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APOSTILA ESPORTES INDIVIDUAIS ATLETISMO

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Prévia do material em texto

ESPORTES 
INDIVIDUAIS: 
ATLETISMO
PROFESSORES
Me. Élen Carla da Costa Baraldi
Me. Humberto Garcia de Oliveira
Quando identifi car o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
Google Play App Store
2 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação 
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
BARALDI, Élen Carla da Costa; OLIVEIRA, Humberto Garcia de.
 Esportes Individuais: Atletismo. Élen Carla da Costa Baraldi; Humberto 
Garcia de Oliveira.
 Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpressão 2020. 
 208 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Educação Física. 2. Esportes individuais. 3. Atletismo. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1845-5 CDD - 22ª Ed. 796.4
Impresso por: CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor 
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio 
Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Minco�, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Produção 
de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, 
Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência 
de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, 
Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo.
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Victor 
Augusto Thomazini, Robson Yuiti Saito, Designer Educacional Kaio Vinicius Cardoso Gomes, Nayara Garcia 
Valenciano, Revisão Textual Ariane Andrade Fabreti, Ilustração Rodrigo Barbosa da Silva, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profi ssionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profi ssional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profi ssionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autores
Me. Élen Carla daCosta Baraldi
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2002) e mestre em 
Educação pela Universidade Federal do Paraná (2006). Atualmente, é professora da Rede 
Municipal de Educação do Município de Maringá-PR e docente, no Ensino Superior, 20hs, 
do curso de Educação Física EAD. Atuou como como professora temporária na Rede Esta-
dual de Educação do Estado do Paraná, também como professora de Educação Infantil em 
Pré-escolas particulares (Arte Manha) e colégios de Educação Infantil, Fundamental e Médio 
(Colégio Platão e Colégio Objetivo). No ensino superior, ministrou disciplinas em cursos de 
Pedagogia, Artes Visuais e Educação Física nas seguintes instituições: Faculdade Alvorada 
de Maringá-PR, Faculdade do Noroeste Paranaense (FANP) em Nova Esperança-PR e no 
Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) na modalidade presencial. Tem experiência 
na área de Educação Física Escolar Infantil e Fundamental, bem como na área de Educação 
Física-escola-educação. 
http://lattes.cnpq.br/1842537406095828
Me. Humberto Garcia de Oliveira
Graduado em Educação Física pelas Faculdades Integradas de Guarulhos (1983), especia-
lista em treinamento desportivo pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre 
em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (2010). Treinador de Atle-
tismo durante 30 anos, possui vários títulos, como treinador de equipes de renome e da 
seleção brasileira em campeonatos sul-americanos, jogos pan-americanos, campeonatos 
mundiais e outros eventos internacionais na modalidade. Atualmente, é coordenador do 
curso de Educação Física Licenciatura e Bacharelado do Centro Universitário de Maringá 
(Unicesumar). Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Treinamento 
Desportivo, atuando, principalmente, nos seguintes temas: atletismo, treinamento des-
portivo, tenistas e preparação física em geral.
http://lattes.cnpq.br/9242781131748708
apresentação do material
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO
Élen Carla da Costa Baraldi e Humberto Garcia de Oliveira
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à nossa disciplina de esportes individuais, 
atletismo! Este material foi produzido para você! O nosso objetivo, neste livro, 
é permitir que você, como futuro(a) profissional da Educação Física, ao final da 
nossa disciplina, sinta-se motivado(a) e capacitado(a) a trabalhar com esta área 
do conhecimento, atuando em diferentes realidades e disposto(a) a enfrentar 
os desafios que se colocarão em sua vida profissional.
O atletismo, hoje, pode ser entendido como uma disciplina da Educação Física 
presente em muitos espaços por todo o mundo. O seu processo de populariza-
ção tem se intensificado mais e mais por ambientes escolares e não escolares, 
permitindo que tenhamos, hoje, diferentes espaços profissionais para ocupar 
com uma formação profissional coesa, eficiente e, ao mesmo tempo, com toda 
a flexibilidade possível. O atletismo não depende de equipamentos caros ou de 
infraestrutura profissional, os treinamentos podem ser aplicados em contextos 
onde o(a) professor(a) se propõe, aos alunos/atletas, ensinar a experiência de 
praticar este esporte, vencendo os seus limites pessoais e também sociais. Assu-
mindo, assim, uma postura de abertura a esse esporte milenar, os profissionais 
da área poderão alcançar espaços antes impossíveis.
Sejamos empreendedores do conhecimento, levando sempre à frente aquilo 
que foi aprendido durante a formação, enriquecendo a sua preparação profis-
sional. Assim, neste nosso material, você encontrará os conteúdos organizados 
em cinco unidades de estudo e da seguinte forma:
A Unidade 1 fará a introdução aos estudos do atletismo, discutindo as 
origens do esporte e o conhecimento básico sobre o desenvolvimento motor, 
os aspectos didáticos do atletismo pertinentes ao movimento e os aspectos 
biomecânicos deste. 
A Unidade 2 trará o movimento do correr com os fundamentos das corri-
das, as corridas de resistência, de velocidade e saída de bloco, a corrida sobre 
barreiras e as de revezamento.
A Unidade 3 estudará o movimento do salto, os fundamentos dos saltos, o 
salto em distância, o triplo, em altura e com vara. 
A Unidade 4 fará o movimento de lançar, começando pela diferenciação 
entre lançamento e arremesso, o arremeso do peso, lançamento do disco, do 
dardo e do martelo. 
A Unidade 5 encerrará com a prática pedagógica do atletismo, a sua pre-
sença no campo da licenciatura e do bacharel, além de temas transversais no 
atletismo: doping, tecnologia e esporte paralímpico.
sumário
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DO ATLETISMO
14 Origens do Atletismo
21 Conhecimento Básico sobre 
o Desenvolvimento Motor
25 Aspectos Didáticos do Atletismo 
Pertinentes ao Movimento
28 Aspectos Biomecânicos do Movimento
44 Referências
46 Gabarito
UNIDADE II
CORRIDAS
52 Fundamentos das Corridas
54 Corridas de Resistência
59 Corridas de Velocidade e Saída de Blocos
65 Corrida sobre Barreiras
71 Corridas de Revezamentos
89 Referências
90 Gabarito
UNIDADE III
SALTAR
96 Fundamentos dos Saltos
99 Salto em Distância
104 Salto Triplo
111 Salto em Altura
117 Salto com Vara
131 Referências
132 Gabarito
UNIDADE IV
LANÇAR/ARREMESSAR
138 Lançamentos e Arremessos
143 Arremeso de Peso
151 Lançamento do Disco
157 Lançamento do Dardo
166 Lançamento do Martelo
181 Referências
182 Gabarito
UNIDADE V
A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ATLETISMO
188 Desafi os do Ensino do Atletismo
190 O Atletismo no Campo da Licenciatura 
e do Bacharelado
194 Temas Transversais no Atletismo: 
Residenciais e suas Defi nições
205 Referências
206 Gabarito
207 CONCLUSÃO GERAL
Professora Me. Élen Carla da Costa Baraldi
Professor Me. Humberto Garcia de Oliveira
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Origens do atletismo
• Conhecimento básico sobre o desenvolvimento motor
• Aspectos didáticos do atletismo pertinentes ao movimento
• Aspectos biomecânicos do movimento
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a história, as transformações e os aspectos 
infl uenciadores das atividades atléticas do ser humano que 
deram origem ao atletismo como modalidade esportiva na 
atualidade.
• Compreender a prática do movimento humano como uma 
sucessão de aquisições motoras resultantes de aspectos 
interiores e exteriores ao indivíduo.
• Entender a prática do atletismo como uma modalidade 
de manifestação do movimento humano que é possível e 
necessária na escola, nos centros esportivos, na academia, 
nos clubes etc.
• Aprender o movimento humano sob o ponto de vista dos 
conceitos básicos da mecânica.
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS 
DO ATLETISMO
 unidade 
I
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), nesta unidade, você terá a oportunidade de se aproximar 
de uma das áreas de conhecimento da Educação Física que nos dão a pos-
sibilidade de exercer esta profissão nos mais diversos campos de atuação. 
Esse conhecimento lhe proporcionará a aquisição de um novo olhar sobre a 
manifestação esportiva chamada atletismo, compreendendo-a como uma construção 
coletiva, histórica e social do ser humano.
Com este olhar, as origens do atletismo trarão outros significados para os movi-
mentos que, historicamente, foram construídos e que formaram o conjunto de práticas 
esportivas hoje chamadas de atletismo. O ser humano, ao longo dos séculos, construiu 
histórica e socialmente a sua existência de forma que ele se relacionasse com o meio e 
com os outros indivíduos e também agisse sobre eles.
O movimento humano compreendido também precisa ser visto do ponto de vista 
do ensino-aprendizagem, pois trabalhamos na construção de futuros profissionais que, 
em diferentes espaços, usarão esse processo de ensino-aprendizagem para intervir no 
movimento de crianças, jovens, adultos e idosos. A contribuição dos conhecimentos 
básicos sobre o Desenvolvimento Motor nos ajudará demasiadamente nesse proces-
so de entendimento dos movimentos e das necessidades/intenções/interesses em cada 
fase da vida humana.
Esse movimentohumano também acontece num tempo e num espaço físico e, 
assim, precisa ser estudado sob tal ótica, entendendo as forças internas e externas que 
agem/interferem no momento de execução de uma passagem de barreira, por exemplo. 
