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5ºAula Mão de obra Olá pessoal, estamos de volta para mais uma aula! Nas quatro primeiras aulas, estudamos sobre Princípios e Convenções Contábeis, Classificação de Custos de Produção, Rateio e Departamentalização, respectivamente. Em nossa aula, estaremos tratando da mão de obra. Para iniciar nossas reflexões, vamos buscar os dados históricos a fim de compreender melhor os conceitos sobre Mão de Obra e a aplicabilidade das leis trabalhistas. Dada sua importância para o funcionamento e a manutenção do mercado empresarial, trataremos, principalmente, a respeito dos custos dos nossos colaboradores, ou seja, dos funcionários das empresas. Sugerimos que no decorrer dos estudos, procurem manter-se em um ambiente tranquilo, que permita a concentração necessária para a construção dos conhecimentos. Portanto, não se omitam, leiam, anotem, resumam, pesquisem, questionem, discutam e interajam conosco e com colegas de curso. Confiram agora os objetivos e as seções de estudo mediante as quais será desenvolvida nossa aula. Vamos lá pessoal?! Mãos à obra! Vamos entender os assuntos que serão abordados! Bons estudos! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • abordar os aspectos conceituais sobre mão de obra e discorrer sobre particularidades dos demais assuntos abordados; • classificar os tipos de mão de obra; • realizar o cálculo dos custos da hora trabalhada. Contabilidade de Custos 34 Seções de estudo 1 - Mão de obra: história, conceito e legislação Em 01 de maio de 1943 foi aprovada a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, garantindo com isso todos os direitos aos empregados. Porém, o advento dessa lei passou a regularizar algumas ações dos empregadores em desfavor a seus empregados. A data fi cou instituída como o dia do trabalho. Devemos levar em consideração que a mão de obra compreende o trabalho das pessoas aplicado direta ou indiretamente na fabricação de um produto. Devemos sempre destacar que os custos com mão de obra não correspondem apenas aos gastos com salários, mas engloba todos os gastos com as pessoas envolvidas na produção, sendo esses gastos todos aqueles decorrentes da folha de pagamento.A Lei trabalhista entrou em vigor em 01 de maio de 1943, mas a carteira de trabalho foi instituída pelo decreto nº 21.175, de 21 de março e posteriormente regulamentada pelo decreto 22.035, de 29 de outubro 1932. O documento garante o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como o seguro-desemprego, os benefícios previdenciários, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Programa de Integração Social (PIS). 1 - Mão de Obra: História, Conceito e Legislação; 1.1 Método de Mão de Obra Direta; 1.2 Método de Mão de Obra Indireta; 2 - Mão de Obra: Obrigatoriedades e Custos; 2.1 Direitos e Benefícios Básicos; 2.2 Cálculo do Custo da Hora Trabalhada; 2.3 Contabilização do Custo Com Mão de Obra Direta; Nesta aula, iremos tratar a respeito dos custos dos nossos colaboradores. Na realidade, iremos mensurar o valor da hora trabalho dos funcionários e qual é o reflexo que estes custos podem causar no resultado da empresa e na formação do preço de um determinado produto ou serviço. Fonte: <http://sitedasoldagem.com.br/noticias/> Acesso em: 20 abr. 2012. É comum em todas as organizações a necessidade de material humano, pessoas capacitadas e capazes de desenvolver suas atividades laborais, sem que cause nenhum prejuízo à empresa ou a quem a contratou. Ao trabalhador temos os seus direitos garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, que ampara o empregado e remete o empregador a honrar os direitos garantidos por lei ao trabalhador. Em nossa aula, tendo em vista a aprovação desta lei que garantiu aos empregados todos os direitos que a eles cabem, iremos tratar de alguns destes direitos, já que estamos investigando aspectos relacionados à mão de obra. Adiantamos que a mão de obra pode ser, dentro do processo produtivo ou de prestação de serviço, direta ou indireta. Fonte: <http://bartirabarbosa.blogspot.com.br/2009_02_01_archive.html> Acesso em 30 mar.2012. É importante destacar que todas as atividades exercidas pelos empregados são remuneradas. Normalmente, esta remuneração tem como base para pagamento de valores o salário