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Cadeia Produtiva da Bovinocultura

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Prévia do material em texto

2018
Cadeia Produtiva da 
BovinoCultura
Prof. Jade Varaschim Link
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Jade Varaschim Link
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
L756c
 Link, Jade Varaschim
 Cadeia produtiva da bovinocultura. / Jade Varaschim Link – Indaial: 
UNIASSELVI, 2018.
 190 p.; il.
 
 ISBN 978-85-515-0171-9
 1.Cadeia produtiva – Brasil. 2.Bovinocultura – Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 636.213098172 
Impresso por:
III
aPresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à Cadeia Produtiva da Bovinocultura, 
este é o setor do agronegócio que aborda as técnicas e fundamentos para 
criação de bovinos. Na bovinocultura, os bovinos são criados para a produção 
de carne, de leite, e os de raças mistas, para produção tanto de carne quanto 
de leite. A bovinocultura de leite é caracterizada pelo manejo de bovinos com 
objetivo de aumentar a produção de leite, já a bovinocultura de corte está 
associada ao manejo de raças bovinas destinadas ao abate, para a produção 
de carne e seus derivados.
Para uma melhor compreensão do conteúdo que envolve a cadeira 
produtiva da bovinocultura, distribuímos nosso estudo em três unidades. Na 
primeira unidade, estudaremos a cadeia produtiva da bovinocultura de leite, 
que é uma das mais importantes do agronegócio brasileiro. Os conceitos 
que englobam a evolução da pecuária leiteira, o manejo e os sistemas de 
produção do gado de leite devem ser analisados e compreendidos para que 
possamos futuramente contribuir para uma atividade de produção leiteira 
de melhor qualidade.
Na segunda unidade, abordaremos a cadeia produtiva da 
bovinocultura de corte, destacando a produção e exportação mundial e 
nacional de carne bovina, as fases da produção de gado de corte, bem como 
o confinamento, uma atividade que vem crescendo a cada dia em função do 
aumento das tecnologias disponíveis.
A terceira unidade apresenta a gestão e o controle produtivo na 
bovinocultura de corte. Nessa unidade, a gestão administrativa da fazenda 
de corte será discutida, bem como o controle produtivo e reprodutivo em 
gado de corte e assuntos importantes e de destaque nessa cadeia produtiva, 
como a rastreabilidade animal e a inseminação artificial.
Portanto, esperamos que os conteúdos abordados, juntamente com 
os materiais selecionados, estimulem sua leitura e que o livro didático seja 
útil e relevante em sua aprendizagem e formação profissional.
Boa leitura e bons estudos!
Prof. Dr. Jade Varaschim Link
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE ............................... 1
TÓPICO 1 – EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE ..................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A PECUÁRIA DE LEITE ...................................................................................................................... 3
2.1 PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL E NO MUNDO ............................................................... 4
2.2 AQUISIÇÃO DE LEITE CRU PELOS LATICÍNIOS ................................................................... 6
2.3 PROJEÇÕES DA PRODUÇÃO DE LEITE .................................................................................. 8
3 AS RAÇAS PRODUTORAS DE LEITE ............................................................................................ 9
3.1 AS RAÇAS EUROPEIAS ................................................................................................................. 10
3.2 AS RAÇAS ZEBUÍNAS .................................................................................................................. 12
3.3 AS RAÇAS SINTÉTICAS ............................................................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 – A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E REPRODUTIVA DA ATIVIDADE LEITEIRA ....... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 MONITORAMENTO DO REBANHO ............................................................................................. 19
3 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O SUCESSO REPRODUTIVO .................................... 22
4 ÍNDICES REPRODUTIVOS ............................................................................................................... 23
5 PERÍODO DE SERVIÇO ..................................................................................................................... 24
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 28
TÓPICO 3 – NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA BOVINOCULTURA DE LEITE ................ 29
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 29
2 CONTROLE SANITÁRIO DOS REBANHOS DE LEITE............................................................. 29
2.1 SAÚDE ANIMAL ............................................................................................................................. 30
2.2 HIGIENE NA ORDENHA .............................................................................................................. 31
2.3 MEIO AMBIENTE............................................................................................................................ 32
2.4 GESTÃO SOCIOECONÔMICA ..................................................................................................... 33
3 NUTRIÇÃO NA PECUÁRIA LEITEIRA .......................................................................................... 34
4 BEM-ESTAR ANIMAL.........................................................................................................................36
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 40
TÓPICO 4 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE 
 GADO DE LEITE .............................................................................................................. 41
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 41
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO ............................................................................................................. 41
3 INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E AMBIÊNCIA .................................................................... 46
4 MELHORAMENTO GENÉTICO ...................................................................................................... 50
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 52
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 56
sumário
VIII
UNIDADE 2 – CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE CORTE ............................ 57
TÓPICO 1 – EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE CORTE ................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59
2 A CADEIA DA CARNE BOVINA ..................................................................................................... 59
3 PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAL DE CARNE BOVINA ................................................. 61
4 PRODUÇÃO E CONSUMO DE CARNE BOVINA NO BRASIL ............................................... 63
5 PROJEÇÕES DE PRODUÇÃO E CONSUMO DE CARNE BOVINA ....................................... 65
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 68
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 69
TÓPICO 2 – MERCADO INTERNO E EXTERNO DA PECUÁRIA DE CORTE ........................ 71
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71
2 EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE CARNE BOVINA ........................................................................ 71
3 O BRASIL NO MERCADO DE CARNE BOVINA ........................................................................ 74
4 CENÁRIOS DA CARNE BOVINA NO MUNDO E NO BRASIL ............................................... 76
5 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ................................................................................................ 78
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 86
TÓPICO 3 – FASES DA PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE ...................................................... 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 MANEJO DE BOVINOS DE CORTE NA FASE DE CRIA ........................................................... 87
3 MÉTODOS DE MONTA – ESTAÇÃO DE MONTA OU REPRODUÇÃO ............................... 88
3.1 MÉTODOS DE MONTA ................................................................................................................. 90
3.2 MANEJO PRÉ-NATAL.................................................................................................................... 92
3.3 PARTO ............................................................................................................................................... 93
3.4 MANEJO DO BEZERRO APÓS O NASCIMENTO .................................................................... 93
4 A TERMINAÇÃO DE BOVINOS EM CONFINAMENTO E EM PASTAGEM ....................... 94
4.1 TERMINAÇÃO DE BOVINOS EM CONFINAMENTO ............................................................ 94
4.2 TERMINAÇÃO DE BOVINOS EM PASTAGEM ........................................................................ 96
5 MANEJO PRÉ-ABATE DE BOVINOS DE CORTE ........................................................................ 96
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 99
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 100
TÓPICO 4 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE E O CONFINAMENTO ....... 103
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 103
2 VANTAGENS DO CONFINAMENTO ............................................................................................ 103
3 INSTALAÇÕES ..................................................................................................................................... 108
4 ALIMENTAÇÃO ................................................................................................................................... 111
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 118
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 119
UNIDADE 3 – GESTÃO E CONTROLE PRODUTIVO NA BOVINOCULTURA ..................... 121
TÓPICO 1 – INSTALAÇÕES, BEM-ESTAR ANIMAL E SUSTENTABILIDADE NA 
 PECUÁRIA DE CORTE ................................................................................................... 123
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 123
2 INSTALAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE .............................................. 123
3 BEM-ESTAR ANIMAL NA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE ...................................... 127
4 SUSTENTABILIDADE NA BOVINOCULTURA DE CORTE ..................................................... 132
IX
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 134
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 135
TÓPICO 2 – GESTÃO E CONTROLES ADMINISTRATIVOS DA FAZENDA DE CORTE ........ 137
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 137
2 GESTÃO, GERENCIAMENTO E ADMINISTRAÇÃO ................................................................ 137
3 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E DO CONTROLE...................................................... 139
4 FERRAMENTAS PARA O PLANEJAMENTO E PARA O CONTROLE ................................... 143
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 146
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................148
TÓPICO 3 – IDENTIFICAÇÃO ANIMAL E RASTREABILIDADE .............................................. 151
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 151
2 IDENTIFICAÇÃO ANIMAL .............................................................................................................. 151
3 RASTREABILIDADE E A SEGURANÇA DOS ALIMENTOS ................................................... 154
4 VANTAGENS E BENEFÍCIOS DA RASTREABILIDADE ........................................................... 161
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 163
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 165
TÓPICO 4 – MELHORAMENTO GENÉTICO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL ...................... 167
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 167
2 MELHORAMENTO GENÉTICO ...................................................................................................... 167
3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL ..................................... 170
4 LIMITAÇÕES DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL ........................................................................ 171
5 QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA ........................................................................................... 172
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 180
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 182
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 185
X
1
UNIDADE 1
CADEIA PRODUTIVA DA 
BOVINOCULTURA DE LEITE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a situação atual e as projeções futuras da pecuária de leite;
• compreender o monitoramento do rebanho e os índices reprodutivos;
• aprender o processo de manejo e nutrição dos animais;
• conhecer as instalações e equipamentos necessários para a produção de 
leite.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
TÓPICO 2 – A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E REPRODUTIVA DA 
ATIVIDADE LEITEIRA
TÓPICO 3 – NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA BOVINOCULTURA DE 
LEITE
TÓPICO 4 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES PARA 
PRODUÇÃO DE GADO DE LEITE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, neste momento você está iniciando seus estudos da 
disciplina de Cadeia Produtiva da Bovinocultura. No primeiro tópico da Unidade 
1 analisaremos a pecuária de leite no Brasil e no mundo, além de aprender a 
respeito das principais raças produtoras de leite. 