Cabe a nós, que trabalhamos com o movimento, o estudo das ciências que o explicam.
O ensino-aprendizagem do atletismo exige o conhecimento de aspectos didáticos 
da sua prática, pertinentes ao movimento humano. Faz-se necessário, também, que, 
por meio dos estudos, conheçamos os referenciais teóricos pertinentes a este esporte 
para entender como se dá a produção de conhecimento nele e nas áreas com os quais 
ele se articula.
Desejo a você uma boa viagem no tempo (cronológico e físico) do atletismo e 
que faça uso dos conhecimentos aqui apresentados não só durante a nossa disciplina, 
mas também em sua atuação profissional, dando sentido e prática a cada movimento 
ensinado.
14 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Origens 
do Atletismo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
O atletismo não deve ser entendido de forma limita-
da, como um esporte base para os demais. Apesar de 
ser praticado há tantas centenas de séculos, cada uma 
das modalidades, hoje, praticadas possui um conjunto 
de movimentos que podemos chamar, aqui, de gestos 
técnicos, cada um com as suas especificidades, com 
um sentido e um significado próprios da área. Para 
além deste entendimento, a construção de movimen-
tos e manifestações corporais pelo ser humano, tais 
como correr, andar, saltar, arremessar e lançar estão 
presentes em inúmeras atividades: jogo, brincadeira, 
esporte, ginástica etc., porém, com sentidos e signifi-
cados diferentes. Cabe a nós, profissionais da área de 
Educação Física e Esportes, conhecer e entender tal 
processo constitutivo que, aqui, é o nosso objeto de 
estudo.
O atletismo, tal como o conhecemos hoje, é o re-
sultado de um processo de construção social e histó-
rica do indivíduo por meio da construção de sua exis-
tência, fazendo-se humano, relacionando-se com ele 
mesmo, com os outros sujeitos e com o meio. Quan-
do afirmamos que o ser humano se constrói, entende-
mos que as manifestações corporais produzidas por 
esse mesmo indivíduo também se transformam, pois 
elas são processo e, ao mesmo tempo, produto desta 
transformação. O movimento do correr, por exemplo, 
para o sujeito pré-histórico, tinha um sentido e um 
objetivo diversos do correr para o sujeito moderno. 
Por isto, podemos dizer que esse mesmo movimento, 
praticado pelo recordista Usain Bolt (jamaicano velo-
cista), é diferente do correr pré-histórico, pois ambos 
possuem objetivos diferentes.
Este olhar sobre o atletismo, compreendido como 
uma das manifestações da cultura corporal do movi-
mento, traz consigo a infinidade de possibilidades de 
práticas para esse esporte, as quais podem ser realiza-
das em diversos espaços e tempos por pessoas de qual-
quer idade, tamanho ou biotipo físico. Qualquer que 
seja o movimento (correr, saltar, lançar, arremessar) 
realizado pelo indivíduo, na atualidade, com o objetivo 
de praticar um esporte/uma atividade para cuidar da 
saúde física, competir, ou simplesmente brincar, é per-
cebido, socialmente, por nós, como uma ação intencio-
nal, cujo intuito é atender ao objetivo proposto.
Os objetivos e significados dos movimentos pro-
duzidos pelo ser humano, portanto, também são 
considerados nesta interpretação da realidade, fa-
zendo-se humano e produzindo a sua existência, 
compreendidos aqui numa visão histórico-social dos 
movimentos. Podemos, então, afirmar que existe uma 
diferença gigantesca entre os movimentos que fazem 
parte do conjunto de atividades atléticas conhecidas 
por nós, hoje, e aqueles que julgamos ser, em sua gê-
nese histórico-social, de forma bem elementar.
A origem do Atletismo retrocede até a origem 
do gênero humano, quando os primeiros habitantes 
tinham que se alimentar por meio da caça e, por isto, 
necessitavam lançar objetos, correr ora atrás, ora à 
frente dos animais, saltar obstáculos e riachos a fim 
de proteger a si e aos outros. O atletismo enquan-
to competição, que os ingleses chamam de athletics 
sports, e os americanos, de track and field contests, 
vem de uma época mais próxima, embora possamos 
encontrar vestígios de competição há 40 séculos, em 
vários povos da Ásia e da África (OLIVEIRA, 2013).
A diferença entre o correr do indivíduo pré-
-histórico e o correr do indivíduo moderno 
está no objetivo-finalidade do ato em si. São 
pessoas em tempos distintos e com modos 
de vida distintos, cujo mesmo movimento 
adquire significado diferente.
REFLITA
16 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Neste enorme espaço de tempo entre o indivíduo 
primitivo e o moderno, encontramos registros his-
tóricos de diversos períodos quando os movimentos 
atléticos foram reconhecidos na história num tempo 
e lugar, porém, aqui, faremos menção aos registros 
onde foi observada a presença do Atletismo em forma 
de competição.
Duas raças europeias no extremo do continente 
foram as primeiras a praticar regularmente o atletis-
mo de competição na mesma época, aproximadamen-
te 2 mil anos antes da nossa era, na Idade do Bronze. 
Estes povos foram os irlandeses do período pré-céltico 
e os gregos de Acádia, assim como os seus vizinhos, os 
cretenses da época minoica (1750-1400 a. C.). É muito 
provável que esses povos se ignorassem quanto à cul-
tura uns dos outros. Um poema histórico de Aristeo, 
“Crônica da ilha de Mármara”, menciona um atletismo 
praticado pelos “escritas hiperbóreos” (povos celtas 
místicos): a lenda se confunde com a realidade, as fa-
çanhas são fabulosas e os vencedores aparecem como 
semideuses, as proezas descritas são sobre-humanas.
Do período pré-helênico – período clássico da 
história grega (séculos IV-VI a. C.) – temos, como tes-
temunho, alguns poucos documentos descobertos em 
Knossos sobre um tipo de atletismo acrobático pra-
ticado por jovens de ambos os sexos, os quais saltam 
touros, apoiando-se em varas (CABRAL, 2004).
Devemos a Homero (lendário poeta épico da Grécia 
Antiga) os primeiros relatos, sobretudo na Ilíada (con-
tos épicos gregos do século XXIII a. C.) e na Odisseia 
(um dos principais poemas épicos da Grécia Antiga, 
canto VII), escrito no século VII a. C. (CABRAL, 2004).
Existe em Dublin, na Irlanda, um manuscrito 
conservado no Trinity College, intitulado Livro de 
Leins (1160). Nele são descritos jogos de Tailti, al-
deia do condado de Meath, organizados a partir do 
século XIX a. C., que continuaram a ser realizados 
durante 25 séculos. Há referências sobre lançamen-
tos e saltos (OLIVEIRA, 2013).
Evidentemente, misturam-se a Pré-história, a mi-
tologia e a lenda. Todas as reuniões atléticas da Grécia 
Antiga, como também as da Irlanda, estão ligadas às 
cerimônias religiosas e aos funerais, como as de Patro-
clo (um dos heróis gregos da mitologia), evocados por 
Homero. Este mesmo modelo se encontra em outras 
organizações oficiais de jogos gregos, especialmente, 
os olímpicos (CABRAL, 2004).
Esses jogos foram os mais importantes da Grécia 
Antiga, mas não eram os únicos. A partir de 527 a. C., 
próximo a Delfos (região grega que hoje possui um im-
portante sítio arqueológico), na cidade de Pítia, celebra-
vam-se os Jogos Píticos dedicados a Apolo (deus grego 
da beleza e juventude), primeiramente, a cada oito anos 
e, depois, no ano seguinte, a cada Olimpíada. Próximo 
a Corinto, em Istmia, celebravam-se, a cada dois anos, 
os Jogos Istmícos e, posteriormente, também em Ar-
gos (a cada dois anos), os Jogos Nemeos celebravam a 
vitória de Héracles (filho de Zeus na mitologia grega) 
sobre Nemeia (monstro mitológico), vencido naquele 
mesmo local. Esses jogos olímpicos são os mais anti-
gos e o seu início remonta ao ano de 884 a. C., mas, na 
história oficial, é datado de 776 a. C. (CABRAL, 2004).
Figura 1 – Artesanato grego representa um saltador com halteres
Fonte: Wikimedia ([2019], on-line)1.
rober
Realce
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 17
Figura 2 - Afresco de Knossos representa oatletismo acrobático com touros 
Fonte: Wikimedia ([2019], on-line)2.
Figura 3 - Atletismo
18 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
O símbolo da Educação Física, aprovado pelo 
Conselho Federal de Educação Física (Confef) na 
Resolução n. 49/2002, é o “Discóbolo de Mirón” 
(lançador de discos), uma estátua do escultor grego 
Mirón produzida em 455 a. C., que representa um 
atleta no momento preparatório do lançamento de 
disco. Este tipo de arremesso é considerado uma das 
mais antigas provas de arremesso do atletismo.
O atletismo moderno originou-se, segundo re-
latos, em 1886, com a criação do Amatheur Athletic 
Club, fundado com o propósito de organizar campeo-
natos nacionais na Inglaterra (ocorridos naquele ano). 
As primeiras descrições dos Jogos Londrinos são da-
tadas do século XII. O rei Henrique II os patrocinava. 
Eram, oficialmente, competições de lançamentos de 
martelo de ferro com cabo de madeira, de pedra, com 
barra e sem cabo. O rei Henrique V era um admira-
dor de corridas, e Henrique VII, um especialista em 
lançamento de martelo (OLIVEIRA, 2013). 
