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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Pedro Henrique Kunzler Bartz ESTUDO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO APLICADOS A UMA EMPRESA MATALÚRGICA SANTA CRUZ DO SUL 2020 Pedro Henrique Kunzler Bartz ESTUDO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO APLICADOS A UMA EMPRESA MATALÚRGICA Relatório Técnico apresentado à disciplina de Laboratório de Prática em Custos, do Curso de Ciências Contábeis, da Universidade de Santa Cruz do Sul - como parte dos requisi- tos necessários à avaliação para média final do semestre. Professor: Fernando Batista Bandeira da Fontoura SANTA CRUZ DO SUL 2020 Sem a direção dada por Deus, a conclusão deste trabalho não seria possível. Por causa disso, dedico esta monografia a Ele. Com muita gratidão no coração. Dedico esta monografia ao professor Fernando Batista Bandeira da Fontoura pelas valiosas e incontáveis horas dedicadas ao projeto, sempre com uma presença cheia de otimismo. Dedico este projeto à minha família e amigos que sempre estiveram presentes direta ou indiretamente em todos os momentos de minha formação. Dedico este trabalho a todos aqueles que de alguma forma contribuíram com meu desenvolvimento. Agradecimentos Agradeço primeiro a Deus por ter me mantido na trilha certa durante este projeto de pesquisa com saúde e forças para chegar até o final. Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida. Deixo um agradecimento especial ao meu professor Fernando Batista Bandeira da Fontoura pelo desenvolvimento desta tarefa no pouco tempo que lhe coube. Também quero agradecer à Universidade de Santa Cruz do Sul e a todos os professores do meu curso pela elevada qualidade do ensino oferecido, tendo em vista o período de pandemia em que vivemos durante a produção deste trabalho. Resumo O trabalho tem por objetivo analisar o emprego dos métodos de custeio (Variável, Absorção, Unidade de Esforço de Produção - UEP e do Custeio Baseado em Atividades - ABC) em uma organização, verificando sua saudabilidade através dos pontos de equilíbrio, como, ponto de equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio econômico e o ponto de equilíbrio financeiro. A pesquisa desenvolve-se como um relatório técnico. O horizonte temporal é o exercício do ano de 2020. No tocante aos objetivos específicos apurou-se os custos de fabricação dos produtos, e também, foram analisados os preços de venda, margens, volumes e resultados. Como técnica de coletas de dados foram utilizadas bibliografias, artigos científicos e relatórios contábeis. É importante destacar que a mensuração dos custos deve estar dentro de um intervalo seguro, inibindo distorções que ultrapassem a margem tolerável e levar em conta fatores internos e externos para formulação de precificação. Palavras-chave: Contabilidade de custos. Métodos de custeio. Saudabilidade da empresa. Lucro. Resúmen El trabajo tiene como objetivo analizar el uso de métodos de costeo (Unidad de Esfuerzo de Producción Variable, Absorción - UEP y Costeo Basado en Actividades - ABC) en una organización, verificando su salubridad a través de puntos de equilibrio, tales como, equilibrio contable, punto de equilibrio económico y punto de equilibrio financiero. La investigación se lleva a cabo como un informe técnico. El horizonte temporal es el año 2020. Con respecto a los objetivos específicos, se determinaron los costos de fabricación de los productos, y también se analizaron los precios de venta, los márgenes, los volúmenes y los resultados. Como técnica de recolección de datos, se utilizaron bibliografías, artículos científicos e informes contables. Es importante resaltar que la medición de costos debe estar dentro de un rango seguro, inhibiendo las distorsiones que exceden el margen tolerable y teniendo en cuenta factores internos y externos para la formulación de precios. Palabras clave: Contabilidad de costos. Métodos de costeo. Salud de la empresa. Lucro. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABC Activity Based Costing (Custeio baseado em atividades) BC Boletim de Custos CC Centro de Custo CFI Custos Fixos Independentes COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CVD Custos Variáveis Diretos CVL Custo-Volume-Lucro DVD Despesas Variáveis Diretas FEC Fator de Equilíbrio Contábil GGF Gastos Gerais de Fabricação ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IPI Imposto sobre Produtos Industrializados MC % Margem de Contribuição em Percentual MC MIX Margem de Contribuição MIX MC Un Margem de Contribuição Unitária MC Margem de Contribuição MCPP Margem de Contribuição por Produto MLC Mapa de Localização de Custos PE Ponto de Equilíbrio PEC R$ Ponto de Equilíbrio R$ PEC Un Ponto de Equilíbrio Unitário PEC Ponto de Equilíbrio Contábil PEE Ponto de Equilíbrio Econômico PEF Ponto de Equilíbrio Financeiro PIS Programa de Integração Social PPCP Planejamento, programação e controle de produção PVI Preço de Venda Ideal UEP Unidade de Esforço de Produção LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Ponto de Equilíbrio..................................................................................................28 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Critérios de rateio...................................................................................................33 Quadro 2 – Análise Mix Custeio Variável................................................................................36 Quadro 3 – Critérios de Rateio pelo Método Absorção............................................................36 Quadro 4 – Análise Mix Custeio por Absorção........................................................................38 Quadro 5 - Análise Mix Custeio UEP......................................................................................39 Quadro 6 – Análise Mix Custeio ABC.....................................................................................41 Quadro 7 – Resultados comparativos entre os métodos...........................................................41 file:///C:/Users/Monica-PC/Desktop/Relatório%20final.%20PEDRO.docx%23_Toc495266280 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................12 1.1 Tema.....................................................................................................................................13 1.2 Problema..............................................................................................................................13 1.3 Objetivos............................................................................................................................13 1.3.1 Objetivo Geral............................................................................................................13 1.3.2 Objetivos Específicos..................................................................................................13 2 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................14 2.1 Contabilidade....................................................................................................................14 2.2 Contabilidade de Custos..................................................................................................14 2.2.1 Classificação e Nomenclaturas de Custos.................................................................15 2.2.2 Classificação dos Custos.............................................................................................18 2.2.2.1 CustosDiretos..............................................................................................................18 2.2.2.2 Custos Indiretos...........................................................................................................19 2.2.2.3 Custos Fixos.................................................................................................................19 2.2.2.4 Custos Variáveis..........................................................................................................20 2.3 Métodos de Custeio...........................................................................................................21 2.3.1 Método de Custeio Variável.......................................................................................21 2.3.1.1 Margem de Contribuição...........................................................................................23 2.3.2 Método de Custeio por Absorção..............................................................................23 2.3.3 Método de Custeio UEP.............................................................................................25 2.3.4 Método de Custeio ABC ............................................................................................26 2.4 Ponto de Equilíbrio...........................................................................................................27 2.4.1 Ponto de Equilíbrio Contábil........................................................................................28 2.4.2 Ponto de Equilíbrio Econômico....................................................................................29 2.4.