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CESC - CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ENGENHARIA DE MATERIAIS DÉSIRÉE DE CÁSSIA REIS PEDRO FURLAN JULIATO PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FIBRAS DE POLI(ÁCIDO LÁTICO) CONTENDO ÓXIDO DE GRAFENO SANTO ANDRÉ 2020 DÉSIRÉE DE CÁSSIA REIS PEDRO FURLAN JULIATO PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FIBRAS DE POLI(ÁCIDO LÁTICO) CONTENDO ÓXIDO DE GRAFENO Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Materiais, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro de Materiais. Orientador: Prof. Dr. Everaldo Carlos Venancio. SANTO ANDRÉ 2020 Resumo Os estudos na área de Engenharia Tecidual estão crescendo ao longo dos últimos anos. Esta área tem se mostrado como uma nova alternativa no tratamento de enfermidades médicas que comprometem os tecidos e órgãos fornecendo materiais sintéticos viáveis para implantes e outros tratamentos. Dentro desta área os materiais poliméricos em forma de nanofibras vem ganhando destaque por apresentarem uma estrutura semelhante a matriz extracelular. Por isso o objetivo deste projeto é avaliar os parâmetros de obtenção e caracterizar nanofibras de poli(ácido láctico)(PLA) contendo óxido de grafeno (OG) por meio da técnica de eletrofiação. O PLA é um polímero biocompatível e com a propriedades adequadas para esta aplicação, o óxido de grafeno possui uma alta condutibilidade e ação bactericida da combinação destes dois materiais pode fornecer uma nanofibra que pode ser aplicada como substrato para o crescimento de células do tecido cardíaco por exemplo. Foram produzidas diferentes amostras de nanofibras de PLA e PLA com OG, pela técnica de eletrofiação variando distância do coletor, a diferença de potencial empregado e o diâmetro da agulha. As amostras obtidas foram caracterizadas utilizando micrografias obtidas por microscopia de varredura eletrônica e pelo programa computacional ImageJ. Conclui-se que pela técnica utilizada é possível a obtenção de nanofibras com uma boa estrutura, o óxido de grafeno favorece a formação de fibras, o campo elétrico é um fator determinante para estrutura obtida da nanofibra, um maior valor de campo elétrico resultou em uma melhor estrutura. As fibras de PLA/OG obtidas apresentaram diâmetro médio igual a 257±34. Palavras-chaves: Poli(ácido-lático), óxido de grafeno, nanofibras, eletrofiação. ; Sumário Resumo 3 1.Introdução 5 2. Objetivos 9 2.1. Objetivo geral 9 2.2. Objetivos específicos 9 3. Fundamentação Teórica 10 3.1. Biomateriais 10 3.2. Poli(ácido Láctico) (PLA) 11 3.3. Grafeno 14 3.4. Óxido de Grafeno 15 3.5. Aplicação de nanofibras em Engenharia Tecidual 16 4. Materiais e Métodos 20 4.1. Reagentes Utilizados 20 4.2. Preparação da solução de PLA 20 4.3. Preparação da dispersão de PLA contendo óxido de grafeno (OG) 20 4.4. Eletrofiação do PLA e do sistema contendo PLA/OG 22 4.4.1. Definição dos parâmetros para eletrofiação do PLA e comparação com a eletrofiação do PLA/OG. 22 4.4.2. Definição do diâmetro da agulha para eletrofiação do PLA/OG. 24 4.5. Caracterização morfológica das mantas obtidas 25 5. Resultados e discussão. 27 5.1. Amostras de PLA puro e PLA/OG 27 5.2. Amostras de PLA/OG variando o diâmetro da Agulha 30 6.Conclusão 35 7. Perspectivas futuras 36 8. Referências 37 1.Introdução Materiais cerâmicos, metálicos e poliméricos são utilizados em diversas aplicações na área médica, desde aquelas nas quais o contato com o organismo ocorre por pouco tempo, como agulhas para injeção e lentes de contato, como aquelas que ficam em contato com o organismo por anos, como próteses ortopédicas. A engenharia de tecidos é um setor multidisciplinar que combina conhecimento e tecnologia de diferentes áreas da ciência, como a biologia, a química, a engenharia e a medicina, que utiliza materiais biodegradáveis e bioabsorvíveis de estrutura análoga à matriz celular no tratamento do mau funcionamento de órgãos, e para regeneração tecidual (GHASEMI-MOBARAEH, 2011). A falência de tecidos e órgãos, devido a doenças, lesões ou defeitos no desenvolvimento, vem se tornando cada vez mais uma das principais preocupações econômicas de saúde (LANZA et al., 2020). Devido à disponibilidade limitada de doadores de órgãos e tecidos, o número de pessoas aguardando transplante vem aumentando, além da dificuldade logística do transporte. Para atender a essa necessidade médica, a engenharia de tecidos se tornou uma opção promissora. Ao longo dos últimos anos os avanços dos estudos na área da engenharia tecidual, vêm permitindo o desenvolvimento de terapias para pacientes com doenças crônicas graves, que afetam órgãos importantes, como fígado, coração e rim. Fornecendo tecidos de engenharia saudáveis para substituir os tecidos danificados, restaurando sua função. Os avanços tecnológicos que mais beneficiaram o avanço da Engenharia de Tecidos nos últimos anos incluem o avanço de estudos e desenvolvimento de novos biomateriais, tecnologias de bioimpressão 3D e avanços na área de nanotecnologia e materiais nanométricos (LANZA et al., 2020). Alguns materiais poliméricos apresentam como características serem biodegradáveis, biocompatíveis e possuírem formas de processamento menos limitado. Tais características permitem que sejam criadas peças poliméricas de formatos variados de acordo com a necessidade médica, além de permitirem um A Realce (1) Adicionar o número de página no trabalho (faltou); contato a longo prazo com o corpo humano por serem materiais biodegradáveis. Tais características tornam os polímeros a classe de materiais mais utilizada como materiais na engenharia de tecido (SAVIOLI, 2012). Avanços recentes no estudo de polímeros biodegradáveis têm sido estimulado pelo intenso interesse em biomédica , os poliésteres sintéticos biodegradáveis já vem sendo utilizados em cirurgias como material de sutura e fixação óssea há aproximadamente três décadas(GUPTA; REVAGADEA; HILBORN, 2007). O Poli(ácido lático) (PLA) é considerado um dos