Buscar

Teoria da Demanda e Oferta no Mercado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Economia Aplicada
3º Aula
Teoria do funcionamento 
do mercado
Nesta aula começaremos a estudar o funcionamento 
do mercado, as teorias da demanda e da oferta, além do 
equilíbrio do mercado. Então, vamos ao trabalho!
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, o aluno será capaz de:
• Entender a teoria elementar da demanda e da oferta;
• Conhecer as curvas de demanda e de oferta;
• Conhecer os fatores que influenciam a quantidade demandada e aqueles capazes de deslocar a curva de demanda; 
• Conhecer os fatores que influenciam a quantidade ofertada e aqueles capazes de deslocar a curva de oferta; 
• Entender o conceito de elasticidade da demanda e da oferta;
• Analisar o equilíbrio do mercado.
25
1 – Introdução à Teoria da Demanda
2 – Introdução à Teoria da Oferta
3 – Equilíbrio do Mercado
Seções de estudo
1 - Introdução à Teoria da Demanda
Na aula 02 foi apresentada a Teoria do Consumidor. 
Estudamos as preferências do consumidor e de que forma ele 
escolhe uma cesta de mercado que maximize sua satisfação, 
levando em consideração sua restrição orçamentária. 
Esse ponto já estudado tem muita ligação com um dos 
temas desta aula, a análise da demanda. Isso ocorre porque a 
Teoria da Demanda deriva da Teoria do Consumidor, já que 
são os consumidores os responsáveis pela demanda.
Demanda por um bem ou serviço é a quantidade deste 
bem ou serviço que um consumidor deseja adquirir em 
determinado período (PINHO ; VASCONCELLOS, 2004, 
p.109). Assim, a demanda por um produto ou serviço é o 
desejo de consumi-lo, de comprá-lo, adquiri-lo. 
Fala-se em desejo de consumir, pois existem alguns 
fatores que influenciam a decisão ou escolha definitiva de 
consumo de um consumidor. 
Assim, a demanda de determinado bem ou serviço 
é determinada pela quantidade deste bem ou serviço que 
o consumidor está disposto e apto a adquirir, em função 
do preço do bem ou serviço, dos preços de outros bens 
ou serviços, de sua renda e de suas preferências (PINHO; 
VASCONCELLOS, 2004, p.110).
Dito isto, um dos objetivos desta aula é analisar a 
demanda do consumidor por bens e serviços e a maneira que 
a demanda do consumidor reage em relação ao preço dos 
bens e serviços e a outros fatores.
Teoria da Demanda
1.1 Relação entre Quantidade 
Demandada de um bem e Preço desse 
bem
Um dos fatores que influenciam a quantidade demandada 
de um bem é o seu preço. Tudo mais permanecendo constante, 
um aumento do preço de determinado bem certamente irá 
provocar uma redução na quantidade demandada desse bem. 
De modo contrário, uma redução do preço de certo bem, 
causará um aumento da sua quantidade demandada.
Dizemos, então, que preço e quantidade demandada 
possuem uma relação inversa. 
O entendimento dessa relação é fácil, pois como 
consumidores, vivemos o dilema dos preços e consumo 
diariamente.
Essa hipótese já foi comprovada muitas vezes por vários 
produtos, mas possui uma limitação. Para que essa hipótese 
seja mesmo verdadeira, devemos considerar que tudo o mais 
permanece constante, hipótese denominada pelos economistas 
de coeteris paribus (PINHO; VASCONCELLOS, 2004, p.110). 
Considerar tudo mais constante na economia e na vida 
do consumidor quer dizer que devemos olhar apenas para 
preços e quantidades demandadas e esquecer qualquer outra 
coisa, como por exemplo, o gosto dos consumidores, a época 
do ano, o preço de outros bens, a renda do consumidor, etc.
1.2 A Curva de Demanda
A curva de demanda mostra o que acabamos de estudar, a 
relação entre o preço de uma mercadoria e a quantidade dessa 
mercadoria que o consumidor está disposto a consumir em 
determinado período de tempo, tudo o mais permanecendo 
constante.
Observe o quadro 01. Neste quadro existem algumas 
combinações de preços e quantidades demandadas por 
determinado bem (chamado bem X).
Quadro 01: Combinações de Preço (do bem X) e Quantidade Deman-
dada (do bem X)
Preço ($) Quantidade Demanda (unidades)
2,00 18000
2,50 16000
3,00 14000
3,50 12000
4,00 10000
4,50 8000
5,00 6000
5,50 4000
6,00 2000
Gabrielle Pagliusi Paes de Lima (2011).
Analisando o quadro acima, é possível perceber que há 
uma queda na quantidade demandada do bem X conforme 
aumenta o seu preço. Portanto, comprovamos a relação 
inversa entre preço de um bem e quantidade demandada 
desse bem. Para entender melhor ainda essa relação, vamos 
derivar a curva de demanda. Observe a figura abaixo.
Figura 01: Curva de Demanda
Perceba que a curva de demanda possui inclinação 
negativa. Isso ocorre devido à relação inversa ou negativa 
entre preço e quantidade demandada. Em outras palavras, a 
curva de demanda é negativamente inclinada, pois o aumento 
do preço do bem X causa uma redução da quantidade 
demandada desse bem.
Economia Aplicada 26
Observe a figura 01 e veja que se houverem variações 
no preço do bem X, a quantidade demanda desse bem varia. 
Pode-se dizer que variações no preço do bem X causam 
mudanças na quantidade demandada ao longo da curva de 
demanda.
