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Parte geral do Processo civil

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RESUMO ESQUEMÁTICO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1. CONCEITOS
Teoria Geral do Direito É a criação de normas pelo Estado para estabelecer direitos para os indivíduos.
Teoria geral do Processo São princípios e institutos fundamentais na aplicação do direito civil, penal, trabalhista, etc. É a forma/método de como se exerce a jurisdição. Os fundamentos são iguais para todos os tipos de processo, o que muda são as PRETENSÕES levadas ao juízo. 
Direito Processual Civil quando as leis/direitos criados pelo Estado não são cumpridas, e surge um conflito entre as partes (mais forte contra o mais fraco), as partes vão para o judiciário (que presta a tutela jurisdicional a partir do conflito em concreto). 
2. CARACTERÍSTICAS
· Ramo do Direito Público (estudo da atuação do Estado); 
· Aspecto Organizacional: o direito processual civil é vista como estrutura do Poder Judiciário; 
· Aspecto Funcional: Atua para um determinado fim (resolver conflitos);
· Atuação atípica: resolução consensual de conflitos (Conciliação, Mediação e Arbitragem). 
3. MODELO CONSTITUCIONAL DO PROCESSO: é dizer que o Processo Civil somente pode ser aplicado se houver compatibilidade com a Constituição Federal, pois o texto constitucional é quem dita o modelo de organização e como o Estado deve atuar frente aos conflitos.
4. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS
	PRINCÍPIOS
	NA LEI
	IMPORTÂNCIA
	OBSERVAR
	Devido Processo Legal
	· Art. 5º, LIV
	 Para dar ou tirar direitos é preciso de um processo, que está admitido em lei. 
	
	Acesso à justiça/Inafastabilidade da Jurisdição
	· Art. 5º, XXXV
	 A prestação jurisdicional deve estar aberta a toda pretensão de direito, e não pode se escusar.
	- Nesse caso deve responder todos os requerimentos, até mesmo para dizer que a parte não tem direito. 
	Contraditório e Ampla defesa
	· Art. 5º, LV
	 Os participantes devem possuir ciência de todos os atos processuais, dando-lhes oportunidade de se manifestar e de se opor aos requerimentos do adversário. 
	
	Juiz Natural e Vedação dos Tribunais de Exceção
	· Art. 5º, LIII e XXXVII
	 Para o julgamento da causa deve haver um juiz antecessor ao caso concreto. 
	- É vedada a criação de tribunais de exceção. 
	Duplo Grau de jurisdição
	· Não tem previsão expressa
	 É a possibilidade de revisão da decisão por outro órgão hierarquicamente superior. 
	Art. 102, II e 105, II CF
	Isonomia
	· Art. 5º, caput e inc.I
	 Exige que os legisladores e o Estado-Juiz tratem todos iguais. 
	- Deve-se lembrar que há a isonomia real, que é tratar os iguais e os desiguais na medida de suas desigualdades (Prazo em dobro para a Defensoria e a mudança da cronologia para aplicação do julgamento). 
	Publicidade dos Atos processuais
	· Art. 5º, LX que atribui à lei a regulamentação do sigilo (art. 189, do CPC)
	 As partes devem ter conhecimento de todos os atos do processo. No entanto, há leis de regulamentação de sigilo, quando a defesa da intimidade ou interesse público exigirem. 
	- Há algumas exceções quando se tratar de caráter sigiloso (Art. 189, CPC)
	Motivação das decisões judiciais
	· Art. 93, IX
· Art. 11 e 489, CPC
	 Preceitua que todas as decisões judiciais devam ser motivadas. O juiz tem o poder do livre convencimento a partir do processo, mas precisa fundamentar sua decisão. 
	
	Assistência Judiciária Gratuita
	· Art. 98, CPC
· Súmula 481, STJ
	 É a disponibilização ao cidadão dos mecanismos processuais adequados para exercer o poder de ação, contraditório e ampla defesa. 
	- Não confundir com Justiça Gratuita. 
- Veracidade de Hipossuficiência das pessoas físicas. Pessoas jurídicas devem comprovar. 
	Boa-fé processual
	· Art. 5º, CPC
	 Todos os participantes do processo (inclusive o juiz) devem agir a fim de não frustrar a confiança do outro. 
	- Não confundir com boa-fé subjetiva (elemento de suporte fático de fatos jurídicos, ou seja, não mentir quanto ao direito)
	Duração Razoável do processo
	· Art. 5º, LXXXVIII
	 O processo deve chegar ao fim almejado em um tempo razoável. Assim o legislador e o juiz devem buscar meios de tornar o processo eficiente com os mínimos meios possíveis. 
	- Não pode ser confundido com celeridade. 
- Não significa pular etapas ou suprimir direitos. 
PODER JUDICIÁRIO – ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
1. ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO
 STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: É Órgão de cúpula (de decisão) do poder Judiciário. (Art. 102, CF) 
Composição 
· 11 ministros
· O Presidente da República escolhe e indica o nome para assumir a vaga de Ministro do STF, submetendo-o à apreciação do Senado Federal (art. 101, parágrafo único, da CF/88), entre os cidadãos de Conduta ilibada: (limpa, correta, íntegra, com honra), maiores de 35 e menor de 65 anos.
· Com sede na Capital Federal e jurisdição sobre todo território Nacional.
Competência  
· Originária – é a competência exclusiva do tribunal para conhecer e julgar os casos declarados na Constituição Federal. (Art. 102, I, “a” a “r”)
· Recursal Ordinária– é a competência para rever o julgamento de processos que originaram em outro tribunal, e modificar ou confirmar decisão anterior. (Art. 102, II)
· Recursal extraordinária (art. 102, III)
 STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (Art. 104, CF) 
Composição 
· Os Ministros serão escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, após serem sabatinados pelo Senado Federal e aprovados pelo voto da maioria absoluta. Serão NO MÍNIMO 33 Ministros nomeados pelo Presidente da República.
· Composição dos Ministros: 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais; 1/3 dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça; 1/6 dentre advogados; e 1/6 dentre membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente;
· Indicação para escolha: lista tríplice elaborada pelo próprio STJ Indicação para escolha: alternadamente, na forma da regra do “quinto constitucional” — art. 94, CF
· Escolha e nomeação: Presidente da República;
Competências (Art. 105, CF)
 Os 33 ministros do STJ dividem-se internamente para julgar a maioria das matérias em órgãos especializados.
Plenário 	O Plenário é composto por todos os ministros do STJ. Os magistrados convocados não participam de suas reuniões. O órgão possui competência administrativa: elege membros para os cargos diretivos e de representação, vota mudanças no regimento e elabora listas tríplices de indicados a compor o tribunal.
Corte Especial	A Corte Especial é composta pelos 15 ministros mais antigos do Tribunal e julga as ações penais contra governadores e outras autoridades. A Corte também é responsável por decidir recursos quando há interpretação divergente entre os órgãos especializados do Tribunal.
Seções e Turmas 	As três seções do STJ são especializadas. Dentro de cada especialidade, elas julgam mandados de segurança, reclamações e conflitos de competência. Elas também são responsáveis pelo julgamento dos recursos repetitivos.
· Cada Seção reúne ministros de duas Turmas, também especializadas. As Seções são compostas por dez ministros e as Turmas por cinco ministros cada.
· Nas Turmas são julgados os recursos especiais sem caráter repetitivo, habeas corpus criminais, recursos em habeas corpus, recursos em mandado de segurança, entre outros tipos de processo.
 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ): É estranho ao Poder Judiciário. O CNJ não exerce função jurisdicional e os seus atos poderão ser revistos pelo STF (ADI 3.367) (Art. 92, II, CF)
Competência 
· Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, entre outros: 
· Zelar pela autonomia do Poder Judiciário; 
· Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário;
· Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a Administração Pública ou de abuso de autoridade. 
Composição 
· 15 membros
· Presidente do STF
· Ministros do STJ e TST
· Desembargadordo TJ
· Juiz Estadual, Juiz do TRF e do TRT
· Membros do Ministério Publico da União e do Estado.
· 2 Advogados e 2 Cidadãos de conduta Ilibada e notório saber jurídico. (Aprovados pelo Presidente da Republica, depois da escolha ser aprovada pelo Senado).