polímeros biodegradáveis mais promissores devido ao seu perfil de propriedades mecânicas, por possuir uma boa processabilidade, por ser um polímero termoplástico, e por suas propriedades biológicas, sendo biocompatível e biodegradável (GUPTA;REVAGADEA;HILBORN,2007). Ele pode ser sintetizado através de recursos renováveis derivados da agricultura de baixo custo. Ele possui propriedades mecânicas singulares (BAYER, 2017) que se adequam bem à algumas aplicações na engenharia de tecidos, como suturas e implantes (SAVIOLI,2012), como por exemplo a memória de forma (BAYER, 2017), tornando-o um biomaterial muito utilizado para a produção destes dispositivos médicos. O PLA também é usado na produção de nano e micropartículas para administração de medicamentos e em embalagens de produtos farmacêuticos (PINTO et al.,2013).No entanto, devido à algumas propriedades como baixa temperatura de transição vítrea e baixa cristalinidade,o PLA puro possui baixa dureza, baixa resistência ao calor e baixa durabilidade, tornando suas aplicações limitadas(PINTO et al.,2013). Para melhorar estas propriedades, o PLA é muito utilizado na escala nanométrica, ganhando estabilidade térmica e aumentando sua cristalinidade e rigidez (HAN, 2013). As nanofibras possuem semelhança estrutural com a matriz extracelular nativa (JAYAKUMAR, 2012), fazendo com que sua utilização seja ampla na área de engenharia de tecidual. Além de sua composição em nanocompósitos ser passível de controle, elas também possuem facilidade de conformação a uma grande variedade de tamanhos e formas. Combinadas com sua estrutura microporosa ajustável, as nanofibras possuem boa adesão ao tecido celular, favorecendo sua sua proliferação e migração, características altamente desejadas na engenharia de tecidos (JAYAKUMAR, 2012). Algumas das principais técnicas de obtenção de nanofibras são a automontagem (self-assembly), a separação de fases e a eletrofiação, que é uma das técnicas mais utilizadas na fabricação de materiais compostos por nanofibras (GUALANDI, 2011). É frequente a utilização de PLA como matriz de um nanocompósito, cujas fases dispersas mais comuns são nanotubos de carbono, nanocristais de celulose, silicatos em camadas e grafeno (CAMPOS, 2015). O grafeno é um material promissor que vem sendo muito estudado nesta área (MARASCHIN,2016). Isso porque sua estrutura a atômica, junto com a sua distribuição eletrônica, lhe conferem propriedades ópticas únicas, boas propriedades mecânicas, estabilidade química, e uma grande área superficial (SHIN et al., 2016). Além dessas propriedades há também sua alta condutividade elétrica, que o tornam um bom candidato para o uso na engenharia de tecidos (GÓMEZ-NAVARRO, 2007), como estimulador do crescimento de células eletroativas(SHIN et al., 2016). De formato similar, o Óxido de Grafeno, por possuir ação bactericida (MARASCHIN,2016), pode ser utilizado na área de engenharia tecidual na prevenção da formação de microorganismos patogênicos no transplante, através de sua adição e dispersão em um compósito de matriz polimérica. Estudos recentes mostram que substratos contendo grafeno e óxido de grafeno auxiliam a adesão de células tronco mesenquimais humanas e osteoblastos (PINTO et al.,2013), o que pode levar a melhores desempenhos na regeneração de tecidos, através da utilização de andaimes e próteses utilizando o grafeno e o óxido de grafeno. Uma resposta celular apropriada às superfícies implantadas é essencial para a regeneração e integração dos tecidos. Os materiais implantados no organismo humano são imediatamente revestidos com proteínas do sangue e com fluidos intersticiais, formando uma camada adsorvida. É através dela que as células do corpo detectam superfícies estranhas . Estudos mostram que compostos contendo grafeno e óxido de grafeno afetam a adsorção de proteínas e a consequente proliferação celular, devido à sua morfologia e molhabilidade acordo com sua morfologia intrínseca (PINTO et al.,2013). A Realce Luis Marcelo: como a morfologia afeta a proliferação celular? Positiva ou negativamente? A combinação das propriedades do PLA com as propriedades anti bactericidas do óxido de grafeno em nanofibras pode fornecer um material que pode ser aplicado na engenharia de tecidos como substrato para o crescimento de células, como por exemplo o tecido cardíaco, além de possuir ação anti bactericida. Este nanocompósito pode ser obtido pelo método de eletrofiação, que será o tema deste trabalho. Dada as vantagens e eficiência deste método, ele é uma das técnicas mais utilizadas para a fabricação de arcabouços compostos por nanofibras e muitos relatos de aplicações bem sucedidas desde o alojamento até o estímulo de diferentes tipos de células são encontrados na literatura (GUALANDI, 2011). Neste trabalho, nanofibras de PLA/OG serão eletrofiados através de diferentes parâmetros e serão analisadas suas características. A Realce Luis Marcelo: citar mais trabalhos (pode ser os trabalhos contidos no artigo citado - é um Review? Se não, adiconar mais citações) 2. Objetivos 2.1. Objetivo geral O trabalho tem por objetivo geral a obtenção e caracterização de nanofibras de poli(ácido lático) contendo óxido de grafeno por meio da técnica de eletrofiação e avaliação da influência dos parâmetros de eletrofiação na formação de fibras. 