mínimo, que é um indicador que auxilia o empregado em seu labore e ajusta para que não receba nenhum valor menor que o salário mínimo vigente do período. Na Consolidação das Leis Trabalhistas, Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, em seu artigo 76, temos que: Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte (BRASIL, CLT, 1943). Na contratação de um funcionário, seja por diária, comissão ou produção, sua remuneração não pode ser inferior ao salário mínimo, pois o salário mínimo sempre será a base para que o empregador possa adotar um critério que remunere de maneira legal os seus colaboradores, sem infringir a lei e o direito garantido ao trabalhador. Justamente por estarmos tratando da mão de obra em nossa aula, trataremos também de alguns aspectos legais, dando uma visão ampla sobre remuneração e dados históricos a respeito da obrigatoriedade entre empregador e empregado e vice-versa. Em custos é comum que tudo que esteja relacionado à produção seja tratado como custo. Existem momentos em que confundimos esses custos quanto à sua classificação. Por isso, torna-se difícil em alguns casos evidenciar se esses custos são diretos ou indiretos na produção de um determinado produto ou serviço. Analisando essa dificuldade é que, neste momento, iremos tratar dos custos com mão de obra e também como ela é classificada e direcionada no processo de produção e melhoramento de um produto ou serviço. A mão de obra divide-se em dois grupos: direta e indireta. • Mão de obra indireta: classificamos como mão de 35 2 - Mão de obra: obrigatoriedades e custos obra indireta a somatória dos salários e dos encargos com os colaboradores que desempenham atividades comuns e não especializadas dentro da empresa e que, muitas vezes, não compensa apurar o custo da hora trabalhada ou mesmo controlar o tempo de trabalho em cada atividade. São exemplos de mão de obra indireta: carregadores, faxineiros, seguranças, etc. • Mão de obra direta: devido aos altos custos com mão de obra direta nos dedicaremos ao seu estudo, a fim de aprender a calcular o custo de uma hora trabalhada. A mão de obra direta pode ser classificada como sendo a somatória dos salários e dos encargos com os colaboradores que desempenham atividades técnicas diretamente no produto. São exemplos de mão de obra direta: operador de máquinas, mecânicos, eletricistas etc. 1.1 – Método de mão de obra direta Agora iremos classificar quais são os métodos de mão de obra aplicados na empresa, indústria, comércio e prestação de serviço, tendo como foco o custo dessa mão de obra. A mão de obra deve ser classificada como: • Mão de obra direta • Mão de Obra Indireta Para Osni Moura Ribeiro (2005, p. 102), a mão de obra direta é aquela que pode ser facilmente identificada em relação aos produtos. Isso nos remete a pensar que quando há facilidade de identificação da mão de obra daquele funcionário ao produto em questão classificamos como mão de obra direta. Já para Eliseu Martins (2009, p. 133), mão de obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de que executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta de rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões proporcionais,desaparece a característica de direta. Podemos salientar que os operários de uma indústria de calçados ou até mesmo operários da construção civil, assim destacamos os pedreiros, carpinteiros, serventes, eletricista e encanadores, o serviço na qual estes profissionais executam podem ser classificados como mão de obra direta, já que estão diretamente comprometidos com a construção e execução de uma obra civil, obra que pode ser um apartamento, casa, etc. O mesmo termo se aplica ao operário da indústria já que a este profissional seu labore esta ligado diretamente na produção, confecção e montagem do produto que a empresa oferece no mercado. Então podemos considerar que todo trabalhador que esteja envolvido diretamente na produção ou elaboração de um produto, o custo da sua mão de obra será direto, ou seja, mão de obra direta. Vamos antecipar os estudos de nossa próxima subseção com um questionamento: Qual é outro método de mão de obra que existe?! 