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Apostila de Análise de Balanços_2017_versão completa

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PAGE 
2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
 CONTÁBEIS
Prof. Dr. José Braz Hercos Junior
e-mail: brazhercos@gmail.com
Maringá - Paraná
FEVEREIRO - 2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2
2 RELATÓRIOS CONTÁBEIS
3
2.1 Balanço Patrimonial
3
2.2 Demonstração do Resultado do Exercício
5
2.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa do Período
5
2.4 Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido
7
2.5 Demonstração do Valor Adicionado
8
2.6 Notas Explicativas
9
2.7 Relatório da Diretoria
10
2.8 Parecer de Auditores Independentes
11
ATIVIDADE 1
12
3 TÉCNICAS DE ANÁLISE
14
3.1 Índices 
14
2.3 Análises Vertical e Horizontal
16
3.3 Análise do Capital de Giro
17
3.4 Análise do ROI
17
3.5 Análise de Alavancagem Financeira
18
3.6 Análise Prospectiva
18
ATIVIDADE 2
18
4 PANORAMA HISTÓRICO DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS
20
ATIVIDADE 3
20
5 PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
21
ATIVIDADE 4
23
6 DIAGNÓSTICO ECONÔMICO/FINANCEIRO – CIA BIG – ANO 1
27
6.1 Diagnóstico Financeiro
28
ATIVIDADE 5
36
ATIVIDADE 6
38
6.2 Diagnóstico Econômico
39
ATIVIDADE 7
40
ATIVIDADE 8
42
ATIVIDADE 9
43
ATIVIDADE 10
44
ATIVIDADE 11
46
7 OS FATORES MACROECONÔMICOS
49
ATIVIDADE 12
50
ATIVIDADE 13
52
ATIVIDADE 14
54
8 PROCESSO DE ANÁLISE DE UMA EMPRESA DE CAPITAL ABERTO
58
ATIVIDADE 15
77
ATIVIDADE 16
84
ATIVIDADE 17
86
ATIVIDADE 18
89
9 ALAVANCAGEM OPERACIONAL
91
REFERÊNCIAS
93
1 INTRODUÇÃO
A Análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta utilizada para produzir informações úteis sobre o desempenho econô​mico-financeiro de empresas, subsidiando assim decisões de: 
a) fornecedores, na realização de vendas a prazo (montante, prazos, taxas de juros …);
b) bancos, na concessão de empréstimos e financiamentos (montante, prazos, taxas de juros…);
c) clientes, no fechamento de contratos de compras de insumos, maquinários …); 
d) concorrentes, na obtenção de padrões para autoavaliação; 
e) dirigentes, como subsídio na formulação de estratégias para a empresa;
f) governo, em concorrências abertas, para acompanhar o desempenho de empresas concessionárias de serviços públicos, para fins estatísticos … 
g) sindicato dos trabalhadores, na reivindicação de melhorias aos funcionários;
h) investidores, na compra ou venda de ações. 
Ao contrário das demonstrações contábeis, que são carregadas de termos técnicos, o Relatório de Análise caracteriza-se por linguagem simples, dirigida a não contadores (gerentes de bancos, pequenos empresários, investidores, dentre outros), quase sempre acompanhada de gráficos e ilustrações.
2013
2014
2015
PASSIVO
2.285.211
2.608.557
2.995.476
Passivo Circulante
208.161
221.287
307.686
Obrigações Sociais e Trabalhistas
62.592
56.479
50.483
Fornecedores
35.588
31.120
38.225
Obrigações Fiscais
16.506
18.704
43.236
Empréstimos e Financiamentos
32.018
50.893
106.238
Obrigações contratuais - Licenciamentos
16.489
16.083
16.971
Comissões a Pagar
38.739
40.699
37.470
Outras Contas a Pagar
4.394
5.465
7.845
Provisões Previdenciárias e Trabalhistas
1.835
1.844
1.769
Provisão para Perdas em Controlada
0
0
5.449
Passivo Não Circulante
16.316
71.896
71.301
Empr em Moeda Nacional
15.827
71.790
71.173
Provisões Previdenciárias e Trabalhistas
489
106
128
Patrimônio Líquido
2.060.734
2.315.374
2.616.489
Da demonstração contábil, o analista extrai dados (por exemplo: consta no Balanço Patrimonial que a dívida da empresa X junto aos bancos equivale a R$ 500.000,00). Utilizando-se de técnicas de análise, o analista transforma esse dado em informação, chegando a conclusões: a dívida desta empresa é excessiva? A empresa pode pagá-la?
Figura 1 – Relação entre empresa e interessados
 Para avaliar o desempenho de uma empresa, não basta apenas conhecer os números constantes dos relatórios contábeis. É importante entender a empresa, seu setor de atividade e os fatores exter​nos que a influenciam. (Fig. 2)
Figura 2 – Empresa, setor e fatores externos
Por exemplo:
a) as empresas Bradesco, JBS, Copel, Ambev, Fibria, Petrobras, Braskem, Grendene, Magazine Luiza e Vale pertencem a quais setores de atividade?
	
	
	
	
b) é possível identificar particularidades em tais empresas e em tais setores? Cite algumas.
	
	
	
	
	
	
c) os fatores externos (câmbio, inflação, PIB, taxa de juros) influenciam igualmente tais setores? Dê exemplos. 
	
	
	
	
	
	
Especialmente, no que tange as Empresas de Capital Aberto (com títulos negociados em bolsa), são vários os relatórios publicados periodicamente.
2 relatórios contábeis
Os relatórios contábeis são a exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período (IUDÍCIBUS, 1998). Representam um canal de comunicação da empresa com os diversos usuários, sejam internos ou externos (SILVA, 1998).
2.1 Balanço Patri​monial (BP)
O BP, conforme Quadro 1, apresenta a posição patrimonial e financeira da Grendene no último dia útil dos anos de 2013, 2014 e 2015. A informação que o BP fornece é estática e sua estrutura se apresenta relativamente diferente em cada uma das datas. (ASSAF NETO, 2015)
O BP é composto de dois grandes blocos, isto é: o ativo, no lado esquerdo, e o passivo, no lado direito. O ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos; já o passivo, de onde vieram os recursos. (SILVA, 1998)
As contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo e em ordem decrescente de exigibilidade para o passivo. (ASSAF NETO, 2015)
Os ativos são recursos da empresa mantidos na expectativa de gerarem benefícios econômicos futuros aos investidores.
No ativo circulante, são classificadas as contas de elevada rotação que se espera transformar em caixa até o final do exercício seguinte ao encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, no caso desse ciclo ser superior a um ano. (ASSAF NETO, 2015)
São itens classificados como ativo não circulante: o ativo realizável a longo prazo, o investimento, o imobilizado e o intangível. São itens de baixa liquidez (lenta transformação em dinheiro).
 