2.2. Objetivos específicos ● Definição de parâmetros de processo que resultem na obtenção das nanofibras de poli(ácido lático) com óxido de grafeno. ● Análise da influência do campo elétrico na morfologia das nanofibras. ● Análise e caracterização morfológica das nanofibras obtidas via imagens obtidas por microscopia de varredura eletrônica. ● Caracterização das nanofibras com auxílio do software ImajeJ. A Realce (1) Objetivos específicos – Image J (diâmetro das fibras) 3. Fundamentação Teórica 3.1. Biomateriais Biomateriais são uma classe de materiais composta por materiais naturais ou sintéticos utilizados na fabricação de dispositivos que substituem uma parte ou função de um sistema vivo e que funcionem em ambiente de contato com o tecido vivo. Para o material ser considerado biomaterial ele deve satisfazer alguns requisitos (HIN, 2004)como: ● Biocompatibilidade - Pressupõe-se que sua aplicação clínica e contato com o tecido humano não cause reações adversas, tóxicas ou carcinogênicas ao paciente, mas sim promover uma boa integração com o mesmo; ● Quimicamente inerte - Deve resistir à degradação por corrosão; ● Esterilizante - O material deve ser apto a receber processos de esterilização; O sucesso de um implante depende de três principais fatores: as propriedades do biomaterial, a condição de saúde do paciente e o processo cirúrgico. (PARK, 2007). A aceitabilidade deve ocorrer por parte do organismo do paciente sem que ocorram infecções prolongadas. Os biomateriais também podem ser classificado de acordo com a resposta biológica que o organismo dá com sua interação: Os materiais bioinertes são aqueles que não causam reação no organismo, possuindo uma estabilidade química elevada. Os materiais bioreativos não interagem diretamente com o tecido pois estão separados por uma camada de óxido estável. A maioria dos biomateriais utilizados em implantologia fazem parte dessa classificação, como ligas ferrosas. Já os materiais bioativos são aqueles que interagem com o organismo, permitindo a formação de tecidos em sua superfície. Dessa forma, são ideais para implantes permanentes. Os biomateriais permanentes são aqueles utilizados para substituir definitivamente um tecido lesado. Neste caso, suas características mecânicas e físico-químicas devem ser similares às do tecido em substituição e devem ser A Realce inflamação A Realce Verificar esta sentença - biorreativo A Nota Aqui não é um implante metálico A Nota infecções - o correto é inflamação mantidas por longos períodos, sem ocorrer degradação. No entanto, existem também os biomateriaistemporários, quando o preenchimento do tecido pode necessita ocorrer apenas temporariamente até que ocorra reposição tecidual (SANTOS JR, 2007). Os implantes também podem destinar-se tanto a tecidos moles, como próteses de silicone, quanto para tecidos mais duros, como pinos ósseos. 3.2. Poli(ácido Láctico) (PLA) O Poli(ácido lático) (PLA) é um polímero biodegradável e biocompatível, de origem biológica, podendo ser usado como material para implantes cirúrgicos (BRITO, 2011). Pode ser produzido por polimerização por condensação direta diretamente de seu ácido lático básico como pode ser visto na Figura 1. O ácido lático base é derivado da fermentação de açúcares de fontes renováveis de carboidratos, como o milho e cana-de-açúcar (LASPRILLA, 2011), (AURAS et al.,2011) sendo um processo de baixo custo. Seus produtos de degradação de não são tóxicos, favorecendo suas aplicações em biomedicina (GUPTA;REVAGADEA; HILBORN,2007). Figura 1: Esquema simplificado da polimerização do ácido lático (PLA). Fonte:LASPRILLA, 2011. O processamento, o comportamento de degradação e o grau de cristalização do PLA depende da composição e da estrutura de suas cadeias poliméricas. O ácido lático, seu monômero, é uma molécula quiral, possuindo assim dois isômeros: A Realce estrutura básica do ácido lático A Realce repetição abaixo - reescrever A Realce Destacar os métodos de síntese do PLA atual (fonte renovável) o L-Ácido Lático, e o D-Ácido Lático (Figura 2), que diferem seus efeitos na luz polarizada (GUPTA;REVAGADEA; HILBORN,2007).O isômero L gira o plano da luz polarizada no sentido horário, enquanto o isômero D gira no sentido anti-horário. Existe também a forma DL, que é uma mistura equimolar dos isômeros D e L e é opticamente inativa (GUPTA,REVAGADEA, HILBORN). A proporção desses isômeros na cadeia polimérica é um dos principais parâmetros para definir as características finais do PLA, podendo resultar desde polímeros amorfos de elevado peso molecular como polímeros semicristalinos, cujo ponto de fusão que pode variar de 130 a 185ºC (AURAS et al.,2011). A representação dos isômeros do PLA pode ser vista na figura 2 abaixo. Figura 2: Isômeros do Ácido Lático. Fonte: LASPRILLA, 2011. O PLA é uma molécula quiral que possui dois estereoisômeros, o Poli(L-Ácido Lático) (PLLA), o Poli(D-Ácido Lático) (PDLA), que são cristalinos e o Poli (DL-Ácido Lático) (PDLLA), que é amorfo devido à sua ataticidade, impedindo assim a aproximação de suas cadeias. No processo de polimerização, a cristalinidade do PLA pode ser controlada de acordo com a proporção de seus estereoisômeros sintetizados (LASPRILLA, 2011), sendo um procedimento importante para que o material atinja suas propriedades desejadas, de acordo com a sua aplicação. Durante o processamento, a estrutura estereoquímica do PLA pode ser modificada através da copolimerização de misturas de PLLA, PDLA e PDLLA (AURAS et al.,2011). Além disso, controlando-se os parâmetros da condensação direta como o tempo e as temperaturas de residência, além do tipo e a concentração do catalisador, é possível controlar a razão e a sequência de unidades de ácido D e L-láctico no polímero final (GUPTA;REVAGADEA; HILBORN,2007). A Realce Além de propriedades mecânicas e reológicas, outras propriedades como densidade e calor específico também são dependentes das temperaturas de transição do PLA, e, portanto, de sua cristalinidade (polímeros amorfos possuem apenas a Temperatura de transição vítrea ( ), enquanto polímeros semicristalinos T g possuem temperatura de Fusão ( ), além da , sendo parâmetros importantes Tm T g para seu processamento, já que nestas temperaturas de transição ocorre mudança na estrutura da cadeia polimérica). Estudos bem sucedidos vem sendo realizado ao longo dos anos para adaptar o PLA com características arquitetônicas específicas no uso de implantes (GUPTA;REVAGADEA; HILBORN,2007). Seu isômero ácido L-láctico fornece um polímero com alta resistência mecânica, sendo esta umas das vantagens quando comparado ao seu outro isômero formato DL (GUPTA;REVAGADEA; HILBORN,2007). Na maioria dos materiais compósitos