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro.....................................................................................29 3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .........................................................31 3.1 Caracterização da empresa..............................................................................................31 3.2 Dados de Referência para Aplicação dos Métodos........................................................31 3.2.1 Dados dos Produtos, Preços, Produção e Tributação.................................................32 3.2.2 Depreciações...................................................................................................................32 3.2.3 Despesas com Folha de Pagamento..............................................................................33 3.2.4 Despesas Fixas Mensais................................................................................................33 3.2.5 Consumo de Energia Elétrica......................................................................................34 3.3 Aplicação do Método de Custeio Variável....................................................................34 3.3.1 Mapa de Localização de Custos..................................................................................34 3.3.2 Análise do Boletim de Custos......................................................................................35 3.3.3 Análise Custo-Volume-Lucro......................................................................................35 3.4 Aplicação do Método de Custeio por Absorção...........................................................36 3.4.1 Mapa de Localização de Custos..................................................................................36 3.4.2 Análise do Boletim de Custos......................................................................................37 3.4.3 Análise Custo-Volume-Lucro......................................................................................37 3.5 Aplicação do Método de Custeio UEP...........................................................................38 3.5.1 Mapa de Localização de Custos...................................................................................38 3.5.2 Análise do Boletim de Custos.......................................................................................38 3.5.3 Análise Custo-Volume-Lucro.......................................................................................39 3.6. Aplicação do Método de Custeio ABC..........................................................................39 3.6.1 Mapa de Localização de Custos...................................................................................39 3.6.2 Análise do Boletim de Custos.......................................................................................40 3.6.3 Análise Custo-Volume-Lucro.......................................................................................40 3.7 Análise Comparativa dos Métodos de Custeio .............................................................41 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................44 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................45 APÊNDICE A – Depreciação Prédio....................................................................................47 APÊNDICE B – Depreciação Máquinas..............................................................................48 APÊNDICE C – Depreciação Móveis e Utensílios...............................................................49 APÊNDICE D – Despesas totais de Depreciação.................................................................49 APÊNDICE E – Despesas com Folha de Pagamento...........................................................50 APÊNDICE F – Custos Fixos................................................................................................ 50 APÊNDICE G - Consumo de Energia Elétrica....................................................................51 APÊNDICE H – Mapa de Apropriação dos Custos conforme a metodologia do Custeio Variável....................................................................................................................................52 APÊNDICE I – Custos dos materiais por unidade..............................................................52 APÊNDICE J – Boletim Custeio Variável do Produto Grelha...........................................53 APÊNDICE K – Boletim Custeio Variável do Produto Gancho........................................54 APÊNDICE L – Mapa Apropriação de Custos Pelo Custeio Por Absorção.....................55 APÊNDICE M - Boletim Custeio Por Absorção do Produto Gancho...............................55 APÊNDICE N - Boletim Custeio Por Absorção do Produto Grelha.................................56 APÊNDICE O – Custos Direcionados pelo Método UEP...................................................57 APÊNDICE P - Boletim Custeio UEP do Produto Gancho................................................57 APÊNDICE Q - Boletim Custeio UEP do Produto Grelha.................................................58 APÊNDICE R - Custos Direcionados pelo Método ABC....................................................58 APÊNDICE S - Boletim Custeio ABC do Produto Gancho................................................59 12 1 Introdução As organizações estão inseridas num ambiente, onde as mudanças, as evolu- ções e as variações de mercado acontecem de uma forma muito rápida. A constante evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de qualidade, fazem com que as empresas necessitem desenvolver novas técnicas tanto na área de produção como também no gerenciamento de custos e controle financeiro de sua propriedade. A análise de custos fornece informações que permitem o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as organizações em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, da contabilidade e análise de resultados. Reconhecer os custos, as despesas e os pontos de equilíbriopermite ao empreendedor executar um planejamento para saber quais as decisões a serem tomadas para um melhor desenvolvimento da atividade, bem como os investimentos a serem feitos com novas tecnologias e melhorias necessárias, almejando crescimento econômico da instituição. Em meio a um ambiente com tantas incertezas, variáveis, riscos e um mercado cada vez mais competitivo, é indispensável que haja planejamento de seu negócio com ênfase na rentabilidade e viabilidade da atividade através da utilização de dados obtidos nas metodologias de custeio. Um ponto importante a se frisar, tendo em vista o cenário pandêmico atual, seria o efeito da inflação sobre contabilidade de custos. Consoante ao seu livro (Martins, 2010), o autor acomete sobre qual seria o efeito da inflação em relação aos custos indiretos em uma produção; nos materiais diretos; quando trata do custeio de ordens e encomendas; na produção conjunta e problemas fiscais na avaliação de estoques industriais; quando analisa o impacto da inflação no custo fixo; lucro e margem de contribuição; etc. Isso certifica que a inflação deve ser tratada com zelo, em razão das distorções que ela pode provocar no valor da moeda quando o processo inflacionário for crônico. Ademais, no ano de 2020 atestou-se uma queda significativa da inflação, em relação a outros perídos econômicos o que traria, teoricamente, pontos positivos para a conjuntura das empresas, pois a contrapartida da diminuição do preço da matéria prima gera uma melhoria nos pontos de equilíbrios mostrando a saudabilidade da organização. Entretanto, com a atualização semestral dos balanços é possível observar queda no fluxo de caixa e movimentação de estoque, fazendo a empresa auementar sua margem para um valor não competitivo. Consideramos nesse viés, a Contabilidade de Custos com um papel importante ao oferecer relevantes informações na formação de preços das empresas. 13 1.1 Tema Para uma empresa ser competitiva no seu ramo é de suma importância o controle dos custos para poder ter controle e flexibilidade na formação do seu preço de venda. A pesquisa através do laboratório de custos pretende estudar os métodos de Custeio aplicados a uma indústria metalúrgica. 1.2 Problema de Pesquisa Como realizar uma analise comparativa entre os métodos de custeio, entre Custeio Varável, Custeio por Absorção, Unidade de Esforço de Produção (UEP) e o Activity Based Costing (ABC) ? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Desempenhar um estudo comparativo aplicando os métodos de custeio em uma indústria metalúrgica. 1.3.2 Objetivos específicos • Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio variável; • Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio por absorção; • Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio UEP; • Realizar o levantamento de custos pelo método de custeio ABC; • Analisar a comparação dos resultados dos métodos estudados; 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO Inicialmente apresenta-se o Referencial Teórico sobre os assuntos abrangentes do presente estudo. Conceituam-se os temas de Contabilidade, bem como a Contabilidade de Custos, para então realizar um entendimento da Classificação e Nomenclaturas de Custos, os Métodos de Custeio e Ponto de Equilíbrio. 2.1 Contabilidade A Contabilidade surgiu com o início da civilização. A partir do momento em que o homem passou a possuir bens, houve consequentemente a necessidade de controlar esses bens. (Fávero et. al., 2009). Através dela é fornecido o máximo de informações úteis para as tomadas de decisões, tanto dentro quanto fora da empresa, estudando, registrando e controlando o patrimônio. (MARION, 2009). Além do mais, com o advento da revolução industrial, a partir do século XVIII, houve um aumento significativo das operações de compra e venda, acarretando a necessidade de informações mais detalhadas dos custos de produção, principalmente na avaliação mais precisa dos estoques, com a inclusão dos custos de depreciação A Contabilidade abrange um conjunto de técnicas para controlar o patrimônio das organizações mediante a aplicação do seu grupo de princípios, métodos, normas e procedimentos próprios, medindo, interpretando e informando os fatos contábeis aos donos das empresas. Dentro desse contexto, existe a Contabilidade de Custos, instrumento eficaz de geração de informação e tomada de decisão, conforme destaca-se a seguir. 