A partir de estudos pertinentes realizados por entidades como a Empresa 
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE); o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA) e associações de produtores de gado, foram selecionados dados e 
informações a respeito das raças produtoras de leite, produção, produtividade, 
consumo, importação e exportação de leite que servirão de fundamentos a 
respeito da situação atual e das projeções futuras para essa cadeia produtiva.
Bons estudos!
2 A PECUÁRIA DE LEITE
A pecuária começou a ser desenvolvida no Brasil no século XVI, na terceira 
década após o início do processo de colonização e até os dias atuais é muito 
importante na economia do país. A influência exercida pela pecuária provocou 
forte expansão na economia, com grande destaque nas exportações e, também, no 
abastecimento do mercado interno (TEIXEIRA; HESPANHOL, 2014).
O leite é considerado um dos mais importantes produtos da agropecuária 
brasileira. A cadeia produtiva do leite e seus derivados desempenha um papel 
importante no fornecimento de alimentos e na geração de emprego e renda para 
a população. Apesar de o Brasil ser um dos grandes produtores mundiais de leite, 
sua pecuária não pode ser considerada especializada, devido à grande diversidade 
de sistemas de produção, onde a pecuária leiteira de alta tecnologia convive com 
a pecuária extrativista, com baixo nível tecnológico e baixa produtividade. No 
Brasil, estima-se que 2,3% das propriedades leiteiras são especializadas, entretanto, 
90% dos produtores são considerados pequenos, com baixo volume de produção, 
baixa produtividade por animal e pouco uso de tecnologias (EMBRAPA, 2002; 
RANGEL, 2010).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
4
2.1 PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL E NO MUNDO
De acordo com os dados divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) em um estudo denominado Indicadores: Leite e Derivados, 
em outubro de 2016, a produção mundial de leite de vaca em 2013 chegou a mais 
de 635 milhões de toneladas (CARVALHO; CARNEIRO, 2016). Os Estados Unidos 
lideram o ranking de países produtores, com mais de 91 milhões de toneladas 
produzidas, seguido da Índia, com uma produção de 60 milhões, e da China, 
com mais de 35 milhões. O Brasil aparece logo em seguida, como o quarto maior 
produtor, com mais de 34 milhões de toneladas produzidas em 2013 (Tabela 1).
Países
Produção 
(toneladas)
Rebanho 
(cabeças)
Produtividade 
(kg/cabeça)
2012 2013 2012 2013 2012 2013
Estados Unidos 90.865.000 91.271.058 9.233.000 9.217.900 9.841 9.902
Índia 59.805.250 60.600.000 43.954.023 44.900.000 1.361 1.350
China 37.784.491 35.670.002 12.207.197 12.159.146 3.095 2.934
Brasil* 32.304.421 34.255.236 22.803.519 22.954.537 1.417 1.492
Alemanha 30.506.929 31.122.000 4.190.485 4.267.610 7.280 7.293
Rússia 31.500.978 30.285.969 8.049.849 7.766.275 3.913 3.900
França 23.998.422 23.714.357 3.643.200 3.697.232 6.587 6.414
Nova Zelândia 19.129.000 18.883.000 4.634.226 4.784.250 4.128 3.947
Turquia 15.977.837 16.655.009 5.431.400 5.607.272 2.942 2.970
Reino Unido 13.843.000 13.941.000 1.806.000 1.797.000 7.665 7.758
Paquistão 13.393.000 13.897.000 10.888.000 11.299.000 1.230 1.230
SUBTOTAL 369.108.328 370.294.631 126.840.899 128.450.222 2.910 2.883
TOTAL 630.183.853 635.575.895 268.727.507 270.848.210 2.345 2.347
TABELA 1 – LEITE DE VACA: PRODUÇÃO, VACAS ORDENHADAS E PRODUTIVIDADE EM PAÍSES 
SELECIONADOS NOS ANOS DE 2012 E 2013
FONTE: Adaptado de Carvalho e Carneiro (2016)
Caro acadêmico, ao realizarmos uma análise da Tabela 1, podemos 
observar que, apesar da Índia e do Brasil serem o segundo e o quarto maiores 
produtores mundiais de leite de vaca, respectivamente, suas produtividades são 
baixas (1.361-1.350 e 1.417-1.492 kg/cabeça) em relação aos Estados Unidos (9.841-
9.902 kg/cabeça), que é o líder do ranking, e da Alemanha (7.280-7.293 kg/cabeça), 
que está em quinto lugar no ranking, logo depois do Brasil. Isso significa que os 
Estados Unidos e a Alemanha são capazes de produzir uma quantidade maior de 
leite com um rebanho muito menor. Estas informações comprovam o reduzido 
uso de tecnologias e a baixa especialização das propriedades leiteiras brasileiras 
anteriormente mencionadas neste tópico.
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
5
No Brasil, a região Sul é a maior produtora de leite, com uma produção 
de aproximadamente 12,3 bilhões de litros de leite no ano de 2015 (Tabela 2). 
A segunda região que mais produz leite é a região Sudeste (aproximadamente 
11,9 bilhões de litros), seguidapela região Centro-Oeste (4,8 bilhões de litros). A 
região Sul apresenta a maior produtividade entre as regiões brasileiras (Tabela 
3), produzindo 2.900 litros de leite por vaca por ano, enquanto a região Norte 
apresenta a menor produtividade (884 litros/vaca/ano). Ao avaliarmos a evolução 
da produtividade de leite de 2013 a 2015 no Brasil, podemos observar um aumento 
de 1.492 para 1.609 litros/vaca/ano, sendo um aumento de 5,5% de 2014 para 2015.
Região
Ano
2013 2014 2015 Var. 2015/2014
Norte 1.846.420 1.946.149 1.832.764 -5,8%
Nordeste 3.598.250 3.892.395 4.143.039 6,4%
Centro-Oeste 5.016.292 4.944.088 4.802.463 -2,9%
Sudeste 12.019.947 12.130.275 11.901.959 -1,9%
Sul 11.774.331 12.211.453 12.320.002 0,9%
Brasil 34.255.240 35.124.360 35.000.227 -0,4%
Região
Ano
2013 2014 2015 Var. 2015/2014
Norte 934 876 884 1,0%
Nordeste 776 819 963 17,6%
Centro-Oeste 1.308 1.315 1.307 -0,6%
Sudeste 1.483 1.532 1.597 4,2%
Sul 2.674 2.790 2.900 3,9%
Brasil 1.492 1.525 1.609 5,5%
TABELA 2 – PRODUÇÃO ANUAL DE LEITE, POR REGIÃO DO BRASIL (MIL LITROS)
FONTE: Adaptado de Carvalho e Carneiro (2016)
TABELA 3 – PRODUTIVIDADE DE LEITE, POR REGIÃO DO BRASIL (LITROS/VACA/
ANO)
FONTE: Adaptado de Carvalho e Carneiro (2016)
O estado que mais produziu leite no ano de 2015 no Brasil foi o Estado 
de Minas Gerais (Tabela 4), o qual produziu aproximadamente 9,1 bilhões de 
litros de leite, seguido pelos estados do Paraná (aproximadamente 4,7 bilhões de 
litros) e do Rio Grande do Sul (aproximadamente 4,6 bilhões de litros). Estes três 
estados brasileiros foram responsáveis por mais da metade da produção de leite 
do país no ano de 2015.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
6
Região
Ano
2013 2014 2015 Var. 2015/2014
Alagoas 252.135 304.674 352.454 15,7%
Amapá 10.948 11.670 5.578 -52,2%
Amazonas 48.969 51.337 47.687 -7,1%
Bahia 1.162.598 1.212.091 1.170.953 -3,4%
Ceará 455.452 498.133 489.257 -1,8%
Distrito Federal 34.448 34.767 29.890 -14,0%
Espírito Santo 465.780 483.605 469.375 -2,9%
Goiás 3.776.803 3.659.191 3.518.057 -3,9%
Maranhão 385.880 393.030 393.341 0,1%
Mato Grosso 681.694 721.392 734.080 1,8%
Mato Grosso do Sul 523.347 528.738 520.436 -1,6%
Minas Gerais 9.309.165 9.370.470 9.144.957 -2,4%
Pará 539.490 554.195 567.231 2,4%
Paraíba 157.258 170.479 181.767 6,6%
Paraná 4.347.493 4.540.714 4.660.174 2,6%
Pernambuco 561.829 656.673 855.102 30,2%
Piauí 82.542 79.957 75.198 -6,0%
Rio de Janeiro 569.088 540.056 513.276 -5,0%
Rio Grande do Norte 209.150 232.338 245.027 5,5%
Rio Grande do Sul 4.508.518 4.687.489 4.599.925 -1,9%
Rondônia 920.496 940.621 817.520 -13,1%
Roraima 10.137 11.260 13.091 16,3%
Santa Catarina 2.918.320 2.983.250 3.059.903 2,6%
São Paulo 1.675.914 1.736.144 1.774.351 2,2%
Sergipe 331.406 345.020 379.940 10,1%
Tocantins 269.255 325.145 323.187 -0,6%
Total 34.255.240 35.124.360 35.000.227 -0,4%
TABELA 4 – PRODUÇÃO ANUAL DE LEITE, POR ESTADO (MIL LITROS)
FONTE: Adaptado de Carvalho e Carneiro (2016)
2.2 AQUISIÇÃO DE LEITE CRU PELOS LATICÍNIOS
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou em 
dezembro de 2017 um estudo que indicou a estatística da produção pecuária 
brasileira. Nesse estudo, o IBGE avaliou no 3º trimestre de 2017 a aquisição de 
leite cru feita por 1.939 estabelecimentos, 784 registrados no Serviço de Inspeção 
Federal (SIF), 886 no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 269 no Serviço de 
Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 91,9%; 7,3% e 
0,8% do total de leite captado. De acordo com esta pesquisa, no 3º trimestre de 
2017, a aquisição de leite cru feita por esses estabelecimentos foi de 6,16 bilhões 
de litros. Esse volume foi 9,1% maior que o registrado no 2º trimestre de 2017 e 
5,4% maior que o alcançado no mesmo trimestre em 2016. Ao realizar uma análise 
do gráfico a seguir, pode-se observar que, diferentemente dos terceiros trimestres 
de 2015 e 2016, esse trimestre apresentou um crescimento em relação ao mesmo 
período do ano anterior, apesar de ainda estar abaixo do nível alcançado no 3º 
trimestre de 2014.
