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Contabilidade Pública

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Administração pública
AULA 01 – Administração Pública	1
1 – Princípios e Conceitos da Administração Pública	1
1.1 Conceituações Importantes da Contabilidade Pública	1
2 – Abrangência da Contabilidade Pública	1
3 – Regimes Contábeis	1
AULA 02 – Orçamento Público	1
4 – Orçamento Público	1
Licitação	1
5 – Ciclo Orçamentário	1
6 – Instrumentos de Planejamento	1
AULA 03 – Receita Pública	1
7 – Conceitos da Receita Pública	1
7.1 – Tipos de Receita Pública	1
7.2 – Receita Orçamentária	1
7.3 – Receita Extra Orçamentária	1
8 – Estágios da Receita	1
9 – Receita Pública e a LRF	1
9.1 – Receita da Dívida Ativa	1
9.2 – Restrição e Anulação de Receitas	1
AULA 04 – Despesa Pública	1
10 – Conceitos da Despesa Pública	1
10.1 – Tipos de Despesa Pública	1
11 – Estágios da Despesa Pública	1
12 – A Despesa Pública e a LRF	1
12.1 – Dívida Ativa	1
12.2 – Dívida Passiva	1
AULA 05 – Licitação	1
13 – Conceito de Licitação	1
14 – Inexigibilidade de Licitação	1
15 – Modalidade de Licitação	1
AULA 06 – Dívida Pública	1
16 – Dívida Pública	1
17 – Créditos Adicionais	1
18 – Crédito Suplementar	1
18.1 – Crédito Especial	1
18.2 – Crédito Extraordinário	1
AULA 07 – Balanço Orçamentário	1
19 – Balanço Orçamentário	1
20 – Comparação da Receita e despesa	1
21 –Estruturas de Balanço Orçamentário	1
AULA 08 – Patrimônio Público	1
22 – Patrimônio Público	1
23 – Variações Ativas e Passivas	1
24 – Resultado Patrimonial	1
AULA 01 – Administração Pública
1 – Princípios e Conceitos da Administração Pública
Para Inaldo Araújo e Daniel Arruda:
[...] a administração pública, em sentido material, é o conjunto coordenado de funções que visam à boa gestão da res publica (ou seja, da coisa pública), de modo a possibilitar que os interesses da sociedade sejam alcançados. Entre os diversos conceitos apresentados, pode-se ver que a administração pública engloba todo aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, que buscam a satisfação das necessidades coletivas.
Para exercer ou colocar à disposição da coletividade o conjunto de atividades e de bens, o Estado, entendido como a organização do poder político da comunidade nacional, distribui-se em três funções essenciais: função normativa ou legislativa, como sendo aquela exercida pelo Poder Legislativo, cuja atribuição é a elaboração de leis; a função administrativa ou executiva que é a que converte a lei em ato individual e concreto, de competência do Poder Executivo; e a função judicial que se refere à aplicação da lei aos litigantes, cuja competência é do Poder Judiciário.
A administração pública é dividida em dois níveis. O primeiro, a administração direta ou centralizada, compreende a estrutura administrativa dos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e suas subdivisões (estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios, Secretarias estaduais e/ou municipais, com seus respectivos departamentos e seções). É um conjunto de unidades organizacionais que integram a estrutura administrativa de cada um dos Poderes da União, dos Estados e dos Municípios. O segundo nível é a administração indireta ou descentralizada.
Constitui-se de entidades públicas dotadas de personalidade jurídica própria, que se encontram vinculadas a esses Poderes por meio de determinação em lei. São elas as autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia mista, etc.
	Composição dos níveis da administração pública (âmbito estadual)
	Direta
	Indireta
	· Poder Legislativo
1. Assembleia Legislativa
1. Tribunal de Contas
	· Autarquias
· Fundações
· Empresas Públicas
· Sociedades de Economia Mista
	· Poder Executivo
1. Governo do Estado
1. Secretárias de Estado
	
	· Poder Judiciário
1. Tribunal de Justiça
	
As autarquias correspondem a entidades autônomas, criadas em lei específica, com personalidade jurídica de direito público interno, sujeitas a fiscalização do Estado.
As fundações englobam entes que objetivam, principalmente, a realização de atividades não lucrativas e que podem ser executadas pelo setor público ou privado, mas que são de interesse coletivo, como educação, cultura, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, entre outros.
A empresa pública é uma organização com personalidade jurídica de direito privado e participação exclusiva do Estado no seu capital e direção. Portanto, é de propriedade única do Estado.
A sociedade de economia mista, por fim, é um ente dotado de personalidade jurídica de direito privado, criado por lei, para o exercício de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações, que permitem o direito ao voto, pertencem, na sua maioria, ao Estado.
1.1 Conceituações Importantes da Contabilidade Pública
A Contabilidade Pública é regida pela Lei 4.320/64, que estatui normas gerais de direito financeiro para a elaboração e o controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Segundo Kohama, “Contabilidade Pública é o ramo da contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra a organização da Fazenda Pública, o patrimônio e suas variações”.
Que a Lei 4.320/64 está para Contabilidade Pública assim como a Lei das Sociedades por Ações, Lei 6.404/76, está para a Contabilidade aplicada à atividade empresarial.
O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. O da Contabilidade Pública é o Patrimônio Público dos órgãos e entidades, que correspondem ao conjunto de bens, direitos e obrigações a eles vinculados, exceto os bens de domínio público, tais como: praças, ruas, estradas, etc.
O objetivo da Contabilidade Pública é, mediante sistemas de contas e por partidas dobradas, registrar, acumular, resumir, analisar e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público.
Segundo o art. 85, da Lei 4.320/64:
Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da posição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, os levantamentos dos balanços gerais, a análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
O sistema de contas representa o conjunto de contas que registra as transações com características comuns e determinados atos da administração pública. No âmbito governamental, ele compreende o sistema orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação, que, apesar de estarem intimamente relacionados, são independentes e não podem se comunicar.
O sistema orçamentário evidencia o registro contábil de receita e da despesa, de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos Créditos, assim como o montante dos créditos orçamentários vigentes, demonstrando a despesa fixada e a executada no exercício, e comparando a receita prevista com a arrecadada, ou seja, no final do exercício apresenta os resultados comparativos entre a previsão e a execução orçamentária, registrados.
Importante!
O resultado dos atos e dos fatos ocorridos no sistema orçamentário é demonstrado no balanço orçamentário.
O sistema financeiro registra a arrecadação da receita, as despesas executadas e a movimentação extra orçamentária, ou seja, as operações que resultem débitos e créditos de natureza financeira não compreendida na execução orçamentária.
O sistema patrimonial registra analiticamente todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração, bem como, mantém registro sintético dos bens móveis e imóveis, assim com as alterações da situação líquida patrimonial.
O sistema de compensação registra os valores que, direta ou indiretamente, provocam ou podem provocar variações no patrimônio do Estado, geralmente decorrentes de contratos, convênios, etc.
Não confundir sistema de compensação com contas de controle. O sistema de compensação é bem mais amplo, já as contas de controle estão dentro do sistema de compensação.
2 – Abrangência da Contabilidade Pública
A ContabilidadePública não deve ser entendida, apenas, como destinada ao registro e escrituração contábil, mas também à observação da legalidade dos atos da execução orçamentária, através do controle e acompanhamento, que será prévio, concomitante e subseqüente, além de verificar a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que foi instituído para esse fim.
Portanto, na administração pública, os serviços de contabilidade devem ser organizados de forma que seja permitido o acompanhamento da execução orçamentária desde o seu início, registrando os limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, controlando e acompanhando, à medida que ela for se desenvolvendo.
Deve também verificar a legalidade dos atos de execução orçamentária: se o empenho da despesa obedeceu à legislação vigente, relativa à licitação, autorização competente; se não se trata de despesas já realizadas; se a liquidação da despesa foi registrada em documentos processados pelo serviço de contabilidade e se a determinação para o pagamento da despesa foi despachada pela autoridade competente.