2. GARANTIAS DE MAGISTRATURA: INDEPENDÊNCIA POLITICA E JURÍDICA DOS JUÍZES
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
  
I) Vitaliciedade: a vitaliciedade significa dizer que o magistrado (e também os membros do Ministério Público e do Tribunal de Contas) só perderá o cargo (uma vez vitaliciado) por sentença judicial transitada em julgado, sendo-lhe asseguradas todas as garantias inerentes ao processo jurisdicional. Ao contrário dos magistrados, os demais servidores públicos são estáveis, ou seja, podem perder o cargo não só por decisão judicial como também por processo administrativo e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho. 
· A vitaliciedade, em primeiro grau de jurisdição, só será adquirida após 2 anos de efetivo exercício do cargo, desde que, naturalmente, o magistrado supere o denominado estágio probatório. Nos 2 primeiros anos, para o juiz, que ingressou na carreira por meio de concurso de provas e títulos, ocupando o cargo de juiz substituto (art. 93, I), a perda do cargo dependerá de deliberação do tribunal a que estiver vinculado (art. 95, I).
II) Inamovibilidade: garante-se ao juiz a impossibilidade de remoção, sem seu consentimento, de um local para outro, de uma comarca para outra, ou mesmo sede, cargo, tribunal, câmara, grau de jurisdição.
· Exceção: como estabelece o art. 93, VIII, o magistrado poderá ser removido (além de colocado em disponibilidade e aposentado), por interesse público, fundando-se tal decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
III) Irredutibilidade de vencimentos: o subsídio dos magistrados (forma de remuneração, consoante a EC n. 19/98) não poderá ser reduzido, garantindo-se, assim, o livre exercício das atribuições jurisdicionais. 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
Com o objetivo de dinamizar (ou viabilizar) a atividade jurisdicional, a Constituição institucionalizou atividades profissionais (públicas e privadas), atribuindo-lhes o status de funções essenciais à Justiça.
1. MINISTÉRIO PUBLICO E SUA POSIÇÃO NA ORDEM JURÍDICA (Art. 127, CF)
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
ATENÇÃO: Ocupa posição sui generis na ordem jurídica
1.1. CARACTERISTICAS
· Não integra o judiciário;
· Atua funcionalmente junto a ele como instituição permanentemente na função de:
· Defesa da ordem jurídica;
· Defesa do regime democrático;
· Defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
· O MP é uma instituição independente dos demais Poderes do Estado, mas ele se integra na estrutura do Poder Judiciário (ADI 132-9/RO)
· No direito positivo a Lei Complementar nº 75/93 dispõe sobre a organização , as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União.
· Funções: Age como parte e como fiscal da lei.
 Penal: Função geralmente de parte
· torna efetivo o poder punitivo do Estado
· É órgão de acusação dos violadores da lei penal;
· Fiscal da Lei, zelando pela indivisibilidade da ação penal, nos crimes de ação privada.
 Civil: Atua como parte
· na defesa de interesses públicos;
· Atua como fiscal da Lei nos processos sobre interesses de incapazes;
· Atua nos processos de usucapião;
· de falência e recuperação de empresa;
· de anulação de casamento;
· de separação judicial; de mandado de segurança, etc.
 Trabalhista: Atua na defesa de interesses públicos:
· nos Acidentes de trabalho
· Garantias: são as mesmas dos juízes. 
· Vitalidade
· Inamovibilidade
· Irredutibilidade de vencimentos
OBSERVAÇÃO É vedado a seus membros
· o exercício de advocacia
· Participação em sociedade comercial
· Exercício de atividade político partidária
· O Ministério Publico abrange tanto o Ministério Publico da União quanto o Ministério Publico dos Estados e Distrito Federal
· O Ministério Publico possui um Corregedor Nacional, cuja s atribuições são traçadas pela lei e pela constituição.
· Está prevista a criação de Ouvidorias para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Publico, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Publico.
· O Ingresso na carreira se dá através de concurso publico de provas e títulos, observada, na nomeação, a ordem de classificação.
1.2. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO MINISTÉRIO PUBLICO
a) Principio da unidade: sob a égide de um só Chefe, o Ministério Público deve ser visto como uma instituição única, sendo a divisão existente meramente funcional. 
b) Indivisibilidade: é possível que um membro do Ministério Público substitua outro, dentro da mesma função, sem que, com isso, exista alguma implicação prática. Isso porque quem exerce os atos, em essência, é a instituição “Ministério Público”, e não a pessoa do Promotor de Justiça ou Procurador;
· É UNO – significa que todos os seus membros fazem parte de uma única corporação, indivisível.
· Pode ser substituído uns pelos outros , no exercício de suas funções sem que haja alteração subjetiva da relação processual pois quem atua no processo é o Ministério Publico e não o procurador da Republica ou o procurador de Justiça.
c) Independência funcional: trata-se de autonomia de convicção, na medida em que os membros do Ministério Público não se submetem a nenhum poder hierárquico no exercício de seu mister, podendo agir, no processo, da maneira que melhor entenderem. 
2. DEFENSORIA PÚBLICA (Art. 134, CF) – Status Constitucional pela CF de 1988, como Função Essencial à Justiça.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.   
· A organização da Defensoria Publica da União e do Distrito Federal é objeto de lei complementar. A União legislará sobre normas gerais e os Estados, bem como o Distrito Federal, sobre regras específicas. (Art. 24, XIII, CF)
· As Defensorias Publicas estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentaria dentro dos imites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentarias e subordinação ao dispositivo do art. 99,§ 2º CF.
· Os defensores públicos ingressam na carreira mediante concurso de provas de títulos.
· Garantia: Somente Inamovibilidade, enquanto MP e Juízes são (Vitalidade, Inamovibilidade e Irredutibilidade de subsídios. 
· Princípios Institucionais: mesmos do MP (Unidade, Indivisibilidade e Independência Funcional). 
3. ADVOCACIA PÚBLICA (Art. 131, CF)
· A Advocacia Pública é espécie do gênero advocacia, sendo que a suas funções institucionais estão relacionadas à defesa e promoção dos interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
· Podem ser: Advogado-Geral da União, Procurador da Fazenda Nacional, Procuradores Federais, Procuradores do Banco Central, Procuradores dos Estados, Procuradores do Distrito Federal eProcuradores dos Municípios
4. ADVOCACIA PRIVADA (Art. 133, CF)
· Indispensável à Administração da Justiça; 
· Deve estar inscrito na OAB da Unidade Federada onde exerce sua profissão; 
· Nem sempre a defesa se faz por intermédio do advogado. 
INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
FASES METODOLÓGICAS 
I – SINCRETISMO: Visto como simples procedimento. Uma sucessão de atos decorrentes do próprio direito material e destinado a permitir a aplicação do direito material violado. 
· O direito processual não se distinguia do direito de ação; 
II – PROCESSUALISMO: O processo não é mais um meio através do qual as partes, a partir da autonomia privada, exercem seus direitos; agora, o processo é disponibilizado pelo Estado às partes, submetidas que estão ao poder jurisdicional estatal. 
III – INSTRUMENTALISMO: Esta teoria defende a necessidade do processo atingir resultados práticos a seu fim, ou seja, ele deve ser um instrumento para um fim. 
· O processo não é mais só uma relação entre as partes. Deve além de atender as expectativas do direito material, também possibilitar ao juiz e às partes o poder de utilizar técnicas processuais necessárias para atender as particularidades do caso concreto. 
· o sistema processual deve ser estudado à vista dos seus escopos sociais, políticos e jurídicos, da sua função perante o direito material e para a pacificação social; de igual sorte, os atos processuais devem ser analisados em face do objetivo que têm a alcançar. 
IV – NEOPROCESSUALISMO: É a atual fase de evolução do processo civil, com alusão ao neoconstitucionalismo, de forma a consolidar a constitucionalização do direito processual. 
· Revela-se um direito processual constitucional atento às garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório, da igualdade, enfim do justo processo possibilitando a participação democrática das partes no processo para efetivação da constituição. 
1. INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL: São quatro os institutos fundamentais do processo civil: Jurisdição, Ação, Defesa e Processo. São considerados porque formam a estrutura e o arcabouço do processo civil. 