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
7
FONTE: Adaptado de IBGE (2017)
GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DA QUANTIDADE DE LEITE CRU ADQUIRIDO PELOS LATICÍNIOS NO 
BRASIL NOS TRIMESTRES DE 2012 A 2017
O aumento da aquisição de leite nacional no 3º trimestre de 2017 se deve 
aos aumentos em 22 das 26 Unidades da Federação participantes da Pesquisa 
Trimestral do Leite. Os maiores aumentos foram verificados em Santa Catarina 
(+122,75 milhões de litros), Rio Grande do Sul (+71,44 milhões de litros) e São 
Paulo (+64,44 milhões de litros). A maior redução ocorreu no Estado do Paraná 
(-38,65 milhões de litros). O Estado de Minas Gerais lidera a aquisição de leite, 
com 24,2% da aquisição nacional, seguido por Rio Grande do Sul (15,5%) e Santa 
Catarina (13,2%) (Gráfico 2).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
8
GRÁFICO 2 – RANKING E VARIAÇÃO ANUAL DA QUANTIDADE DE LEITE CRU ADQUIRIDO 
PELOS LATICÍNIOS – UNIDADES DA FEDERAÇÃO – 3OS TRIMESTRES DE 2016 E 2017
FONTE: Adaptado de IBGE (2017)
2.3 PROJEÇÕES DA PRODUÇÃO DE LEITE 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realizou 
um estudo em agosto de 2017 referente às Projeções do Agronegócio – Brasil 
2016/2017 a 2026/2027. Este estudo teve como objetivo indicar direções do 
desenvolvimento e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas 
quanto às tendências dos principais produtos do agronegócio (MAPA, 2017).
De acordo com o estudo realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (MAPA), a produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos 
a uma taxa anual entre 2,1 e 3,0%, sendo que alguns pesquisadores trabalham 
com taxas de até 4,0%. Essas taxas correspondem a passar de uma produção de 
34,5 bilhões de litros em 2017 para valores de até 43,0 bilhões de litros em 2027. 
Os técnicos e pesquisadores da área indicam que esse aumento da produção é 
devido à melhoria da relação de troca entre preços de leite e insumos no mercado 
brasileiro. Porém, as importações serão menores em função do aumento dos 
preços internacionais e encarecimento do produto importado. O consumo de leite 
nos próximos anos deve estar próximo da produção, de acordo com o estudo, 
com projeções de aumento à taxa de 2,1% ao ano, podendo chegar a 3,3% (MAPA, 
2017).
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
9
Ano
Produção Consumo Exportação Importação
Projeção Lsup. Projeção Lsup. Projeção Lsup. Projeção Lsup.
2016/17 34.520 36.005 35.974 37.735 245 618 1.909 3.135
2017/18 35.334 37.435 36.776 39.517 254 781 1.937 3.671
2018/19 36.149 38.722 37.612 41.105 264 909 1.966 4.090
2019/20 36.963 39.935 38.454 42.570 273 1.018 1.995 4.447
2020/21 37.778 41.100 39.298 43.956 282 1.115 2.023 4.765
2021/22 38.593 42.232 40.142 45.285 291 1.204 2.052 5.055
2022/23 39.407 43.338 40.986 46.573 300 1.286 2.080 5.325
2023/24 40.222 44.424 41.830 47.827 310 1.363 2.109 5.577
2024/25 41.036 45.493 42.675 49.056 319 1.437 2.138 5.816
2025/26 41.851 46.549 43.519 50.262 328 1.506 2.166 6.044
2026/27 42.666 47.593 44.363 51.450 337 1.573 2.195 6.262
TABELA 5 – PROJEÇÕES DE PRODUÇÃO, CONSUMO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE LEITE 
(MILHÕES DE LITROS)
FONTE: Adaptado de Mapa (2017)
Caro acadêmico, observe que estas projeções indicam um aumento da 
produção e oferta de leite nos próximos 10 anos. De acordo com o estudo realizado, 
este crescimento deverá ocorrer devido às melhorias na gestão das fazendas e 
na produtividade dos animais. Além disso, nos últimos anos vem ocorrendo 
uma concentração no processo de produção e incorporação mais acelerada de 
tecnologias, sobretudo nos produtores de médio e grande porte (MAPA, 2017).
DICAS
Se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre a bovinocultura 
de leite, acesse a página da internet da Embrapa Gado de Leite. Essa página da internet 
oferece informações técnico-científicas que contribuem para o desenvolvimento e para o 
fortalecimento da cadeia produtiva do leite no Brasil.Disponível em: <https://www.embrapa.
br/gado-de-leite>.
3 AS RAÇAS PRODUTORAS DE LEITE
As raças bovinas são classificadas quanto à sua origem em europeias ou 
taurinas, zebuínas e sintéticas. As raças bovinas se destacam por sua capacidade 
para a produção de leite, de carne ou por dupla aptidão (leite e carne) (EMBRAPA, 
s.d.).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
10
3.1 AS RAÇAS EUROPEIAS
No grupo taurino, as raças leiteiras mais conhecidas são a Holandês, Jersey 
e Pardo-Suíço. Das raças desse grupo, a mais difundida e utilizada no Brasil e no 
mundo é a raça Holandês. As raças europeias são mais exigentes em relação às 
condições de ambiente e alimentação, e quanto maior o volume de produção, 
maiores essas exigências (EMBRAPA, s.d.). Veremos em seguida uma descrição 
de cada uma das principais raças deste grupo.
A raça Jersey 
Segundo o Instituto de Estudos Pecuários (IEPEC, 2016), a raça Jersey 
é originária de uma pequena ilha no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a 
França, denominada Ilha de Jersey, pertencente ao Reino Unido. O gado Jersey é 
criado puramente há mais tempo que qualquer outra raça bovina.
FIGURA 1 – GADO JERSEY
FONTE: IEPEC (2016, s.p.)
A formação da raça Jersey resultou em um animal de elevado índice de 
conversibilidade e resistência, além de reunir importantes qualidades, entre elas 
sua rusticidade e facilidade de adaptação. O gado Jersey é encontrado tanto em 
países de clima frio (Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo), como em países 
de clima quente (África do Sul e Brasil, por exemplo). A raça Jersey tem vida 
produtiva e reprodutiva mais longa que qualquer outra raça leiteira, por isso, 
representa o maior potencial de lucro (IEPEC, 2016). 
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
11
A raça Holandês
A origem da raça Holandesa, ou Fries-Hollands Veeslay, ou ainda Frísia 
Holandesa, é pouco conhecida. Alguns historiadores afirmam que foi domesticada 
há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Frísia 
(Países Baixos) e também na Frísia Oriental (Alemanha) (ABCBRH, 2017).
FIGURA 2 – GADO HOLANDÊS
FONTE: ABCBRH (2017, s.p.)
De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça 
Holandesa (ABCBRH, 2017), não foi estabelecida uma data de introdução da raça 
no Brasil, no entanto, presume-se que o gado holandês foi trazido nos anos de 
1530 a 1535. O gado da raça Holandês é malhado de preto-branco ou vermelho-
branco. 
A raça Pardo-suíço
A Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço (ABCGPS, 
2018) descreve que escavações realizadas no Lago Suíço, na borda dos Alpes, 
revelaram esqueletos de animais com características semelhantes às do Pardo-
Suíço atual que viveram em 4.000 anos a.C. Ao longo dos séculos, a influência 
da natureza determinou a morfologia e as qualidades básicas desses animais. 
Diferentes fatores, tais como a qualidade do solo, variações climáticas, topografia 
montanhosa e pastos entre 700 e 2.000 metros acima do nível do mar, formaram 
o Pardo-Suíço robusto e autossuficiente, verdadeiro produto de sua terra natal.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
12
FIGURA 3 – FOTOGRAFIA DO GADO PARDO-SUÍÇO
FONTE: Disponível em: <http://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/racas-gado-
de-leite/raca-pardo-suico.html>. Acesso em: 22 fev. 2018.