Obviamente que, para proceder à verificação da legalidade dos atos da execução orçamentária prévia, concomitante e subseqüente, há necessidade de se conhecer quando o empenho, a liquidação e a ordem de pagamento da despesa foram legalmente formalizados; por isso, cabe à Contabilidade Pública o estudo dos vários aspectos que envolvem a execução orçamentária e financeira da receita e da despesa pública e todas as gamas de repercussões que por ela é produzida.
3 – Regimes Contábeis
Há, na contabilidade, uma atenção muito grande com relação à obediência dos chamados Princípios Contábeis Geralmente Aceitos ou regimes contábeis de escrituração.
Convém lembrar que a maioria desses princípios foi criada em época quando a principal preocupação era a inflação e a desvalorização ocorridas com o poder aquisitivo.
Na contabilidade Pública, o Exercício Financeiro corresponde ao período em que se executam todas as atividades contempladas no orçamento, que vai de 01 de janeiro a 31 de dezembro.
Segundo o art. 35 da Lei 4320/64:
“Pertence ao exercício financeiro:
I - as receitas nele arrecadadas; e
II - as despesas legalmente empenhadas”.
No Brasil, o regime de escrituração adotado na Contabilidade Pública é o chamado regime Contábil misto, em que as receitas obedecem ao regime de caixa e as despesas obedecem ao regime de competência. Pelo regime de caixa, a receita é reconhecida no período em que é arrecadada e as que estão por arrecadar são transferidas para o exercício financeiro seguinte. Pelo regime de competência, as despesas são assim consideradas, de acordo com a data do respectivo fato gerador e não no momento dos seus pagamentos.
AULA 02 – Orçamento Público
4 – Orçamento Público
Segundo Edilson Oliveira Julião:
O conceito de orçamento ainda não foi plenamente identificado. Pode ser considerado orçamento o ato em que o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo por certo período a utilizar as despesas destinadas ao funcionamento do serviço público, assim como arrecadar receitas previstas em lei. Esse entendimento é possível de ser discutido; entretanto, poderíamos resumir orçamento público como sendo a previsão da receita e a fixação da despesa para determinado exercício financeiro.
Kohama conceitua Orçamento Público como sendo “o instrumento utilizado para a viabilização financeira e conseguintemente materialização do conjunto de ações e objetivos que foram planejados visando ao melhor atendimento e bem estar da coletividade”
Portanto, o Orçamento Público evidencia a política econômico-financeira do governo, constituindo-se num instrumento útil e fundamental para a gestão administrativa, demonstrando toda e qualquer ação governamental.
História do Orçamento Público
Segundo a imensa maioria dos estudiosos da área, um dos marcos fundamentais para a origem do orçamento público ocorreu no século XIII. Mais precisamente em 1215, na Inglaterra, ele remonta ao momento em que a Carta Magna foi imposta ao rei João Sem-Terra (Jhon Lacklend) pelos senhores feudais, objetivando limitar os poderes de arrecadação do rei e definir a forma de realização dos gastos. Já nos Estados Unidos, a Declaração de Direitos do congresso da Filadélfia, elaborada em 1787, foi que implantou a exigência da prática orçamentária. Poucos anos depois, a Constituinte da França de 1789, resultante da Revolução Francesa, consagrou o princípio de que a “votação das receitas e despesas seria atribuição dos representantes da nação”.
No Brasil, a origem do orçamento está ligada ao surgimento do governo representativo, sendo que a nossa primeira lei data de 1827. Vale, todavia, mencionar que a Constituição do Império de 1824 já trazia disposições ainda que de forma indireta, à respeito da matéria em seu artigo 172:
O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos outros Ministros os orçamentos relativos às despesas das suas repartições, apresentará na Câmara dos Deputados anualmente, logo que estiver reunida, um balanço geral da receita e despesa do Tesouro Nacional do ano antecedente, e igualmente o ano futuro, e da importância de todas as atribuições, e rendas públicas.
Princípios Orçamentários
O Orçamento Público funciona como instrumento de controle do governo, subordinando-se a regras ou princípios orçamentários. A Lei nº 4320/64, em seu art. 2º, torna obrigatória, no Brasil, a obediência aos princípios da unidade, universalidade e anualidade.
Princípio da unidade - deve haver um único orçamento para o exercício financeiro, para se ativar a duplicação de funções ou mesmo a ocorrência paralela.
Atenção! Você sabia que modernamente o princípio da unidade vem sendo denominado princípio da totalidade?
Princípio da universalidade - o orçamento deve conter todos os aspectos do programa (receitas e despesas) referentes aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da Administração Direta, Indireta, além de Fundações instituídas pelo Poder Público.
Princípio da anualidade - também chamado de princípio da periodicidade, traduz que as previsões da receita e despesa devem referir-se sempre a um período limitado de tempo, que denomina exercício financeiro. O exercício financeiro coincide com o ano civil: de 01 de janeiro a 31 de dezembro.
Outros princípios orçamentários
Além dos três princípios já mencionados, diversos autores elencam outros princípios que derivem do entendimento da Constituição Federal e das leis que normatizam os projetos de orçamento público.
Princípio da exclusividade - esse princípio avaliará todos os assuntos referentes a orçamento, sendo vetado conterem matérias estranhas a ele.
Princípio da especificação – o objetivo principal desse princípio é vedar as autorizações globais, devendo a despesa ser classificada com um nível de detalhamento que facilite a análise por parte das pessoas.
Princípio da publicidade - esse princípio determina que o conteúdo orçamentário seja divulgado pelos veículos oficiais de comunicação/divulgação, para conhecimento público e eficácia de sua validade, bem como sua transparência.
Princípio do equilíbrio - esse princípio prevê a igualdade entre a previsão da receita e a fixação da despesa a cada exercício financeiro.
Princípio da clareza - o orçamento deve ser elaborado de forma clara, completa e ordenado, de modo a possibilitar sua fácil compreensão.
Licitação
5 – Ciclo Orçamentário
Embora o orçamento seja feito anualmente, não pode ser executado isoladamente, pois sofre influência de períodos anteriores e serve como base para períodos futuros. Por isso, deve-se levar em consideração o ciclo orçamentário, que constitui uma sequência de passos a serem seguidos no processo orçamentário:
Elaboração - Consiste em definir metas a serem atingidas para determinado período, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, além dos cálculos dos recursos humanos, materiais e financeiros que serão empregados para a concretização do objeto.O poder Executivo é que tem a tarefa de enviar o projeto de Lei Orçamentária ao Poder Legislativo, dentro dos prazos estabelecidos na Constituição.
Estudo e aprovação - Esta fase compreende a análise, a revisão e a interpretação da proposta orçamentária, cuja competência cai sobre o Poder Legislativo. Em tese, a proposta orçamentária transmite todas as necessidades e anseios da sociedade. Cabe ao Poder Legislativo, a tarefa de analisá-la e interpretá-la, objetivamente, para que se possa aproveitar todos os pontos positivos e revisar os pontos críticos expostos na proposta parcial, em tempo hábil, para a sanção do Chefe do Poder Executivo.
Execução - É nessa fase do Ciclo Orçamentário que irão se concretizar todos os planos do programa orçamentário, bem como a realização dos objetivos aspirados ao das metas planejadas para a administração pública no exercício que se segue. Com a fixação dos limites com os quais o Poder Executivo poderá contar, surge então uma tarefa: a aprovação de um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária ficará autorizada a utilizar. Isso é muito importante na descentralização da gestão administrativa dos créditos orçamentários.
A fixação dessas cotas tem por finalidade delegar limites em um período predeterminado para que cada unidade executora possa realizar empenhos ou efetuar pagamentos de despesas. Outro fato importante é que, com esses limites preestabelecidos, facilita-se a programação dos dispêndios, assim como sua liquidação e pagamento.
Avaliação - A avaliação refere-se à organização, aos critérios e trabalhos a julgar o nível dos objetivos fixados o orçamento e as modificações nele ocorridos durante a execução; à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de racionalidade na utilização dos recursos correspondentes.
A constatação do que realizar e do que deixar de fazer, não pode, como é óbvio, restringir-se somente ao julgamento “a posteriori”, ela deve ser ativa. A avaliação impõe a necessidade de um sistema estatístico, cuja informação básica se obtém em cada uma das repartições ou órgãos.
