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Fundamentos da contabilidade pública

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1
 Apostila de Fundamentos 
 da
 Contabilidade Pública 
Elaborado por: Cosme Vieira
Bacharel em Ciências Contabeis- Unifoa/VR,MBA Auditoria Fiscal & Trbutária UGF/RJ, Licenciatura Plena 
Contabilidade & Custos, Economia & Administração, Uniple/Niterói, Perícia Contábil-CRC/RJ, Lei de 
Responsabilidade Fiscal -Tribunal de Contas/RJ,Prof.tutorContabilidade Pública –IFRJ.
1
APOSTILA DE NOÇÕESDE CONTABILIDADE PÚBLICA – 
SUMÁRIO PÁGINAS
1–Introdução: Contabilidade – Conceito ....................................................................03
2 –Noções de Administração Pública ..........................................................................04
3- Regimes contábeis...................................................................................................05
4-Orçamento Público....................................................................................................06 
 5-Regime Orçamentário..............................................................................................08
6-Patrimônio Público....................................................................................................10
7-.Principais conceitos e classificações sobre Receita Pública...................... 12
8. Receitas Originárias e derivadas............................................................... 14
9 – Dívida Pública...................................................................................................... 15 
10-Principais conceitos e classificações sobre Despesa Pública............................... 15
11- Regime de Adiantamento.................................................................................... 20
12 – Resto a a Pagar ...................................................................................................20
13- Estágio da despesa Pública...................................................................................21
14- Crédito Adicionais ................................................................................................22
15- Sistema de Contas ..............................................................................................23
16- Sistema Patrimonial ........................................................................................... 24
 17– Sistema de Compensação................................................................................. 24
18 – Sistema Orçamentário ..... ................................................................................24
21 - A L.R.F -Perguntas..............................................................25,26,27,28,29
Bibliografia................................................................................................... 30
1
1 – Introdução e Conceito de Contabilidade
A Contabilidade Pública, como uma das divisões da Ciências Contábeis, obviamente,recebeu 
conceituações diversas dessas mesmas escolas; entretanto, sendo possuidora de 
características especiais, que devem ser observadas e controladas, mereceu um estudo da 
Divisão de Inspeção da Contabilidade - Contadoria Central do Estado, em 1954, tendo chegado 
à seguinte conceituação:
"É o ramo da Contabilidade que estuda, controla e demonstra a organização e execução da 
Fazenda Pública; o patrimônio público e suas variações."
Quase tudo na área pública tem origem no orçamento. Dada a importância que o orçamento 
tem, a Contabilidade Pública concentra muito de sua atenção no registro do orçamento 
aprovado e, principalmente, no acompanhamento da execução orçamentária, o que permite 
então afirmarmos que o orçamento é também um objeto da contabilidade pública. 
Finalmente, deve-se destacar que a Contabilidade Pública também aplica as técnicas de 
escrituração e evidenciação em relação aos atos administrativos praticados pelos gestores, tais 
como: contratos, convênios, avais, fianças, cauções em títulos etc. 
Esse procedimento é derivado da interpretação do disposto no artigo 87 da Lei n° 4.320/64, 
que diz: “Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos 
em que a administração pública for parte.”. Fato colaborado pelo teor do artigo 105, parágrafo 
5°, dessa mesma Lei: “Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, 
obrigações... que, mediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.” Deve-se 
observar que não são quaisquer atos administrativos, mas apenas aqueles que têm a 
característica de poder vir a alterar qualitativa ou quantitativamente os elementos 
patrimoniais, em nível de bens, direitos e obrigações, no futuro. Esta é uma das diversas 
peculiaridades da Contabilidade Publica que a destacam dos demais ramos da Ciência Contábil 
e a tornam um ramo complexo, pois além de se preocupar com o patrimônio e o orçamento 
público, deve também acompanhar os eventos que envolvam atos administrativos. Costuma-
se dizer que os atos administrativos contabilizados estão, na realidade, simplesmente 
representando bens, direitos e obrigações potenciais. Na área empresarial, os atos 
administrativos deixaram de ser objeto de registro contábil desde a edição da Lei n. 6.404/76, 
quando estabelece no parágrafo 5º do art. 176 que a sua evidenciação se dá em notas 
explicativas. Deve-se destacar que a Contabilidade Pública poderia desempenhar as funções 
básicas de qualquer ramo da Ciência Contábil ao registrar, controlar e demonstrar os 
fenômenos que estão afetos unicamente o patrimônio público. Para isso bastaria aplicar as 
técnicas de escrituração e evidenciação sobre ativos e passivos e suas variações. Fazendo 
apenas isso ela estaria de conformidade com as melhores preceitos da Ciência Contábil. 
Todavia, em função de exigências constitucionais (art. 37– princípios de legalidade, 
1
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) e legais (Lei n. 4.320/64 – regime misto, 
LRF – regime de competência) a que estão submetidos os ente públicos, a Contabilidade 
Pública deve assumir outras funções de controle que extrapolam o universo patrimonial, 
alcançando outros objetos: orçamento e atos administrativos. 
2-Noções de Administração Pública
Conceito.
Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus 
serviços,visando à satisfação das necessidades coletivas.
Estruturação:
O campo de atuação da Administração Pública, conforme delineado pela organização da 
execução dos serviços, compreende os órgãos da Administração Direta ou Centralizada e os da 
Administração Indireta ou Descentralizada.
Administração direta ou centralizada:
A Administração direta ou centralizada é a constituída dos serviços integrados na estrutura 
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios, no âmbito federal e do Gabinete 
do Governador e Secretarias de Estado, no âmbito estadual, e, na administração municipal, 
deve seguir estrutura semelhante.
Conforme se observa, administração direta ou centralizada é aquela que se encontra integrada 
e ligada, na estrutura organizacional, diretamente ao chefe do Poder Executivo.
Administração indireta ou descentralizada:
A Administração indireta ou descentralizada é aquela atividade administrativa, caracterizada 
como serviço público ou de interesse público, transferida ou deslocada do Estado, para outra 
entidade por ele criada ou cuja criação é por ele autorizada.
Na Administração indireta ou descentralizada,portanto,o deslocamento da atividade pública é 
exercido de forma descentralizada, por outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, 
que, no caso, proporcionarão ao Estado a satisfação de seus fins administrativos.
Entidades que compõem a Administração indireta ou descentralizada:
Autarquias, entidades paraestatais,Fundações,Empresas Públicas,Sociedade de Economia 
Mista,Fundações,etc.
