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RELATÓRIO LAB CUSTOS

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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
Pedro Henrique Kunzler Bartz 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO APLICADOS A UMA EMPRESA 
MATALÚRGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ DO SUL 
2020 
Pedro Henrique Kunzler Bartz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO APLICADOS A UMA EMPRESA 
MATALÚRGICA 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Técnico apresentado à disciplina de Laboratório de 
Prática em Custos, do Curso de Ciências Contábeis, da 
Universidade de Santa Cruz do Sul - como parte dos requisi- tos 
necessários à avaliação para média final do semestre. 
 
Professor: Fernando Batista Bandeira da Fontoura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ DO SUL 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sem a direção dada por Deus, a conclusão deste trabalho não seria possível. Por 
causa disso, dedico esta monografia a Ele. Com muita gratidão no coração. 
Dedico esta monografia ao professor Fernando Batista Bandeira da Fontoura pelas 
valiosas e incontáveis horas dedicadas ao projeto, sempre com uma presença cheia 
de otimismo. 
Dedico este projeto à minha família e amigos que sempre estiveram presentes direta 
ou indiretamente em todos os momentos de minha formação. 
Dedico este trabalho a todos aqueles que de alguma forma contribuíram com meu 
desenvolvimento. 
Agradecimentos 
 
 
Agradeço primeiro a Deus por ter me mantido na trilha certa durante este projeto de 
pesquisa com saúde e forças para chegar até o final. 
Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida. 
Deixo um agradecimento especial ao meu professor Fernando Batista Bandeira da 
Fontoura pelo desenvolvimento desta tarefa no pouco tempo que lhe coube. 
Também quero agradecer à Universidade de Santa Cruz do Sul e a todos os professores 
do meu curso pela elevada qualidade do ensino oferecido, tendo em vista o período de 
pandemia em que vivemos durante a produção deste trabalho. 
Resumo 
 
O trabalho tem por objetivo analisar o emprego dos métodos de custeio (Variável, Absorção, 
Unidade de Esforço de Produção - UEP e do Custeio Baseado em Atividades - ABC) em uma 
organização, verificando sua saudabilidade através dos pontos de equilíbrio, como, ponto de 
equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio econômico e o ponto de equilíbrio financeiro. A pesquisa 
desenvolve-se como um relatório técnico. O horizonte temporal é o exercício do ano de 2020. 
No tocante aos objetivos específicos apurou-se os custos de fabricação dos produtos, e também, 
foram analisados os preços de venda, margens, volumes e resultados. Como técnica de coletas de 
dados foram utilizadas bibliografias, artigos científicos e relatórios contábeis. É importante 
destacar que a mensuração dos custos deve estar dentro de um intervalo seguro, inibindo 
distorções que ultrapassem a margem tolerável e levar em conta fatores internos e externos para 
formulação de precificação. 
 
Palavras-chave: Contabilidade de custos. Métodos de custeio. Saudabilidade da empresa. 
Lucro. 
 
Resúmen 
 
 
 
El trabajo tiene como objetivo analizar el uso de métodos de costeo (Unidad de Esfuerzo de 
Producción Variable, Absorción - UEP y Costeo Basado en Actividades - ABC) en una 
organización, verificando su salubridad a través de puntos de equilibrio, tales como, equilibrio 
contable, punto de equilibrio económico y punto de equilibrio financiero. La investigación se 
lleva a cabo como un informe técnico. El horizonte temporal es el año 2020. Con respecto a los 
objetivos específicos, se determinaron los costos de fabricación de los productos, y también se 
analizaron los precios de venta, los márgenes, los volúmenes y los resultados. Como técnica de 
recolección de datos, se utilizaron bibliografías, artículos científicos e informes contables. Es 
importante resaltar que la medición de costos debe estar dentro de un rango seguro, inhibiendo 
las distorsiones que exceden el margen tolerable y teniendo en cuenta factores internos y 
externos para la formulación de precios. 
 
Palabras clave: Contabilidad de costos. Métodos de costeo. Salud de la empresa. Lucro. 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
ABC Activity Based Costing (Custeio baseado em atividades) 
BC Boletim de Custos 
CC Centro de Custo 
CFI Custos Fixos Independentes 
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
CVD Custos Variáveis Diretos 
CVL Custo-Volume-Lucro 
DVD Despesas Variáveis Diretas 
FEC Fator de Equilíbrio Contábil 
GGF Gastos Gerais de Fabricação 
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados 
MC % Margem de Contribuição em Percentual 
MC MIX Margem de Contribuição MIX 
MC Un Margem de Contribuição Unitária 
MC Margem de Contribuição 
MCPP Margem de Contribuição por Produto 
MLC Mapa de Localização de Custos 
PE Ponto de Equilíbrio 
PEC R$ Ponto de Equilíbrio R$ 
PEC Un Ponto de Equilíbrio Unitário 
PEC Ponto de Equilíbrio Contábil 
PEE Ponto de Equilíbrio Econômico 
PEF Ponto de Equilíbrio Financeiro 
PIS Programa de Integração Social 
PPCP Planejamento, programação e controle de produção 
PVI Preço de Venda Ideal 
UEP Unidade de Esforço de Produção 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Ponto de Equilíbrio..................................................................................................28 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 – Critérios de rateio...................................................................................................33 
Quadro 2 – Análise Mix Custeio Variável................................................................................36 
Quadro 3 – Critérios de Rateio pelo Método Absorção............................................................36 
Quadro 4 – Análise Mix Custeio por Absorção........................................................................38 
Quadro 5 - Análise Mix Custeio UEP......................................................................................39 
Quadro 6 – Análise Mix Custeio ABC.....................................................................................41 
Quadro 7 – Resultados comparativos entre os métodos...........................................................41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/Monica-PC/Desktop/Relatório%20final.%20PEDRO.docx%23_Toc495266280
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................12 
1.1 Tema.....................................................................................................................................13 
1.2 Problema..............................................................................................................................13 
1.3 Objetivos............................................................................................................................13 
1.3.1 Objetivo Geral............................................................................................................13 
1.3.2 Objetivos Específicos..................................................................................................13 
2 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................14 
2.1 Contabilidade....................................................................................................................14 
2.2 Contabilidade de Custos..................................................................................................14 
2.2.1 Classificação e Nomenclaturas de Custos.................................................................15 
2.2.2 Classificação dos Custos.............................................................................................18 
2.2.2.1 CustosDiretos..............................................................................................................18 
2.2.2.2 Custos Indiretos...........................................................................................................19 
2.2.2.3 Custos Fixos.................................................................................................................19 
2.2.2.4 Custos Variáveis..........................................................................................................20 
2.3 Métodos de Custeio...........................................................................................................21 
2.3.1 Método de Custeio Variável.......................................................................................21 
2.3.1.1 Margem de Contribuição...........................................................................................23 
2.3.2 Método de Custeio por Absorção..............................................................................23 
2.3.3 Método de Custeio UEP.............................................................................................25 
2.3.4 Método de Custeio ABC ............................................................................................26 
2.4 Ponto de Equilíbrio...........................................................................................................27 
2.4.1 Ponto de Equilíbrio Contábil........................................................................................28 
2.4.2 Ponto de Equilíbrio Econômico....................................................................................29 
2.4.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro.....................................................................................29 
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .........................................................31 
3.1 Caracterização da empresa..............................................................................................31 
3.2 Dados de Referência para Aplicação dos Métodos........................................................31 
3.2.1 Dados dos Produtos, Preços, Produção e Tributação.................................................32 
3.2.2 Depreciações...................................................................................................................32 
3.2.3 Despesas com Folha de Pagamento..............................................................................33 
3.2.4 Despesas Fixas Mensais................................................................................................33 
3.2.5 Consumo de Energia Elétrica......................................................................................34 
3.3 Aplicação do Método de Custeio Variável....................................................................34 
3.3.1 Mapa de Localização de Custos..................................................................................34 
3.3.2 Análise do Boletim de Custos......................................................................................35 
3.3.3 Análise Custo-Volume-Lucro......................................................................................35 
3.4 Aplicação do Método de Custeio por Absorção...........................................................36 
3.4.1 Mapa de Localização de Custos..................................................................................36 
3.4.2 Análise do Boletim de Custos......................................................................................37 
3.4.3 Análise Custo-Volume-Lucro......................................................................................37 
3.5 Aplicação do Método de Custeio UEP...........................................................................38 
3.5.1 Mapa de Localização de Custos...................................................................................38 
3.5.2 Análise do Boletim de Custos.......................................................................................38 
3.5.3 Análise Custo-Volume-Lucro.......................................................................................39 
3.6. Aplicação do Método de Custeio ABC..........................................................................39 
3.6.1 Mapa de Localização de Custos...................................................................................39 
3.6.2 Análise do Boletim de Custos.......................................................................................40 
3.6.3 Análise Custo-Volume-Lucro.......................................................................................40 
3.7 Análise Comparativa dos Métodos de Custeio .............................................................41 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................44 
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................45 
APÊNDICE A – Depreciação Prédio....................................................................................47 
APÊNDICE B – Depreciação Máquinas..............................................................................48 
APÊNDICE C – Depreciação Móveis e Utensílios...............................................................49 
APÊNDICE D – Despesas totais de Depreciação.................................................................49 
APÊNDICE E – Despesas com Folha de Pagamento...........................................................50 
APÊNDICE F – Custos Fixos................................................................................................ 50 
APÊNDICE G - Consumo de Energia Elétrica....................................................................51 
APÊNDICE H – Mapa de Apropriação dos Custos conforme a metodologia do Custeio 
Variável....................................................................................................................................52 
APÊNDICE I – Custos dos materiais por unidade..............................................................52 
APÊNDICE J – Boletim Custeio Variável do Produto Grelha...........................................53 
APÊNDICE K – Boletim Custeio Variável do Produto Gancho........................................54 
APÊNDICE L – Mapa Apropriação de Custos Pelo Custeio Por Absorção.....................55 
APÊNDICE M - Boletim Custeio Por Absorção do Produto Gancho...............................55 
APÊNDICE N - Boletim Custeio Por Absorção do Produto Grelha.................................56 
APÊNDICE O – Custos Direcionados pelo Método UEP...................................................57 
APÊNDICE P - Boletim Custeio UEP do Produto Gancho................................................57 
APÊNDICE Q - Boletim Custeio UEP do Produto Grelha.................................................58 
APÊNDICE R - Custos Direcionados pelo Método ABC....................................................58 
APÊNDICE S - Boletim Custeio ABC do Produto Gancho................................................59 
 