De posse dos dados coletados, o grupo de avaliação orçamentária deve elaborar tabelas, calcular indicadores e apresentar informações periódicas para uso e tomada de decisão dos dirigentes das unidades executoras.
6 – Instrumentos de Planejamento
A Constituição Federal instituiu que as leis de iniciativa do Poder Executivo, estabelecerão:
O Plano Plurianual (PPA). Com o crescimento populacional, há necessidade de o Governo criar formas para atender ao aumento da demanda e continuar com os serviços já existentes, renovando e atualizando seus equipamentos. Para tanto, é necessária a elaboração de planos e estudos para esses investimentos, conforme a prioridade do Governo, o que irá exceder num exercício financeiro. A esses planos e estudos denominamos Plano Plurianual, o qual será instituído por lei e estabelecerá, de forma regionalizada, os objetivos e metas da Administração Pública de duração continuada.
O Presidente da República poderá encaminhar mensagem ao Congresso Nacional, propondo modificações no projeto de lei do PPA, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta.
	1º Ano de mandato: Chefe do executivo governa com a proposta – PPA, de seu antecessor
e elabora e encaminha o seu PPA para os próximos 04 anos.
	2º Ano de mandato: Chefe do executivo trabalha com seu PPA, aprovado pelo Legislativo. 1º ano de prática de seu planeja- mento.
	3º Ano de mandato: Idem ao 2º ano de mandato.
	4º Ano de mandato: Idem ao 2º ano de mandato.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que conterá as metas e prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de capital para o exercício seguinte, as orientações para a elaboração da lei orçamentária, a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, o equilíbrio entre receita e despesa e os riscos e metas fiscais previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000).
A LDO deverá conter o anexo de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais. No anexo de Metas serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas à receita, despesa, resultado nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, ou seja, para 03 exercícios.
A Lei Orçamentária Anual (LOA), que abrangerá o orçamento fiscal que se refere aos poderes da União; o orçamento de investimentos, que se refere às empresas em que a União mantém maioria do capital social com direito a voto e orçamento de seguridade social, que se refere a todas as entidades e órgãos vinculados à União. A lei Complementar nº 101/ 00 prevê que nenhum benefício relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio.
Caso o Presidente da República se omita, deixando de encaminhar o projeto de lei de orçamento ao Congresso Nacional, pode, qualquer parlamentar apresentar esse projeto de lei?
Não, essa competência é exclusiva do Presidente da República. A proposta apresentada por parlamentar caracteriza inconstitucionalidade formal.
AULA 03 – Receita Pública
7 – Conceitos da Receita Pública
Conceito
Na Contabilidade geral, receita é a entrada de elementos para o ativo em função das vendas de mercadorias, prestação de serviços, alugueis, juros ou pela redução do passivo sem uma correspondente redução no ativo.
Todavia, na contabilidade pública, receita pública engloba todo e qualquer recolhimento de recursos feito aos cofres públicos, realizado sob a forma de numerário e de outros bens representativos de valores, que o governo tem direito de arrecadar em virtude da Constituição, de leis, contratos ou quaisquer outros títulos de que derivem direitos ao Estado.
A receita pública pode ser definida, portanto, como os recursos auferidos na gestão que serão computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício e desdobrados nas categorias econômicas correntes e de capital.
7.1 – Tipos de Receita Pública
A Lei nº 4.320/64 classifica a receita pública, segundo a categoria econômica, da seguinte forma: receita orçamentária (as que pertencem ao orçamento público e dependem de autorização legislativa para sua execução) e receita extra- orçamentária (as que são independentes de autorização legislativa para sua execução; não pertencem ao orçamento público).
Conceito
Para Deusvaldo Carvalho:
[...] são os recursos instituídos e arrecadados pelo poder público com a finalidade de serem aplicados em gatos que atendam aos anseios e demandas da sociedade. De forma sucinta, pode-se dizer que é todo recurso obtido pelo estado para atender às despesas publicas
7.2 – Receita Orçamentária
A receita orçamentária representa valores constantes do orçamento tais como: tributos, rendas, transferências, alienações, amortização de empréstimos concedidos e operações de crédito por prazo superior a doze meses, que são caracterizados, conforme o art. 11, da Lei nº. 4.320/64, da seguinte forma.
As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuição, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes.
O § 3º, do art 11, da Lei nº 4320/64 menciona que o superávit do orçamento corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apuradas no balanço orçamentário.
Vejamos abaixo:
a) tributária: aquelas pagas pelos contribuintes em virtude de suas rendas, atividades, propriedades etc. São decorrentes de impostos, taxas e contribuições de melhoria.
1 Modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerado uma situação independente de qualquer atividade do órgão público em relação ao contribuinte.
2 É o tributo cobrado pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, no âmbito de suas atividades tendo como fato gerador e exercício regular de poder de polícia.
3 É a receita decorrente da valorização imobiliária.b) contribuições: as contribuições compulsórias que o Estados institui de acordo com o previsto na Constituição Federal. Tem seu destino concentrado na manutenção de programas sociais.
c) patrimonial: a oriunda de bens mobiliários e imobiliários pertencentes à União, Estados, Municípios e Distrito Federal. São os alugueis, arrendamentos, etc.
d) agropecuárias: as receitas decorrentes de atividades ou exploração agropecuária como agricultura, silvicultura, pecuária, etc.
e) industrial: os recursos provenientes das atividades de extração com ou sem beneficiamento de minerais sólidos, líquidos ou gasosos.
f) serviços: as receitas das atividades de prestação de serviços, assim entendidos em serviços recreativos, hospitalares, de transporte, de comunicação, etc.
g) transferências correntes: as receitas recebidas de outras pessoas de direito público ou privado independente de contraprestação direta em bens ou serviços. Podem ocorrer em nível intergovernamental (entre diferentes esferas de governo) e intragovernamental (no âmbito de uma mesma esfera do governo).
h) outras receitas correntes: as de origem da cobrança de juros, multas, indenizações, receitas diversas e de dívida ativa.
As receitas de capital compreendem as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas (operação de créditos); da conservação, em espécie, de bens e direito (alienação de bens); amortização de empréstimos; recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender à formação de bem de capital, estando vinculados à constituição ou aquisição do mesmo e, ainda, outras receitas, compreendendo a integralização de capital e outras.
Conceito
Para Deusvaldo Carvalho:
[...] são as receitas de capital as provenientes da realização de recursos oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesa de Capital e, ainda superávit orçamentário corrente.
As receitas de capital compreendem:
a) operações de crédito: decorrentes de empréstimos e financiamentos internos e externos.
b) alienação de bens: as decorrentes da venda de bens patrimoniais móveis e imóveis. Importa dizer que o Poder Legislativo, via de regra, autoriza este tipo de operação.
c) amortização: as decorrentes do recebimento dos valores dados anteriormente e a outras entidades.
d) outras receitas de capital: outras fontes de receitas de capital não especificadas em lei.
Foi cobrado em concurso:
(CESPE – MJ/ Perito Criminal Federal/2004) Empréstimo recebido pelo ente público constituído receita de capital, do mesmo modo que a amortização de empréstimo concedido anteriormente pelo ente público, enquanto os juros referentes aos empréstimos concedidos pelo ente são receitas correntes.
Afirmação Correta: Empréstimo recebido pelo ente público, sinônimo de amortização de empréstimo, constitui receita de capital, já os juros recebidos por conta desse empréstimo são classificados como receita corrente, no subgrupo de outras receitas correntes.
7.3 – Receita Extra Orçamentária
A receita extra orçamentária engloba os valores provenientes de toda e qualquer arrecadação que não figure no orçamento do Estado e, consequentemente, todo recolhimento que não constitui sua renda. Portanto, não pertence ao Estado. Possui caráter de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos. Representa o recebimento de recursos que constituirão compromissos exigíveis, cujos pagamentos independem de autorização do Poder Legislativo. Também são consideradas receitas extra orçamentárias no balanço financeiro, somente para fins de compensação, como serão detalhados oportunamente, os restos a pagar (contas a pagar) inscritos ou registrados no exercício.
Na verdade, as receitas extra orçamentárias representam apenas valores recebidos pelo Estado, mas que não são de sua propriedade e, evidentemente, terão de ser devolvidos, portanto, não deveriam ser denominadas receitas, mas disponibilidade transitória.