1.3 Fatores que Influenciam a 
Quantidade Demandada
A quantidade consumida ou demandada de determinado 
bem depende, principalmente, do preço desse bem, mas 
pode-se afirmar que a quantidade consumida de um bem 
depende também de fatores secundários, como o preço de 
outras mercadorias, a renda dos consumidores e os hábitos e 
gostos dos consumidores.
Ao se construir a curva demanda de determinado 
produto, como fizemos na seção 01, utiliza-se a hipótese de 
que todos os demais fatores que influenciam a quantidade 
ofertada e demandada são mantidos inalterados e apenas o 
preço do produto pode variar. 
Dessa forma, supõem-se constantes os preços dos 
demais produtos, a renda dos consumidores, seus hábitos e 
gostos e examina-se a quantidade consumida de um produto 
em relação ao seu preço.
Porém, quando ocorre uma variação de algum outro 
fator que tenha influência sobre a quantidade demandada, ou 
seja, quando ocorre alguma variação na renda, nos hábitos 
do consumidor ou nos preços de outros bens, ocorrerá um 
deslocamento da curva de demanda para a direita ou para a 
esquerda, ou seja, a curva de demanda muda de posição.
Se a variação nos fatores secundários causar um aumento 
da demanda, a curva de demanda irá se deslocar para a direita. 
Se causar uma queda na demanda, a curva se desloca para a 
esquerda. Vamos analisar os efeitos que a variação de algum 
desses fatores exerce na curva de demanda!
 1.3.1 Renda do Consumidor
Geralmente, um aumento na renda dos consumidores 
de determinado produto causará um aumento na quantidade 
demandada do produto, desde que seu preço seja mantido 
constante (VARIAN, 2003, p. 103). Quando isso acontece, 
diz-se que o produto é um bem normal. A maioria dos bens 
consumidos é bem normal.
Bens normais são aqueles cuja quantidade demandada 
aumenta quando a renda do consumidor aumenta. Ou, o 
contrário, são aqueles cuja quantidade demandada diminui 
quando a renda do consumidor também diminui.
Portanto, um aumento na renda dos consumidores, 
leva ao aumento da demanda de bens normais, mantendo 
constantes os preços. E uma redução na renda dos 
consumidores leva a uma redução na demanda de bens 
normais. Quando tratamos de bens normais, a quantidade 
demandada varia do mesmo modo (ou no mesmo sentido) 
que a renda (VARIAN, 2003, p.104).
A figura 02 mostra este fato. O nível de renda mais 
elevado provoca um aumento da demanda do bem normal 
(carne de primeira, por exemplo), como os preços não se 
alteraram, então, a curva de demanda do bem normal se 
desloca para a direita. 
Pode acontecer que o aumento da renda do consumidor 
de uma mercadoria provoque a queda em sua demanda. Isso 
ocorre quando a mercadoria é um bem inferior ou de qualidade 
inferior que, graças ao aumento da sua renda, o consumidor 
poderá substituí-lo por algo melhor.
Bens inferiores são aqueles cuja quantidade demandada 
diminui quando a renda do consumidor aumenta. Ou, o 
contrário, são aqueles cuja quantidade demandada aumenta 
quando a renda do consumidordiminui.
Portanto, um aumento na renda dos consumidores, leva a 
redução da demanda de bens inferiores, mantendo constantes 
os preços. E uma redução na renda dos consumidores leva a 
um aumento na demanda de bens inferiores. Quando tratamos 
de bens inferiores, a quantidade demandada varia no sentido 
contrário à renda.
O exemplo clássico de um bem inferior é a carne de 
segunda. Quando um consumidor tem baixo nível de renda, 
ele acaba consumindo a carne de segunda (bem 01), porque a 
carne de primeira (bem 02) não lhe é acessível.
Mas, à medida que sua renda vai aumentando, tudo mais 
mantido constante, ele vai substituindo a carne de segunda que 
ele consumia por carne de primeira, de modo que o consumo 
de carne de segunda cai. 
Neste caso, um aumento na renda dos consumidores de 
um bem inferior, leva a queda da demanda de bens inferiores, 
mantendo os preços constantes.
A figura 03 mostra este fato. O nível de renda mais elevado 
provoca uma queda da demanda do bem inferior (carne de 
segunda), como os preços não se alteraram, então, a curva de 
demanda do bem inferior se desloca para a esquerda.
Figura 03: Deslocamento da Curva de Demanda de um Bem Inferior – 
Aumento da Renda
Figura 02: Deslocamento da Curva de Demanda de um Bem Normal – 
Aumento da Renda
Bem Normal
p
 carne 1ª
D1
 carne 1ª
D0
 carne 1ª
qd
 carne 1ª
Bem Normal
P
 carne 2ª
D0
 carne 2ª
D1 
carne 2ª
qd
 carne 2ª
27
1.3.2 Preço dos bens substitutos
Existem bens considerados substitutos entre si. Bens 
substitutos são aqueles que podem ser substituídos ou trocados 
um pelo outro, por exemplo, o cobre e o alumínio (um desses 
bens pode substituir o outro em uso industrial) , a Coca Cola e 
o Guaraná, a manteiga e a margarina, entre outros.
Para entender o efeito de uma variação no preço de um 
dos bens substitutos na quantidade demandada de outro 
bem, suponha que ocorra um aumento no preço do Guaraná. 
Porém, a Coca Cola permanece com o preço inalterado. 
