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Resenha 1: Capítulo I do texto ' Longo Século XX. Dinheiro, Poder e as Origens do 
Nosso Tempo', de Giovanni Arrighi. 
 
Bruno Finamor Andrade de Oliveira 
 
O declínio dos Estados Unidos como potência inspirou debates sobre a ascensão e a 
queda dos estados hegemônicos. Inicialmente, o conceito de “hegemonia mundial” 
adotado pelo autor refere-se à capacidade de um Estado exercer funções de liderança 
e governo sobre um sistema de nações soberanas. Esse “poder” é algo maior e 
diferente da dominação pura e simples. É poder associado a dominação, ampliada 
pelo exercício da “liderança intelectual e moral”. As forças de oposição são 
eliminadas pela coerção e pelo exercício do poder econômico. 
Para Arrighi, a formação e expansão do sistema mundial é baseado em recorrentes 
reestruturações fundamentais; o estado que aproveita com êxito situações de conflito 
que levam a um caos sistêmico se ascende, generalizando uma demanda por 
ordem e restabelecimento da cooperação interestatal. Essas reestruturações são 
um fenômeno característico do moderno sistema de governo, que emergiu da 
decadência e eventual desintegração do sistema de governo da Europa Medieval. O 
moderno sistema de governo esteve associado ao desenvolvimento do capitalismo 
como sistema de acumulação em escala mundial, como foi frisado na 
conceituação de Wallerstein sobre o moderno sistema mundial como uma 
economia mundial. A ascensão e expansão desse novo sistema foi a principal causa 
quanto um efeito da interminável acumulação de capital. O capitalismo e os Estados 
nacionais cresceram juntos, e é de se presumir que tenham dependido um do outro 
de algum modo. 
Ainda nesse sentido, o autor conceitua territorialismo e capitalismo, evidenciando 
que a criação de uma estrutura imperial parcialmente capitalista e parcialmente 
territorialista, propiciou a formação e a expansão da economia capitalista 
mundial, refletindo assim uma continuação, através de meios diferentes e 
mais eficazes das buscas imperiais dos tempos pré-modernos. Para ele o 
capitalismo é a tendência do governo e de grupos capitalistas mobilizarem seus 
respectivos estados para propiciar um maior universo de atuação para 
suas empresas capitalistas favorecendo assim suas posições competitivas. Já o 
territorialismo é quando os governantes capitalistas identificam o poder como a 
extensão de seu controle sobre os recursos escassos, e que os mesmos consideram 
as aquisições territorialistas um meio e um subproduto da acumulação de capital. 
O apoio capitalista ao estado está condicionado ao seu funcionamento 
como facilitador do acúmulo de capitais. No livro usa como exemplo China 
e Europa nos séculos XIV-XV: enquanto o capitalismo é o grande motivador do 
esforço europeu de adquirir territórios, a China não tem motivação econômica para ir 
à Europa. 
Impérios no mundo não-ocidental; e a expansão e a suplantação do sistema 
westfaliano encontraram expressão num instrumento novo de governo mundial. No 
imperialismo de livre comercio as leis que operam dentro e entre os Estados estava 
sujeitas à autoridade do mercado mundial. De 1776-1848 as revoluções Americana 
e industrial aumentaram a capacidade inglesa de satisfazer a demanda por riquezas. 
A internacionalização da burguesia inglesa encabeçou o movimento que reformou 
as estruturas de representação do Estado britânico. No entanto, após a segunda 
guerra a hegemonia inglesa expandiu o sistema interestados para 
democratização do nacionalismo, mas foi a hegemonia norte-americana que 
completou essa expansão ao proletarizar o nacionalismo. 
Segundo Arrighi, o processo de desenvolvimento dos Estados Unidos deveu-se a sua 
economia doméstica caracterizada por um forte mercado interno, assim como sua 
política de manter as portas do mercado interno fechadas aos produtos estrangeiros, 
mas abertas ao capital, a mão-de-obra e a iniciativa do exterior, contribuindo para 
tornar o país o maior beneficiário do imperialismo britânico do livre comércio, com isso, 
o Reino Unido perdeu o controle sobre o equilíbrio global. A hegemonia norte 
americana é baseada em instrumentos de poder que foram sendo dispostos para 
proteção e reorganização do “mundo livre”; as organizações de Bretton Woods 
e a ONU transformaram-se em instrumentos suplementares, administrados 
pelo governo dos Estados Unidos no exercício de suas funções hegemônicas 
mundiais beneficiando assim os produtos e as empresas norte-americanas deixando 
nas mãos do governo dos EUA o controle sobre o ritmo e a direção da liberalização 
comercial, para o autor, os EUA instituiu não um regime de livre comercio e sim um 
arranjo improvisado de comercio mundial. As principais diferenças entre os períodos 
hegemônicos britânicos e norte-americano são: O britânico tinha foco no imperialismo, 
havia uma participação parcial do governo e havia livre cambismo. Já na norte-
americana, eles apostaram na descolonização, havia pressão para abertura de 
mercados em mão única e o papel dominante era das empresas multinacionais. 
De maneira geral, as hegemonias mundiais estão num sistema que elas próprias 
criaram expandiram e superaram. Com isso, as condições de ascensão e declínio 
das hegemonias mundiais mudaram de uma hegemonia para a seguinte em 
aspectos significativos. Cada Estado hegemônico posterior foi menos 
capitalista que o anterior, entretanto, o sistema interestado se tornou mais 
capitalista porque mais Estados passaram a seguir a lógica capitalista.

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