1.1. JURISDIÇÃO: é a atividade do Estado, exercida por intermédio do juiz, que busca a pacificação dos conflitos em sociedade pela aplicação das leis aos casos concretos. Antes disso, os conflitos eram resolucionados pelas próprias partes. 
 Principais características: 
a) Substitutividade: Juiz substitui a vontade das partes para proferir decisão imparcial; 
b) Imperatividade: as decisões tem força coativa e OBRIGAM os litigantes; 
c) Inafastabilidade: Não pode se escusar de resolver os conflitos; 
d) Indelegabilidade: A função jurisdicional somente pode ser exercida pelo poder judiciário. Também, após o processo ser recebido por um Juiz, ele não poderá delegar o julgamento a terceiro ou outro juiz.
e) Inércia: O judiciário deve ser provocado. A quebra da inércia é dada com o protocolo da inicial (Art. 317, CPC)
1.2. AÇÃO: É o poder de dar início a um processo e dele participar, com o objetivo de obter do Poder Judiciário uma resposta ao pleito formulado. Art. 2º e 3º, CPC. 
 Elementos da ação: (Partes, pedido e causa de pedir). Importante ressaltar que não se confundem com as condições da ação. 
1.3. DEFESA: direito de se contrapor à pretensão formulada por meio da Contestação ou da Reconvenção. Caso não apresente a defesa é determinada a revelia. 
1.4. PROCESSO: É o conjunto de atos destinados a um fim dentro de uma relação jurídica TRILATERAL (juiz – autor – réu). 
· É o método do exercício da função jurisdicional do juiz. 
Pressupostos processuais (Têm objetivo de garantir o desenvolvimento do processo) 
· Existência: PROVOCAÇÃO INICIAL + JURISDIÇÃO
· Validade: PROVOCAÇÃO INICIAL + JURISDIÇÃO + CITAÇÃO VÁLIDA
Classificação 
· Cognição: busca da afirmação acerca da existência ou não de determinado direito postulado.
· Execução/Tutela executiva: Satisfação de um direito que já foi reconhecido. 
PRINCIPIOS E REGRAS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
MAS O QUE SÃO ESSES PRINCIPIOS? São norteadores do exercício da jurisdição, juntamente com os princípios constitucionais. Esses princípios guiam a interpretação dos aplicadores de direito. 
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
1. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
· Protege contra tratamento degradante
· São as condições mínimas para ter uma vida de qualidade
· É do próprio indivíduo e aplica-se a qualquer pessoa
Exemplo: A impenhorabilidade de alguns bens (Art. 833, CPC)
2. LEGALIDADE
· Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer, senão em virtude de lei (Art. 5º, II, CF)
· Norma processual do devido processo legal; 
· O juiz deve decidir em conformidade com o direito qualquer que seja sua fonte (costume, negócio jurídico, precedentes e jurisprudências); 
3. COOPERAÇÃO
As partes devem 
a) Esclarecer os fatos com coerência e clareza; 
b) Ter lealdade, ou seja, não podem litigar de má-fé (alterar a verdade dos fatos, ou interpor recursos meramente declaratórios); 
c) Buscar a proteção da parte, não causar danos à parte diversa. 
Exemplo: Expressões ofensivas (Arts. 77,78 e 80, CPC) e Art. 30 do Estatuto da OAB
Deveres do juiz 
a) Observar o contraditório entre as partes; 
b) Esclarecer: Dúvidas sobre alegações e perícias, bem como proferir decisões claras (motivação, obscuridade ou omissão). 
c) Prevenção: possibilitar a correção dos vícios processuais. Art. 321, CPC. 
4. RESPEITO AO AUTORREGRAMENTO DA VONTADE DAS PARTES NO PROCESSO
· Respeito aos acordos realizados em autocomposição processual (Art. 190, CPC)
· Juiz não participa da autocomposição pois é de vontade das partes. 
Nesse caso as partes podem se recusar a realizar acordos, bem como podem definir o que é melhor para a existência do processo. 
EXCEÇÕES: Há a possibilidade do autorregramento na execução negociada que trata das situações jurídicas como acordo de impenhorabilidade, bem como redução ou alteração de prazos. Neste caso não é sobre direito litigioso. Art. 139, IV, CPC.
 Controle dos negócios jurídicos processuais: 
Art. 190. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Somente pode haver recusa do autorregramento das partes por meio do magistrado, QUANDO 
· Houver hipóteses de nulidade: Quando a parte não possuir capacidade, objeto não for lícito e não forem cumpridas as formalidades. Art. 104, 166 e 167, CC
· Houver vulnerabilidade da parte: quando não houver paridade de armas (ex. acordo entre parte com patrono e parte sem patrono). Art. 139, CPC. 
Enunciado n. 18 do FPPC: “Há indício de vulnerabilidade quando a parte celebra acordo de procedimento sem assistência técnico-jurídica 
O JUIZ DEVE ACEITAR CASO NÃO HAJA VÍCIO Interposição de Agravo de Instrumento (Art. 1.015, CPC)
CAPÍTULO I 
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
1. 1. REGRA DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO POR INICIATIVA DA PARTE E DE DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO POR IMPULSO OFICIAL 
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
 A função jurisdicional deve ser provocada; 
· Exceções: Arts. 513,§1º, 536 e 538, CPC (execução de sentença) e Arts. 976, 951 e 948 (incidente de resolução de demandas repetitivas). 
 O processo se desenvolve por impulso oficial, independente de novas provocações da parte.
· Princípio do autorregramento: é possível que as partes reestruturem negocialmente o andamento do processo, com base no art. 190 do CPC. Nessa reestruturação, é possível que as partes limitem a atuação oficial do órgão julgador.
ATENÇÃO: Essa regra não impede que o autor desista da ação.
1. 5. REGRA DA OBEDIÊNCIAÀ ORDEM CRONOLÓGICA DE CONCLUSÃO. 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
	Como forma de respeito ao princípio da igualdade o juiz deve observar a ordem cronológica de conclusão do processo para proferir decisão final. Isso evita que processos conclusos há muito tempo tenham seu término prolongado indefinidamente (DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO).
MAS O QUE É CONCLUSÃO DO PROCESSO? Conclusão do processo é o ato em que o escrivão ou chefe de secretária (ou outro servidor) certifica que o processo está pronto para a decisão judicial, pois nada mais há para ser feito; por isso, os autos (eletrônicos ou não) são "entregues" (eletronicamente ou não) ao gabinete do juiz, para que ele profira a decisão. Essa regra somente se refere à decisões finais como sentenças e acórdãos, ficando de fora as decisões interlocutórias. 
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
1. APLICAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL NO ESPAÇO
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
· Território Brasileiro: Aplicação das normas processuais brasileiras. Todos os processos que tramitam no País devem respeitar as normas do CPC. O processo deve ser julgado pelas normas e dirigido pelos respectivos órgãos jurisdicionais do país a que pertencem. 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
	ATENÇÃO: no direito material é possível que, em um processo no Brasil, o juiz profira sentença aplicando norma de direito material estrangeiro. Por exemplo, na hipótese do art. 10[footnoteRef:1] da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Se um estrangeiro falece no Brasil, e o inventário é ajuizado aqui, forçosamente serão respeitadas as regras processuais estabelecidas no CPC. Mas as regras de direito material referentes à sucessão (por exemplo, a ordem de vocação hereditária) serão as do país de origem do de cujus, desde que mais favoráveis ao cônjuge ou filhos brasileiros. [1: Art.  10. LINDB.  “A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.”] 
· Controle de Convencionalidade: aplicação dos documentos internacionais, se houver.
Art. 5º, §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.   
Cumpre ao julgador afastar a aplicação de normas jurídicas de caráter legal que contrariem tratados internacionais versando sobre Direitos Humanos, destacando-se, em especial, a Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto de São José da Costa Rica), o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966 e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 (PIDESC). 
2. A LEI PROCESSUAL CIVIL NO TEMPO
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
Art. 1.046 APLICADAS A PROCESSOS PENDENTES! 
· TEORIA DOS ATOS ISOLADOS 
Deve se respeitar as situações jurídicas já consolidadas sob a vigência da norma revogada. Os atos que já foram realizados na vigência da lei antiga devem persistir. 