Alguns registros ao longo do tempo marcam 
o atletismo: no século XVI, as numerosas citações 
acerca de corridas a pé; no século XVII, os primeiros 
ensaios sobre cronometragem, as marcas e as com-
petições, incluindo apostas; durante o século XIX, o 
atletismo desperta lentamente por meio de corridas 
a pé. O livro Tom Brown, de Thomas Hughes (1857), 
descreve detalhadamente uma competição entre jo-
vens, a mais antiga da história moderna de atletismo. 
Em 1857, a Universidade de Cambridge organiza 
campeonatos da modalidade. Em 1860 e em 1864, 
em Oxford, uma competição entre as duas universi-
dades marca o início de confrontos entre entidades 
(MATTHIESEN; RANGEL; DARIDO, 2014).
Os primeiros Jogos Olímpicos, em 1896, foram 
realizados com provas de 100, 400, 800 e 150 m; fora 
da pista, a maratona com 40 km. Os saltos foram: 
em distância, triplo, em altura e com vara. Os ar-
remessos contemplaram disco e peso. O atletismo 
para mulheres estreou nos Jogos Olímpicos somente 
em Amsterdã, em 1928. Enfim, esse esporte sempre 
esteve ligado aos Jogos Olímpicos, ele é considerado, 
por muitos profissionais da área, o primeiro dos es-
portes (OLIVEIRA, 2013).Figura 4 - Discóbolo de Mirón
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 EDUCAÇÃO FÍSICA
 19
Figura 5 - Pôster dos Jogos Olímpicos de Amsterdã, em 1928 
Fonte: Wikipédia ([2019], on-line)3. 
Com o passar do tempo, os espaços para a prática 
do atletismo foram construídos exclusivamente para 
isto, observando-se as regras de cada modalidade e 
pensando na possibilidade de acontecerem várias 
provas ao mesmo tempo, em um único lugar. Com 
o objetivo de conhecer a estrutura de uma pista ofi -
cial de atletismo, a Figura 6 apresenta o esquema dos 
locais de prática. Uma pista de atletismo é formada 
por competições em pista e campo, contudo, as cor-
ridas de velocidade em qualquer uma das distâncias 
são realizadas na pista.
Figura 6 - Esquema que representa a pista de atletismo
Fonte: adaptada de Müller e Ritzdorf (2000).
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20 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Os períodos mais recentes que envolvem o atletismo regulamentado e, oficialmente, tratado como uma mo-
dalidade esportiva e olímpica passam pelas datas a seguir:
Realização dos primeiros Jogos Olímpicos 
(como as provas, anteriormente, descritas).
Primeiras competições de atletismo no Brasil.
Criação do órgão o�cial mundial responsável 
pela administração do atletismo International 
Amateur Athletic Federation – IAAF (Federação 
Internacional de Atletismo Amador).
O atletismo brasileiro por meio da 
Confederação Brasileira de Desportos (CBD) 
�lia-se à IAAF.
Primeira participação do Brasil em 
Jogos Olímpicos (Paris, 1924).
Primeira participação das mulheres
em Jogos Olímpicos (Amsterdã, 1928).
Primeira competição o�cial de
atletismo no Brasil – Campeonato
Brasileiro entre Estados.
Realização da primeira edição do Troféu Brasil 
de Atletismo – principal competição 
o�cial do atletismo brasileiro.
Criação da Confederação Brasileira de
Atletismo (CBAt), órgão responsável pela
administração do atletismo nacional até
os dias de hoje.
A IAAF altera sua denominação para
International Association of Athletics 
Federation (Associação Internacional 
das Federações de Atletismo).
1896
1912
1924
1929
1977
1910
1914
1928
1945
2001
Figura 7 - Atletismo regulamentado por datas
Fonte: os autores.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
O 
ser humano, desde o nascimento até a 
velhice, passa por diversos processos de 
crescimento, desenvolvimento e ama-
durecimento. Por isto, a prática de ati-
vidades físicas ou de esportes, independentemente 
da idade do grupo atendido, não deve acontecer 
sem considerar esses processos, pois ela é, ao mes-
mo tempo, dependente e determinante deles. Cada 
movimento a ser realizado pelo grupo com o qual 
você trabalha terá que ser pensado e analisado antes 
quanto à faixa etária (idade), às condições motoras 
dos indivíduos integrantes desse grupo (estágios do 
desenvolvimento motor) e, ainda, como esses sujei-
tos relacionam-se com o ambiente onde vivem (res-
posta do sujeito aos estímulos do ambiente). Sobre 
este conhecimento, temos muito a discutir e a co-
nhecer, afinal, em toda ação pedagógica aplicada por 
profissional/professor(a) da Educação Física, faz-se 
necessário o conhecimento acerca do ser humano 
como um ser em constante transformação.
Conhecimento Básico sobre 
o Desenvolvimento Motor
22 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Segundo David Gallahue e John C. Ozmuz 
(2005), o ser humano, durante a sua vida, apresenta 
algumas fases de desenvolvimento e, em relação ao 
movimento, ele passa por estágios, ambos sendo in-
fluenciados por aspectos bio-psico-sociais, ou seja, o 
desenvolvimento de habilidades motoras depende e é 
também determinado pelo ambiente externo (ofere-
cendo estímulos e oportunidades para a prática, in-
centivando, assim, a permanência) e interno (existem 
influências herdadas geneticamente nos indivíduos). 
Dentro desta concepção de construção do mo-
vimento humano, fica evidente que a intervenção de 
um profissional capacitado para atuar com diferen-
tes idades torna-se imprescindível para que aconteça 
a transição progressiva de uma fase para a outra.
Uma progressão bem-sucedida por meio de tran-
sição, aplicação e estágio de aplicação ao longo da 
vida em uma tarefa de movimento particular depen-
de de níveis maduros de realização na fase de movi-
mento fundamental. Um indivíduo raramente obterá 
sucesso em softball caso as suas habilidades de bater, 
de arremessar e apanhar ou de correr não atingirem 
níveis maduros. Há a suposição de uma barreira de 
proficiência entre a fase de movimento fundamental 
e a fase de movimento especializado do desenvolvi-
mento. A transição de uma fase a outra depende da 
aplicação de padrões maduros de movimento a uma 
grande variedade de habilidades ligadas a este. Caso 
os padrões não sejam maduros, a habilidade será 
prejudicada (GALLAHUE; OZMUZ, 2005)
Figura 8 - Ampulheta eurística das fases do movimento humano
Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
É evidente, portanto, que existe um conjunto de fa-
tores que interferem para que o indivíduo passe ou 
permaneça em um estágio neste ou naquele movi-
mento, e a nossa intervenção, como propositores de 
movimentos dos mais diversos tipos, fará a diferen-
ça no desenvolvimento desse indivíduo tanto quan-
to ele permitir-se praticar. 
A seguir, apresentamos a ampulheta heurística 
desenvolvida por Gallahue e Ozmuz (2005), repre-
sentando o aspecto descritivo do desenvolvimento 
motor ao longo da vida do indivíduo em desenvolvi-
mento típico. A seguir, a ampulheta representa uma 
visão descritiva do desenvolvimento, e o triângulo 
representa uma visão explanatória. Ambos são úteis 
para compreender o desenvolvimento motor.
Figura 9 - Ampulheta do desenvolvimento motor
Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005).24 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Como mostra a ampulheta, os quatro tipos de 
movimentos que Gallahue e Ozmuz (2005) apre-
sentam devem ser percebidos e reconhecidos por 
nós, profi ssionais da área da Educação, em qual-
quer atividade aplicada em nossa prática, para que 
possamos intervir de forma efi ciente, produtiva e 
positiva no movimento e na vida do indivíduo que 
estamos atendendo. Porém, para isto, é necessário 
que também conheçamos as fases do desenvolvi-
mento motor com as suas particularidades (infân-
cia, adolescência, jovem adulto e idoso), manten-
do-nos atentos a como o ser humano se comporta 
em cada uma delas para, assim, sabermos como 
agir nesta relação interpessoal professor(a)/alu-
no(a), treinador(a)/atleta.
Reconhecer as condições que podem limi-
tar ou aprimorar o desenvolvimento constitui a 
chave para o ensino bem-sucedido na fase de ha-
bilidade de movimento especializado. Uma vez 
identifi cadas tais condições para cada indivíduo, 
o ensino torna-se mais uma questão de reduzir o 
constrangimento (condições limitantes) e maxi-
mizar as a� ordances (condições aprimoradas) ao 
invés de simplesmente enfatizar mecanicamente 
a execução “correta” da habilidade (GALLAHUE; 
OZMUZ, 2005).
Um indivíduo não chegará espontaneamen-
te a um determinado estágio de movimento 
quando atingir a idade esperada para aquele 
movimento. O alcance de um estágio é de-
pendente do desenvolvimento biológico, do 
ambiente e da tarefa sugerida (exercício).
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
Assim, as habilidades de movimento especializado 
são movimentos maduros fundamentais adaptados 
para as exigências específi cas de uma atividade espor-
tiva, recreativa ou do dia a dia. O ponto até onde tais 
habilidades são desenvolvidas depende da combina-
ção de condições específi cas das exigências da tarefa, 
da biologia do indivíduo e das condições do meio de 
aprendizagem (GALLAHUE; OZMUZ, 2005).