A raça Pardo-Suíça é reconhecida em todo o mundo por sua capacidade 
de adaptação, principalmente nas regiões de clima quente. A raça se destaca 
pela sua fertilidade, as fêmeas alcançam a puberdade aos 346 dias de vida, com 
taxa de prenhez de 91,6%, e esta característica é transmitida também em seus 
cruzamentos. O efeito combinado da seleção genética e da melhoria no manejo 
geral e nutricional vem resultando em médias de produção cada vez mais 
crescentes. A média da raça hoje está acima de 25,70 kg/dia, mas vale lembrar 
que os dados produtivos sofrem variações devido ao manejo e à alimentação do 
rebanho (ABCGPS, 2018).
 
3.2 AS RAÇAS ZEBUÍNAS 
No grupo das raças zebuínas leiteiras, as mais conhecidas são: Gir, Guzerá 
e Sindi. Esses animais se adaptam melhor às condições tropicais, sendo a raça 
Gir a mais utilizada. Os animais zebuínos são menos exigentes em condições de 
ambiente e de alimentação em comparação às raças europeias (EMBRAPA, 2018).
A raça GIR
Segundo a Associação dos Criadores Gaúchos de Zebu (ACGZ, 2012), a 
Gir é uma raça originária da Índia, das regiões de Gir na Península de Kathiawar. 
Os primeiros exemplares da raça Gir, provavelmente, devem ter sido introduzidos 
no Brasil por volta de 1906. Após isso, mais quatro importações da Índia, ocorridas 
em 1930, 1955, 1960 e 1962, foram de extrema importância para a formação do Gir 
brasileiro (ACGZ, 2012).
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
13
FIGURA 4 – FOTOGRAFIA DO GADO GIR
FONTE: ACGZ (2012, s.p.)
O Gir leiteiro se destaca por sua rusticidade, longevidade produtiva e 
reprodutiva, docilidade, facilidade de parto, produção de leite a pasto (excelente 
conversão alimentar) e versatilidade nos cruzamentos. Essa raça leiteira 
demonstra seu potencial produtivo com menos alimentos e sofre pouco com a 
restrição alimentar, pois apresenta menos exigências, seu índice de metabolismo 
e de ingestão de alimentos é mais baixo em relação às raças taurinas, sendo 
necessária menor reposição alimentar (ACGZ, 2012).
A raça Guzerá
A Associação dos Criadores de Guzerá e Guzolando Brasil (ACGB, 2018) 
destaca que a Guzerá foi a primeira raça zebuína a chegar ao Brasil, entre as que 
persistem, trazida da Índia, na década de 1870. A raça diminui muito a despesa 
com produtos veterinários já no primeiro cruzamento com o gado proveniente de 
clima frio ou seus mestiços.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
14
FIGURA 5 – GADO GUZERÁ
FONTE: ACGB (2018, s.p.)
A raça Sindi
A Associação dos Criadores Gaúchos de Zebu (ACGZ, 2012) destaca que a 
raça Sindi é nativa da região de Kohistan, na parte norte da província de Sind, no 
Paquistão. Em 1952, o gado Sindi chegou ao Brasil através do diretor do Instituto 
Agronômico do Norte (IAN), Felisberto de Camargo, que trouxe 31 animais da 
raça, sendo 28 fêmeas e três reprodutores. Os animais dessa raça são, geralmente, 
pequenos, adequados para regiões de poucos recursos alimentares, onde seria 
difícil a manutenção de animais de grande porte.
FIGURA 6 – GADO SINDI
FONTE: ACGZ (2012, s.p.)
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE
15
3.3 AS RAÇAS SINTÉTICAS 
Entre as raças sintéticas, a mais conhecida e utilizada é a raça Girolando. 
Essa raça tem em sua composição genética as raças Holandês e Gir (EMBRAPA, 
2018). De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG), 
o gado Girolando surgiu entre as décadas de 1940 e 1950, no Vale do Paraíba, 
Estado de São Paulo, quando um touro da raça Gir invadiu uma pastagem 
vizinha e cobriu algumas vacas da raça Holandesa, a qual predominava nos 
rebanhos da região. Os criadores observaram que os animais desse cruzamento 
eram diferentes dos animais tradicionais da época. Com o passar do tempo, 
esses animais foram demonstrando diversas características interessantes, como 
a rusticidade, a precocidade e, principalmente, a produção de leite. Ambas as 
raças mães (Gir e Holandês) contribuíram muito para o sucesso e formação do 
Girolando, o gado Gir, com sua capacidade de adaptação e rusticidade, e o gado 
Holandês, com seus anos de seleção voltados para a produção de leite (ABCG, 
2018).
FIGURA 7 – GADO GIROLANDO
FONTE: Disponível em: <http://iepec.com/tudo-sobre-a-raca-girolando-na-pecuaria-
leiteira/>. Acesso em: 22 fev. 2018.
16
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os Estados Unidos lideram o ranking de países produtores de leite, seguido da 
Índia, da China e do Brasil.
• No Brasil, a região Sul é a maior produtora de leite. A segunda região que mais 
produz leite é a região Sudeste, seguida pela região Centro-Oeste.
• O estado que mais produz leite no Brasil é o Estado deMinas Gerais, seguido 
pelos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.
• Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2014), 
a produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos.
• As raças bovinas são classificadas quanto à sua origem em europeias ou taurinas, 
zebuínas e sintéticas. No grupo taurino, as raças leiteiras mais conhecidas são a 
Holandês, Jersey e Pardo-Suíço. No grupo das raças zebuínas leiteiras, as mais 
conhecidas são: Gir, Guzerá e Sindi. Entre as raças sintéticas, a mais conhecida 
e utilizada é a raça Girolando.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
Vamos testar o quanto avançamos no domínio do conhecimento da pecuária 
de leite.
1 Neste tópico, aprendemos que as raças bovinas podem ser consideradas 
quanto à sua origem em europeias ou taurinas, zebuínas e sintéticas. No 
grupo taurino, as raças leiteiras mais conhecidas são a Holandês, Jersey 
e Pardo-Suíço. Sobre estas raças de bovinos, associe os itens, utilizando o 
código a seguir:
I- Holandês.
II- Jersey.
III- Pardo-Suíço.
( ) É encontrado tanto em países de clima frio como em países de clima quente 
e possui vida produtiva e reprodutiva mais longa que qualquer outra raça 
leiteira.
( ) Foi trazido nos anos de 1530 a 1535 para o Brasil e é malhado de preto-
branco ou vermelho-branco.
( ) Alguns fatores, como as variações climáticas e pastos entre 700 e 2.000 
metros acima do nível do mar, o tornaram robusto e autossuficiente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
a) ( ) II – III – I.
b) ( ) III – I – II.
c) ( ) II – I – III.
d) ( ) I – II – III.
2 No estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
(Embrapa), o Brasil aparece como quarto maior produtor mundial de leite, 
porém, sua produtividade, quantidade de leite produzido por cabeça de 
gado (kg/cabeça), é baixa em relação a outros países que estão abaixo no 
ranking. Diante disso, explique os motivos que tornam a produtividade de 
leite brasileira inferior em comparação a esses países.
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E REPRODUTIVA DA 
ATIVIDADE LEITEIRA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, após nos informarmos a respeito da situação atual 
e das projeções futuras para a atividade leiteira e conhecermos algumas das 
principais raças de bovinos produtores de leite, iremos analisar neste tópico a 
eficiência produtiva e reprodutiva dos bovinos de leite.
A partir dos estudos deste tópico, iremos aprender a respeito do 
monitoramento do rebanho através de exames reprodutivos, exames sanitários 
e a avaliação da condição corporal. Vamos conhecer e analisar o gerenciamento e 
monitoramento do rebanho com o auxílio dos índices reprodutivos, que envolvem 
a idade da puberdade, da primeira cobertura e do primeiro parto, intervalo de 
partos, período voluntário de espera, período de serviço, taxa de prenhez, taxa de 
concepção, número de serviços por concepção e a taxa de inseminação.
Bons estudos!
2 MONITORAMENTO DO REBANHO
Uma etapa muito importante e que permite que estratégias e interferências 
sejam estabelecidas a fim de aumentar a eficiência reprodutiva é o monitoramento 
do rebanho, realizado pelo acompanhamento do rebanho através de exame 
reprodutivo e pelo registro dos eventos reprodutivos e produtivos. Com estas 
informações, é possível gerar índices que permitem identificar os pontos possíveis 
de comprometer a produtividade do rebanho (BERGAMASCHI; MACHADO; 
BARBOSA, 2010).
O manejo dos animais pode ser auxiliado por ferramentas simples e de 
baixo custo, como o quadro reprodutivo, que permite a verificação da condição 
em que se encontram as vacas do rebanho, classificando-as em paridas e não 
acasaladas, acasaladas, prenhes, em lactação e secas. Contudo, nos dias atuais 
existem diferentes softwares para gerenciamento reprodutivo, que realizam 
cálculos precisos de vários índices (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 
2010).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
20
Os exames e avaliações realizadas para o monitoramento do rebanho, 
de acordo com Bergamaschi, Machado e Barbosa (2010), incluem os exames 
reprodutivos, exames sanitários e a avaliação da condição corporal.