1.2 – Método de mão de obra indireta Neste momento, iremos estudar e conhecer o método de mão de obra indireta, método este que é aplicado em vários setores e presente nas mais diversas atividades econômicas existentes em nosso país. Para Osni Moura Ribeiro (2009, p. 102), o método de mão de obra indireta compreende os gastos com pessoal que trabalha na empresa, sem interferência diretamente na fabricação dos produtos. Sempre que não for possível identificar o gasto com pessoal em relação às unidades produzidas, esse gasto será considerado mão de obra indireta. Já para Eliseu Martins (2006, p. 133), se recorrer a qualquer critério de rateio ou estimativa, configura-se para efeito contábil, em indireta. Podemos então evidenciar que a mão de obra indireta pode ser a de supervisor, encarregado, chefe de seção, faxineiros etc. Assim, é importante destacar que a mão de obra indireta assume uma posição de colaborador da empresa, que não está ligado diretamente na produção. O custo com essa mão de obra é indireta. Lembrem-se de que a mão de obra indireta não age diretamente na produção de um determinado produto. Devido a este pessoal não agir diretamente na produção, sua função é normalmente de supervisão e manutenção, já que seus serviços acabam beneficiando toda a produção em conjunto. Portanto, faz-se necessário que tais gastos sejam rateados, por critérios, ou arbitrados para diversos produtos fabricados. A empresa só poderá considerar como mão de obra direta o tempo realmente utilizado no processo de produção de forma direta. Por exemplo: se durante a produção ocorrer uma queda de energia, será considerado como custo indireto de produção. Agora, caso a indústria venha paralisar suas atividades por motivo de greve ou acidentes graves, deverá ser considerado como perda. Para os gestores, pessoas que estão à frente dos negócios que a empresa realiza dia a dia é importante colocar, um adendo a respeito das obrigatoriedades que devem ser realizadas pelos gestores de toda e qualquer empresa. Em um período de gestão é relevante destacar que custo com mão de obra direta é diferente de gastos com a folha de pagamento com funcionários. 2.1 - Direitos e benefícios básicos Para Eliseu Martins (2006, p.134), custo com mão de obra não se confunde com o valor pago à produção, mesmo aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada diretamente sobre o produto. Portanto, o custo de mão de obra direta varia com a produção, enquanto que a folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. Nesse caso, então, podemos considerar que: O custo com a mão de obra direta é variável em relação à produção, já a folha de pagamento, mesmo que seja relativa ao pessoal da produção, é um custo fixo. Na elaboração e apreciação dos custos com a mão de obra devemos identificar quais são os custos que integram a mão de obra de um funcionário, para que possa ser mais esclarecedor em relação às decisões que poderão ser tomadas no curto prazo. A legislação trabalhista reza em suas doutrinas Contabilidade de Custos 36 que além do salário contratual é de direito do trabalhador alguns proventos. Para Aristeu Oliveira (2001, p. 65), os principais proventos existentes na folha de pagamento são: salário, horas extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional noturno, salário-família, diárias para viagem e ajuda de custo; e os principais descontos são: quota de previdência, imposto de renda, contribuição sindical, seguros, adiantamentos, faltas e atrasos, vale-transporte. Nessa apreciação, devemos considerar que essa é uma visão global de proventos que podem integrar a folha de pagamento dos funcionários, sendo indispensável fazer uma ressalva, já que para cada tipo de atividade e ocupação teremos proventos de acordo com as devidas ocupações funcionais dos trabalhadores. Ainda fazendo uma apreciação aos proventos de direito que o trabalhador possui no labore de sua função, iremos citar os mais usuais, para que no final desta aula todos possam identificar o custo da hora homem trabalhada. Na Consolidação das Leis Trabalhistas, Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, em seu artigo 457, temos que os proventos: Compreendem na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber (BRASIL, LEI Nº 5.452, 1943). Então, toda remuneração paga ao empregado, além do salário, devemos considerar como remuneração. Entre estas podemos, inclusive, destacar as seguintes remunerações: comissões, percentuais, gratificações ajustadas, diárias de viagem e abonos pagos pelo empregador ao empregado. Devemos observar que não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam 50% do salário percebido pelo empregado. Ao empregado confere o direito de férias. Como celebra o art. 142 da CLT, o empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão. Além das verbas de direito sobre as férias o trabalhador terá o direito de mais 1/3 ( um terço ) de férias sobre sua remuneração. Sendo importante destacar que todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo em sua remuneração. Normalmente o empregado terá direito a 30 dias de férias corridos quando não houver faltado ao serviço mais de 05 vezes no ano. Tabela 1 - Férias Empresa América Ltda. Funcionário Reginaldo José da Silva Admissão 03.2011 Função Montador Departamento Indústria Remuneração R$ 1.600,00 Demonstrativo de Férias Férias R$ 1.600,00 1/3 de férias R$ 533,33 Total de férias R$ 2.133,33 Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Neste momento, podemos verificar que o funcionário irá receber o valor correspondente ao salário do mês em férias mais um terço deste salário de férias, que somados teremos um total de R$ 2.133,33 referentes às férias desse colaborador. Outro evento de direito dos colaboradores é o décimo terceiro salário, que corresponde a um salário extra a todo trabalhador que tenha trabalhado na empresa durante os 12 meses do ano, ou período proporcional a 12 meses. Sendo assim, em alguns casos o trabalhador terá direito ao décimo terceiro salário. Há empresas que costumam, inclusive remunerar o colaborador com décimo quarto salário. Normalmente, isso ocorre quando se estabelece metas de produção e elas são alcançadas. Mas quanto custa a hora homem para a empresa? Aos colaboradores cabe o direito aos salários, férias, um terço de férias, décimo terceiro salário e outros proventos que são a eles garantidos por lei. Devemos destacar que muito embora a empresa esteja obrigada ao pagamento de todos esses proventos ao trabalhador, ela tem também a seu encargo o pagamento das obrigações sociais, obrigações estas que incidem sobre a folha de pagamento, como INSS e FGTS. Essas obrigações, para a empresa, podem chegar até 33,8% dafolha de pagamento. Sendo assim, um funcionário com salários de R$ 1.000,00 chega a custar para a empresa cerca de R$ 333,80 além do seu salário mensal. Tabela 2 – Demonstração dos encargos sociais Descrição Valores Percentual % Salário 1.000,00 INSS 200,00 20% Terceiros 58,00 5,8% FGTS 80,00 8% Total 1.338,00 33,8% A atividade que o funcionário desempenha dentro da empresa não pode ultrapassar ao número de 220 horas semanais, sendo esse o número máximo de horas que um empregado deve cumprir no desenvolvimento de suas atividades na empresa. Dentro dessa relação empregado/empregador deve- se levar em conta uma questão muito importante que diz respeito às faltas, pois ela comprometem, e muito, os custos operacionais da empresa, principalmente, faltas justificadas, aquelas que vêm acompanhadas de atestado médico. Pois, essas faltas justificadas acabam sendo abonadas e, com isso, os custos tendem a aumentar cada vez que isso ocorre. 2.2 - Cálculo do custo da hora trabalhada Agora iremos a um exemplo, onde será apresentado o custo da hora homem. Observe que: Antonio Carlos Martins desenvolve atividade de torneiro mecânico, na empresa Alfa Inox Ltda. Durante o ano de 2011, o salário desse funcionário foi de R$ 2.000,00 ao mês. Ele recebeu férias e décimo terceiro e, em alguns dias, precisou ausentar-se da empresa para 37 Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. tratamento médico, cerca de 7 dias. A pergunta que faço a todos é o quanto custou a hora homem desse funcionário na empresa em questão? Para que essa pergunta possa ser respondida, devemos apresentar um demonstrativo que apresente esse custo por hora homem. Até o momento, sabemos que o custo desse funcionário é de R$ 35.680,09 ao ano, porém, devemos destacar quantos dias realmente foi produtivo, ou melhor, foi trabalhado. Vale lembrar que os sábados e domingos são esporádicos, pois temos alguns meses do ano com mais de quatro domingos ou sábados no mês. Muito bem, agora já sabemos qual é o custo total desse funcionário e