencial entre a face interna (negativo) e a face externa da membrana celular (positivo); (2) maior concentração de K+ no interior da célula em relação ao exterior; (3) maior concentração de Na+ no exterior da célula em relação ao interior. São alterações nesses condições de repouso que permitem a ocorrência do impulso nervoso ou potencial de ação e sua transmissão ao longo do neurônio. O potencial de ação ocorre em duas fases: despolarização (alteração rápida do potencial de repouso) e repolarização (restauração do potencial de repouso). Na despolarização ocorre a inversão do potencial de repouso (interior = + e exterior = -); isso de deve a abertura dos canais de Na+ voltagem dependentes e pausa no funcionamento da bomba de Na/K e consequentemente a entrada rápida de sódio (cargas positivas). Na repolarização ocorre o retorno ao potencial de repouso (interior = - e exterior = +); isso se deve ao fechamento dos canais de Na+ , a abertura dos canais de K+ e consequentemente a saída de K+ para o exterior da célula (saída de cargas positivas), volta do funcionamento da bomba Na/K. As despolarizações e repolarizações dos neurônios não ocorrem independentemente e possuem um ritmo determinado pelo estímulo recebido. Um impulso nervoso é propagado quando o potencial graduado, que nada mais é do que a despolarização gradual ao longo do neurônio, atingir o limiar de disparo (ou limiar de excitação) desencadeando um potencial de ação. Assim, o potencial de ação é a despolarização e a repolarização sucessiva de trechos do axônio, fazendo com que o estímulo se propague ao longo do neurônio: a despolarização/repolarização de uma porção anterior do neurônio vai causar a despolarização/repolarização da porção seguinte até chegar na porção terminal do neurônio -no botão sináptico. O impulso nervoso percorre ao longo do axônio mielínico por condução saltatória. A bainha de mielina aumento a velocidade do impulso nervoso Transdução de sinal: Habilidade das células de receber e reagir a sinais vindos do outro lado da membrana. Estes sinais são detectados por um receptor específico e convertidos em uma resposta celular; conversão de uma forma de sinal físico ou químico em outra. A bomba de Na+ K+ contribui para o potencial de membrana pelo bombeamento de 3 Na+ para fora e 2 K+para dentro. E um mecanismo gerador de diferença de potencial elétrico entre exterior e interior, pois transfere 3 cargas positivas para fora e apenas Enfermagem – Cuidados a Pessoa com Doença Crônica CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 15 duas para dentro quando ele percorre o axônio. No botão sináptico, a despolarização da membrana vai promover a abertura dos canais de Ca++. O Ca++ entra na célula e vai promover a liberação dos neurotransmissores que estão armazenados nas vesículas. Esse neurotransmissor vai estimular (ou não) o próximo neurônio ao se ligar ao neuroreceptor da membrana pós-sináptica produzindo uma despolarização ou hiperpolarização. Neurotransmissores Neurotransmissores são substâncias químicas responsáveis pela passagem ou não do estímulo (ou potencial de ação) de um neurônio para outro. Eles estão acondicionados em pequenas vesículas localizadas nos botões sinápticos dos neurônios pré-sinápticos e liberados da forma já descrita acima. Existem dois tipos de neurotransmissores: excitatórios e inibitórios. (1) Excitatórios: substância que faz com que, no neurônio pós-sináptico, o Na+ entre causando a despolarização da membrana pós-sináptica promovendo a transmissão dos sinais, ou seja, do potencial de ação. Alguns exemplos de neurotransmissores excitatórios são: acetilcolina, ácido glutâmico, epinefrina (ou adrenalina), norepinefrina (ou noradrenalina), substância P, encefalina, endorfina. (2) Inibitórios: substância que provoca, na membrana pós sináptica, ou a entrada de Cl- (pela abertura dos canais) ou a saída de K+ (pelo aumento da permeabilidade ao K+ ) causando a hiperpolarização, e, consequentemente, a não transmissão dos sinais. Assim, os neurotransmissores excitadores causam, mudanças tais no neurônio seguinte que darão origem a sinais a serem produzidos e passados ao longo do axônio (ou seja, eles causam a despolarização do neurônio aos quais se ligam). Os neurotransmissores inibidores tem a função de evitar que um sinal seja produzido em outro neurônio, ou seja, eles produzem uma hiperpolarização dos neurônios aos quais se ligam. Portanto, os neurotransmissores possibilitam