· Sentença já publicada no tempo do Código revogado (ANTES DE 18 DE MARÇO DE 2016) com direito ao recurso. Por exemplo, se contra essa decisão coubesse embargos infringentes (deixou de existir) o seu direito já teria se consolidado. Assim mesmo que o novo CPC comece a viger dentro da fluência do prazo para interpor recurso, a parte vai continuar tendo direito a ele. 
RESUMO: 1) Lei processual atinge os processos em andamento; 2) Teoria dos atos isolados: A lei nova preserva os atos já realizados e aplica-se aqueles que irão ser realizados; e 3) A lei nova não pode retroagir para prejudicar os direitos adquiridos. 
Respeito ao ato jurídico perfeito (aquele que já se consumou segundo a lei vigente no tempo que se efetuou), coisa julgada (decisão que não cabe recurso) e direito adquirido (direito que pode ser exercido pelo seu titular, e encontra-se inserido ao seu patrimônio e personalidade).
3. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC EM PROCESSO ELEITORAL, TRABALHISTA E ADMINISTRATIVO
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva (no	sentido	de	complementar	aquelas normas,	suprindo	suas	lacunas) e subsidiariamente. (Auxilia e contribui na compreensão das normas)
· PROCESSO ELEITORAL - RESOLUÇÃOTSE N. 23.478/2016: Art. 2º Em razão da especialidade da matéria, as ações, os procedimentos e os recursos eleitorais permanecem regidos pelas normas específicas previstas na legislação eleitoral e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral. Parágrafo único. A aplicação das regras do Novo Código de Processo Civil tem caráter supletivo e subsidiário em relação aos feitos que tramitam na Justiça Eleitoral, desde que haja compatibilidade sistêmica.
· PROCESSO TRABALHISTA – CLT: Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
· PROCESSO ADMINISTRATIVO: Âmbito federal e estadual (ADI 5492/DF)
4. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE PROCESSO CIVIL: UNIÃO (Art. 22, I, CF) e TRIBUNAIS (Art. 96, I, CF). 
LIVRO II
FUNÇÃO JURISIDICIONAL
TITULO I 
DA JURISDIÇÃO E AÇÃO
(Arts. 16 ao 20, CPC)
1. JURISDIÇÃO: 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. 
 A jurisdição é técnica de solução de conflitos por heterocomposição: um terceiro SUBSTITUIU a vontade das partes e determina a solução do problema apresentado. DIDIER!
· SUBSTITUTIVIDADE Estado substitui, com uma atividade sua, as atividades daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à apreciação. 
 A jurisdição atua em uma situação jurídica concreta: Problema que é levado à apreciação do órgão jurisdicional. O órgão jurisdicional é chamado para resolver um problema concreto. 
ATENÇÃO: A atividade legislativa cuida de situações abstratas - A legislação é uma produção do direito sub espécie normativa, isto é, uma produção de normas jurídicas; poderíamos dizer, uma produção do preceito em série, para casos típicos, não para casos concretos. A jurisdição, pelo contrário, produz preceitos, ministra direito para cada caso singular; ousarei dizer, não trabalha para armazenar, mas por encomenda, sob medida.
1.3. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: 
 CONTENCIOSA
· Busca obter uma determinação judicial que OBRIGUE a parte contrária.
· Sentença favorece uma das partes em detrimento da outra (conflito)
· Pede a decisão do juiz para SOLUCIONAR um conflito de interesses. 
 VOLUNTÁRIA 
· Busca uma situação que valha para ela mesma; 
· A sentença pode beneficiar as duas partes.
· Serve para que o juiz tome algumas PROVIDENCIAS que são necessárias para a proteção de um ou dos dois sujeitos. 
1.4. PRINCIPIOS DA JURISDIÇÃO.
 INVESTIDURA – só exerce a jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, que foi regularmente investido nessa função. 
 UNIDADE – Apesar do amplo território brasileiro, a jurisdição é una. Isso quer disser que o mesmo direito é aplicado de forma uniforme em todo o Brasil. As divisões especificas por matéria ou território (Justiça Federal, Justiça do Trabalho), são separações administrativas, feitas de cunho organizacional.
 ADERENCIA AO TERRITÓRIO - Os juízes só têm autoridade nos limites territoriais da sua jurisdição. O CPC mitiga esse princípio: a) É possível a prática de atos de comunicaçãoprocessual e atos executivos em comarcas limítrofes de fácil comunicação ou da mesma região metropolitana, independentemente de carta precatória (art. 255). 
 INÉRCIA – somente mediante invocação do interessado. É preciso que um dos envolvidos leve a questão ao judiciário para que ele substitua as partes e aplique a lei. 
 INAFASTABILIDADE – a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito (Art. 5º, XXXV). Mesmo que não haja lei para aplicar o juiz não pode se escusar de julgar, mesmo que invoque lacuna. 
 EFETIVIDADE – resposta deve ser efetiva, em um tempo razoável. 
 INDECLINABILIDADE – não pode se recusar a julgar. 
 INEVITABILIDADE - A lide, uma vez levada ao judiciário, não poderá às partes impedir a decisão do juiz. Existindo uma decisão as partes devem cumpri-la, independente da satisfação das partes sobre ela.
 JUIZ NATURAL – a competência de quem vai exercer a jurisdição deve ser determinada ANTES do fato. 
1.5. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS: são as formas não jurisdicionais de solução de conflitos. São chamados de equivalentes exatamente porque, não sendo jurisdição, funcionam como técnica de tutela dos direitos, resolvendo conflitos ou certificando situações jurídicas.
SOLUÇÃO JUDICIAL É DE ULTIMA RATIO/EXTREMA RATIO
 SISTEMAS MULTIPORTAS: a tutela dos direitos pode ser alcançada por diversos meios, sendo a justiça estatal apenas mais um deles. Atualmente, deve-se falar em "meios adequados de solução de conflitos. 
· AUTOTUTELA: Trata-se de solução do conflito de interesses que se dá pela imposição da vontade de um deles, com o sacrifício do interesse do outro. Solução egoísta e parcial do litigio. O "juiz da causa:' é uma das partes.
 Em regra é vedado nos ordenamentos jurídicos civilizados, pois trata-se do exercício arbitrário de suas próprias razoes, motivo pelo qual pode haver um abuso de poder. 
EXCEÇÃO Ainda há em nosso ordenamento jurídico algumas hipóteses de autotutela permitida: legitima defesa, direito de greve. Em qualquer caso, é passível de controle posterior pela solução jurisdicional, que legitimará ou não a defesa privada.
· AUTOCOMPOSIÇÃO: É a forma de solução do conflito pelo consentimento espontâneo de um dos contendores em sacrificar o interesse próprio, no todo ou em parte, em favor do interesse alheio.
Na autocomposição, as partes celebram acordo de vontades, resolvendo consensualmente o conflito de interesses, seja pela desistência (renúncia à pretensão), pela submissão (renúncia à desistência oferecida à pretensão), pela transação (concessões recíprocas) ou pela resolução colaborativa. Esse processo voluntário de resolução de conflitos é feito por meio de dois mecanismos – a) MEDIAÇÃO, b) CONCILIAÇÃO. Art. 3º, CPC. 
· MEDIAÇÃO os litigantes buscam o auxílio de terceiro imparcial, que facilita a comunicação e a negociação, propiciando a resolução do problema. Durante o processo de composição, o mediador não exerce atividade opinativa ou sugestiva, deixando para as partes o encargo de criar suas próprias soluções. Nesse contexto, o mediador deve atuar como simples facilitador da resolução do problema, buscando contribuir para o restabelecimento ou manutenção da comunicação entre as partes envolvidas no conflito. 
· CONCILIAÇÃO os litigantes buscam o auxílio de terceiro imparcial, que conduz e orienta a elaboração do acordo, opinando e sugestionando. Embora não tenha a função de decidir, o conciliador pode interagir com as partes, sugerindo soluções para o conflito de interesses.
 Em muitos casos, no entanto, a via consensual resta irremediavelmente obstruída, não sendo possível a autocomposição do conflito de interesses. Nessas hipóteses, a contenda subsistente entre as partes deverá ser resolvida por intermédio da heterocomposição, onde terceiro não interessado FARÁ A EMISSÃO DE JUÍZO DE VALOR ACERCA DA SITUAÇÃO CONFLITUOSA, decidindo definitivamente a questão. A decisão proferida pelo julgador possui caráter impositivo e substitui a vontade das partes, fazendo concretamente os desígnios do direito objetivo.