Exames reprodutivos
Esses exames permitem selecionar os animais aptos à reprodução. Os 
machos são avaliados através de exame andrológico para verificar seu potencial 
de fertilização. As fêmeas são avaliadas por exame ginecológico, com a finalidade 
de selecionar as vacas aptas para a reprodução, identificar doenças e infecções no 
sistema reprodutivo que podem interferir na ovulação e na concepção. E s t a 
avaliação deve ser realizada por médico veterinário, em intervalos regulares 
(cada 15 dias). A identificação e o tratamento precoce de doenças, infecções e 
outros problemas reprodutivos permitem o aumento da eficiência reprodutiva 
(BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
Exames sanitários
As avaliações da saúde geral do rebanho e de doenças reprodutivas 
específicas (leptospirose, rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), diarreia bovina 
a vírus (BVD), neosporose e brucelose) que podem efetivamente comprometer a 
gestação devem ser realizadas. Estratégias de controle com o uso de programas 
de vacinação devem ser estabelecidas sob a supervisão de um médico veterinário 
(BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
Avaliação da condição corporal
A avaliação da condição corporal deve ser realizada com frequência e com 
maior atenção na hora do parto, no pico de lactação e na secagem, essa avaliação é 
um importante instrumento de monitoramento do estado nutricional dos animais 
do rebanho. A avaliação da condição corporal é realizada pela medida subjetiva 
de gordura depositada sobre as costelas, nas ancas, nas apófises transversas das 
vértebras lombares e na inserção da cauda. As vacas em condição corporal ruim 
(magras) produzem bezerros mais leves, geralmente com maior mortalidade 
no período de aleitamento, e com isso o pico da lactação fica comprometido. 
Nessa condição o período para recuperação da vaca é maior e ocorre atraso 
para o surgimento do primeiro cio pós-parto (BERGAMASCHI; MACHADO; 
BARBOSA, 2010).
De acordo com Machado et al. (2008), a escala mais difundida está ilustrada 
no Quadro 1 e abrange escores de 1 a 5.
TÓPICO 2 | A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E REPRODUTIVA DA ATIVIDADE LEITEIRA
21
ECC = 1
O escore 1 é para vacas muito 
magras e é caracterizado por 
cavidade profunda na região de 
inserção da cauda, costelas e ossos 
da pélvis (bacia) pronunciados 
e facilmente palpáveis, ausência 
de tecido gorduroso na pélvis 
ou na área do lombo e profunda 
depressão na região do lombo.
ECC = 2
O escore 2 é para vacas magras e é 
caracterizado por cavidade rasa ao 
redor da inserção da cauda, pélvis 
facilmente palpável, extremidades 
das costelas mais posteriores 
arredondadas e superfícies sentidas 
com ligeira pressão, e depressão 
visível na área do lombo.
ECC = 3
O escore 3 é para vacas em 
estado corporal intermediário 
e é caracterizado por ausência 
de cavidade, mas presença de 
gordura na inserção da cauda, 
pélvis palpável com ligeira pressão, 
camada de tecido sobre a parte 
superior das costelas, sentidas sob 
pressão, e ligeira depressão no 
lombo.
ECC = 4
O escore 4 é para vacas gordas 
e é caracterizado por pregas de 
gordura visíveis na inserção da 
cauda e pequenas porções de 
gordura sobre os ísquios, pélvis 
sentida somente com pressão 
firme, costelas mais posteriores não 
palpáveis e ausência de depressão 
no lombo.
QUADRO 1 – ESCALA DE ESCORES DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC) PARA VACAS LEITEIRAS
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
22
ECC = 5
O escore 5 é para vacas muito 
gordas e é caracterizado por 
inserção da cauda imersa em 
camada espessa de tecido adiposo, 
ossos pélvicos não mais palpáveis, 
nem mesmo com pressão firme, 
e costelas posteriores cobertas 
por espessa camada de tecido 
gorduroso.
FONTE: Adaptado de Machado et al. (2008)
3 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O SUCESSO 
REPRODUTIVO
SegundoBergamaschi, Machado e Barbosa (2010), os fenômenos 
reprodutivos de interesse na fisiologia da vaca são a manifestação do estro, ou 
cio, com ocorrência da ovulação, concepção e manutenção da prenhez. Nesse 
sentido, diversos são os fatores capazes de comprometer a eficiência reprodutiva 
das vacas, por exemplo:
• o protocolo de inseminação;
• a qualidade dos oócitos (gametas femininos);
• o ambiente uterino;
• o reconhecimento materno da prenhez;
• a condição corporal;
• a produção de leite;
• as doenças;
• os ingredientes da dieta;
• o touro.
Os autores destacam que para se obter o sucesso reprodutivo, alguns 
pontos são fundamentais. Esses pontos compreendem:
• evitar partos prematuros; 
• iniciar rapidamente o tratamento de endometrites e as doenças do pós-parto; 
• antecipar o retorno ao estro e identificá-lo corretamente; 
• inseminar no tempo certo, monitorar a eficiência do inseminador e realizar o 
diagnóstico precoce de gestação.
Além disso, deve-se ter cuidado não só no manejo geral dos animais, 
como também no manejo alimentar e ambiental. É necessário fornecer a nutrição 
adequada aos animais para que os índices reprodutivos satisfatórios sejam 
alcançados, além disso, o conforto animal interfere na produção de leite e na 
TÓPICO 2 | A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E REPRODUTIVA DA ATIVIDADE LEITEIRA
23
reprodução. Neste sentido, o acesso dos animais às áreas sombreadas, bebedouros 
e abrigos contribui para o controle do estresse térmico, favorecendo a concepção 
e a manutenção da gestação (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
4 ÍNDICES REPRODUTIVOS
Caro acadêmico, o gerenciamento e monitoramento de um rebanho 
podem ser realizados com o auxílio dos índices reprodutivos. Esses índices 
permitem o controle efetivo do rebanho, fornecendo informações adquiridas dos 
exames reprodutivos e do registro das datas dos eventos ocorridos durante a 
vida do animal (nascimento, ocorrência de cios, acasalamentos, partos e abortos). 
Essas informações são muito úteis na condução das atividades, como a escolha 
de genótipos de interesse para a atividade produtiva e o descarte de animais de 
menor potencial produtivo (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
A avaliação da eficiência reprodutiva é uma tarefa complexa e envolve 
vários eventos durante a vida do animal que devem ser avaliados em conjunto. 
Visitas técnicas regulares (mensais ou quinzenais) são essenciais para avaliar o 
desempenho do rebanho, permitindo realizar com agilidade alterações de manejo 
e ambientais (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
Visto isso, acadêmico, a seguir iremos descrever e conceituar os índices de 
monitoramento da eficiência reprodutiva.
Idade da puberdade, da primeira cobertura e do primeiro parto
A puberdade se caracteriza pelo primeiro cio, momento em que a fêmea 
tem potencialidade para se reproduzir. A idade em que ocorre a puberdade 
varia com a raça, mas o principal fator que influencia esse índice é o manejo 
nutricional. De maneira geral, as primeiras manifestações do cio ocorrem quando 
o animal apresenta aproximadamente 40% do peso que terá na idade adulta (o 
peso da vaca adulta é obtido dos animais do rebanho com mais de três partos), 
mas é necessário que o animal, ao ser acasalado, já tenha passado por alguns 
cios e tenha chegado a 60% do peso à idade adulta. Já a idade ao primeiro parto 
representa a entrada do animal em sua fase produtiva. Quanto mais cedo isso 
ocorrer, maior o número de crias produzidas e mais rápido o ganho genético 
(NASCIF; MOREIRA; LOBATO, 2014).
As raças especializadas atingem a puberdade quatro a seis meses mais 
cedo do que as raças zebuínas. Assim, novilhas taurinas podem entrar em 
reprodução por volta dos 15 meses de idade, o que permite o primeiro parto 
com 24 meses de idade. Um peso mínimo ao primeiro parto de 80% do peso à 
idade adulta deve ser respeitado. Estabelecida a meta de peso ao primeiro parto, 
é preciso estipular metas de ganho de peso durante as fases anteriores de recria 
(NASCIF; MOREIRA; LOBATO, 2014).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
24
Intervalo de partos
De acordo com Nascif, Moreira e Lobato (2014), o espaço de tempo ideal 
entre um parto e outro é de 12 a 13 meses. Intervalos de partos mais longos adiam 
a próxima parição, atrasando a geração de um novo bezerro e de uma nova 
lactação, causando comprometimento econômico, além de limitar a intensidade 
do melhoramento genético. O intervalo de partos pode ser considerado um 
instrumento de medida das condições de alimentação, sanidade, conforto e 
manejo geral oferecido ao rebanho. A redução do intervalo de partos pode 
aumentar a produção de leite e o número de bezerros. Ao analisarmos a tabela a 
seguir, percebemos que a redução do intervalo de partos de 14 para 12 meses ou 
de 24 para 12 meses pode aumentar de 16 a 100% a produção de leite e aumentar 
significativamente o número de bezerros nascidos por ano.
