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CRIAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS NO SISTEMA SEMI-INTENSIVO Danyelly Darós; Jaqueliny Borher dos Santos; Mayra Eduarda Almeida Couto INTRODUÇÃO A produção de leite é considerada um dos mais importantes sistemas agroindustrial e do agronegócio brasileiro, essa atividade está presente em quase todo o território nacional (ARAUJO, 2019). Essa produção tende a aumentar com os investimentos em tecnologia, exigindo que os produtores trabalhem com maior eficiência para manter a rentabilidade de sua atividade (PINTO et al., 2017; BARBAS, 2010). A qualidade e a produção do leite são influenciadas por diversos fatores, como: o ambiente, nutrição, por fatores genéticos e fatores fisiológicos, por exemplo, o período de lactação. A caracterização do sistema de produção auxilia na identificação de possíveis falhas e melhorias que possam vir a acontecer (ARAUJO, 2019). O objetivo deste trabalho é caracterizar a criação do gado leiteiro no sistema de produção semi-intensivo. DESENVOLVIMENTO O sistema de criação e produção a ser adotado depende do desempenho dos animais e das práticas utilizadas na propriedade. Os rebanhos podem ser divididos em três níveis de criação e produção como, por exemplo: é alto, que propiciam produções acima de 4.200 kg/lactação, é médio, com produções de 2.800 a 4.200 kg/lactação, é baixo, com produções abaixo de 2.800 kg/lactação (SARCINELLI et al., 2007). O sistema semi-intensivo é uma proposta de inovação tecnológica do sistema extensivo, ele se caracteriza pelo melhor manejo, a aplicação de suplementação na alimentação dos animais, controle higiênico-profilático, produtivo e reprodutivo, exigindo um maior trabalho e investimento, principalmente pelas instalações (MEINL, 2019; SARCINELLI et al., 2007). Nesse sistema a produção de leite por vaca é em média de 1.200 a 2.000 litros /ano (ARAUJO, 2019). Este sistema permite a execução processos modernos de criação, sendo comum encontrar praticas de aleitamento e inseminação artificiais (SARCINELLI et al., 2007). Os animais são criados a pasto e em um semi-confinamento, no qual a suplementação de volumoso é realizada no período da estiagem e no período das aguas a alimentação é feita a pasto, recebendo complementação com suplementação concentrada de acordo com a produtividade de cada animal (SOUZA et al., 2004; ARAUJO, 2019). A produção semi-intensiva exige a instalação de locais para armazenar e conservar os alimentos (silos), locais para o fornecimento desse alimento (comedouros) e com uma sala de ordenha mais eficiente, a propriedade também pode ter sistemas para resfriamento e conservação do leite, aumentando sua qualidade. (SOUZA et al., 2004). Nesse sistema animais com maior potencial genético, com melhores características produtivas e qualidade de manejo podem chegar a produzir ate 18 litros/dia, geralmente realizando duas ordenhas por dia, em alguns casos três, no período das aguas com intervalos espaçados e no período seco um vez, com condições de higiene adequada (NUNES et al., 2012; SOUZA et al., 2004; ARAUJO, 2019). A vantagem desse sistema de produção é que nele é possível a adoção de recursos tecnológicos, que irão aumentar a produtividade e a qualidade do leite a custos não tão elevados. Já como desvantagem está a maior disponibilidade de recursos e o maior investimento (custo de produção) tanto na ordenha quanto para o resfriamento do leite e alimentação dos animais. Custos de produção e produção diária Nunes et al. (2012) relatou em sua pesquisa que a alimentação das vacas leiteiras é balanceada para que haja a melhor conversão em leite e os custos variam com o tipo de alimento e a quantidade necessária para cada animal, tabela 1. Ainda segundo Nunes et al. (2012) os custos de produção do leite demonstram que os mais relevantes são os de alimentação e de mão-de-obra, pois a bovinocultura leiteira requer funcionários dedicados exclusivamente para esta atividade, tabela 2. Para Simões et al. (2009) apesar de ter maiores gastos com insumos e estruturas físicas, o sistema com mais especialização produz suficientemente mais, a ponto de tornar os custos unitários menores do que o sistema de menor volume de produção, com menos tecnologia e com baixo uso de insumos Os relatos do estudo de Araújo (2019) mostram que a produção diária de uma vaca Holandesa em fase de lactação variou de 12 a16L/vaca/dia, enquanto a raça Gir apresentou 11 a 12L/vaca/dia. Araújo (2019) ainda relatou em sua pesquisa que em experimentos as vacas Holandesas, todas em lactação obtiveram uma maior taxa de produtividade, tendo como produção 34L/vaca/dia, acredita-se que o bom resultado dessa pesquisa foi em função da qualidade e quantidade da ração oferecida, fazendo associação de volumoso com concentrado e a distribuição de ordenhas durante o dia, realizando um controle adequado da dieta por animal, já com animais da raça Gir no mesmo sistema, com adoção de suplementação com concentrado energético no cocho após cada ordenha, sendo realizadas duas ordenhas diárias, com horários regulares, as vacas produziram até 12L/dia/vaca. Na pesquisa realizada por Simões et al. (2009) revelou os principais parâmetros de produção e produtividade do sistema de produção semi-intensivo, tabela 3. Tabela 1: Alimentação média das vacas leiteiras. Alimento das vacas Total em kg anual % Peso em kg Custo total Silagem 32.400 45 0,0187 607,14 Resíduos 38.016 52,8 0,20 7.603 Minerais 576 0,80 1,10 633,60 Ureia 720 1 0,59 424,80 Sal 288 0,4 0,32 92,16 Total 72.000 100 0,13 9.360,90 Fonte: Nunes et al. (2012). Tabela 2: Custos médios de produção do gado leiteiro. Custos de produção Valor UA % Inseminação 60 2,70 Mão-de-obra 537,03 24,15 Alimentação 936,09 42,09 Med. Veterinário 60,00 2,70 Vermífugo 0,36 0,16 Carrapaticida 0,25 0,01 Vacina de febre aftosa 1,25 0,06 Vacina de carbúnculo 1,00 0,05 Vacina de tuberculose 0,30 0,01 Impostos 0,15 0,007 Material de limpeza 6,90 0,31 Material de esterilização 122,85 5,52 Luz 153,78 6,91 Manu. de maq. e equip. 81,69 3,67 Total 1961,65 100 Fonte: Nunes et al. (2012). Tabela 3: Principais parâmetros médios de produção e produtividade do sistema avaliado. Parâmetro Sistema semi-intensivo Litros dia -1 300,0 Litros ano -1 111.270,0 Litros vaca em lactação -1 dia -1 12,0 Litros ha -1 ano -1 1.854,5 Fonte: Simões et al. (2009). CONCLUSÃO O sistema semi-intensivo é economicamente viável, apesar de ter um investimento inicial alto o retorno é rápido e vantajoso para o proprietário. Possui grandes vantagens como maior tecnologia, melhor qualidade e maior quantidade de produção de leite, alimentação melhor para as produtoras que aumentará o retorno financeiro. REFERÊNCIAS SIMÕES, A. R. P.; SILVA, R. M.; OLIVEIRA, M. V. M., et al.. Avaliação econômica de três diferentes sistemas de produção de leite na região do Alto Pantanal Sul-mato-grossense. Agrarian, v.2, n.5, p.153-167, jul./set. 2009. MEINL, A. M.. Relevância do uso da tecnologia no desempenho da produção leiteira em três propriedades rurais com sistemas de produção diferenciados. UNIJUI. Ijuí – RS, 2019. PINTO, L. B.; CARVALHO, S. A. A.; FILHO, P. B., et al.. Viabilidade Econômica da Implantação de Semi Confinamento de Gado Leiteiro em uma Propriedade no Município de Cromínia-GO. Anais da Semana de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal. 2017. SARCINELLI, M. F.; VENTURINI, K. S.; SILVA, L. C.. Produção de bovinos – tipo leite. UFES. 2007. ARAÚJO, L. N. M.. Caracterização do sistema de produção de leite em propriedades de agricultura familiar da região de Luziânia-GO. UNICEPLAC. Gama – DF, 2019.NUNES, N. J. F. et al. A lucratividade na pecuária: atividades de bovinocultura de corte e de leite. PUBVET, Londrina, V. 6, N. 26, Ed. 213, Art. 1417, 2012. SOUZA, C. F. et al.. Instalações para gado de leite. Área de CRA/DEA/UFV. 2004. Os sistemas de produção de gado leiteiro. Bovcontrol, 2017. Acessado em: 05/06/2020. Disponível em: <https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas- de-produo-de-gado leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de %20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20g ado%20leiteiro%20designados%20como% 20semi,outros%20complementos)%20no% 20cocho%20o>. Gado leiteiro: qual sistema de produção é mais viável? Blog para profissional do agronegócio e veterinária, 2020. Acessado em: 05/06/2020. Disponível em: < https://www.cptcursospresenciais.com.br/bl og/gado-leiteiro-sistemas/> https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://blog.bovcontrol.com/os-sistemas-de-produo-de-gado%20leiteiro.html#:~:text=Os%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20gado%20leiteiro%20designados%20como%20semi,outros%20complementos)%20no%20cocho%20o https://www.cptcursospresenciais.com.br/blog/gado-leiteiro-sistemas/ https://www.cptcursospresenciais.com.br/blog/gado-leiteiro-sistemas/
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