 
201320142015
ATIVO2.285.2112.608.5572.995.476
Ativo Circulante1.572.8961.798.9871.822.214
Caixa e Equivalentes de Caixa24.7408.5256.113
Aplicações Financeiras392.665634.472596.872
Contas a Receber894.767886.780924.472
Estoques181.709193.083227.459
Tributos a Recuperar17.8406.8922.816
Despesas Antecipadas9061.6171.687
Outros Ativos Circulantes60.26967.61862.795
Ativo Não Circulante712.315809.5701.173.262
Ativo Realizável a Longo Prazo314.298345.765708.801
Aplic Fin Aval ao Custo Amortiz301.940335.182663.723
Contas a Receber2887070
IR e CS Diferidos9.0607.85243.505
Créditos com Controladas0130
Depósitos Judiciais2.4472.002963
Tributos a Recuperar563646540
Investimentos63.37386.10466.856
Participações em Controladas62.49685.69266.444
Propriedades para Investimento877412412
Imobilizado306.230345.911367.367
Imobilizado em Operação262.810331.493351.871
Imobilizado em Andamento43.42014.41815.496
Intangível28.41431.79030.238
Quadro 1 – Balanço Patrimonial da empresa Grendene – períodos: 2013 a 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
O ativo realizável a longo prazo compõe-se dos direitos da empresa que possuem natureza idêntica às do ativo circulante, contudo, realizáveis após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço. (ASSAF NETO, 2015; MATARAZZO, 2010; SILVA, 1998)
No subgrupo investimento são classificadas as participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, ou no ativo realizável à longo prazo e não destinadas a manutenção da atividade da empresa. (ASSAF NETO, 2015; MATARAZZO, 2010; SILVA, 1998)
O subgrupo imobilizado representa as aplicações da empresa em bens físicos que não se destinam à venda, e sim à manutenção de sua atividade operacional. (ASSAF NETO, 2015)
O subgrupo Intangível compõe-sedos bens de propriedade industrial ou comercial legalmente conferido à empresa, originando-se disto seu valor. Como exemplos: os direitos autorais, as patentes, as marcas, o fundo de comércio (ou goodwill), os gastos com desenvolvimento de novos produtos, os ágios etc. (ASSAF NETO, 2015)
2.2 Demonstração do Resultado do Período (DRE)
Conforme Quadro 2, A DRE é um resumo ordenado das despesas e receitas da empresa em um determinado período, sendo apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas deduzem-se as despesas e, em seguida, apresenta-se o resultado, que é o lucro ou prejuízo. (IUDÍCIBUS, 1998)
O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos. (ASSAF NETO, 2015)
A DRE está intimamente ligada ao princípio da realização da receita em confrontação com as despesas, ou seja, demonstra o resultado obtido pela entidade em determinado período de tempo através da confrontação entre receitas e despesas desse mesmo período. (FAVERO et al., 2010)
201320142015
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços2.127.8072.162.9592.165.218
(-) Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos-1.181.159-1.191.772-1.129.952
(=) Resultado Bruto946.648971.1871.035.266
(+/-) Despesas/Receitas Operacionais-559.779-584.789-643.115
(-) Despesas com Vendas-489.708-494.345-471.336
(-) Despesas Gerais e Administrativas-71.881-78.963-80.786
(+) Outras Receitas Operacionais8.8798.1286.330
(-) Outras Despesas Operacionais-4.247-9.216-43.506
(+/-) Resultado de Equivalência Patrimonial-2.822-10.393-53.817
(=) Resultado antes do Financeiro e dos Tributos386.869386.398392.151
(+) Receitas Financeiras179.266212.070412.000
(-) Despesas Financeiras-64.349-67.315-213.873
(=) Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro501.786531.153590.278
(+/-) IR e CSL Corrente-56.541-39.701-74.708
(+/-) IR e CSL Diferido-11.705-1.20835.653
(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas433.540490.244551.223
(+/-) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas000
(=) Lucro/Prejuízo do Período433.540490.244551.223
Lucro por Ação - (Reais / Ação)
ON1,441,631,83
Quadro 2 – Demonstração de Resultado do Exercício da Grendene – períodos: 2013 a 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
A DRE é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas, por exemplo, representam normalmente aumento no ativo, através de ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. O contrário acontece com as despesas: diminuição do ativo, nas contas de estoque e de caixa, ou surgimento de uma obrigação. (MATARAZZO, 2010)
2.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa do Período (DFC)
A legislação permite que a DFC seja elaborada tanto pelo método direto como pelo método indireto. No entanto, as companhias brasileiras são incentivadas a adotarem o método indireto, conforme apresentado no Quadro 3. 
201320142015
Caixa Líquido Atividades Operacionais285.685453.398444.996
Caixa Gerado nas Operações408.571451.867495.502
Lucro líquido do exercício433.540490.244551.223
Resultado de equivalência patrimonial2.82210.39353.817
Depreciação e amortização35.52445.72950.834
Imposto de renda e contribuição social diferidos11.7051.208-35.653
Ganho na venda e baixa de investimento04650
Ganho na venda e baixa de imobilizado2.9002.7531.759
Ganho na venda e baixa de intangível76129
Perda por redução ao valor recuperável - ágio008.862
Plano de opções de compra ou subscrição de ações4.4923.2663.543
Perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa-15.5031.69955
Perdas estimadas para descontos pontualidade3.934-11.593-2.603
Perdas estimadas para estoques obsoletos7862.6731.653
Provisão para riscos trabalhistas-117-374-53
Provisão para perdas em controlada005.449
Despesas de juros de financiamento9132.3073.940
Receita de juros de aplicações financeiras-78.359-96.585-165.581
Variações cambiais, líquidas5.858-33018.248
Variações nos Ativos e Passivos-122.8861.531-50.506
Contas a receber de clientes-107.986-14.41819.936
Estoques-25.597-14.047-36.029
Outras contas a receber16.30535.754-45.093
Fornecedores-16.970-4.4687.105
Salários e encargos a pagar6.287-6.113-5.996
Impostos, taxas e contribuições-9622.334-40
Imposto de renda e contribuição social a pagar1.761-1369.572
Outras contas a pagar4.2762.62539
Caixa Líquido Atividades de Investimento82.923-301.480-224.441
Em investimentos-15.112-31.465-26.575
Em imobilizado-129.016-80.408-65.374
Em intangível-16.581-11.143-7.132
Aplicações financeiras-1.794.818-2.091.550-3.053.847
Resgate de aplicações financeiras1.953.9131.848.7832.812.321
Juros recebidos84.53764.303116.166
Caixa Líquido Atividades de Financiamento-351.993-168.133-222.967
Captação de empréstimos313.930271.265412.825
Pagamentos de empréstimos-335.621-196.209-377.146
Juros pagos-705-2.195-3.139
Dividendos pagos-294.645-236.022-260.489
Aquisição de ações em tesouraria-57.751-9.471-3.034
Venda ações tesouraria exerc opção compra22.7994.1158.016
Resultado na venda de ações em tesouraria03840
Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes16.615-16.215-2.412
Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes8.12524.7408.525
Saldo Final de Caixa e Equivalentes24.7408.5256.113
Quadro 3 – Demonstração de Fluxos de Caixa – Grendene – períodos: 2013 a 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
Independente do método a ser utilizado, o fluxo de caixa deve contemplar movimentações decorrentes de:
· Atividades operacionais: compreendem as transações que envolvem a consecução do objeto social da entidade. Elas podem ser exemplificadas pelo recebimento de uma venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento dos funcionários, etc.
· Atividades de investimentos: compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda.
· Atividades de financiamentos: incluem a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno na forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração.
O método indireto, de acordo com o Quadro 3, parte do lucro líquido do exercício e faz uma série de ajustes para chegar ao fluxo de caixa operacional (SILVA, 1998). O lucro é ajustado por despesas não desembolsáveis (depreciação, imposto de renda, contribuição social diferidos, dentre outras) e receitas não caixa (resultado da equivalência patrimonial, por exemplo).
Já, as variações nos ativos e nos passivos são obtidas pelo confronto das variações em seus itens operacionais.
Assim, apura-se o caixa líquido gerado nas atividades operacionais o qual, para fins de análise, é confrontado com o caixa líquido gerado nas atividades de investimento e de financiamento. 
De acordo com Matarazzo (2010), as principais informações do DFC referem-se à capacidade financeira da empresa de: 
· autofinanciamento das operações (compra, produção e vendas);
· independência do sistema bancário no curto prazo;
· gerar recursos para manter e expandir o nível de investimento;
· amortizar dívidas bancárias de curto e de longo prazo.
Conforme evidenciado no Quadro 3, a atividade operacional da Grendene se autofinanciou nos períodos de 2013, 2014 e 2015, ou seja, além de se pagar, gerou excedentes para fazer frente aos investimentos e ao pagamento das dívidas.
2.4 Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
De acordo com o Quadro 4, a DMPL fornece a movimentação ocorrida durante o exercício em todas as contas do patrimônio líquido; faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no PL durante o exercício. Trata-se,portanto, de informação que complementa os demais dados constantes do Balanço e da Demonstração do Resultado do Exercício. (IUDÍCIBUS et al, 2007)
As variações no patrimônio líquido podem: (a) aumentar o patrimônio líquido (lucro líquido do período, aumento de capital por subscrição e integralização de novas ações), (b) diminuir o patrimônio líquido (dividendos, prejuízo líquido do exercício, ações em tesouraria) ou não afetar o patrimônio líquido (constituição de reservas, aumento de capital por incorporação de reservas). (ASSAF NETO, 2015)
Capital Social 
Integralizado
Reservas de 
Capital, Opções 
Outorgadas e 
Ações em 
Tesouraria
Reservas de 
Lucro
Lucros ou 
Prejuízos 
Acumulados
Outros 
Resultados 
Abrangentes
Patrimônio 
Líquido
Saldos Iniciais1.231.302-5.1981.091.6160-2.3462.315.374
Saldos Iniciais Ajustados1.231.302-5.1981.091.6160-2.3462.315.374
Transações de Capital com os Sócios09.407-10.762-265.6090-266.964
Gastos com Emissão de Ações0882-882000
Opções Outorgadas Reconhecidas03.5430003.543
Ações em Tesouraria Adquiridas0-3.034000-3.034
Ações em Tesouraria Vendidas08.0160008.016
Dividendos00-95.458-165.0310-260.489
Juros sobre Capital Próprio0085.000-100.0000-15.000
Dividendo Adicional Proposto00578-57800
Resultado Abrangente Total000551.22316.856568.079
Lucro Líquido do Período000551.2230551.223
Outros Resultados Abrangentes000016.85616.856
Mutações Internas do Patrimônio Líquido00285.614-285.61400
Constituição de Reservas00285.614-285.61400
Saldos Finais1.231.3024.2091.366.468014.5102.616.489
Quadro 4 – Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido – Grendene: 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
2.5 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
De maneira geral, a DVA é a demonstração do quanto a empresa agregou de valor no período. 
201320142015
Receitas2.471.4682.477.7972.420.208
Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços2.454.2692.480.4832.457.693
Outras Receitas1.696-987-37.430
Provisão/Reversão de Créds. Liquidação Duvidosa15.503-1.699-55
(-) Insumos Adquiridos de Terceiros-1.334.895-1.322.998-1.223.006
Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos-712.934-728.991-671.068
Materiais, Energia, Servs. de Terceiros e Outros-621.175-591.334-550.285
Perda/Recuperação de Valores Ativos-786-2.673-1.653
(=) Valor Adicionado Bruto1.136.5731.154.7991.197.202
(-)Retenções-34.523-44.539-49.484
Depreciação, Amortização e Exaustão-34.523-44.539-49.484
(=) Valor Adicionado Líquido Produzido1.102.0501.110.2601.147.718
(+) Vlr Adicionado Recebido em Transferência176.541201.778358.289
Resultado de Equivalência Patrimonial-2.822-10.393-53.817
Receitas Financeiras179.266212.070412.000
Outros97101106
(=) Valor Adicionado Total a Distribuir1.278.5911.312.0381.506.007
Distribuição do Valor Adicionado1.278.5911.312.0381.506.007
Pessoal507.587510.310512.745
Remuneração Direta421.826418.011420.908
Benefícios47.17550.00148.799
F.G.T.S.38.58642.29843.038
Impostos, Taxas e Contribuições269.382241.120230.260
Federais229.183199.532193.340
Estaduais39.80741.08236.348
Municipais392506572
Remuneração de Capitais de Terceiros68.08270.364211.779
Juros64.34967.315208.908
Aluguéis3.7333.0492.871
Remuneração de Capitais Próprios433.540490.244551.223
Juros sobre o Capital Próprio00100.000
Dividendos300.057203.642165.609
Lucros Retidos / Prejuízo do Período133.483286.602285.614
Quadro 5 – Demonstração do Valor Adicionado – Grendene: 2013 a 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
Conforme Quadro 5, a Grendene obteve em 2015 receitas equivalentes a R$ 2.420.208. Das receitas, foram deduzidos os insumos adquiridos de terceiros, obtendo-se como resultado o valor adicionado bruto, equivalente a R$ 1.197.202.
Do valor adicionado bruto, foram deduzidas as retenções (depreciação, amortização e exaustão) e somados os valores recebidos em transferências (resultado de equivalência patrimonial e receitas financeiras), obtendo-se assim o valor adicionado total a distribuir.
Finalmente, a Grendene distribuiu tais valores para: (a) pessoal; (b) impostos, taxas e contribuições; (c) remuneração de capitais de terceiros; e (d) remuneração de capitais próprios.
Sendo assim, o objetivo da DVA é o de demonstrar o quanto a empresa gerou de riqueza (recursos) e como distribuiu. (ASSAF NETO, 2015)
2.6 Notas Explicativas
As Notas Explicativas visam esclarecer certas informações importantes que não podem ser detalhadas nas demonstrações contábeis elaboradas. (ASSAF NETO, 2015)
1. Informações gerais
2. Base de preparação e apresentação das demonstrações financeiras
3. Demonstrações financeiras consolidadas
4. Políticas contábeis
a) Reconhecimento de receita
b) Conversão de saldos denominados em moeda estrangeira
c) Instrumentos financeiros
d) Caixa e equivalentes de caixa
e) Aplicações financeiras
f) Contas a receber de clientes
g) Estoques
h) Investimentos
i) Imobilizado
j) Intangível
k) Outros ativos e passivos
l) Tributação
m) Subvenções governamentais para investimentos
n) Pagamento baseado em ações
o) Informações por segmento
p) Ajustes a valor presente de ativos e passivos
q) Julgamentos, estimativas e premissas contábeis
r) Empréstimos e financiamentos
s) Provisões
t) Apresentação das demonstrações dos fluxos de caixa e do valor adicionado
u) Ações em tesouraria
5. Estimativas e premissas contábeis
6. Caixa e equivalentes de caixa
7. Aplicações financeiras
8. Contas a receber de clientes
9. Estoques
10. Créditos tributários
11. Investimentos
12. Imobilizado
13. Intangível
14. Empréstimos e financiamentos
15. Provisão para riscos trabalhistas, fiscais, cíveis e ambientais
16. Patrimônio líquido
17. Subvenções governamentais para investimentos
18. Imposto de renda e contribuição social
19. Instrumentos financeiros e gerenciamento de riscos
20. Saldos e transações com partes relacionadas
Quadro 6 – Estrutura das Notas Explicativas – Grendene - 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
Do Quadro 6, que apresenta a estrutura das Notas Explicativas da empresa Grendene, cabe destacar: o item 4, que descreve as políticas contábeis; os itens 5 a 14, que apresentam detalhamentos de diversas contas do BP e da DRE; o item 15, que detalha as provisões constituídas na empresa Grendene, para riscos trabalhistas, fiscais, cíveis e ambientais; e o item 19, mostra os Instrumentos financeiros e como se dá o gerenciamento de riscos na Grendene. 
2.7 Relatório da Diretoria
As informações fornecidas são de caráter não financeiro que abrangem: dados estatísticos diversos; indicadores de produtividade; desenvolvimento tecnológico; contexto sócio-econômico da empresa; políticas diversas (recursos humanos, exportação etc.); expectativas com relação ao futuro; dados do orçamento de capital; projetos de expansão; desempenho em relação aos concorrentes etc. (IUDÍCIBUS, 1998)
O relatório da diretoria pode fornecer ainda uma análise interna sobre os resultados alcançados e sobre as políticas de investimento, financiamento e distribuição de dividendos. (SILVA, 1998)
I. Mensagem da Administração
II. Principais Indicadores Consolidados (em IFRS)
III. Mercado e Condições Macroeconômicas
IV. Desempenho Econômico-Financeiro
1 Receita bruta de vendas
2 Receita líquida de vendas
3 Custo dos produtos vendidos
4 Lucro bruto
5 Despesas operacionais (DVG&A)
5.1 Despesas com vendas
5.1.1 Despesas com publicidade e propaganda
5.2 Despesas gerais e administrativas (DG&A)
6 Ebit e Ebitda
6.1 Ebit
6.2 Ebitda
7 Resultado financeiro líquido
8 Lucro líquido do exercício e lucro líquido ajustado
9 Geração de caixa e disponibilidades líquidas
10 Investimentos (imobilizado e intangível)
11 Auditores independentes – instrução CVM 381/03
11.1 Justificativa dos Auditores Independentes – PWC
V. Mercado de capitais e governança corporativa
1 Mercado de capitais
2 Dividendos
3 Melhores práticas de governança corporativa
VI. Responsabilidade social e ambiental
VII. Recursos humanos
VIII. Demonstração do valor adicionado
IX. Consideraçõesfinais e perspectivas 
Quadro 7 – Estrutura do Relatório da Diretoria – Grendene: 2015
 Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
O relatório da diretoria, por ser descritivo e menos técnico que as demonstrações contábeis, reúnem condições de entendimento por uma gama bem maior de usuários. (IUDÍCIBUS et al, 2007)
2.8 Parecer de Auditores Independentes
De acordo com Assaf Neto (2015) e Silva (1998), o parecer dos auditores atribui maior segurança aos analistas de balanços, pois expressam a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis da entidade. 
Este parecer deve expressar: (a) se as demonstrações contábeis representam, em todos os aspectos relevantes, a situação econômico-financeira da empresa; (b) se há uniformidade em relação ao exercício anterior; e (c) se foram seguidos os princípios contábeis. (IUDÍCIBUS, 1998; ASSAF NETO, 2015)
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS
Aos Administradores e Acionistas
Grendene S.A.
Examinamos as demonstrações financeiras individuais da Grendene S.A (a "Companhia" ou "Controladora") que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2015 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, bem como as demonstrações financeiras consolidadas da Grendene S.A. e suas controladas ("Consolidado") que compreendem o balanço patrimonial consolidado em 31 de dezembro de 2015 e as respectivas demonstrações consolidadas do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, assim como o resumo das principais políticas contábeis e as demais notas explicativas.
Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras
A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou por erro.
Responsabilidade dos auditores independentes
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelo auditor e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou por erro.
Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui também a avaliação da adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.
Opinião
Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Grendene S.A. e da Grendene S.A. e suas controladas em 31 de dezembro de 2015, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa, bem como o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB).
Outros assuntos
Informação suplementar – Demonstrações do Valor Adicionado: Examinamos também as Demonstrações do Valor Adicionado (DVA), individuais e consolidadas, referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2015, preparadas sob a responsabilidade da administração da Companhia, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto.
Porto Alegre, 25 de fevereiro de 2016.
Quadro 8 – Parecer dos Auditores Independentes – Grendene: 2015
Fonte: CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
O Parecer sem ressalva ocorre quando o auditor está convencido sobre todos os aspectos relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria. 
Na existência de alguma anormalidade, são três os tipos de pareceres: (a) Parecer com ressalva, em que o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção de opinião; (b) Parecer adverso, quando o auditor verifica que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com ressalva; e (c) Parecer com negativa de opinião, quando o auditor não obtém comprovação suficiente para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis. (SILVA, 1998) 
A publicação do parecer dos auditores independentes é obrigatória para as companhias abertas, as seguradoras, as instituições financeiras da esfera de controle do Banco Central, dentre outras. (ASSAF NETO, 2015)
ATIVIDADE 1 - Para cada uma das questões abaixo, analise cada uma das afirmativas, colocando a letra F, para falso, ou a letra V, para verdadeiro. A seguir, a letra correta (a, b, c, d, e).
1
I – No Balanço Patrimonial, as contas são dispostas em ordem crescente de grau de liquidez para o ativo e em ordem decrescente de exigibilidade para o passivo. 
II – O Balanço Patrimonial é um relatório de natureza estática. 
III – Na DRE prevalece o regime de caixa. 
IV – A DRE está intimamente ligada ao princípio da realização da receita em confrontação com as despesas. 
V – A DRE é um relatório de natureza dinâmica. 
a)  Apenas as afirmativas I, III e IV são falsas.
b) Apenas as afirmativas I, II e III são falsas.
c)  Apenas as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras. 
d)  Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
e)  Apenas as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
2
I – A DRE é apresentada de forma dedutiva. 
II – No Fluxo de Caixa, as compras de mercadorias para revenda são classificadas nas atividades de investimento. 
III – No Fluxo de Caixa, quando a atividade operacional apresenta resultado positivo, significa que ela (atividade operacional) se autofinancia. 
IV – No Fluxo de Caixa, se o saldo inicial e final se mantém, quando as atividades: (a) operacional e (b) de investimento apresentam, em conjunto, resultados negativos, significa que a atividade de financiamento tem de ser positiva. 
V – No Fluxo de Caixa, a compra de imobilizado é classificada nas atividades operacionais. 
a)  Apenas as afirmativas IV e V são falsas.
b) Apenas as afirmativas III e V são falsas.
c)  Apena a afirmativa V é falsa. 
d)  Todas as afirmativassão verdadeiras.
e)  Apenas as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras.
3
I – A DRE é um relatório de natureza financeira. 
II – O Fluxo de Caixa é um relatório de natureza econômica. 
III – Para fins de Fluxo de Caixa (método indireto), o aumento no saldo de estoques e de duplicatas a receber impacta negativamente no caixa da empresa. 
IV – A DMPL fornece a movimentação ocorrida durante o exercício em todas as contas do patrimônio líquido. 
V – De acordo com a DMPL, a obtenção de lucro provoca aumento do PL e a distribuição de dividendos, redução. 
a)  Apenas as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas I, II e III são falsas.
c)  Apenas as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras. 
d)  Apena a afirmativa I é falsa.
e)  Apenas as afirmativas I, III, IV e V são verdadeiras.
4
I – o objetivo da DVA é o de demonstrar o quanto a empresa gerou de riqueza (recursos) e como a distribuiu. 
II – As Notas explicativas esclarecem certas informações importantes que não podem ser detalhadas nas demonstrações contábeis elaboradas. 
III – Nas Notas explicativas, os empréstimos e financiamentos obtidos pela empresa são detalhados. 
IV – As iniciativas/estratégias da empresa constam do Relatório da Diretoria.
V – O Parecer dos Auditores Independente contribui para dar mais segurança na análise dos relatórios contábeis publicados pela empresa. 
 a)  Apenas as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras.
c)  Apenas as afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. 
d)  Apenas a afirmativa I é falsa.
e)  Todas as afirmativas são verdadeiras.
3 técnicas de análise
A seguir são apresentadas as principais técnicas de análise. 
3.1 Índices 
Relação entre contas ou gru​pos de contas das demons​trações contábeis, que eviden​cia as​​pectos eco​nômi​cos (Retorno do PL = lucro líquido/patrimônio líquido x 100, Margem líquida = lucro líqui​do/ven​das x 100) e finan​ceiros (Liquidez corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante, endividamento = recursos de terceiros/recursos totais x100) de uma empresa.
Tem por obje​tivo dar uma visão geral so​bre determinados aspectos da em​pre​sa, sem entrar nos de​talhes. Por exemplo, pode indicar que a empresa analisada encontra-se excessivamente en​divi​dada; porém, não mostra as causas deste endividamento.
3.1.1 Análise série-temporal 
Avalia o desem​pe​nho com o tempo (Quadro 9). A comparação do atual desem​pe​nho com o antigo, por meio de índices, permite aos analistas avaliarem o progresso da empresa.
	Índices
	Hering
	