São exemplos de receitas extra orçamentários:
· Depósitos diversos;
· Resto a pagar do exercício;
· Valores arrecadados de forma transitória – cauções, depósitos judiciais, provisões para cheques não resgatados no exercício;
· Serviço da dívida a pagar;
· Operações por antecipação da receita, etc.
Depósitos Diversos: São os valores depositados esporadicamente, a exemplo de um depósito de garantia para participação em procedimento licitatório.
Restos a pagar no exercício: São classificados do lado das receitas no balanço financeiro, para compensar a sua inclusão na despesa.
Serviço da dívida a pagar: O procedimento é o mesmo dos restos a pagar, apenas é segregado para fins de controle de quanto deverá ser pago no exercício seguinte de juros e encargos da dívida.
8 – Estágios da Receita
Estágios da Receita Pública são etapas consubstanciadas nas ações desenvolvidas e percorridas pelo órgão e repartições encarregados de executá-las. Nos tempos atuais, em face das técnicas utilizadas, a receita deverá percorrer três estágios, a saber:
a) Previsão;
b) Lançamento; e
c) Arrecadação e Recolhimento.
Como fica evidenciada à primeira vista, somente a receita orçamentária reúne condições de percorrer estes três estágios, porquanto a receita extra orçamentária não terá necessidade de percorrê-los, isso porque os requisitos de que são revestidos, como no caso da previsão, por exemplo, são dispensados.
a) Previsão – Corresponde às estimativas para arrecadação para o exercício, todos os estudos necessários, critérios, métodos e processos de planejamento para, com base em uma estimativa estabelecida para compor as metas a serem atingidas.
Atualmente, a LRF estabelece algumas regras sobre a previsão da receita, dessa forma:
Art. 12. As previsões da receita observarão as normas técnicas e legais, considerando os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
§1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovada erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
b) Lançamento – É o ato de verificar e identificar o devedor do crédito fiscal, bem como seu valor, espécie e vencimento.
Algumas receitas não passam por esse estágio, a exemplo do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)!
c) Arrecadação – Constitui o momento em que o contribuinte paga o tributo ao agente arrecadador, que são, geralmente, delegacias fiscais, alfândegas, mesas de rendas e outras repartições que sejam autorizadas a arrecadar tributos ou outras receitas.
d) Recolhimento – É o repasse dos valores arrecadados pelos agentes arrecadadores ao Tesouro Nacional, Estadual ou Municipal.
9 – Receita Pública e a LRF
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) reserva capítulo especial para tratar de receita pública, pois, nos termos do seu art. 11, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, a previsão e a efetivação arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
A lei determina que, na previsão da receita, devem ser observadas as normas técnicas e legais, os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou qualquer outro fator relevante. A previsão da receita deverá ser acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
É oportuno observar que, nos termos do artigo 167 da Constituição Federal, o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiaiscom finalidade precisa, aprovada pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
No que se refere a renúncia de receita, o art. 14, da LRF estabelece que a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário- financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:
· demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas;
· estar acompanhadas de medida de compensação, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributos ou contribuição.
9.1 – Receita da Dívida Ativa
Consoante a Lei nº 4.320/64, os créditos do Estado, de natureza tributária ou não-tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamentos-vencidos, serão inscritos, na forma da legislação, como dívida ativa, em registro próprio, após apurada sua liquidez e certeza.
A dívida ativa é formada por tributos, multas e créditos fazendários lançados, mas não cobrados ou não recebidos no prazo do vencimento, a partir da data de sua inscrição. Podem ser de origem tributária ou não.
Conceito
Segundo Araújo e Arruda:
A dívida ativa pode ser definida com a “constituída pelos créditos do Estado, devido ou não-pagamentos pelos contribuintes dos tributos, dentro do exercício em que foram lançados.”
Apenas fazem parte da dívida os tributos diretos, sujeitas a lançamento prévio. Entretanto, muitas vezes, se aceita que outras categorias de receita sejam consideradas na dívida ativa, como ocorre com as de natureza patrimonial e industrial e com as provenientes de operação com a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
No momento em que são recebidas, as dívidas ativas devem ser escrituradas como receita do exercício, nas respectivas rubricas orçamentárias. A dívida ativa classifica-se, conforme conceito legal, em:
Dívida ativa tributária: é o crédito da Fazenda Pública decorrente do não-pagamento de tributos, bem como dos respectivos juros, correções e multas.
Dívida ativa não-tributária: representa os demais créditos, tais como: os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcance dos responsáveis definitivamente julgados, assim como os créditos decorrentes de obrigação em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
9.2 – Restrição e Anulação de Receitas
Restituição e anulação de receitas são procedimentos relativos ao processamento e execução de receita orçamentária adotada, para o ressarcimento de valores recebidos indevidamente dos contribuintes, provenientes de fatos que independem de intervenção da administração pública, mas por ela precisam ser reparados, a fim de se evitar o cometimento de irregularidades e até injustiças.
Tendo ocorrido qualquer situação que enseja restituição de valor ao contribuinte, deve o mesmo encaminhar um pedido à repartição fazendária correspondente e solicitar a devolução ou a restituição do valor pago, mencionando uma justificativa para o fato, juntando cópia da guia de recolhimento autenticada pelo estabelecimento bancário.
De posse de pedido, a administração pública deve preceder a anulação da receita orçamentária recolhida, estornando-o e fazendo a devolução ao contribuinte, caso o fato tenha ocorrido dentro do exercício financeiro a que se refere o tributo.
Quando a restituição se der fora do período orçamentário, deve-se emitir um empenho à conta de dotação própria de restituição e indenizações, onerando a despesa orçamentária no exercício em que for autorizada a restituição.
Vamos relembrar o que estudamos:
As receitas públicas são os recursos instituídos e arrecadados pelo poder público com a finalidade de ser aplicadas em gastos que atendam aos anseios da sociedade.
Legalmente, as receitas orçamentárias são classificadas em dois grandes grupos. Este ordenamento está no art. 11, da lei nº 4.320/64, que classifica a receita em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital.
Na contabilidade pública temos os estágios da receita, por isso temos que obedecer ao ciclo que vai da previsão ao recolhimento, que é processado através dos seguintes estágios ou fases: Previsão, Lançamento, Arrecadação e Recolhimento.
AULA 04 – Despesa Pública
10 – Conceitos da Despesa Pública
Por despesa pública entendem-se gastos fixados na lei orçamentária destinados à execução dos serviços públicos. Podem ser despesas orçamentárias (cuja realização depende de autorização legislativa) e despesas extra orçamentárias (cuja realização independe de autorização legislativa), como veremos mais a frente. Segundo Araújo, “a despesa é conceituada como o consumo de um bem ou serviço, que, direta ou indiretamente, contribui para a geração de receitas”. Ela se refere à redução do ativo sem correspondente redução do passivo. A despesa pública, todavia, é definida em duas acepções:
· Financeira: desembolso de recursos voltados para o custeio da máquina pública, bem como para investimentos públicos, que são denominados gastos de capital;
· Econômica: gasto ou promessa de gasto de recursos em função da realização de serviços que visam atender às finalidades constitucionais do Estado.
A despesa pública pode ser definida como sendo gasto ou o compromisso de gasto dos recursos governamentais, devidamente autorizados pelo poder competente, com o objetivo de atender às necessidades de interesse coletivo prevista na Lei do Orçamento, elaborada em conformidade com o plano plurianual de investimentos, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com a LRF. Em outras palavras, representa desembolso efetuado pelos agentes pagadores do Estado, ou mesmo a promessa desse pagamento, em face de serviço prestado ou bem consumido.
10.1 – Tipos de Despesa Pública
As despesas públicas são classificadas, conforme a Lei nº 4.320/64, segundo a categoria econômica, em despesas orçamentárias e despesas extra orçamentárias.
As despesas orçamentárias são as despesas públicas que, para serem realizadas, dependem de autorização legislativa e não podem se efetivar sem crédito orçamentário correspondente. Ainda seguindo a categoria econômica (art. 13), elas podem ser subdivididas em despesas correntes e despesas de capital.