Atividades:
Aplicação de exercíciose correção
1
3 – Regimes Contábeis
Na Ciência Contábil, há praticamentedois regimes contábeis que podem ser utilizados para 
reconhecimento das variações ocorridas no patrimônio responsáveis pela determinação da 
apuração de resultados: Regime de Competência e Regime de Caixa. 
a) O regime de caixa consiste em reconhecer a receita no momento do recebimento de 
recursos financeiros e a despesa no momento do pagamento. O fluxo de caixa é o critério 
usado para definir o montante de receitas e de despesas. Dessa forma, todos os valores 
recebidos são considerados receita e todos os desembolsos são considerados despesa. 
b) O regime de competência orienta que o reconhecimento da receita e da despesa deve ser 
feito no momento em que ocorrer o fato gerador e independentemente do recebimento ou do 
pagamento, respectivamente. No caso da receita, em regra geral, coincide com o momento da 
transferência da propriedade de bens e direitos a terceiros ou da prestação de serviços, 
provocando um acréscimo no ativo ou uma redução no passivo, com conseqüenteaumento do 
patrimônio líquido. Para o caso da despesa, normalmente, utiliza-se como fato gerador o 
consumo de ativos ou a incorporação de passivos, gerando redução na situação líquida 
patrimonial. As normas para aplicação do Princípio de Competência, estabelecidas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade orientam, de modo mais específico, que: 
I – Nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem 
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente 
pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; 
II – Quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o 
desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; 
III – Pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; 
IV – No recebimento efetivo de doações e subvenções. 
Consideram-se incorridas as despesas: 
I – Quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua 
propriedade para terceiro; 
II – Pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; 
III – Pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.”
1
4- Orçamento Público
Definição:
“ O orçamento é o processo pelo qual se elabora, expressa,executa e avalia o nível de 
cumprimento da quase totalidade do programa de governo, para cada período orçamentário. 
É um instrumento de governo, de administração e de efetivação e execução dos planos de 
desenvolvimento sócio-econômico.”
O governo tem como responsabilidade fundamental o melhor nível dinâmico de bem-estar à 
coletividade. Para tanto, utiliza-se de técnicas de planejamento e programação de ações que 
são consideradas no chamado sistema de planejamento integrado.
Esse sistema busca, principalmente, analisar a situação atual-diagnóstico- para identificar as 
ações ou alterações a serem desenvolvidas visando atingir a situação desejada.
Para início de uma determinação mais prática, elaboram-se planos de médio prazo onde são 
esboçadas as ações a serem desenvolvidas para os próximos três a cinco anos geralmente.
O sistema de Planejamento Integrado, no Brasil também conhecido como processo de 
Planejamento-Orçamento, consubstancia-se nos seguintes instrumentos, aliás, atendendo a 
mandamento constitucional:
a) Plano Plurianual;( PPA)
b) Lei de diretrizes Orçamentárias;(LDO)
c) Lei de Orçamento Anuais; (LOA)
4.1 PLANO PLURIANUAL
É um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as ações do governo que 
levem ao atingimento dos objetivos e metas fixadas para um período de quatro anos, ao nível 
do governo federal, e também de quatro anos ao nível dos governos estaduais e municipais.
4.2 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
A lei de diretrizes orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos 
anuais, compreendidos aquio orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas e 
o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da 
administração pública, estabelecidos no plano plurianual.
1
4.3 LEI DE ORÇAMENTOS ANUAIS
Para viabilizar a concretização das situações planejadas no plano plurianual e, obviamente, 
transformá-las em realidade, obedecida a lei de diretrizes orçamentárias, elabora-se o 
Orçamento Anual, onde são programadas as ações a serem executadas, visando alcançar os 
objetivos determinados.
4.4 PRINCIPÍOS ORÇAMENTÁRIOS
Para que o orçamento seja a expressão fiel do programa de um governo, como também um 
elemento para a solução dos problemas da comunidade; para que contribua eficazmente na 
ação estatal que busca o desenvolvimento econômico e social: para que seja um instrumento 
de administração do governo e ainda reflita as aspirações da sociedade, na medida em que o 
permitam as condições importantes imperantes, principalmente a disponibilidade de 
recursos,é indispensável que obedeça a determinados princípios, entre os quais destacamos 
alguns que refletem com fidedignidade os são usados comumente nos processos 
orçamentários.
4.5 Programação
O orçamento deve ter conteúdo e a forma de programação.
- UNIDADE
Os orçamentos de todos os órgãos autônomos que constituem o setor público devem 
fundamentar em uma única política orçamentária estruturada uniformemente e que se ajuste 
a um método único.
- UNIVERSALIDADE
Deverão ser incluídos no orçamento todos os aspectos do programa de cada órgão, 
principalmente aqueles que envolvam qualquer transação financeira ou econômica.
- ANUALIDADE
Utiliza-se, convencionalmente, o critério de um ano para o período orçamentário, por 
apresentar a vantagem de ser o adotado pela maioria das empresas particulares.
- EXCLUSIVIDADE
Deverão ser incluídos no orçamento, exclusivamente, assuntos que lhe sejam pertinentes.
- CLAREZA
O orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenadae completa.
- EQUILÍBRIO
O orçamento deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista financeiro, entre os valores da 
receita e despesa.
1
4.6 CICLO ORÇAMENTÁRIO
O orçamento, embora seja anual, não pode ser concebido ou executado isoladamente do 
período imediatamente anterior e do posterior, pois sofre influências condicionantes daquele 
que o precede, assim como constitui uma base informativa para os futuros exercícios.
Daí a necessidade de compreensão do ciclo Orçamentário, que é a sequência das etapas 
desenvolvidas pelo processoorçamentário, assim, consubstanciadas:
a) Elaboração;
b) Estudo e aprovação;
c) Execução; e
d) Avaliação.
5 – REGIME ORÇAMENTÁRIO
O regime para reconhecimento das receitas e despesas orçamentárias, adotado no Brasil, para 
a Contabilidade Pública é o Regime Misto, isto é, adota-se ao mesmo tempo o regime de caixa 
e o de competência. O regime misto é consagrado em nossa legislação que trata de Direito 
Financeiro pelo art. 35 da Lei n° 4.320/64, que dispõe: “Art. 35 – Pertencem ao exercício 
financeiro:
I – As receitas nele arrecadadas; e
II – As despesas nele legalmente empenhadas.”
Pela compreensão do conteúdo, pode-se concluir que é adotado o regime de caixa na 
contabilização da receita orçamentária e o regime de competência na contabilização da 
despesa orçamentária, caracterizando o denominado “regime misto”. Na realidade, é melhor 
caracterizar o regime da receita como regime orçamentário de caixa (arrecadação), enquanto 
o da despesa, como regime orçamentário de competência(empenho). Muitos estudiosos 
destacam a postura prudente da legislação, tendo em vista a determinação de que pertence 
ao exercício financeiro a receita nele arrecadada. Da mesma forma, diz-se que se adota o 
regime de competência para a contabilização da despesa orçamentária, em razão da Lei n. 
4.320/64 definir que pertence ao exercício financeiro a despesa nele empenhada. Com relação 
à receita orçamentária, no que diz respeito ao momento do reconhecimento, é importante 
destacar que o estágio da arrecadação não representa a disponibilização dos recursos 
financeiros, pois nessa etapa eles ainda podemse encontrar em poder da rede bancária 
arrecadadora. Somente no estágio do recolhimento, quando os agentes arrecadadores 
transferem os recursos financeiros para o Tesouro, é que ocorre o efetivo ingresso do 
numerário nos cofres públicos. Durante o exercício financeiro, o procedimento comum 
1
adotado é o de se registrar a receita no momento em que os recursos financeiros se tornam 
disponíveis para o Tesouro Público, o que ocorre com o cumprimento da etapa do 
recolhimento. Todavia, no encerramento do exercício financeiro, para se atender ao texto do 
art. 35 da Lei n. 4.320/64, que determina como receita do exercício financeiro a nele 
arrecadada, devem também ser apropriados como receitas orçamentárias os valores 
arrecadados que ainda não tenham sido recolhidos. Outro procedimento adotado por alguns 
entes públicos é o de se registrar a receita orçamentária em função do valor arrecadado, antes 
do cumprimento da etapa do recolhimento, seguindo literalmente a regra estabelecida pela 
legislação. Todavia, parece ser mais prudente fazer o registro da receita orçamentária depois 
de cumprida a etapa do recolhimento, o que é compatível com o “regime da caixa”. 