biodegradáveis, o PLA é um importante componente, estando presente como matriz que possui bom desempenho mecânico e biológico, com morfologia adequada para aplicações específicas, como próteses e suturas, devido à sua facilidade de processamento. Através da engenharia de tecidos, estes compósitos biodegradáveis fornecem superfícies que, ao contato com o tecido humano, promovem sua regeneração e reconstrução (GUPTA; REVAGADEA; HILBORN,2007). No entanto, o PLA puro ainda não apresenta propriedades mecânicas ideias para algumas aplicações mais exigentes (PINTO et al.,2013). Para melhorar estas propriedades, estudos abordaram diferentes estratégias de acordo com as aplicações necessárias, como o ajuste de cristalinidade, a adição de plastificantes, mistura com outros polímeros e a adição de nanofillers(PINTO et al.,2013). A adição de fase dispersa nanoestruturada vem chamando muita atenção nos últimos anos, pois é possível atingir-se as propriedades requeridas com a adição de pequenas porcentagens em massa de fase dispersa nanoestruturada, caso haja boa dispersão, boa distribuição e boa interação interfacial com a matriz polimérica, mantendo-se algumas propriedades importantes do PLA intactas (PINTO et al.,2013). Nanotubos de carbono, grafeno e principalmente de óxido de A Realce A Realce Mudança na organização da cadeia polimérica A Realce Luis Marcelo: estruturais ou da formação do implante? Dúvida - Pedro: resposta = do implante, relacionado ao processamento do PLA, na arquitetura da peça (inserir no texto) A Realce Luis Marcelo : adicionar quais aplicações (sutura, arcabouços para células); colocar o exemplo dado acima para sutura, pois ele é biorreabsorvível - o desafio mesmo é a fabricação de peças grafeno(OG)e óxido de grafeno reduzido, (OGr) são alguns dos materiais nanoestruturados que podem ser adicionados ao PLA a fim de melhorar suas propriedades. 3.3. Grafeno A estrutura em camadas do grafite natural é anisotrópica e possui excelente condutividade térmica e elétrica no plano das camadas. A força de ligação de van der Waals entre suas camadas é relativamente fraca (HAN, 2013). O grafeno pode ser considerado a menor camada possível da estrutura do grafite (3D). Ele possui estrutura 2D é formada por um arranjo de carbonos com hibridização do tipo sp², possibilitando ao nanomaterial propriedades mecânicas, elétricas e térmicas únicas (MJ; VC; RB, 2010), além de possuir uma área de superfície extremamente alta (PINTO et al.,2013), tornando-o um material promissor que vem sendo muito estudado nos últimos anos, devido à dificuldade em produzir amostras de altas qualidades. A estrutura do grafeno pode ser encontrada abaixo na Figura 3. Figura 3: Estrutura de colmeia do Grafeno. Fonte: MJ; VC; RB, 2010. Além de sua elevada resistência mecânica, suas excelentes propriedades elétricas estão relacionadas com a estrutura cristalina 2D, como mostrada na Figura3, na qual a densidade de defeitos é muito baixa (MJ; VC; RB, 2010). Esses defeitos A Realce Luis Marcelo: Adicionar uma referência mais recente na rede cristalina são considerados dificultadores para a movimentação de fônons, que conduzem eletricidade e calor. Seu módulo de Young está entre 0,5~1,0 TPa, resistência de aproximadamente 130 GPa, condutividade térmica de aproximadamente (YI; SHEN, 2015), possibilitando diversas aplicações.3 KWmK −1 Sua produção em escala ocorre através da esfoliação mecânica do grafite como pode ser visto na Figura 4. Ela pode ocorrer através da “remoção” mecânica, camada por camada, do grafite, no entanto a atração de van der Waals entre as camadas dificulta o processo (YI; SHEN, 2015). Pode-se aplicar uma força micromecânica normal ou lateral às camadas repetidamente para que, através de inúmeras separações, elas se tornem uma única camada, ou seja, o grafeno (YI; SHEN, 2015). Figura 4: Trajetórias possíveis para a Esfoliação Mecânica do Grafeno a partir do grafite. Fonte: YI; SHEN, 2015. 3.4. Óxido de Grafeno O óxido de grafeno (OG) é semelhante ao grafeno, cuja diferença é a presença de grupos funcionais contendo oxigênio. A presença desses grupos polares reduzem a estabilidade térmica do nanomaterial, porém auxiliam na interação e na compatibilidade com uma matriz polimérica (PINTO et al.,2013). Uma maneira de obtenção do óxido de grafeno é a adição de oxidantes fortes no mecanismo de esfoliação, utilizado para produzir o grafeno (MARCANO et al., 2007). Desta forma, o material obtido é o óxido de grafeno (OG), cuja estrutura se diferencia do grafeno devido à presença de alguns grupos epóxis, álcoois e carbonilas e grupos carboxílicos interrompendo a aromaticidade dos anéis do grafeno. Analogamente da Grafeno, que é produzido do grafite, o óxido de grafeno é produzido do óxido de grafite. A forma de produção mais comum do óxido de grafite é através de sua oxidação com ou numa solução concentrada de KMnO4 aNON 3 (MARCANO et al., 2007). Devido aos fortes agentes oxidantes utilizados emSOH2 4 sua produção, ele apresenta expansão na distância entre as camadas e elevada hidrofilicidade, permitindo sua esfoliação em meio aquoso ou em outros meios orgânicos, devido à presença do oxigênio em sua estrutura. Esta propriedade do OG é importante quando este material é misturado com uma matriz cerâmica ou polimérica, com objetivo de melhorar suas propriedades mecânicas e elétricas. Existem estudos que mostram que a adição de 0,02% óxido de grafeno numa solução de PVA para eletrofiação aumentou a resistência à tração da manta de 0,22 MPa para 9,37 MPa (MAO et al,. 2018). 