As despesas correntes são de natureza operacional realizadas para a manutenção dos equipamentos e para o funcionamento dos órgãos governamentais; dividem-se em:
a) despesas de custeio: de acordo com a Lei nº 4.320/64, são as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. São divididas em:
· pessoal civil;
· pessoal militar;
· material de consumo;
· serviços de terceiros;
· encargos diversos.
b) transferências correntes: também de acordo com a Lei nº 4.320/64, são dotações para despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado. São divididas em:
· subvenções sociais;
· subvenções econômicas;
· inativos;
· pensionistas;
· salário-família e abono familiar;
· juros da dívida pública;
· contribuições de previdência social;
· diversas transferências correntes.
As despesas de capital são aquelas realizadas com o propósito de formar e/ou adquirir ativos reais, envolvendo o planejamento e a execução de obras, a compra de instalações, equipamentos. Materiais permanentes, títulos representativos do capital de empresas ou entidadesde qualquer natureza, bem como as amortizações de dívida e concessão de empréstimos. Representam os gastos realizados pela administração pública com a finalidade de criar novos bens de capital, ou mesmo adquirir bens já em uso, como é o caso, respectivamente, dos investimentos e das inversões financeiras, e que constituirão, em última análise, incorporações ao patrimônio público de forma efetiva ou por meio de mutação patrimonial ou formará bens de uso comum. Dividem-se em:
a) Investimento: as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, e constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Dividem-se em:
· obras públicas
· serviços em regime de programação especial
· equipamento e instalações
· participação em constituição ou aumento de capital de empresa ou entidades industriais ou agrícolas;
b) inversões financeiras: as dotações destinadas à aquisição de imóveis ou bens de capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento de capital e constituição ou aumento do capital de entidade ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. São divididas em:
· aquisição de imóveis;
· participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades comerciais ou financeiras;
· aquisição de títulos representativos de capital de empresas em funcionamento;
· constituição de fundos rotativos;
· concessão de empréstimos;
· diversas inversões financeiras.
c) transferência de capital: as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou lei especial anterior, bem com as dotações para amortização da dívida pública. São divididas em:
· amortização da dívida pública;
· auxílios para obras públicas;
· auxílios para equipamento e instalações;
· auxílios para inversões financeiras;
· outras contribuições.
As despesas extra orçamentárias são aquelas pagas à margem do orçamento. Portanto, elas independem de autorização do Poder Legislativo, pois se constituem em saídas do passivo financeiro, compensatórias de entradas no ativo financeiro, oriundas de receita extra orçamentárias, que correspondem à restituição ou à entrega de valores recebidos como cauções, depósitos, consignações, entre outros. São exemplos de despesas extra orçamentárias os pagamentos de restos a pagar de exercício anterior, depósito (de diversas origens, retenções, cauções e garantias).
São exemplos de despesas extra orçamentários:
· Depósitos;
· Cauções;
· Pagamentos de restos a pagar;
· Resgates (pagamento) de operações de crédito por antecipação da receita;
· Quaisquer saídas para pagamento das entradas de recursos transitórios, etc.
Essas contas relacionadas acima (depósitos, cauções etc.) são contrapartidas da receita extra orçamentária. É a obrigação de devolver o valor arrecadado transitoriamente.
Segundo a lei nº 4.320/64, existem dois grandes grupos ou tipos de despesas:
· Despesa orçamentária; e
· Despesa extra orçamentária.
11 – Estágios da Despesa Pública
Toda e qualquer despesa orçamentária deve passar, obrigatoriamente, por três estágios:
Empenho
O empenho é o primeiro estágio da despesa e consiste em emitir uma nota, em que o governo assume a obrigação de pagar a despesa na data especificada. Neste documento, constam nome do credor, o valor e o histórico da despesa, podendo classificar-se em:
a) Empenho ordinário – para garantir o pagamento das despesas com montante previamente conhecido e cujo pagamento deve ocorrer de uma só vez.
b) Empenho por estimativa – é utilizado nos casos em que não se pode determinar previamente o montante da despesa, geralmente de base periodicamente não-homogêneo. Exemplo: água, luz, telefone, etc.
c) Empenho global – para atender as despesas com montante também previamente conhecido, tais como os contratuais, e outras sujeitas a parcelamentos. Exemplos: alugueis, vencimentos, salários, etc.
Liquidação
Consiste em verificar se o contrato feito com o credor foi realmente cumprido, para conferir-lhe o direito ao pagamento. Isso pressupõe verificação in loco para assegurar que a obrigação foi cumprida: se a obra foi concluída segundo as especificações, se o material foi realmente fornecido, etc.
Pagamento
Ocorre quando a autoridade competente autoriza o pagamento da despesa, após sua comprovada liquidação e recebe sua quitação correspondente. É o ato de entrega do numerário ao credor pela prestação do serviço ou entrega de material solicitado.
12 – A Despesa Pública e a LRF
Para conseguir o desejado equilíbrio fiscal, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) tratou da receita pública, como vimos no capítulo anterior, assim como reservou três capítulos (IV, V e VI) para estabelecer regras de gestão no que diz respeito ao controle da despesa pública.
Nos ditames da LRF, serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam às regras descritas, a seguir.
Primeiro, a criação, a expansão ou o aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:
· estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;
· declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual (LOA) e compatibilidade com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes orçamentárias (LDO).
Segundo, os atos que criarem ou aumentarem despesa obrigatória de caráter continuado – despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por período superior a dois exercícios – deverão ser instruídos com a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes, e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio, não se aplicando esta regra, contudo, às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição Federal.
Como um dos principais gastos do Estado é com o funcionalismo, a LRF estabeleceu que as despesas com pessoal, para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, em cada período de apuração, não poderão exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
· União: 50%
· Estados: 60%
· Municípios: 60%
A repartição dos limites globais descritos não poderá exceder os seguintes percentuais:
· na esfera federal:
a) 2,5% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
b) 6% para o Judiciário;
c) 40,9% para o Executivo;
d) 0,6% para o Ministério Público da União.
· na esfera estadual:
a) 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;
b) 6% para o Judiciário;
c) 49% para o Executivo;
d) 2% para o Ministério Público dos Estados.
· na esfera municipal:
a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;
b) 54% para o Executivo.
12.1 – Dívida Ativa
Constitui dívida ativa os valores devidos à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal que, na data fixada pela repartição pública, para o pagamento, não foram liquidados pelos devedores. Esses valores constituirão créditos a receber.
A inscrição de valores na dívida ativa só deverá ser feita por circunstâncias de créditos exigíveis e vencidos, podendo ser de natureza tributária ou de natureza não-tributária.
De natureza tributária são os créditos provenientes de obrigação legal relativa aos tributosmais os respectivos adicionais e multas.
De natureza não-tributária são os créditos provenientes de obrigação legal relativa a outras receitas, como as provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis, taxa de ocupação, custas processuais, indenizações, reposições, etc.
12.2 – Dívida Passiva
Entende-se, por dívida passiva, toda e qualquer obrigação devida pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, ou seja, os compromissos assumidos, exigidos a curto e a longo prazo.
A Lei nº 4.320/64 classifica a dívida passiva em:
a) dívida flutuante, a que representa obrigações até o término do exercício social seguinte, assim compreendidos os restos a pagar, os serviços da dívida a pagar, os depósitos, os débitos em tesouraria, etc.;
b) dívida	fundada,	que	compreende todos	os compromissos de exigibilidade superior a doze meses.
Restos a pagar
São despesas empenhadas que não foram pagas até o final do exercício financeiro, vencido em 31 de dezembro, ou seja, não cumpriram o 3º estágio da despesa.
Conceito
De acordo com Kohama:
Entretanto, embora empenhada, a despesa não paga será considerada restos a Pagar, constituindo-se uma operação apenas de caráter financeiro, uma vez que, orçamentariamente, a despesa deve ser liquidada e executada, conseqüentemente, compor o montante da despesa realizada, para efeito de encerramento de exercício.
Portanto, ainda temos que observar a exigência legal, que determina a distinção entre despesas empenhadas como “Processados” e das “Não Processados” por ocasião dos restos a pagar.