Dessa forma, pode-se concluir que o parâmetro que sinaliza o total a ser mensurado como 
receita orçamentária no exercício financeiro é o montante arrecadado, estando ou não já 
recolhido. Quanto à despesa orçamentária, a legislação também adotou uma postura 
conservadora, estabelecendo que a sua apropriação ocorre tendo como parâmetro os valores 
legalmente empenhados, independente de seu pagamento e ainda que os serviços e os bens 
solicitados não tenham sido recebidos pela Administração Pública, até o final do ano de 
emissão do empenho. Uma das polêmicas da Ciência Contábil, a mensuração da despesa, é 
objetivamente esclarecida no âmbito da Contabilidade Pública, pelo art. 35 da Lei n. 4.320/64: 
a despesa deve ser mensurada pelo exato valor legalmente empenhado. 
O momento do reconhecimento da despesa orçamentária resta polêmico também. De regra, 
no âmbito da Administração Federal, durante o exercício financeiro, as despesas devem ser 
apropriadas quando verificado o implemento de condição do empenho, que é o recebimento 
de bens e serviços e que coincide com a segunda fase da execução da despesa orçamentária, 
denominada de liquidação. 
Esse procedimento é adotado tomando como base o teor do artigo 58 da Lei n. 4.320/64, que 
afirma: “O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o 
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.” Mesmo no 
caso das despesas cujo implemento de condição não seja possível identificar claramente 
(aposentadorias, transferências constitucionais, juros etc.) isso deve ocorrer. Para tanto, se 
utiliza o fator tempo como orientador, de modo que se aproprie as despesas ao final do 
transcorrer de cada mês, quando se supõe seja possível realizar algum procedimento que 
permita constatar a liquidação desse tipo de despesa. Trata-se, então, da aplicação de uma 
convenção contábil. Portanto, a despesa orçamentária não deve ser reconhecida no momento 
do empenho, mas sim na liquidação. A única exceção se dá quando da apropriação, ao final do 
ano, dos compromissos decorrentes de empenhos a liquidar, que têm como contrapartida 
restos a pagar não processados. Então, a despesa é registrada num determinado momento 
que é posterior à emissão do empenho e anterior à liquidação. Dessa forma, pode-se afirmar 
que a despesa não deve ser registrada no momento do empenho. Outra razão para não se 
registrar a despesa orçamentária, durante o exercício financeiro, no momento da emissão do 
empenho, é o fato de a Lei n. 4.320/64 disciplinar no art. 60 que: “É vedada a realização de 
despesa sem prévio empenho”. Essa regra estabelece que, antes de se iniciar a realização da 
despesa, deverá já ter sido emitido o empenho. Logo, a despesa orçamentária obedeceao 
seguinte esquema de contabilização: 
1
I - Durante o ano, deverá ser apropriada quando ocorrer o estágio da liquidação, 
correspondendo ao momento do recebimento de bens e serviços; 
II - No encerramento do exercício, deverá ser apropriado também como despesa, o saldo de 
empenhos emitidos e não liquidados. 
6.Patrimônio Público
É formado por bens de toda natureza e espécie que tenha interesse para a 
Administração e para a comunidade administrada. Esses bens recebem conceituação, 
classificação e destinação legal para sua correta administração, utilização e alienação. 
Bens públicos, em sentido amplo, são todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, 
imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações, que pertençam, a qualquer 
título, às entidades estatais, autárquicas, e empresas governamentais.
Semoventes: é a definição dada pelo direito aos animais de rebanho 
(como bovinos, ovinos, suínos, etc.) que constituem patrimônio.
Bens
São todos os valores materiais ou imateriais que possam figurar numa relação jurídica, 
na condição de objeto. Esses bens jurídicos são classificados pelo Direito Civil em bens 
corpóreos, incorpóreos, bens materiais e imateriais, bens fungíveis e infungíveis, bens 
móveis e imóveis.
Bens Corpóreos
Os bens corpóreos são matérias , quer dizer, têm existência física. Podemser 
tocados e são visíveis.
Exemplos: dinheiro;veículos;móveis e utensílios de escritório;
• Máquinas e equipamentos industrias;
• Instalações elétricas e hidráulicas; ferramentas; Estoques de: material de 
escritório;mercadorias; matérias primas; produtos em fabricação; produtos 
acabados.
1
Bens Incorpóreos
Os bens incorpóreos não existem fisicamente. Embora não sejam visíveis ou palpáveis, 
eles também podem ser traduzidos em moeda. 
No caso de um programa de computador, por exemplo, o relevante não é o disquete 
ou meio que o contém. Também denominados bens imateriais ou intangíveis.
Exemplos de Bens Incorpóreos:
• Programas de computador;
• Marcas e signos de propaganda;
• Patente de fabricação;
• Ponto comercial
• Concessões obtidas para a exploração de serviços públicos;
• Linhas telefônicas
Em tempo o art. 99 do Código Civil 2002 reza:
São Bens Públicos:
I-Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,ruas e praças;
II-Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviços ou 
estabelecimento da Administração Federal, estadual,Territorial ou Municipal, inclusive 
os de suas autarquias.
III- Os dominicais, que constituem o Patrimônio das pessoas jurídicas de direito 
público, como objeto de direito pessoal, ou real,de cada uma dessas entidades. 
Parágrafos único: Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes ás pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de 
direito provado.
1
7– Principais conceitos e classificações sobre Receita Pública 
De acordo com os art. 3º e 57 da Lei n. 4.320/64, toda receita arrecadada deve ser classificada 
(e contabilizada) como receita orçamentária, exceto as entradas compensatórias no ativo e no 
passivo financeiro. Esse é o denominado regime orçamentário de caixa, também estabelecido 
pelo art. 35 dessa mesma lei. A receita contábil é reconhecida seguindo o Princípio de 
Competência estabelecido pelo CFC e pela Teoria Contábil, sendo em síntese identificada no 
momento da prestação de serviços ou da transferência da propriedade de bens a terceiros. Ou 
seja, a receita contábil envolve a incorporação de elementos ativos ou o desaparecimento de 
passivos. Em regra geral, para o reconhecimento de uma receita orçamentária é necessário 
apenas que haja arrecadação de recursos financeiros. Essas regras fazem com que algumas 
receitas orçamentárias sejam reconhecidas antes ou depois do reconhecimento da receita 
contábil. Em outros casos, pode haver coincidência entre o momento de reconhecimento da 
receita orçamentária e o da receita contábil. 