A quantidade demandada de Guaraná irá cair, e ainda, 
como o Guaraná pode ser substituído pela Coca Cola, cujo 
preço se manteve inalterado, a quantidade demandada de Coca 
Cola irá aumentar. A figura 04 abaixo mostra este fenômeno.
Figura 04: Efeito de um aumento no preço do Guaraná na 
quantidade demandada de Coca Cola.
A figura 04 mostra a curva de demanda de Coca 
Cola. Como o preço da Coca Cola permaneceu inalterado, 
um aumento no preço do Guaraná causou o aumento na 
quantidade demandada de Coca Cola. Este fenômeno causou 
um deslocamento da curva de demanda de Coca Cola para a 
direita, sinalizando o aumento da quantidade demandada deste 
bem!
1.3.3 Preço dos bens complementares
Existem, também, alguns bens que são chamados 
complementares. Bens complementares são aqueles que 
tendem a ser utilizados juntos, por exemplo, automóveis e 
gasolina. 
O exemplo clássico de bens complementares, 
constantemente citado nos manuais de Microeconomia, é o pé 
esquerdo e o pé direito de um sapato (VARIAN, 2003, p.114). 
Claro, o consumidor sempre irá comprar os dois pés do sapato.
Para entender o efeito de uma variação no preço de um dos 
bens complementares na quantidade demanda do outro bem, 
suponha que ocorra um aumento no preço de automóveis, 
mantendo constante o preço da gasolina. 
O que poderá ocorrer? A quantidade demandada por 
automóveis irá diminuir e, consequentemente, a demanda por 
gasolina, cujo preço se manteve inalterado, também diminuirá.
Que tal entendermos o que acaba de ser apresentado 
analisando a figura 05 ?
Figura 05: Efeito de um aumento no preço de automóveis na quantida-
de demandada de gasolina.
A figura 05 mostra a curva de demanda de gasolina. Como 
o preço da gasolina foi mantido inalterado, o aumento no preço 
de automóveis causou a redução na quantidade demandada de 
gasolina. Este fenômeno causou um deslocamento da curva 
de demanda de gasolina para a esquerda ou para baixo!
1.4 Elasticidade da Demanda
Já sabemos que a quantidade demandada de um bem é 
influenciada pelo preço desse bem, pela renda do consumidor 
e também pelo preço de outros bens.
Variações no preço do bem, na renda do consumidor 
e no preço de outros bens causam variações na quantidade 
demandada desse bem. Podemos dizer, então, que a demanda 
desse bem é sensível a variações desses fatores.
Esta sensibilidade, em Microeconomia, pode ser medida 
usando o conceito de elasticidade (VASCONCELLOS, 2008, 
p.58). Assim, por exemplo, a sensibilidade da demanda de 
um determinado bem em relação a variações no preço deste 
bem é o mesmo que a elasticidade da demanda deste bem em 
relação a variações no seu preço.
Estudaremos três tipos de elasticidade da demanda: a 
elasticidade-preço da demanda, elasticidade-renda da demanda 
e a elasticidade cruzada da demanda.
Elasticidade é uma medida de sensibilidade ou uma 
resposta da demanda em relação a variações em algum fator 
que afeta a quantidade demandada. 
1.4.1 Elasticidade-preço da demanda
Já sabemos que a quantidade demandada de um bem 
é influenciada pelo preço desse bem. Mais especificamente, 
podemos dizer que a quantidade demandada de um bem cai 
quando o preço desse bem aumenta. Dizendo de outra forma, 
a quantidade demandada é sensível a variações no preço.
A elasticidade da demanda de um bem em relação 
ao preço do bem mede quanto a demanda deste bem varia 
quando ocorre uma variação no seu preço; a elasticidade – 
preço da demanda é sempre negativa sinalizando a relação 
inversa entre preço e quantidade demandada.
Porém, cada produto tem uma sensibilidade diferente 
em relação ao preço. Para certos produtos, uma pequena 
alteração no preço pode provocar grandes alterações na 
quantidade demandada. Estes são tidos como muito sensíveis 
ao preço. Para outros, mesmo grandes alterações nos preços não 
causam grandes alterações na demanda. São os considerados 
pouco sensíveis ao preço. Por último, existem casos em que 
p
 Coca-Cola
 $
D1
 Coca-Cola
D0
 Coca-Cola
qd
 Coca-Cola
20,00
0 1.000 2.000
( Supondo um aumento no 
preço do guaraná)
p
 Litro
 gasolina
 $
D0 
gasolina
D1 
gasolina
qd
Litro
 gasolina
5,00
0 150 200
(Supondo um aumento no 
preço dos automóveis)
Economia Aplicada 28
as quantidades demandadas variam exatamente na mesma 
proporção da variação dos preços (VASCONCELLOS, 2008, 
p. 58).
Aqui, elasticidade e sensibilidade são termos equivalentes. 
Os diferentes graus de sensibilidade da demanda em relação 
ao preço podem ser medidos pelo conceito de elasticidade-
preço da demanda. Elasticidade-preço da demanda é a 
relação existente entre as mudanças relativas ou percentuais 
observadas nas quantidades demandadas, decorrentes de 
mudanças relativas ou percentuais nos preços.
A expressão para a elasticidade-preço da demanda é dada abaixo:
η = Δ% (na quantidade demandada) / Δ% (do preço)
Sendo que:
η = elasticidade-preço da demanda 
Δ% = variação percentual
Suponhamos que o preço de determinado produto sofra 
uma redução de 30% e as quantidades demandadas desse 
produto sofram um aumento de 30%. Utilizando a equação 
apresentada acima, a elasticidade-preço da demanda terá 
o valor unitário, ou seja, |1.00|, dizemos que a demanda é 
unitária em relação ao preço, o que significa que uma redução 
nos preços provoca um aumento na quantidade demandada 
na mesma proporção. 