2.2 Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos define-se como uma técnica utilizada para produzir informações aos diversos níveis gerenciais de uma empresa, possibilitando uma visão mais precisa sobre todos os gastos relativos ao seu processo. Os seres humanos tomam decisões somente quando supridos de informações e nas organizações não ocorre de maneira diferente, as atividades em sua totalidade, sejam elas operacionais ou gerencias, são apoiadas em elementos que necessitam de preparação e formatação adequada para sua utilização (SILVA JR, at AL., 2000). Nesse contexto, a Contabilidade de Custos é capaz de fornecer informações importantes aos diretores das empresas. Bruni & Famá apontam a utilização da contabilidade de custos: 15 “Com as informações coletadas das operações, a administração pode empregar dados contábeis e financeiros para estabelecer os gastos de produção e distribuição, unitários ou totais, para um ou para todos os produtos fabricados, além dos custos das outras diversas funções do negócio, com o objetivo de alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa.” (BRUNI & FAMÁ, 2004, p. 24) O objetivo de se conhecer os custos de uma empresa é o auxílio à tomada de decisão, o grau de complexidade da estrutura de custos depende do grau de detalhamento a que se deseja chegar e que tipos de decisão costumam ser tomadas. Portanto, o levantamento dos custos de determinada operação da empresa deve auxiliar para que se expresse a realidade. Dessa forma, surge a necessidade de diferenciações dos tipos de custos conforme a natureza e o fim a que se destinam. O gestor da organização poderá mitigar ou eliminar possíveis desvios na condução dos seus negócios com à utilização da contabilidade de custos. Para Crepaldi e Crepaldi (2014, p.7) os seus dados: Poderão ser úteis para mensurar as seguintes medidas: a) se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado?; b) como fixar o preço de venda de um produto? ; c) deve- se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá-los na empresa? Dessa forma, formação do custos, é considerado se o montante de custos varia ou não de acordo com a quantidade de bem produzido. Neste caso há um fator que exige atenção, que é o montante de custos fixos, já que não variam com o volume de produção, exigindo diferenciadas formas de atribuí-los aos produtos. Na sequência, aborda-se a classificação e as nomenclaturas utilizadas dentro da contabilidade de custos. 2.2.1 Classificação e Nomenclaturas de Custos A contabilidade de custos usa sua própria terminologia, muitas das quais têm significados diferentes. Dessa forma, é necessário definir o entendimento de diferentes termos de custo para unificar os conceitos (CREPALDI, 2010). a) Gastos Sob a ótica contábil gastos são sacrifícios financeiros com os quais uma pessoa, organização ou governo, têm que arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerados esses ditos objetivos, a obtenção direta de um produto ou serviço qualquer. Além do mais, os gastos são definidos como os recursos liberados pela empresa para diversos fins, como gerar produtos ou serviços (custos), gerar resultados futuros (investimentos) ou gerar receitas (FERREIRA, 2016). 16 Segundo Roberto Biasio (2012, p. 19) “o gasto é o sacrifício financeiro com o qual a entidadearca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente em dinheiro).” b) Custos Pode-se definir custo como consumo, são os recursos utilizados para produção ou distribuição de produtos ou serviços. Biasio define: O custo é a espécie de gasto, que representa todos os componentes necessários à fabricação de novos produtos ou serviços. O custo de bens ou serviços é a expressão monetária dos insumos físicos realizados na obtenção destes, considerando-se o total retorno dos capitais empregados em termos de reposição. Do ponto de vista econômico, entende-se por custo toda e qualquer aplicação de recursos, de diferentes formas e expressa em seu valor monetário, para a produção e distribuição de mercadorias (ou prestação de serviços) até o ponto em que se possa receber o preço convencionado. (BIASIO, 2012, p. 20) Ferreira (2016, p. 24) destaca “Em sentido estrito, o custo só existe durante o processo de produção do bem ou serviço.” Portanto, os valores agregados a um produto só são considerados custos, quando em fase de produção. “Os gastos posteriores à produção, necessários á administração e comercialização do produto, não são custos, e sim despesas” conforme mencionado a seguir. Os custos também são categorizados de acordo com sua composição e sua conexão com mudanças na produção ou atividade. Portanto, os custos também podem ser divididos em custos fixos, custos variáveis e custos mistos, conforme definido por Dutra (2010): ii) Os custos variáveis referem-se a custos que variam de acordo com a quantidade de atividade durante o período. Portanto, quanto maior a quantidade de atividade, maior a parcela de custos variáveis e menor a quantidade de atividade, menor a parcela de custos variáveis; iii) Os custos mistos consistem em partes fixas e variáveis do mesmo item de custo. Quando é derivado da soma de custos fixos e custos variáveis, pode ser interpretado como custo total. c) Despesas As despesas são todos os esforços realizados para gerar receita. Crepaldi (2002, p. 17) cita que “São gastos que provocam redução do patrimônio, por exemplo, impostos, comissões de vendas, despesas com pró-labore”. Ferreira (2016, p. 24) menciona que “a despesa pode decorrer da redução de ativo ou do aumento do passivo exigível. Mas o objetivo de toda despesa, é a geração de receita e, por conseguinte o lucro.” Ferreira destaca ainda que, o sacrifício patrimonial correspondente às 17 despesas se deve ao fato de elas não gerarem uma recompensa que se adicione ao patrimônio, muito embora seja um gasto indispensável. Geralmente, os gastos relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Quando a empresa tem uma única administração, por exemplo, dá-se a necessidade da realização de rateio arbitrário, alocando parte desse gasto ao custo e outra parte à despesa. d) Investimentos São os gastos efetuados na aquisição de ativos (bens ou direitos registrados em Conta do Ativo no Balanço Patrimonial) com perspectiva de gerar benefícios econômicos em períodos futuros. Para Biasio, investimentos definem-se como: Gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuídos a futuro(s) período(s). São especificamente chamados de investimentos todos os sacrifícios feitos para a aquisição de bens ou serviços (gastos) “estocados” nos ativos da empresa, para baixa ou amortização no momento de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização. (BIASIO, 2012, p. 19) e) Perdas São as ocorrências fortuitas, ocasionais, indesejadas ou involuntárias no ambiente das operações de uma empresa. São exemplos de perdas, valores relacionados com a deterioração anormal de ativos causados por incêndios, inundações, furtos de mercadorias ou matérias-primas, o corte equivocado de uma peça (tornando-a imprestável para uso ou reaproveitamento). “Tais tipos de gastos não devem ser considerados integrantes dos custos de fabricação dos produtos, de vez que são fatores oriundos de ineficiência interna da empresa. São itens que vão diretamente à conta de resultado.” (BIASIO, 2012, p. 21). f) Desperdício São os gastos relacionados com atividades que não agregam valor, do ponto de vista do cliente, que implicam dispêndio de tempo e dinheiro desnecessários aos produtos (ou serviços). Como exemplo de desperdício, cita-se a produção de itens defeituosos, pois faz com que haja um retrabalho das unidades mal fabricadas ocasionando um dispêndio desnecessário. Também, para Bornia (2010, p. 17) é preciso também, conceituar desperdício como sendo o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa e nem serve para suportar diretamente o trabalho efetivo. Para Bornia (2010, p. 17-18): O conceito de desperdício é mais abrangente que a perda, pois além das perdas anormais, engloba, também as ineficiências normais do processo. Se, por exemplo, um processo 18 trabalha comumente com um índice de 1% de peças defeituosas e, em um dado período, 5% dos itens produzidos forem defeituosos, a perda anormal equivale a 4%, enquanto os desperdícios totalizam 5%. A separação entre desperdícios normais e anormais também é interessante porque os desperdícios anormais podem ser eliminados no curto prazo (não deveriam ter ocorrido considerando-se o sistema produtivo atual), ao passo que os anormais devem ser atacados no longo prazo, dentro de um contexto de melhoria do sistema produtivo. Após entender a terminologia da contabilidade de custos, fica claro que a classificação de custos foi conceitualizada como mostrado abaixo. 2.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS “Todo custo se relaciona com a produção. Todavia, é classificado como direto ou indireto de acordo com sua identificação com determinado produto fabricado, e não com a produção como um todo” (FERREIRA, 2016, p. 37). 