7.1 -AS RECEITAS PÚBLICAS 
Define-se como receita pública todo o recebimento efetuado pelaentidade com a finalidade 
de ser aplicado em gastos operativos e de administração. Nas entidades há de se distinguir 
duas modalidades de recebimentos. Em síntese, são todos os recolhimentos feitos aos cofres 
públicos disponíveis para cobertura das despesas orçamentárias, cabendo distinguir: 
a) Receitas Orçamentárias: São as previstas no orçamento público, e, portanto, o governo 
recebe autorização por lei, para arrecadá-las. São oriundas de recebimento de tributos, 
rendas, transferências, alienações de bens públicos, retornos de empréstimos concedidos pela 
entidade pública e operações de créditos por prazo superior a 12 meses. 
b) Receitas Extraorçamentária: São as que não integram o orçamento público. São 
representadas por valores que o Estado é obrigado a arrecadar, mas que posteriormente tem 
que devolver ou repassar a quem de direito. Por exemplo: fiança, caução, imposto de renda 
retido na fonte, previdência retida, etc. 
1
O Estado atua como depositário desses valores. Embora os anexos da Lei 4.320/64 tratem os 
recebimentos como Receita Extraorçamentária, existe a tendência de tratá-los simplesmente 
como ingressos e não como receita propriamente dita, pois a rigor, a entidade não pode dispor 
deste valor livremente visto que terá de devolvê-lo posteriormente. Outra razão para este 
tratamento é que, ao aceitarmos a denominação de “receita extraorçamentária” estaríamos 
negando eficácia ao Princípio da Universalidade o qual estabelece que todas as receitas e 
despesas devem constar do orçamento. 
7.2 – CLASSIFICAÇÕES 
 CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS QUANTO ÀS ENTIDADES EXECUTORAS DO ORÇAMENTO 
Esta classificação procura identificar se a receita advém de entidade pública ou privada, ou 
seja: 
• Receita Orçamentária Pública – aquela executada por entidades públicas. 
• Receita Orçamentária Privada – aquela executada por entidades privadas. 
 CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS QUANTO AO IMPACTO NA SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL 
Aqui, a receita é classificada analisando o impacto que ela provoca na situação líquida 
patrimonial e está assim dividida: 
a) Efetivas: quando se realizam entradas patrimoniais; aquela que representa efetivamente 
ingresso financeiro sem a correspondente desincorporação de bens ou direitos, ou a 
incorporação de obrigações. Altera a situação líquida patrimonial. Constitui fato contábil 
modificativo aumentativo. 
b) Por mutação patrimonial: É a decorrente da saída de um bem ou valor patrimonial, como: a 
venda de um prédio, bens móveis, dívida ativa ou o resultado de operações de crédito. 
Originam-se de fatos permutativos. 
Representa “troca” de um elemento patrimonial pela receita. Não altera (m) a situação líquida 
patrimonial. 
1
 CLASSIFICAÇÃO ECONÕMICA DAS RECEITAS: (art. 11 da lei 4.320/64) 
A classificação em categorias econômicas é utilizada para mensurar o impacto das decisões do 
Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.). As receitas 
orçamentárias são classificadas em duas categorias econômicas: 
a) Receitas Correntes – destinam-se à cobertura de despesas correntes e provém das seguintes 
origens: 
• Receita Tributária - Impostos - Taxas - Contribuição de melhoria 
• Contribuições - Econômicas - Sociais 
• Patrimonial 
• Agropecuária 
• Industrial 
• Serviços 
• Transferências Correntes, e 
• Outras Receitas Correntes 
b) Receitas de Capital -São destinadas a atender Despesas de Capital. Advém das seguintes 
origens: 
• Operações de Crédito 
• Alienação de Bens 
• Amortização de Empréstimos 
• Transferências de Capital, e 
• Outras Receitas de Capital. 
8-RECEITAS ORIGINÁRIAS E DERIVADAS 
Esta classificação demonstra se as receitas são originárias da exploração do patrimônio público 
ou privado. 
a) Originárias: São as provindas da exploração do patrimônio do Estado. Por exemplo: receita 
de aluguel, venda de produtos produzidos pelo Estado, etc. 
1
b) Derivadas: São as provenientes da imposição de tributos. Ex.: ICMS, I.R., etc. 
Estágios da Receita Pública 
Os estágios da receita pública são cada uma das sucessivas etapas nas quais as mesmas 
são arrecadas. Consoante a Lei 4.320/64, os estágios da receita são: Previsão / Planejamento, 
Lançamento, Arrecadação e Recolhimento. 
O Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público divide a gestão da receita orçamentária 
em três etapas: 
-Planejamento – que compreende a previsão da receita orçamentária constante da LOA; 
II -Execução – que compreende o Lançamento, Arrecadação e Recolhimento; 
a) Lançamento: é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal, 
a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. 
b) Arrecadação: ocorre quando os contribuintes comparecem perante as agências bancárias 
para efetuar o pagamento de suas obrigações, para com o estado. é a cobrança do tributo 
devido. 
c) Recolhimento: é o ato pelo qual os bancos entregam ao tesouro público, o produto da 
arrecadação. 
III -Controle e Avaliação – que compreende a fiscalização realizada pela própria administração, 
pelos órgãos de controle e pela sociedade. 
 9.Dívida pública
São todos os compromissos financeirosassumidos pelo governo para atender ás necessidades 
dos serviços públicos.
É um procedimento normal e comum, adotado por todas as administrações modernas, para 
fazer face às deficiências financeiras, decorrentes do excesso de despesa sobre a receita ( 
déficit orçamentário), caso em que o estado, geralmente, recorre à realização de crédito a 
curto prazo ou também da necessidade de realização de empreendimentos de vulto, caso em 
que se justifica a tomada de um empréstimo (operação de crédito) a longo prazo.
Vê-se que a dívida pública não é apenas a que decorre de empréstimos de longo prazo, mas 
compreende também os compromissos pecuniários de curto prazo, e ainda se origina de 
outras fontes, como depósito(fiança, cauções,consignações etc.), resíduos passivos ( restos a 
pagar) e outros dessa natureza.
1
Dívida Fundada ou Consolidada
Éaquela que representa um compromisso a longo prazo, de valor previamente determinado, 
garantida por títulos do governo, que rendem juros e são amortizáveis ou resgatáveis, 
podendo ou não o seu vencimento ser fixado, é ainda a efetuada através de contratos de 
financiamentos, sendo o seu pagamento estipulado em prestações parciais (amortizações), 
distribuídas por certo período de anos.
10. Principais conceitos e classificações sobre Despesa Pública
Define-se como despesa pública o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de 
direito público, para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido a despesa é parte 
do orçamento, ou seja, aquela em que se encontram classificadas todas as autorizações para 
gastos com as várias atribuições e funções governamentais. 
Em outras palavras as despesas públicas formam o complexo da distribuição e emprego 
das receitas para custeio de diferentes setores da administração. Em que pese possam ocorrer 
em momentos distintos e são utilizadas as expressões sinônimas: saídas, desembolsos, 
dispêndios ou despesas públicas. 