Supondo, agora, que haja uma redução de 30% nos 
preços de algum bem e essa redução provoque um aumento 
de apenas 15% na quantidade demandada desse bem. A 
elasticidade-preço da demanda será |0.50|. Dizemos que a 
demanda é inelástica em relação ao preço, ou seja, uma redução 
nos preços provoca um aumento menos que proporcional 
na quantidade demandada, ou ainda, a quantidade demanda 
desse produto é pouco sensível a variações no preço.
O exemplo clássico demanda inelástica em relação ao 
preço é a demanda por produtos agrícolas, ou alimentos. Para 
esses produtos, mesmo um grande aumento nos preços irá 
refletir em pouca redução da quantidade demandada, pois 
essesbens são considerados essenciais. Os consumidores 
têm que continuar consumindo-os mesmo com o preço mais 
elevado. 
Isso não quer dizer que todos os consumidores irão 
continuar demandando a mesma quantidade de antes do 
aumento de preços; haverá uma redução da quantidade 
demandada.
Porém, essa redução é muito pequena se comparada ao 
aumento do preço. Por último, se uma redução de 30% no 
preço de um bem causar um aumento de 45% na demanda 
desse bem, a elasticidade-preço da demanda por esse bem será 
|0.50|. Nesse caso, a demanda é elástica em relação ao preço, 
pois uma redução dos preços causou um aumento mais que 
proporcional na demanda, ou ainda, a quantidade demandada 
é bastante sensível às variações no preço.
Repare que nos três casos, usamos o símbolo de valor 
absoluto ou módulo no coeficiente de elasticidade-preço da 
demanda, para que esse resultado fosse considerado positivo. 
Na realidade, esse coeficiente é sempre negativo, pois 
preço e quantidade demandada possuem uma relação inversa, 
isto é, quando o preço diminui a quantidade demandada 
aumenta e quando o preço aumenta a quantidade demandada 
diminui (Lembram?). Continuaremos usando o resultado em 
valor absoluto para facilitar.
Podemos destacar que, quando a elasticidade-preço 
é maior que |1.00|, dizemos que a demanda é elástica em 
relação ao preço, pois a variação da quantidade demandada é 
maior que a variação do preço. Se a elasticidade-preço é menor 
que |1.00|, dizemos que a demanda é inelástica em relação ao 
preço, pois a variação da quantidade demandada é menor que 
a variação do preço (PINDYCK & RUBINFELD, 2002, p.31).
Quatro fatores são os principais determinantes da 
elasticidade-preço da demanda:
•Essencialidade do produto: produtos essenciais têm 
baixas elasticidades-preço da demanda e a demanda é inelástica 
ao preço (PINHO & VASCONCELLOS, 2004, p.126). Por 
exemplo: o gás de cozinha, mesmo que o preço aumente os 
consumidores não podem ficar sem consumi-lo.
• Hábitos: produtos para os quais os hábitos se tornaram 
praticamente um vício possuem baixa elasticidade-preço da 
demanda e a demanda inelástica. Exemplo: cigarro.
• Substitutibilidade: quanto maior a quantidade de 
produtos que podem ser substituídos entre si, sua elasticidade-
preço da demanda será alta (PINHO & VASCONCELLOS, 
2004, p.126). Por exemplo: a manteiga tem vários substitutos 
quase que perfeitos, como margarina, requeijão, queijo, 
maionese. Se houver um aumento no preço da manteiga, 
o consumidor poderá substituí-la por esses outros bens, 
diminuindo a quantidade demandada de manteiga. O contrário 
também acontece. Quanto menor a quantidade de substitutos 
para um bem, menor o grau de elasticidade; (o sal de cozinha, 
por exemplo).
• Importância no orçamento: se um bem for de baixa 
importância no orçamento (sua demanda não afeta tanto o 
orçamento, caso o preço aumente), sua elasticidade-preço 
da demanda será baixa e a demanda inelástica em relação ao 
preço. Se este for de grande importância, sua elasticidade será 
alta (PINHO & VASCONCELLOS, 2004, p.126). Exemplos: 
a demanda por sal de cozinha possui baixa elasticidade e a de 
carros alta elasticidade.
1.4.2 Elasticidade-renda da demanda
A quantidade demandada de um bem também é 
influenciada pela renda do consumidor, então, podemos dizer 
que a demanda é sensível à renda. Novamente, voltamos a 
relacionar sensibilidade com elasticidade. Assim, a elasticidade-
renda da demanda mede o que ocorre com a demanda de 
determinado bem quando a renda do consumidor varia 
(VARIAN, 2003, p.296). 
Se este bem for um bem normal, essa variação será 
positiva, pois um aumento (redução) na renda do consumidor 
causa um aumento (redução) na quantidade demandada deste 
bem normal. Normalmente, os produtos têm elasticidade-
renda positiva, pois um aumento da renda geralmente irá 
causar um aumento na demanda pela maioria dos produtos.
Porém, se estivermos considerando um bem inferior, essa 
variação será negativa, pois um aumento (redução) na renda 
do consumidor causa uma redução (aumento) na quantidade 
demandada do bem inferior. Um exemplo clássico desta 
situação é a demanda por carne de segunda; quando a renda 
de um indivíduo aumenta, a demanda por carne de segunda 
diminui.