Quanto à especialização do movimento, Gallahue 
e Ozmuz (2005) se referem à prática de treinamento 
de uma dada modalidade esportiva, período em que 
serão automatizados aqueles movimentos que chega-
ram ao estágio maduro. Mas, em nossa prática, po-
demos nos deparar com alunos/atletas nos diferentes 
estágios de desenvolvimento do movimento e, por 
isto, a nossa intervenção é pertinente e necessária.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Figura 10 - movimento técnico x movimento construído
Aspectos 
Didáticos 
do Atletismo 
Pertinentes ao 
Movimento
26 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Esses movimentos descritos por Gallahue e Ozmuz 
(2005) não devem ser compreendidos de forma es-
tanque, como um lugar a alcançar em que só existe 
um único caminho de acesso. Muitas são as teorias 
na atualidade que estudam e descrevem de forma 
detalhada para nós, profissionais da área da Edu-
cação Física, a forma como o movimento humano 
é entendido no processo de ensino-aprendizagem. 
Uma dessas teorias está na obra sobre o trabalho 
educativo na Educação Física, do professor Reiner 
Hildebrandt-Stramann (2017).
O autor aborda o movimento como um proces-
so construído, não como um modelo a ser alcan-
çado. Quem sabe essa teoria seja a resposta para 
tantos talentos esportivos que se apresentam hoje, 
os quais fogem dos padrões de movimento antes 
estudados e traçados como ideais para um resulta-
do eficaz na competição. Aquilo que chamamos de 
“estilo” não seria um caminho diferente e, talvez, 
mais eficaz para chegar a um objetivo? Como não 
havia conhecimento sobre aquele “atalho”, deu-se 
o nome de estilo.
O movimento precisa ser entendido sob o pon-
to de vista da construção, interagindo o tempo 
todo com o biológico, o psicológico, o social e a 
tarefa motora no processo de aquisição das habi-
lidades físicas. Somente assim o(a) professor(a)/
treinador(a) terá resultado positivo em seu traba-
lho de intervenção na aprendizagem de determi-
nado movimento/modalidade. Nesse processo de 
construção, existe uma relação aberta de intera-
ção entre professor(a)/treinador(a) e aluno/atleta, 
proporcionando e experimentando em cada ação e 
em cada exercício proposto, o movimento que será 
construído na aula/treino, mas modificado e ques-
tionado por ambos.
O desenvolvimento humano é caracterizado pela 
aquisição de capacidades cognitivas, emocionais, 
sociais e de movimento. O desenvolvimento deste 
nas crianças e nos jovens pode ser promovido nas 
seguintes funções: [...] a função instrumental contém 
a capacidade de se movimentar de maneira econô-
mica, hábil, jeitosa e acomodável ao meio ambiente. 
A função social contém a capacidade de contatar ou-
tras pessoas por intermédio do movimento. A fun-
ção simbólica contém a capacidade de expressar algo 
mediante o movimento, e a função sensível contém a 
capacidade de explorar materiais ou a si mesmo, ou 
de construir, com materiais, situações de movimento 
(HILDEBRANDT-STRAMANN, 2017).
Como profissionais da área da Educação Física, 
precisamos entender que o conhecimento da téc-
nica não impede que o processo de construção do 
movimento aconteça em conjunto, principalmen-
te quando estamos trabalhando com grupos de 
crianças que precisam, antes de aprender a técni-
ca, desenvolver as habilidades motoras, pois essas 
crianças ainda não têm a percepção de suas com-
petências. Sem falar também dos inúmeros adultos 
que chegam aos nossos cuidados com percepção 
zero daquilo que eles podem e do que são capazes 
de realizar. Por estes motivos, a construção dessa 
percepção de competência está diretamente ligada 
à nossa profissão, em qualquer ambiente, seja den-
tro ou fora da escola, seja no clube ou no treino.
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 EDUCAÇÃO FÍSICA
 27
O movimentar-se proporciona experiências em, 
no mínimo, três áreas (HILDEBRANDT-STRA-
MANN, 2017): 
1
2
3
Mediante as funções instrumental e 
sensitiva, é possível adquirir experiên-
cias com o material por meio do mo-
vimento. 
Por intermédio da função social, é pos-
sível fazer experiências sociais por meio 
do contato com outras pessoas.
Por meio da função simbólica, é pos-
sível fazer experiências corporais me-
diante um confronto direto com o seu 
próprio corpo pelo movimento.
Intervalos de movimento
No ensino das disciplinas
No ensino interdisciplinar
No ensino com projetos
Mobiliários móveis
Trabalho num plano de 
semana, trabalho livre, 
aprendizagem em estações
Aprender com
movimento
Aprender por meio 
de movimento
Movimento acompanha o processo 
de aprendizagem
Movimento como um meio para adquirir 
conhecimentos/experiências sobre 
o assunto ou tema tratado
Figura 11 - Teoria da aprendizagem móvel
Fonte: Hildebrandt-Stramann (2017).
Compreendendo o movimento desta forma, Hilde-
brandt-Stramann (2017) propõe aos profi ssionais o 
seu ensino por meio da teoria de aprendizagem mó-
vel, ou seja, a aprendizagem por meio do movimen-
to para ganhar conhecimentos e experiências sobre 
o que é ensinado, pensando sobre, fazendo relações 
com outros temas e movimentos. Este método traz 
importante contribuições à medida que alarga a va-
riedade de movimentos a serem proporcionados e, 
ao mesmo tempo, traz profundidade ao que é en-
sinado, saindo da mera experimentação, da prática 
pela prática, pois tal método objetiva a consciência 
da mente sobre o corpo durante todo o processo, 
colocando-se como um desafi o para a nossa área de 
atuação, a qual busca a repetição de um movimento 
pela busca da técnica perfeita e efi caz.
28 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Aspectos 
Biomecânicos 
do Movimento
N
este tópico, você terá uma aproxi-
mação com os conteúdos da Física 
e as suas relações com o movimen-
to. Esta ciência, tão necessária para 
a Educação Física, e que tem sido tão negli-
genciada em nossa prática, mantendo-se guar-
dada somente para o esporte de rendimento, 
ajudará na sua compreensão do conteúdo sob 
o ponto de vista da aprendizagem, colaboran-
do para que você, futuro profi ssional, passe do 
papel de executor dos movimentos para a fun-
ção de intermediadordeles.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
Os aspectos fundamentais da biomecânica hu-
mana devem nos levar a pensar sobre o movimento 
em si, como ele acontece no tempo e no espaço. Por 
isto, faz-se necessário que tenhamos conhecimento 
das definições básicas da biomecânica, bem como 
do que produz os movimentos, uma vez que o atle-
tismo tem, como premissa básica, desenvolver os 
movimentos, principalmente, aqueles básicos do 
ser humano.
A biomecânica (bio = seres vivos; mecânica = 
movimento) pode ser compreendida como mo-
vimento humano, presente em todo ser vivo que 
se movimenta, desde o ato de engatinhar, andar e 
correr ou qualquer gesto que envolva até os mais 
complexos movimentos, como os gestos esportivos 
de competição.
Qualquer movimento pode ser analisado a par-
tir do estudo funcional ou cinesiológico. Para que 
isto ocorra, podemos utilizar um dos recursos para 
entender a biomecânica: por meio da caracterização 
dos movimentos (também denominada “mecânica”) 
ou via a compreensão das causas do movimento (de-
nominada “cinética”).
O(a) professor(a)/treinador(a) de Educação Fí-
sica poderá, a partir dos conhecimentos em biome-
cânica, promover uma prática que poderá contri-
buir para a efetivação de processos educativos com 
o objetivo de alterar o comportamento corporal 
consciente no dia a dia e, também, a sua relação com 
as práticas corporais, fazendo-o pensar no que está 
executando, quais as qualidades físicas utilizadas no 
movimento e em que plano este acontece, ou seja, 
estudar sobre o movimento, como ele é construído 
no tempo e no espaço ocupados por nós.
Pensar o movimento antes, durante e após a 
sua execução colabora para o seu aprimora-
mento. O(a) professor(a) deve proporcionar 
laboratórios de ideias/práticas do movimento 
para que, no processo de construção deste, 
aconteça o enriquecimento de possibilidades 
de execução, originando, assim, movimentos 
conscientes, maduros e individualizados.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
O profissional de Educação Física, na condição ocu-
pacional de professor(a), tem como responsabilida-
de não somente os aspectos técnico-pedagógicos ou 
esportivos, mas também a função de contribuir para 
a melhoria da qualidade na saúde das crianças e dos 
jovens, com ênfase nas informações que foram de-
senvolvidas por meio de estudos científicos, como 
sentar em uma cadeira na posição ergonomicamente 
correta; transportar uma mochila; ou receber outras 
orientações que possam contribuir para a melhoria 
da saúde. Assim, essa profissão objetiva ir além do 
que se ensina nas quadras, nos campos ou na aula.
CONCEITO
O conceito de biomecânica para o movimento hu-
mano, tratando-se de aprendizagem, deve ir além 
do entendimento em relação à palavra. Portanto, a 
biomecânica pode ser definida como: a ciência que 
estuda os movimentos dos seres vivos, considerando 
as forças internas e externas que atuam sobre eles 
(MÜLLER; RITZDORF, 2000).