12 
 
 
 
1 Introdução 
 
As organizações estão inseridas num ambiente, onde as mudanças, as evolu- ções e as variações 
de mercado acontecem de uma forma muito rápida. A constante evolução da tecnologia e a busca 
por adquirir produtos de qualidade, fazem com que as empresas necessitem desenvolver novas 
técnicas tanto na área de produção como também no gerenciamento de custos e controle 
financeiro de sua propriedade. A análise de custos fornece informações que permitem o 
planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as organizações em empresas com 
capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e 
atribuições da administração financeira, da contabilidade e análise de resultados. Reconhecer os 
custos, as despesas e os pontos de equilíbriopermite ao empreendedor executar um planejamento 
para saber quais as decisões a serem tomadas para um melhor desenvolvimento da atividade, 
bem como os investimentos a serem feitos com novas tecnologias e melhorias necessárias, 
almejando crescimento econômico da instituição. Em meio a um ambiente com tantas incertezas, 
variáveis, riscos e um mercado cada vez mais competitivo, é indispensável que haja 
planejamento de seu negócio com ênfase na rentabilidade e viabilidade da atividade através da 
utilização de dados obtidos nas metodologias de custeio. 
Um ponto importante a se frisar, tendo em vista o cenário pandêmico atual, seria o 
efeito da inflação sobre contabilidade de custos. Consoante ao seu livro (Martins, 2010), o 
autor acomete sobre qual seria o efeito da inflação em relação aos custos indiretos em uma 
produção; nos materiais diretos; quando trata do custeio de ordens e encomendas; na produção 
conjunta e problemas fiscais na avaliação de estoques industriais; quando analisa o impacto da 
inflação no custo fixo; lucro e margem de contribuição; etc. Isso certifica que a inflação deve 
ser tratada com zelo, em razão das distorções que ela pode provocar no valor da moeda quando 
o processo inflacionário for crônico. Ademais, no ano de 2020 atestou-se uma queda 
significativa da inflação, em relação a outros perídos econômicos o que traria, teoricamente, 
pontos positivos para a conjuntura das empresas, pois a contrapartida da diminuição do preço 
da matéria prima gera uma melhoria nos pontos de equilíbrios mostrando a saudabilidade da 
organização. Entretanto, com a atualização semestral dos balanços é possível observar queda 
no fluxo de caixa e movimentação de estoque, fazendo a empresa auementar sua margem para 
um valor não competitivo. Consideramos nesse viés, a Contabilidade de Custos com um papel 
importante ao oferecer relevantes informações na formação de preços das empresas. 
 
 
13 
 
1.1 Tema 
 
Para uma empresa ser competitiva no seu ramo é de suma importância o controle dos custos para poder ter 
controle e flexibilidade na formação do seu preço de venda. A pesquisa através do laboratório de custos 
pretende estudar os métodos de Custeio aplicados a uma indústria metalúrgica. 
1.2 Problema de Pesquisa 
 
Como realizar uma analise comparativa entre os métodos de custeio, entre Custeio 
Varável, Custeio por Absorção, Unidade de Esforço de Produção (UEP) e o Activity Based 
Costing (ABC) ? 
 
1.3 Objetivos 
 
1.3.1 Objetivo geral 
 
Desempenhar um estudo comparativo aplicando os métodos de custeio em uma indústria 
metalúrgica. 
1.3.2 Objetivos específicos 
 
• Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio variável; 
• Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio por absorção; 
• Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio UEP; 
• Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio ABC; 
• Analisar a comparação dos resultados dos métodos estudados; 
14 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Inicialmente apresenta-se o Referencial Teórico sobre os assuntos abrangentes do presente 
estudo. Conceituam-se os temas de Contabilidade, bem como a Contabilidade de Custos, para 
então realizar um entendimento da Classificação e Nomenclaturas de Custos, os Métodos de 
Custeio e Ponto de Equilíbrio. 
 
2.1 Contabilidade 
 
A Contabilidade surgiu com o início da civilização. A partir do momento em que o 
homem passou a possuir bens, houve consequentemente a necessidade de controlar esses bens. 
(Fávero et. al., 2009). 
Através dela é fornecido o máximo de informações úteis para as tomadas de decisões, 
tanto dentro quanto fora da empresa, estudando, registrando e controlando o patrimônio. 
(MARION, 2009). 
Além do mais, com o advento da revolução industrial, a partir do século XVIII, houve um 
aumento significativo das operações de compra e venda, acarretando a necessidade de 
informações mais detalhadas dos custos de produção, principalmente na avaliação mais precisa 
dos estoques, com a inclusão dos custos de depreciação 
A Contabilidade abrange um conjunto de técnicas para controlar o patrimônio das 
organizações mediante a aplicação do seu grupo de princípios, métodos, normas e procedimentos 
próprios, medindo, interpretando e informando os fatos contábeis aos donos das empresas. 
Dentro desse contexto, existe a Contabilidade de Custos, instrumento eficaz de geração de 
informação e tomada de decisão, conforme destaca-se a seguir. 
2.2 Contabilidade de Custos 
A Contabilidade de Custos define-se como uma técnica utilizada para produzir 
informações aos diversos níveis gerenciais de uma empresa, possibilitando uma visão mais 
precisa sobre todos os gastos relativos ao seu processo. 
Os seres humanos tomam decisões somente quando supridos de informações e nas 
organizações não ocorre de maneira diferente, as atividades em sua totalidade, sejam elas 
operacionais ou gerencias, são apoiadas em elementos que necessitam de preparação e 
formatação adequada para sua utilização (SILVA JR, at AL., 2000). Nesse contexto, a 
Contabilidade de Custos é capaz de fornecer informações importantes aos diretores das empresas. 
Bruni & Famá apontam a utilização da contabilidade de custos: 
15 
 
“Com as informações coletadas das operações, a administração pode empregar dados 
contábeis e financeiros para estabelecer os gastos de produção e distribuição, unitários ou 
totais, para um ou para todos os produtos fabricados, além dos custos das outras diversas 
funções do negócio, com o objetivo de alcançar uma operação racional, eficiente e 
lucrativa.” (BRUNI & FAMÁ, 2004, p. 24) 
O objetivo de se conhecer os custos de uma empresa é o auxílio à tomada de decisão, o 
grau de complexidade da estrutura de custos depende do grau de detalhamento a que se deseja 
chegar e que tipos de decisão costumam ser tomadas. Portanto, o levantamento dos custos de 
determinada operação da empresa deve auxiliar para que se expresse a realidade. Dessa forma, 
surge a necessidade de diferenciações dos tipos de custos conforme a natureza e o fim a que se 
destinam. 
O gestor da organização poderá mitigar ou eliminar possíveis desvios na condução dos 
seus negócios com à utilização da contabilidade de custos. Para Crepaldi e Crepaldi (2014, p.7) 
os seus dados: 
Poderão ser úteis para mensurar as seguintes medidas: a) se a capacidade de produção da 
fábrica é insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha 
de produtos deve ser cortado?; b) como fixar o preço de venda de um produto? ; c) deve-
se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá-los na empresa? 
Dessa forma, formação do custos, é considerado se o montante de custos varia ou não de 
acordo com a quantidade de bem produzido. Neste caso há um fator que exige atenção, que é 
o montante de custos fixos, já que não variam com o volume de produção, exigindo 
diferenciadas formas de atribuí-los aos produtos. 
Na sequência, aborda-se a classificação e as nomenclaturas utilizadas dentro da contabilidade 
de custos. 
2.2.1 Classificação e Nomenclaturas de Custos 
A contabilidade de custos usa sua própria terminologia, muitas das quais têm significados 
diferentes. Dessa forma, é necessário definir o entendimento de diferentes termos de custo para 
unificar os conceitos (CREPALDI, 2010). 
a) Gastos 
Sob a ótica contábil gastos são sacrifícios financeiros com os quais uma pessoa, 
organização ou governo, têm que arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerados esses 
ditos objetivos, a obtenção direta de um produto ou serviço qualquer. Além do mais, os gastos 
são definidos como os recursos liberados pela empresa para diversos fins, como gerar produtos 
ou serviços (custos), gerar resultados futuros (investimentos) ou gerar receitas (FERREIRA, 
2016). 
16 
 
Segundo Roberto Biasio (2012, p. 19) “o gasto é o sacrifício financeiro com o qual a 
entidadearca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, representado pela entrega ou 
promessa de entrega de ativos (normalmente em dinheiro).” 
 
