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1 Curso Constitucional A a Z Teorias Legitimadoras da Jurisdição Constitucional: John Rawls – Consenso Sobreposto / Razão Pública 2 John Rawls Segue a orientação liberal, contratualista e kantiana. Considerado como liberalismo igualitário, por consagrar a liberdade, a igualdade de oportunidades e a diferença. Trata de elementos constitucionais essenciais (baseado na noção de “uso público da razão”): i. Princípios Fundamentais ii. Direitos e Liberdades Fundamentais John Rawls Princípios Fundamentais especificadores da estrutura geral do Estado e do processo político: as competências de cada um dos poderes e o alcance da regra da maioria. Direitos e Liberdades Fundamentais e igual cidadania, que as maiorias legislativas devem respeitar. Tais direitos e liberdades são inalienáveis, formando um sistema coerente, só podendo ser limitados em favor de outros direitos e liberdades fundamentais, nunca por razões de bem-estar geral. 3 John Rawls Pontos de Partida de sua Tese: i.Posição Original: situação hipotética e histórica similar ao estado de natureza, na qual os indivíduos escolheriam princípios de justiça. ii.Os Indivíduos, nesse estado, são concebidos como racionais e razoáveis, estando sob o véu da ignorância. John Rawls Véu de ignorância: desconhecimento de todas as situações que trazem vantagens ou desvantagens na vida social, como classe social e status, educação, concepções de bem, características psicológicas, etc. Assim, na posição original todos compartilham de uma situação eqüitativa: são considerados livres e iguais. 4 John Rawls Avançando em sua tese: Reconhece a capacidade de cada um ter sua própria concepção de bem e de ter uma concepção de justiça, fato que se verifica no pluralismo da sociedade. No entanto, pode ser realizado o uso público da razão, que pressupõe uma comunidade de sujeitos livres e iguais, para que se chegue àquelas liberdades fundamentais, à noção de justiça, àqueles valores políticos básicos, a cerca dos quais não há divergência. John Rawls Essa é a idéia do Consenso Sobreposto (overlapping consensus), que é a formulação de princípios básicos de justiça e de direitos e liberdades fundamentais a serem constitucionalizados, acima de todas as diferenças. Consenso em torno de uma concepção pública de justiça compartilhada pela comunidade social. A sociedade bem ordenada comunga de uma concepção pública de justiça que regula sua estrutura básica 5 John Rawls Para alcançar o consenso exige-se dos cidadãos o uso da razão pública, ou seja, da capacidade de colocar-se na esfera pública buscando alcançar um entendimento em torno dos dissensos resultantes da pluralidade de doutrinas abrangentes. Desenha a teoria da justiça como eqüidade, a partir de um entendimento comum sobre o que é justo. John Rawls A constituição é, então, constituição-garantia. Não se confunde como o jusnaturalismo, posto que este busca valores preconcebidos e exteriores ao homem, uma vez que o direito refletiria a ordem da Natureza ou a ordem Divina. 6 John Rawls Para Rawls a Jurisdição Constitucional é instituição exemplar da razão pública. Embora contramajoritária em relação à lei, não é antidemocrática, pois que retira sua autoridade na vontade superior do povo, plasmada na constituição. John Rawls Os Juízes do Tribunal Constitucional devem atentar para os valores políticos extraídos da razão pública, vale dizer, valores que se espera que todos os cidadãos razoáveis e racionais defendam. A consequência é que a constituição não é o que os juízes dizem que ela é, mas sim o que o povo permite que eles digam. 7 John Rawls O Tribunal Constitucional não atua como mero legislador negativo, mas como articulador do debate público sobre os princípios constitucionais, o que constrange os agentes políticos a considerá-los quando de sua atuação.
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