que os impulsos nervosos de uma célula influenciem os impulsos nervosos de outro, permitindo assim que as células do cérebro comuniquem-se entre si. Ou seja, que as informações codificadas em sinais físicos e químicos sejam transmitidas e processadas pelo SN. Embora consideremos os eventos em neurônios isolados quando examinamos a transmissão da informação pelos PA, o comportamento nunca é produzido pela atividade de um único neurônio. Mesmo em animais muito simples o comportamento depende da atividade de muitos neurônios trabalhando juntos. Milhares de neurônios estão em contato com os outros através de sinapse, e muitos estarão produzindo sinais excitadores ou inibidores, o neurônio não produzirá nenhum sinal a menos que receba mais mensagens excitadoras ("liga") do que inibidoras ("desliga"). Assim, os neurônios podem transmitir apenas a mais simples das informações - "liga" ou "desliga". Toda a nossa atividade mental está baseada nesse simples sinal de "liga desliga"; mas, quando há o envolvimento de neurônios suficientes, informações muito complicadas podem ser manejadas em um código parecido com as linguagens usadas em computadores. Divisões do Sistema Nervoso:
O sistema nervoso central (SNC) inclui o encéfalo e a medula espinal. 
O sistema nervoso periférico (SNP) inclui os nervos que conectam o SNC com o resto do corpo. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas). 
Com base na sua estrutura e função, o SNP pode ainda subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático ou voluntário (SNS) e o sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa (SNA). 
Sistema Nervoso Periférico (SNP) O sistema nervoso periférico consiste de nervos e gânglios localizados externamente ao sistema nervoso central. Os nervos são sensitivos, motores e mistos. 
Os nervos mistos possuem neurônios sensitivos e motores. O sistema nervoso periférico pode ser classificado estruturalmente e funcionalmente, sendo que a classificação estrutural reúne os nervos em 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais. Cada nervo supre uma área específica do corpo. 
A classificação funcional explica para onde os nervos vão e o que eles fazem. Essa classificação inclui: 
(1) os nervos somáticos aferentes, que trazem informação sensitiva proveniente das diferentes partes do corpo, particularmente da pele e dos músculos, para o SNC; 
(2) os nervos somáticos eferentes, que trazem informação motora do SNC para os músculos esqueléticos do corpo e 
(3) A divisão autônoma do sistema nervoso (sistema nervoso autônomo - SNA) é composta de nervos que suprem os órgãos (vísceras) e glândulas e estádividido nas partes simpática e parassimpática. 
Sistema Nervoso Somático Ou Voluntário (SNS) 
As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do SNS ou voluntário. O SNS tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNS fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva. 
Sistema Nervoso Autônomo Ou De Vida Vegetativa (SNA) 
As ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo SNA, também chamado involuntário ou visceral. O SNA funciona independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. 
Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Os efetores autonômicos são glândulas (exócrinas ou endócrinas) músculos lisos (viscerais ou vasculares) ou o miocárdio. Assim, o SNA determina, inconsciente e automaticamente, a atividade motora das glândulas, da musculatura lisa das vísceras ocas e do coração. 
As vias motoras do SNA utilizam dois neurônios, com um gânglio entre eles. O corpo celular do neurônio #1 está localizado no SNC, no encéfalo ou na medula espinal. 
O axônio do neurônio #l, que é chamado de fibra pré-ganglionar, deixa o SNC e se estende até o gânglio (o corpo celular do neurônio #2). 
O axônio do neurônio #2, a fibra pós-ganglionar, deixa o gânglio e se dirige ao órgão. Os gânglios simpáticos formam uma cadeia que corre lateral e paralelamente à coluna vertebral (gânglios paravertebrais), assim, o axônio simpático pré-ganglionar é curto e o pós-ganglionar é longo. 
No SN parassimpático, ao contrário, as fibras pré-ganglionares são longas porque os gânglios parassimpáticos estão situados longe da medula espinal e próximo ou no interior das vísceras. 
Tanto nos gânglios do SN simpático como nos do parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e pós-ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora é a acetilcolina. 