b) Custos 
Pode-se definir custo como consumo, são os recursos utilizados para produção ou 
distribuição de produtos ou serviços. Biasio define: 
O custo é a espécie de gasto, que representa todos os componentes necessários à 
fabricação de novos produtos ou serviços. O custo de bens ou serviços é a expressão 
monetária dos insumos físicos realizados na obtenção destes, considerando-se o total 
retorno dos capitais empregados em termos de reposição. Do ponto de vista econômico, 
entende-se por custo toda e qualquer aplicação de recursos, de diferentes formas e 
expressa em seu valor monetário, para a produção e distribuição de mercadorias (ou 
prestação de serviços) até o ponto em que se possa receber o preço convencionado. 
(BIASIO, 2012, p. 20) 
Ferreira (2016, p. 24) destaca “Em sentido estrito, o custo só existe durante o processo de 
produção do bem ou serviço.” Portanto, os valores agregados a um produto só são considerados 
custos, quando em fase de produção. “Os gastos posteriores à produção, necessários á 
administração e comercialização do produto, não são custos, e sim despesas” conforme 
mencionado a seguir. 
Os custos também são categorizados de acordo com sua composição e sua conexão com 
mudanças na produção ou atividade. Portanto, os custos também podem ser divididos em custos 
fixos, custos variáveis e custos mistos, conforme definido por Dutra (2010): ii) Os custos 
variáveis referem-se a custos que variam de acordo com a quantidade de atividade durante o 
período. Portanto, quanto maior a quantidade de atividade, maior a parcela de custos variáveis e 
menor a quantidade de atividade, menor a parcela de custos variáveis; iii) Os custos mistos 
consistem em partes fixas e variáveis do mesmo item de custo. Quando é derivado da soma de 
custos fixos e custos variáveis, pode ser interpretado como custo total. 
c) Despesas 
As despesas são todos os esforços realizados para gerar receita. Crepaldi (2002, p. 17) cita 
que “São gastos que provocam redução do patrimônio, por exemplo, impostos, comissões de 
vendas, despesas com pró-labore”. 
Ferreira (2016, p. 24) menciona que “a despesa pode decorrer da redução de ativo ou do 
aumento do passivo exigível. Mas o objetivo de toda despesa, é a geração de receita e, por 
conseguinte o lucro.” Ferreira destaca ainda que, o sacrifício patrimonial correspondente às 
17 
 
despesas se deve ao fato de elas não gerarem uma recompensa que se adicione ao patrimônio, 
muito embora seja um gasto indispensável. 
Geralmente, os gastos relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são 
despesas. Quando a empresa tem uma única administração, por exemplo, dá-se a necessidade da 
realização de rateio arbitrário, alocando parte desse gasto ao custo e outra parte à despesa. 
d) Investimentos 
São os gastos efetuados na aquisição de ativos (bens ou direitos registrados em Conta do 
Ativo no Balanço Patrimonial) com perspectiva de gerar benefícios econômicos em períodos 
futuros. 
Para Biasio, investimentos definem-se como: 
Gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuídos a futuro(s) 
período(s). São especificamente chamados de investimentos todos os sacrifícios feitos 
para a aquisição de bens ou serviços (gastos) “estocados” nos ativos da empresa, para 
baixa ou amortização no momento de sua venda, de seu consumo, de seu 
desaparecimento ou de sua desvalorização. (BIASIO, 2012, p. 19) 
e) Perdas 
São as ocorrências fortuitas, ocasionais, indesejadas ou involuntárias no ambiente das 
operações de uma empresa. São exemplos de perdas, valores relacionados com a deterioração 
anormal de ativos causados por incêndios, inundações, furtos de mercadorias ou matérias-primas, 
o corte equivocado de uma peça (tornando-a imprestável para uso ou reaproveitamento). 
“Tais tipos de gastos não devem ser considerados integrantes dos custos de fabricação dos 
produtos, de vez que são fatores oriundos de ineficiência interna da empresa. São itens que vão 
diretamente à conta de resultado.” (BIASIO, 2012, p. 21). 
f) Desperdício 
São os gastos relacionados com atividades que não agregam valor, do ponto de vista do 
cliente, que implicam dispêndio de tempo e dinheiro desnecessários aos produtos (ou serviços). 
Como exemplo de desperdício, cita-se a produção de itens defeituosos, pois faz com que haja um 
retrabalho das unidades mal fabricadas ocasionando um dispêndio desnecessário. 
Também, para Bornia (2010, p. 17) é preciso também, conceituar desperdício como sendo 
o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa e nem serve para suportar 
diretamente o trabalho efetivo. 
Para Bornia (2010, p. 17-18): 
O conceito de desperdício é mais abrangente que a perda, pois além das perdas anormais, 
engloba, também as ineficiências normais do processo. Se, por exemplo, um processo 
18 
 
trabalha comumente com um índice de 1% de peças defeituosas e, em um dado período, 
5% dos itens produzidos forem defeituosos, a perda anormal equivale a 4%, enquanto os 
desperdícios totalizam 5%. A separação entre desperdícios normais e anormais também é 
interessante porque os desperdícios anormais podem ser eliminados no curto prazo (não 
deveriam ter ocorrido considerando-se o sistema produtivo atual), ao passo que os 
anormais devem ser atacados no longo prazo, dentro de um contexto de melhoria do 
sistema produtivo. 
Após entender a terminologia da contabilidade de custos, fica claro que a classificação de 
custos foi conceitualizada como mostrado abaixo. 
2.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 
“Todo custo se relaciona com a produção. Todavia, é classificado como direto ou indireto 
de acordo com sua identificação com determinado produto fabricado, e não com a produção 
como um todo” (FERREIRA, 2016, p. 37). 
2.2.2.1 Custos Diretos 
“São os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos, bastando 
existir uma medida de consumo (quilos, horas, quantidade de força consumida etc). Associam-se 
a produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida” (CREPALDI, 2002, p. 18). 
Os custos diretos podem ser devidamente identificados na composição do custo do 
produto. Biasio menciona os custos diretos da seguinte maneira: 
São, principalmente, os que incorrem em determinado produto, identificando-se como 
parte do respectivo custo. Grande parte deles é representada por dois grupos: material direto e 
mão de obra direta. São todos os custos perfeitamente mensuráveis e identificáveis com o 
produto, não havendo necessidade de utilizar distribuições proporcionais; a apropriação é feita de 
maneira direta. (BIASIO, 2012, p. 28) 
Ricardo J. Ferreira destaca ainda: 
Quando há um único produto em fabricação, todos os custos são diretos. Se a indústria 
fabrica um único artigo, todo o esforço de produção é relacionado a ele e todos os custos são 
apropriados a esse produto. Portanto, a divisão dos custos em diretos e indiretos só é aplicável 
quando são considerados dois ou mais produtos. (FERREIRA, 2016, p. 37) 
Existem algumas características que definem os custos diretos, são elas, a possibilidade de 
verificar ou estabelecer uma ligação direta com o produto final; possível visualizá-lo no produto 
final; clara e objetivamente específico do produto final e não se confunde com outros produtos; 
possível medir sua participação no produto final. 
 
19 
 
2.2.2.2 Custos Indiretos 
Os custos indiretos são aqueles que não podem ser identificados de forma precisa ao 
produto fabricado. “Referem-se a todos os custos que não são perfeitamente mensuráveis ou 
identificáveis ao produto; portanto, dependem do emprego de recursos para sua distribuição, tais 
como taxas de rateio ou critério de distribuição proporcional” (BIASIO, 2012, p. 28). 
Ferreira exemplifica da seguinte forma: 
Normalmente,são considerados custos indiretos: aluguel e seguro da fábrica; salário dos 
operários que trabalham na produção de dois ou mais produtos, sem que haja o apontamento das 
horas aplicadas a cada produto; salários dos supervisores e dos chefes do pessoal de produção; 
energia elétrica consumida na fábrica; depreciação dos equipamentos de produção; salários dos 
operários da fábrica que não trabalham diretamente na produção (segurança, limpeza, 
manutenção). (FERREIRA, 2016, p. 39) 
Ferreira (2016) destaca ainda que “existem os custos apropriados como indiretos por sua 
irrelevância, dificuldade de identificação etc. Se o reconhecimento de um custo como direto for 
muito oneroso, talvez seja mais conveniente apropriá-lo como custo indireto, por meio de rateio”. 
Além de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos podem ser classificados de 
outras formas diferentes. 
“Outra classificação usual é a que leva em consideração a relação entre os custos e o 
volume de atividade numa unidade de tempo. Divide basicamente os Custos Fixos e Variáveis” 
(MARTINS, 2001, p. 54). 
2.2.2.3 Custos Fixos 
“São aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido” (FERREIRA, 
2016). 
Mesmo que a base de volume selecionada como referencial varie, o valor total dos custos 
permanece praticamente igual, por isso são considerados fixos (LEONE & LEONE, 2010). 
Biasio define os custos fixos, conforme: 
Também conhecidos como custos de estrutura porque são decorrentes da natureza, do tipo 
e do tamanho e uma empresa e de suas instalações industriais ou, ainda como custos de períodos 
de tempo. São aqueles em que a empresa incorre pelo fato de existir e estar pronta para produzir. 
Esses custos, em reais, num período curto de tempo (normalmente um mês ou, no máximo, um 
20 
 