Processados
Este tipo de resto a pagar passou pelo 1º e 2º estágio da despesa (empenho e liquidação), isto é, a despesa não foi paga pelo órgão público, ficando a obrigação de pagar no exercício seguinte.
Conceito
No dizer de Kohama:
Entende-se por restos a Pagar de despesas processadas aqueles cujo empenho foi entregue ao credor, que por sua vez forneceu o material, prestou o serviço ou ainda executou a obra, e a despesa foi considerada “liquidada” por ter sido cumprido o segundo estágio correspondente à liquidação, estando na fase do pagamento. Verifica-se que a despesa processou-se até a liquidação e em termos orçamentários foi considerada “despesa realizada”, faltando apenas o processamento do pagamento.
Não Processados
Constituem os restos a pagar que não foram liquidadas até o final do exercício financeiro, foi concretizado apenas o empenho (1º estágio da despesa).
Conceito
Julião, assevera que:
Restos a pagar não processados são despesas legalmente empenhadas, que não cumpriram com o segundo estágio da despesa, ou seja, não foram liquidadas nem pagas até 31 de dezembro do mesmo exercício.
Verificamos então, que na administração pública é muito importante o papel do orçamento no que se refere ao controle e execução, bem como ainda a previsão das receitas e a fixação das despesas para melhor controlar os numerários que a todos nós pertence.
Suprimento de Fundos
Consiste na entrega de numerário para o servidor para cobrir uma despesa, sempre precedida de empenho, para a realização de despesas que não possam subordinar-se ao processo normal, e são de inteira responsabilidade do ordenador de despesa. Mas, mesmo assim, o Suprimento de Fundos deverá respeitar os estágios da Despesa Pública. Os Suprimentos de Fundos devem se aplicar para atender despesas eventuais, que exigem o pagamento em espécie, como viagens, serviços especiais, de caráter sigiloso, para atender despesas de pequeno vulto, que não ultrapassar o limite estabelecido pela Portaria MF nº. 95, de 19/04/2002.
Os Suprimentos de Fundos não poderão ser concedidos a uma pessoa responsável por dois suprimentos, ou também aquele que não prestou contas de sua aplicação.
AULA 05 – Licitação
13 – Conceito de Licitação
A licitação no serviço público possui natureza constitucional, conforme estabelecido no art. 37, XXI, da Constituição Federal, onde menciona que:
XXI – ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, serviços, comporás e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (grifo do professor).
Conceito
É um procedimento administrativo, impessoal, que seleciona a proposta mais vantajosa para a administração pública (interesse público), permitindo, concomitantemente, o resguardo dos direitos dos possíveis contratantes (art. 3º, caput, Lei nº 8.666/1993).
Entendemos como procedimento administrativo um encadeamento necessário e ordenado de atos e fatos destinados ao ato administrativo final que nesse caso é adjudicação. A licitação não é um ato, e sim um conjunto deles.
A impessoalidade tem como função possibilitar a competição, que é um valor fundamental a ser preservado pela administração pública, devendo ser tão amplo quanto possível.
Resumindo:
· a licitação é um procedimento administrativo formal;
· assegura a igualdade de competição entre concorrentes;
· busca a proposta mais vantajosa para administração pública.
Conceito
Segundo Hely Lopes Meirelles, a licitação é:
[...] o antecedente necessário do contrato administrativo; o contrato é o conseqüente lógico da licitação. Mas logo observa-se, é apenas um procedimento administrativo preparatório do futuro ajuste, de modo que não confere ao vencedor nenhum direito ao contrato, apenas uma expectativa de direito. Realmente concluída a licitação, não fica a administração obrigada a celebrar o contrato, mas, se o fizer, há de ser com o proponente vencedor.
Já Celso Antônio Bandeira de Mello, aduz que:
Ao contrário dos particulares, que dispõe de ampla liberdade quando pretendem adquirir alienar, locar bens, contratar a execução de obras ou serviços, o poder público, para fazê-lo, necessita adotar um procedimento preliminar rigorosamente determinado e preestabelecido na conformidade da lei. Tal procedimento denomina-se Licitação.
Conforme parecer de Bandeira de Mello, a licitação é um certame que as entidades governamentais devem promover, que abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas, e também devem possuir atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem a assumir. A legislação sobre licitação é regida pela Lei nº 8666 de 21/06/1993, que é também a que determina as normas gerais e obrigatórias em todo o país, e, também, com as alterações que foram feitas mais tarde pelas leis 8883 de 08/06/1994 e 9648 de 27/05/1998. Conforme a Lei nº 8666/1993, em seu Art. 3º, § 3º, “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
A Licitação é utilizada pela administração pública para encontrar entre os fornecedores concorrentes, aquele que ofereça a melhor condição para a realização da despesa, o que não significa somente menores preços, pode fundamentar-se na qualidade dos equipamentos ou serviços prestados. Por interesse do serviço público pode-se verificar a melhor condição no que se trata de preço, prazo, pagamento, qualidade ou outras condições previstas no edital ou convite. Caso a condição de melhor preço não seja escolhida, deverá ser apresentada uma justificativa de escolha pela Comissão Julgadora.
São licitáveis os objetos que possam ser fornecidos por mais de uma pessoa, uma vez que a licitação supõe disputa, concorrência entre os participantes.
Objetivo da licitação:
A licitação tem por objetivo as obras, serviços, compras, alienações, locação (art. 1º, LLC, e art. 37, XXI, CF) bem como, subsidiariamente, para concessão e permissão de serviçospúblicos (Lei nº 8.987/1995, c/c art. 175,CF).
Os princípios da Licitação Pública
Conforme a Lei nº 8666/93, no art. 3º, dispõe que as licitações deverão ser feitas e julgadas de acordo com os seguintes princípios: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Igualdade, Publicidade, Probidade Administrativa – Honestidade da Administração Pública, Vinculação ao instrumento convocatório, Julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos (grifei).
Importante:
· impessoalidade se coaduna com competitividade;
· moralidade está diretamente relacionada com a probidade administrativa;
· a igualdade relaciona-se com sigilo a propostas.
Além dos princípios legais previstos na Lei nº 8.666/93, ainda existe outros, considerados pela doutrina:
· Eficiência – Emenda Constitucional nº 19/1998, relaciona-se com qualidade do serviço público.
· Economicamente – busca a proposta mais vantajosa para a administração e, conseqüentemente para a sociedade.
· Motivação – os atos administrativos devem ser sempre justificados e motivados.
· Razoabilidade (proporcionalidade) – os atos públicos devem ser praticados com razoabilidade e proporcionais à necessidade pública.
· Participação popular – o processo licitatório não será sigiloso, sendo público e acessíveis ao público, salvo quanto o conteúdo das propostas, até a respectiva abertura das propostas.
· Supremacia do interesse público – o interesse público sempre deverá prevalecer sobre o interesse particular ou individual, nos termos da CF e em decorrência da soberania popular.
A Lei nº 8.666/93, em seu art. 1º e parágrafo único, estatui que suas normas apliquem-se aos três poderes e que a ela estão sujeitos os órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela união, estados, Distrito Federal e Municípios. Prevê ainda em seu artigo 119 e parágrafo único, que sociedades de economia mista e fundações públicas, editarão regulamentos próprios sujeitados às disposições da lei em apreço, os quais serão publicados na imprensa oficial, após aprovação pela autoridade de nível superior a quer estejam vinculadas.
Pressupostos da Licitação
Para a realização de qualquer licitação depende da concorrência de certos pressupostos, pois sem eles o processo licitatório não atenderia as necessidades em vista das quais foi concebido, sendo eles:
· Pressuposto Lógico: constitui-se na pluralidade de objetos e na pluralidade de ofertantes.
· Pressuposto Jurídico: é aquele que em face do caso concreto, a licitação possa se constituir em meio apto, ao menos em tese, para a administração acudir ao interesse que deve prover.
· Pressuposto Fático: é a existência de interessados em disputá-la.