· HETEROCOMPOSIÇÃO: É técnica de solução de conflitos mediante a qual os conflitantes buscam em uma terceira pessoa, de sua confiança, a solução amigável e "imparcial" (porque não feita pelas partes diretamente) do litígio. A heterocomposição pode assumir, basicamente, duas formas: (a) arbitragem; ou (b) jurisdição. 
 ARBITRAGEM: Art. 3º § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei Lei 9.307/96.
É técnica de solução de conflitos mediante a qual os conflitantes buscam em uma terceira pessoa, de sua confiança, a solução amigável e "imparcial" (porque não feita pelas partes diretamente) do litígio. É, portanto, heterocomposiçâo.
Pode ser constituída por meio de um NEGÓCIO JURÍDICO DENOMINADO CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM que, na forma do art. 3º da Lei n. 9.307/1996, compreende tanto a cláusula compromissória quanto o compromisso arbitral.
· CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA – as partes decidem previamente e ABSTRATAMENTE que as divergências que possam haver em certo negócio jurídico serão resolvidas pela arbitragem. 
· COMPROMISSO ARBITRAL – acordo de vontades para submeter uma controvérsia concreta. É UM CONTRATO em que as partes renunciam a atividade jurisdicional relativamente a uma controvérsia especifica. 
MAS QUEM PODE SER ARBITRO? Precisa ser pessoa natural e ser capaz. Os árbitros têm o status de juiz de direito e de fato, sendo equiparados aos servidores públicos para efeitos penais;
· Desnecessidade de homologação judicial da sentença arbitral (produz efeitos de imediato); 
· A sentença arbitral é título executivo judicial (o árbitro não pode executar). Art. 515, CPC. 
· A decisão arbitral fica imutável pela coisa julgada. Poderá ser invalidada a decisão, mas, ultrapassado o prazo de noventa dias, a coisa julgada torna-se soberana.
 CONCILIAÇÃO: 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
· Pode sugerir soluções para o litígio, por exemplo, poderá recomendar um caminho diverso para as partes. 
 MEDIAÇÃO: § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
· Lida com relações permanentes, em que há vínculos emocionais. 
· Deve somente auxiliar os interessados a compreender as questões e os interesses em conflito a fim de REESTABELECER UMA COMUNICAÇÃO e por si mesmos identificar soluções consensuais; 
· Não formula sugestões ou propostas, mas busca um apaziguamento para as partes. 
QUEM PODE SER MEDIADOR/CONCILIADOR? Art. 11. Lei 13.140 Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
PRINCIPIOS REGULADORES DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
· Independência: A atuação de mediadores e conciliadores deve se dar de forma livre e autônoma, sem qualquer formade subordinação, influência ou pressão com relação às partes envolvidas na disputa.
· Imparcialidade: deve se dar com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito, de maneira que valores pessoais não interfiram na atividade. Mediadores e conciliadores devem atuar de maneira equidistante e livre de quaisquer comprometimentos, sejam de que ordem forem com relação às partes envolvidas na disputa e jamais devem aceitar qualquer espécie de favor ou presente.
· Autonomia: dever de atuar com liberdade, sem sofrer qualquer pressão das partes seja de forma interna ou externa. Pode recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as condições necessárias para o seu bom desenvolvimento. 
· Confidencialidade: dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas na sessão, salvo autorização expressa das partes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos. 
· Oralidade: A preocupação na mediação é a de que as partes compreendam as visões e perspectivas umas das outras, mesmo sem necessariamente concordar, e que seus interesses sejam discutidos, para que opções possam ser exploradas sem comprometimento, até que um acordo seja alcançado. 
· Informalidade: É um processo informal, construído pelas próprias partes com ajuda do mediador.
· Decisão informada: dever de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto os seus direitos e o contexto fático que está inserido. 
 POLITICA JUDICIÁRIA NACIONAL: 
A Política Judiciária Nacional prevista na Resolução CNJ n. 125/2010 está estruturada na forma de um tripé: 
· APICE – CNJ: algumas atribuições de caráter geral e nacional; 
· ABAIXO - Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMECs) de cada tribunal responsáveis pelo desenvolvimento da Política Pública nos Estados e pela instalação e fiscalização dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs); 
· CEJUSCs são as “células” de funcionamento da Política Pública, nas quais atuam os grandes responsáveis pelo seu sucesso, suas “peças-chave”, que são os conciliadores, mediadores e demais facilitadores de solução de conflitos, bem como os servidores do Judiciário, aos quais cabe a triagem dos casos e a prestação de informação e orientação aos jurisdicionados para garantia do legítimo direito ao acesso à ordem jurídica justa.	
DA COMPETÊNCIA INTERNA 
CAPÍTULO I 
DA COMPETÊNCIA 
1. DISPOSIÇÕES GERAIS
 CONCEITO: A jurisdição é exercida em todo o território nacional (TERRITORIALIDADE DA JURISDIÇÃO). Por questão de conveniência, especializam-se setores da função jurisdicional.
 Distribuição pelos vários órgãos jurisdicionais, conforme atribuições e limites definidos em lei; 
 A jurisdição é una, porquanto manifestação do poder estatal. No entanto, para que haja melhor administração há a separação de seu exercício aos vários órgãos estatais. 
 É o âmbito dentro do qual o juiz pode exercer a jurisdição; é a MEDIDA DA JURISDIÇÃO, ou também o LIMITE DE EXERCICIO DE UM PODER. 
JOSÉ JOAQUIM GOMES CANOTILHO: “Por competência entender-se-á o poder de ação e de atuação atribuído aos vários órgãos e agentes constitucionais com o fim de prosseguirem as tarefas de que são constitucional ou legalmente incumbidos. A competência envolve, por conseguinte, a atribuição de determinadas tarefas bem como os meios de ação (poderes) necessários para a sua prossecução. Além disso, a competência delimita o quadro jurídico de atuação de uma unidade organizatória relativamente a outra.”
 DISTRIBUIÇÃO DA COMPETENCIA: A distribuição da competência faz-se por meio de normas constitucionais (inclusive de constituições estaduais), legais, regimentais (distribuição interna da competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos) e até mesmo negociais (no caso de foro de eleição). 
 A Constituição já distribui a competência em todo o Poder judiciário Federal (STF, STJ e justiças Federais: justiça Militar, Eleitoral, Trabalhista e Federal Comum), A competência da justiça Estadual é residual. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – Poder Judiciário Federal (Justiça Especial) 
· Supremo Tribunal Federal (art. 101 a art. 103-B) 
· Superior Tribunal de Justiça (art. 105 e art. 105) 
· Justiça Federal – Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (art. 106 a art. 110) 
· Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho (art. 111 a art. 116) 
· Tribunais e Juízes Eleitorais (art. 118 a art. 121)
· Tribunais e Juízes Militares (art. 122 a art. 124).
CONSTITUIÇÕES DOS ESTADOS - Poder Judiciário Estadual (Justiça Comum) 
CF/88, Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - REGIMENTO INTERNO DOS TRIBUNAIS E NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL (FORO DE ELEIÇÃO) 
CPC, Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 
A jurisdição estatal decorre do monopólio do Estado para impor regras aos particulares, consoante o princípio da inafastabilidade do controle judicial (art. 5º, XXXV, da CF), enquanto a jurisdição arbitral emana da vontade dos contratantes, conforme dispõe art. 42 do NCPC. (STJ, 2ª Seção, AgInt no CC 153.498/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 23/05/2018, publicado em 14/06/2018)
Há um meio alternativo de solução
De conflito extrajudicial que é a 
vontade das partes em afastar o 
juízo originalmente competente
da decisão. 
LIMITE DE COMPETENCIA JURISDICIONAL O juízo não pode extrapolar os poderes ou capacidades que lhes são atribuídos. E sua decisão, desse modo, deverá se ater sobre o que pode ou não decidir por lei.
2. REGRA DE PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO: É necessário que se determine, in concreto, qual o juízo que será o competente para o processamento e o julgamento da causa.
CPC, Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
· Se houver mais de uma vara, a petição inicial há de ser distribuída; caso contrário, o seu registro é o fato que fixa a competência.
· A competência fixada pelo registro ou pela distribuição da petição inicial, permanecerá até a prolação da decisão. 