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Realce
30 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
FORÇA
As forças produzem o movimento: ela puxa ou em-
purra um corpo ou um objeto em dado espaço, por 
exemplo. A força não é visível, mas sabe-se que ela 
existe pelos resultados que produz. Por exemplo, um 
aluno, quando corre, aplica, no solo, uma força no 
apoio dos pés. Ela pode ser exposta de duas formas: 
as forças internas, que são resultados das contrações 
musculares voluntárias que tracionam os ossos; e 
as externas, aquelas que se encontram no ambiente 
e fora do nosso corpo, como a gravidade e o atrito 
(HALL; TARANTO, 2000).
VELOCIDADE
A velocidade é a rapidez com a qual um objeto se move 
a uma determinada direção. Esse objeto pode ser o cor-
po humano ou um implemento lançado. Um corredor 
de 100 m que corre esta distância em 10 s, correu 100 
m com uma velocidade de 10 m/s. A velocidade hori-
zontal é determinada, dividindo a distância percorrida 
pelo tempo gasto nela (HALL; TARANTO, 2000).
ACELERAÇÃO
Pode ser compreendida como a capacidade de atin-
gir a maior velocidade possível no menor espaço de 
tempo. Qualquer objeto ou corpo que parte de uma 
posição estática necessita desse tempo para atingir a 
velocidade máxima. Por exemplo, o velocista quan-
do parte para a corrida após o tiro de partida, ou 
um objeto quando é lançado. A Figura 12 ilustra a 
velocidade e a aceleração velocidade-tempo para um 
corredor de 100 m (HALL; TARANTO, 2000), em 
que o eixo X se refere ao tempo nos 100 m em se-
gundos; e o eixo Y é a velocidade em m/s.
 
Figura 12 - Velocidade e tempo para um velocista (aceleração)
Fonte: Thompson (1991).
Em estudo realizado com jovens velocistas chilenos de 13 anos, verificou-se que eles alcançaram a velo-
cidade máxima (7,04 m/s) aos 30 m em uma prova de 60 m rasos realizada à máxima velocidade, sendo 
que esta tendeu a manter-se estável até os 45 m (DÍAZ, 1990). Tais resultados assemelharam-se aos en-
contrados no presente estudo, indicando assim uma tendência de jovens desta idade não conseguirem 
acelerar além destas distâncias. A capacidade de aceleração de jovens velocistas parece ser inferior à de 
adultos, na qual tem-se observado que a máxima velocidade de atletas adultos, na condição de treina-
dos, pode ser alcançado dos 50 aos 70m. Em análise realizada com os ex-recordistas mundiais dos 100m 
rasos Carl Lewis e Ben Johnson, verificou-se que os mesmos conseguiam acelerar até os 60m da prova e 
sustentar tal velocidade até os 70m (DICK, 1989), demonstrando assim grande capacidade de aceleração.
Fonte: Dal Pupo e Rocha Júnior (2008). 
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 31
MOVIMENTO LINEAR E ROTACIONAL
O movimento linear acontece em linha reta, e o movimento rotacional (ou de translação) ocorre sobre um 
eixo de rotação. No atletismo, os movimentos são, regularmente, a combinação de ambos e ela é conhecida 
como movimento geral. Na corrida, por exemplo, o corpo se movimenta de forma linear e as pernas realizam 
um movimento rotacional.
MOMENTUM
Momentum quer dizer a quantidade de movimentos que um corpo possui e realiza, é também o produto do peso 
pela velocidade. No corpo humano, pode haver a transferência de momentum de uma parte do corpo para outra. 
Por exemplo, no salto em distância, quando a perna contrária à da impulsão é bloqueada ao chegar na posição 
horizontal, ela transfere o momentum como força adicional para a perna de impulsão.
Figura 13 - Ilustração de exemplos de exercícios com movimentos lineares
Fonte: adaptada de Th ompson (2016).
32 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
O momentum angular é a quantidade de movimento angular ou rotacional do corpo, é o momento de inércia 
angular com a velocidade rotacional. Quando o corpo gira sobre o seu próprio eixo, o momento da inércia é 
proporcional ao seu comprimento. Também pode haver transferência de momento angular de uma parte para 
outra, isto ocorre quando um lado do corpo é bloqueado nos lançamentos.
Figura 14 - Salto triplo
Fonte: IAAF (2009).
AS LEIS DO MOVIMENTO
Devemos a compreensão da relação entre força e 
movimento principalmente ao inglês Isaac Newton 
(1642-1727). Ele é conhecido por enunciar as 
três leis do movimento, em 1687, com a sua obra 
Philosophiae Naturalis Principia Mathematica.
A PRIMEIRA LEI DO MOVIMENTO
A primeira lei do movimento ou inércia de Newton 
alega que “todo corpo continua em seu estado de re-
pouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, 
a menos que seja forçado a mudar aquele estado por 
forças aplicadas sobre ele” (UNESCO, 2013, p.17).
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 33
O mais importante é saber como aplicar essa lei 
na prática. Um corredor, por exemplo, não sairá do 
lugar no bloco de partida se não aplicar uma força 
sobre ele. O saltador ou o barreirista não conseguirá 
saltar ou ultrapassar as barreiras se não aplicar uma 
força que mude a direção da corrida. 
A SEGUNDA LEI DO MOVIMENTO
A segunda lei do movimento ou aceleração ex-
põe que “a aceleração de um corpo é proporcional 
à força que a produz e ocorre na direção em que a 
força atua” (UNESCO, 2013, p. 18). Isto é,quanto 
maior a força, maior a aceleração. Esta depende da 
quantidade de força aplicada sobre um corpo. Nos 
lançamentos, quanto maior a força exercida sobre 
o objeto lançado, maior será a aceleração. Uma vez 
lançado esse objeto, não haverá nenhuma força que 
possa ser exercida sobre ele para acelerar. O mesmo 
se aplica aos saltos, quanto maior for a força aplicada 
no momento da impulsão, mais aceleração, altura ou 
distância poderá ser obtida.
A TERCEIRA LEI DO MOVIMENTO
A terceira lei do movimento ou lei da reação diz que 
“para cada ação existe uma reação igual e no sentido 
oposto” (UNESCO, 2013, p. 19). 
Figura 15 – Pêndulo de Newton
Por exemplo, um corredor exerce uma força con-
tra o solo no momento em que impulsiona o corpo 
para frente, isto cria uma reação igual e oposta que 
provoca o deslocamento do corpo no sentido da cor-
rida. A lei da reação também se aplica aos movimen-
tos que ocorrem em suspensão. Nestas situações, a 
reação igual e oposta ocorre nos movimentos de ou-
tras partes do corpo. Por exemplo, um saltador pro-
jetará o tronco, as pernas e os braços à frente no mo-
mento da queda, a reação igual e oposta do tronco em 
relação às pernas auxiliará na perfeita queda na areia.
Figura 16 - Figura representativa da ação e reação
Fonte: adaptado de IAAF (2009).
O CENTRO DE GRAVIDADE (C.G.)
A gravidade é uma força que nos puxa para o cen-
tro da Terra e está permanentemente presente. Essa 
força é exercida em cada objeto e em cada corpo no 
planeta, sendo que cada objeto ou corpo possui um 
ponto imaginário onde essa força atua. O corpo hu-
mano é uma forma complexa que se modifi ca cons-
tantemente em relação aos movimentos. O centro de 
gravidade desloca-se de acordo com os movimentos 
do corpo, como mostra a Figura 17.
34 
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO 
Quando uma pessoa salta ou lança um implemento 
(disco, dardo, peso etc.), a gravidade atua como uma 
força que puxa a pessoa ou o implemento em dire-
ção ao solo. O desenho da trajetória pelo C.G. de um 
corpo em suspensão é uma curva denominada pa-
rábola ou movimento parabólico. A trajetória deste 
depende de três fatores:
• Velocidade de lançamento.
• Ângulo de impulsão ou lançamento.
• Altura do C.G. do saltador no momento da 
impulsão ou do C.G. do implemento no mo-
mento do lançamento.
Figura 17 - Representação do ponto do Centro de Gravidade (C.G.) no 
corpo em várias posições
Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005).
As aulas que envolvem o movimento hu-
mano devem proporcionar um espaço de 
laboratório corporal para os que a fazem, 
permitindo que a vivência motora enriqueça 
o conhecimento de diversos elementos ne-
cessários para que a prática de movimentos 
seja na fase de aquisição ou de especializa-
ção destes.
Fonte: os autores.
REFLITA
 35
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), a Unidade 1 teve por objetivo conhecer a história, as trans-
formações e os aspectos influenciadores das atividades atléticas do ser 
humano que deram origem ao atletismo como modalidade esportiva na 
atualidade para que você, desta forma, passe a compreender o atletismo 
como uma construção social e histórica humanas. Esta visão será importante na sua 
formação em outras disciplinas também.
Buscamos também compreender a prática do movimento humano como uma 
sucessão de aquisições motoras resultantes de aspectos interiores e exteriores ao in-
divíduo e que pode ser determinada ou influenciada pela prática consciente de um 
profissional conhecedor do movimento, que sabe não só o que, mas também como 
fazer, pois ele entende a prática do atletismo como uma modalidade de manifestação 
do movimento humano possível e necessária, independentemente do lugar onde o 
indivíduo esteja na vida: escola, centros esportivos, academia, clubes etc. Para isto, 
aprender sobre o movimento sob o ponto de vista dos conceitos básicos da mecânica 
torna-se imprescindível, pois ele acontece num tempo e num espaço, e o conheci-
mento destes aspectos permite uma prática consciente. 