3.5. Aplicação de nanofibras em Engenharia Tecidual Para serem utilizados na engenharia de tecidos biológicos, também chamada de engenharia tecidual, os biomateriais devem ser aplicados na forma de estruturas sintéticas 3D (arcabouços) que possibilitem ligação, proliferação e crescimento das células do tecido. O desenvolvimento de nanofibras possibilitou (MA E ZHANG, 1999;KISIDAY et al 2002; LI et al 2002) a sua aplicação como arcabouços que imitam a arquitetura do tecido humano em escala nanométrica. Como característica de materiais nanoestruturados, as nanofibras possuem elevada área superficial em relação ao seu volume. Também possuem facilidade de conformação a uma grande variedade de tamanhos e formas e a capacidade de controlar-se sua composição. Quando combinadas com sua estrutura microporosa, as nanofibras favorecem a adesão a celular, assim como sua proliferação e migração, características altamente desejadas na engenharia de tecidos biológicos. Devido à semelhança de sua arquitetura 3D que mimetiza o ambiente extracelular natural, fornecem um excelente ambiente micro / nano para as células crescerem e desempenharem suas funções regulares e, desta forma, favorecer a regeneração tecidual (VASITA;KATTI, 2006). 3.6. Técnica de Eletrofiação A eletrofiação é um dos principais métodos de fabricação de nanofibras (GUALANDI, 2011), sendo possível obter filamentos contínuos através da aplicação de forças eletrostáticas. As nanofibras são extremamente úteis em aplicações avançadas, sendo as principais áreas a que são aplicadas: membranas para filtração, arcabouços para engenharia tecidual, sensores ou materiais para o armazenamento de energia.(KWANKHAO, 2013). É crescente a atenção ao processo de eletrofiação nos últimos anos, não apenas pela sua versatilidade na produção de uma grande variedade de fibras poliméricas, mas também na capacidade de se atingir fibras de um tamanho difícil de se conseguir em outras técnicas, na escala de submicron (RENEKER et al., 2000). A técnica se utiliza de um campo elétrico para desenhar as nanofibras (SIGMUND et al., 2006). Nesta técnica um campo elétrico é criado entre a fonte de alimentação de alta tensão e entre a solução utilizada, uma solução polimérica por exemplo. A solução é mantida na extremidade de um tubo com a presença de um eletrodo. Cargas são induzidas na superfície da solução conforme a tensão é aplicada. Com o aumento do campo elétrico, as interações entre as forças de tensão superficial da ponta da seringa e a força elétrica repulsiva faz com que a solução seja ejetada, através de um jato eletricamente carregado. Durante esse processo, o diâmetro diminui devido ao alongamento e evaporação do solvente, então é obtida teia de fibras não orientadas em escala nanométrica. (KWANKHAO, 2013). A esquematização do processo pode ser vista na Figura 5 na próxima página. A Realce Luis Marcelo: Ponta da agulha e não ponta da seringa. Figura 5: Representação esquemática da técnica de eletrofiação. Fonte: KWANKHAO, 2013 Alguns parâmetros do processo de eletrofiação, como potencial elétrico aplicado, velocidade de alimentação da solução através da seringa, condutividade da solução e distância entre a ponta da seringa e o coletor influenciam a formação e a morfologia das fibras (LI, 2013). Além disso, parâmetros ambientais como temperatura e umidade também mostram-se influenciadores (MAO et al,. 2018). Apesar de alguns estudos não encontrarem uma relação direta entre a tensão aplicada e o diâmetro das nanofibras, outros concluíram que quanto maior a tensão aplicada, maior é o diâmetro obtido (LI, 2013). Já outros estudos mostram que quanto maior voltagem aumenta a força eletrostática repulsiva no jato, favorecendo o alinhamento das mesmas e o estreitamento de seus diâmetros. Apesar de influenciar no diâmetro das fibras, a tensão depende de outros fatores como a concentração da solução e o tipo de polímero sendo eletrofiado (LI, 2013). A velocidade de alimentação (taxa) da solução com a seringa também tem influência direta na formação de fibras. Estudos demonstram que a polarização da solução polimérica necessita de certo tempo para ocorrer, portanto baixas velocidades de alimentação são recomendadas. Se a taxa for alta, ao invés de A Realce Luis Marcelo: não está citada no textofibras de pequeno diâmetro, estruturas globulares são formadas. Isto ocorre devido ao curto tempo para evaporação antes da chegada ao coletor e baixas forças de estiramento. Analogamente, a distância entre o coletor e a seringa influencia na formação das nanofibras, visto que se a distância for muito curta, as nanofibras não terão tempo suficiente para se formarem, originando-se estruturas globulares (LI, 2013), devendo assim possuir uma distância mínima para garantir a evaporação do solvente. Além disso, estudos mostram que o diâmetro médio das fibras tende a diminuir com o aumento da distância, mantendo-se um mesmo campo elétrico(MAO et al,. 2018). A condutividade da solução polimérica também influencia na morfologia das fibras produzidas, visto que a maior condutividade elétrica da solução resulta na maior mobilidade dos íons que, com a aplicação de um campo elétrico externos, sofrem orientação e alongam as gotas, resultando em segmentos menos espessos e fibras de diâmetro menor (COSTA, et al., 2012) As fibras eletrofiadas pela técnica de eletrofiação possuem grande potencial para aplicações médicas por possuírem uma elevada relação superfície-volume, podendo ser utilizadas em arcabouços para engenharia de tecidos e para entrega de medicamentos. 4. Materiais e Métodos 4.1. Reagentes Utilizados O PLA utilizado foi obtido da Cargill (Mw ~120.000 gmol-1) e foi utilizado como recebido. Os solventes utilizados, etanol (Synth, P.A.) e clorofórmio (Synth, P.A.) foram utilizados como obtidos. O grafite utilizado foi o GraflakeR gentilmente cedido pela Nacional de Grafite. Os reagentes utilizados na síntese do óxido de grafeno, ácido sulfúrico (P.A., Synth), ácido fosfórico (P.A., Synth), permanganato de potássio (P.A., Synthe), peróxido de hidrogênio 30 vol. (P.A., Synth) e éter etílico (P.A., Synth) foram utilizados como recebidos. 4.2. Preparação da solução de PLA A solução de PLA que será utilizada no processo de eletrofiação será preparada pela dissolução do PLA em uma mistura de clorofórmio e etanol (80%/20%) em volume. A dissolução do PLA será conduzida à temperatura ambiente com o auxílio de um agitador magnético por um tempo de 60 minutos. 