· É sistema de estabilidade do processo. Neste sentido quando há o registro ou distribuição, firmando a competência do juízo, nenhuma modificação do estado de fato (ex. domicílio do réu) ou de direito (ex. ampliação do teto da competência do órgão em razão do valor da causa) superveniente poderá alterá-la. 
EXCEÇÕES Há fatos supervenientes à propositura da demanda que impõem a redistribuição da causa, quebrando a perpetuação da jurisdição.
a) SUPRESSÃO DO ÓRGÃO JUDICIÁRIO - por exemplo, a extinção de uma vara ou de uma comarca. Exemplo da prof: A Comarca de Dourados abrange Dourados, Itaum, Panambi, São Pedro, Indápolis, Vila Vargas, Laguna Caarapã. São 7 Varas Cíveis, 1 Vara da Infância e Adolescência e 4 Varas Criminais.
 
b) ALTERAÇÃO SUPERVENIENTE DA COMPETÊNCIA ABSOLUTA, como alteração superveniente de competência em razão da matéria, da função ou em razão da pessoa.
 SÚMULA VINCULANTE Nº. 22: A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇAO POR DANOS MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO PROPOSTAS POR EMPREGADO CONTRA EMPREGADOR, INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA NAO POSSUÍAM SENTENÇA DE MÉRITO EM PRIMEIRO GRAU QUANDO DA PROMULGAÇAO DA EMENDA CONSTITUCIONALNº 45/04. Antigamente era a vara cível. 
3. CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
3.1. COMPETENCIA DO FORO (TERRITORIAL) E COMPETENCIA DO JUÍZO: Foro é o local onde o órgão jurisdicional exerce as suas funções, isto é, local onde se exerce o poder jurisdicional (No mesmo local, conforme as leis e organização judiciária, podem funcionar vários juízes com atribuições iguais ou diversas). Ex.: Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
 Assim, para uma mesma causa, verifica-se primeiro qual o foro competente, depois o juízo, que é a vara, o cartório, a unidade administrativa. A competência do juízo é matéria pertinente às leis de organização judiciária. A competência de foro é regulada pelo CPC.
3.2. COMPETENCIA ORIGINÁRIA E DERIVADA: 
A) ORIGINÁRIA: A competência originária é aquela atribuída ao órgão jurisdicional para conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao juízo singular, em primeiro grau, o que é a regra, como ao tribunal, excepcionalmente (ação rescisória e mandado de segurança contra ato judicial, por exemplo). (PRIMEIRA OU SEGUNDA INSTANCIA)
B) DERIVADA: A competência derivada ou recursal é atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; normalmente, atribui-se a competência derivada ao tribunal (COLEGIALIDADE DOS TRIBUNAIS) , mas há casos em que o próprio magistrado de primeira instância possui competência recursal, como acontece com os embargos infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da Lei de Execução Fiscal (Lei n. 6.830/1980), que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença.
3.3. COMPETENCIA ABSOLUTA E RELATIVA
 DIFERENÇAS
	ABSOLUTA
	RELATIVA
	Atendimento ao interesse público
	Busca atender interesse particular. EXEMPLO: eleição de foro, competência territorial (regra é relativa). 
	Pode ser alegada em qualquer momento, por qualquer das partes, e pode ser reconhecida ex officio pelo JUÍZO (Art. 64, §1º, CPC). Pode ser alegada como preliminar de contestação do réu. 
	Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
	É defeito grave, e pode ser desconstituído ainda APÓS dois anos do transito em julgado por meio de ação rescisória. Art. 966, II, CPC. 
	A incompetência relativa SÓ PODE SER ARGUIDA PELO RÉU NA CONTESTAÇÃO, SOB PENA DE PRECLUSÃO. O JUIZ NÃO PODE DECLARAR DE OFÍCIO.
	A regra não pode ser alterada pela vontade das partes, e não admite negócio jurídico processual que altere sua competência. 
	Súmula n. 33, STJ. “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.”
	EXEMPLOS: competência em razão da matéria, da pessoa e funcional. 
	As partes podem modificar de forma voluntaria a regra de competência, por meio do foro de eleição, ou pela alegação da incompetência relativa (Art. 65, caput, CPC)
	A decisão sobre a alegação de incompetência deve ser proferida IMEDIATAMENTE após a manifestação da parte. Art. 64, § 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
	
 CONSEQUENCIAS DA ALEGAÇÃO DE INCOMPETENCIA
a) A incompetência (absoluta ou relativa) é defeito processual que, em regra, não leva à extinção do processo. A incompetência gera a remessa dos autos ao juízo competente. (art. 64, § 3º, CPC). 
EXCEÇÃO Alegação de incompetência nos juizados Especiais (inciso lll do art. 51 da Lei n. 9.099/1995) e a incompetência internacional (arts. 21 e 23 do CPC): 
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: (...)   III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
b) A decisão sobre a alegação de incompetência deverá ser proferida imediatamente após a manifestação da outra parte (art. 64, § 2º, CPC).
c) A incompetência (absoluta ou relativa) não gera a automática invalidação dos atos decisórios praticados. Nada obstante reconhecida a incompetência, preserva-se a eficácia da decisão proferida pelo' juízo incompetente, até ulterior determinação do juízo competente. 
§ 4º do art. 64 do CPC: "Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente". 
3.4. COMPETENCIA CONCORRENTE (FORUM SHOPPING): Há situações em que existem vários foros em princípio competentes para o conhecimento e julgamento de uma demanda; são os foros concorrentes. Pode haver duas ou três opções de competência, ou até mais. 
· O autor, diante dessas opções, exercita aquilo que já se denominou de FORUM SHOPPING: a escolha do foro pelo demandante. 
· É compreensível que, havendo vários foros competentes, o autor escolha aquele que acredita ser o mais favorável aos seus interesses. No entanto essa escolha não pode ficar imune à vedação ao abuso do direito, que é exatamente o exercício do direito contrário à boa-fé. 
· A existência de foros concorrentes significa que todos eles são igualmente competentes para, em tese, julgar um determinado tipo de demanda. Essa circunstância, porém, não impede que se controle in concreto o exercício do direito de escolha do foro que, se se revelar abusivo, deverá ser rechaçado pelo órgão jurisdicional, que sempre tem a competência de julgar a própria competência.
EXEMPLOS: 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
Art. 53. É competente o foro: (...) V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
3.5. COMPETENCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: a competência em razão da matéria é determinada pela natureza da relação jurídica controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá causa. 
· Assim, é a causa de pedir, que contém a afirmação do direito discutido, o dado a ser levado em consideração para a identificação do juízo competente. É com base neste critério que as varas de família, cível, penal etc, são criadas.
· As competências material e pessoal são exemplos de competência absoluta.
EXEMPLOS:
Reclamação trabalhista Justiça do Trabalho
Apuração de Crime Eleitoral Justiça Eleitoral
Crime militar Justiça Militar
Crime contra a vida Vara Criminal
Indenização por lucros cessantes Vara Cível
OBSERVAÇÃO: Há algumas varas que cumulam competência material como a Vara Única (Comarcas pequenas) e vara cível (família, indenizatória, previdenciária, etc). 
3.6. COMPETENCIA EM RAZÃO DA PESSOA: a fixação da competência tendo em conta as partes envolvidas (rationae personae). 
EXEMPLOS: O principal exemplo de competência em razão da pessoa é o da vara privativa da Fazenda Pública, criada para processar e julgar causas que envolvam entes públicos. Há casos de competência de tribunal determinada em razão da pessoa, como prerrogativa do exercício de algumas funções (mandado de segurança contra ato do Presidente da República é da competência do STF, por exemplo: art. 102, I, "d", CF /1988).
3.7. COMPETENCIA DA JUSTIÇA FEDERAL: Art. 109, CF. 
 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL (COMUM) PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO:
· AUXÍLIO ACIDENTE
· AUXÍLIO DOENÇA POR ACIDENTE DE TRABALHO
CF/88, Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
Súmula 501 do Supremo Tribunal Federal: “Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambasas instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.”
Súmula 15 Superior Tribunal de Justiça: “Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.”
CPC
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. Súmula 150 do STJ: “Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas”.
3.8. COMPETENCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA: O valor da causa é definido a partir do valor do pedido, um dos elementos da demanda. 