Intervalo
(meses)
Aumento percentual na
produção de leite
Número de bezerras nascidas 
por ano em um
rebanho de 100 vacas
De Para De Para
24 12 100% 50 100
21 12 75% 57 100
18 12 50% 66 100
16 12 33% 75 100
14 12 16% 86 100
TABELA 6 – AUMENTO DA PRODUÇÃO DE LEITE E DO NÚMERO DE BEZERROS A PARTIR DA 
REDUÇÃO DE INTERVALO DE PARTOS
FONTE: Adaptado de Nascif, Moreira e Lobato (2014)
Período voluntário de espera
Os autores Bergamaschi, Machado e Barbosa (2010) destacam que o 
período voluntário de espera envolve o período entre o parto e o momento de 
os animais retornarem à reprodução (45 a 50 dias). De acordo com os autores, a 
primeira ovulação ocorre cerca de 25 dias após o parto, no entanto, a primeira 
detecção de estro ocorre depois. As vacas que manifestam sinal de cio antes 
dos primeiros 30 dias após o parto requerem menos serviços por concepção em 
comparação às vacas que não manifestaram os sinais de cio durante esse período. 
5 PERÍODO DE SERVIÇO
Prezado acadêmico, até esse momento já avaliamos que o monitoramento 
do rebanho através de exames reprodutivos, exames sanitários e a avaliação da 
condição corporal são muito importantes, bem como realizar o gerenciamento e 
monitoramento do rebanho com o auxílio dos índices reprodutivos. Outro fator 
TÓPICO 2 | A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E REPRODUTIVA DA ATIVIDADE LEITEIRA
25
de grande importância é o período de serviço, que pode ser definido como o 
tempo decorrido entre o parto e a concepção, e costuma variar de 85 a 115 dias 
(NASCIF; MOREIRA; LOBATO, 2014).
A primeira ovulação após o parto ocorre com cerca de 25 dias, como já 
foi mencionado anteriormente, mas não é recomendável aproveitar o primeiro 
cio, pois o útero necessita mais tempo para voltar à normalidade e a vaca não 
apresenta uma situação hormonal adequada. O aproveitamento do cio até 90 
dias após o parto irá garantir um intervalo de partos de 12 meses. Uma vaca 
saudável manifesta sinal de cio em intervalos de 18 a 24 dias e a sua duração varia 
de seis a 20 horas. O estro (cio) pode ser detectado através do uso de métodos 
auxiliares, como equipamentos eletrônicos, pedômetros ou sensores de pressão 
(BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010). No entanto, a observação 
humana é indispensável. A habilidade e conhecimento técnico da pessoa 
responsável pela identificação do cio é determinante; por outro lado, instalações 
inadequadas, o estresse térmico e a alta incidência de afecções no casco podem 
dificultar a detecção do cio (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
NOTA
Prezado acadêmico, entenda como sistema pedômetro o equipamento que 
registra o número de passos da vaca. Vacas em cio se movimentam mais, logo, o pedômetro 
registra um aumento do número de passos, indicando que a vaca está em cio.
Taxa de prenhez
A taxa de prenhez é indicadora da eficiência reprodutiva, pode ser 
calculada pela divisão entre o número de animais prenhes e o número de animais 
que foram expostos à reprodução em determinado período (Equação 1), ou então, 
pode ser calculada por meio da multiplicação da taxa de detecção de estro pelataxa de concepção (Equação 2) (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
=
=
ŶŶŶŶŶŶŶŶŶTAXA DE PRENHEZ 
TOTAL DE VACAS EXPOSTAS
TAXA DE PRENHEZ TAXA DE DETECÇÃO X TAXA DE CONCEPÇÃO
(1)
(2)
O índice ideal é de 35% de taxa de prenhez, o que significa que após 
submetidas à reprodução, a cada ciclo estral, 35% das vacas devem conceber 
(BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
26
Taxa de concepção
A taxa de concepção pode ser determinada pela divisão do número de 
vacas prenhes, pelo número total de inseminações realizadas em determinado 
período (Equação 3), ou seja, indica a porcentagem de vacas que ficaram prenhes 
dentro de um dado período em relação ao número total de vacas inseminadas, 
o índice ideal é de 50% no mínimo (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 
2010).
=
Nº DE VACAS PRENHESTAXA DE CONCEPÇÃO 
TOTAL DE INSEMINAÇÕES REALIZADAS (3)
Número de serviços por concepção
Segundo Bergamaschi, Machado e Barbosa (2010), a razão entre o número 
de acasalamentos pelo número de animais que conceberam resulta no número de 
serviços por concepção (Equação 4). 
=
ŶŶŶŶŶŶŶŶŶSERVIÇOS DE CONCEPÇÃO 
Nº DE ANIMAIS QUE CONCEBERAM (4)
Taxa de inseminação
A taxa de inseminação representa a percentagem de fêmeas inseminadas 
em relação ao número de fêmeas submetidas à reprodução (Equação 5). A taxa 
de detecção de cio influencia diretamente este índice, ou seja, quanto maior a 
taxa de detecção de cio, maior a taxa de inseminação. O ideal é que seja superior 
a 50% (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010; NASCIF; MOREIRA; 
LOBATO, 2014).
=
Nº DE VACAS INSEMINADASTAXA DE INSEMINAÇÃO 
Nº DE VACAS SUBMETIDAS À REPRODUÇÃO
(5)
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os exames e avaliações realizados para o monitoramento do rebanho incluem 
os exames reprodutivos, exames sanitários e a avaliação da condição corporal.
• Os fenômenos reprodutivos de interesse são a manifestação do estro, com 
ocorrência da ovulação, concepção e manutenção da prenhez.
• O gerenciamento e monitoramento de um rebanho podem ser realizados com 
o auxílio dos índices reprodutivos.
• A puberdade se caracteriza pelo primeiro cio, momento em que a fêmea tem 
potencialidade para se reproduzir. Já a idade ao primeiro parto representa a 
entrada do animal em sua fase produtiva.
• O espaço de tempo ideal entre um parto e outro é de 12 a 13 meses. A redução 
do intervalo de partos pode aumentar a produção de leite e o número de 
bezerros.
• O período voluntário de espera envolve o período entre o parto e o momento 
de os animais retornarem à reprodução.
• O período de serviço pode ser definido como o tempo decorrido entre o parto 
e a concepção.
• A taxa de prenhez pode ser determinada pela divisão entre o número de 
animais prenhes e o número de animais que foram expostos à reprodução em 
determinado período.
• A taxa de concepção pode ser determinada pela divisão do número de vacas 
prenhes, pelo número total de inseminações realizadas em determinado 
período.
• A taxa de inseminação representa a percentagem de fêmeas inseminadas em 
relação ao número de fêmeas submetidas à reprodução.
28
Vamos testar nossos conhecimentos a respeito da eficiência produtiva e 
reprodutiva dos bovinos de leite.
1 A partir do estudo deste tópico, vimos que um importante instrumento de 
monitoramento do estado nutricional dos animais do rebanho é a avaliação 
da condição corporal. Essa avaliação pode ser realizada utilizando uma 
escala (ECC) que abrange escores de 1 a 5. Sobre a avaliação da condição 
corporal do rebanho, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
( ) As vacas em condição corporal ruim (gordas, ECC = 4 ou 5) produzem 
bezerros mais leves, geralmente com maior mortalidade no período de 
aleitamento.
( ) O escore 1 é para vacas muito gordas e é caracterizado por inserção da 
cauda imersa em camada espessa de tecido adiposo e costelas posteriores 
cobertas por espessa camada de tecido gorduroso.
( ) As vacas em condição corporal ruim, ECC = 1, necessitam de um período 
maior para recuperação e ocorre atraso para o surgimento do primeiro cio 
pós-parto.
( ) O escore 3 é para vacas em estado corporal intermediário e é caracterizado 
por ausência de cavidade, mas presença de gordura na inserção da cauda, 
camada de tecido sobre a parte superior das costelas e ligeira depressão no 
lombo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – F – F – V. 
c) ( ) F – F – V – V. 
d) ( ) V – V – F – V.
2 Os índices reprodutivos permitem controlar o rebanho e adquirir 
informações úteis na condução das atividades, como a escolha de genótipos 
de interesse para a atividade produtiva e o descarte de animais de menor 
potencial produtivo. Diante disso, o que a taxa de prenhez indica? Como ela 
pode ser determinada?
AUTOATIVIDADE
29
TÓPICO 3
NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA 
BOVINOCULTURA DE LEITE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Bem-vindo, acadêmico, ao terceiro tópico de estudo da bovinocultura 
de leite. A partir dos estudos deste tópico, iremos conhecer a respeito das boas 
práticas na produção de leite, para isso vamos analisar o controle sanitário dos 
rebanhos de leite a partir da saúde animal, da higiene na ordenha e na pós-
ordenha, analisar as boas práticas na produção de leite do ponto de vista do meio 
ambiente e da gestão socioeconômica da propriedade.
Iremos avaliar a nutrição animal, visto que uma nutrição de qualidade 
resulta em animais leiteiros saudáveis, aumento da produtividade e qualidade do 
leite. Avaliaremos também a questão do bem-estar animal, os pontos importantes 
de instalações e manejo considerando as “cinco liberdades”, que constituem um 
conceito importante do bem-estar animal.
Bons estudos!