	2011
	2012
	2013
	Endividamento geral
	35,80
	33,70
	30,30
	Liquidez Corrente
	2,80
	2,70
	3,00
	Margem Líquida
	22,00
	20,90
	19,00
	Retorno do PL
	36,40
	30,10
	32,00
Quadro 9 – Índices da Cia Hering para 2011, 2012 e 2013.
De acordo com o Quadro 9, há uma tendência de deterioração na margem líquida da Hering, de 2011 para 2013. No entanto, há uma melhora no nível de endividamento da empresa. 
3.1.2 Análise comparativa setorial 
Envolve a comparação em uma data específica, de índices econômico/financeiros de empresas pertencentes a um setor de atividade (Quadro 10).
Por exemplo, para avaliar o desempenho da Hering, para um determinado período de tempo, é necessário comparar seus indicadores com os de empresas ligadas ao setor têxtil.
Para apurar os índices setoriais do segmento têxtil, torna-se necessário buscar (ou calcular) os índices de empresas que compõem tal segmento. E, para cada tipo de índice (como exemplo: Margem Líquida), ordenar os valores em ordem crescente (ou decrescente). O passo final é identificar a mediana, que é considerado o índice setorial. E se quisermos refinar a análise, é possível identificar quartis (e decis).
	Índices
	2013
	