2.2.2.1 Custos Diretos “São os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas, quantidade de força consumida etc). Associam-se a produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida” (CREPALDI, 2002, p. 18). Os custos diretos podem ser devidamente identificados na composição do custo do produto. Biasio menciona os custos diretos da seguinte maneira: São, principalmente, os que incorrem em determinado produto, identificando-se como parte do respectivo custo. Grande parte deles é representada por dois grupos: material direto e mão de obra direta. São todos os custos perfeitamente mensuráveis e identificáveis com o produto, não havendo necessidade de utilizar distribuições proporcionais; a apropriação é feita de maneira direta. (BIASIO, 2012, p. 28) Ricardo J. Ferreira destaca ainda: Quando há um único produto em fabricação, todos os custos são diretos. Se a indústria fabrica um único artigo, todo o esforço de produção é relacionado a ele e todos os custos são apropriados a esse produto. Portanto, a divisão dos custos em diretos e indiretos só é aplicável quando são considerados dois ou mais produtos. (FERREIRA, 2016, p. 37) Existem algumas características que definem os custos diretos, são elas, a possibilidade de verificar ou estabelecer uma ligação direta com o produto final; possível visualizá-lo no produto final; clara e objetivamente específico do produto final e não se confunde com outros produtos; possível medir sua participação no produto final. 19 2.2.2.2 Custos Indiretos Os custos indiretos são aqueles que não podem ser identificados de forma precisa ao produto fabricado. “Referem-se a todos os custos que não são perfeitamente mensuráveis ou identificáveis ao produto; portanto, dependem do emprego de recursos para sua distribuição, tais como taxas de rateio ou critério de distribuição proporcional” (BIASIO, 2012, p. 28). Ferreira exemplifica da seguinte forma: Normalmente,são considerados custos indiretos: aluguel e seguro da fábrica; salário dos operários que trabalham na produção de dois ou mais produtos, sem que haja o apontamento das horas aplicadas a cada produto; salários dos supervisores e dos chefes do pessoal de produção; energia elétrica consumida na fábrica; depreciação dos equipamentos de produção; salários dos operários da fábrica que não trabalham diretamente na produção (segurança, limpeza, manutenção). (FERREIRA, 2016, p. 39) Ferreira (2016) destaca ainda que “existem os custos apropriados como indiretos por sua irrelevância, dificuldade de identificação etc. Se o reconhecimento de um custo como direto for muito oneroso, talvez seja mais conveniente apropriá-lo como custo indireto, por meio de rateio”. Além de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos podem ser classificados de outras formas diferentes. “Outra classificação usual é a que leva em consideração a relação entre os custos e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide basicamente os Custos Fixos e Variáveis” (MARTINS, 2001, p. 54). 2.2.2.3 Custos Fixos “São aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido” (FERREIRA, 2016). Mesmo que a base de volume selecionada como referencial varie, o valor total dos custos permanece praticamente igual, por isso são considerados fixos (LEONE & LEONE, 2010). Biasio define os custos fixos, conforme: Também conhecidos como custos de estrutura porque são decorrentes da natureza, do tipo e do tamanho e uma empresa e de suas instalações industriais ou, ainda como custos de períodos de tempo. São aqueles em que a empresa incorre pelo fato de existir e estar pronta para produzir. Esses custos, em reais, num período curto de tempo (normalmente um mês ou, no máximo, um 20 trimestre), têm seu valor determinado pela expectativa de volume de produção, não se alterando pelo fato de se produzir mais ou menos. (BIASIO, 2012, p. 25) Os custos fixos geralmente são alterados, quando há modificação no nível da capacidade produtiva, para mais ou para menos, podendo, então, fazer com que seu valor mude de grau, porém continua fixo perante seu novo grau (MARTINS E ROCHA, 2010). Não é possível mencionar, com certeza absoluta, exemplos definitivos e indiscutíveis de custos fixos, pois cada caso deve ser analisado à luz das especificas circunstâncias, inclusive e principalmente quanto a forma contratual junto ao fornecedor do recurso que está sendo analisado. Todavia, pode-se dizer que, geralmente, são fixos os custos com aluguel, pois costuma-se contratar seu valor por período; salários, sempre que ajustados também, por período; depreciação, quando provocada mais por obsolescência que pelo uso efetivo; energia na parcela referente à demanda mínima contratada; gases industriais, quando contratados e pagos por demanda mínima etc. (MARTINS E ROCHA, 2010, p. 22) 2.2.2.4 Custos Variáveis “São todos os custos que variam no seu montante global em função da alteração do nível de atividade da empresa, ou seja, da variação da quantidade produzida no período” (BIASIO, 2012, p. 26). Os custos variáveis seguem o crescimento do volume de produção na mesma proporção ou com a mesma intensidade. Sua origem é consequência do funcionamento normal da empresa. Quanto maior o volume de atividade no período, maior será o custo variável total e, consequentemente, quanto menor forem as quantidades de volume, menor será o custo (BIASIO, 2012). Martins (2001) aponta os custos variáveis da seguinte forma: “É de grande importância notar que a classificação em Fixos e Variáveis leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custos com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade. Não se trata, como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de Variável; pelo contrário, reforça-a. (MARTINS, 2001, p. 54) Na sequência, apresentam-se os métodos de custeio Variável, por Absorção, UEP e ABC, analisados no presente estudo. 21 2.3 MÉTODOS DE CUSTEIO Com os métodos e técnicas utilizados para apurar a contabilidade de custos, possibilita-se a identificação precisa dos recursos de todo processo, conforme: A contabilidade de custos é muito importante na distribuição dos custos indiretos aos produtos fabricados e/ou aos serviços prestados, na medida em que, sem ela, não seria possível alocar os custos indiretos. É por meio das técnicas utilizadas pela contabilidade de custos (departamentalização, bases de rateio, identificação e separação dos custos das despesas, classificação dos custos diretos e indiretos etc.) que se torna possível identificar os recursos e/ou esforços despendidos para a fabricação dos produtos. (BIASIO, 2012, p. 18). Método de custeio é a forma como as empresas agregam ao preço de venda seus custos de fabricação. Os métodos de custeio são os critérios utilizados para a apropriação dos custos à produção. De acordo com o sistema adotado, determinados custos podem ou não compor os gastos de produção. Esses métodos são utilizados para, entre muitas outras informações, determinar o valor dos objetos de custeio; reduzir custos; melhorar os processos; eliminar desperdícios; decidir entre produzir ou terceirizar; e eliminar, criar e aumentar, ou diminuir, a linha de produção de certos produtos. Dentre esses métodos, serão estudados no presente trabalho, o Custeio Variável, o Custeio por Absorção, ABC - Custeio Baseado em Atividades e o método UEP – Unidade de Esforço de Produção. Podem ser desenvolvidos com enfoque econômico (utilização do resultado dos custos para tomada de decisão); ou enfoque contábil (seu resultado visa o atendimento à apuração dos resultados). Esse fato evidencia a importância da utilização de métodos de custeio compatíveis com os objetivos e as características das organizações. 2.3.1 Método de Custeio Variável “É o sistema de custos em que só são alocados aos produtos os custos variáveis; Os custos fixos ficam separados e são considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado” (BIASIO, 2012, p. 55). Deve-se salientar que, o uso do sistema variável não é aceito para fins contábeis; no entanto, tem sua grande aplicação na gestão, em especial na geração de informações para a tomada de decisão. Tão importante quanto estar bem conceituado, é a efetiva utilidade do método de custeio empregado. Para tanto, as necessidades devem confrontar-se com as características do método. 