EXEMPLO: competência dos juizados Especiais Federais (Até 60 Salários Mínimos); Juizado Especial da Lei n. 9.099/95 (Até 40 Salários Mínimos)
E SE ESTRAPOLAR O LIMITE LEGAL? 
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta
IMPORTANTE O art. 63 do CPC permite a modificação da competência em razão do valor da causa. Seria, portanto, um exemplo de competência relativa. É por isso que o sujeito pode optar por demandar ou não perante o juizado Especial Cível, no caso de urna demanda cujo valor é inferior ao do teto dos juizados Especiais.
	No entanto, se o juízo somente tiver competência para julgar causas até cem salários-mínimos, se ele conhece e julga uma causa cujo valor é cento e dez salários-mínimos, há incompetência absoluta. Assim, abaixo do limite imposto pela lei, está-se diante de uma competência relativa; acima do limite, de competência absoluta. 
3.9. COMPETENCIA TERRITORIAL: A competência territorial é a regra que determina em que território a causa deve ser processada. É o critério que distribui a competência em razão do lugar. (EM REGRA, É COMPETENCIA RELATIVA). 
REGRA GERAL DOMICÍLIO DO RÉU para as demandas pessoais e demandas reais imobiliárias. 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
 FOROS ESPECIAIS
A) RELAÇÕES DE CONSUMO – CDC (Lei n. 8.078/1990): determina que o foro competente para a discussão das relações de consumo é o do domicílio do autor-consumidor (art. 101, I, do CDC). 
· É regra que beneficia o consumidor, mas não se trata de regra de competência absoluta, dela podendo abrir mão o beneficiário, elegendo o foro da regra geral (domicílio do demandado). (COMPETENCIA RELATIVA); 
B) ESTATUTO DO IDOSO: DOMICÍLIO DO IDOSO com competência absoluta. 
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.
 DOMICILIO DAS PESSOAS FÍSICAS: Art. 70 a 74 do Código Civil. 
 DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA: Art. 75 do Código Civil. 
 DOMICILIO NECESSÁRIO: Art. 76 do Código Civil. 
C) AÇÕES REAIS IMOBILIÁRIAS/BENS IMÓVEIS: competente será o juízo da situação da coisa, forum rei sitae. Art. 47, CPC. 
· Há dois foros concorrentes: o domicilio do réu ou foro de eleição, cabendo a escolha do autor. § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
· No entanto, essa escolha não será possível nos casos de demandas que versem sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, nunciação de obra nova, divisão e demarcação de terras (art. 47, §§ 1º e 2º, CPC). Nesses casos, a competência é territorial absoluta. § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
D) AÇÕES DE INVENTÁRIO (sucessão ou de cujus): REGRA GERAL É DOMICILIO DO AUTOR DA HERANÇA no Brasil. 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
· Trata-se de competência relativa. Quando o espólio for réu em litígios sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova, o foro é de competência do domicílio da coisa, e não o do autor da herança, pois aquele prevalece sobre esse.
· Nas ações em que o ausente for réu, o foro será o do seu último domicílio (art. 49 do CPC), também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias, caso haja sucessão definitiva.
OUTROS 
· Nas ações contra incapaz, competente será o foro do domicílio do seu representante (art. 50, CPC; art. 76, par. ún. Código Civil)
· As causas em que Estado ou o Distrito Federal for autor serão propostas no foro de domicílio do réu. Art. 51, CPC. 
· Sendo réu o Estado ou o Distrito Federal, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. Art. 52. Parágrafo único. 
· Competência do foro para ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento de dissolução de união estável. Art. 53, I, CPC. 
4. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA RELATIVA: Dar-se-á a modificação ou prorrogação de competência quando se amplia a esfera de competência de um órgão judiciário para conhecer certas causas que não estariam, ordinariamente, compreendidas em suas atribuições jurisdicionais. Só há modificação da competência relativa. 
	 Mecanismoprocessual que leva à reunião duas ou mais ações para que sejam julgadas conjuntamente. 
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela CONEXÃO ou pela CONTINÊNCIA, observado o disposto nesta Seção.
4.1. CONEXÃO: Conexão é uma relação de semelhança entre demandas, que pressupõe demandas distintas, mas que mantêm entre si algum nível de vínculo.
No processo civil, normalmente reputam-se conexas demandas que possuam identidade de algum dos seus elementos objetivos (pedido ou causa de pedir) idênticos. Cogita-se conexão até mesmo quando o vínculo entre demandas se estabelece pela semelhança do objeto da prova (conexão probatória), a partir da concretização do princípio da eficiência. (Devem ter um elemento objetivo em comum e não somente a coincidência das partes). 
ATENÇÃO Não se justifica a reunião de ações se inexiste qualquer risco de sentenças conflitantes, ou se a reunião não trouxer nenhum proveito em termos de economia processual.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. 
PEDIDO E CAUSA DE PEDIR 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. 
DEMANDAS ESPECÍFICAS
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
 OBJETIVOS: 
· Promover eficiência processual (já que são semelhantes, uma atividade processual pode servir a outra); 
· Evitar prolação de decisões contraditórias. 
 EFEITOS
· Reunião das causas em um mesmo juízo; 
· é fato que atribui ao órgão jurisdicional uma COMPETÊNCIA ABSOLUTA, por isso ele pode conhecer de ofício desta alteração de competência.
ATENÇÃO Se estiverem pendentes duas ações que possam gerar risco de decisões conflitantes ou contraditórias, DEVEM SER ELAS REUNIDAS, mesmo que não haja identidade de pedido ou de causa de pedir (art. 55, § 3º, CPC); ou seja, mesmo que não haja conexão nos termos do caput do art. 55 do CPC. 
A conexão, neste caso, decorrerá do vínculo que se estabelece entre as relações jurídicas litigiosas. Haverá conexão se a mesma relação jurídica estiver sendo examinada em ambos os processos, ou se diversas relações jurídicas, mas entre elas houver um vínculo de prejudicialidade ou preliminaridade- sobre as prejudiciais e as preliminares. 
EXEMPLO:
- mesma relação jurídica, discutida em dois processos distintos: ação de despejo por falta de pagamento e ação de consignação em pagamento dos mencionados alugueres (discute-se a mesma relação jurídica locatícia); 
- diversas relações jurídicas, que no entanto estão ligadas: investigação de paternidade e alimentos (relação jurídica de filiação e relação jurídica de alimentos, embora distintas, umbilicalmente ligadas).	
 REUNIÃO DAS AÇÕES CONEXAS: a nova ação deverá ser distribuída para o mesmo juízo em que já tramita a anterior, com a qual guarda relação de conexão ou continência. (Art. 286, I, CPC). Quando houver duas ações conexas, portanto, não será mais relevante, para fins de prevenção, verificar se correm no mesmo foro, ou em foros diferentes. Será necessário apurar em que data ocorreu o registro ou distribuição (o que tiver ocorrido primeiro) em ambas, para verificar em qual delas ocorreu primeiro, já que será esse o juízo prevento.
 APLICAÇÃO EM HIPÓTESE DE COMPETENCIA RELATIVA, SOMENTE: Se duas ações são conexas, mas estão vinculadas aos seus respectivos foros, por regras de competência absoluta, não será possível reuni-las, porque as regras de modificação só se aplicam à competência relativa. É o que ocorrerá, por exemplo, quando uma delas tramitar perante a Justiça Federal e a outra pela estadual. 
EXEMPLO: “A conexão não implica na reunião de processos quando não se tratar de competência relativa — art. 102, do CPC. A competência absoluta da Justiça Federal, fixada na Constituição, é improrrogável por conexão, não podendo abranger causa em que a União, autarquia, fundação ou empresa pública federal não for parte” (STJ — 2ª Seção, CC 832/MS, j. 26/09/1990).
 Nos casos em que não for possível a reunião, para evitar que sejam proferidas sentenças conflitantes, será possível a suspensão de uma delas até o desfecho da outra, nos termos do art. 313, V, a, do CPC. 
 DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA DE OFÍCIO: a reunião será determinada pelo juiz, de ofício, ainda que nenhuma das partes a solicite (Art. 55, §1º). A conexão é matéria de ordem pública, a qual pode ser conhecida de ofício e a qualquer tempo, desde que nenhum dos processos tenha sido sentenciado.