	Hering
	Setor (mediana)
	Endividamento geral
	30,30
	40,50
	Liquidez Corrente
	3,00
	2,60
	Margem Líquida
	19,00
	8,90
	Retorno do PL 
	32,00
	13,80
Quadro 10 - Índices da Cia Hering e do setor têxtil para 2013.
 De acordo com os Quadros 10 e 11, a margem líquida apurada na Hering em 2013 posicionou-se no setor têxtil acima do terceiro quartil, ou seja, a empresa estava entre as 25% de melhor desempenho. 
	Empresa
	Margem líquida (%)
	Guararapes
	36,90
	Dudalina
	24,00
	Hering
	19,00
	Grendene
	16,80
	Norfil
	13,30
	Beira Rio
	12,60
	Vicunha
	11,70
	Arezzo
	10,80
	Meias Lupo
	10,50
	Alpargatas
	10,20
	Capricórnio
	8,90
	Dohler
	8,90
	Santanense
	8,00
	Paquetá Calçados
	5,50
	Brastex
	5,10
	Santo Antônio
	4,70
	Cedro e Cachoeira
	2,14
	Cataguases
	2,00
	De Millus
	(6,50)
	Karsten
	(11,60)
	Vulcabras/Azaleia-CE
	(18,40)
	Setorial (Mediana)
	
Quadro 11 – Índices de empresas do segmento têxtil em 2013, com apuração da mediana.
Fonte: Dados disponibilizados pela Revista Exame.
Utilizando a técnica dos quartis, identifique a posição relativa das empresas abaixo, em termos de margem líquida, e atribua um conceito:
	Empresa
	Posição relativa
	Conceito
	Grendene
	
	
	Santanense
	
	
	Alpargatas
	
	
	Karsten
	
	
3.1.3 Análise combinada
É aquela que combina as análises comparativas setoriais e séries-temporais (Quadro 12). Uma visão combi​na​da torna possível avaliar a ten​dência do compor​ta​mento do índice da Hering em relação à tendência para o setor.
	Índices
	2011
	2012
	2013
	
	Hering
	Setor
	Hering
	Setor
	Hering
	Setor
	Endividamento geral
	35,80
	42,65
	33,70
	43,00
	30,30
	40,50
	Liquidez Corrente
	2,80
	2,25
	2,70
	2,70
	3,00
	2,60
	Margem Líquida
	22,00
	4,20
	20,9
	5,60
	19,00
	8,90
	Retorno do PL
	36,40
	11,45
	30,10
	12,50
	32,00
	13,80
Quadro 12 – Índices da Cia Hering e do setor têxtil, para 2011, 2012 e 2013.
De acordo com o Quadro 12, enquanto o setor têxtil apresentou tendência crescente na margem líquida para o período 2011-2013, a Hering caminhou no sentido inverso, com deterioração deste indicador.
3.2 Análises Vertical e Horizontal 
São voltadas ao estudo de tendências (Quadro 13). Ca​rac​teri​zam-se por análises detalhadas dos relatórios contábeis. 
	
	2011
	AV
	AH
	2012
	AV
	AH
	2013
	AV
	AH
	REC DE VENDA DE BENS E/OU SERVIÇOS
	1.351.304
	100,0
	100
	1.488.361
	100,0
	110,1
	1.676.221
	100,0
	124,0
	(-) Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos
	(697.381)
	(51,6)
	100
	(812.137)
	(54,6)
	116,5
	(921.234)
	(55,0)
	132,1
	(=) RES BRUTO
	653.923
	48,4
	100
	676.224
	45,4
	103,4
	754.987
	45,0
	115,5
	(+/-) Despesas/Receitas Operacionais
	(288.709)
	(21,4)
	100
	(302.906)
	(20,4)
	104,9
	(349.572)
	(20,9)
	121,1
	Despesas com Vendas
	(212.546)
	(15,7)
	100
	(243.040)
	(16,3)
	114,3
	(261.975)
	(15,6)
	123,3
	Despesas Gerais e Administrativas
	(52.508)
	(3,9)
	100
	(60.269)
	(4,0)
	114,8
	(68.844)
	(4,1)
	131,1
	Outras Rec Operacionais
	10.635
	0,8
	100
	17.204
	1,2
	161,8
	5.374
	0,3
	50,5
	Outras Despesas Operacionais
	(36.248)
	(2,7)
	100
	(19.721)
	(1,3)
	54,4
	(28.048)
	(1,7)
	77,4
	Res de Equivalência Patrimonial
	1.958
	0,1
	100
	2.920
	0,2
	149,1
	3.921
	0,2
	200,3
	(=) RES ANTES DO FINANCEIRO E TRIB S/LUCRO
	365.214
	27,0
	100
	373.318
	25,1
	102,2
	405.415
	24,2
	111,0
	(+/-) Resultado Financeiro
	29.155
	2,2
	100
	36.799
	2,5
	126,2
	27.933
	1,7
	95,8
	Receitas Financeiras
	63.742
	4,7
	100
	66.633
	4,5
	104,5
	59.820
	3,6
	93,8
	Despesas Financeiras
	(34.587)
	(2,6)
	100
	(29.834)
	(2,0)
	86,3
	(31.887)
	(1,9)
	92,2
	(=) RES ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
	394.369
	29,2
	100
	410.117
	27,6
	104,0
	433.348
	25,9
	109,9
	(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
	(97.095)
	(7,2)
	100
	(99.103)
	(6,7)
	102,1
	(115.176)
	(6,9)
	118,6
	(=) RES LÍQUIDO
	297.274
	22,0
	100
	311.014
	20,9
	104,6
	318.172
	19,0
	107,0
Quadro 13 – Demonstrativo de Resultado do Período (DRE), da Cia Hering, com análise vertical (AV) e horizontal (AH), para os períodos de 2011, 2012 e 2013
Por exemplo: a queda na margem líquida da empresa Hering, de 22,0, em 2011, para 19,0, em 2013, evidenciada nos índices, pode ser explicada pelas análises horizontal (AH) e vertical (AV) da Demonstração de Resultados, onde o “custo dos bense/ou serviços vendidos” (132,1%) e as “despesas gerais e administrativas” (131,1%) apresentam velocidade de crescimento superior as receitas de vendas (124%), reduzindo assim o lucro líquido da empresa.
3.3 Análise do Capital de Giro: 
Através do cálculo dos índices de prazos médios (recebimentos, paga​mento e estocagem) e da reestruturação do grupo circulante em financeiro e operacional, é possível construir modelo de Análise dos Investimentos e financiamentos do Capital de Giro.
 
Ciclo operacional = 137 diasPMRE = 74 diasPMRV = 63 diaspagavenderecebePMPC = 85 diasCiclo de caixa = 52 diascompra -produz -estoca e
 Figura 3 – Ciclo operacional, prazos médios e Ciclo de Caixa na Cia Big
PMRE = prazo médio de renovação de estoques
PMRV = prazo médio de recebimento de vendas
PMPC = prazo médio de pagamento das compras
Ciclo Operacional = Compreende o período entre a compra e o recebimento da venda 
	
	
	Ativo Circulante Operacional (ACO)
	Passivo Circulante Operacional (PCO)
	Duplicatas a receber
1.045.640
	Fornecedores
708.536
	Estoques
 751.206
	 Outros 
275.623
	 Total
 1.796.846
	 Total
984.159
	Necessidade de capital de Giro = ACO – PCO = 812.687
	