4.3. Preparação da dispersão de PLA contendo óxido de grafeno (OG) A dispersão de PLA contendo óxido de grafeno (OG), que será utilizada no processo de eletrofiação, será preparada pela dissolução do PLA em uma mistura de clorofórmio e etanol (80%/20%). Em seguida, será preparada uma dispersão de OG em uma mistura de clorofórmio e etanol (80%/20%) por meio do auxílio de um banho de ultrassom. A dispersão final será obtida por meio da mistura de quantidades adequadas da solução de PLA e da dispersão de OG de forma que na composição final, considerando-se apenas a massa de PLA e OG, resulte em um sistema contendo 0,5 e 1,0 % em massa de OG no nanocompósito de PLA/OG. O A Realce Luis Marcelo: quando for possível, usar fluxograma. processo de dispersão do OG na solução de PLA será conduzida à temperatura ambiente com o auxílio de um agitador magnético por um tempo de 30 minutos. O Óxido de Grafeno foi concedido pelas alunas de iniciação científica do grupo do Prof. Everaldo (Stefany Rodrigues Saraiva e Yasmin Montero Quispe). O OG havia sido previamente processado (óxido de grafite esfoliado)(SUBTIL,et al., 2020). A síntese do OG foi realizada por meio do uso do método descrito por Tour e colaboradores (MARCANO, et al.,2010). Em um balão de vidro de fundo chato de 500 mL contendo uma barra magnética para agitação foram 120 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) e 13 mL de ácido fosfórico (H3PO4). Em seguida, foram adicionados 6,0 de permanganato de potássio (KMnO4), lentamente, com muito cuidado. Após a dissolução do permanganato de potássio no meio ácido, foram adicionados 1,0 g de grafite (Graflake). Em seguida, manteve-se o sistema sob agitação vigorosa durante 16 horas a uma temperatura de 50 °C. Após esse período, o material resultante foi transferido para um béquer contendo gelo e adicionou-se 1 mL de peróxido de hidrogênio. A mistura resultante foi transferida para tubos falcon de 50 ml e estes foram centrifugados em tempos de 30 e 60 minutos, respectivamente. Ao final do processo de centrifugação, o sobrenadante foi removido. O sólido resultante foi lavado com água destilada, com solução aquosa de ácido clorídrico 30 % (volume/volume) e submetido à centrifugação novamente (30 minutos), com etanol e, finalmente com éter etílico, respectivamente. Entre cada etapa de lavagem o material foi centrifugado e o sólido lavado. A mistura resultante da adição do éter etílico foi transferida dos tubos Falcon para um recipiente de vidro e mantida na capela por 24 horas. Por fim, o recipiente de vidro contendo o material foi transferido para um dessecador e mantido sob vácuo durante uma semana. O produto final obtido foi um sólido de cor marrom escura. 4.4. Eletrofiação do PLA e do sistema contendo PLA/OG As nanofibras de PLA e de PLA/OG serão obtidas por meio do uso de um sistema de eletrofiação construído e montado no Laboratório de Polímeros Funcionais da UFABC. Serão avaliados os seguintes parâmetros no processo de eletrofiação: (i) potencial elétrico aplicado (DC, em kV); (ii) distância de trabalho (em cm); (iii) diâmetro da agulha de injeção. Figura 6: Equipamento de eletrofiação utilizado (laboratório de Polímeros Funcionais - UFABC). (a) bomba de infusão; (b) seringa contendo agulha (aço inoxidável) de seção reta; (c) fonte de alta tensão (DC); (d) coletor rotativo (ou estático, uma placa de alumínio); (e) tacômetro digital; (f) termohigrômetro; (g) controlador de velocidade rotacional do coletor rotativo; (h) desumidificador. O material da caixa é confeccionado em placas de policarbonato. Fonte: Autoria própria, 2020. 4.4.1. Definição dos parâmetros para eletrofiação do PLA e comparação com a eletrofiação do PLA/OG. Para comparar os efeitos da presença do Óxido de Grafeno na solução de PLA na eletrofiação das amostras de PLA/OG realizou-se inicialmente um teste com uma solução de 5% de PLA sem OG, as amostras foram processadas a temperatura de 21,3 ºC e umidade relativa de 60%. Três parâmetros foram variados: (i) potencial elétrico aplicado (DC, em kV); (ii) distância de trabalho (em cm) e tipo A Realce (mistura etanol clofórmio) A Realce Luis Marcelo: discutir o efeito do tempo, pois o aumento do tempo também aumenta a quantidade de material depositado. A Nota Neste caso, tem o efito visual A Nota Poderemos discutir melhor - está okay o que você adicionaram no texto. de coletor. Na Tabela 1 abaixo estão descritas as condições em que ocorreu a eletrofiação de cada amostra. Tabela 1: Parâmetros de eletrofiação de diferentes amostras de PLA. Amostra Diâmetro Agulha (mm) Velocidade (mL/h) Coletor Distância de Trabalho (cm) Potencial elétrico aplicado. (kV) Tempo (min.) 1a 0,5 0,50 Placa 10 15 07:02 2a 0,5 0,50 Placa 15 15 10:00 3a 0,5 0,50 Placa 10 20 7:17 4a 0,5 0,50 Placa 15 20 10:05 As amostras de PLA contendo Óxidode Grafeno foram eletrofiadas com os mesmos parâmetros utilizados para o PLA puro, porém foram processadas a temperatura de 27,9 ºC e a uma umidade relativa de 47%. A dispersão de Óxido de Grafeno na solução de PLA foi realizada com a seguinte proporção: 10 ml de solução, sendo 2 mL de Etanol ( )e 8 mL de , com 5% m/v de PLA H OHC2 5 CHCL3 (totalizando 0,5 g) e 2% m/m de Óxido de Grafite (totalizando 0,01 g). Os dados da eletrofiação podem ser encontrados na Tabela 2 abaixo. Tabela 2: Parâmetros de eletrofiação de diferentes amostras de PLA/OG Amostra Diâmetro Agulha (mm) Velocidade (mL/h) Coletor Distância de Trabalho (cm) Potencial elétrico aplicado. (kV) Tempo (min.) 1b 0,5 0,50 Placa 10 15 15:00 2b 0,5 0,50 Placa 15 15 18:06 3b 0,5 0,50 Placa 10 20 18:30 4b 0,5 0,50 Placa 15 20 15:06 A Realce Falar o motivo do tempo diferente O campo elétrico foi calculado dividindo-se o potencial elétrico aplicado pela distância de trabalho. 