No curso de Educação Física, você estudará diversos conteúdos, em cada mó-
dulo se aproximará de vocabulários diversos pertinentes ao mundo do movimento 
e que, ao final, se entrelaçam numa rede de conhecimentos que possibilitará você a 
exercer de forma competente a sua profissão. Para entender uma técnica e analisá-la 
são necessários conhecimentos em várias ciências, isto fará a diferença entre o leigo 
e o profissional. Faça uma reflexão a respeito: as ações básicas do atletismo: correr, 
saltar e lançar. Tome como exemplo um salto. Para que ele possa ocorrer, você deverá 
estender todas as articulações da perna, gerando uma impulsão, a qual empurra o 
seu corpo contra a gravidade. Isto deverá ocorrer com a marcha, a corrida e todos os 
outros movimentos – inclusive no ato de lançar um objeto.
36 
atividades de estudo
1. Vimos, nesta unidade, que o movimento do correr do indivíduo pré-histórico tem 
sentido/significado diferente daquele atribuído ao indivíduo moderno. Explique 
por que podemos ter este entendimento diferente sobre o mesmo movimento.
2. A biomecânica (bio = seres vivos; mecânica = movimento) pode ser compreen-
dida como movimento humano, presente em todo ser vivo que se movimenta, 
desde o ato de engatinhar, andar e correr ou qualquer gesto que envolva desde 
o movimento mais simples até os mais complexos, como os gestos esportivos 
de competição. Explique como e por que o conhecimento desta ciência deve ser 
estudado pelos profissionais da Educação física.
3. O movimento precisa ser entendido sob o ponto de vista da construção, intera-
gindo o biológico, o psicológico, o social e a tarefa motora, o tempo todo, no pro-
cesso de aquisição das habilidades físicas. Neste contexto, podemos afirmar que:
a) Somente assim o(a) professor(a)/treinador(a) terá um resultado positivo no 
seu trabalho de intervenção na aprendizagem de determinado movimento/
modalidade.
b) Existe uma relação semiaberta de aprendizagem, porém o profissional deve 
colocar limites para não perder o controle sobre o processo.
c) A construção do movimento não pode interferir na aprendizagem da técnica.
d) O movimento será aprendido quando chegar à fase certa de aquisição de 
habilidades naturalmente. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
 37
atividades de estudo
4. O ser humano, desde o nascer até a velhice, passa por diversos processos de 
crescimento, desenvolvimento e amadurecimento. A aprendizagem de movimen-
tos motores está diretamente ligada a estas fases e da forma como o movimento 
é desenvolvido em cada uma delas. Usando a ampulheta de Gallahue e Ozmuz 
(2005), cite os fatores que interferem na aquisição destes padrões de movimento.
5. Pensar sobre o movimento, antes, durante e após a sua execução, colabora no 
seu aprimoramento. O(a) professor(a) deve proporcionar laboratórios de ideias/
práticas do movimento para que, no processo de construção deste, aconteça o 
enriquecimento de possibilidades de execução, originando, assim, movimentos 
conscientes, maduros e individualizados. Sobre a proposição de atividades práti-
cas por profissionais de Educação Física, assinale a alternativa correta:
a) Propor atividades que façam refletir sobre a posição do corpo na posição dei-
tada ajuda a entender a corrida.
b) Discutir aspectos do correr que ajudem a entender o movimento de braços 
colabora na diminuição do tempo de deslocamento horizontal.
c) Conhecer a posição corporal do indivíduo primitivo na corrida em nada in-
terfere naquilo que será aprendido pelo indivíduo moderno em relação ao 
correr.
d) O conhecimento da posição do corpo e dos movimentos necessários para a 
corrida não dispensam o uso de aparelhos que ajudam a potencializá-la, prin-
cipalmente em relação às crianças, como um bom tênis com amortecedor.
38
LEITURA
COMPLEMENTAR
Conceitos para maximizar o desenvolvimento da habilidade de movimento 
especializado
As habilidades de movimento especializado constituem exercícios maduros de movimento 
fundamental refinados e associados para formar habilidades esportivas e de movimento 
complexo e específi co. As habilidades de movimento especializado são tarefas específi cas, 
ao contrário dos movimentos fundamentais. As habilidades de movimento fundamental 
de um indivíduo sofrem pouca alteração após atingir um estágio maduro, e as capacidades 
físicas infl uenciam apenas até o ponto no qual essas habilidades de movimento especia-
lizado são realizadas em esportes, situações recreativas e do cotidiano. As habilidades de 
movimento especializado são movimentos maduros fundamentais adaptados para as exi-
gências específi cas de uma atividade esportiva, recreativa ou do dia-a-dia.
A maioria das crianças tem o potencial de desenvolvimento por volta dos 6 anos de idade 
para atuar em um estágio de maturidade da maioria das habilidades de movimento funda-
mental e iniciar a transição para a fase de movimento especializado. As características fi sio-
lógicas e anatômicas e a construção neurológica, assim como as habilidades de percepção 
visual, estão sufi cientemente desenvolvidas no sentido de funcionar em um estágio madu-
ro nas habilidades de movimento mais fundamentais. Há, evidentemente, exceções a essa 
generalização, como, por exemplo, atingir um objeto em movimento como em batedura e 
voleio, devido às sofi sticadas exigências motor-visuais nessas tarefas. Contudo, diversos 
adolescentes retardam sua capacidade de movimento devido às limitadas oportunidades 
39
LEITURA
COMPLEMENTAR
para a prática regular, à instrução precária ou inexistente e ao pouco ou nenhum incentivo. 
Crianças mais velhas, adolescentes e adultos deveriam ser capazes de realizar movimentos 
fundamentais no estágio maduro. Uma progressão bem-sucedida por meio de transição, 
aplicação e estágio de aplicação ao longo da vida em uma tarefa de movimento particular 
depende de níveis maduros de realização na fase de movimento fundamental. Um indi-
víduo raramente obterá sucesso em softball caso suas habilidades de bater, arremessar 
e apanhar ou de correr não atingirem níveis maduros. Há a suposição de uma barreira 
de profi ciência entre a fase de movimento fundamental e a fase de movimento especia-
lizado do desenvolvimento. A transição de uma fase para outra depende da aplicação de 
padrões maduros de movimento a uma grande variedade de habilidades de movimento. 
Dois pontos merecem atenção. O primeiro é que, embora um indivíduo possa estar cogni-
tiva e afetivamente pronto para passar para essa fase, a progressão depende de completar 
com sucesso os aspectos específi cos da fase anterior; o segundo, que o progresso de uma 
fase para outra não é uma proposta de tudo ou nada. Não se exige que a pessoa esteja 
em estágio maduro em todos os movimentos fundamentais para avançar para estágios 
subseqüentes. Embora um indivíduo de 14 anos que seja especializado cedo em ginástica 
possa atuar em níveis altamente sofi sticados em diversas habilidades locomotoras e de es-
tabilidade, ele pode não ser capaz de atirar, agarrar ou chutar uma bola com a profi ciência 
esperada para sua idade e nível de desenvolvimento.
40
LEITURA
COMPLEMENTAR
Após a criança ter atingido um estágio maduro em um determinado padrão de movimento 
fundamental, pouca mudança ocorre na “forma” daquela tarefa de movimento durante 
a fase de movimento especializado. O aprimoramento do padrão e as variações de estilo 
na forma ocorre à medida que maior habilidade (precisão, acurácia, coordenação e per-
formance de jogos, atividades preparatórias e controle motor) é alcançada, mas o padrão 
básico permanece inalterado. Contudo, melhoras esporte. O objetivo-chave desse estágio 
é pegar signifi cativas na performance, baseadas na ideia de como treinar e realizar a habi-
lidade do maior competência física, podem ser observadas esporte. Embora a habilidade 
e a profi ciência de um ano para o outro. À medida que o sejam limitadas, a importância 
crítica de adolescente aprimora a força muscular, a esforços sustentados começa a fazer 
sentido resistência, o tempo de reação, a velocidade de para jovens aspirantes a atletas. 
Na fase especializada, há três estágios, que, de transição que esse processo inicia com 
frequência se sobrepõem. O acesso aos estágios durante essa fase do desenvolvimento 
depende de fatores afetivos, cognitivos e neuromusculares no indivíduo. Fatores específi -
cos no movimento e na biologia do indivíduo, assim como as condições do meio ambiente, 
estimulam o movimento de um estágio para outro. Reconhecer as condições que podem 
limitar ou aprimorar o desenvolvimento constitui a chave para o ensino bem-sucedido na 
fase de habilidade de movimento especializado. Uma vez identifi cadas tais condições para 
cada indivíduo, o ensino torna-se mais uma questão de reduzir o constrangimento (condi-
ções limitantes) e maximizar as aff ordances (condições aprimoradas) do que simplesmente 
enfatizar mecanicamente a execução “correta” da habilidade. Os três estágios na fase de 
movimento especializado são descritos a seguir.
41
LEITURA
COMPLEMENTAR
Estágio de transição (estágio de aprender a treinar) é caracterizado pelas primeiras tentati-
vas do indivíduo de refi nar e associar habilidades de movimento maduro. Nesse estágio de 
transição ou de aprender a treinar, futuros atletas aprendem como treinar para obter melhor 
habilidade e performance. Para a maioria das crianças de 8 a 12 anos, este é um período 
crítico, durante o qual as habilidades de movimento fundamental maduro são refi nadas e 
aplicadas aos esportes e jogos da cultura. Nesse estágio são atraídas a diversos tipos diferen-
tes de esporte e não se sentem limitadas por fatores fi siológicos, anatômicos ou ambientais. 