 CLASSIFICAÇÕES 
São muitos os critérios de classificação orçamentária da despesa. A técnica orçamentária 
combina várias classificações para dar a configuração conceitual ao tipo de orçamento 
escolhido. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, a que nos referimos acima, 2ª 
edição, Volume I, apresenta a seguinte classificação da despesa: 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS ENTIDADES EXECUTORAS DO ORÇAMENTO 
a) Despesa Orçamentária Pública – aquela executada por entidades públicas. 
b) Despesa Orçamentária Privada – aquela executada por entidades privadas. 
 DESPESA ORÇAMENTÁRIA X DESPESA CONTÁBIL 
Uma despesa é considerada orçamentária quando depende de autorização na lei de 
orçamento ou em créditos adicionais para sua execução, que envolve empenho, liquidação e 
pagamento. Esse é o denominado regime orçamentário de competência estabelecido pelo art. 
35 da Lei n. 4.320/64. A despesacontábil é reconhecida seguindo as melhores técnicas do 
regime de competência, de conformidade com o Princípio de Competência estabelecido pelo 
CFC e pela Teoria Contábil, sendo em síntese identificada no momento do consumo de ativos 
ou da incorporação de passivos. Para o reconhecimento de uma despesa orçamentária é 
necessário que haja a liquidação de empenhos, regra usada durante o exercício financeiro. 
1
No final do ano, empenhos não liquidados também podem ser registrados como despesa. 
Essas regras fazem com que algumas despesas orçamentárias sejam reconhecidas antes ou 
depois do reconhecimento da despesa contábil. Em outros casos pode haver coincidência 
entre o momento de reconhecimento da despesa orçamentária e o da despesa contábil. 
ATIVIDADES:
Aplicação de exercícios e correção
QUANTO AO IMPACTO NA SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL 
Aqui é analisado o impacto provocado pela despesa na situação líquida da entidade: 
• Despesa efetiva: É aquela que provoca decréscimo ou eliminação efetiva dos bens do Estado, 
por exemplo, pagamento de pessoal, subvenções, auxílios, juros e outros. As despesas efetivas 
diminuem o patrimônio líquido. Normalmente coincide com a Despesa Corrente, todavia há 
despesa corrente não efetiva, por exemplo, a compra de material para estoque que representa 
fato permutativo. 
• Despesa não-efetiva: Decorrente do pagamento de despesa com a correspondente entrada 
de um bem ou de um valor patrimonial, como a compra de um prédio, a aquisição de um bem 
móvel, construções, amortizações de dívidas. Não alteram o resultado econômico do 
patrimônio. 
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL 
Esta classificação identifica as instituições (os órgãos e as unidades) orçamentárias detentoras 
dos recursos. Sua ênfase é na responsabilidade pelo gasto (o que o órgão pode gastar e o 
quanto pode gastar). Ela reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos 
orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade 
orçamentária. Cabe ressaltar que uma unidade orçamentária não corresponde 
necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns 
fundos especiais e com as Unidades Orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito Federal 
e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, 
“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”. 
 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL 
A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, 
buscando responder basicamente à indagação “em que” área de atuação governamental a 
despesa será realizada. 
 ESTRUTURA PROGRAMÁTICA 
Esta classificação apresenta a estruturação das ações do governo por programas, projetos, 
atividades e operações especiais, as quais devem estar detalhadas no PPA e demonstra as 
1
ações do governo para a execução dos programas. Ações são operações das quais resultam 
produtos (bens e serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa e, podem 
ser classificadas em projetos, atividades e operações especiais. 
 POR NATUREZA DA DESPESA 
Conforme a Portaria Interministerial nº. 163/2001, a classificação da despesa, segundo a sua 
natureza, compõe-se de: 
I -Categoria Econômica: 
Procura fornecer informações para análise de caráter econômico. Sua ênfase está no efeito 
dos gastos sobre a economia e na natureza da despesa. A despesa é dividida em: 
A -Despesas Correntes: Classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, 
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. São os gastos de natureza 
operacional, realizados pela administração pública, para a manutenção e o funcionamento dos 
seus órgãos. São classificadas em: 
a) De Custeio: 
-Pessoal civil; 
- Pessoal militar; 
- Material de consumo; 
- Serviços de terceiros; 
- Encargos diversos; 
b) Transferências Correntes: 
-Subvenções sociais; 
- Subvenções econômicas; 
-Inativos; 
- Salário-família e abono familiar; 
- Juros da dívida pública; 
- Contribuições de previdência social; 
- Diversas transferências correntes; 
B - Despesas de Capital: São despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou 
aquisição de um bem de capital. São gastos efetuados pelo poder público com o objetivo de 
criar novos bens de capital, ou mesmo adquirir bens de capital já em uso. São classificadas em: 
a) Investimentos: 
1
- obras públicas; 
- serviços em regime de programação especial; 
- equipamentos e instalações; 
- participação permanente; 
- material permanente; 
- participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades industriais ou 
agrícolas; 
b) Inversões Financeiras: 
- aquisição de imóveis 
- participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades comerciais ou 
financeiras; 
- aquisição de títulos representativos de capital de empresas em funcionamento; 
- constituição de fundos rotativos; 
- concessão de empréstimos; 
- diversas inversões financeiras; 
c) Transferências de capital: 
- amortização da dívida pública; 
- auxílios para obras públicas; 
- auxílios para inversões financeiras; 
- outras contribuições. 
II – Por grupos de natureza da despesa 
De acordo com o Anexo II da Portaria Interministerial 163/2001 esta classificação das despesas 
abrange os seguintes grupos: 
1 – Pessoal e encargos; 
2 – Juros e encargos da dívida; 
3 – Outras despesas correntes; 
4 – Investimentos; 
5 – Inversões financeiras; 
1
6 – Amortização da dívida; 
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público inclui mais dois grupos. A saber; 
7 – Reserva do RPPS 
8 – Reserva de Contingência. 
III – Por elementos de despesa 
Representa o maior nível de detalhamento das despesas orçamentárias e tem como objetivo 
identificar quais os objetos de gastos, por exemplo, diárias, material de consumo, serviços de 
terceiros e outros. 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE AS CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA 
Nas leis orçamentárias, portanto, as ações devem ser identificadas em termos de: 
• Funções; 
• Subfunções; 
• Programas; 
• Projetos; 
• Atividades; 
• Operações especiais; 
• Por categoria econômica; 
• Grupo de despesa; 
• Modalidade de aplicação;
• Por Órgão e Unidade Orçamentária (institucional), e ainda 
• Por fontes de recursos. 
11.Regime de adiantamento
É um processamento especial da despesa pública orçamentária, através do qual se coloca o 
numerário à disposição de um funcionário ou servidor, a fim de dar-lhe condições de realizar 
gastos que , por sua natureza, não possam obedecer ou depender de trâmites normais.
Sobre essa modalidade especial de da despesa orçamentária é importante destacar os 
requisitos que a legislação federal estabelece, e que devem ser observados à risca, na seguinte 
conformidade:
1
O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, 
por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de 
adiantamento.
O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e 
consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação 
própria, para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de 
aplicação.
Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsávelpor dois adiantamentos.
Em síntese, um funcionário ou servidor é designado para responder e responsabilizar-se pela 
importância do adiantamento, do qual prestará contas dentro do prazo regulamentar, aos 
órgãos controladores da execução orçamentária, funcionando deste modo como um agente 
pagador.