4.4.2. Definição do diâmetro da agulha para eletrofiação do PLA/OG. As amostras de PLA/OG do item 4.3.1 foram avaliadas e, para aquelas cujos parâmetros para formação de fibras foram melhores, foram refeitas, variando-se o diâmetro das agulhas (0,5mm e 0,1mm) na eletrofiação. A dispersão de Óxido de Grafeno na solução de PLA foi realizada com a seguinte proporção: 10 mL de solução, sendo 2 mL de Etanol ( ) e 8 mL de H OHC2 5 clorofórmio ( ), com 5% m/v de PLA (totalizando 0,5 g) e 2% m/m de Óxido CHCL3 de Grafite (totalizando 0,01 g). Definindo-se os parâmetros na solução 5% PLA, de 15 cm e 15 kV, e 20 kV e 10 cm, foram eletrofiadas 4 amostras de PLA/OG, variando-se o diâmetro das agulhas.O processamento das amostras ocorreu a uma temperatura de 24,8 ºC e a uma umidade relativa ar de 62%. Tabela 3: Parâmetros de eletrofiação de diferentes amostras de PLA/OG Amostra Diâmetro Agulha (mm) Vazão (mL/h) Coletor Distância de Trabalho (cm) Potencial elétrico aplicado. (kV) Tempo (min.) 5 0,5 0,50 Placa 15 15 10:04 6 0,5 0,50 Placa 10 20 10:27 7 1,0 0,50 Placa 15 15 10:36 8 1,0 0,50 Placa 10 20 10:45 A Realce Falar porque algumas amostras foram repetidas - condições de temperatura e umidade relativa A Realce corrigir = erro de digitação A Realce 4.5. Caracterização morfológica das mantas obtidas As mantas de PLA e de PLA/OG foram caracterizadas por meio do uso da técnica de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e pelo programa computacional ImageJ (Image Processing and Analysis in Java). As amostras que apresentaram um melhor resultado visualmente no MEV foram processadas no ImageJ usando os comandos de Threshold e Smooth. Na Figura 7 abaixo pode-se encontrar um exemplo do que foi feito. Figura 7: Exemplo de Tratamento da imagem realizado pelo software ImageJ. Imagem original do MEV (à esquerda) e imagem tratada da amostra 7 (à direita). Fonte: Autoria própria, 2020. Após o tratamento das imagens, as medições de diâmetros foram realizadas através do software ImageJ, utilizando os comandos Analyse - Measure. Foram coletadas 15 medidas ao longo da imagem e foi calculada a média e o desvio padrão dos valores de diâmetro encontrados, através do software Excel. Na Figura 8 consta um exemplo do procedimento, no qual são escolhidos pontos da fibra para que o programa calcule o diâmetro. Figura 8: Tratamento e método para aferir o diâmetro das fibras no ImageJ. Fonte: Autoria própria, 2020 5. Resultados e discussão. 5.1. Amostras de PLA puro e PLA/OG A Figura 9 abaixo mostra o resultado das imagens obtidas através da utilização do microscópio eletrônico de varredura das amostras eletrofiadas contendo PLA Puro (a-1, b-1, c-1 e d-1) e PLA/OG (a-2, b-2, c-2 e d-2) com aumento de 2000 vezes. Todas foram obtidas utilizando os mesmos parâmetros no MEV para que seja feita uma comparação entre elas. A Realce lembrar no texto o motivo da comparação com e sem GO === mas foi feita esta discussão (verificar o texto) - A Ligia sugere um parágrafo dizendo o que será discutido e dividir em subitem (eu particularmente acho não ser necessário) Figura 9. Micrografias das amostras de PLA puro e PLA/OG eletrofiadas. Coletor estático. (a1) PLA Puro, 15 kV, 10 cm, agulha 0,5mm; (a2) PLA/OG, 15 kV, 10 cm, agulha 0,5mm; (b1) PLA Puro, 15 kV, 15 cm, agulha 0,5 mm; (b2) PLA/OG, 15 kV, 15 cm, agulha 0,5 mm; (c1) PLA Puro, 20 kV, 10 cm, agulha 0,5mm; (c2) PLA/OG , 20 kV, 10 cm, agulha 0,5 mm; (d1) PLA Puro, 20 kV, 15 cm, agulha 0,5mm; (d2) PLA/OG, 20 kV, 15 cm, agulha 0,5 mm. A Realce A Ligia sugere a descrição das figuras, como foi feito na apresentação. Tanto para as amostras de PLA Puro como para as amostras de PLA/OG, o potencial elétrico e a distância de trabalho foram mantidos iguais para comparação, de acordo com o número da amostra. A Tabela 4 mostra o campo elétrico calculado para cada uma das amostras. Tabela 4: Campo Elétrico calculado para as amostras 1a, 1b, 2a, 2b, 3a, 3b, 4a, 4b. Amostra Potencial Elétrico (kV) Distância (cm) Campo Elétrico (kV/cm) 1a -1b 15 10 1,5 2a - 2b 15 15 1,0 3a - 3b 20 10 2,0 4a - 4b 20 15 1,3 É possível perceber, através de uma análise visual, que a distância de trabalho e potencial elétrico aplicado influenciam a morfologia das fibras, visto que a formação das mesmas variou nas 8 amostras estudadas de PLA Puro e PLA/OG. Também pode-se perceber que a presença do Óxido de Grafeno na solução induziu a formação de mais fibras e menos contas para todos os parâmetros estudados nas amostras , quando comparadas com as amostras obtidas pelo PLA puro. A partir da análise das imagens do PLA Puro, pode-se perceber que, apesar das amostras 1a-1b apresentar a maior quantidade de fibras, com um melhor aspecto estrutural de uma menor quantidade contas, nenhuma amostra formou fibras satisfatoriamente (pequeno número de fibras e elevado número de contas). O fato das amostras contendo óxido de grafeno terem resultado numa melhor formação de fibras por eletrofiação está de acordo com a literatura estudada (COSTA, et al., 2012). O OG ao final de seu preparo, contém impurezas. Além disso, por possuir grupos OH, ácido carboxílico e epóxi em sua estrutura, ele é um semicondutor. Sua presença aumenta a condutividade da solução, favorecendo a formação de fibras, pois resulta numa maior mobilidade dos íons que, com a A Realce Gerou dúvida na Ligia - talvez reescrever esta sentença (acho não ser necessário) aplicação de um campo elétrico externo, sofrem orientação e alongam as gotas, resultando em segmentos menos espessos e fibras de diâmetro menor. 