Buscar

RESUMO TEORIA DA CAUSA MADURA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

TEORIA DA CAUSA MADURA: 
(VINCULAÇÃO DO TRIBUNAL AO DEVER DE JULGAR O MÉRITO NA HIPÓTESE 
DO §3° DO ART.1013, NCPC) 
 
Com a finalidade de maior celeridade processual, sem desprezar as garantias do 
devido processo legal, a Lei 10.352/01, introduziu o parágrafo 3º ao artigo 515 do CPC de 
1973 com a seguinte redação: 
 
“Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (artigo 
267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão 
exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato 
julgamento”. 
 
A inserção de imediato gerou séria polêmica entre os processualistas. O entendimento 
predominante era no sentido de poder-se extrair as seguintes conclusões: o referido 
dispositivo não criou simples faculdade para o Tribunal, que tem o dever de enfrentar o 
mérito da causa, quando configurados os requisitos legais para tanto, o julgamento do mérito, 
no entanto, deveria ser pleiteado pelo recorrente, para que tornasse objeto da devolução 
operada pela apelação ao Tribunal ​ad quem​. 
Analisando a redação é possível afirmar que quando o processo estiver em total 
condições para ser resolvido, (passada toda a fase cognitiva/ instrutoria), e não sendo 
necessária a produção de provas o tribunal portanto deverá julgar o mérito. 
 Cândido Dinamarco disserta sobre a questão: 
 
“A aplicação do artigo 515,§ 3º (​CPC de 73) depende de estritamente 
estar o processo já pronto para o julgamento do mérito. Tal exigência 
liga-se visivelmente às garantias integrantes da tutela constitucional do 
processo, especialmente às do contraditório e do devido processo 
legal”. 
 
O NCPC aderiu à exegese dominante, dispondo expressamente, no §3 do artigo 1.013 
pelo qual dispõe: 
 
“§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o 
tribunal deve decidir desde logo o mérito”. 
 
Ao se atribuir ao Tribunal, o poder de proferir decisão de mérito sobre o tema que não 
foi objeto de requerimento e debate no procedimento recursal, afrontará o direito das partes, 
sobretudo do litigante que vier a experimentar derrota. Tal, permite que o tribunal, ao julgar 
recurso de apelação, decida desde logo o mérito da causa, sem aguardar o pronunciamento do 
juízo de primeiro grau, quando: (i) reformar sentença que não tenha resolvido o mérito; (ii) 
decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
causa de pedir (sentenças ​ultra ​ou ​extra petita​); (iii) constatar a omissão no exame de um dos 
pedidos; e (iv) decretar nulidade por falta de fundamentação. 
 Em sentido contrário, Cândido Dinamarco disserta: 
 
“O tribunal, mesmo julgando mérito sem pedido do apelante e contra 
sua posição no litígio, não haverá “ quebra do due process of law, nem 
o processo precisamente no ponto em que incidiria a sentença do juiz 
inferior”. 
 
Ou seja, já estando maduro o processo para sentença de mérito, o retorno dos autos 
para que o juiz de primeiro grau decidisse o mérito, não se reabrirá instrução e debate no 
juízo ​aquo. Mas a parte sucumbente terá oportunidade de rediscutir a causa perante o 
tribunal, enriquecendo o debate, com nova argumentação. 
Uma importante e necessária análise é que se a parte ré não foi concedido o direito de 
ampla defesa e contraditório, ao processo não caberá a teoria da causa madura (art. 10 CPC), 
pelo fato do cumprimento dessas garantias constitucionais atingir a legalidade do processo, 
fazendo com que o mesmo não possa seguir. 
Podemos concluir que a teoria da causa madura é usada para cumprir com um dos 
preceitos fundamentais do processo, que é a busca a máxima celeridade da prestação 
jurisdicional, bem como à duração razoável do devido processo legal, visto que versará 
somente em condições de julgamento imediato, ou seja, quando não necessitar de produção 
de provas além das que já constam nos autos. O juiz poderá decidir o mérito, sem sequer citar 
a outra parte. Portanto, deve-se analisar com cautela os casos em que se aplicará a causa 
madura, já que não deve haver prejuízo a nenhuma das partes. 
A teoria da causa madura é então, aquela, cujo objeto já foi suficientemente debatido 
na instância de origem, mesmo que nela não se tenha decidido o mérito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. ​Curso de direito processual civil​: ​execução forçada, 
processos nos tribunais, recursos​. Vol 3. 50º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.

Outros materiais