	
	Ativo Circulante Financeiro
	Passivo Circulante Financeiro
	Disponível
 34.665
	Empr bancários
66.165
	Aplicações financeiras
 128.969
	Dupl descontadas
290.633
	Total
 163.634l
	Total
356.798
Quadro 14 – Demonstrativo da Necessidade de Capital de Giro na Cia Big
3.4 Análise do ROI (Retorno do Investimento Operacional)
Permite ampla decomposição dos elementos que influem na determinação da taxa de rentabilidade de uma empresa e explica quais os principais fatores que levaram ao au​mento ou a queda de rentabilidade.
	GIRO
	X
	MARGEM
	=
	RETORNO DO INVESTIMENTO
	1
	X
	12%
	=
	12%
	2
	X
	6%
	=
	12%
	3
	X
	4%
	=
	12%
	4
	X
	3%
	=
	12%
Quadro 15 – Combinações entre giro e margem
Giro (V/A) é um índice de medição da eficiência de vendas em relação ao investimento total.
Margem representa a eficiência de despesas em relação às vendas, pois quanto menores as despesas maior será a margem de lucro.
3.5 Análise de Alavancagem Financeira 
A alavancagem financeira é definida por Assaf Neto (2015), como a capacidade do endividamento em elevar ou reduzir os resultados líquidos dos proprietários. De acordo com Matarazzo (2010), a alavancagem financeira é o efeito da estrutura de financiamento no lucro dos acionistas. Portanto, é comparado o custo das diferentes alternativas de capitais de terceiros com o custo do capital próprio.
 Figura 4 – Estrutura de capitais e alavancagem financeira
3.6 Análise Prospectiva 
A análise de balanços tradicional detém-se exclusivamente no passado da empresa, por serem os dados do passado os únicos contidos nas demonstrações financeiras. O pensamento dominante é de que, analisando-se o passado, se poderá inferir como será o futuro, supondo-se que o comportamento da empresa no futuro seja igual àquele do passado. (MATARAZZO, 2010) No entanto, a análise prospectiva torna-se mais confiável, ao se considerar também as tendências macroeconômicas e de mercado.
ATIVIDADE 2 - Para cada uma das questões abaixo, analise cada uma das afirmativas, colocando a letra F, para falso, ou a letra V, para verdadeiro. A seguir, a letra correta (a, b, c, d, e).
1
I – Os índices dão uma visão detalhada do desempenho de uma empresa. 
II – Aspectos econômicos estão relacionados a capacidade da empresa pagar os compromissos em dia. 
III – Aspectos financeiros estão relacionados a lucratividade e a rentabilidade do capital próprio obtidos na empresa. 
IV – A análise vertical/horizontal caracteriza-se por análises detalhadas dos relatórios contábeis. 
V – Para apuração do indicador setorial é utilizada a medida estatística “média”. 
a)  Todas as afirmativas são falsas.
b) Apenas as afirmativas I, II, III e IV são falsas.
c)  Apenas as afirmativas II, III, IV e V são falsas. 
d)  Apenas as afirmativas I, II, III e V são falsas.
e)  Apenas as afirmativas IV e V são verdadeiras.
2
I – O ciclo operacional compreende o período entre a compra de matéria prima (no caso de uma indústria) e o recebimento da venda. 
II – Quanto maior for o prazo médio de recebimento das vendas, maior será o investimento necessário em duplicatas a receber. 
III – Quanto maior o prazo médio de pagamento das compras, menor a necessidade de capital de giro. 
IV – Quanto maior o ciclo de caixa (ou financeiro), menor a necessidade de capital de giro. 
V – O ciclo de caixa é o período em que a empresa precisa bancar a atividade operacional, ou com recursos próprios, ou com dívidas bancários de curto e longo prazo. 
a)  Todas as afirmativas são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas IV e V são falsas.
c)  Apenas as afirmativas III e IV são falsas. 
d)  Apenas as afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras.
e)  Apenas as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
3
I – Quanto maior o prazo médio de renovação de estoques, menor o ciclo de caixa. 
II – Quanto maior o prazo obtido junto aos fornecedores de matéria prima, maior o ciclo de caixa. 
III – recursos ociosos (caixa, estoques, imobilizados) contribuem para redução no giro do investimento. 
IV – O ROI é apurado pela combinação entre giro e margem. 
V – O descontrole nas despesas e custos de uma empresa provoca achatamento da margem de lucro e, naturalmente, redução do ROI. 
a)  Apenas as afirmativas I, II e III são falsas.
b) Apenas as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras.
c)  Apenas as afirmativas I, II e IV são falsas. 
d)  Apenas as afirmativas I, II e V são falsas.
e)  Apenas as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
4 
I – Para um mesmo nível de vendas, quanto maior o investimento necessário, menores o giro do investimento e o ROI. 
II – A alavancagem financeira é definida como a capacidade do endividamento em elevar ou reduzir os ganhos dos proprietários. 
III – Se o custo do passivo oneroso for superior ao ROI, teremos então uma alavancagem que amplia os ganhos dos proprietários. 
IV – Se o custo do passivo oneroso for inferior ao ROI, teremos então uma alavancagem que reduz os ganhos dos proprietários. 
V – A análise prospectiva não leva em consideração as tendências macroeconômicas e de mercado. 
VI – Quanto maior a participação da dívida onerosa na estrutura de capitais da empresa, menor a capacidade em elevar ou reduzir os ganhos dos proprietários. 
a)  Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas II, III, IV, V e VI são falsas.
c)  Apenas as afirmativas I, III, IV, V e VI são falsas. 
d)  Apenas as afirmativas II e VI são verdadeiras.
e)  Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
4 PANORAMA HISTÓRICO DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS
É praticamente coincidente o momento de surgimento da análise de balanços e da própria contabilidade. 
Se nos reportarmos para o início provável da contabilidade (+ 4000 a.C.), em sua forma primitiva, encontraremos os primeiros inventários de rebanhos (o homem que voltava sua atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a preocupação da variação de sua riqueza (variação do rebanho). (MARION, 2006, p. 21)
Porém, de forma mais sólida e adulta, a Análise de Balanços surgiu e desenvolveu-se dentro do sistema bancário. (MARION, 2006)
Seu início remonta ao final do século XIX, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às empresas tomadoras de empréstimos.
E por se exigir, de início, apenas o Balanço para a Análise é que se introduz a expressão Análise de Balanços, que perdura até nossos dias. Com o tempo, começaram a exigir outras demonstrações para análise e para concessão de crédito, como a Demonstração do Resultado do Exercício; todavia, a expressão Análise de Balanços já é tradicionalmente utilizada. Como forte argumento para a consolidação da denominação Análise de Balanços, salientamos que a Demonstração do Resultado do Exercício foi conhecida,em certo período, como Balanço Econômico (Balanço de Resultado). A denominação Fluxo de Caixa já foi conhecida como Balanço Financeiro; então, tudo era Balanço. (MARION, 2006, p. 21)
De maneira geral, à medida que foi ampliada a necessidade de informações por parte de agentes que se relacionam com as empresas, acelerou-se o desenvolvimento da análise de balanços. Como exemplos, Marion (2006) cita:
· o surgimento dos bancos governamentais bastante interessados na situação econômico-financeira das empresas tomadoras de financiamentos;
· a abertura do capital por parte das empresas, possibilitando a participação de pequenos ou grandes investidores como acionistas, levando-os à escolha de empresas mais bem-sucedidas;
· as operações a prazo de compra e venda de mercadorias entre empresas, os próprios gerentes (embora com enfoques diferentes em relação aos outros interessados), na avaliação da eficiência administrativa e na preocupação com o desempenho de seus concorrentes, os funcionários, na expectativa de identificarem melhor a situação econômico-financeira, vêm consolidar a necessidade imperiosa da Análise das Demonstrações Contábeis.
ATIVIDADE 3 – PANORAMA HISTÓRICO
1 Em sua forma primitiva, como se deu o surgimento da Análise de Balanços?
	
	
2 De forma mais sólida e adulta, onde se deu o surgimento da Análise de Balanços?
	
	
3 Explique como se deu o surgimento da expressão “Análise de Balanços”.
	
	
	