Já as fibras pós-ganglionares das partes simpática e parassimpática secretam diferentes neurotransmissores que determinam efeitos diferentes dos nervos simpático e parassimpático sobre as vísceras. 
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. 
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. 
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica. Um único órgão geralmente recebe fibras das duas divisões do SNA. Na maioria dos casos, o estímulo de uma divisão causa um efeito específico, enquanto o estímulo da outra divisão causa um efeito oposto. 
Em geral, a parte simpática é ativada durante os períodos de estresse, ou períodos em que a pessoa se sente de alguma forma ameaçada. Por essa razão, a parte simpática também é conhecida como o sistema de lutar ou fugir. Em outras palavras, a parte simpática o prepara para enfrentar (lutar) ou correr de uma situação ameaçadora (fugir). Assim, o SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse.
O simpático é tido como de caráter '-ativador", isto é, preparo e manutenção de uma atividade física. Para que isso ocorra é necessário que o músculo em atividade receba maior fluxo de sangue, não só contendo mais nutrientes e oxigênio, mas capaz de receber maior teor de produtos finais do metabolismo muscular. Isto requer redistribuição do sangue, ativação da respiração e da filtração renal. 
A este padrão cardiovasculo-respiratório foi dado o nome de reação ergo trópica. Nesta reação destacam-se os seguintes aspectos da ação simpática: 
1) aumento da frequência cardíaca e respiratória; 
2) artério constrição, aumentando a pressão arterial; 
3) diminuição da resistência periférica em especial nos territórios musculares; 
4) veno-constrição, com redução do volume do leito venoso e aumento do retomo venoso; 
5) aumento da ventilação alveolar; 
6) glicogenólise e lipólise hepática. Aumento da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras. 
O parassimpático é associado ao repouso e recuperação. 
A atividade física tende a depletar as reservas endógenas de nutrientes que deverão ser repostas. Uma vez obtido o alimento, o animal deve desenvolver reação oposta a ergo trópica, chamada de reação trofotrópica. 
Nessa reação há aumento das funções digestivas e redução das relacionadas a atividade física. Assim, a ação parassimpática promove aumento da salivação, da secreção gástrica e de insulina, e elevada biossíntese de enzimas pancreáticas. 
O fluxo sanguíneo intestinal também aumenta. Nesse quadro ainda há a redução da frequência cardíaca, depressão arterial e da respiração. A parte parassimpática é mais ativa durante condições calmas, não estressantes. Tal sistema exerce um papel importante na regulação do sistema digestório e na função reprodutiva. Por essa razão, ela é definida, algumas vezes, como a divisão relacionada a comer e criar. 
Outro termo descritivo para a parte parassimpática é "descansando e digerindo". 
Sistema Nervoso Central (SNC) 
Sistema Nervoso Central (SNC) é aquele que se localiza dentro do esqueleto axial, ou seja, da cavidade craniana e canal vertebral. 
O SNC é dividido com base em critérios anatômicos em (A) encéfalo, localizado na cavidade craniana e (B) medula espinhal, localizada no canal vertebral. 
O encéfalo é dividido em: 
(1) cérebro, que por sua vez é subdividido em telencéfalo e diencéfalo; 
(2) cerebelo e 
(3) tronco encefálico, subdivido em bulbo, ponte e mesencéfalo. O encéfalo este dividido em quatro regiões: cérebro, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo. O cérebro é a maior parte do encéfalo e consiste em dois hemisférios. 
Os quatro lobos do cérebro são: lobo frontal (atividade motora, análise e pensamento), lobo parietal (sensitivo), lobo temporal (audição) e lobo occipital (visão). O diencéfalo é composto pelo tálamo e pelo hipotálamo. 
O tronco encefálico é formado por mesencéfalo, ponte e bulbo. O bulbo é considerado uma estrutura vital, uma vez que está relacionado a funções básicas como respiração, função cardíaca e tônus dos vasos sanguíneos. Duas outras áreas são a formação reticular, que nos faz acordar, e o sistema límbico, ou cérebro emocional. 
Em razão do importante papel desempenhado pelo SNC, ele dispõe de excelente proteção: um osso resistente, três camadas de meninges, um amortecedor líquido macio e uma barreira hematoencefálica. 