Estágio de aplicação (estágio de treinar a treinar) jovens atletas do ensino fundamental em 
diante que passaram com sucesso o estágio anterior de desenvolvimento da habilidade 
motora estão agora no estágio de aplicação ou de treinar a treinar. Durante o estágio de 
aplicação, o indivíduo torna-se mais consciente de seus dotes e limitações físicas pessoais 
e, assim, dirige seu foco para determinados tipos de esportes, tanto em ambientes compe-
titivos quanto recreacionais.
No estágio de aplicação ao longo da vida – treinar para competir/participar - os indivíduos 
geralmente reduzem o alcance de suas buscas atléticas pela escolha de algumas atividades 
para se engajar regularmente em situações competitivas, recreativas ou do dia-a-dia. Maior 
especialização e refi namento de habilidades ocorrem nesse estágio de treinar para compe-
tir e de treinar para participar. Maximizar a performance é o objetivo-chave desse estágio.
Fonte: Gallahue (2005). 
42 
material complementar
Os Senhores dos Anéis: Poder, Dinheiro e Drogas nas Olimpíadas 
Modernas
Vyv Simson e Andrew Jennings
Editora: Best Seller
Sinopse: os jornalistas Andrew Jennings e Vyv Simon, em seu livro Os Senhores 
dos Anéis: Poder, Dinheiro e Drogas nas Olimpíadas Modernas relatam uma situação 
inusitada. Depois de se infi ltrarem na alta cúpula do COI (Comitê Olímpico Inter-
nacional), participam de uma reunião entre uma empresa de material esportivo, 
os dirigentes do COI, e uma importante atleta olímpica da Alemanha Oriental. 
Após algum tempo, eles estranharam o não comparecimento da atleta alemã. Foi, 
então, que notaram que ela estava presente sim, mas eles a confundiram com um 
homem, pois estava barbada! As altas doses de hormônio ingeridas pela atleta 
fi zeram com que nascessem pelos em seu rosto.
Indicação para Ler
Compreendendo o Desenvolvimento Motor
David L. Gallahue, Jackie D. Goodway e John C. Ozmuz
Editora: ArtMed
Sinopse: Compreendendo o Desenvolvimento Motor, obra mundialmente reconheci-
da, apresenta um texto acessível com base descritiva e explicativa para os proces-
sos e produtos dinâmicos do desenvolvimento motor. Abrangendo todas as fases 
da vida a partir de uma perspectiva das restrições, o livro enfoca as fases dessedesenvolvimento, proporcionando sólida introdução aos aspectos biológicos, afe-
tivos, cognitivos e comportamentais de cada fase. Os autores trazem o que há de 
mais atual em termos de teoria e pesquisa, utilizando o Modelo de Ampulheta 
Triangulada como estrutura conceitual que auxilia o leitor no entendimento do 
desenvolvimento motor do bebê, da criança, do adolescente e do adulto.
Indicação para Ler
 43
material complementar
Carruagens de Fogo
Ano: 1981
Sinopse: as Olimpíadas de 1924, a serem realizadas em Paris, se aproximam. Eric 
Liddell (Ian Charleson) e Harold Abrahams (Ben Cross) pretendem disputá-la, mas 
seguem caminhos bem diferentes. Liddell é um missionário escocês que corre em 
devoção a Deus. Já Abrahams é fi lho de um judeu que enriqueceu recentemente 
e deseja provar a sua capacidade para a sociedade de Cambridge. Liddell corre, 
usando o seu talento natural, enquanto que Abrahams resolve contratar um trei-
nado r pessoal. Ambos seguem as eliminatórias sem problemas, até que uma das 
classifi catórias de Liddell é marcada para domingo. Ele se recusa a competir por 
ser este um dia santo.
Indicação para Assistir
44 
referências
CABRAL, L. A. M. Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga: Olímpia Antiga e os Jogos 
Olímpicos. São Paulo: Odysseus, 2004.
CONFEF. Resolução n. 49, de 10 de dezembro de 2002. Dispõe sobre o símbolo, 
a cor e o anel de grau da Profissão de Educação Física. Disponível em: http://www.
confef.org.br/confef/resolucoes/res-pdf/87.pdf. Acesso em: 5 abr. 2019.
DAL PUPO, J.; ROCHA JÚNIOR, I. C. da. Capacidade de aceleração e resistência 
de velocidade de corredores mirins em uma prova de 100 metros rasos. EFDeportes, 
Buenos Aires, a. 12, n. 118, mar. 2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com/
efd118/capacidade-de-aceleracao-e-resistencia-de-velocidade-de-corredores.htm. 
Acesso em: 5 abr. 2019.
GALLAHUE, D. L. Conceitos para maximizar o desenvolvimento da habilidade de 
movimento especializado. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 16, n. 2, p. 
197-202, 2. sem. 2005. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/
RevEducFis/article/view/3394/2418. Acesso em: 5 abr. 2019.
GALLAHUE, D. L.; OZMUZ, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: be-
bês, crianças e adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2005.
HALL, S. J.; TARANTO, G. Biomecânica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2000.
HILDEBRANDT-STRAMANN, R. Formação de Professores e Trabalho Educativo 
na Educação Física. In: ______. HILDEBRANDT-STRAMANN, R.; TAFFAREL, C. 
Z. (orgs.). Ijuí: Unijuí, 2017. (Coleção Educação Física e Ensino).
IAAF. Material didático apresentado e disponibilizado no curso de formação de 
treinadores nível 1. Bragança Paulista: International Association of Athletics Fede-
rations, 2009.
referências
 45
referências
MATTHIESEN, S. Q.; RANGEL, I. C. A.; DARIDO, S. C. Atletismo: teoria e prática. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
MÜLLER, H.; RITZDORF, W. Correr! Saltar! Lanzar! - Guía IAAF para la enseñan-
za del atletismo. Santa Fé: Federación Internacional de Atletismo Amateur, 2000.
OLIVEIRA, H. G. de. O Atletismo no Ensino Superior. In: MARTINS JÚNIOR, J.; 
PEREIRA, J. da S. N. (orgs.). Curso de Educação Física do Cesumar: 10 anos de 
História. Maringá: Unicesumar, 2013. p. 85-95.
THOMPSON, P. Introdução à Teoria do Treino. [S. I.]: International Association of 
Athletics Federations, 1991.
UNESCO. Biomecânica do movimento humano. Brasília: Fundação Vale; Unesco, 
2013. (Cadernos de Referência de Esporte). Volume 9.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1Em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AGMA_Sauteur.jpg?uselang=pt-br. 
Acesso em: 5 abr. 2019.
2Em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Knossos_frise_taureau-edit.png. Aces-
so em: 5 abr. 2019.
3Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicos_de_Ver%C3%A3o_
de_1928#/media/File:1928-amsterdam.jpg. Acesso em: 5 abr. 2019.
46 
gabarito
1. O indivíduo pré-histórico tinha a vida, os costumes e a forma de sobrevivência 
diferentes daquelas do indivíduo moderno, por isto, não podemos compreender 
os movimentos com o mesmo signifi cado para ambos. A forma de fazer/construir 
a sua existência determina também o sentido/signifi cado daquilo que fazemos.
2. Deve ser estudada dando a devida importância, compreendendo que o movimento 
acontece num tempo e num espaço, sofrendo interferência destes o tempo todo. 
Este conhecimento é de grande importância para quem ensinará “o” movimento 
e “sobre” ele, entendendo as relações do movimento com as forças da natureza.
3. A.
4. Os fatores que interferem na aquisição de habilidades motoras são o ambiente, a 
tarefa e o biológico.
5. B.
UNIDADEUNIDADEUNIDADE II
Professora Me. Élen Carla da Costa Baraldi
Professor Me. Humberto Garcia de Oliveira
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Fundamentos das corridas
• Corridas de resistência
• Corridas de velocidade e saída de bloco 
• Corrida sobre barreiras
• Corridas de revezamento
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o movimento do básico do correr como gesto 
motor atlético.
• Compreender as necessidades básicas de movimento das 
corridas de resistência.
• Compreender as especifi cidades características de cada 
tipo de corrida.
• Compreender as fases de execução das corridas sobre 
barreiras.
• Compreender as técnicas das corridas e passagens do 
bastão.
CORRIDAS
 unidade 
II
INTRODUÇÃO
N
esta unidade, você terá a oportunidade de estudar os funda-
mentos das corridas por meio do movimento básico do correr 
como gesto motor atlético, entendido, assim, que é um “gesto” 
de um movimento determinado, construído, analisado, estu-
dado, pesquisado e ensinado por profissionais que se apropriam do con-
hecimento científico como saber.
O movimento do correr como gesto técnico do atletismo tomou, 
hoje, inúmeras formas, cada uma com suas especificidades, regras e for-
mas, mas que, no conjunto, são as provas de corrida. Todas elas foram 
construídas ao longo do tempo, sendo modificadas em muitos momentos 
até chegarem ao que conhecemos, em sua diversidade atual que nos foi 
possível construir. Buscaremos compreender as necessidades básicas, as 
especificidades, as fases de execução e a técnica de cada uma delas, ana-
lisando o movimento por meio do método analítico, partindo das partes 
para o todo com o objetivo de oferecer melhor compreensão. 