trimestre), têm seu valor determinado pela expectativa de volume de produção, não se alterando 
pelo fato de se produzir mais ou menos. (BIASIO, 2012, p. 25) 
Os custos fixos geralmente são alterados, quando há modificação no nível da capacidade 
produtiva, para mais ou para menos, podendo, então, fazer com que seu valor mude de grau, 
porém continua fixo perante seu novo grau (MARTINS E ROCHA, 2010). 
Não é possível mencionar, com certeza absoluta, exemplos definitivos e indiscutíveis de 
custos fixos, pois cada caso deve ser analisado à luz das especificas circunstâncias, inclusive e 
principalmente quanto a forma contratual junto ao fornecedor do recurso que está sendo 
analisado. Todavia, pode-se dizer que, geralmente, são fixos os custos com aluguel, pois 
costuma-se contratar seu valor por período; salários, sempre que ajustados também, por período; 
depreciação, quando provocada mais por obsolescência que pelo uso efetivo; energia na parcela 
referente à demanda mínima contratada; gases industriais, quando contratados e pagos por 
demanda mínima etc. (MARTINS E ROCHA, 2010, p. 22) 
2.2.2.4 Custos Variáveis 
“São todos os custos que variam no seu montante global em função da alteração do nível 
de atividade da empresa, ou seja, da variação da quantidade produzida no período” (BIASIO, 
2012, p. 26). 
 Os custos variáveis seguem o crescimento do volume de produção na mesma proporção 
ou com a mesma intensidade. Sua origem é consequência do funcionamento normal da empresa. 
Quanto maior o volume de atividade no período, maior será o custo variável total e, 
consequentemente, quanto menor forem as quantidades de volume, menor será o custo (BIASIO, 
2012). 
Martins (2001) aponta os custos variáveis da seguinte forma: 
“É de grande importância notar que a classificação em Fixos e Variáveis leva em 
consideração a unidade de tempo, o valor total de custos com um item nessa unidade de tempo e 
o volume de atividade. Não se trata, como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um 
relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já 
que, por mês, seu valor total consumido depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, 
por unidade elaborada a quantidade de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe 
tira a característica de Variável; pelo contrário, reforça-a. (MARTINS, 2001, p. 54) 
Na sequência, apresentam-se os métodos de custeio Variável, por Absorção, UEP e ABC, 
analisados no presente estudo. 
21 
 
2.3 MÉTODOS DE CUSTEIO 
Com os métodos e técnicas utilizados para apurar a contabilidade de custos, possibilita-se 
a identificação precisa dos recursos de todo processo, conforme: 
A contabilidade de custos é muito importante na distribuição dos custos indiretos aos 
produtos fabricados e/ou aos serviços prestados, na medida em que, sem ela, não seria possível 
alocar os custos indiretos. É por meio das técnicas utilizadas pela contabilidade de custos 
(departamentalização, bases de rateio, identificação e separação dos custos das despesas, 
classificação dos custos diretos e indiretos etc.) que se torna possível identificar os recursos e/ou 
esforços despendidos para a fabricação dos produtos. (BIASIO, 2012, p. 18). 
Método de custeio é a forma como as empresas agregam ao preço de venda seus custos de 
fabricação. Os métodos de custeio são os critérios utilizados para a apropriação dos custos à 
produção. De acordo com o sistema adotado, determinados custos podem ou não compor os 
gastos de produção. 
Esses métodos são utilizados para, entre muitas outras informações, determinar o valor 
dos objetos de custeio; reduzir custos; melhorar os processos; eliminar desperdícios; decidir entre 
produzir ou terceirizar; e eliminar, criar e aumentar, ou diminuir, a linha de produção de certos 
produtos. Dentre esses métodos, serão estudados no presente trabalho, o Custeio Variável, o 
Custeio por Absorção, ABC - Custeio Baseado em Atividades e o método UEP – Unidade de 
Esforço de Produção. 
Podem ser desenvolvidos com enfoque econômico (utilização do resultado dos custos 
para tomada de decisão); ou enfoque contábil (seu resultado visa o atendimento à apuração dos 
resultados). Esse fato evidencia a importância da utilização de métodos de custeio compatíveis 
com os objetivos e as características das organizações. 
2.3.1 Método de Custeio Variável 
 “É o sistema de custos em que só são alocados aos produtos os custos variáveis; Os custos 
fixos ficam separados e são considerados como despesas do período, indo diretamente para o 
resultado” (BIASIO, 2012, p. 55). 
Deve-se salientar que, o uso do sistema variável não é aceito para fins contábeis; no 
entanto, tem sua grande aplicação na gestão, em especial na geração de informações para a 
tomada de decisão. Tão importante quanto estar bem conceituado, é a efetiva utilidade do método 
de custeio empregado. Para tanto, as necessidades devem confrontar-se com as características do 
método. 
22 
 
Bornia (2002, p. 52) explica que “o sistema de custeio deve estar em sintonia e adaptado 
ao sistema de gestão da empresa, possibilitando fornecer informações que levem a decisões 
corretas, diante do atual ambiente competitivo.” Para que haja essa sintonia, deve-se analisar de 
que tipos de custos a empresa necessita tratar. A análise pode ser feita através de 
questionamentos em relação às necessidades da empresa, como as informações necessárias 
podem ser obtidas e que resultados deseja-se alcançar. 
Munaretto e Diedrich (2007, p.71) salientam que 
as informações obtidas por meio do Custeio Variável possibilitam aos gestores analisar os 
gastos da empresa em relação aos volumes produzidos ou vendidos, as decisões em 
relação ao corte ou manutenção de produtos existentes, mudanças no mix de produção, 
incorporação de novos produtos ou quantidades adicionais etc. 
 Por meio da análise a respeito das necessidades e informações, o custeio variável resulta 
em um apoio para as decisões relativas a volume de produção e vendas, implementação ou 
ampliação de produção, o que e quanto produzir. 
Crepaldi (2002) exemplificaainda que nesse sistema, os custos variáveis e os custos fixos 
são isolados, dessa maneira, ocorre a separação dos gastos que oscilam proporcionalmente ao 
volume da produção/venda e gastos que se mantêm estáveis perante volumes de produção/venda 
oscilantes dentro de certos limites. 
Conforme já comentado, na apuração do custeio variável, são alocados apenas os custos 
variáveis aos produtos, possibilitando dessa forma, uma margem de contribuição por produto ou 
total. Essa informação possui um poder extraordinário, pois seu resultado não é influenciado pelo 
rateio dos custos fixos, que podem trazer um parâmetro distorcido (LEONE; LEONE, 2010). 
O método do Custeio Variável tem como principal enfoque o área gerencial. Conforme 
Martins e Rocha (2015), sua utilização é indicada para tomada de decisões de formação de preços 
de venda, através do cálculo da Margem de Contribuição; Para planejamento operacional de 
curto prazo, conjugado com o orçamento flexível; Mensuração e Análise de lucratividade de 
produtos/serviços; Decisões sobre a aceitação, ou não, de propostas de clientes abaixo dos preços 
normais; 
Para muitos autores e profissionais da Área da Contabilidade Gerencial, esse método não 
seria vantajoso analisando-se alguns aspectos. Seguindo o pensamento de Martins e Rocha 
(2015), não é indicado para Análise de custos de longo prazo de produtos/serviços; Formação de 
preços, em sistemas de produção intermitente, por ordem ou por encomenda; Valoração de 
estoque no balanço patrimonial. Além de que, conforme já comentado, não ser uma sistema 
aceito pelo fisco, servindo apenas para uso gerencial. 
23 
 
2.3.1.1 Margem de Contribuição 
 “É a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada 
unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e 
lhe pode ser imputado sem erro” (MARTINS, 2001, p. 195). 
Crepaldi (2002, p. 225), cita que “Margem de contribuição é um conceito de extrema 
importância para o custeio variável e para a tomada de decisões gerenciais”. 
Os autores definem a seguinte fórmula para a apuração da margem de contribuição: 
 
 
No qual: 
MC: Margem de Contribuição 
RL: Receita Líquida 
CV: Custos Variáveis 
DV: Despesas Variáveis 
“A Margem de Contribuição representa o valor que cobrirá os Custos e Despesas fixos da 
empresa e proporcionará o lucro” (CREPALDI, 2002, p. 224). Nesse contexto, a aplicação do 
cálculo traz a receita líquida de cada produto, possibilitando uma visualização mais ampla do 
valor disponível para cobrir os gastos fixos e respectivo lucro para a empresa. 
Dando continuidade ao entendimento sobre os métodos de custeio, a seguir aborda-se o 
método de custeio por absorção. 
2.3.2 Método de Custeio por Absorção 
No sistema de Custeio por Absorção, apropriam-se à produção todos os custos, fixos e 
variáveis, tanto os diretos quanto os indiretos. Assim, esses custos são “estocados” e lançados ao 
resultado apenas quando da venda dos produtos correspondentes (FERREIRA, 2016, p. 141). 
 A grande peculiaridade do custeio por absorção é a apropriação dos custos fixos ao 
produto. Custos como aluguel, seguro da fábrica, imposto predial, são todos gastos realizados 
para que a empresa esteja em condições de produção. Todavia, são custos incorridos e que não 
sofrem variações de acordo com o volume de produção. 
MC = RL - CV - DV 
24 
 