A elasticidade da demanda de bens normais é positiva 
29
enquanto a elasticidade da demanda de bens inferiores é 
negativa.
1.4.3 Elasticidade cruzada da 
demanda
O conceito de elasticidade-cruzada da demanda por 
um bem advém da existência de bens substitutos e bens 
complementares a ele. Ela mede quanto a procura por um bem 
varia quando há uma variação no preço do bem substituto ou 
complementar a ele. 
No caso dos bens substitutos Coca Cola e Guaraná, 
sabemos que, um aumento no preço do Guaraná provocará 
uma queda na quantidade demandada de Guaraná, e ainda, 
como o Guaraná pode ser substituído pela Coca Cola cujo 
preço se manteve inalterado, a quantidade demandada de 
Coca Cola irá aumentar (VASCONCELLOS, 2002, p.56). Por 
isso, a elasticidade cruzada da demanda de bens substitutos é 
positiva. A demanda pelo bem aumenta quando o preço do 
bem substituto a ele aumentar.
Tomemos, agora, como exemplo os bens substitutos 
carne de frango e carne bovina. Uma queda no preço da carne 
bovina causará um aumento na quantidade demandada deste 
bem. Mantendo o preço da carne de frango inalterado, poderá 
ocorrer uma queda na demanda de carne de frango.
Novamente, neste caso a elasticidade cruzada da demanda 
de bens substitutos também será positiva, pois a demanda pelo 
bem diminui quando o preço do seu substituto diminui.
Se considerar dois bens complementares, automóveis 
e gasolina, um aumento no preço da gasolina provocará 
uma queda na demanda de gasolina. Mantendo o preço dos 
automóveis inalterado, haverá uma redução na demanda de 
automóveis (VASCONCELLOS, 2002, p. 56). 
Assim, a elasticidade cruzada da demanda de bens 
complementares é negativa, pois a quantidade demandada 
do bem reduziu quando o preço do bem complementar a ele 
aumentou. Este efeito inverso explica porque a elasticidade 
cruzada da demanda de bens complementares é negativa.
A elasticidade cruzada da demanda de bens substitutos é 
positiva, enquanto a elasticidade cruzada da demanda de bens 
complementares é negativa.
2 Introdução à Teoria da Oferta
Na aula 02 estudamos a Teoria da Firma. Essa teoria 
tem muita ligação com a análise da oferta. Isso ocorre porque 
a Teoria da Oferta deriva da Teoria da Firma, já que são as 
firmas, empresas ou produtores os responsáveis pela oferta.
Partiremos, agora, para a análise da oferta. A oferta de 
determinado produto é determinada pelas várias quantidades 
deste produto que os produtores, empresas ou firmas estão 
dispostos e aptos a oferecer no mercado, em função dos níveis 
de preços deste bem, em certo período de tempo (PINHO & 
VASCONCELLOS, 2004, p. 115). 
Teoria da Oferta
2.1 Relação entre quantidade ofertada 
de um bem e preço deste bem
O preço de certo bem também é um dos fatores que 
influenciam a oferta deste bem. O comportamento dos 
produtores é de aumentar as quantidades ofertadas dos 
bens que produzam, caso os preços destes bens aumentem, 
reduzindo-as quando houver reduções nos preços 
(VASCONCELLOS, 2008, p. 51). 
Dizemos, então, que preço e quantidade ofertada 
possuem uma relação direta.
Da mesma forma como fizemos para o caso da 
demanda, aqui deve se considerar que tudo o mais permanece 
constante e olhar apenas para preços e quantidades ofertadas, 
esquecendo qualquer outra coisa.
2.2 A Curva de Oferta
A curva de oferta indica as firmas, empresas e produtores 
estão dispostos a vender de seu produto no mercado com 
relação aos preços do produto no mercado em determinado 
período de tempo, tudo o mais permanecendo constante 
(PINDYCK; RUBINFELD, 2002, p. 20).
Observe o quadro 02. Neste quadro existem algumas 
combinações de preços e quantidades ofertadas de 
determinado bem (chamado bem X).
Quadro 02: Combinações de Preço (do bem X) e QuantidadeOfertada 
(do bem X)
Preço do bem X ($) Quantidade Ofertada do bem X (unidades)
2,00 6000
2,50 7000
3,00 8000
3,50 9000
4,00 10000
4,50 11000
5,00 12000
5,50 13000
6,00 14000
Analisando o quadro acima, é possível perceber que há 
um aumento na quantidade ofertada do bem X conforme seu 
preço aumenta. Portanto, comprovamos a relação direta entre 
preço de um bem e quantidade ofertada do mesmo.
A figura 06 mostra a curva de oferta construída com base 
nos dados do quadro 02. No eixo vertical são mostrados os 
níveis de preço do bem X e no eixo horizontal as quantidades 
ofertadas do bem. 
Figura 06: Curva de Oferta
Economia Aplicada 30
Perceba que a curva de oferta possui inclinação positiva. 
Isto ocorre porque, quanto maior o nível de preços do 
produto no mercado, maior será a quantidade do produto que 
as firmas, empresas e produtores estão dispostos a vender no 
mercado (PINDYCK; RUBINFELD, 2002, p. 20).
Podemos, então, afirmar que a curva de oferta possui 
inclinação positiva, ou para cima, isto ocorre devido a relação 
direta entre preço e quantidade ofertada. Em outras palavras, 
a curva de oferta é positivamente inclinada porque quanto 
maior o preço do produto no mercado mais os produtores 
ficarão estimulados a produzir e vendê-los.