ficou claro que durante o ano de 2011 ele trabalhou/produziu por cerca de 249 dias. Devido à complexidade da legislação trabalhista brasileira, apresentamos a seguir uma sequência de regras para apurar o custo da hora trabalhada: • 1ª regra: Determinar os rendimentos anuais do trabalhador: Rendimento Fórmula Salário anual 11 meses x salário mensal 13º Salário Proporcional 01 salário mensal por ano de trabalho Férias Proporcionais 01 salário mensal por ano de trabalho 1/3 sobre férias Férias proporcionais 1/ 3 Rendimento Anual Somatória dos itens acima Consideramos 11 meses trabalhados, porque 1 mês é de direito do colaborador para gozar férias. Cada cargo tem os seus rendimentos determinados por lei, conforme demonstramos acima. • 2ª regra: Determinar os encargos sociais que incidem sobre os rendimentos: Encargos sociais Percentual sobre os rendimentos INSS empresa (+ ou -) 20 % Sistemas S (+ ou -) 2,8 % Seguro Acidente de Trabalho (+ ou -) 3 % FGTS 8 % Encargos Sociais Totais (+ ou -) 33,8 % dos encargos sociais Os encargos sociais acima representam os percentuais médios, pois estes variam de empresa para empresa de acordo com o seu ramo de atividade. Eles representam o que a empresa recolhe aos órgãos públicos. Não estão incluídos os encargos sociais descontados dos colaboradores. • 3ª regra: Determinar os direitos e benefícios do trabalhador: Direitos e benefícios Valor Transporte até o local de trabalho Os valores variam de acordo com a empresa. Alimentação Auxílio periculosidade 20% do salário mínimo Auxílio insalubridade 20% do salário mínimo Plano de saúde Gasto Total Com Direitos E Benefícios Somatória Acima exemplificamos os direitos e benefícios básicos que todas as empresas praticamente concedem aos seus colaboradores. Cada empresa pode aumentar o número de direitos e benefícios, uma vez que usamos tais benefícios para motivar o nosso colaborador. Lembramos que os valores devem ser anuais. Os auxílios mencionados acima são apenas atividades que se enquadram como perigosas ou insalubres e que dão direito ao recebimento. • 4ª regra: Determinar os gastos anuais com equipamentos e uniformes: Equipamento Valor Uniformes Equipamentos de segurança Gasto Total com Equipamentos Somatória Os uniformes e equipamentos são de obrigação da empresa fornecer. Devemos calcular o valor gasto anualmente com cada colaborador. Vale lembrar que existem equipamentos de proteção que chegam a valer mais de R$ 10.000,00 e possuem uma vida útil limitada em horas de uso. • 5ª regra: Determinar o gasto anual com o colaborador: Proventos Ano 2.000,00 11 meses 2.200,00 2.000,00 13º salário 2.000,00 2.000,00 Férias 2.000,00 2.000,00 1/3 férias 666,67 Total Ano 26.666,67 O valor dos gastos totais apurados acima é a somatória de todos os gastos que tivemos durante um ano de trabalho com esse colaborador. • 6ª regra: Encargos Ano INSS 25,8% 26.666,67 6.880,00 FGTS 8% 26.666,67 2.133,34 9.013,34 Gastos totais = 26.666,67 + 9.013,34 = 35.680,01 • 7ª regra: Determinar o total de horas trabalhadas no ano: Unidade Cálculo Quantidade de dias Dias no ano + 365 Descanso semanal remunerado + ou - - 48 Feriados + ou - - 12 Férias - 30 Total de Dias Úteis = 275 Jornada de trabalho Normal 44 horas semanais Total de Horas Úteis no Ano Jornada diária x dias úteis Contabilidade de Custos 38 A jornada semanal é determinada em função da profi ssão do colaborador. Por exemplo: a maioria dos colaboradores possui uma jornada semanal de 44 horas, mas os bancários e as telefonistas têm a jornada reduzida para 30 horas semanais Os descansos semanais e feriados são determinados com base no calendário local, principalmente os feriados que variam de localidade para localidade. • 8ª regra: Determinar o custo por hora trabalhada. Com as informações acima podemos calcular o valor de uma hora trabalhada, que faremos através da seguinte fórmula: O custo apurado acima expressa exatamente o custo de uma hora de trabalho de cada trabalhador. Custo por hora = 35.680,03 / (7,33 horas dia x numero de dias trabalhados) Custo por hora = 35.680,03/ 220 horas Custo por hora = 16,21 por hora. Devemos lembrar que o custo deste funcionário será de R$ 16,21 por hora, sendo importante ratear este valor aos produtos que serão elaborados. 