Destaca-se ainda, que é o método consagrado pela Legislação Fiscal e Tributária e 
também pelos Princípios Fundamentais da Contabilidade. 
Santos (2009) também ressalta que o método de custeio por absorção é considerado 
básico para a avaliação de estoques, para fins de apresentação do balanço patrimonial e da 
demonstração do resultado do exercício. 
Crepaldi cita que para a aplicação deste custeio deve-se realizar o processo de três passos: 
Primeiro, é preciso separar os custos de produto do custo do período. Segundo, os custos 
diretos de produto são atribuídos aos produtos específicos, enquanto os custos indiretos são 
atribuídos a centros de custos. Terceiro, os custos indiretos são distribuídos do centro aos 
produtos de acordo com seu uso. A soma de custos diretos e custos indiretos distribuídos forma o 
custo do produto. (CREPALDI, 1998, p. 84) 
A ênfase quanto ao Custeio por Absorção, está no tratamento dos custos indiretos. 
Verifica-se que esses custos necessitam de rateios para que sejam alocados aos produtos. 
Segundo Crepaldi (1998), rateio é o recurso empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o 
fator pelo qual dividem-se os custos indiretos. Maher, (2001, p.231), comenta que o “rateio de 
custos representa a atribuição de um custo indireto a um objeto do custo, segundo uma certa 
base”, esta é a base de rateio que será empregada para dividir os itens de custo indireto. 
Stark (2007) menciona algumas vantagens do sistema de custeio por absorção: defende 
que ele é o mais viável por ser o método adotado pela contabilidade financeira e, com isso, é 
válido tanto para fins de levantamento do balanço patrimonial e demonstração de resultados, 
como também para o imposto de renda na apresentação dos lucros fiscais. Outra vantagem, é que 
este método traz as melhores informações aos gestores para o estabelecimento dos preços de 
venda, visando a recuperação de todos os custos incorridos pela organização. 
Por outro lado, Abbas, Gonçalves e Leoncine (2012) destacam algumas desvantagens 
dessa ferramenta, como a alocação arbitrária dos custos indiretos fixos aos produtos por meio de 
critério de rateio; o custo fixo por unidade depender também do volume de produção; o custo de 
um produto poder sofrer variação em função da alteração de volume de outro produto; os custos 
fixos existirem, independente da fabricação ou não de uma ou outra unidade, afetando o custo 
unitário. 
Ferreira faz a seguinte comparação: 
Se toda a produção iniciada e acabada em um determinado período for vendida, o lucro 
bruto pelo custeio variável será maior que o apurado pelo custeio por absorção, pela não 
25 
 
apropriação dos custos fixos aos produtos no sistema de custeio variável e a consequente redução 
do custo dos produtos vendidos. Nessa mesma hipótese, o lucro líquido será o mesmo nos dois 
métodos, pois os custos fixos integrarão o custo dos produtos vendidos no custeio por absorção e 
estarão entre as despesas operacionais no custeio variável. (FERREIRA, 2016, p. 143) 
 Dentro do Custeio Por Absorção, Martins e Rocha (2015), definem três tipos de 
variações, sendo elas, o Custeio por Absorção Parcial, o Custeio por Absorção Parcial 
Modificado; e o Custeio por Absorção Integral ou Pleno. O mais utilizado é o Custeio por 
Absorção Parcial, que atribui aos produtos todos os custos, fixos e variáveis, enquanto os gastos 
administrativos vão diretamente para o resultado do período a que se referem, obedecendo ao 
Princípio da Competência. Diz-se ainda que esse método “consiste na apropriação de todos os 
custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção” (MARTINS, 2010, p. 37). 
Já o Custeio por Absorção Parcial Modificado, leva aos produtos apenas os custos fixos e 
variáveis operacionais, enquanto os custos fixos estruturais, como estruturas, edificações e 
máquinas, e as despesas, são debitadas diretamente no resultado do período em que são 
incorridas (MARTIN, ROCHA, 2015). 
E por fim, o Custeio por Absorção Integral ou Pleno, diferencia-se das outras variações, 
por considerar aos produtos todos os custos de produção, e ainda os gastos fixos de administração 
e de vendas. Em síntese, esse método versa alocar em um único produto, todos os sacrifícios que 
a empresa desprende não somente para sua produção, mas também para planejar, controlar, 
vender e financiar suas atividades (MARTINS, ROCHA, 2015). 
2.3.3 Método de Custeio UEP 
 “Unidades de Esforço de Produção (UEP) é uma metodologia de custeio por meio da qual 
o custode transformação é atribuído a cada unidade de produto fabricada com base no esforço 
despendido pela empresa para a fabricação da respectiva unidade” (RIBEIRO, 2011, p. 443). 
Bornia (2010) enfatiza que o método da unidade de esforço de produção trata apenas dos custos 
de transformação, os demais custos relativos a matéria-prima são trabalhados separadamente não 
sendo analisados pelo método em questão. 
 O custo de transformação em questão representa o valor que a organização agrega ao 
custo do produto, além da matéria-prima, compondo dessa maneira o custo total de fabricação de 
cada produto. Segundo Martins e Rocha, cada UEP é uma medida comum do esforço produtivo 
na esfera de cada posto operativo. 
 Bornia (2010) destaca ainda, que a grande vantagem do método UEP está na simplicidade 
da operacionalização. Depois de identificado os potenciais produtivos e os equivalentes em 
26 
 
UEP’s dos produtos, os cálculos de alocação de custos de transformação e o acompanhamento 
dos índices de desempenho, que devem ser revisados periodicamente, são muito fáceis e rápidos. 
Também permite a identificação inclusive dos possíveis gargalos, facilitando decisões como o 
lançamento de um novo produto, propicia um melhor planejamento do mix de produtos a fim de 
maximizar a produção e permite reduzir as distorções na alocação destes custos. 
 Quanto às desvantagens, o método de custeio UEP possui dificuldade no tratamento dos 
desperdícios, pois não fornece a parcela de custo referente a tal. O método UEP apresenta ainda 
deficiência na análise de estrutura. Para Bornia (2010), como esse método não trabalha com 
transformação dos produtos, as despesas de estrutura não são consideradas. Enfatiza-se ainda, 
que sua aplicação é limitada à produção e não consideram-se as despesas incorridas além do 
referido posto operativo. 
Na sequência e por fim, traz-se a definição do método de custeio ABC. 
2.3.4 Método de Custeio ABC 
O método de Activity Based Costing (ABC) ou custeio baseado em atividades diferencia-
se dos demais métodos pela forma de distribuição a análise dos custos indiretos. Enquanto os 
outros sistemas de custeio atribuem os custos de forma direta, no caso da matéria-prima e MOD 
(Mão de obra direta), e apropriam os custos indiretos através de rateios arbitrários, o sistema de 
custeio por atividades veio com o propósito de não mais fazer apropriação dos custos indiretos 
por rateios e sim pelas atividades envolvidas em seu processo (SANTOS, 2011). 
 Esse método parte do princípio de que não são os bens ou serviços que consomem 
recursos, mas, sim, os recursos que são consumidos pelas atividades e estas, por sua vez, são 
consumidas pelos bens ou serviços. 
 Para Martins e Rocha (2015, p. 141) no objetivo maior de proporcionar informação para a 
gestão de custos “o ABC cuida do mapeamento de processos a atividades, da identificação dos 
fatores que determinam ou influenciam o custo das atividades e da identificação das rotas de 
custos, rastreando-as aos produtos”. 
 Ribeiro cita (2011, p. 370): 
Tal sistema fundamenta-se no fato de que as atividades consomem recursos e os produtos 
consomem as atividades. Por esse motivo, os CIF’s devem ser transferidos aos produtos com 
base nas atividades que cada um consumiu. Assim, os CIF’s são transferidos inicialmente para as 
atividades e delas para os produtos. 
27 
 
 Dessa forma, após identificados os centros de custos a partir da departamentalização e os 
elementos de custos desses centros, são identificadas as atividades definidas por Riberio (2011, p. 
370) como “um conjunto de tarefas decorrentes da combinação de recursos humanos, financeiros, 
materiais e tecnológicos que visa a produção de bens ou a prestação de serviços”. 
Com a definição das atividades, os custos são alocados a elas, por intermédio dos 
direcionadores. Ainda na ideia de Ribeiro (2011), existem dois tipos de direcionadores, os de 
recursos, que estão associados ao consumo de recursos pelas atividades, ou seja, representam a 
quantidade de um recurso para a realização de uma atividade; e os de atividades, que por sua vez, 
utilizam-se para a alocação dos custos acumulados nas atividades para os produtos. Segundo o 
mesmo autor, os passos para aplicação do ABC são, basicamente: 
- Departamentalização; 
- Identificação dos gastos; 
- Distribuição dos gastos aos departamentos; 
- Identificação dos gastos incorridos em cada departamento; 
- Identificação das atividades realizadas em cada departamento; 
- Atribuição de custos às atividades; 
- Atribuição de custos aos produtos; 
Souza e Carvalho (2012), ao referirem-se a esse método, ressaltam que se mostra 
relevante nas situações em que é necessário analisar certos processos para incorrer em 
reestruturações e aperfeiçoamentos. E ainda, proporciona informações gerenciais relativamente 
mais fidedignas por meio da redução do rateio; identifica o custo de cada atividade em relação 
aos custos totais da entidade. 
Como desvantagens menciona-se necessidade de revisão constante; gastos elevados para 
sua implementação; informações de difícil extração; e ainda, falta de pessoal competente, 
qualificado e experiente para sua implantação e acompanhamento. 
 