22 Bornia (2002, p. 52) explica que “o sistema de custeio deve estar em sintonia e adaptado ao sistema de gestão da empresa, possibilitando fornecer informações que levem a decisões corretas, diante do atual ambiente competitivo.” Para que haja essa sintonia, deve-se analisar de que tipos de custos a empresa necessita tratar. A análise pode ser feita através de questionamentos em relação às necessidades da empresa, como as informações necessárias podem ser obtidas e que resultados deseja-se alcançar. Munaretto e Diedrich (2007, p.71) salientam que as informações obtidas por meio do Custeio Variável possibilitam aos gestores analisar os gastos da empresa em relação aos volumes produzidos ou vendidos, as decisões em relação ao corte ou manutenção de produtos existentes, mudanças no mix de produção, incorporação de novos produtos ou quantidades adicionais etc. Por meio da análise a respeito das necessidades e informações, o custeio variável resulta em um apoio para as decisões relativas a volume de produção e vendas, implementação ou ampliação de produção, o que e quanto produzir. Crepaldi (2002) exemplificaainda que nesse sistema, os custos variáveis e os custos fixos são isolados, dessa maneira, ocorre a separação dos gastos que oscilam proporcionalmente ao volume da produção/venda e gastos que se mantêm estáveis perante volumes de produção/venda oscilantes dentro de certos limites. Conforme já comentado, na apuração do custeio variável, são alocados apenas os custos variáveis aos produtos, possibilitando dessa forma, uma margem de contribuição por produto ou total. Essa informação possui um poder extraordinário, pois seu resultado não é influenciado pelo rateio dos custos fixos, que podem trazer um parâmetro distorcido (LEONE; LEONE, 2010). O método do Custeio Variável tem como principal enfoque o área gerencial. Conforme Martins e Rocha (2015), sua utilização é indicada para tomada de decisões de formação de preços de venda, através do cálculo da Margem de Contribuição; Para planejamento operacional de curto prazo, conjugado com o orçamento flexível; Mensuração e Análise de lucratividade de produtos/serviços; Decisões sobre a aceitação, ou não, de propostas de clientes abaixo dos preços normais; Para muitos autores e profissionais da Área da Contabilidade Gerencial, esse método não seria vantajoso analisando-se alguns aspectos. Seguindo o pensamento de Martins e Rocha (2015), não é indicado para Análise de custos de longo prazo de produtos/serviços; Formação de preços, em sistemas de produção intermitente, por ordem ou por encomenda; Valoração de estoque no balanço patrimonial. Além de que, conforme já comentado, não ser uma sistema aceito pelo fisco, servindo apenas para uso gerencial. 23 2.3.1.1 Margem de Contribuição “É a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro” (MARTINS, 2001, p. 195). Crepaldi (2002, p. 225), cita que “Margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio variável e para a tomada de decisões gerenciais”. Os autores definem a seguinte fórmula para a apuração da margem de contribuição: No qual: MC: Margem de Contribuição RL: Receita Líquida CV: Custos Variáveis DV: Despesas Variáveis “A Margem de Contribuição representa o valor que cobrirá os Custos e Despesas fixos da empresa e proporcionará o lucro” (CREPALDI, 2002, p. 224). Nesse contexto, a aplicação do cálculo traz a receita líquida de cada produto, possibilitando uma visualização mais ampla do valor disponível para cobrir os gastos fixos e respectivo lucro para a empresa. Dando continuidade ao entendimento sobre os métodos de custeio, a seguir aborda-se o método de custeio por absorção. 2.3.2 Método de Custeio por Absorção No sistema de Custeio por Absorção, apropriam-se à produção todos os custos, fixos e variáveis, tanto os diretos quanto os indiretos. Assim, esses custos são “estocados” e lançados ao resultado apenas quando da venda dos produtos correspondentes (FERREIRA, 2016, p. 141). A grande peculiaridade do custeio por absorção é a apropriação dos custos fixos ao produto. Custos como aluguel, seguro da fábrica, imposto predial, são todos gastos realizados para que a empresa esteja em condições de produção. Todavia, são custos incorridos e que não sofrem variações de acordo com o volume de produção. MC = RL - CV - DV 24 Destaca-se ainda, que é o método consagrado pela Legislação Fiscal e Tributária e também pelos Princípios Fundamentais da Contabilidade. Santos (2009) também ressalta que o método de custeio por absorção é considerado básico para a avaliação de estoques, para fins de apresentação do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. Crepaldi cita que para a aplicação deste custeio deve-se realizar o processo de três passos: Primeiro, é preciso separar os custos de produto do custo do período. Segundo, os custos diretos de produto são atribuídos aos produtos específicos, enquanto os custos indiretos são atribuídos a centros de custos. Terceiro, os custos indiretos são distribuídos do centro aos produtos de acordo com seu uso. A soma de custos diretos e custos indiretos distribuídos forma o custo do produto. (CREPALDI, 1998, p. 84) A ênfase quanto ao Custeio por Absorção, está no tratamento dos custos indiretos. Verifica-se que esses custos necessitam de rateios para que sejam alocados aos produtos. Segundo Crepaldi (1998), rateio é o recurso empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo qual dividem-se os custos indiretos. Maher, (2001, p.231), comenta que o “rateio de custos representa a atribuição de um custo indireto a um objeto do custo, segundo uma certa base”, esta é a base de rateio que será empregada para dividir os itens de custo indireto. Stark (2007) menciona algumas vantagens do sistema de custeio por absorção: defende que ele é o mais viável por ser o método adotado pela contabilidade financeira e, com isso, é válido tanto para fins de levantamento do balanço patrimonial e demonstração de resultados, como também para o imposto de renda na apresentação dos lucros fiscais. Outra vantagem, é que este método traz as melhores informações aos gestores para o estabelecimento dos preços de venda, visando a recuperação de todos os custos incorridos pela organização. Por outro lado, Abbas, Gonçalves e Leoncine (2012) destacam algumas desvantagens dessa ferramenta, como a alocação arbitrária dos custos indiretos fixos aos produtos por meio de critério de rateio; o custo fixo por unidade depender também do volume de produção; o custo de um produto poder sofrer variação em função da alteração de volume de outro produto; os custos fixos existirem, independente da fabricação ou não de uma ou outra unidade, afetando o custo unitário. Ferreira faz a seguinte comparação: Se toda a produção iniciada e acabada em um determinado período for vendida, o lucro bruto pelo custeio variável será maior que o apurado pelo custeio por absorção, pela não 25 apropriação dos custos fixos aos produtos no sistema de custeio variável e a consequente redução do custo dos produtos vendidos. Nessa mesma hipótese, o lucro líquido será o mesmo nos dois métodos, pois os custos fixos integrarão o custo dos produtos vendidos no custeio por absorção e estarão entre as despesas operacionais no custeio variável. (FERREIRA, 2016, p. 143) Dentro do Custeio Por Absorção, Martins e Rocha (2015), definem três tipos de variações, sendo elas, o Custeio por Absorção Parcial, o Custeio por Absorção Parcial Modificado; e o Custeio por Absorção Integral ou Pleno. O mais utilizado é o Custeio por Absorção Parcial, que atribui aos produtos todos os custos, fixos e variáveis, enquanto os gastos administrativos vão diretamente para o resultado do período a que se referem, obedecendo ao Princípio da Competência. Diz-se ainda que esse método “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção” (MARTINS, 2010, p. 37). Já o Custeio por Absorção Parcial Modificado, leva aos produtos apenas os custos fixos e variáveis operacionais, enquanto os custos fixos estruturais, como estruturas, edificações e máquinas, e as despesas, são debitadas diretamente no resultado do período em que são incorridas (MARTIN, ROCHA, 2015). E por fim, o Custeio por Absorção Integral ou Pleno, diferencia-se das outras variações, por considerar aos produtos todos os custos de produção, e ainda os gastos fixos de administração e de vendas. Em síntese, esse método versa alocar em um único produto, todos os sacrifícios que a empresa desprende não somente para sua produção, mas também para planejar, controlar, vender e financiar suas atividades (MARTINS, ROCHA, 2015). 2.3.3 Método de Custeio UEP “Unidades de Esforço de Produção (UEP) é uma metodologia de custeio por meio da qual o custode transformação é atribuído a cada unidade de produto fabricada com base no esforço despendido pela empresa para a fabricação da respectiva unidade” (RIBEIRO, 2011, p. 443). Bornia (2010) enfatiza que o método da unidade de esforço de produção trata apenas dos custos de transformação, os demais custos relativos a matéria-prima são trabalhados separadamente não sendo analisados pelo método em questão. O custo de transformação em questão representa o valor que a organização agrega ao custo do produto, além da matéria-prima, compondo dessa maneira o custo total de fabricação de cada produto. Segundo Martins e Rocha, cada UEP é uma medida comum do esforço produtivo na esfera de cada posto operativo. Bornia (2010) destaca ainda, que a grande vantagem do método UEP está na simplicidade da operacionalização. Depois de identificado os potenciais produtivos e os equivalentes em 26 UEP’s dos produtos, os cálculos de alocação de custos de transformação e o acompanhamento dos índices de desempenho, que devem ser revisados periodicamente, são muito fáceis e rápidos. Também permite a identificação inclusive dos possíveis gargalos, facilitando decisões como o lançamento de um novo produto, propicia um melhor planejamento do mix de produtos a fim de maximizar a produção e permite reduzir as distorções na alocação destes custos. Quanto às desvantagens, o método de custeio UEP possui dificuldade no tratamento dos desperdícios, pois não fornece a parcela de custo referente a tal. O método UEP apresenta ainda deficiência na análise de estrutura. Para Bornia (2010), como esse método não trabalha com transformação dos produtos, as despesas de estrutura não são consideradas. Enfatiza-se ainda, que sua aplicação é limitada à produção e não consideram-se as despesas incorridas além do referido posto operativo. Na sequência e por fim, traz-se a definição do método de custeio ABC. 2.3.4 Método de Custeio ABC O método de Activity Based Costing (ABC) ou custeio baseado em atividades diferencia- se dos demais métodos pela forma de distribuição a análise dos custos indiretos. Enquanto os outros sistemas de custeio atribuem os custos de forma direta, no caso da matéria-prima e MOD (Mão de obra direta), e apropriam os custos indiretos através de rateios arbitrários, o sistema de custeio por atividades veio com o propósito de não mais fazer apropriação dos custos indiretos por rateios e sim pelas atividades envolvidas em seu processo (SANTOS, 2011). Esse método parte do princípio de que não são os bens ou serviços que consomem recursos, mas, sim, os recursos que são consumidos pelas atividades e estas, por sua vez, são consumidas pelos bens ou serviços. Para Martins e Rocha (2015, p. 141) no objetivo maior de proporcionar informação para a gestão de custos “o ABC cuida do mapeamento de processos a atividades, da identificação dos fatores que determinam ou influenciam o custo das atividades e da identificação das rotas de custos, rastreando-as aos produtos”. Ribeiro cita (2011, p. 370): Tal sistema fundamenta-se no fato de que as atividades consomem recursos e os produtos consomem as atividades. Por esse motivo, os CIF’s devem ser transferidos aos produtos com base nas atividades que cada um consumiu. Assim, os CIF’s são transferidos inicialmente para as atividades e delas para os produtos. 