(A) Encéfalo 
A parte simpática é ativada durante os períodos de estresse, que são, normalmente, de curta existência. Todavia, se você se sente estressado, a parte simpática mantém Enfermagem – Cuidados a Pessoa com Doença Crônica o seu organismo em um estado de alerta elevado; permanecer nesse estado por um longo período, faz com que o organismo adoeça. Dar risada, jogar, descansar e relaxar diminuem a ação simpática, e diminuem os efeitos do estresse. 
(Cérebro Telencéfalo: Os hemisférios direito e esquerdo estão ligados pelo corpo caloso. As camadas externas são cinza e as internas são brancas. A substância cinzenta está arranjada em giros (circunvoluções); os giros estão separados por sulcos ou fissuras. Os quatro principais lobos cerebrais são: frontal, parietal, temporal e occipital. 
Grandes áreas do cérebro, as áreasde associação, estão relacionadas à interpretação e à análise da informação. Massas de substância cinzenta (núcleos) estão dispersas por todo o cérebro e outras partes do encéfalo. Há duas colunas bastante diferentes nos hemisférios que constituem o cérebro. Na parte externa há uma camada fina chamada córtex, ou massa cinzenta, que cobre completamente o cérebro. 
O resto do cérebro é formado pela massa branca - tecido macio que compõe a maior parte do cérebro. Minúsculas células nervosas estão amontoadas muito juntas na fina camada do córtex ou massa cinzenta. 
As fibras nervosas que carregam as mensagens para dentro do cérebro são encontradas na massa branca. O cérebro é responsável por nossa inteligência e pela maioria de nossas habilidades. Aqui as informações recebidas dos órgãos sensoriais são analisadas e processadas. E esta atividade que torna o cérebro humano muito mais eficiente do que o de qualquer animal. 
Diencéfalo: Formado pelo tálamo e hipotálamo. 
O tálamo processa a informação da maioria dos tratos sensitivos que vão ao cérebro. 
O hipotálamo controla várias funções corporais como equilíbrio hídrico, temperatura e secreção de hormônios da glândula hipófise; ele exerce um efeito sobre o sistema nervoso autônomo. 
Cerebelo 
O cerebelo está relacionado principalmente com a coordenação da atividade muscular voluntária. Os sinais processados pelo cerebelo são instruções para movimentos musculares, vindos do cérebro. Os sinais provenientes do córtex são ajustados no cerebelo, para sermos capazes de fazer movimentos precisos ou delicados. 
Tronco Encefálico 
Controla a maior parte das funções importantes do corpo, e é o sistema de sustentação da vida. O tronco encefálico é formado por mesencéfalo, ponte e bulbo. 
O bulbo é chamado de centro vital pois controla o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea e a respiração (funções vitais). Mas a função mais importante do tronco cerebral é controlar a consciência, desligando as atividades do cérebro quando dormimos e ligando quando acordamos. Mesmo quando dormimos o tronco cerebral controla e confere nossas atividades vitais, mantendo o corpo funcionando. 
O tronco cerebral trabalha como um computador, continuamente conferindo e controlando as informações que entram no cérebro através do sistema nervoso; em seguida ele age em cima dessa informação liberando as mensagens para que o sistema nervoso controle o corpo inteiro. Não tomamos consciência de todas essas atividades; podemos apenas notar seus efeitos. 
Medula Espinhal 
A medula espinhal é uma extensão do cérebro, estendendo-se da base do crânio até logo abaixo das costelas. E uma haste de tecido cerebral, com um pequeno canal passando através de todo seu comprimento. Toda a medula é coberta por membranas, tal como o cérebro, e é também banhada por dentro e por fora com o mesmo liquido protetor do cérebro. Enquanto o cérebro está seguramente encerrado em um crânio rígido, a medula espinhal está cercada por um conjunto de ossos chamados vértebras. Estes formam a coluna vertebral, que é capaz de flexionar-se quando nos dobramos ou movemos. 
A medula espinhal passa através do buraco existente no centro de cada uma das vértebras. Entre cada par de vértebras há pequenas aberturas através das quais os nervos podem passar, ramificando-se a partir da própria medula espinhal. A medula tem a forma de um cilindro com uma coluna central de substância cinzenta em forma de H envolta por uma massa de substancia branca. 