Podemos então concluir que a curva de oferta mostra 
a quantidade de produto que os produtores estão dispostos 
a colocar no mercado (ou vender) em relação ao preço que 
podem receber. 
2.3 Fatores que Influenciam a 
Quantidade Ofertada
A quantidade ofertada ou a quantidade de um produto 
que os produtores desejam vender depende não somente do 
preço deste produto, mas também dos custos de produzi-lo, 
ou seja, do preço dos fatores produtivos (como mão de obra, 
preços das matérias-primas), preços de bens correlacionados 
na produção, condições climáticas e tecnologia.
Ao se construir a curva oferta de determinado produto, 
como fizemos acima, utiliza-se a hipótese de que todos os 
demais fatores que influenciam a quantidade ofertada e 
demandada são mantidos inalterados e apenas o preço do 
produto pode variar.
Dessa forma, supõem-se constantes os custos de 
produção, o preço dos fatores de produção, o preço dos bens 
correlacionados na produção, as condições climáticas e o 
nível tecnológico e examina-se a quantidade ofertada de um 
produto em relação ao seu preço.
Observe a figura 06 e veja que se houverem variações no 
preço do bem X, a quantidade ofertada deste bem varia. Pode-
se dizer que variações no preço do bem X causam mudanças 
na quantidade ofertada ao longo da curva de oferta.
Caso ocorra uma variação de algum outro fator que tenha 
influência sobre a quantidade ofertada, por exemplo, quando 
acontece alguma variação nos salários pagos aos trabalhadores 
que participam do processo produtivo ou no preço da(s) 
matéria(s)-prima(s) utilizadas haverá um deslocamento da 
curva de oferta para a direita ou para a esquerda (a curva de 
oferta mudará de posição).
Se a variação nesses fatores levar a um aumento da oferta, 
a curva da oferta se deslocará para a direita. Se causar uma 
queda na oferta, a curva irá para a esquerda. Esses fenômenos 
ficarão mais claros com a leitura e compreensão dos itens 
abaixo.
2.3.1 Variação no preço dos fatores 
de produção
Já estudamos a definição e vimos exemplos de fatores de 
produção. Para esse item, vamos tratar do fator de produção 
mão de obra. A mão de obra tem papel importante durante 
o processo de produção de diversos bens; portanto, é um 
importante fator de produção e é remunerada por meio dos 
salários.
Suponhamos que ocorra uma redução dos salários, 
mantendo o preço dos produtos inalterado. Esta redução 
contribuirá para que os custos de produção de determinado 
produto sejam menores e torna a produção mais atraente 
tanto para novas empresas entrarem no mercado como para 
as empresas já existentes, pois a chance de lucro do dono 
da empresa (ou produtor) torna-se maior (PYNCICK & 
RUBINFELD, 2002, p. 22).
Consequentemente, a quantidade ofertada desse produto 
deve aumentar. Isso fará com que a curva de oferta se desloque 
para a direita, provocando aumento na quantidade de produto 
disponível no mercado, mantidos constantes os preços dos 
produtos. Observe a figura a seguir.
Perceba que, mantendo o preço do produto constante e 
igual a P1, uma redução nos salários provoca uma redução nos 
custos de produção da empresa. Consequentemente, como a 
empresa se depara com uma maior chance de lucro, esta ficará 
estimulada a aumentar a quantidade ofertada.
Mais uma vez, como o preço permanece inalterado, a curva 
de oferta se desloca para a direita mudando de posição.
Figura 07: Deslocamento da Curva de Oferta – Redução dos Salários
2.3.2 Outros fatores
Além de alteração no preço dos fatores de produção, 
existem mais fatores que deslocam a curva de oferta para 
a direita ou para a esquerda, dentre os quais podemos 
citar o aperfeiçoamento das técnicas de produção com o 
desenvolvimento e a incorporação de uma nova tecnologia, 
o que normalmente irá causar um acréscimo na oferta 
(mantendo-se o nível de preços constante), e o deslocamento 
da curva de oferta para a direita. 
Caso ocorra o contrário e as técnicas de produção se 
tornem obsoletas, a oferta cairá e a curva de oferta se deslocará 
para a esquerda.
2.4 Elasticidade-preço da Oferta
Vimos que a quantidade ofertada de um bem é 
influenciada pelo preço deste bem, além disso, podemos dizer 
que a quantidade ofertada de um bem aumenta quando o preço 
deste bem aumenta. Assim como a quantidade demandada, a 
quantidade ofertada também é sensível ao preço.
Não podemos apenas supor que as quantidades ofertadas 
31
de todos os produtos possuem a mesma sensibilidade 
em relação ao preço. A oferta de cada produto tem uma 
sensibilidade diferente em relação ao preço. 
Para certos produtos, uma pequena alteração no preço 
pode provocar grandes alterações na quantidade ofertada; são 
aqueles cuja oferta é muito sensível ao preço (oferta elástica). 
Para outros, mesmo grandes alterações nos preços não 
causam grandes alterações na quantidade ofertada; são os que 
possuem a oferta pouco sensível ao preço (oferta inelástica). 
O último caso é daqueles produtos cuja quantidade ofertada 
varia exatamente na mesma proporção da variação dos preços 
(elasticidade unitária).
Considerando que os termos sensibilidade e elasticidade 
são equivalentes, então, os diferentes graus de sensibilidade da 
oferta em relação ao preço podem ser medidos, agora, pelo 
conceito de elasticidade-preço da oferta.
Elasticidade-preço da oferta é a relação existente entre as 
mudanças relativas ou percentuais observadas nas quantidades 
ofertadas, decorrentes de mudanças relativas ou percentuais 
nos preços.