14 – Inexigibilidade de Licitação
De acordo com o art. 25, da Lei nº 8666/93, é inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição em especial, a saber:
· aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
· contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13, desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
· contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
15 – Modalidade de Licitação
Cada licitação se diferencia por uma característica, que é denominada “modalidade”, a qual será determinada em função do limite autorizado por lei, do valor estimado da contratação. Portanto, para cada modalidade de licitação, existirá sempre um limite de valor, o qual não poderá ser ultrapassado. De acordo com a Lei de nº 8666/93, a licitação no sistema brasileiro é composta por cinco modalidades sendo elas: Concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão que é previsto pela Lei nº 10520/02. Todas as modalidades de licitação dependem da publicação de aviso contendo um resumo do edital com a indicação do local em que os interessados obterão o texto na íntegra, bem como todas as informações sobre o processo, com exceção do convite que a divulgação se faz por meio de carta e afixação de cópia do instrumento convocatório em local apropriado.
Atenção!
Não confundir MODALIDADE de licitação com TIPOS de licitação.
Os tipos de licitação são:
· menor preço;
· melhor técnica;
· técnica e preço;
· maior lance ou oferta.
As modalidades de licitação são:
· Concorrência – Prevista na Lei nº 8.666/93
· Tomada de preço – Prevista na Lei nº 8.666/93
· Convite – Prevista na Lei nº 8.666/93
· Concurso – Prevista na Lei nº 8.666/93
· Leilão – Prevista na Lei nº 8.666/93
· Pregão – Lei nº 10.520/02
· Consulta – Lei nº 9.472/97
A respeito das modalidades de licitação, previstas na Lei nº 8.666/92, temos:
Concorrência
O art. 22, § 1º reza que: “Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução do seu objeto”. E de acordo com o art. 21, a concorrência deverá obedecer a um prazo normalmente de 30 dias, no mínimo, entre a sua publicidade e a data fixada para o recebimento das propostas. Será, entretanto pelo menos 45 dias, caso o certame se preordene o contrato da empreitada.
Tomada de preços
À luz do o art. 22, § 2º vê-se que: Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
O prazo normalmente é de no mínimo 15 dias, entre a data da sua publicação e a data fixada para o recebimento das propostas.
Convite
O art. 22, § 3º revela que:
[...] o convite é a modalidade de licitação entre interessado do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número de no mínimo 03 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
O prazo determinado é de cinco dias úteis, no mínimo, é informado pelo envio da carta convite ou da efetiva disponibilidade dela com seus anexos até a data fixada para recebimento das propostas.
Concurso
Ao manto do art. 22, § 4º, criteriosamente diz que:
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critério constante de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.
O prazo é de no mínimo 45 dias contados a partir da publicação do aviso do edital de concurso até a data da realização deste evento.
Leilão
O Art. 22, § 5º, logo diz:
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens moveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstas no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
O prazo mínimo desde a publicação do edital do leilão até data da sua concorrência é de 15 dias.
Pregão
Diferentemente das modalidades previstas na Lei nº 8666/93, o pregão é uma nova modalidade prevista pela Lei nº 10520/02, o qual pode ser utilizado para contratações de qualquer valor estimado,constituindo-se em alternativa, prioritária, às demais modalidades para as aquisições de bens e serviços comuns.
Para a participação em pregões presenciais os interessados devem comparecer no dia, hora e local previstos. Após a apresentação das propostas, o pregoeiro fará o julgamento da proposta de menor preço. O pregoeiro pode negociar diretamente com o licitante. Qualquer participante poderá recorrer, assim que for declarado o vencedor, o licitante deverá manifestar-se de viva voz, no pregão presencial ou eletronicamente pelo chat de comunicação; então, ele dispõe de um prazo de 3 dias para a apresentação do recurso.
Publicação da Licitação
Todos os Órgãos Públicos são obrigados a publicar, com antecedência, no Diário Oficial e em Jornal de Grande Circulação, os avisos de suas licitações que devem indicar o local onde os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação, na seguinte forma:
Art. 21, da Lei nº 8666/93:
I – No Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Federal;
II – No Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal, quando se tratar respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
III – Em jornal de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de grande circulação no Município ou na região onde será realizada a licitação, podendo ainda, a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.
O prazo mínimo para divulgação do edital até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:
· 45 (quarenta e cinco) dias para: concurso e concorrência.
· 30 (trinta) dias para concorrência, no caso de não ser do tipo “de melhor técnica” ou “técnica e preço” e tomada de Preço, quando a licitação for do tipo “de melhor técnica” ou “técnica e preço”.
· 15 (quinze) dias para tomada de Preço quando a licitação não for do tipo “de melhor técnica” ou “técnica e preço”. E também para Leilão:
· 5 (cinco) dias úteis para expedição de Convite.
· 8 (oito) dias úteis para Pregão e Pregão Eletrônico.
· Pode haver dispensa de licitação sem obrigatoriedade de a Administração publicá-la, tendo em vista que a Lei nº 8666/93 não prevê tal exigência.
AULA 06 – Dívida Pública
16 – Dívida Pública
Conceito
Kohama descreve que, dívida pública são todos os compromissos decorrentes de operações de crédito, assumidos pelo governo, para atender às necessidades dos serviços públicos.
Sobre dívida pública, o autor enfatiza ainda que:
São os compromissos pecuniários de curto e longo prazo, adotado pelas Administrações Públicas para fazer face às deficiências financeiras, decorrentes do excesso de despesa sobre a receita, podendo ainda ter sua origem em outras fontes, como depósito fianças, cauções, consignações, resíduos passivos (restos a pagar) e outros dessa natureza.
Piscittelli, em relação à conceituação, limita-se a descrever o que preceitua o Decreto nº 93.872/86, que no art. 115, estabelece que a dívida pública compreende a dívida flutuante e a fundada ou consolidada.
Kohama cita em sua obra a classificação de dívida pública em Fundada ou Consolidada e Flutuante ou Administrativa.
Dívida Fundada ou Consolidada é aquela que representa um compromisso a longo prazo, de valor previamente determinado, garantida por títulos do governo, que rendem juros e são amortizáveis ou resgatáveis, podendo ou não o seu vencimento ser fixado.
Não se determinando o prazo para a sua liquidação, constituirá dívida perpétua, vencendo apenas juros, e seu resgate de natureza não obrigatória, processando somente quando houver conveniência ou quando a situação financeira o permitir. O art. 98, da Lei nº 4.320/64 enuncia que “a Dívida Fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrios orçamentários ou financiamento de obras e serviços públicos.”
Conceito
Segundo Robson G. de Castro:
A Dívida Fundada ou Consolidada refere-se ás exigibilidades do prazo superior a 12 meses, contraída mediante a emissão de títulos ou celebração de contratos para atender a desequilíbrio orçamentário, ou a financiamento de obras e serviços públicos, e que dependem de autorização legislativa para a amortização e resgate.
O parágrafo único do referido artigo cita: “A Dívida Fundada é escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.”
Conceito
Piscittelli explicita que:
Obviamente, as amortizações e resgates previstos para o exercício correspondente ao da execução do orçamento aprovado já não constituem mais exigibilidades de prazo superior a 12 meses. Note-se que, em qualquer caso, o endividamento requer autorização legal, ainda que seja apenas para regular o fluxo de caixa do Tesouro, valendo ressaltar que nem toda a dívida se destina ao pagamento de despesas adicionais, constituindo, ás vezes, mera alternativa para a antecipação da efetivação de despesas.
De acordo com a Lei Complementar nº 101/2000, art. 29, §2º e §3º, os títulos emitidos pelo Banco Central do Brasil e as operações de crédito de prazo inferior a 12 meses, cujas receitas tenham constado do orçamento, integram, também, a Dívida Pública Consolidada. Ressalta-se que o Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de 2 anos após a publicação da LC nº 101/00, ou seja, a partir de 05/05/2002. É de se enfatizar o tratamento adotado pela LRF, que inclui na dívida pública consolidada operações de crédito de prazo inferiores há doze meses.
Conceito
Para Piscittelli:
Os compromissos a serem escriturados incluem os de caráter contingencial (conservadorismo): quaisquer garantias concedidas diretamente pelo tesouro ou por intermédio de seus agentes financeiros, embora o fato em si, em sua origem, caracteriza-se como de compensação. Aliás, nesta linha de argumentação, tem sentido classificar até a moeda emitida como dívida Flutuante; paralelamente, o depósito de parte dessas emissões é um ativo nas contas do Tesouro.