12. RESTO A PAGAR
Lei 4320/64 “Artigo 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas 
até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.”
Portanto, uma vez empenhada a despesa e não sendo paga até o dia 31 de dezembro, será 
considerada como Resto a Pagar, para efeito do encerramento do exercício financeiro.Em 
outras palavras, uma vez empenhada a despesa, ela pertence ao exercício financeiro, 
onerando as dotações orçamentárias daquele exercício.
Aindadevemos observar a exigência legal, que determina a distribuição entre as despesas 
empenhadas “processadas” das “não processadas”, por ocasião da inscrição dos Restos a 
Pagar. Entende-se por Restos a pagar de despesas processadas aqueles cujo empenho foi 
entregue ao credor que por sua vez forneceu o material,prestou o serviço ou ainda executou a 
obra, e a despesa foi considerada “liquidada” por ter sido cumprido o terceiro estágio 
correspondente à liquidação, estando na fase do pagamento. Verifica-se que a despesa 
processou-se até a liquidação e em termos orçamentários foi considerada “despesa realizada”, 
faltando apenas o processamento do pagamento.
13 - Estágios da Despesa Pública
Estágios são as fases de execução da despesa e, consoante a Lei 4.320/64, são as seguintes: 
Empenho, Liquidação e Pagamento. 
 EMPENHO 
1
É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento 
pendente ou não de implemento de condição (art. 58 da Lei 4.320/64). Consiste na reserva de 
dotação orçamentária para um fim específico, e é formalizado mediante a emissão de um 
documento chamado Nota de Empenho. É a garantia do credor (quase contrato) de que ele 
pode prestar o serviço, ou pode entregar a mercadoria. É vedada a realização de despesa sem 
prévio empenho (art. 60 da Lei 4.320/64). O empenho possui três modalidades: 
a) Ordinário – utilizado para despesas normais, cujo valor é conhecido. 
b) Por estimativa – Utilizado nos casos em que não se possa determinar o montante da 
despesa. 
c) Global – Utilizado nos casos de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento 
 LIQUIDAÇÃO 
Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e 
documentos comprobatórios do respectivo crédito (art. 63 da Lei 4.320/64). Essa verificação 
tem por fim apurar (art. 63, § 1º da Lei 4.320/64): 
I - a origem e o objeto do que se deve pagar; 
II - a importância exata a pagar; 
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. 
É neste estágio que se configura a despesa pública e a conseqüente obrigação para 
a entidade pública. 
Obs: Os estágios da Despesa Pública estabelecidos pela Lei 4.320/64 são: EMPENHO, 
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO. Doutrinariamente, no entanto, seguindo o que ocorre na prática, 
a maioria dos autores apresenta as seguintes fases: 
1) Programação da Despesa (Orçamentação); 
2) Licitação; 3) Empenho; 
4) Liquidação; 5) Suprimento; e 6) Pagamento. 
PAGAMENTO 
1
Compreende a entrega da importância devida ao credor, mediante a respectiva quitação. 
9.4 Restos a pagar 
No final do exercício, as despesas empenhadas e não pagas serão inscritas em restos a pagar e 
constituirão a dívida flutuante. Podem-se distinguir dois tipos de restos a pagar: os 
processados e os não processados. Os restos a pagar processados são aqueles em que a 
despesa percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, o estágio 
do pagamento. Os restos a pagar não processados são aqueles em que a despesa percorreu 
apenas o estágio do empenho e que ainda não foi liquidada. 
14 – Créditos adicionais
As dotações orçamentárias constantes do Orçamento Público podem ser insuficientes para 
execução das despesas. Nesse caso há necessidade de se adicionar valor às dotações 
inicialmente fixadas, o que se faz por meio de créditos adicionais. São créditos adicionais as 
autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. 
São classificados em: 
• Suplementares – Destinados para reforço de dotação orçamentária, e são abertos quando as 
dotações orçamentárias são ou se tornam insuficientes. 
• Especiais – Destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. 
• Extraordinários – Destinados a atender despesas urgentes e imprevisíveis, em caso de 
guerra, subversão interna ou calamidade pública. 
 Exercício Financeiro 
Na área empresarial, o período em que se ocorrem as transações comerciais, financeiras, 
industriais etc., é denominado de exercício social. Ele tem, geralmente, a duração de um ano, 
podendo ou não coincidir com o ano calendário, de acordo com o que estabelece o art. 175 da 
Lei n. 6.404/76, cujo texto é transcrito a seguir: “Art. 175. O exercício social terá duração de 
1(um) ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da 
companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.” 
Na Administração Pública, o período em que ocorrem as atividades orçamentárias delimita o 
período em que se desenvolvem as demais atividades: financeiras, patrimoniais e contábeis. 
No Brasil, esse período está definido no art. 34 da Lei n. 4.320/64, que estabelece: “O exercício 
financeiro coincidirá com o ano civil”. Sendo assim, o exercício financeiro começa em 1º de 
janeiro e encerra-se em 31 de dezembro de cada ano, fazendo com que haja compatibilidade 
com o princípio da anualidade orçamentária, de forma que possam ser elaborados 
demonstrativos simultâneos sobre a execução orçamentária, financeira e patrimonial em uma 
mesma data, que é o final de cada ano. Esse e outros aspectos típicos da Contabilidade 
Pública, os quais destacam a sua profunda inter-relação com o orçamento público leva alguns 
1
autores a afirmarem que a Contabilidade Pública é uma contabilidade orçamentária, pois 
muitos de seus procedimentos são orientados pelas normas e conceitos orçamentários. 
Atividades:
Aplicação de exercícios e correção.
15 -Sistemas de Contas 
Na Contabilidade privada utilizamos dois sistemas de contas: Patrimoniais e de Resultado e 
podemos registrar em uma só partida contas patrimoniais e contas de resultado. O mesmo não 
ocorre na Contabilidade Pública que trabalha com quatro sistemas distintos: o Financeiro, o 
Patrimonial, o de Compensação e o Orçamentário. Para cada sistema de contas pode ser 
elaborado um balancete de verificação. 
Dessa forma, um lançamento a débito, por exemplo, do sistema patrimonial tem como 
contrapartida, necessariamente, um crédito no mesmo sistema. Não podemos nunca, na 
Contabilidade Pública, debitar uma conta de um sistema e creditar em conta de outro sistema. 
Sistema Financeiro Registra pagamentos e recebimentos de despesas e receitas orçamentárias 
e extra-orçamentárias. É fácil saber se uma conta é do sistema financeiro ou não. Todas as 
contas que tenham como contrapartida a conta “caixa” (sendo pagamento ou recebimento) 
são do sistema financeiro. Assim, fazem parte do sistema financeiro as seguintes contas: 
- Banco ou Caixa (bens representados por dinheiro) - Direitos a Receber (financeiros) 
- Obrigações a Pagar (financeiros) - Receitas Orçamentárias 
- Despesas Orçamentárias - Ingressos Extra-Orçamentários 
- Desembolsos Extra-Orçamentários - Etc. 
16- Sistema Patrimonial 
Registra bens, direitos e obrigações que não estejam relacionados à movimentação financeira. 