A elasticidade – preço da oferta é a variação que ocorre na 
quantidade ofertada de um bem quando ocorre uma variação 
do preço do bem; a elasticidade da oferta é sempre positiva, 
pois mostra a relação positiva entre preço e quantidade ofertada 
(PYNDICK & RUBINFELD, 2002, p. 34).
A expressão para a elasticidade-preço da oferta é dada 
abaixo:
η = Δ% (na quantidade ofertada) / Δ% (do preço)
Sendo que:
η = elasticidade-preço da oferta
Δ% = variação percentual
Analisaremos o mesmo exemplo para o caso da demanda, 
mas agora para verificarmos as diferentes elasticidades-preço 
da oferta. 
Suponhamos que o preço de determinado produto sofra 
um aumento de 30% e os produtores resolvam aumentar as 
quantidades ofertadas desse produto em 30%. Utilizando a 
equação apresentada acima, a elasticidade-preço da oferta 
é igual a unidade, a oferta é unitária em relação ao preço, o 
que significa que a quantidade ofertada aumenta na mesma 
proporção do aumento dos preços.
Supondo, agora, que haja um aumento de 30% nos 
preços de algum bem e os produtores aumentem a quantidade 
produzida em apenas 15%. A elasticidade-preço da oferta será 
0,5. Dizemos que a oferta é inelástica em relação ao preço, ou 
seja, um aumento nos preços provoca um aumento menos queproporcional na oferta, ou ainda, a quantidade ofertada desse 
produto é pouco sensível a variações no preço.
Por último, se houver um aumento de 30% no preço 
de um bem e os produtores decidirem aumentar em 45% a 
quantidade ofertada desse bem, a elasticidade-preço da oferta 
desse bem é 1,5. Nesse caso, a oferta é elástica em relação ao 
preço, pois um aumento dos preços causou um aumento mais 
que proporcional na quantidade ofertada, ou ainda, a oferta é 
bastante sensível a variações no preço.
Nos três casos de elasticidade-preço da demanda, usamos 
o símbolo de valor absoluto ou módulo no coeficiente de 
elasticidade. Mas agora, esse símbolo não foi usado. Isso 
porque o coeficiente de elasticidade-preço da oferta é sempre 
positivo, pois preço e quantidade ofertada possuem uma 
relação direta, isto é, quando o preço de um bem aumenta a 
quantidade ofertada desse bem também aumenta e quando o 
preço diminui, a quantidade ofertada diminui.
Os principais fatores determinantes da elasticidade-preço 
da oferta são:
• A disponibilidade de fatores produtivos: a escassez 
de recursos naturais, de recursos humanos e de bens de 
capital é um entrave ao aumento da produção. Se os recursos 
produtivos são escassos, então, mesmo que o produtor queira 
aumentar a oferta em resposta ao aumento dos preços, ele 
ficará impossibilitado. Isso faz com que a elasticidade-preço 
da oferta seja pouco sensível a variações do preço e a oferta 
seja inelástica. Um exemplo disso é a geração de energia pelas 
hidrelétricas. Outro exemplo é o das culturas permanentes, cuja 
oferta também é influenciada pela capacidade de produção das 
lavouras. Com o aumento dos preços dos produtos agrícolas, 
os produtores tendem a aumentar a produção, mas existem 
limites.
• Fator tempo: independentemente da disponibilidade 
ou não de recursos produtivos, existem produtos que 
levam muito tempo para serem produzidos. Assim, quando 
os produtores recebem sinalização de que o preço desses 
produtos aumentou, eles não podem responder prontamente 
aumentando a produção. Nesse caso, a elasticidade-preço da 
oferta é pouco sensível às variações dos preços e a oferta é 
inelástica. Exemplo disso é a oferta de produtos agrícolas.
3 O Equilíbrio do Mercado
As posições dos produtores e consumidores em 
relação aos preços estão em constante conflito. Quando os 
produtores consideram o preço de um produto baixo, eles 
estarão dispostos a produzir menos, já os consumidores serão 
estimulados a consumir mais.
Porém, existe uma posição que equilibra as decisões 
de ambos. Tendo em vista que já conhecemos as curvas de 
demanda e oferta, podemos conhecer o ponto de equilíbrio. 
Essa posição é chamada de equilíbrio do mercado e ocorre 
quando as curvas de oferta e demanda se cruzam. No ponto 
de cruzamento é definida a quantidade ofertada e demandada 
de equilíbrio e também o único preço que equilibra o mercado.
Considerando os dados do quadro abaixo, construído a 
partir dos quadros 01 e 02, podemos entender melhor a forma 
como ocorre o equilíbrio no mercado.
Quadro 03: Equilíbrio do Mercado
Preço 
($)
Quantidade Demandada 
(unidades)
Quantidade Ofertada 
(unidades)
2,00 18000 6000
2,50 16000 7000
3,00 14000 8000
3,50 12000 9000
4,00 10000 10000
4,50 8000 11000
5,00 6000 12000
5,50 4000 13000
6,00 2000 14000
Gabrielle Pagliusi Paes de Lima (2011)
Economia Aplicada 32
De acordo com o quadro acima, para todos os níveis de 
preços existentes há uma relação entre quantidade demandada 
e quantidade ofertada. 