2.4 Ponto de Equilíbrio 
 Ponto de Equilíbrio ou break-even point é definido por Ribeiro (2011, p. 479) como “o 
estágio alcançado pela empresa no momento em que as receitas totais se igualam aos custos e 
despesas totais”. O autor acrescenta ainda que nesse estágio, a empresa estará economicamente 
28 
 
em íntegro equilíbrio, isto é, o ponto em que o volume de vendas é suficiente para cobrir todos os 
custos e as despesas da organização, não havendo lucro nem prejuízo. 
 Bornia (2010, p. 58) define como “O ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o nível 
de vedas no qual o lucro é nulo”. Santos (2011, p. 37) analisa da seguinte maneira: “O ponto de 
equilíbrio será obtido quando o total dos lucros marginais, de todos os produtos comercializados, 
equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período de tempo objeto de análise”. 
Bornia (2010, p.64) também afirma que “quanto mais acima do ponto de equilíbrio a 
empresa estiver operando, maior será a sua segurança de que eventuais quedas no faturamento 
não levarão o resultado operacional para a zona do prejuízo” 
Figura 1 – Ponto de Equilíbrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Santos (2011, p. 39). 
Dessa forma, Crepaldi (2002, p. 228) cita que “A análise do PE é fundamental nas 
obrigações referentes a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou 
corte de produtos e para análise das alterações do preço de venda, conforme o comportamento do 
mercado”. Por isso, o Ponto de Equilíbrio recebe três denominações distintas: Ponto de 
Equilíbrio Contábil (PEC); o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE); e o Ponto de Equilíbrio 
Financeiro (PEF). As variações sobre o PE são abordadas na sequência. 
2.4.1 Ponto de Equilíbrio Contábil 
 Na ideia de Crepaldi (2002, p. 229), “O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), é obtido 
quando há volume suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em que 
não há lucro nem prejuízo. É o ponto de igualdade entre a Receita Total e o Custo Total”. 
29 
 
Bornia (2010, p. 63) destaca que “No PE, são levados em conta todos os custos e despesas 
contábeis relacionados com o funcionamento da empresa”. 
 Ribeiro (2011) exemplifica que, para chegar no PE divide-se os Custos e Despesas Totais 
(CDFT) pela Margem de Contribuição Unitária (MCU) já explicada em capítulo anterior, dessa 
forma: 
PEC = CDFT/MCU 
 Portanto, tem-se a receita bruta que a empresa precisa obter para alcançar seu Ponto de 
Equilíbrio e atingir o resultado nulo. O próximo ponto analisado será o Ponto de Equilíbrio 
Econômico. 
2.4.2 Ponto de Equilíbrio Econômico 
 Para Santos (2011), o conceito do Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), dita a receita 
total no momentoem que além de cobrir os custos totais, são acrescidas ainda de um lucro 
mínimo de retorno do capital investido. Nas palavras de Crepaldi (2002, p. 229) “O PEE ocorre 
quando existe lucro na empresa e esta busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em 
relação à taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido”. 
 Ribeiro (2011) dispõe a seguinte fórmula para chegar-se no PEE: 
PEE = CDFT + ML/MCU 
 Sintetizando, somam-se os custos e despesas fixos totais com a margem de lucro desejada 
e divide-se pela margem de contribuição unitária, chegando-se então no ponto de equilíbrio 
contábil. Na sequência e por fim, conceitua-se o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). 
2.4.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro 
 “O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é representado pelo volume de vendas 
necessárias para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiros” 
(CREPALDI, 2002, p. 230). Bornia (2010) exemplifica que no PEF, são considerados apenas os 
custos desembolsados pela empresa, que trazem significativa oneração financeira para a 
organização. 
 Pode-se definir ainda na ideia de Ribeiro (2011, p. 496) que “Ponto de Equilíbrio 
financeiro é o estágio alcançado pela empresa no momento em que a receita total auferida com a 
venda dos produtos é suficiente para cobrir o total dos custos e das despesas totais diminuído do 
total dos custos e despesas não financeiros”. O autor traz a seguinte fórmula: 
30 
 
PEF = CDFT – CDNF/MCU 
 Dessa forma encontra-se o PEF, diminuindo os custos e despesas fixos totais dos custos e 
despesas não financeiros, divididos pela margem de contribuição unitária. 
 Realizado o entendimento teórico sobre todas as ferramentas envolvidas neste estudo, 
apresenta-se por seguinte o capítulo que evidencia a análise e desenvolvimento prático do 
presente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Nesse capítulo, serão apresentados os dados da empresa estudada, bem como a análise e 
resultados dos métodos aplicados 
 
3.1 Caracterização da empresa 
 
 A organização, a Gelus Indústria e Comércio Ltda, iniciou as suas atividades no dia 06 de 
abril de 2000 no município de Venâncio Aires/RS. Sendo do ramo metalúrgico ela possuiu um 
mix de produtos na sua carteira que são comercializados em alguns estados brasileiros. A seguir 
serão mostrados alguns dos itens que essa indústria produz. Sã eles: displays, expositores 
tubulares e aramados, acessórios para gôndolas e grades aramadas para linhas de refrigeração, 
fogões e fornos industriais. Os pilares do seu negócio estão pautados em três objetivos. O 
primeiro deles é desenvolver produtos que atendam às necessidades, desejos e características 
dos seus inúmeros clientes. O segundo objetivo é foco na ergonomia – ergon (trabalho) e 
nomos (normas, regras) que nada mais é do que projetar produtos que ofereçam segurança, 
saúde, conforto e eficiência para os usuários. O terceiro objetivo diz respeito a otimização dos 
espaços. Essa é uma preocupação que as organizações tem em razão da redução das áreas 
disponíveis para o desenvolvimento e a execução das suas operações. 
A empresa dispõe sua divisão de custos baseada em um Plano de Centros de Custos 
separados em quatro áreas que são Apoio (1), Produção (2), Administração (3) e 
Comercialização (4). Cada área é distribuída da seguinte forma: 
 Apoio: 1 – Almoxarifado, 2 – PPCP Planejamento, Programação e Controle de Produção, 
3 – Manutenção (Mecânica, Elétrica e Hidráulica) e 4 – Criação, Desenho, Seleção de materiais e 
Medição. 
 Produção: 5 – Corte, 6 – Solda, 7 – Acabamento, 8 – Ponteação, 9 – Banho, 10 – Pintura, 
11 – Embalagem e 12 – Gerência de produção. 
 Administração: 13 – Recepção, 14 – Presidência, 15 – Compras e 16 – Recursos 
Humanos (RH). 
 Comercialização: 17 – Comercial, 18 – Custos e 19 – Logística. 
 
3.2 Dados de Referência para Aplicação dos Métodos 
 Na sequência, identificam-se os dados de referência da empresa para aplicação dos 
métodos. 
32 
 
3.2.1 Dados dos Produtos, Preços, Produção e Tributação 
Para o estudo foram analisados dois produtos, a grelha e o gancho, na qual possuem 
preços definidos em R$ 20,00 e R$ 4,00, respectivamente. Considera-se na empresa uma 
produção de 24 horas ao dia, durante 22 dias no mês. Alcançam dessa forma, um volume de 
produção de 25 ganchos e 10 grelhas, por hora trabalhada. No dia, são produzidos 600 ganchos e 
240 grelhas, totalizando no mês 13.200 ganchos e 5.280 grelhas, conforme dados históricos da 
empresa. 
A empresa é inscrita na tributação do Lucro Real, adotando as alíquotas de 18% de ICMS, 
1,65% de PIS e 7,60% de COFINS, para ambos os produtos. O IPI possui alíquotas 
diferenciadas, sendo 15% para o produto grelha e 5% para o produto gancho. 
3.2.2 Depreciações 
a) Depreciação Predial 
A instalação da empresa possui uma avaliação patrimonial de R$1.000.000,00. Intitula-se 
uma vida útil de 240 meses, somando uma depreciação mensal de R$4.166,67. 
O prédio possui uma área de 1.157,36m², onde o valor da depreciação é distribuído aos 
Centros de Custos, utilizando o critério metros quadrados ocupados por cada Centro, conforme 
demonstrado no Apêndice A. 
b) Depreciação Máquinas 
 As máquinas estão distribuídas em sua totalidade ao setor produtivo, compondo um valor 
total de R$1.468.431,00 em maquinário. Os bens estão divididos aos centros de custos, com suas 
quantidades e vida útil (mês), totalizando o valor depreciável de R$12.293,93 das máquinas 
mensalmente, conforme elaborado no Apêndice B. 
c) Depreciação Móveis e Utensílios 
 A empresa apresenta seis itens que possuem na empresa, são eles, Computador no valor 
de R$3.000,00, Telefone R$75,00, Impressora R$400,00, Cadeira R$300,00, Mesa R$500,00 e 
Armário R$1.000,00, totalizando conforme as quantidades especificadas um valor de 
R$71.125,00 na conta de móveis e utensílios. Conforme o Apêndice C, visualiza-se a distribuição 
33 
 
dos itens aos centros, de acordo com suas respectivas quantidades, reunindo um valor total de 
depreciação de móveis e utensílios de R$592,71 por mês. 
d) Depreciações totais aos centros de custos 
Somou-se então, as depreciações do prédio, máquinas e móveis e utensílios para cada 
centro de custo, chegando a um montante total de depreciações na empresa de R$16.952,37. A 
visualização das somas especifica-se no Apêndice D. 
3.2.3 Despesas com Folha de Pagamento 
Foram alocadas ainda, as despesas com os salários dos empregados da empresa, que 
totalizam em 20 pessoas. A empresa possui 4 faixas salariais, de acordo com cada função, que 
foram calculados para cada centro de custo conforme a quantidade de empregado e sua respectiva 
função, disponível no Apêndice E. 
3.2.4 Despesas Fixas Mensais 
 A empresa divide as empresas fixas em dois grupos: Administração e Gastos Gerais de 
Fabricação (GGF). Essas despesas foram rateadas aos centros de custos, de acordo com 
determinações definidas pela empresa que seguem detalhadas abaixo: 
Quadro 1 – Critérios de rateio 
Despesas Regra de rateio 
 GGF 
EQUIPAMENTO PROTEÇAO INDIVIDUAL Número de funcionários 
INSUMOS/CONSUMIVEIS Centros de custo produtivos 
GÁS PARA SOLDA Setores que usam 
GÁS BANHO/PINTURA Setores que usam 
MANUTENÇÃO MÁQUINAS/EQUIPAMENTOS Centros de custo produtivo 
 ADMINISTRAÇÃO 
ENERGIA Consumo de energia por máquina 
TELEFONE Número de funcionários 
MATERIAL LIMPEZA/COZINHA Igual a todos os setores 
ÁGUA Número de funcionários 
34 
 