A primeira delas, a corrida de resistência, onde buscamos compre-
ender as necessidades básicas de movimento dessa corrida. Em segundo 
lugar, temos as corridas de velocidade e, com elas, a saída de bloco, com o 
seu jeito e as suas características próprios de iniciar uma prova. A terceira 
prova é a corrida sobre barreiras, com as fases de execução bem compre-
endidas para um bom desempenho. Por último e quarto lugar, mas não 
menos importante, a corrida de revezamento. Com ela, buscaremos com-
preender as técnicas da corrida, a divisão do percurso em grupo, a área e 
a técnica de passagem do bastão. 
Tenha uma boa leitura e aproveite o espaço de conhecimento gerado, 
neste livro, e nesta disciplina para você, proporcionando o seu crescimen-
to profissional e a sua capacitação em diversas áreas de conhecimento. 
Você já pensou em ser árbitro de atletismo? Existem cursos de formação 
em arbitragem para a atuação em competições de origem diversas em 
todo o Brasil. Fica a dica!
52 
 
Fundamentos 
das Corridas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 53
O movimento da corrida, como já falamos anteriormente, na Unidade 1, foi cons-
truído histórica e socialmente pelo ser humano ao longo dos tempos até chegarmos 
ao entendimento do correr como um movimento complexo, com regras, técnicas e 
posição corporal específica de tronco e membros. 
Correr é considerada uma atividade natural e, se comparada a outras atividades, 
a princípio, parece fácil. Contudo não há nada de simples em correr quando estamos 
nos referindo a este gesto como prova de corrida do atletismo e, na prática, se analisar-
mos osaspectos mecânicos envolvidos no exercício, comprovamos que isto é verdade. 
As corridas são consideradas atividades cinéticas cíclicas (movimentos repetidos 
sistematicamente). Entretanto, deixam de serem cíclicas e simples quando associa-
mos as corridas às barreiras, aos obstáculos, às passagens de bastão nos revezamen-
tos e, ainda, precedidas por saídas de blocos na partida (nas corridas de velocidade).
A mecânica de corrida é uma soma total da constituição corporal do indivíduo: 
força, potência, mobilidade articular, coordenação e até mesmo a capacidade de 
relaxamento muscular. Pode-se dizer que esta modalidade reflete a personalidade 
do indivíduo: cada um tem o seu estilo, como se fosse uma impressão digital. Isto 
se torna próprio à medida que a mecânica da corrida modifica-se, cada estilo se 
caracteriza e cria forma.
O objetivo principal em todas as disciplinas de corrida é maximizar a velocidade 
média ao longo do percurso. Nas corridas de velocidade (100 m, 200 m e 400 m), o 
objetivo é alcançar e manter a velocidade máxima durante o percurso. Nas corridas 
que possuem as barreiras (100 m feminino, 110 m masculino e 400 m em ambos os 
gêneros), a concentração deve ser a mesma, porém, deve-se adicionar as passagens 
sobre as barreiras. Em distâncias mais longas (800 m, 1.500 m, 5.000 m, 10.000 m e 
maratona, com percurso de 42.195 m), o corredor deverá otimizar a distribuição do 
esforço ao longo da distância a percorrer.
54 
 
Corridas
de Resistência
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 55
A corrida de resistência tem este nome porque exige do atleta, corporalmente, uma 
resposta ao longo tempo, dependendo do percurso da prova, seja de pistas ou de 
rua, e com a capacidade aeróbica desse atleta aumentada em virtude dos treinos 
realizados, anteriormente, em preparação para o evento.
Cada um tem o seu objetivo, acelerar mais no início, no meio ou no fim de uma 
prova depende da meta traçada pelo atleta, juntamente com o seu técnico e, para 
isto, temos muitos caminhos. 
[...] precisamos conhecer quais as principais estratégias observadas durante corridas 
de média e longa distância. Durante esses eventos, as estratégias de corrida utilizadas 
podem ser classificadas em quatro diferentes tipos, conforme a distribuição da velo-
cidade ao longo da prova: a) estratégia constante - o atleta mantém (ou altera pouco) 
a velocidade ao longo da prova; b) estratégia negativa ou decrescente - o atleta inicia 
a prova em alta velocidade e diminui ao longo da prova; c) estratégia positiva ou 
crescente - o atleta inicia a prova em velocidades baixa e aumenta gradualmente até 
o final; e d) estratégias variáveis - a distribuição da velocidade não segue um padrão 
bem definido e é alterada ao longo da prova. Dentre as estratégias variáveis, podemos 
observar os padrões em U, em J e em J-invertido (CARMO et al., 2012, p. 2).
Há poucos anos, acreditava-se que a prática de corridas era destinada somente a 
atletas profissionais, que seriam os únicos capazes de percorrer longas distâncias. 
Este conceito, porém, tem se modificado pela popularização das corridas de rua e 
pela criação de grupos de corrida.
A prática de esportes que não utilizam materiais específicos para a sua execu-
ção tem sido cada vez mais notória em todo o Brasil. Os praticantes chegam cada 
um com o seu objetivo individual, que pode ser modificado ao longo do percurso. 
Assim, temos visto os grupos de corrida em diferentes regiões do país, de forma 
autônoma, atendidos por personal trainer ou por academias, praticando em luga-
res abertos, públicos ou não. Pessoas com objetivos diferentes unindo-se para uma 
mesma prática e, em geral acabam formando laços de proximidade, estreitando re-
lacionamentos, incentivando-se mutuamente em suas limitações físicas e pessoais.
Como exemplo, podemos citar aqueles que iniciam a prática da corrida por 
indicação médica, visando a promoção de sua saúde e acabam tendo melhoras não 
só neste aspecto, mas também no seu desempenho físico, e assim permanecem no 
esporte com o intuito de buscar melhor rendimento (GONÇALVES, 2011).
56 
 
Uma dos aspectos mais importantes das corridas de longa distância é o 
controle do ritmo, de modo que os alunos consigam executar a atividade 
durante um tempo maior, mantendo uma intensidade baixa.
Fonte: adaptado de Matthiesen e Quenzer (2014).
SAIBA MAIS
As corridas são formadas por duas fases: apoio e suspensão, conforme exposto na 
Figura 1.
Figura 1 – Corridas de Velocidade
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
As corridas de meia e longa distância também contam com as duas fases mencio-
nadas. Na fase de apoio, à frente, há a desaceleração do movimento contínuo do 
corpo, que deve ser minimizado por um apoio rápido e ativo do terço anterior do 
pé, no solo. Durante essa fase do passo, a energia é poupada nos músculos enquan-
to a perna se fl exiona para absorver o impacto. Este processo é conhecido como 
amortização. A fase de impulsão tem a função de acelerar o corpo. O objetivo desta 
fase é exercer a maior força possível contra o solo num menor espaço de tempo 
possível: a força é produzida pela contração muscular e pela liberação de energia 
acumulada no momento da extensão de todas as articulações do tornozelo, joelho e 
quadril – em combinação com uma ação de balanço ativo da perna contrária e uma 
ação dinâmica e coordenada dos braços.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 57
O ensino da técnica de corrida é introduzido a partir de habilidades que estão relacio-
nadas com os exercícios de coordenação de corrida de velocidade. Como não há uma 
forma pedagógica de treinar todos os movimentos ao mesmo tempo, são utilizados 
exercícios com foco nos aspectos específicos. Os objetivos desses exercícios são:
• Melhorar a velocidade de reação.
• Aumentar a frequência da passada. 
• Aumentar a amplitude da passada.
Estas características podem ser melhoradas por meio de exercícios condicionantes, 
cujos objetivos são:
• Melhorar a ação do pé de apoio, que deve ser rápido. 
• Executar a extensão total das articulações do tornozelo, do joelho e do quadril.
• Realizar a ação dinâmica e descontraída dos braços. 
• Manter a posição do tronco proporcional à velocidade da corrida.
Os exercícios condicionantes devem fazer parte de quase todas as práticas das cor-
ridas. Eles são denominados de exercícios básicos de coordenação. 
58 
 
Figura 2 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de velocidade: (a) calcanhar atrás; (b) elevação baixa do joelho.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 3 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de velocidade: (a) Elevação alta do joelho; (b) elevação do 
joelho com chute. 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 4 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de velocidade: elevação do joelho com extensão da 
perna oposta (chute). 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Observação importante: todos os exercícios devem ser feitos de forma dinâmica 
e com deslocamento linear.
Carga: três repetições 20-30 min. com intervalo de 45 s.
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 59
Nas corridas de velocidade de 100 m até as provas de 400 m, incluindo as provas de 
corridas sobre barreiras (100 m feminino, 110 m masculino e 400 m para ambos) 
é regulamentado que todos devem realizar a saída dos blocos de partida. A seguir, 
você conhecerá esta técnica.
A técnica de partida nos blocos é formada por fases que estão conectadas à voz 
de comando dada pelo árbitro de partida, como mostra a Figura 5.
AOS SEUS LUGARES - PRONTOS - PARTIDA E ACELERAÇÃO
Figura 5 – Sequência completa da saída baixa (dos blocos de partida) 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
A partida de blocos, exposta na Figura 5, divide-se em quatro fases: (1) posição 
“aos seus lugares”; (2) posição “prontos”; (3) partida e (4) aceleração.
Corridas de Velocidade 
e Saída de Blocos
60 
 
Na posição “aos seus lugares”, o aluno tem de se colocar nos blocos de partida e 
defi nir a posição inicial. Na posição

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