Para os níveis de preços menores de R$ 4,00 (quatro reais) 
existe um excesso de demanda em relação à oferta. Ao preço 
de R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos), por exemplo, os 
consumidores estão dispostos a demandar 16.000 (dezesseis 
mil) unidades do bem X enquanto os produtores estão 
dispostos a colocar no mercado 7000 (sete mil) unidades do 
bem X. Assim, ao preço de R$ 2,50 (dois reais e cinquenta 
centavos) existe um excesso de demanda em relação à oferta.
Quando, por exemplo, o preço é R$ 3,00 (três reais), 
a quantidade demandada chega a 14.000 unidades, mas 
a demanda não poderá ser atendida, pois a esse valor os 
produtores estão dispostos a ofertar apenas 8.000 unidades. 
Para níveis de preços maiores que R$ 4,00 (quatro reais) 
há um excesso de oferta. Ao preço de R$ 5,50 (cinco reais 
e cinquenta centavos), por exemplo, os consumidores estão 
dispostos a demandar 4.000 (quatro mil) unidades do bem X, 
enquanto os produtores estão dispostos a colocar no mercado 
13000 (treze mil) unidades do bem X. Assim, ao preço de R$ 
2,50 (dois reais e cinquenta centavos) existe um excesso de 
oferta em relação à demanda.
Quando o preço é R$ 6,00 (seis reais) os produtores 
estão dispostos a ofertar 14.000 unidades, mas não haverá 
demanda suficiente, já que a esse preço os consumidores vão 
querer apenas 2.000 unidades do bem.
Ao preço de R$ 4,00 (quatro reais) há um equilíbrio 
entre as quantidades demandadas e ofertadas. A esse preço 
os consumidores estão dispostos a demandar 10000 (dez mil) 
unidades do bem X e os produtores estão dispostos a ofertar 
as mesmas 10000 (dez mil) unidades desse bem. 
Dizemos que a esse preço as quantidades se equilibram e 
que esse é o preço de equilíbrio do mercado.
Figura 08: Equilíbrio do Mercado
Fonte: Gabrielle Pagliusi Paes de Lima (2011).
0.00
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Quantidade demandada e ofertada do bem X
Curva de Oferta do Bem X
P
re
ço
 d
o
 b
e
m
 X
 (
$
)
0.50
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
1.50
2.50
3.50
4.50
5.50
Curva de Demanda do 
Bem X
Oferta e demanda agregadas
Na Figura 08 a situação de equilíbrio e as demais situações 
podem ser visualizadas. 
Fazendo a mesma análise que fizemos para o quadro 
03, observe a figura acima. Quando, por exemplo, o preço é 
R$ 3,00 (três reais), a quantidade demandada (mostrada pela 
curva de demanda negativamente inclinada) chega a 14.000 
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
essa aula, vamos recordar:
1 – Introdução à Teoria da Demanda
Conhecemos o princípio da Teoria da Demanda. 
Conhecemos a curva de demanda de determinado bem. 
Conhecemos os fatores que influenciam a quantidade 
demandada de um bem e estudamos os fatores que causam 
deslocamento da curva de demanda de um bem. Estudamos 
o conceito de elasticidade da demanda.
2 – Introdução à Teoria da Oferta
Conhecemos o princípio da Teoria da Oferta. 
Conhecemos a curva de oferta de determinado bem. 
Conhecemos os fatores que influenciam a quantidade ofertada 
de um bem e estudamos os fatores que causam deslocamento 
da curva de oferta de um bem. Estudamos o conceito de 
elasticidade da oferta.
3 – Equilíbrio do Mercado
Analisamos o equilíbrio do mercado.
Espero que estejam aproveitando a disciplina. Que tal 
postarem suas súvidas no Fórum?! Será um grande prazer 
atendê-los.
VASCONCELLOS, M. A. S. de; Oliveira, R. G. de. Manual 
Vale a pena
Vale a pena ler
(quatorze mil) unidades do bem X, mas a demanda não poderá 
ser atendida, pois a este preço, os produtores estão dispostos a 
ofertar apenas 8.000 (oito mil) unidades do bem X (mostrado 
pela curva de oferta positivamente inclinada). 
Quando o preço é R$ 6,00 (seis reais). A este preço, 
os produtores estão dispostos a ofertar 14.000 (quatorze 
mil) unidades do bem X (mostrado pela curva de oferta 
positivamente inclinada), mas não haverá demanda suficiente 
já que os consumidores irão querer apenas 2.000 (duas mil) 
unidades do bem X (mostrada pela curva de demanda 
negativamente inclinada) ao preço de R$ 6,00 (seis reais).
Podemos perceber que o preço que equilibra o mercado 
é aquele formado pelo cruzamento das curvas de oferta e 
demanda. Quando este encontro ocorre, temos o ponto de 
equilíbrio. Novamente, neste ponto, o preço do bem é R$ 4,00 
(quatro reais) e as quantidades demandadas e ofertadas são 
iguais a 10.000 (dez mil) unidades do bem X.
Observe que, abaixo do ponto de equilíbrio, haverá um 
excesso de demandaem relação à oferta, os produtores serão 
estimulados a aumentar as quantidades ofertadas e haverá 
uma elevação natural no nível de preços. Acima do ponto 
de equilíbrio, a oferta excede a demanda, os produtores irão 
contrair a oferta e haverá uma redução natural dos preços 
(PINHO; VASCONCELLOS, 2004, p. 117).
33
de Microeconomia. 2ª edição. São Paulo: editora Atlas, 2009.
PINHO, Diva Benevides & VASCONCELLOS, 
Marco A. Sandoval de. Manual de Economia. 5ª edição. São 
Paulo: Saraiva, 2004.
Minhas anotações

Continue navegando