HONORÁRIOS/ASSESSORIAS Setores que possuem 
INTERNET Setores que usam 
ASSISTENCIA MÉDICA Setores que usam 
MATERIAL DE EXPEDIENTE Setores administrativos 
DESPESA COM SOFWARE ERP Iguais a todos os setores 
SEGURO FÁBRICA Centro de custoda Presidência 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
 As despesas fixas mensais totalizaram um valor de R$24.825,73, os quais são 
identificados no Apêndice F. 
3.2.5 Consumo de Energia Elétrica 
 O consumo de Energia Elétrica foi rateado em Energia de Produção (Direto) e Energia 
Indireta aos demais Centros de Custos. O cálculo da Energia de produção foi realizado com base 
no número de horas, multiplicado pelo consumo em KW/H, com um custo definido de R$0,25 
por KW/H. Aos demais Centros de Custos, foram consideradas as quantidades de lâmpadas, 
multiplicadas pelo custo e horas de funcionamento. O consumo total de Energia consumido pela 
empresa foi de R$8.479,64, conforme visualiza-se no Apêndice G. 
3.3 Aplicação do Método de Custeio Variável 
 Inicialmente, será apresentada a aplicação do Método de Custeio Variável e suas 
variações. 
 
3.3.1 Mapa de Localização de Custos 
 Para identificar o custeio variável, realizou-se o MLC (Mapa de Localização dos Custos), 
conforme as divisões dos centros de custos citados. A exemplo do centro de custos 2 – CC2, 
foram alocadas espécies de custos do patrimônio, de pessoas, administração e gastos gerais de 
produção, chegando neste caso a um custo identificado de R$3.636,86. 
Da mesma maneira, foram identificados os custos de todos os outros centros de custos. 
Seguindo a mesma definição, chegou-se assim a um valor de R$13.246,78 para os CC de Apoio, 
R$41.296,91 para os CC de Produção, R$14.843,85 para os CC de Administração e R$10.942,56 
para os CC de Comercialização. 
35 
 
Feita a análise do MLC final, identificou-se um custo fixo total de R$80.330,10, o que 
representa um percentual de 50,71 sobre a receita estimada, que para o período é de 
R$158.400,00. A apropriação completa identifica-se no Apêndice H. 
3.3.2 Análise do Boletim de Custos 
 Seguindo a análise do sistema de custeio variável, desenvolveu-se o BC (Boletim de 
Custos), que para o produto gancho, por exemplo, constatou um custo variável de materiais de 
R$0,20, conforme verifica-se no Apêndice I. Para projeção do PVI (Preço de Venda Ideal), 
estimou-se despesas com impostos, 18% ICMS, 1,65% de PIS, 7,60% de COFINS e um custo 
fixo calculado de 50,71%. A soma desses gastos totalizou um valor percentual de 77,96, 
formando um índice de 4,54 chamado de Mark-up. 
 O cálculo de precificação fundamentou-se na fórmula do Mark-up multiplicador. Onde, 
custo x Mark-up, chegou-se a um PVI estimado de R$0,91 (visualização no Apêndice J), bem 
abaixo do valor já praticado pela empresa. A mesma metodologia foi aplicada para o produto 
grelha, conforme Apêndice K. 
3.3.3 Análise Custo-Volume-Lucro 
 O método do Custeio Variável utiliza-se da aplicação da fórmula da Margem de 
Contribuição que nada mais é do que MC = PV – DVD - CVD, para então chegar no Ponto de 
Equilíbrio. Através dos dados alcançados nos Boletins de Custos vistos anteriormente, partiu-se 
da precificação sugerida para o produto gancho R$0,91 e para o produto grelha R$14,71. Todo o 
orçamento foi baseado nesta estimativa inicial considerando também o custo variável direto 
calculado para cada produto que foi de R$0,20 e R$3,24, respectivamente. Dessa forma, foi 
possível calcular a Margem de Contribuição que foi R$0,46 ou 50,77% para o produto gancho e 
R$7,46 ou 50,72% para o produto grelha. 
Após isso, é possível identificar a MCPP (Margem de Contribuição por Produto), através 
da seguinte fórmula: 
MCPP = Volume x MC unitária 
Dessa forma, chegou-se a uma MCPP de R$6.098,73 para o produto gancho e 
R$39.396,85 para o produto grelha, totalizando uma MC mix de R$45.495,58. 
Partindo do volume histórico de produção e vendas da empresa pode-se estimar o fator de 
equilíbrio (FE) da seguinte forma: 
FE=CFtotal/MCmix 
36 
 
O fator de equilíbrio calculado foi de 1,7657 que quer dizer que essa empresa está abaixo 
do ponto de equilíbrio, necessitando um aumento de 76,57% na sua receita média ponderada para 
recuperar todos os custos fixos independentes que foram R$80.330,10 conforme MLC. 
Visualiza-se no quadro abaixo: 
Quadro 2 – Análise Mix Custeio Variável 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
3.4 Aplicação do Método de Custeio por Absorção 
Em seguida, será apresentada a aplicação do Método de Custeio por Absorção e suas 
variações. 
3.4.1 Mapa de Localização de Custos 
O MLC pelo custeio por absorção utiliza-se dos mesmos dados já identificados no custeio 
variável, por espécie de custos e centros de custos produtivos e não produtivos. A grande 
altercação na apropriação dos custos por esse método, concentra-se nos centros produtivos do 5 
ao 12. 
Nesse contexto, realizou-se a apropriação de R$41.296,91 de forma direta para os 
produtos com base em parâmetros de rateio. Ainda conforme o MLC, os gastos que abrangem as 
áreas de Apoio, de Administração e Comercialização no montante de R$39.033,19, continuam 
sendo tratados como CFI, tendo uma proporção de 24,64% de custos fixos não distribuídos, 
obtidos através da proporção entre CFI e a Receita Total. 
Para a realização do rateio dos custos, utilizaram-se os critérios conforme tabela abaixo: 
Quadro 3 – Critérios de Rateio pelo Método Absorção 
PRODUTO 
NÍVEL DE PRODUÇÃO TEMPO DE PRODUÇÃO 
Quantidade Percentual Percentual 
GANCHO 11.105 71,42% 80% 
GRELHA 4.442 28,57% 20% 
 Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
PRODUTO PV DVD CVD MC UM MC% VOLUME MCPP FEC PEC UN PEC R$ 
GANCHO R$0,91 R$0,25 R$0,20 R$0,46 50,77% 13200 R$6.098,73 1,7657 23307 R$21.209,21 
GRELHA R$14,71 R$4,01 R$3,24 R$7,46 50,72% 5280 R$39.396,85 1,7657 9323 R$137.137.33 
 MC MIX R$45.495,58 32630 R$158.346,53 
37 
 
As contas do patrimônio, gastos gerais, administração utilizaram o critério em relação a 
produtividade. E as contas com pessoal utilizaram o critério de rateio por tempo trabalhado, 
conforme visualização no Apêndice L. 
Dos custos absorvidos foram rateados R$30.599,73 para o produto gancho, chegando a 
uma estimativa de custo unitário de R$2,76. Para o produto grelha chegou-se a um rateio de 
custos de R$10.697,17 e um valor de R$2,41 na unidade. 
 