Exemplo: 
- Bens (não financeiros) - Direitos (não financeiros) 
- Obrigações (Ex: provisões) - Mutações Ativas e Passivas 
- Transferências - Etc. 
17- Sistema de Compensação 
Tem como função principal o controle dos atos administrativos. São os bens, direitos e 
obrigações potenciais. Quando se faz um contrato, por exemplo, registra-se uma conta do 
sistema compensado e credita-se em outra conta do mesmo sistema. Quando o contrato é 
1
executado, faz-se o lançamento inverso. Assim, essas contas fazem contrapartida consigo 
mesma. Não alteram a situação líquida patrimonial. Exemplo de contas de compensação: 
-Contratos -Aval
- Convênios - Etc. 
- Fiança 
18 - Sistema Orçamentário 
Tem o objetivo de efetuar o controle da execução do orçamento público. Têm as mesmas 
características do sistema compensado por efetuarem controle também. Não geram alteração 
na situação líquida patrimonial. 
Exemplo:- Dotação Inicial - Dotação Adicional 
- Emissão de Empenho - Receita a Realizar 
- Receita Realizada - Etc. 
19. A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
1. O que é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)?
A Lei de Responsabilidade Fiscal é um código de conduta para os administradores públicos de 
todo o país, que passa a valer para os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), nas três 
esferas de governo (federal, estadual e municipal).A Lei de Responsabilidade Fiscal vai mudar a 
história da administração pública no Brasil. Através dela, todos os governantes passarão a 
obedecer a normas e limites para administrar as finanças,prestando contas sobre quanto e 
como gastam os recursos da sociedade.
2. Qual é o objetivo da LRF?
Melhorar a administração das contas públicas no Brasil. Com ela, todos os governantes 
passarão a ter compromisso com orçamento e com metas, que devem ser apresentadas e 
aprovadas pelo respectivoPoder Legislativo.
3. Quais são os principais pontos da LRF?
 A Lei fixa limites para despesas com pessoal, para dívida pública e ainda determina que sejam 
criadas metas para controlar receitas e despesas. Além disso, segundo a LRF, nenhum 
governante pode criar uma nova despesa continuada (por mais de dois anos), sem indicar sua 
1
fonte de receita ou sem reduzir outras despesas já existentes. Isso faz com que o governante 
consiga sempre pagar despesas, sem comprometer o orçamento ou orçamentos futuros.
Pela LRF ainda, são definidos mecanismos adicionais de controle das
finanças públicas em anos de eleição.
GASTOS COM PESSOAL
Na LRF, há limites de gastos com pessoal, como percentual das receitas, para os três Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim distribuídos:
Para a União, os limites máximos para gastos com pessoal (50% da Receita Corrente Líquida) 
são assim distribuídos:
- 2,5 % para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
- 6 % para o Judiciário
- 0,6 % para o Ministério Público da União
- 3 % para custeio de despesas do DF e de ex territórios
- 37,9% para o Poder Executivo
Nos Estados, os limites máximos para gastos com pessoal (60% da Receita Corrente Líquida) 
serão:
- 3% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
- 6% para o Poder Judiciário
- 2% para o Ministério Público
- 49% para as demais despesas de pessoal do Executivo.
Nos Municípios, os limites máximos para gastos com pessoal (60% da
Receita Corrente Líquida) serão:
- 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
- 54% para o Executivo
Antes da LRF, os limites para despesa de pessoal estavam previstos na Lei Complementar no. 
96 de 31 de maio de 1999, denominada LeiRita Camata , aprovada pelo Congresso Nacional. 
Ocorre que osPoderes Legislativo e Judiciário ficavam fora do alcance dessa lei.Agora, com a 
Lei de Responsabilidade Fiscal, isso mudou e os limitessão aplicados a todos os Poderes e às 
três esferas de governo.Se o governante verificar que ultrapassou os limites para despesa 
depessoal, deverá tomar providências para se enquadrar, no prazo deoito meses. Mas, se 
depois disso, continuarem a existir excessos, elesofrerá penalidades.A partir da entrada em 
vigor da LRF, haverá uma regra de transição,que permite que os excessos de despesa com 
1
pessoal sejam eliminados nos dois exercícios seguintes, sendo - no mínimo, 50% do excedente 
por ano. 
DÍVIDA PÚBLICA
O Senado Federal estabelecerá limites para a dívida pública, por proposta do Presidente da 
República. Tais limites serão definidos também como percentuais das receitas da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Isto significa que os governantes deverão 
respeitar a relação entre a dívida e sua capacidade de pagamento. Ou seja, o governante não 
poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas do dia-a –dia.
Lembrando sempre que: se o governante verificar que ultrapassou oslimites de 
endividamento, deverá tomar providências para se enquadrar, dentro do prazo de doze 
meses, reduzindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro meses. Mas, se depois 
disso, continuarem a existir excessos, a administração pública ficará impedida de contratar 
novas operações de crédito.
METAS FISCAIS
A LRF determina o estabelecimento de metas fiscais trienais. Isso permite que o governante 
consiga planejar as receitas e as despesas,podendo corrigir os problemas que possam surgir no 
meio do caminho. É como conduzir um barco: quando tem um rumo é possível planejar as 
manobras necessárias para se chegar até lá, mesmo que algumas sejam difíceis e tenham que 
ser corrigida ao longo do caminho. Além disso, com as metas fiscais, fica mais fácil a prestação 
de contas à sociedade, porque se sabe o que está sendo feito e como está sendo feito para 
seatingir um objetivo – com isso a sociedade pode manifestar suas opiniões e colaborar para 
melhorar a administração pública.
COMPENSAÇÕES
A Lei estabelece que nenhum governante poderá criar uma nova despesa continuada - por 
prazo superior a dois anos - sem indicar sua fonte de receita ou a redução de uma outra 
despesa. Essa é a lógica da restrição orçamentária: se você quer comprar um carro aprestação, 
precisa ter um dinheiro reservado para pagar as prestações todo mês, ou então, precisa 
diminuir outros gastos. Isso funciona da mesma forma para o orçamento público.
ANO DE ELEIÇÃO
A Lei de Responsabilidade Fiscal contém restrições adicionais para controle das contas públicas 
em anos de eleição, com destaque para o seguinte:
· fica impedida a contratação de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária 
(ARO);
1
· é proibido ao governante contrair despesa que não possa ser paga no mesmo ano. A despesa 
só pode ser transferida para o ano seguinte se houver disponibilidade de caixa; 
· é proibida qualquer ação que provoque aumento da despesa de pessoal nos Poderes 
Legislativo e Executivo nos 180 dias anteriores ao final da legislatura ou mandato dos chefes 
do Poder Executivo.
“Na medida em que os administradores de recursos públicos respeitem a LRF, agindo com 
responsabilidade, o contribuinte deixa de pagar a conta, seja por meio do aumento de 
impostos, redução nos investimentos ou cortes nos programas que atendam à sociedade.”