 O art. 337, VIII, do CPC determina que o réu alegue a conexão como preliminar na contestação. Mas, se ele ou o autor o fizerem em qualquer outra fase do processo, por simples petição ou de outra maneira qualquer, nem por isso ficará o juiz impedido de reconhecê-la. Afinal, se o juiz pode fazê-lo de ofício, com mais razão se as partes o alegarem, ainda que pela via inadequada. Pela mesma razão, também o Ministério Público pode requerer a reunião.
4.2. CONTINÊNCIA: Para que haja continência é necessária a identidade de causa de pedir, e se isso ocorre já é conexão, portanto a continência é um exemplo de conexão. 
	Tal como a conexão, enseja a reunião de ações, para evitar decisões conflitantes, havendo aqui um risco ainda maior, já que exige dois elementos comuns (partes e causa de pedir) e a relação entre os pedidos.
	Mas a reunião só se dará se a ação continente, isto é, a mais ampla, for proposta posteriormente à ação contida. Não haverá utilidade na propositura da ação contida quando a continente já está em curso, pois o pedido da ação continente abrange o da contida, de sorte que o ajuizamento posterior acabará gerando, não propriamente continência, mas uma espécie de litispendência parcial, pois o que se pede na ação contida já está embutido na continente
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
	PARTES E CAUSA DE PEDIR 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
4.3. PREVENÇÃO: a prevenção será fundamental para fixar a competência de um juízo quando houver mais de um competente para determinada causa; e para identificar qual dos juízos atrairá outras ações, como em casos de conexão ou continência. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
· Se houver semelhança, como na conexão ou continência, a nova ação deve ser distribuída por dependência para o juízo onde corre a anteriormente ajuizada (Art. 286, I, do CPC). 
· Caso as duas ações conexas ou que tenham relação de continência já tenham sido ajuizadas, em juízos distintos, deve ser feita a reunião no juízo prevento. 
CAPÍTULO II 
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA NACIONAL 
1. CONCEITO: A cooperação entre órgãos jurisdicionais brasileiros pode efetivar-se por meio da prática de "atos concertados entre os juízos cooperantes" (art. 69, IV, CPC). O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder judiciário (art. 69, §3º, CPC).
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. PRINCIPIO DA COOPERAÇÃO 
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedidode cooperação para prática de qualquer ato processual.
 ATOS DOS JUIZES: Art. 69, §2º, I a VII. 
 EXECUÇÃO DO PEDIDO DE COOPERAÇÃO JURÍDICA: Art. 69, CPC. 
· Auxílio direto: Consiste em uma modalidade mais simplificada de cooperação, podendo ocorrer, por exemplo, para prática de ato que, inicialmente, só seria possível mediante a expedição de carta precatória, mas, com o pedido de auxílio direto, torna-se desnecessária tal formalidade.
· Reunião ou apensamento de processos: Reunião pode ocorrer quando existir risco de prolação de decisões conflitantes; Apensamento: apensar é o ato de anexar um processo aos autos de outra ação que com ele tenha relação, sem que isso implique alteração da numeração originária. 
· Prestação de informações: é medida que deve ocorrer sem formalidades, especialmente com a difusão acerca da utilização de meios eletrônicos para a prática dos atos processuais. 
· Atos concertados entre juízes cooperantes: São aqueles definidos de comum acordo entre os juízes cooperantes, na tentativa de estabelecer procedimentos para as finalidades previstas nos incisos I a VII do § 2º. 
 Para a pratica dos atos de cooperação, os órgãos judiciais poderão se valer de cartas de (Art. 237, 260, 261, 263, 265, 266, 267, 268 CPC): 
1. ordem (Art. 236. § 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.)
2. rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;
3. precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa. 
 Juiz deprecante – que expede carta e juiz deprecado – que recebe a carta. 
4. arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória
ATENÇÃO § 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário (JUSTIÇA FEDERAL E JUSTIÇA ESTADUAL). 
ATENÇÃO 2 A cooperação se limita aos atos processuais ordinatórios e não decisórios, sob pena de delegação de competência e violação do princípio do juiz natural. 
2. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: Conjunto de técnicas que permitem a dois Estados colaborar entre si em prol do cumprimento de atos processuais fora de seus territórios com medidas requeridas por um deles.
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará[footnoteRef:2]: [2: Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.] 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. 
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. 
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. 
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. 
2.1. REGULAMENTO
· LINDB
· Resoluções do STJ
· Portarias do Ministério da Justiça
· CPC
2.2. OBJETIVOS 
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: 
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de informações; 
III - homologação e cumprimento de decisão; 
IV - concessão de medida judicial de urgência; 
V - assistência jurídica internacional; 
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
TEORIA DA AÇÃO
1. CONCEITOS GERAIS
1.1. DIREITO DE AÇÃO: é um direito fundamental, isto é, o direito de acesso à justiça, de submeter um determinado problema à solução jurisdicional. Decorre do princípio da inafastabilidade, pois o direito de ação é um direito abstrato de levar ao Judiciário qualquer alegação de violação a direito.
· Direito de provocar o judiciário (Direito de Ação, que provoca o Estado) e o Direito que se afirma ter quando se provoca o judiciário (Direito afirmado, que é provocado contra o réu); 
· Devido processo legal: direito a uma tutela adequada, tempestiva e efetiva. 
1.2. AÇÃO: é o direito que se alega ter quando se vai ao JUDICIÁRIO, ou seja, é o direito de ação exercida. 
DEMANDA É o ato de agir, o exercício do direito de ação. A demanda instaura o processo de define limites da atuação jurisdicional. 
1.3. DIREITO AFIRMADO: É o direito que se afirma ter em uma demanda. A partir dele se gera diversas relações jurídicas. 
DIREITO DE AÇÃO X DIREITO AFIRMADO O DIREITO DE AÇÃO É UM DIREITO POTESTATIVO, MAS HÁ CONSEQUÊNCIAS: “Após o exercício do direito de provocar a jurisdição, surgem o direito à tutela jurisdicional (direito à resposta do Estado-juiz, que deve ser qualificado pelos atributos do processo legal) e o dever de o órgão julgador examinar a demanda. Além disso, o exercício do direito de provocar a atividade jurisdicional torna alguém réu – sujeito a quem se imputam diversas situações jurídicas. Aquele que é colocado como réu se sujeita, então, ao exercício desse direito potestativo, vendo transformada a sua esfera jurídica.” (DIDIER, 2018, p. 336)
2. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
2.1. AÇÃO DE CONHECIMENTO: afirmação da existência de um direito postulado em juízo que poderá vir a ser julgado, pode ser de pedido declaratório, condenatório e constitutivo.
 AÇÃO CONDENATÓRIA: Pedido para que outra pessoa cumpra uma prestação de FAZER, NÃO FAZER, DAR DINHEIRO OU DAR COISA. 
· O direito a prestação além da sentença, deve ser concretizado no mundo físico e só acaba quando se realiza a conduta devida. 
· Se o sujeito não cumpre a prestação ele vira inadimplente, de forma que a ação condenatória é um meio para se efetivar a prestação devida, pois a AUTOTUTELA não é permitida. 
· Esse direito a prestação submete-se à prescrição. 
 AÇÃO CONSTITUTIVA: é a demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito potestativo. Exemplo: Ação de divórcio, Ação de anulação de negócio Jurídico; Ação de investigação de paternidade.
 Efeitos: Eficácia Ex Nunc. No entanto, pode excepcionalmente ser aplicada eficácia retroativa. 
 Características: 1) altera, cria ou extingue uma situação jurídica; 2) Não pode ser adimplido ou executado, ou seja, a própria sentença já efetiva o direito potestativo; 3) Não prescreve. 
ATENÇÃO a efetivação de um direito potestativo pode gerar um direito a uma prestação. Isso porque a situação jurídica criada após a efetivação de um direito potestativo pode ser exatamente um direito a uma prestação. Ex.: a decisão que rescinde uma sentença que já fora executada gera, por efeito anexo, o direito do executado à indenização pelo exequente dos prejuízos que lhe foram causados em razão da execução malsinada. Essa decisão tem aptidão para transformar-se em título executivo, pois torna certa a obrigação de indenizar, que ainda

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