27 Dessa forma, após identificados os centros de custos a partir da departamentalização e os elementos de custos desses centros, são identificadas as atividades definidas por Riberio (2011, p. 370) como “um conjunto de tarefas decorrentes da combinação de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos que visa a produção de bens ou a prestação de serviços”. Com a definição das atividades, os custos são alocados a elas, por intermédio dos direcionadores. Ainda na ideia de Ribeiro (2011), existem dois tipos de direcionadores, os de recursos, que estão associados ao consumo de recursos pelas atividades, ou seja, representam a quantidade de um recurso para a realização de uma atividade; e os de atividades, que por sua vez, utilizam-se para a alocação dos custos acumulados nas atividades para os produtos. Segundo o mesmo autor, os passos para aplicação do ABC são, basicamente: - Departamentalização; - Identificação dos gastos; - Distribuição dos gastos aos departamentos; - Identificação dos gastos incorridos em cada departamento; - Identificação das atividades realizadas em cada departamento; - Atribuição de custos às atividades; - Atribuição de custos aos produtos; Souza e Carvalho (2012), ao referirem-se a esse método, ressaltam que se mostra relevante nas situações em que é necessário analisar certos processos para incorrer em reestruturações e aperfeiçoamentos. E ainda, proporciona informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio; identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade. Como desvantagens menciona-se necessidade de revisão constante; gastos elevados para sua implementação; informações de difícil extração; e ainda, falta de pessoal competente, qualificado e experiente para sua implantação e acompanhamento. 2.4 Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio ou break-even point é definido por Ribeiro (2011, p. 479) como “o estágio alcançado pela empresa no momento em que as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais”. O autor acrescenta ainda que nesse estágio, a empresa estará economicamente 28 em íntegro equilíbrio, isto é, o ponto em que o volume de vendas é suficiente para cobrir todos os custos e as despesas da organização, não havendo lucro nem prejuízo. Bornia (2010, p. 58) define como “O ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o nível de vedas no qual o lucro é nulo”. Santos (2011, p. 37) analisa da seguinte maneira: “O ponto de equilíbrio será obtido quando o total dos lucros marginais, de todos os produtos comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período de tempo objeto de análise”. Bornia (2010, p.64) também afirma que “quanto mais acima do ponto de equilíbrio a empresa estiver operando, maior será a sua segurança de que eventuais quedas no faturamento não levarão o resultado operacional para a zona do prejuízo” Figura 1 – Ponto de Equilíbrio Fonte: Santos (2011, p. 39). Dessa forma, Crepaldi (2002, p. 228) cita que “A análise do PE é fundamental nas obrigações referentes a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou corte de produtos e para análise das alterações do preço de venda, conforme o comportamento do mercado”. Por isso, o Ponto de Equilíbrio recebe três denominações distintas: Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC); o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE); e o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). As variações sobre o PE são abordadas na sequência. 2.4.1 Ponto de Equilíbrio Contábil Na ideia de Crepaldi (2002, p. 229), “O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), é obtido quando há volume suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em que não há lucro nem prejuízo. É o ponto de igualdade entre a Receita Total e o Custo Total”. 29 Bornia (2010, p. 63) destaca que “No PE, são levados em conta todos os custos e despesas contábeis relacionados com o funcionamento da empresa”. Ribeiro (2011) exemplifica que, para chegar no PE divide-se os Custos e Despesas Totais (CDFT) pela Margem de Contribuição Unitária (MCU) já explicada em capítulo anterior, dessa forma: PEC = CDFT/MCU Portanto, tem-se a receita bruta que a empresa precisa obter para alcançar seu Ponto de Equilíbrio e atingir o resultado nulo. O próximo ponto analisado será o Ponto de Equilíbrio Econômico. 2.4.2 Ponto de Equilíbrio Econômico Para Santos (2011), o conceito do Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), dita a receita total no momentoem que além de cobrir os custos totais, são acrescidas ainda de um lucro mínimo de retorno do capital investido. Nas palavras de Crepaldi (2002, p. 229) “O PEE ocorre quando existe lucro na empresa e esta busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação à taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido”. Ribeiro (2011) dispõe a seguinte fórmula para chegar-se no PEE: PEE = CDFT + ML/MCU Sintetizando, somam-se os custos e despesas fixos totais com a margem de lucro desejada e divide-se pela margem de contribuição unitária, chegando-se então no ponto de equilíbrio contábil. Na sequência e por fim, conceitua-se o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). 2.4.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro “O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiros” (CREPALDI, 2002, p. 230). Bornia (2010) exemplifica que no PEF, são considerados apenas os custos desembolsados pela empresa, que trazem significativa oneração financeira para a organização. Pode-se definir ainda na ideia de Ribeiro (2011, p. 496) que “Ponto de Equilíbrio financeiro é o estágio alcançado pela empresa no momento em que a receita total auferida com a venda dos produtos é suficiente para cobrir o total dos custos e das despesas totais diminuído do total dos custos e despesas não financeiros”. O autor traz a seguinte fórmula: 30 PEF = CDFT – CDNF/MCU Dessa forma encontra-se o PEF, diminuindo os custos e despesas fixos totais dos custos e despesas não financeiros, divididos pela margem de contribuição unitária. Realizado o entendimento teórico sobre todas as ferramentas envolvidas neste estudo, apresenta-se por seguinte o capítulo que evidencia a análise e desenvolvimento prático do presente. 31 3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Nesse capítulo, serão apresentados os dados da empresa estudada, bem como a análise e resultados dos métodos aplicados 3.1 Caracterização da empresa A organização, a Gelus Indústria e Comércio Ltda, iniciou as suas atividades no dia 06 de abril de 2000 no município de Venâncio Aires/RS. Sendo do ramo metalúrgico ela possuiu um mix de produtos na sua carteira que são comercializados em alguns estados brasileiros. A seguir serão mostrados alguns dos itens que essa indústria produz. Sã eles: displays, expositores tubulares e aramados, acessórios para gôndolas e grades aramadas para linhas de refrigeração, fogões e fornos industriais. Os pilares do seu negócio estão pautados em três objetivos. O primeiro deles é desenvolver produtos que atendam às necessidades, desejos e características dos seus inúmeros clientes. O segundo objetivo é foco na ergonomia – ergon (trabalho) e nomos (normas, regras) que nada mais é do que projetar produtos que ofereçam segurança, saúde, conforto e eficiência para os usuários. O terceiro objetivo diz respeito a otimização dos espaços. Essa é uma preocupação que as organizações tem em razão da redução das áreas disponíveis para o desenvolvimento e a execução das suas operações. A empresa dispõe sua divisão de custos baseada em um Plano de Centros de Custos separados em quatro áreas que são Apoio (1), Produção (2), Administração (3) e Comercialização (4). Cada área é distribuída da seguinte forma: Apoio: 1 – Almoxarifado, 2 – PPCP Planejamento, Programação e Controle de Produção, 3 – Manutenção (Mecânica, Elétrica e Hidráulica) e 4 – Criação, Desenho, Seleção de materiais e Medição. Produção: 5 – Corte, 6 – Solda, 7 – Acabamento, 8 – Ponteação, 9 – Banho, 10 – Pintura, 11 – Embalagem e 12 – Gerência de produção. Administração: 13 – Recepção, 14 – Presidência, 15 – Compras e 16 – Recursos Humanos (RH). Comercialização: 17 – Comercial, 18 – Custos e 19 – Logística. 3.2 Dados de Referência para Aplicação dos Métodos Na sequência, identificam-se os dados de referência da empresa para aplicação dos métodos. 