A substância branca corresponde a feixes de axônios mielinizados que trafegam ascendente e descendentemente integrando funcionalmente a medula e o encéfalo. A substância cinzenta é formada por corpos de neurônios e fibras axonais sem de mielina e está funcionalmente organizada em áreas sensoriais, associativas e motoras. Na substância cinzenta estão os circuitos de neurônios que processam os sinais nervosos.
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) 
Uma doença não-transmissível; doenças não infecciosas; doenças crônicas não transmissíveis; doenças crônico degenerativas são terminologias usadas para definir grupos de patologias caracterizadas pela ausência de microrganismos, ou seja é uma doença não infecciosa, como também pelo longo curso clínico e irreversibilidade. 
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), principalmente do aparelho circulatório, câncer, respiratórias crônicas, diabetes e musculoesqueléticas, são doenças multifatoriais relacionadas a fatores de riscos não modificáveis como idade, sexo e raça, e os modificáveis destacando-se o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, as dislipidemias (determinadas principalmente pelo consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal), o consumo excessivo de sal, a ingestão insuficiente de frutas e verduras e a inatividade física.
observa-se no Brasil dois processos que tem produzido importantes mudanças no perfil das doenças ocorrentes em sua população. 
O primeiro, denominado “Transição Demográfica”, com significativa diminuição das taxas de fecundidade, natalidade e aumento progressivo na expectativa de vida. Como resultado verifica-se progressivo aumento da proporção de idosos em relação aos demais grupos etários, tendência essa que deverá se ampliar nos próximos 20 anos. 
O segundo, caracterizado por importante mudança no perfil de morbimortalidade, denominado de “transição epidemiológica” que, no Brasil, se apresenta ainda com importantes diversidades regionais decorrentes das diferenças sócio econômicas e de acesso aos serviços de saúde, resultando em um “modelo polarizado de transição”. 
Nesse modelo de transição temos, em distintas regiões, a ocorrência ainda alta de doenças infecciosas e o crescimento da morbidade de mortalidade por DCNT. 
A transição epidemiológica decorre também devido a outros fatores como a urbanização, o acesso a serviços de saúde, meios de diagnóstico e mudanças culturais expressivas ocorridas nas últimas décadas. Essas mudanças observadas nos padrões de ocorrência das doenças têm colocado constantemente novos desafios, não só para os gestores e tomadores de decisão do setor de saúde, como também por outros setores governamentais. Neste contexto coloca-se o desafio do financiamento das ações. 
Doenças crônicas custam caro para o Sistema Único de Saúde, se não adequadamente prevenidas e gerenciadas. O enfrentamento dessas “novas epidemias” de doenças crônicas não transmissíveis necessita muito investimento em pesquisa, vigilância, prevenção, promoção da saúde e defesa da vida saudável. Este documento objetiva descrever as ações que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro está colocando em prática para enfrentar esses novos problemas de saúde pública. Além disso, são ainda considerados determinantes sociais para essas doenças as desigualdades sociais, as diferenças no acesso aos bens e aos serviços, a baixa escolaridade, renda e as desigualdades no acesso à informação. 
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as DCNT já são responsáveis por 58,5% de todas as mortes ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doença, constituindo um sério problema de saúde pública, tanto nos países ricos quanto nos de média e baixa renda, agravando as iniquidades e aumentando a sua pobreza. 
O Brasil, seguindo essa tendência mundial, tem passado pelos processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, desde a década de 60, acentuado pela queda na fecundidade e no aumento do número de idosos, cujas projeções apontam sua duplicação de 8% para 15% nos próximos 20 anos. 
Estudos recentes demonstram que as DCNT constituem o problema de saúde de maior magnitude no Brasil. 
Atingem fortemente camadas pobres da população e grupos vulneráveis, correspondendo a 72% das causas de mortes e de 75% dos gastos com atenção à saúde no SUS. 
Crescimento da renda, industrialização e mecanização da produção, urbanização, maior acesso a alimentos em geral, incluindo os processados, e globalização de hábitos não saudáveis produziram rápida transição nutricional,

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