Dívida Flutuante ou Administrativa é aquela que o tesouro contrai por um breve ou indeterminado período de tempo, quer para atender a eventuais insuficiências de caixa, quer como administrador dos bens e valores de terceiros, caracterizando-se por indicar débitos de curto prazo, que variam constantemente de valor e cujo pagamento, geralmente, é feito por resgate e independentemente de autorização legislativa, por corresponderem e advirem de compromissos assumidos por prazo inferior a 12 meses.
O art. 93 da Lei nº 4.320/64 enuncia: Compreende Dívida Flutuante:
I- os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II- os serviços da dívida a pagar;
III- os depósitos;
IV- os débitos de tesouraria.
Segundo Piscittelli, “a Dívida Flutuante corresponde aos compromissos cujo pagamento independe de autorização orçamentária”:
· restos a pagar;
· serviços da dívida;
· depósitos (de terceiros), inclusive consignações em folha;
· operações de crédito por antecipação de receita;
· papel-moeda ou moeda fiduciária (inovação em relação ao art. 92 da Lei nº 4.320/64).
Piscittelli menciona que: “Vê-se que se trata de situações que já afetaram a execução do orçamento – como dos valores inscritos em Restos a Pagar – ou que têm natureza extra orçamentaria- como é o caso das consignações em folha”.
17 – Créditos Adicionais
O Orçamento Público é composto de uma estimativa de arrecadação e fixação de gastos, planejamento de sua receita e despesa pública, tem sua aprovação feita previamente, mas existem situações em que é preciso complementações, devido a vários fatores decorridos dentro do exercício anual, é preciso que seja feito, então, a abertura de créditos adicionais para que o orçamento público seja reforçado.
Existem duas classes em que se dividem os créditos adicionais, sendo uma com a função de suplementaçãodas dotações orçamentárias e a outra onde se encontram todas as situações que não estavam previstas dentro do orçamento e que precisam ser atendidas. Os créditos adicionais são divididos em: Suplementares, Especiais e Extraordinários, sendo usados quando necessários no Orçamento Público.
Assim, podemos visualizar essa divisão da seguinte maneira:
Créditos adicionais
Suplementares
Especiais
Extraordinários
Segundo o artigo 40, da Lei 4320/64, “São créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento”
Em outras palavras, podemos considerar que os créditos adicionais servem para:
· corrigir falhas da lei orçamentária;
· mudanças de rumo das políticas públicas;
· atender a situações emergenciais, inesperadas e imprevisíveis.
Conceito
Segundo Araújo e Arruda, “crédito adicional é um meio legal de ajuste do orçamento, utilizado para amenizar ou corrigir distorções identificadas durante a execução orçamentária”.
Dentro do processo da execução orçamentária, o Poder Executivo pode pedir ao Legislativo a solicitação de novos créditos orçamentários, sendo esses créditos adicionados aos que já fazem parte do orçamento, sendo assim chamados de créditos adicionais. Eles têm por objetivo aumentar a despesa pública que foi fixada no orçamento do referido exercício.
Para manter o equilíbrio orçamentário do orçamento em execução, a lei determina que quando solicitado o crédito adicional suplementar e especial, terá que ser acompanhado de recursos hábeis.
Segundo o art. 43, da Lei 4.320/64:
A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II - os provenientes de excesso de arrecadação;
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
§ 4º Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
Se não houver indicação desses recursos hábeis o Poder Legislativo vai conceder o crédito pedido.
18 – Crédito Suplementar
São abertos para que o orçamento seja suplementado, reforçado com recursos provenientes de anulações parciais ou totais de dotações orçamentárias, que possam cobrir as despesas, já que os disponíveis não foram suficientes dentro do exercício.
Conceito
Segundo Araújo e Arruda, o crédito suplementar “é destinado ao reforço de dotação já existente no orçamento em vigor”.
Sua vigência acaba em 31 de Dezembro, e tem sua autorização concedida por lei e abertura por decreto. O chefe do Poder Executivo abre aos créditos suplementares aos poucos, conforme suas necessidades, dentro do limite concedido pela lei.
Conceito
Segundo João Angélico, Contabilidade Pública, “a lei que autoriza abertura de um crédito adicional é uma só, mas pode existir mais de um decreto abrindo, parceladamente, o crédito autorizado”.
Na Lei Orçamentária Anual, o Poder Legislativo só poderá autorizar o Executivo a realizar abertura de crédito suplementar. A CF só permite esse tipo de crédito.
Tantos os créditos suplementares e especiais, são autorizados por lei e abertos por decreto do Poder Executivo, já os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória ou Decreto do Poder Executivo. Conforme o artigo 43, da Lei nº 4.320/64, “a abertura dos créditos suplementares e especiais dependem da existência de recursos disponíveis a despesa e será precedida de exposição justificativa”.
Características dos créditos suplementares:
· A despesa está prevista no orçamento, apenas o crédito não foi suficiente;
· A abertura de crédito depende da existência prévia de recursos disponíveis;
· São abertos por Decreto do Executivo, após autorização em Lei Especial;
· Podem ser autorizadas na própria Lei orçamentária ou em Lei especial.
18.1 – Crédito Especial
Um Crédito Especial será aberto, quando for para atender um novo projeto ou programa que não esteja previsto dentro do planejamento orçamentário.
Conceito
Segundo Inaldo Araújo e Daniel Arruda, crédito especial “destina-se à despesa para a qual não haja previsão orçamentária específica”.
Conceito
De acordo com João Angélico, Contabilidade Pública, “os créditos especiais destinam-se a amparar programas novos que não figuram no orçamento”.
Importante:
Se a Lei de autorização do crédito adicional for promulgada nos últimos quatro meses do exercício financeiro e ainda existir saldo não utilizado, em 31 de dezembro, este valor será reaberto no exercício subseqüente e incorporado no orçamento.
Sua autorização geralmente está contida na própria lei que autoriza a sua entrada no orçamento de um novo programa. Tem sua vigência igual ao do orçamento; entretanto, se for aberto nos últimos quatro meses do ano, sua vigência pode estender-se até o fim do exercício subseqüente. São autorizados por lei e aberto por decretos, mas exigem a indicação de recursos.
Características dos créditos especiais:
· a despesa não está prevista no orçamento;
· a abertura de crédito depende da existência prévia de recursos disponíveis;
· são abertos por decreto do executivo, após autorização em lei especial;
· os saldos remanescentes em 31 de dezembro podem ser transferidos para o exercício seguinte, desde que ato de autorização tenha sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício.
18.2 – Crédito Extraordinário
O Crédito Extraordinário é destinado a toda despesa que não tem seu planejamento dentro do orçamento, pois não se pode prever quando acontecerá devido ao fato de ser um crédito para custear despesas urgentes e imprevisíveis. Independem de autorização prévia do legislativo e são abertos pelo Poder Executivo por decretos.
Importante:
Os créditos extraordinários, como o próprio nome indica, pela urgência que os motiva, não necessitam de autorização legislativa prévia para a sua abertura.
Conceito
Segundo Araújo e Arruda, o crédito extraordinário “é voltado exclusivamente (art. 167, 3º da CF), ao atendimento de despesas urgentes e imprevisíveis, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública”.
Fique alerta!
Os créditos extraordinários são abertos por medida provisória e submetidos imediatamente ao Poder Legislativo (art. 167, § 3º, da CF).
Segundo a art. 44, da Lei 4320/64, “Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo”. Tem sua vigência igual a dos Créditos especiais, mas podem cessar-se antes, se as causas que levaram sua abertura acabarem, mas se as causas continuarem, no final da sua vigência e for preciso mais recursos o Poder Executivo pedirá a abertura de mais créditos para dar um reforço ao crédito já existente.
Características dos créditos extraordinários:
· imprevisibilidade do fato, que requer ação urgente do poder público;
· a despesa não está prevista no orçamento;
· a abertura do crédito independe da existência prévia de recursos disponíveis;
· abertos por medida provisória
· os saldos remanescentes em 31 de dezembro podem ser transferidos para o exercício seguinte, desde que ato de autorização tenha sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício.
Na Constituição Federal, Art. 167; Lei nº 4320/64,

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