2 CONTROLE SANITÁRIO DOS REBANHOS DE LEITE
Em todo o mundo os sistemas de produção precisam combinar 
rentabilidade com sustentabilidade, proteger a saúde humana e o bem-estar 
animal (FAO; IDF, 2013). A produção e produtividade da pecuária de leite 
dependem diretamente da saúde dos animais. Esses fatores são afetados quando 
não são realizadas medidas de controle para evitar que os animais adoeçam 
(GONÇALVES, 2007).
Nesse sentido, o manejo adequado dos animais é indispensável para a 
sustentabilidade da pecuária, uma vez que quando o problema sanitário se instala, 
mais custos são gerados e, portanto, maior é o prejuízo financeiro (EMBRAPA, 
2018). 
Diante disso, o foco deste tópico será nas boas práticas da pecuária de leite 
para assegurar a saúde dos animais através de um manejo sanitário efetivo, pois 
assim os produtores de leite podem agregar valor ao seu produto satisfazendo 
as demandas da indústria de processamento e as exigências dos consumidores 
(FAO; IDF, 2013).
30
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
2.1 SAÚDE ANIMAL
Prezado acadêmico, de acordo com informações divulgadas pela 
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Food and 
Agriculture Organization of the United Nations - FAO) e pela Federação Internacional 
de Laticínios (International Dairy Federation - IDA) em um estudo denominado 
guia de boas práticas na pecuária de leite, de 2013, as boas práticas na pecuária 
de leite em relação à saúde animal contemplam em estabelecer o rebanho com 
resistência a doenças, prevenir a entrada de doenças na propriedade, estabelecer 
um programa eficiente de sanidade do rebanho e utilizar produtos químicos e 
medicamentos veterinários conforme orientação técnica (FAO; IDF, 2013).
Para estabelecer um rebanho com resistência a doenças, alguns pontos 
são fundamentais, como escolher raças e animais bem adaptados às condições do 
ambiente e aos sistemas de produção da região, determinar o tamanho do rebanho 
e a taxa de lotação com base em conhecimento prático de manejo, condições 
locais e disponibilidade de terra, infraestrutura, alimentos e outros insumos e 
vacinar todos os animais como recomendado ou exigido pelasautoridades locais 
de saúde animal (FAO; IDF, 2013).
Com a finalidade de prevenir a entrada de doenças na propriedade, é 
importante fazer a aquisição de animais saudáveis. Outro fator é o cuidado com 
o transporte de animais dentro e fora da propriedade e o controle em relação às 
propriedades vizinhas, para que doenças não sejam introduzidas no rebanho. 
Além disso, procurar limitar, dentro do possível, o acesso de pessoas e animais 
silvestres à propriedade, adotar um programa de controle de pragas e usar sempre 
equipamentos limpos de fornecedores confiáveis (FAO; IDF, 2013).
Para garantir a saúde animal é importante estabelecer um programa 
eficiente de sanidade do rebanho. Para isso, faz-se necessária a utilização de 
um sistema para a identificação individual de todos os animais. Exemplos de 
sistemas de identificação incluem brincos de orelha, tatuagem, marcação a frio 
e identificação por radiofrequência (RFID), como os microchips. É importante 
desenvolver um programa de manejo sanitário efetivo focado na prevenção 
que atenda às necessidades da propriedade, bem como as normas e legislações 
regionais e nacionais. Além disso, realizar a inspeção regular dos animais com 
a finalidade de se detectar rapidamente as doenças, manter os animais doentes 
isolados, identificar e atender esses animais rapidamente e de forma apropriada, 
separar o leite dos animais doentes, realizar o controle das doenças do rebanho 
que podem afetar a saúde pública (zoonoses) e sempre procurar orientação 
técnica no momento de utilizar produtos químicos e medicamentos veterinários 
(FAO; IDF, 2013).
TÓPICO 3 | NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA BOVINOCULTURA DE LEITE
31
2.2 HIGIENE NA ORDENHA
A pecuária leiteira tem como atividade central a ordenha. Essa etapa 
é fundamental, pois o manejo da ordenha tem como objetivo minimizar as 
contaminações microbianas, químicas e físicas. O manejo da ordenha deve 
garantir a saúde dos animais e a qualidade do leite, visando sempre as boas 
práticas na produção leiteira (FAO; IDF, 2013).
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 
2018), os procedimentos higiênicos de manejo na ordenha devem abranger três 
etapas: limpeza e desinfecção da sala de ordenha, manejo na ordenha mecânica e 
manual e na pós-ordenha (resfriamento e estocagem do leite).
Limpeza e desinfecção da sala de ordenha
De acordo com o portal da Embrapa Gado de Leite, os critérios para um 
manejo adequado nessa etapa envolvem utilizar uma sala de ordenha adequada, 
em bom estado de conservação e dispor de água em quantidade suficiente. A sala 
de ordenha deve apresentar paredes lisas, caiadas ou azulejadas, sem buracos 
ou reentrâncias. Ao final de cada ordenha deve-se realizar a limpeza do local, 
removendo fezes, urina, leite e demais matérias orgânicas presentes. As paredes 
e pisos devem ser esfregados e lavados com jatos de água. A desinfecção da sala 
de ordenha deve ser realizada mensalmente, a não ser que haja casos de surto 
de doença, lembrando sempre de limpar e lavar a sala antes da aplicação de 
desinfetante (EMBRAPA, 2018).
Ordenha
Para a realização da ordenha deve-se conduzir as vacas de forma 
organizada e com calma, organizando-as de modo que as novilhas e vacas 
saudáveis sejam ordenhadas por primeiro e as vacas mais velhas ou que tenham 
apresentado mastite ou outra doença por último (EMBRAPA, 2018).
Em relação aos ordenhadores, é importante se certificar de que tenham 
higiene apropriada e recebam treinamento para exercer suas atividades, dando 
atenção especial à higienização das mãos. Antes de prosseguir com a ordenha 
é necessário garantir que os tetos das vacas estejam limpos e secos e observar 
se o leite dos primeiros jatos apresentam alteração (presença de grumos, pus 
amarelado ou aquoso). Caso o leite apresente alterações é necessário separar e 
descartar o leite, pois estas alterações são sinais de mastite clínica, além disso, 
deve-se separar o animal e tratá-lo com a orientação de um médico veterinário 
(EMBRAPA, 2018).
A ordenha pode ser iniciada logo após a preparação do úbere, cada animal 
deve ser ordenhado com calma, continuamente até o final. No caso da ordenha 
mecânica, colocar as teteiras de modo a minimizar a entrada de ar no sistema 
e ajustá-las. Imediatamente após a ordenha, imergir completamente os tetos da 
32
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
vaca em desinfetante apropriado, formulados especialmente para a higienização 
dos tetos. Ao final de cada ordenha deve-se realizar a limpeza dos utensílios e 
equipamentos, de acordo com as recomendações do fabricante, e limpar o local 
(EMBRAPA, 2018).
Pós-ordenha
A etapa de pós-ordenha, caro acadêmico, compreende o resfriamento 
e estocagem do leite, que também demanda de muito cuidado para que se 
evite contaminações. Para que esta etapa seja eficiente é necessário realizar a 
higienização do tanque de refrigeração com produtos de limpeza apropriados, 
seguindo as recomendações do fabricante. O leite deve ser resfriado à temperatura 
inferior a 4 ºC em até duas horas após a ordenha. O tanque de refrigeração 
deve manter o leite armazenado na temperatura requerida até o momento da 
coleta – e ser construído de material que não contamine o leite –, deve ser limpo 
imediatamente após a retirada do leite, de acordo com as recomendações do 
fabricante (EMBRAPA, 2018).
DICAS
Acadêmico, se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre os 
cuidados e as boas práticas na produção leiteira, sugerimos a leitura do guia: Boas 
Práticas Agropecuárias na Produção Leiteira - Parte II, da Série Qualidade e Segurança 
dos Alimentos, desenvolvido pela Embrapa Transferência de Tecnologia no ano de 
2005. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/111870/1/
BOASPRATICASAGROPBoaspraticasagropecuariasnaproducaoleiteiraparteII.pdf>.
2.3 MEIO AMBIENTE
Atualmente, os produtores devem se preocupar em produzir leite 
aproveitando os recursos naturais de forma eficiente e minimizando o 
impacto sobre o meio ambiente, pois esses procedimentos podem melhorar a 
sustentabilidade ambiental do seu sistema de produção, bem como atender às 
expectativas dos consumidores que estão cada vez mais preocupados com a 
produção sustentável de alimentos (FAO; IDF, 2013).
Na sequência, serão listados, de acordo com a FAO e IDF (2013), alguns 
procedimentos importantes na implementação de um sistema de produção de 
leite ambientalmente sustentável.
• Utilizar os insumos agropecuários (água e nutrientes) de forma eficiente e 
sustentável.
• Procurar diminuir a produção de poluentes ambientais.
TÓPICO 3 | NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA BOVINOCULTURA DE LEITE
33
• Implementar estratégias de manejo que minimizem os impactos ambientais.
• Selecionar e usar de maneira adequada os recursos energéticos, por exemplo, 
obter energia a partir dos efluentes da atividade leiteira e aproveitar o calor 
resultante do sistema de resfriamento do leite ou de máquinas.
• Manter e/ou promover a biodiversidade na propriedade, estabelecendo áreas 
não produtivas como hábitat para plantas e animais nativos e preservando 
áreas remanescentes do ecossistema natural.