32 3.2.1 Dados dos Produtos, Preços, Produção e Tributação Para o estudo foram analisados dois produtos, a grelha e o gancho, na qual possuem preços definidos em R$ 20,00 e R$ 4,00, respectivamente. Considera-se na empresa uma produção de 24 horas ao dia, durante 22 dias no mês. Alcançam dessa forma, um volume de produção de 25 ganchos e 10 grelhas, por hora trabalhada. No dia, são produzidos 600 ganchos e 240 grelhas, totalizando no mês 13.200 ganchos e 5.280 grelhas, conforme dados históricos da empresa. A empresa é inscrita na tributação do Lucro Real, adotando as alíquotas de 18% de ICMS, 1,65% de PIS e 7,60% de COFINS, para ambos os produtos. O IPI possui alíquotas diferenciadas, sendo 15% para o produto grelha e 5% para o produto gancho. 3.2.2 Depreciações a) Depreciação Predial A instalação da empresa possui uma avaliação patrimonial de R$1.000.000,00. Intitula-se uma vida útil de 240 meses, somando uma depreciação mensal de R$4.166,67. O prédio possui uma área de 1.157,36m², onde o valor da depreciação é distribuído aos Centros de Custos, utilizando o critério metros quadrados ocupados por cada Centro, conforme demonstrado no Apêndice A. b) Depreciação Máquinas As máquinas estão distribuídas em sua totalidade ao setor produtivo, compondo um valor total de R$1.468.431,00 em maquinário. Os bens estão divididos aos centros de custos, com suas quantidades e vida útil (mês), totalizando o valor depreciável de R$12.293,93 das máquinas mensalmente, conforme elaborado no Apêndice B. c) Depreciação Móveis e Utensílios A empresa apresenta seis itens que possuem na empresa, são eles, Computador no valor de R$3.000,00, Telefone R$75,00, Impressora R$400,00, Cadeira R$300,00, Mesa R$500,00 e Armário R$1.000,00, totalizando conforme as quantidades especificadas um valor de R$71.125,00 na conta de móveis e utensílios. Conforme o Apêndice C, visualiza-se a distribuição 33 dos itens aos centros, de acordo com suas respectivas quantidades, reunindo um valor total de depreciação de móveis e utensílios de R$592,71 por mês. d) Depreciações totais aos centros de custos Somou-se então, as depreciações do prédio, máquinas e móveis e utensílios para cada centro de custo, chegando a um montante total de depreciações na empresa de R$16.952,37. A visualização das somas especifica-se no Apêndice D. 3.2.3 Despesas com Folha de Pagamento Foram alocadas ainda, as despesas com os salários dos empregados da empresa, que totalizam em 20 pessoas. A empresa possui 4 faixas salariais, de acordo com cada função, que foram calculados para cada centro de custo conforme a quantidade de empregado e sua respectiva função, disponível no Apêndice E. 3.2.4 Despesas Fixas Mensais A empresa divide as empresas fixas em dois grupos: Administração e Gastos Gerais de Fabricação (GGF). Essas despesas foram rateadas aos centros de custos, de acordo com determinações definidas pela empresa que seguem detalhadas abaixo: Quadro 1 – Critérios de rateio Despesas Regra de rateio GGF EQUIPAMENTO PROTEÇAO INDIVIDUAL Número de funcionários INSUMOS/CONSUMIVEIS Centros de custo produtivos GÁS PARA SOLDA Setores que usam GÁS BANHO/PINTURA Setores que usam MANUTENÇÃO MÁQUINAS/EQUIPAMENTOS Centros de custo produtivo ADMINISTRAÇÃO ENERGIA Consumo de energia por máquina TELEFONE Número de funcionários MATERIAL LIMPEZA/COZINHA Igual a todos os setores ÁGUA Número de funcionários 34 HONORÁRIOS/ASSESSORIAS Setores que possuem INTERNET Setores que usam ASSISTENCIA MÉDICA Setores que usam MATERIAL DE EXPEDIENTE Setores administrativos DESPESA COM SOFWARE ERP Iguais a todos os setores SEGURO FÁBRICA Centro de custoda Presidência Fonte: Elaborado pelo autor (2020). As despesas fixas mensais totalizaram um valor de R$24.825,73, os quais são identificados no Apêndice F. 3.2.5 Consumo de Energia Elétrica O consumo de Energia Elétrica foi rateado em Energia de Produção (Direto) e Energia Indireta aos demais Centros de Custos. O cálculo da Energia de produção foi realizado com base no número de horas, multiplicado pelo consumo em KW/H, com um custo definido de R$0,25 por KW/H. Aos demais Centros de Custos, foram consideradas as quantidades de lâmpadas, multiplicadas pelo custo e horas de funcionamento. O consumo total de Energia consumido pela empresa foi de R$8.479,64, conforme visualiza-se no Apêndice G. 3.3 Aplicação do Método de Custeio Variável Inicialmente, será apresentada a aplicação do Método de Custeio Variável e suas variações. 3.3.1 Mapa de Localização de Custos Para identificar o custeio variável, realizou-se o MLC (Mapa de Localização dos Custos), conforme as divisões dos centros de custos citados. A exemplo do centro de custos 2 – CC2, foram alocadas espécies de custos do patrimônio, de pessoas, administração e gastos gerais de produção, chegando neste caso a um custo identificado de R$3.636,86. Da mesma maneira, foram identificados os custos de todos os outros centros de custos. Seguindo a mesma definição, chegou-se assim a um valor de R$13.246,78 para os CC de Apoio, R$41.296,91 para os CC de Produção, R$14.843,85 para os CC de Administração e R$10.942,56 para os CC de Comercialização. 35 Feita a análise do MLC final, identificou-se um custo fixo total de R$80.330,10, o que representa um percentual de 50,71 sobre a receita estimada, que para o período é de R$158.400,00. A apropriação completa identifica-se no Apêndice H. 3.3.2 Análise do Boletim de Custos Seguindo a análise do sistema de custeio variável, desenvolveu-se o BC (Boletim de Custos), que para o produto gancho, por exemplo, constatou um custo variável de materiais de R$0,20, conforme verifica-se no Apêndice I. Para projeção do PVI (Preço de Venda Ideal), estimou-se despesas com impostos, 18% ICMS, 1,65% de PIS, 7,60% de COFINS e um custo fixo calculado de 50,71%. A soma desses gastos totalizou um valor percentual de 77,96, formando um índice de 4,54 chamado de Mark-up. O cálculo de precificação fundamentou-se na fórmula do Mark-up multiplicador. Onde, custo x Mark-up, chegou-se a um PVI estimado de R$0,91 (visualização no Apêndice J), bem abaixo do valor já praticado pela empresa. A mesma metodologia foi aplicada para o produto grelha, conforme Apêndice K. 3.3.3 Análise Custo-Volume-Lucro O método do Custeio Variável utiliza-se da aplicação da fórmula da Margem de Contribuição que nada mais é do que MC = PV – DVD - CVD, para então chegar no Ponto de Equilíbrio. Através dos dados alcançados nos Boletins de Custos vistos anteriormente, partiu-se da precificação sugerida para o produto gancho R$0,91 e para o produto grelha R$14,71. Todo o orçamento foi baseado nesta estimativa inicial considerando também o custo variável direto calculado para cada produto que foi de R$0,20 e R$3,24, respectivamente. Dessa forma, foi possível calcular a Margem de Contribuição que foi R$0,46 ou 50,77% para o produto gancho e R$7,46 ou 50,72% para o produto grelha. Após isso, é possível identificar a MCPP (Margem de Contribuição por Produto), através da seguinte fórmula: MCPP = Volume x MC unitária Dessa forma, chegou-se a uma MCPP de R$6.098,73 para o produto gancho e R$39.396,85 para o produto grelha, totalizando uma MC mix de R$45.495,58. Partindo do volume histórico de produção e vendas da empresa pode-se estimar o fator de equilíbrio (FE) da seguinte forma: FE=CFtotal/MCmix 36 O fator de equilíbrio calculado foi de 1,7657 que quer dizer que essa empresa está abaixo do ponto de equilíbrio, necessitando um aumento de 76,57% na sua receita média ponderada para recuperar todos os custos fixos independentes que foram R$80.330,10 conforme MLC. Visualiza-se no quadro abaixo: Quadro 2 – Análise Mix Custeio Variável Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 3.4 Aplicação do Método de Custeio por Absorção Em seguida, será apresentada a aplicação do Método de Custeio por Absorção e suas variações. 3.4.1 Mapa de Localização de Custos O MLC pelo custeio por absorção utiliza-se dos mesmos dados já identificados no custeio variável, por espécie de custos e centros de custos produtivos e não produtivos. A grande altercação na apropriação dos custos por esse método, concentra-se nos centros produtivos do 5 ao 12. Nesse contexto, realizou-se a apropriação de R$41.296,91 de forma direta para os produtos com base em parâmetros de rateio. Ainda conforme o MLC, os gastos que abrangem as áreas de Apoio, de Administração e Comercialização no montante de R$39.033,19, continuam sendo tratados como CFI, tendo uma proporção de 24,64% de custos fixos não distribuídos, obtidos através da proporção entre CFI e a Receita Total. Para a realização do rateio dos custos, utilizaram-se os critérios conforme tabela abaixo: Quadro 3 – Critérios de Rateio pelo Método Absorção PRODUTO NÍVEL DE PRODUÇÃO TEMPO DE PRODUÇÃO Quantidade Percentual Percentual GANCHO 11.105 71,42% 80% GRELHA 4.442 28,57% 20% Fonte: Elaborado pelo autor (2020). PRODUTO PV DVD CVD MC UM MC% VOLUME MCPP FEC PEC UN PEC R$ GANCHO R$0,91 R$0,25 R$0,20 R$0,46 50,77% 13200 R$6.098,73 1,7657 23307 R$21.209,21 GRELHA R$14,71 R$4,01 R$3,24 R$7,46 50,72% 5280 R$39.396,85 1,7657 9323 R$137.137.33 MC MIX R$45.495,58 32630 R$158.346,53 37 As contas do patrimônio, gastos gerais, administração utilizaram o critério em relação a produtividade. E as contas com pessoal utilizaram o critério de rateio por tempo trabalhado, conforme visualização no Apêndice L. Dos custos absorvidos foram rateados R$30.599,73 para o produto gancho, chegando a uma estimativa de custo unitário de R$2,76. Para o produto grelha chegou-se a um rateio de custos de R$10.697,17 e um valor de R$2,41 na unidade. 