3.4.2 Análise do Boletim de Custos 
 Continuando a análise do sistema de custeio por absorção, o BC apurou para o produto 
gancho, além do custo variável direto de R$0,20, um custo fixo de fabricação de R$2,76 obtidos 
pela distribuição dos custos fixos industriais aos produtos, gerando um custo total de fabricação 
de R$2,96. Dessa maneira, forma-se o PVI computando as despesas variáveis e a margem 
estimada para cobertura dos custos fixos restantes, através do Mark-up. O total desses custos para 
o boletim do produto gancho chegou a um percentual de 51,89%, obtido pela fórmula Mark-up 
multiplicador, um índice de 2,08. 
Por conseguinte, é possível estimar o PVI sugerido pela metodologia de custeio por 
absorção multiplicando o custo unitário de fabricação, que é R$2,96, pelo Mark-up índice, 2,08, 
gerando assim um PVI de R$6,15 (Apêndice M). Para BC do Produto Grelha (Apêndice N) foi 
utilizada a mesma metodologia, onde apresentou um PVI de R$11,74. 
3.4.3 Análise Custo-Volume-Lucro 
 A Análise do Custo-Volume-Lucro para o método de Custeio por Absorção utiliza os 
moldes do Custeio Variável, dessa forma, através do PVI, as DVD e os CVD chega-se a uma 
Margem de Contribuição Unitária de R$4,27 para o produto gancho e R$5,30 para o produto 
grelha. 
 Realizando a multiplicação da MC um pelo volume, é possível obter a MCPP de 
R$56.322,42 e R$27.988,49, para os produtos gancho e grelha, respectivamente. A soma das 
duas Margens totalizam um MC MIX de R$84.310,91 e um FEC de 0,9528, significando que 
com esse preços de venda sugeridos pelo método de Custeio por Absorção, a empresa precisaria 
atingir 95,28% do seu MIX médio ponderado para chegar no seu ponto de equilíbrio contábil e 
cobrir todos os Custos Fixos. 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Quadro 4 – Análise Mix Custeio por Absorção 
Fonte:Elaborado pelo autor (2020). 
3.5 Aplicação do Método de Custeio UEP 
A seguir, será apresentada a aplicação do Método de Custeio UEP e suas variações. 
3.5.1 Mapa de Localização de Custos 
A formação do MLC apresentado para aplicação do método UEP utiliza-se dos mesmos 
dados já elaborados para o cálculo do Custeio Variável. A diferença está na maneira em que os 
custos diretamente ligados à produção (CC 5 ao CC 11) que totalizam R$41.296,91 serão 
apropriados para os produtos. O método UEP realiza a distribuição desses custos dos Postos 
Operativos PO’s ou Centros de Custos, para identificação do custo de transformação de cada 
produto fabricado pela técnica mapa de foto-índices. Para apuração do mapa de foto-índice 
necessita-se de uma análise e controle nas operações produtivas calculando a capacidade horária 
de produção de cada centro de custo. 
Dessa forma, foi realizado o cálculo do custo técnico direcionado para cada Centro de 
Custo, a exemplo do CC 5 (corte), onde o custo direcionado foi R$7.333,99, no qual dividido 
pelo potencial de horas produzidas 348,33, resultou em um foto-índice de R$21,05. 
 Igualmente, essa metodologia foi aplicada aos outros Centros de Custos (CC 6 ao CC 11) 
conforme identificados no Mapa de foto-índice visualizáveis no Apêndice O, alcançando um 
custo total de fabricação de R$41.296,91 conforme já apontados no MLC. 
 Ao final da distribuição dos custos de produção, é possível identificar que os custos fixos 
relacionados às áreas de Apoio, Administração, Comercialização e ao CC de Gerência de 
Produção no montante de R$39.033,39 não foram distribuídos e que possuem uma proporção de 
24,64% sobre o faturamento, dado essencial para a formação do BL. 
3.5.2 Análise do Boletim de Custos 
 Ao construir o Boletim de Custos do produto gancho (Apêndice P), nota-se a grande 
diferença teórica e prática no cálculo do custo de transformação. Para o cálculo de tal custo, 
utilizou-se os foto-índices apurados através da multiplicação de cada foto-índice hora, conforme 
Apêndice O, pelo tempo de passagem em cada Centro de Custo. A exemplo do produto gancho, o 
custo de transformação para o CC Corte foi de R$0,44 e assim, continuamente para os demais 
Centros de Custos utilizados no processo produtivo, chegando a um custo total de transformação 
PRODUTO PV DVD CVD MC UN MC% VOLUME MCPP FEC PEC UN PEC R$ 
GANCHO R$6,14 R$1,67 R$0,20 R$4,27 69,49% 13200 R$56.322,42 0,9528 12577 R$77.221,25 
GRELHA R$11,74 R$3,20 R$3,24 R$5,30 45,15% 5280 R$27.988,49 0,9528 5031 R$59.060,43 
 MC MIX R$84.310,91 17607 R$36.281,68 
39 
 
de R$1,80, que somado aos custos já calculados dos materiais, chegou-se a um custo total de 
fabricação pelo método UEP de R$2,00 por unidade produzida do produto gancho e R$7,18 do 
produto grelha. 
 Após apurado o custo total de fabricação de cada produto, utilizou-se a técnica mark-up 
índice para apurar a precificação, que no caso foi de 2,08. Por fim, aplicou-se a fórmula do PVI 
para identificação do preço sugerido pelo método. Para o produto gancho chegou-se ao valor de 
R$4,16 e para o produto grelha R$14,93 (Apêndice Q). 
 
3.5.3 Análise Custo-Volume-Lucro 
 Com a estrutura Custo-Volume-Lucro moldada pelo Custeio Variável identifica-se, 
através do PVI sugerido pelo método UEP, as despesas e os custos variáveis diretos, uma MC 
unitária de R$2,82 para o produto gancho e R$7,62 para o produto grelha. Logo, chega-se a uma 
MC% de 67,94% e MCPP de R$37.279,05 para o produto gancho e, MC% de 51,05% e MCPP 
de R$40.250,62 para o produto grelha, resultando um MCTotal de R$77.529,67. 
 Realizando a divisão do CFI pelo MCTotal ou MC Mix, identifica-se um FEC 1,0361, 
demonstrando que com esse preços de venda sugeridos por esse método de Custeio, a empresa 
precisaria atingir 103,61% do seu MIX médio ponderado para chegar no seu ponto de equilíbrio 
contábil. 
 É possível encontrar também, com a multiplicação do FEC pelo volume histórico as 
unidades de venda necessárias para alcançar o PEC un, que multiplicando pelo PVI encontra-se o 
PEC R$ que foi de R$56.853,55 para o gancho e R$81.690,21 para a grelha, resultando em 
R$138.543,76. 
Quadro 5 - Análise Mix Custeio UEP 
PRODUT
O PV DVD CVD MC UN MC% VOLUME MCPP FEC PEC UN PEC R$ 
GANCHO R$4,16 
 
R$1,13 R$0,20 R$ 2,82 67,94% 13200 R$37.279,05 1,0361 13677 R$56.853,55 
GRELHA 
 
R$14,93 
 
R$4,07 R$3,24 R$7,62 51,05% 5280 R$40.250,62 1,0361 5471 R$81.690,21 
 MC MIX R$77.529,67 19148 
 
R$138.543,76 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
 
3.6 Aplicação do Método de Custeio ABC 
Por fim, apresenta-se a aplicação do Método de Custeio ABC e suas variações. 
3.6.1 Mapa de Localização de Custos 
 Ao realizar a análise do MLC já elaborada pelo método UEP, identifica-se que as contas 
possuem a mesma disposição alocada nas atividades produtivas, de apoio a produção, e 
atividades administrativas e comerciais. Percebe-se que ao aplicar o método ABC, os custos fixos 
direcionados aos produtos possuem um aumento considerável na sua forma representativa. 
40 
 
 Para aplicação do Custeio segmentou-se a fábrica em atividades produtivas conforme a 
estrutura já vista pelo UEP (Corte, Solda, Acabamento, Ponteação, Banho, Pintura e 
Embalagem), bem como utilizando as mesma taxas unitárias. Também foram direcionadas as 
áreas não produtivas CC12 Gerência de Produção, CC13 Recepção, CC14 Presidência, CC18 
Custos, como segue o método de acordo com o plano de departamentalização da empresa e pelo 
fato de que tais atividades não possuem no caso um direcionador de atividade que avaliem causa 
e efeito para os mesmos. 
 Para distribuição das atividades não produtivas, utilizou-se direcionares específicos para 
cada caso. A exemplo do CC1 Almoxarifado, baseou-se no direcionador número de requisições, 
ou seja, quanto maior o número de requisições, estima-se maior absorção de custos dos produtos. 
Para o CC citado, foram absorvidos R$2.437,00 e R$1.600,24 para os produtos gancho e grelha, 
respectivamente. É possível ainda, calcular o custo unitário, na qual divide-se pelas unidades 
produzidas, que no caso foi R$0,18 para o gancho e R$0,30 para a grelha. 
 Desse modo, o ABC derivado da visão de absorção total, os custos alocados ao produto 
chegaram ao valor de R$65.699,82, sendo a parcela não direcionada R$14.630,28, representando 
9,24% valor residual, que deve ser recuperado no BC por não ter sido alocado, conforme 
Apêndice R. 
3.6.2 Análise do Boletim de Custos 
 Na formulação do BC pelo método ABC, além dos custos com materiais e custos das 
atividades produtivas já distribuídas anteriormente, adiciona-se ainda os custos das atividades 
administrativas, de apoio e comerciais, obtidos conforme Apêndice S e T. Ao final, além do valor 
dos materiais diretos, foi agregado o valor referente aos postos operativos distribuídos por 
direcionadores de atividades, levando a um custo total para o produto gancho de R$3,41 e para o 
produto grelha de R$7,68. Aplicando o Mark-up – considerando 27,25% referente a impostos e 
9,26% das atividades não distribuídas – chega-se a um índice de 1,5746. 
 Aplicando a equação do PVI custo x Mark-up, encontra-se uma estimativa de preço de 
R$5,36 para o produto gancho e R$14,11 para o produto grelha, dados estes que também poderão 
ser estimados na análise de custos-volume-lucro. 
 
3.6.3 Análise Custo-Volume-Lucro 
É possível analisar o CVL com os mesmos moldes do Custeio Variável, baseados nos 
PVI’s encontrados pelas técnicas do Custeio ABC. Dessa forma, aplicando os preços, subtraídos 
das despesas e custos diretos, obtém-se um MC um no valor de R$3,70 para o produto gancho e 
R$7,02 para o produto grelha. Identifica-se ainda que a MC% do gancho ficou em 69,02% e o 
produto grelha 49,78%, totalizando uma MCPP de R$48.853,06 e R$37.077,17 para os produtos 
gancho e grelha, respectivamente. O MC Mix resultou num

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