4. Como a sociedade pode colaborar para o sucesso da LRF?
De acordo com a LRF, cada governante terá que publicar a cada quatro meses o Relatório de 
Gestão Fiscal, que vai informar, em linguagem simples e objetiva as contas da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário de 
todas as esferas de governo. Assim, os eleitores, os credores, os investidores e todos os 
cidadãos terão acesso às contas, com o objetivo de ajudar a garantir a boa gestão do dinheiro 
público. Além disso, cada governante terá que publicar, a cada dois meses, balanços 
simplificados das finanças que administra. O acesso público será amplo, inclusive por meio 
eletrônico (via Internet). A partir daí, caberá à sociedade cobrar ações e providências de seus 
governantes, bem como julgar se estão procedendo de forma responsável na gestão fiscal. A 
intenção é justamente aumentar a transparência na gestão do gasto público, permitindo que 
os mecanismos de mercado e o processo político sirvam como instrumento de controle e 
punição dos governantes que não agirem de maneira correta. Ao mesmo tempo, espera-se 
que os bons administradores sejam premiados com o reconhecimento da população e do 
mercado, inclusive com maior acesso a crédito. Vale lembrar que esta busca por uma maior 
transparência já foi iniciada na própria elaboração do projeto da LRF, que envolveu uma 
consulta pública, que também foi realizada através da Internet, onde foram registrados mais 
de 5.000 acessos. A consulta pública consolidou a importância e a necessidade de se realizar 
uma mudança no regime fiscal, que foi manifestada em várias demonstrações de apoio e em 
sugestões, em sua maioria, incorporadas ao texto final da Lei.5. A partir de quando passa a vigorar a LRF?
A Lei de Responsabilidade Fiscal entra em vigor a partir de sua publicação. Portanto, a LRF 
começa a valer já a partir do ano 2000, o que significa que os atuais administradores públicos 
terão que cumprir as novas regras.
6. O que acontecerá se as regras não forem respeitadas?
O governante que não cumprir a LRF, que inclusive apresenta prazos, alternativas e caminhos 
para que suas regras possam ser cumpridas, vai estar sujeito a penalidades, também chamadas 
de sanções. Há dois tipos de sanções: as institucionais, previstas na própria LRF, e as pessoais, 
previstas na lei ordinária que trata de Crimes de Responsabilidade Fiscal. Segundo a LRF, os 
Tribunais de Contas fiscalizarão o cumprimento de suas normas.
Como exemplos de sanções institucionais temos:
1
· para o governante que não prever, arrecadar e cobrar tributos (impostos, taxas e 
contribuições) que sejam de sua competência,serão suspensas as transferências voluntárias, 
que são recursos geralmente da União ou dos Estados, transferidos, por exemplo, através de 
convênios, que permitirão a construção de casas populares, escolas, obras de saneamento e 
outros;
· para quem exceder 95% do limite máximo de gastos com pessoal, fica suspensa a concessão 
de novas vantagens aos servidores, a criação de cargos, as novas admissões e a contratação de 
horas extras. Uma vez ultrapassado o limite máximo ficam também suspensas a contratação 
de operações de crédito e a obtenção de garantias da União; e
· quem desrespeitar os limites para a dívida, depois de vencido o prazo de retorno ao limite 
máximo e enquanto perdurar o excesso, não receberá recursos da União ou do Estado, através 
de transferências voluntárias.
Há também as sanções pessoais, previstas em uma lei ordinária – a Lei de Crimes de 
Responsabilidade Fiscal. Segundo a Lei de Crimes, os governantes poderão ser 
responsabilizados pessoalmente e punidos, por exemplo, com: perda de cargo, proibição de 
exercer emprego público, pagamento de multas e até prisão.
 As penalidades alcançam todos os responsáveis, dos três Poderes e nas três esferas de 
governo. É bom lembrar que todo cidadão será parte legítima para denunciar.
7. Como ficam os novos financiamentos entre União, Estados e Municípios?
De acordo com a LRF, fica proibida a concessão de novosfinanciamentos e refinanciamentos de 
dívidas entre a União, Estados e Municípios.
8. Como o governo federal vai ajudar, principalmente os prefeitos,para garantir o 
cumprimento das regras da LRF?
As prefeituras merecerão atenção especial na implantação da nova lei, entre outros, pelo fato 
de 2000 ser um ano de eleições municipais. Além da divulgação através de palestras, 
seminários e treinamento de servidores, o Ministério do Planejamento e o BNDES 
desenvolverão um programa para dar às pequenas prefeituras um tratamento simplificado, 
com manuais e programas de computador destinados a emitir de forma rápida e automática 
os principais relatórios exigidos pela nova Lei.9. Por que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) 
é tão importante para o país?
A Lei de Responsabilidade Fiscal é importante porque representa um enorme avanço na forma 
de administrar os recursos que os contribuintes põe a disposição dos governantes.Quando o 
setor público gasta mais do que pode, o governo tem duas alternativas para se financiar. Uma 
delas é permitir a volta da inflação,imprimindo mais papel-moeda e colocando mais dinheiro 
em circulação na economia.A outra alternativa é o governo pegar dinheiro emprestado no 
mercado financeiro, emitindo títulos públicos. Para isso, vai pagar juros ao mercado, porque, 
caso contrário, ninguém vai lhe emprestar dinheiro.
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Com isso, cada vez que precisar se financiar, vai oferecer títulos e pagar juros, e, quanto mais 
se endividar, maior será o risco de não conseguir pagar o que deve. Isso faz com que o 
mercado cobre juros cada vez mais altos para lhe emprestar dinheiro. Então ocorre o seguinte: 
a taxa de juros sobe, toda a economia sofre, mas o governo cobriu sua conta. Entretanto, a 
partir de agora, com a LRF, todos os governantes, nas três esferas – União, Estados e 
Municípios - e nos três Poderes –Executivo, Legislativo e Judiciário -, passarão a seguir regras e 
limites claros para conseguir administrar as finanças de maneira transparente e equilibrada. 
Caso contrário, estarão sujeitos a penalidades. 
“A LRF representa um importante instrumento de cidadania para o povo brasileiro, pois todos 
os cidadãos terão acesso às contas públicas, podendo manifestar abertamente sua opinião, 
com o objetivo de ajudar a garantir sua boa gestão.”Por tudo isso, é que a LRF pode ser 
considerada de fundamental importância: reforçando os alicerces do desenvolvimento 
econômico sustentado, sem inflação para financiar o descontrole de gastos do setor público, 
sem endividamento excessivo e sem a criação de artifícios para cobrir os buracos de uma má 
gestão fiscal.
14– Bibliografia 
ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1995. GIACOMONI, James, 
Orçamento Público, Ed Atlas, 2000. GLAUBER, F. L. M. Contabilidade aplicada ao Setor Público. 
São Paulo. ed. Finanças Públicas, 2009. KOHAMA, Helio.Contabilidade Pública: teoria e prática. 
10. ed. São Paulo: Atlas, 2005. LEI Nº 4.320/64, DE 17.03.64-Estatui normas gerais de direito 
financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, 
Municípios e do Distrito Federal (Exercício financeiro, Superávit financeiro, Contabilidade 
Orçamentária, Financeira e Patrimonial e Balanços) SILVA, L.M.da. Contabilidade 
Governamental: Um Enfoque Administrativo da Nova Contabilidade Pública. 8ª. ed. São Paulo- 
Atlas,2009. 
Elaborado : Prof. Cosme Vieira Email - csilva565@ig.com.br

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