3.4.2 Análise do Boletim de Custos Continuando a análise do sistema de custeio por absorção, o BC apurou para o produto gancho, além do custo variável direto de R$0,20, um custo fixo de fabricação de R$2,76 obtidos pela distribuição dos custos fixos industriais aos produtos, gerando um custo total de fabricação de R$2,96. Dessa maneira, forma-se o PVI computando as despesas variáveis e a margem estimada para cobertura dos custos fixos restantes, através do Mark-up. O total desses custos para o boletim do produto gancho chegou a um percentual de 51,89%, obtido pela fórmula Mark-up multiplicador, um índice de 2,08. Por conseguinte, é possível estimar o PVI sugerido pela metodologia de custeio por absorção multiplicando o custo unitário de fabricação, que é R$2,96, pelo Mark-up índice, 2,08, gerando assim um PVI de R$6,15 (Apêndice M). Para BC do Produto Grelha (Apêndice N) foi utilizada a mesma metodologia, onde apresentou um PVI de R$11,74. 3.4.3 Análise Custo-Volume-Lucro A Análise do Custo-Volume-Lucro para o método de Custeio por Absorção utiliza os moldes do Custeio Variável, dessa forma, através do PVI, as DVD e os CVD chega-se a uma Margem de Contribuição Unitária de R$4,27 para o produto gancho e R$5,30 para o produto grelha. Realizando a multiplicação da MC um pelo volume, é possível obter a MCPP de R$56.322,42 e R$27.988,49, para os produtos gancho e grelha, respectivamente. A soma das duas Margens totalizam um MC MIX de R$84.310,91 e um FEC de 0,9528, significando que com esse preços de venda sugeridos pelo método de Custeio por Absorção, a empresa precisaria atingir 95,28% do seu MIX médio ponderado para chegar no seu ponto de equilíbrio contábil e cobrir todos os Custos Fixos. 38 Quadro 4 – Análise Mix Custeio por Absorção Fonte:Elaborado pelo autor (2020). 3.5 Aplicação do Método de Custeio UEP A seguir, será apresentada a aplicação do Método de Custeio UEP e suas variações. 3.5.1 Mapa de Localização de Custos A formação do MLC apresentado para aplicação do método UEP utiliza-se dos mesmos dados já elaborados para o cálculo do Custeio Variável. A diferença está na maneira em que os custos diretamente ligados à produção (CC 5 ao CC 11) que totalizam R$41.296,91 serão apropriados para os produtos. O método UEP realiza a distribuição desses custos dos Postos Operativos PO’s ou Centros de Custos, para identificação do custo de transformação de cada produto fabricado pela técnica mapa de foto-índices. Para apuração do mapa de foto-índice necessita-se de uma análise e controle nas operações produtivas calculando a capacidade horária de produção de cada centro de custo. Dessa forma, foi realizado o cálculo do custo técnico direcionado para cada Centro de Custo, a exemplo do CC 5 (corte), onde o custo direcionado foi R$7.333,99, no qual dividido pelo potencial de horas produzidas 348,33, resultou em um foto-índice de R$21,05. Igualmente, essa metodologia foi aplicada aos outros Centros de Custos (CC 6 ao CC 11) conforme identificados no Mapa de foto-índice visualizáveis no Apêndice O, alcançando um custo total de fabricação de R$41.296,91 conforme já apontados no MLC. Ao final da distribuição dos custos de produção, é possível identificar que os custos fixos relacionados às áreas de Apoio, Administração, Comercialização e ao CC de Gerência de Produção no montante de R$39.033,39 não foram distribuídos e que possuem uma proporção de 24,64% sobre o faturamento, dado essencial para a formação do BL. 3.5.2 Análise do Boletim de Custos Ao construir o Boletim de Custos do produto gancho (Apêndice P), nota-se a grande diferença teórica e prática no cálculo do custo de transformação. Para o cálculo de tal custo, utilizou-se os foto-índices apurados através da multiplicação de cada foto-índice hora, conforme Apêndice O, pelo tempo de passagem em cada Centro de Custo. A exemplo do produto gancho, o custo de transformação para o CC Corte foi de R$0,44 e assim, continuamente para os demais Centros de Custos utilizados no processo produtivo, chegando a um custo total de transformação PRODUTO PV DVD CVD MC UN MC% VOLUME MCPP FEC PEC UN PEC R$ GANCHO R$6,14 R$1,67 R$0,20 R$4,27 69,49% 13200 R$56.322,42 0,9528 12577 R$77.221,25 GRELHA R$11,74 R$3,20 R$3,24 R$5,30 45,15% 5280 R$27.988,49 0,9528 5031 R$59.060,43 MC MIX R$84.310,91 17607 R$36.281,68 39 de R$1,80, que somado aos custos já calculados dos materiais, chegou-se a um custo total de fabricação pelo método UEP de R$2,00 por unidade produzida do produto gancho e R$7,18 do produto grelha. Após apurado o custo total de fabricação de cada produto, utilizou-se a técnica mark-up índice para apurar a precificação, que no caso foi de 2,08. Por fim, aplicou-se a fórmula do PVI para identificação do preço sugerido pelo método. Para o produto gancho chegou-se ao valor de R$4,16 e para o produto grelha R$14,93 (Apêndice Q). 3.5.3 Análise Custo-Volume-Lucro Com a estrutura Custo-Volume-Lucro moldada pelo Custeio Variável identifica-se, através do PVI sugerido pelo método UEP, as despesas e os custos variáveis diretos, uma MC unitária de R$2,82 para o produto gancho e R$7,62 para o produto grelha. Logo, chega-se a uma MC% de 67,94% e MCPP de R$37.279,05 para o produto gancho e, MC% de 51,05% e MCPP de R$40.250,62 para o produto grelha, resultando um MCTotal de R$77.529,67. Realizando a divisão do CFI pelo MCTotal ou MC Mix, identifica-se um FEC 1,0361, demonstrando que com esse preços de venda sugeridos por esse método de Custeio, a empresa precisaria atingir 103,61% do seu MIX médio ponderado para chegar no seu ponto de equilíbrio contábil. É possível encontrar também, com a multiplicação do FEC pelo volume histórico as unidades de venda necessárias para alcançar o PEC un, que multiplicando pelo PVI encontra-se o PEC R$ que foi de R$56.853,55 para o gancho e R$81.690,21 para a grelha, resultando em R$138.543,76. Quadro 5 - Análise Mix Custeio UEP PRODUT O PV DVD CVD MC UN MC% VOLUME MCPP FEC PEC UN PEC R$ GANCHO R$4,16 R$1,13 R$0,20 R$ 2,82 67,94% 13200 R$37.279,05 1,0361 13677 R$56.853,55 GRELHA R$14,93 R$4,07 R$3,24 R$7,62 51,05% 5280 R$40.250,62 1,0361 5471 R$81.690,21 MC MIX R$77.529,67 19148 R$138.543,76 Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 3.6 Aplicação do Método de Custeio ABC Por fim, apresenta-se a aplicação do Método de Custeio ABC e suas variações. 3.6.1 Mapa de Localização de Custos Ao realizar a análise do MLC já elaborada pelo método UEP, identifica-se que as contas possuem a mesma disposição alocada nas atividades produtivas, de apoio a produção, e atividades administrativas e comerciais. Percebe-se que ao aplicar o método ABC, os custos fixos direcionados aos produtos possuem um aumento considerável na sua forma representativa. 40 Para aplicação do Custeio segmentou-se a fábrica em atividades produtivas conforme a estrutura já vista pelo UEP (Corte, Solda, Acabamento, Ponteação, Banho, Pintura e Embalagem), bem como utilizando as mesma taxas unitárias. Também foram direcionadas as áreas não produtivas CC12 Gerência de Produção, CC13 Recepção, CC14 Presidência, CC18 Custos, como segue o método de acordo com o plano de departamentalização da empresa e pelo fato de que tais atividades não possuem no caso um direcionador de atividade que avaliem causa e efeito para os mesmos. Para distribuição das atividades não produtivas, utilizou-se direcionares específicos para cada caso. A exemplo do CC1 Almoxarifado, baseou-se no direcionador número de requisições, ou seja, quanto maior o número de requisições, estima-se maior absorção de custos dos produtos. Para o CC citado, foram absorvidos R$2.437,00 e R$1.600,24 para os produtos gancho e grelha, respectivamente. É possível ainda, calcular o custo unitário, na qual divide-se pelas unidades produzidas, que no caso foi R$0,18 para o gancho e R$0,30 para a grelha. Desse modo, o ABC derivado da visão de absorção total, os custos alocados ao produto chegaram ao valor de R$65.699,82, sendo a parcela não direcionada R$14.630,28, representando 9,24% valor residual, que deve ser recuperado no BC por não ter sido alocado, conforme Apêndice R. 3.6.2 Análise do Boletim de Custos Na formulação do BC pelo método ABC, além dos custos com materiais e custos das atividades produtivas já distribuídas anteriormente, adiciona-se ainda os custos das atividades administrativas, de apoio e comerciais, obtidos conforme Apêndice S e T. Ao final, além do valor dos materiais diretos, foi agregado o valor referente aos postos operativos distribuídos por direcionadores de atividades, levando a um custo total para o produto gancho de R$3,41 e para o produto grelha de R$7,68. Aplicando o Mark-up – considerando 27,25% referente a impostos e 9,26% das atividades não distribuídas – chega-se a um índice de 1,5746. Aplicando a equação do PVI custo x Mark-up, encontra-se uma estimativa de preço de R$5,36 para o produto gancho e R$14,11 para o produto grelha, dados estes que também poderão ser estimados na análise de custos-volume-lucro. 3.6.3 Análise Custo-Volume-Lucro É possível analisar o CVL com os mesmos moldes do Custeio Variável, baseados nos PVI’s encontrados pelas técnicas do Custeio ABC. Dessa forma, aplicando os preços, subtraídos das despesas e custos diretos, obtém-se um MC um no valor de R$3,70 para o produto gancho e R$7,02 para o produto grelha. Identifica-se ainda que a MC% do gancho ficou em 69,02% e o produto grelha 49,78%, totalizando uma MCPP de R$48.853,06 e R$37.077,17 para os produtos gancho e grelha, respectivamente. O MC Mix resultou num
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