4 Como se dá o aceleramento do desenvolvimento da Análise de Balanços?
	
	
5  PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CON​TÁBEIS
O contador, para escrituração contábil e elaboração das demonstrações contábeis, leva em consideração todo um aparato legal (legislação comercial; legislação tributária; pronunciamentos da Comissão de Valores Mobiliários, para empresas de capital aberto; princípios contábeis geralmente aceitos …). Assim, as instituições que emitem normas e orientações de natureza contábil buscam a padronização dos relatórios publicados pelas empresas, facilitando:
a) a comparabilidade de desempenho de uma empresa em relação a outras empresas do mesmo ramo de atividade, da mesma região geográfica, do mesmo porte; e
b) a comparabilidade de desempenho de uma mesma empresa ao longo de diversos períodos.
Silva (1998, p. 180) comenta:
Alguém pode achar difícil entender o motivo da padronização das demonstrações financeiras para fins de análise uma vez que existem tantas normas e tantas organizações que definem critérios, que dificilmente restaria algo a acrescentar, isto é, as demonstrações financeiras já estariam perfeitas. É evidente que essa suposição está errada. Cada análise é desenvolvida com um propósito específico (…)
Entre os propósitos, Silva cita: crédito, investimento, fusões, incorporações e análise de concorrência, entre outros usos.
O primeiro passo na padronização é averiguar se estamos de posse de todas as demonstrações contábeis (inclusive notas explicativas). Também seria desejável ter em mão as demonstrações contábeis de três períodos. (MARION, 2006, p. 21)
Em seguida, deve-se averiguar a credibilidade das demonstrações contábeis. O parecer da auditoria das Demonstrações Contábeis dá uma satisfatória margem de confiabilidade para o analista.
Por exemplo, as empresas de capital aberto, obrigadas a publicar trimestralmente seus relatórios, com parecer de auditor independente, e com fiscalização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), naturalmente facilitam o trabalho do analista de balanços, tanto em termos de credibilidade como acesso a dados. Na outra extremidade, encontram-se empresas não obrigadas a publicar seus relatórios e que os elaboram apenas para atendimento de exigências fiscais. Ou ainda, que trabalham à base do Lucro Presumido, sem fazer Contabilidade (nesses casos, as demonstrações contábeis são montadas especialmente para a análise).
A seguir, procedimentos objetivando a padronização das demonstrações contábeis:
5.1 Simplificação
Um balanço apresentado segundo a Lei das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas. Isso dificulta a visualização do balanço como um todo. Quando se colocam lado a lado três balanços com 60 valores cada um e se calculam os percentuais de variação de um ano para outro, bem como a composição percentual de cada balanço (que é chamada análise vertical e horizontal), chega-se a 540 números, o que complica enormemente o trabalho de um analista. 
5.2 REESTRUTURAÇÂO DE RELATÓRIOS
a) Balanço Patrimonial (BP)
É possível criar subdivisões dentro do grupo circulante:
· ATIVO CIRCULANTE: é decomposto em:
· Ativo Circulante Operacional (ACO): É o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra/produção/estocagem/venda.
· Ativo Circulante Financeiro (ACF): Itens de natureza financeira.
· PASSIVO CIRCULANTE: é decomposto em:
· Passivo Circulante Operacional (PCO): São os recursos representados por fornecedores, salários a pagar, impostos a pagar, encargos sociais, aluguéis, água, luz, serviços a pagar etc, os quais surgem em decorrência das operações da empresa. Por se renovarem constantemente, esses financiamentos adquirem caráter de permanente. Normalmente, não exigem esforços de negociações; a cada pagamento a sua renovação é praticamente certa.
· Passivo Circulante Financeiro (PCF): São financiamentos residuais (ou pelo menos deveriam ser), isto é, financiamentos tomados para complementar a necessidade de cobertura dos investimentos no Ativo Circulante, sempre que as demais fontes não forem suficientes. 
5.3  Precisão nas classificações de contas 
É frequente encontrarem-se balanços e demonstrações de resultados com falhas nas classificações de contas, como, por exemplo, certos investimentos de caráter permanente que aparecem no Ativo Circulante, despesas do próprio exercício que figuram como Despesas do Exercício Seguinte, empréstimos de curto prazo que aparecem no Passivo Não Circulante; tudo isso visa embelezar os balanços. Uma padronização rigorosa deve corrigir isso.
Se o analista conhecer os principais itens de manipulação dos balanços, desconfiará das rubricas citadas e solicitará esclarecimentos a empresa analisada. Na dúvida, deverá reclassificá-las.
5.4  Descoberta de erros: 
Há casos de erros, intencionais ou não, ve​rifi​ca​dos nas demonstrações contábeis. Exem​plo:
a) Estoques finais ou iniciais da Demonstração do Resultado do Período não co​inci​dem com os estoques dos balanços;
b) Provisão para Créditos de liquidação duvidosa do balanço não coincide com a que foi consti​tuída na Demonstração do Resultado do Período.
c) Impossível conciliar o Patrimônio Líquido Final com os resultados do período mais o Patrimônio Líquido Inicial
Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade das demonstrações contábeis e suspender a análise até que se esclareçam as dúvidas.
5.5 Intimidade do analista com as demonstrações contá​beis: 
A padronização obriga o analista a pensar em cada conta das de​monstrações contábeis e a decidir sobre sua consistência com outras contas, sobre a classificação que deve dar a ela, en​quanto a transcreve para o modelo predefinido de padronização. Ao terminar esse trabalho, o analista adquire grande familiaridade com os números da empresa e, em consequência, poderá enxergar detalhes que, de outra forma, não conseguiria.
5.6  Ajustar as demonstrações contábeis a uma mesma base mo​ne​tá​​​ria.
É necessário, para fins de comparabilidade, que todas as demonstrações contábeis pu​blica​das estejam ajustadas a uma mesma base monetária.
Atividade 4
1  Da relação a seguir, são contas que pertencem à Demonstração de Resultados do Exercício:
1 – Banco conta movimento $ 20.000,00
2 – Impostos a pagar $ 2.000,00
3 – Receitas de vendas $ 35.000,00
4 – Impostos sobre vendas $ 3.500,00
5 – Custos das mercadorias vendidas $ 25.000,00
6 – Estoques $ 12.000,00
7 – Capital social $ 5.000,00
8 – Despesas com vendas $ 1.000,00
c) (   ) 1, 2, 6 e 7.
d) (   ) 1, 3, 4 e 8.
e) (   ) 3, 4, 5 e 8.
f) (   ) 3, 4, 6 e 8.
g) (   ) 3, 5, 6 e 7.
2  Asdiversas contas a seguir pertencem a uma determinada empresa.
· Caixa $ 4.500,00
· Fornecedores até 360 dias $ 15.000,00
· Capital Social $ 7.000,00
· Veículos para uso da empresa $ 17.500,00
De acordo com a Lei 6.404/76, a classificação das contas no Balanço Patrimonial deve ser a seguinte:
h) (   ) (Ativo Circulante) $ 7.000,00; (Ativo Não Circulante) $ 17.500,00; (Passivo Circulante) $ 4.500,00; (Patrimônio Líquido) $ 15.000,00.
i) (   ) (Ativo Circulante) $ 17.500,00; (Ativo Não Circulante) $ 15.000,00; (Passivo Circulante) $ 7.000,00; (Patrimônio Líquido) $ 4.500,00.
j) (   ) (Ativo Circulante) $ 4.500,00; (Ativo Não Circulante) $ 17.500,00; (Passivo Circulante) $ 15.000,00; (Patrimônio Líquido) $ 7.000,00.
k) (   ) (Ativo Circulante) $ 7.000,00; (Ativo Não Circulante) $ 4.500,00; (Passivo Circulante) $ 15.000,00; (Patrimônio Líquido) $ 17.500,00.
l) (   ) (Ativo Circulante) $ 4.500,00; (Ativo Não Circulante) $ 15.500,00; (Passivo Não Circulante) $ 7.000,00; (Patrimônio Líquido) $ 17.500,00.
A Cia. Diamantina S/A, em 31 dez. 2013, apresentou, em reais, o seguinte Balanço Patrimonial:
	ATIVO
	
	PASSIVO
	
	Ativo Circulante
	115.200,00
	Passivo Circulante
	136.740,00
	Caixa
	4.000,00
	Fornecedores
	30.000,00
	Bancos c/movimento
	15.000,00
	Salários a pagar
	10.000,00
	Duplicatas a receber
	60.000,00
	Empréstimos a pagar
	25.000,00
	Estoques de mercadorias
	36.200,00
	Duplicatas a pagar
	10.000,00
	
	
	Duplicatas descontadas
	25.000,00
	Ativo Não Circulante
	210.400,00
	Provisão para IR
	25.030,00
	Particip. Perman outras empresas
	23.400,00
	Dividendos a pagar
	11.710,00
	Móveis e Utensílios
	70.000,00
	Passivo Não Circulante
	30.000,00
	Veículos
	20.000,00
	Financiamento bancário
	30.000,00
	Instalações
	150.000,00
	Patrimônio Líquido
	158.860,00
	(-) Depreciação acumulada
	(53.000,00)
	Capital
	100.000,00
	
	
	Reserva Legal
	2.785,00
	
	
	Reserva Estatutária
	56.075,00
	TOTAL DO ATIVO
	325.600,00
	TOTAL DO PASSIVO
	325.600,00
3  O total de capital de terceiros, em reais, é de:
a) (    ) 86.360,00 b) (    ) 136.740,00 c) (    ) 141.740,00 d) (    ) 166.360,00 
e) (    ) 166.740,00
4  O total de recursos próprios, em reais, é de:
a) (    ) 90.200,00     b) (    ) 158.860,00     c) (    ) 88.000,00     d) (    ) 91.000,00    
e) (    ) 93.000,00
5  O capital circulante (ou de giro) é de:
a) (    ) 90.200,00     b) (    ) 158.860,00     c) (    ) 88.000,00     d) (    )115.200,00   
e) (    ) 93.000,00
6 O capital circulante líquido é de:
a) (    ) (21.540,00)   b) (    ) 158.860,00    c) (    ) 88.000,00     d) (    )115.200,00   
e) (    ) 93.000,00
7 As dívidas de curto prazo totalizam:
a) (    ) 30.000,00   b) (    ) 106.740,00    c) (    ) 158.860,00    d) (    )136.740,00   e) (    ) 115.200,00 
8 Uma empresa tem patrimônio líquido de R$ 230.000,00; passivo não circulante, com saldo igual a zero; obrigações para com terceiros de curto prazo, montando a R$ 120.000,00 e Capital Circulante Líquido positivo de R$ 20.000,00.
Considerando-se exclusivamente essas informações, o montante do Ativo Não Circulante, em reais, é de:
a) (   ) 450.000,00   b) (   ) 430.000,00   c) (   ) 240.000,00   d) (   ) 230.000,00   
e) (   ) 210.000,00
9 O objetivo fundamental da contabilidade é o de permitir a cada grupo principal de usuários a avaliação da situação de uma entidade e de suas tendências. De acordo com as necessidades específicas de cada um desses grupos, assinale a opção incorreta.
m) (   ) Os administradores são os principais usuários externos, pois, mesmo não pertencendo ao Quadro societário, são responsáveis pelos negócios da entidade.
n) (   ) O governo tem interesse específico nos dados coletados pelo IBGE, pois servem de base para a identificação de empresas com supostas irregularidades tributárias.
o) (   )  Os fornecedores estão especialmente interessados em analisar a capacidade de pagamento da empresa.
p) (   ) A CVM, como fiscalizadora do mercado de capitais, está interessada na transparência e na fidedignidade das informações colocadas à disposição dos investidores efetivos e potenciais.
10 Os valores históricos das receitas de vendas extraídas do Demonstrativo do Resultado do Período das Lojas Americanas, são:
· 31/12/2011: R$ 9.978.406
· 31/12/2012: R$ 11.334.061
· 31/12/2013: R$ 13.401.172
Pede-se: Colocar as receitas acima em uma base monetária única. Procedimento: Utilizar os valores do IGPM (Índice geral de preços e mercado) discriminados abaixo e atualizar referidas receitas, para a base monetária mais recente (31/12/2013).
· 31/12/2011: 473,2520
· 31/12/2012: 510,2520
· 31/12/2013: 538,3700
	2011
	2012
	2013
	Valor histórico
	Valor atualizado
	Valor histórico
	Valor atualizado
	Valor histórico
	Valor atualizado
	9.978.406
	
	11.334.061
	
	13.401.172
	
Após atualização, tendo como parâmetro o período mais antigo (31/12/2011), aplicar as técnicas de análise horizontal (AH) sobre as receitas brutas obtidas pelas Lojas Americanas e interpretar os resultados.
	2011
	AH
	2012
	AH
	2013
	AH
	
	
	
	
	
	
Interpretação dos resultados: 
	
	
	
11 Utilizando a técnica de análise vertical (AV), preencha os campos em branco e, posteriormente, interprete os valores encontrados para custo dos bens e/ou serviços vendidos, resultado bruto e lucro líquido do período.
	