Uma outra questão das boas práticas na produção de leite relacionada 
ao meio ambiente é um sistema apropriado de tratamento de resíduos. Essa 
proposta pode ser estabelecida a partir da implementação de métodos para 
reduzir, reutilizar ou reciclar os resíduos da propriedade e do gerenciamento do 
descarte e armazenamento de resíduos para minimizar os impactos ambientais 
(FAO; IDF, 2013).
Os produtores devem se certificar de que os procedimentos de produção 
de leite não têm efeito adverso sobre o meio ambiente, controlando os descartes 
da atividade leiteira (com instalações de armazenamento de óleo, água suja e 
outras substâncias poluentes e evitar o descarte de produtos fitossanitários e 
veterinários onde há possibilidade de contaminação do ambiente), usando os 
produtos fitossanitários, medicamentos veterinários e fertilizantesde maneira 
apropriada e garantindo que a propriedade produza alimento de alta qualidade 
com mínimo impacto possível sobre o meio ambiente (FAO; IDF, 2013).
2.4 GESTÃO SOCIOECONÔMICA
Do ponto de vista das boas práticas na produção de leite, uma empresa rural 
deve ser socialmente responsável e economicamente sustentável. Os produtores 
de leite devem gerenciar e cuidar dos recursos humanos da propriedade, mas 
também devem avaliar o papel da empresa na sociedade, como empregador, 
consumidor de recursos naturais e os impactos que a empresa pode causar. Em 
relação à gestão socioeconômica, FAO e IDF (2013) descrevem que as boas práticas 
de produção de leite visam:
• A implementação de um programa eficaz e responsável de gestão de pessoas.
• Garantir a realização das tarefas da propriedade de forma segura e competente.
• O gerenciamento da empresa certificando sua viabilidade financeira.
O bem-estar e satisfação de todos envolvidos na gestão da propriedade 
e suas famílias são essenciais para o desenvolvimento e sucesso do sistema de 
produção. Para evitar perigos à saúde dos trabalhadores ou consumidores, as 
leis e regulamentos sobre higiene e segurança devem ser seguidos durante as 
operações relacionadas com a produção de leite (EMBRAPA, 2018). Em função 
disso, a Embrapa (2018) relacionou alguns itens fundamentais para a higiene, 
segurança e bem-estar dos trabalhadores:
34
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
• Tratar os empregados com respeito e dignidade e oferecer condições dignas de 
moradia.
• Respeitar a legislação trabalhista e as obrigações sociais.
• Oferecer capacitação e treinamentos aos empregados.
• Oferecer instalações e equipamentos de segurança de modo que o trabalho seja 
realizado de maneira segura.
• Garantir que as normas de segurança são observadas durante o trabalho.
• Realizar exames periódicos em todos os trabalhadores.
• Arquivar os registros relacionados à saúde e segurança.
• Disponibilizar transporte seguro e instalações adequadas para alimentação e 
para a higiene pessoal dos trabalhadores.
3 NUTRIÇÃO NA PECUÁRIA LEITEIRA
Prezado acadêmico, como podemos perceber, o manejo sanitário do 
rebanho para a produção de leite necessita de muita atenção e responsabilidade 
do produtor e/ou gestor da fazenda de leite. Além dos cuidados com a saúde 
animal, com a higiene na ordenha e de questões relacionadas ao meio ambiente 
e da gestão socioeconômica, a quantidade e qualidade dos alimentos e da água, 
ou seja, a nutrição dos animais também é um dos orientadores das boas práticas 
na pecuária de leite.
FIGURA 8 – OBJETIVOS ORIENTADORES DAS PRÁTICAS NA PECUÁRIA DE LEITE – NUTRIÇÃO
FONTE: FAO e IDF (2013, s.p.)
Veja, caro acadêmico, que uma nutrição de qualidade resulta, em grande 
parte, em animais leiteiros saudáveis, que produzem mais leite, de maior 
qualidade e segurança. A nutrição inadequada, seja em quantidade ou em 
qualidade, afetará a produtividade do rebanho e poderá resultar em animais fora 
dos padrões requeridos em termos de desenvolvimento corporal e de produção 
de leite (EMBRAPA, 2018). 
TÓPICO 3 | NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA BOVINOCULTURA DE LEITE
35
É necessário garantir o fornecimento de alimentos e água provenientes de 
fontes sustentáveis, planejando com antecedência para garantir que o rebanho 
tenha as necessidades de alimento e água atendidas, assim os riscos são reduzidos 
e o produtor pode identificar fontes mais baratas de alimento. Implementar 
práticas sustentáveis na produção de forragem, gerenciando o fluxo de nutrientes 
na propriedade, o uso apropriado de efluentes e fertilizantes para a produção 
de forragens, e também procurar adquirir insumos de fornecedores que adotam 
práticas sustentáveis (FAO; IDF, 2013).
De acordo com Brito, Pinto e Brito (2006), os alimentos fornecidos aos 
animais devem ser livres de compostos que possam causar problemas à saúde 
tanto dos animais quanto dos consumidores dos produtos desses animais, visto 
que a produção de concentrados, silagens e fenos a partir de matéria-prima 
que apresenta desenvolvimento de micro-organismos (mofos, bolores) que 
produzem toxinas pode afetar a saúde dos animais e passar para o leite, causando 
problemas aos consumidores. Por esse motivo, deve-se utilizar matéria-prima de 
boa qualidade e de acordo com as recomendações técnicas para elaboração dos 
alimentos fornecidos aos animais. Brito, Pinto e Brito (2006) elencam outros itens 
que são recomendados:
• Disponibilizar mistura mineral de qualidade e à vontade para todos os animais 
e proteger os cochos de sal, da chuva e do sol.
• Utilizar na suplementação alimentar dos animais somente produtos aprovados 
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
• Estocar os suplementos alimentares protegidos de umidade, de roedores e de 
contaminação.
• Disponibilizar a todos os animais água limpa à vontade.
Uma prática importante é garantir a rastreabilidade dos alimentos 
adquiridos pela propriedade, o produtor deve, sempre que possível, utilizar 
alimentos de fornecedores com programa reconhecido de garantia da qualidade, 
permitindo assim o monitoramento de resíduos, doenças e a rastreabilidade 
dos ingredientes até sua fonte. Para o produtor ter controle dos alimentos ou 
ingredientes recebidos na propriedade, pode-se adotar um sistema apropriado 
para registrar e rastrear esses produtos, permitindo, a partir de uma declaração 
do fornecedor, identificar e rastrear todos os tratamentos aplicados para os 
alimentos (FAO; IDF, 2013).
DICAS
Na produção orgânica, é proibido utilizar alimentos de origem animal na 
alimentação do rebanho bovino (BRITO; PINTO; BRITO, 2006). Os insumos que são permitidos 
ou proibidos para uso na alimentação animal e na produção orgânica estão especificados no 
Anexo IV, da Instrução Normativa nº 07, do Mapa, de 17 de maio de 1999, disponibilizada no 
site <www.agricultura.gov.br>.
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UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA BOVINOCULTURA DE LEITE
4 BEM-ESTAR ANIMAL
Segundo Pires, Campos e Oliveira (2007), existem diferentes definições 
para o termo bem-estar animal, sendo os mais citados os listados a seguir:
• “bem-estar animal é o estado de harmonia entre o animal e seu ambiente, 
caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta qualidade de 
vida do animal”;
• “o bem-estar se refere ao estado de um indivíduo em relação ao seu ambiente”;
• “bem-estar é o estado de um organismo durante as suas tentativas de se ajustar 
ao seu ambiente”.
Veja, caro acadêmico, todas estas definições demonstram que o bem-estar 
é uma característica própria do animal. Nesse sentido, podemos, por meio de 
ações, procurar melhorar as condições para que o animal se sinta bem, porém não 
podemos garantir seu bem-estar, pois o bem-estar é próprio dos animais (PIRES; 
CAMPOS; OLIVEIRA, 2007).
O bem-estar animal está relacionado, principalmente, ao conforto animal. 
Os consumidores, de maneira geral, associam o bem-estar animal com um 
alimento saudável, seguro e de qualidade. Segundo os códigos de bem-estar 
animal, a implementação das boas práticas relativas ao bem-estar animal deve 
considerar as “cinco liberdades” que constituem um conceito abrangente do 
bem-estar animal (FAO; IDF, 2013).
FIGURA 9 – OBJETIVOS ORIENTADORES DAS PRÁTICAS NA PECUÁRIA DE LEITE – BEM-ESTAR 
ANIMAL – CINCO LIBERDADES
FONTE: FAO e IDF (2013, s.p.)
TÓPICO 3 | NUTRIÇÃO E BOAS PRÁTICAS NA BOVINOCULTURA DE LEITE
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Os animais devem ser mantidos livres de sede, fome e desnutrição
Para que isso ocorra, o produtor deve fornecer diariamente alimentos 
e água em quantidade suficiente para todos os animais. As necessidades dos 
animais variam por diversos fatores (idade, peso corporal, estágio de lactação, 
nível de produção, crescimento, gestação). Além disso, necessitam de espaço 
suficiente para se alimentarem e beberem água. Os alimentos fornecidos devem 
ser de qualidade e com base nas necessidades nutricionais dos animais, baseados 
em uma dieta equilibrada e com

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