5.2. Amostras de PLA/OG variando o diâmetro da Agulha Foram eletrofiadas amostras de PLA/OG nas condições das amostras das 2b e 3b, sendo 15 kV, 15cm e 20 kV, 10 cm, respectivamente, variando-se o diâmetro da agulha de 0,5 mm e 1 mm. Estas foram as condições cujas fibras apresentaram melhor resultado na eletrofiação. A Figura 10 mostra as imagens obtidas através do MEV para um aumento de 2000 vezes. Figura 10. Micrografias das amostras de PLA/OG eletrofiadas variando-se o diâmetro da agulha. Coletor estático. (a) Amostra 5: 15 kV, 15 cm, agulha0,5 mm; (b) Amostra 6: 20 kV, 10 cm, agulha 0,5 mm; (c) Amostra 7: 15 kV, 15 cm, agulha 1,0 mm; (d) Amostra 8: 20 kV, 10 cm, agulha 1,0 mm. A Tabela 5 mostra o campo elétrico calculado para cada uma das amostras. Tabela 5: Campo Elétrico calculado para as amostras 5, 6, 7 e 8. Amostra Potencial Elétrico (kV) Distância (cm) Diâmetro da Agulha (mm) Campo Elétrico (kV/cm) 5 15 15 0,5 1,0 6 20 10 0,5 2,0 7 15 15 1,0 1,0 8 20 10 1,0 2,0 A Amostra 5 não apresentou bons resultados de fibras e não foi possível calcular seu diâmetro médio. Isso pode ter acontecido devido à problemas técnicos na confecção da imagem, ou devido à região selecionada para a captura não ser adequada e não representar todas as amostras. Pela análise visual das amostras no aumento de 2000 vezes, foi possível perceber que as amostras 6, 7 e 8 resultaram em uma formação satisfatória de fibras, não sendo mostrada uma diferença muito grande das mesmas. A quantidade aparente de fibras em cada imagem pode estar relacionada com a região da amostra na qual a imagem foi registrada, não necessariamente sendo uma característica da manta como um todo. Para uma melhor análise visual das fibras nestas três amostras como um todo, foram analisadas as imagens com aumento x500, que estão mostradas na Figura 11. Figura 11. Micrografias das amostras 6 (a), 7 (b) e 8 (c) . Com este aumento, foi possível visualizar que as amostras 6 e 8 apresentaram uma melhor estrutura de fibras no geral, quando comparadas com a amostra 7. São as amostras cujo Campo Elétrico aplicado foi o maior (2 Kv/cm). Tal resultado está de acordo com alguns estudos na literatura (LI, 2013), que mostram que quanto maior o valor de campo elétrico aplicado, maior o número de fibras formadas e menor o número de contas. A Fim de comparar-se o diâmetro da agulha, foi realizada uma análise visual das imagens com aumento de 2000 vezes (Figura 10b e 10d), referentes às amostras 6 e 8. Estas duas amostras foram eletrofiadas mantendo-se os mesmos parâmetros e variando-se apenas o diâmetro da agulha. Pode-se perceber que, com a agulha de 0,5 mm, mais contas foram formadas. No entanto, como este aumento de 2000 vezes seleciona regiões específicas, não é possível concluir se de fato este é um parâmetro que interfere na formação de contas da amostra como um todo,. A Realce Artefato do MEV As imagens obtidas pelo MEV das amostras foram analisadas via ImageJ para calcular seu diâmetro médio. Desta forma, foram tratadas as imagens somente referentes às amostras 6, 7 e 8. As Figuras 12,13 e 14 mostram respectivamente as imagens do MEV e as imagen tratadas das amostras 6, 7 e 8 (amostras de PLA/OG). Figura 12: Imagem do MEV (à esquerda) e imagem tratada da amostra 6 (à direita) Figura 13: Imagem do MEV (à esquerda) e imagem tratada da amostra 7 (à direita) Figura 14: Imagem do MEV (à esquerda) e imagem tratada da amostra 7 (à direita) Na tabela 6, encontra-se o resumo dos resultados encontrados para as amostras 6, 7 e 8. Tabela 6: Diâmetro Médio e Desvio Padrão calculados para as amostras. Amostra Diâmetro Médio (nm) 5 - 6 308±64 7 339±52 8 257±34 A amostra 7 foi a que apresentou maior diâmetro médio de fibras. Foi a amostra que apresentou maior distância de trabalho (15 cm). Existem estudos na literatura que mostram uma dependência entre a distância de trabalho e o diâmetro (MAO et al,. 2018). É dito que se a distância for muito curta, as nanofibras não terão tempo suficiente para se formarem, originando preferencialmente estruturas globulares. Uma distância mínima é requerida para garantir a evaporação do solvente e o favorecimento na formação de fibras de diâmetros maiores (LI, 2013). No entanto, mesmo para as distâncias menores (de 10 cm) analisadas neste trabalho, foi possível perceber que a formação de fibras ocorreu de forma satisfatória. A Realce Discutido este tópico na prévia de vocês - pela incerteza, não há diferença significativa. Mas ainda assim, é possível inferir o efeito do parâmetro avaliado, considerando os dados obtidos. 6.Conclusão Fibras de PLA e PLA com Óxido de Grafeno são possíveis de ser obtidas por meio do uso do método de eletrofiação. A presença de Óxido de Grafeno disperso em PLA, por sua propriedade semicondutora, favorece a formação de fibras quando comparado à eletrofiação do PLA puro, nos mesmo parâmetros. Também foi possível observar a influência do campo elétrico, mostrando que quanto maior seu valor aplicado no processo, resulta em um maior número de fibras e menor número de contas, além de uma melhor estrutura de fibras geral. Isto indica que o campo elétrico desempenha um papel importante no estiramento do jato formado resultando na formação preferencial de estruturas fibrilares. Além disso, a distância de trabalho também mostrou influência no diâmetro médio obtido das fibras. De uma forma geral os parâmetros utilizados nas amostras 7,8,9 todos resultam em fibras viáveis para análises futuras, sendo possível perceber uma maior influência do campo elétrico, as melhores estruturas foram obtidas com um valor maior do campo elétrico, que combinação da distância de trabalho com e tensão aplicada. Quanto ao diâmetro da agulha não houve resultados conclusivos sobre a influência do mesmo, aparentemente um maior diâmetro resulta numa maior deposição de fibras e menor formação de contas, mas devem ser considerados que as imagens foram obtidas em diferentes posições da amostra e a maior deposição talvez tenha sido resultado pontual naquela região da amostras. A Realce especificar o que é cada amostra (entre parenteses) 7. Perspectivas futuras A aplicação de mantas de nanofibras de PLA modificadas com óxido de grafeno apresenta potencial de aplicação na área de Engenharia Tecidual. A presença do óxido de grafeno deve propiciar melhora nas propriedades mecânicas das fibras, bem como um provável efeito no processo de adesão e proliferação celular. 8. Referências AURAS, Rafael A. et al. (Ed.). Poly (lactic acid): synthesis, structures, properties, processing, and applications. John Wiley & Sons, 2011. BAYER, Ilker S. 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