	2013
	AV
	RECEITA DE VENDA DE BENS E/OU SERVIÇOS
	13.401.172 
	100,0
	(-) Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos
	(9.326.423)
	(69,6)
	(=) RESULTADO BRUTO
	4.074.749 
	
	(+/-) Despesas/Receitas Operacionais
	(2.623.834)
	(19,6)
	(-) Despesas com Vendas
	(2.068.080)
	
	(-) Despesas Gerais e Administrativas
	(434.095)
	(3,2)
	(-)Outras Despesas Operacionais
	(121.659)
	(0,9)
	(=) RESULTADO ANTES RECEITAS/DESPESAS FINANCEIRAS
	1.450.915 
	
	(+) Receitas Financeiras
	380.339 
	2,8
	(-) Despesas Financeiras
	(1.261.502)
	(9,4)
	(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
	569.752 
	
	(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
	(169.011)
	(1,3)
	(=) RESULTADO LÍQUIDO 
	400.741 
	
Interpretação dos resultados:
	
	
	
12 Para cada uma das variáveis abaixo, assinale a opção (ou opções) que mais se aproxima (aproximam). 
a) Informação
(    ) O índice de endividamento é de 68,75%; isto significa que para cada R$ 100 de recursos totais existem R$ 68,75 de terceiros. Esse índice mostra um crescimento de 10% em relação ao ano anterior que, por sua vez, já crescera 18%.
(    ) O grau de endividamento da empresa encontra-se em nível razoável em relação ao ramo de atividade; entretanto, vem crescendo de maneira indesejável, pois há dois anos podia ser considerado bom.
b) Relatório de Análise de Balanço
(    ) linguajar simples e acessível a qualquer mediano dirigente de empresa, gerente de banco ou gerente de crédito, normalmente acompanhado de gráficos e ilustrações.
(    ) Carregado por termos técnicos.
c) Balanço Patrimonial
(    ) natureza estática.
(    ) natureza dinâmica.
d) Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)
(    ) evidencia resultados econômicos e é de natureza dinâmica.
(    ) evidencia resultados financeiros e é de natureza dinâmica.
e) Demonstrativo de Fluxo de caixa
(    ) evidencia resultados financeiros e é de natureza dinâmica.
(    ) evidencia resultados econômicos e é de natureza dinâmica.
f) Aspecto financeiro
(    ) Está relacionado a capacidade da empresa em honrar compromissos.
(    ) No Balanço Patrimonial, refere-se a riqueza líquida (PL); e na DRE, ao lucro ou prejuízo apurado pela empresa.
(    ) Endividamento
(    ) Liquidez
(    ) lucratividade
(    ) rentabilidade
g) Aspecto econômico
(    ) No Balanço Patrimonial, refere-se a riqueza líquida (PL); e na DRE, ao lucro ou prejuízo apurado pela empresa.
(    ) Está relacionado a capacidade da empresa em honrar compromissos.
(    ) Endividamento
(    ) Liquidez
(    ) lucratividade
(    ) rentabilidade
h) Relatórios contábeis
(    ) linguajar simples e acessível a qualquer mediano dirigente de empresa, gerente de banco ou gerentede crédito, normalmente acompanhado de gráficos e ilustrações.
(    ) Carregado por termos técnicos.
6 Diagnóstico Econômico/financeiro – CIA BIG
 - Ano 1
A seguir, é apresentado o balanço patrimonial da Cia Big (empresa do ramo de produtos elétricos e eletrônicos), referente os anos 1, 2 e 3, com os indicadores de análise vertical e horizontal para os grupos do Ativo e do Passivo.
 
Ano 1AVAHAno 2AVAHAno 3AVAH
ATIVO2.726.178100,01003.984.050100,0146,15.653.335100,0207,4
Ativo Circulante1.960.48071,91002.269.17157,0115,72.933.57551,9149,6
AC Financeiro163.6346,0100107.2242,765,587.0001,553,2
Disponível34.6651,310026.3090,775,925.0000,472,1
Aplic fin128.9694,710080.9152,062,762.0001,148,1
Ativo Cíclico1.796.84665,91002.161.94754,3120,32.846.57550,4158,4
Clientes1.045.64038,41001.122.51228,2107,41.529.06127,0146,2
Estoques751.20627,61001.039.43526,1138,41.317.51423,3175,4
Ativo Não Circ765.69828,11001.714.87943,0224,02.719.76048,1355,2
Investimentos72.2502,7100156.4753,9216,6228.0754,0315,7
Imobilizado693.44825,41001.558.40439,1224,72.491.68544,1359,3
Quadro 16– Análise vertical/horizontal do ativo da Cia Big nos anos 1, 2 e 3
Ano 1AVAHAno 2AVAHAno 3AVAH
PASSIVO2.726.178100,01003.984.050100,0146,15.653.335100,0207,4
Passivo Circulante1.340.95749,21001.406.07735,3104,91.957.27734,6146,0
PC Financeiro356.79813,1100477.31412,0133,8834.74314,8234,0
Emprést banc66.1652,410083.4292,1126,1158.0442,8238,9
Duplic desc290.63310,7100393.8859,9135,5676.69912,0232,8
Passivo Cíclico984.15936,1100928.76323,394,41.122.53419,9114,1
Fornecedores708.53626,0100639.06516,090,2688.79112,297,2
Outras obrig275.62310,1100289.6987,3105,1433.7437,7157,4
Passivo Não Circ314.36011,51001.170.78829,4372,42.028.23135,9645,2
Empréstimos314.36011,5100792.71619,9252,21.494.24026,4475,3
Financiam00,0100378.0729,5533.9919,4
Patrim Líquido1.070.86139,31001.407.18535,3131,41.667.82729,5155,7
Capital e Reservas1.070.86139,31001.407.18535,3131,41.667.82729,5155,7
Quadro 17 - Análise vertical/horizontal do passivo da Cia Big, nos anos 1, 2 e 3
Abaixo, utilizando os dados constantes dos Quadros 16(ativo) e 17(passivo), são calculados e interpretados os índices financeiros da Cia Big, para o ano 1. 
6.1 Diagnóstico financeiro
6.1.1 Endividamento 
É obtido pela relação entre o capital de terceiros (curto e longo prazos) e o capital total, isto é:
100
 x 
 totais
Recursos
)
Circulante
 
Não
 
Passivo
 
 
Circulante
 
(Passivo
 
 
nto
Endividame
+
=
 
60,72%
 
 
100
 x 
2.726.178
314.360)
 
 
(1.340.957
nto
Endividame
=
+
=
	Cia Big
	Setor
	AtivoCirculanteRecursos de terceiros60,72%
Inv+IntImob
Recursos próprios
	Recursos de terceiros59,30%Recursos próprios
Figura 5 – Índice de endividamento da Cia Big e do setor, no ano 1
O Passivo é onde se originam as fontes de recursos que financiam a empresa, sendo estas representadas por recursos de terceiros
 e recursos próprios
; e o Ativo é onde estes re​cursos são aplica​dos (Fig. 5). 
Os recursos próprios pro​vêm nor​mal​men​te de inte​gra​lização dos sócios (ou acio​nis​tas
) e dos lucros rein​ves​tidos na em​presa. Estes fornecedores de re​cu​r​sos (sócios e/ou acionistas) são con​siderados in​ves​tidores de risco, pois compar​ti​lham com a empresa os momentos de lucro (via distribuição de dividendos) e os momentos de prejuízo (via des​va​​lo​rização do capital inves​tido). Por​tan​to, os sócios e/ou acionistas não exigem da empre​sa investida a devolução do recurso pró​prio aplicado. 
Para financiar suas ati​vid​a​des, a empresa utiliza tam​bém de recursos de ter​cei​​ros (for​necedores de mer​​cadorias, dívidas ban​cá​​rias, títulos de dívida emi​ti​dos, entre outros), que im​pli​ca devolução futura e, na maio​ria das vezes, com juros. Assim, quanto maior a utilização de recursos de terceiros, maior é a pressão sobre a empresa para gerar caixa e maior o risco
 de não conseguir honrar os compromissos em dia.
De acordo com a Figura 5, a Cia Big, no ano 1, para financiar as atividades, utilizou R$ 60,72 de recursos de terceiros para cada R$ 100 de recursos totais. Estava, portanto, pior que o padrão setorial, que era de R$ 59,3 de recursos de terceiros para cada R$ 100 de recursos totais.
6.1.2 Concentração da dívida (Conc dívida)
É obtido pela seguinte fórmula:
100
 x 
Terceiros
 
de
 
Recursos
Circulante
 
Passivo
 
 
dívida
 
Conc
=
81,01%
 
 
100
 x 
314.360)
 
 
(1.340.957
1.340.957
 
 
dívida
 
Conc
=
+
=
Este índice indica o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.
	Cia Big
	Setor
	AtivoCirculanteDívidas de curto prazo81,01%
Inv+IntImob
Recursos própriosDívidas de longo prazo18,99%
	Dívidas de curto prazo86%
Recursos próprios
Dívidas longo pzo14%
Figura 6 - Composição do endividamento da Cia Big e do setor, no ano 1.
Como visto anteriormente, no ano 1 a Cia Big apresentava um nível de endividamento pior que o padrão setorial; de acordo com a Figura 6, havia uma significativa concentração de dívidas no curto prazo, equivalente a 81,01%, o que implica pressão em termos de geração de caixa. No entanto, o indicador da Cia Big, de 81,01, foi melhor que o padrão setorial, em 86%. 
6.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido (Imob PL) 
É obtido pela seguinte fórmula:
100
 x 
PL
o)
Imobilizad
Intangível
nto
(Investime
 