2.3 - Contabilização do custo com mão de obra direta O gasto com mão de obra direta é contabilizado em duas contas: • Perdas: A cada hora que o colaborador fica parado, por qualquer motivo, significa que o mesmo não produziu. Portanto, contabilizamos diretamente no resultado como perdas. São exemplos de perdas com mão de obra: o tempo parado por máquinas quebradas, as greves legais e as faltas abonadas. • Custo do produto: A cada hora trabalhada do colaborador em determinado produto contabilizamos em seu custo. Agora entendemos por que o salário do colaborador é fixado por mês e o custo com mão de obra direta é variável: porque contabilizamos no custo do produto apenas o tempo que ele realmente trabalhou. Os gastos com aviso prévio e indenizações contabilizam como despesas, porque não conseguimos prever. Chegamos, assim, ao final de nossa quinta aula. Esperamos que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre mão de obra. Após conferir o resumo-chave e as sugestões de livros e sites para pesquisa complementar, vamos fazer uma pequena pausa, antes de iniciarmos nossa sexta aula, quando então trataremos a respeito da margem de contribuição. Retomando a aula Para encerrar a Aula 05, convidamos vocês a recordarem o que estudamos até aqui: 1 - Mão de Obra: História, Conceito e Legislação Aprendemos que a mão de obra compreende o trabalho das pessoas aplicado direta ou indiretamente na fabricação de um produto. A mão de obra pode ser direta ou indireta, dentro do processo produtivo oude prestação de serviço. A mão de obra direta age diretamente na produção de um determinado produto enquanto que a mão de obra indireta não. Devemos sempre destacar que os custos com mão de obra não correspondem apenas aos gastos com salários, mas engloba todos os gastos com as pessoas envolvidas na produção, sendo esses gastos todos aqueles decorrentes da folha de pagamento. 2 - Mão de Obra: Obrigatoriedades e Custos Vimos que o custo de mão de obra direta varia com a produção, enquanto que a folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. A legislação trabalhista reza em suas doutrinas que além do salário contratual é de direito do trabalhador os seguintes proventos: salário, horas extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional noturno, salário-família, diárias para viagem e ajuda de custo, férias, um terço de férias, décimo terceiro salário, entre outros. Os principais descontos são: quota de previdência, imposto de renda, contribuição sindical, seguros, adiantamentos, faltas e atrasos, vale- transporte. Outros proventos que são garantidos por lei, são o pagamento das obrigações sociais, obrigações estas que incidem sobre a folha de pagamento, como INSS e FGTS. Vale a pena Vale a pena ler HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. Livro de Exercícios. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Contabilidade de Custos. 9. ed. Atlas, 2009. OLIVEIRA, Aristeu. CLT Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2001. MUSSAK, E. Metacompetência: uma nova visão do trabalho e da realização pessoal. 2. ed. São Paulo: Gente, 2003. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. SILVA, César Augusto Tibúrcio; FREIRE, Fátima de Souza. Balanço social: teoria e prática. Inclui o Novo Modelo do IBASE. São Paulo: Atlas, 2001. SOUZA, Alceu; CRUZ, June Alisson Westarb. Classificando Custos Fixos e Variáveis por meio de Métodos Estatísticos. Revista Mineira de Contabilidade, v. 34, p. 22-30, 2009. Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em: <http://www.abcustos.org.br/>. Vale a pena acessar 39 Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível em: <http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_ CONGRESSO=21>. Conselho Federal De Contabilidade – CFC. Normas Brasileiras de Contabilidade. Brasília, 2004. Disponível em <http://www.cfc.org.br>. Entendendo custos, gastos e despesas para a formação de preços. Disponível em: < http://focoemnegocios. wordpress.com/2009/09/02/entendendo-e-calculando- custos-para-a-formacao-de-precos/>. Escrituração Contábil. Disponível em: <http://www. nfe.fazenda.gov.br>. Atividades da Aula 05 Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que deverão ser respondidas e enviadas dentro dos prazos estabelecidos. Minhas anotações
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