 
PL
 
Imob
+
+
=
71,5%
 
 
100
 x 
1.070.861
)
448
93
6
0
(72.250
 
 
PL
 
Imob
=
+
+
=
.
	Cia Big
	Setor
	AtivoCirculanteRecursos de terceiros
Inv+IntImob
Recursos próprios71,5%
	Recursos de terceiros
Inv+IntImob
Recursos próprios67%
Figura 7 – Imobilização do Patrimônio Líquido da Cia Big e do setor, no ano 1.
De acordo com a Figura 7, este índice mostra que no ano 1 a Cia Big imobilizou 71,5%
 dos recursos pró​prios. Sen​do assim, direcionou 28,5% (100% - 71,5%) de recursos próprios para financiamento do giro. Tal parcela constitui o Capital Circulante Próprio (CCP) e faz com que a Cia Big não dependa totalmente de terceiros para financiamento do giro. No entanto, tal índice apresentou-se pior que o padrão setorial (de 67%). 
6.1.4 Imobilização de Recursos Não Correntes (Imob RNC)
É obtido pela seguinte fórmula:
100
 x 
PNC)
 
 
(PL
o)
Imobilizad
 
 
Intangível
 
 
nto
(Investime
 
 
RNC
 
Imob
+
+
+
=
55,28%
 
100
 x 
314.360)
 
 
(1.070.861
693.448)
 
 
0
 
 
2.250
7
(
 
 
RNC
 
Imob
=
+
+
+
=
	Cia Big
	Setor
	AtivoCirculantePassivoCirculante
Inv+IntImobRNC55,28%
	PassivoCirculante
Inv+IntImobRNC47%
Figura 8 – Imobilização de recursos não correntes da Cia Big e do setor, no ano 1.
Os elementos de natureza permanente (inv+int+imob) têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim, não é necessário financiar as imobilizações somente com recursos próprios, sendo possível dispor também de recursos de terceiros de longo prazo. No entanto, o prazo de resgate das dívidas deve ser compatível com a duração das imobilizações, ou seja, a capacidade de gerar recursos. (MATARAZZO, 2010)
De maneira geral, o índice de imobilização de recursos não correntes não deve ser superior a 100%. Deve sempre haver um pequeno excesso de recursos não correntes (recursos de terceiros de longo prazo + PL), em relação às imobilizações, destinado ao Ativo Circulante.
A parcela de recursos não correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada Capital Circulante Líquido (CCL). O CCL pode ser formado tanto por recursos de terceiros de longo prazo como recursos próprios, ou por ambos, constituindo-se assim em uma margem de segurança (ou folga financeira) para que a empresa consiga pagar seus compromissos em dia.
No ano 1, a Cia Big imobilizou 55% dos recursos não correntes, um pouco acima do padrão setorial (47%). Sendo assim, de acordo com a Figura 8, a empresa direcionou 45% (100%-55%) dos recursos não correntes para o ativo circulante, constituindo, portanto, o CCL.
A seguir, será visto se o CCL constituídono ano 1, na Cia Big, foi suficiente para propiciar adequada capacidade de liquidez. 
6.1.5 Liquidez Geral (LG)
É obtido pela seguinte fórmula:
Circulante
 
Não
 
Passivo
 
 
Circulante
 
Passivo
Prazo
 
Longo
 
a
 
Realizável
 
Ativo
 
 
Circulante
 
Ativo
LG
+
+
=
360
314
957
340
1
0
480
960
1
LG
.
.
.
.
.
+
+
=
=1,18
	Cia Big
	Setor
	AC + ARLP1,18PC + PNC
Inv+IntImob765.698RecursosPróprios1.070.861
	AC + ARLP1,23PC + PNC
Figura 9 – Liquidez Geral da Cia Big e do setor, no ano 1.
O índice de imobilização do PL em análise anterior mostrou o percentual de recursos próprios imobilizado. Agora, é preciso descobrir se a parcela de recursos próprios direcionada para ativos de maior liquidez, conforme evidenciado na Figura 7, foi suficiente para proporcionar boa base financeira para empresa. 
De acordo com Assaf Neto (2015), a liquidez geral é utilizada como uma medida de segurança financeira da empresa no longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos os seus compromissos.
De acordo com a Figura 9, no ano 1, para cada R$ 1 de dívida, a Cia Big tinha R$ 1,18 de investimentos realizáveis a curto prazo (um pouco abaixo do padrão setorial, que foi R$ 1,23), ou seja, conseguia pagar todas as suas dívidas e ainda dispor de uma folga (R$ 0,18 para cada R$ 1 de dívida).
6.1.6 Liquidez Corrente (LC)
É obtido pela seguinte fórmula:
Circulante
 
Passivo
Circulante
 
Ativo
LC
=
46
1
1.340.957
1.960.480
LC
,
=
=
	Cia Big
	Setor
	AtivoCirculante1,46PassivoCirculante
PNC 314.360
Inv+IntImob765.698RecursosPróprios1.070.861
	AtivoCirculante1,54PassivoCirculante
Figura 10 – Liquidez Corrente da Cia Big e do setor, no ano 1.
Antes de proceder a interpretação do índice de liquidez corrente (ILC), é impor​tan​te apro​fun​dar​ os conhecimentos sobre o ativo circulante e o pas​si​vo circu​lante. O passivo circulante é composto basicamente de compromissos exigíveis à curto prazo, que necessitam ser pagos à medida que vencem (fornecedores, salários e or​denados, em​préstimos bancários, encargos sociais, impostos, água, luz, telefone, seguros …) . E o caixa para honrar estas dívi​das é gerado no “ativo circulante” da empresa, a partir dos produtos mantidos em estoque e das duplicatas a receber. De maneira geral, apenas parte dos estoques e das duplicatas a receber se convertem em caixa a tempo de pagar as dívidas. Dessa maneira, para honrar os compromissos em dia, as empresas mantêm normalmente estoques de produtos e saldos de duplicatas a receber superiores ao montante das dívidas. 
Pelo exposto acima, per​cebe-se a importância da maioria das empresas possuírem Ativo Cir​culante superior ao Passivo Circulante
. O tamanho do Ativo Circulante decorre: (a) do caixa mínimo necessário (para fazer frente à falta de sincronização entre as entradas e as saídas de caixa); (b) da necessidade de possuir estoques (em termos de quantidade e variedade); e, (c) de conceder prazo a clientes (para realizar as vendas). 
De acordo com a Figura 10, no ano 1, a capacidade da Cia Big em pagar compromissos no curto prazo, expressa pelos índices de liquidez não era confortável. O índice de liquidez corrente apurado, de 1,46, era inferior ao padrão setorial (1,54). 
Conforme evidenciado na Figura 8, a margem de segurança na forma de capital circulante líquido
 (CCL) mantida pela Cia Big (de R$ 0,46 para cada R$ 1 de dívida de curto prazo), era financiada simultaneamente por recursos de terceiros de longo prazo (Passivo Não Circulante) e recursos próprios; assim, a mesma contava com capital circulante próprio
 (ou capital de giro próprio), não dependendo apenas de terceiros para financiamento de seu giro.
6.1.7 Liquidez Seca (LS)
É obtido pela seguinte fórmula:
Circulante
 
Passivo
s
Antecipada
 
Despesas
 
-
 
Estoques
 
-
 
Circulante
 
Ativo
LS
=
	Cia Big
	Setor
	AC monetário0,90PassivoCirculante
PNC 314.360
Inv+IntImob765.698RecursosPróprios1.070.861
	AC monetário0,98PassivoCirculante
Figura 11 – Liquidez Seca da Cia Big e do setor, no ano 1.
Este indicador demonstra a porcentagem das dívidas de curto prazo em condições de serem pagas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante. Essencialmente, a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber. (ASSAF NETO, 2015)
De acordo com Matarazzo (2010), o ativo circulante da empresa contempla investimentos de riscos diferentes. Para o disponível, existe o risco de desfalque de dinheiro em caixa ou de desvio de conta corrente bancária. É risco que depende só da em​presa. No caso das duplicatas a receber, o risco está na possibilidade de o cliente não pagar. É, portanto, um risco maior por depender da capacidade de paga​mento de terceiros. Já para os estoques, há o risco de roubo, obsoletismo, deterioração e de não serem vendidos e, por​tanto, de não serem convertidos em dinheiro, não servindo para pagamento de dívidas. É um risco que de​pende da empresa, do mercado e da conjuntura eco​nômica.
Enquanto se verificam esses riscos no ativo circulante, o passivo circulante é líquido e certo: deve ser pago no dia e na quantia aprazada. Daí a ideia de excluir do ativo circulante os itens de maior risco, ou seja, os estoques. 
Em situações conjunturais desfavorá​veis, com queda brusca nas vendas (diminui a entrada de caixa), torna-se importante manter o índice de liquidez seca elevado. Por exem​plo, no ano 1 o índice de liquidez seca observado na Cia Big era de 0,90 (Fig. 9), inferior ao padrão setorial que era de 0,98. Mesmo assim, a Cia Big conseguia honrar a quase totalidade de seus com​promissos de curto prazo, sem depender das vendas para geração de caixa.
6.1.8 Análise dinâmica do capital de giro
O capital de giro constitui-se no fundamento básico da avaliação do equilíbrio financeiro de uma empresa. Uma necessidade de investimento em giro mal dimensionada é certamente uma fonte de comprometimento da solvência da empresa. (ASSAF NETO, 2015)
A Cia Big apresentou, no ano 1, conforme Figura 8, um CCL positivo de R$ 619.523. Ou seja, dos R$ 1.385.221 de recursos de natureza permanente (R$ 1.070.861 + R$ 314.360), a Cia Big imobilizou R$ 765.398 e direcionou R$ 619.523 para seu giro.
O objetivo agora é verificar se o CCL de R$ 619.523 foi suficiente para financiar as necessidades de capital de giro da Cia Big. É importante reconhecer que tanto o ativo como o passivo circulante possuem elementos cíclicos, determinados pelo ciclo operacional. 
No caso do ativo circulante, a empresa: (a) mantém um estoque mínimo para fazer frente à demanda esperada de seus produtos; (b) utiliza um prazo médio de cobrança o que implica um investimento fixo em valores a receber; e (c) mantém um caixa mínimo para fazer frente aos desembolsos que ocorrem previamente à entrada de recursos. Desta maneira, há um investimento permanente no próprio ativo circulante.
No passivo circulante, existem créditos com renovação periódica, conferindo também um caráter permanente a seus valores. Como exemplos: (a) as contas de fornecedores, cujos prazos para pagamento das compras realizadas, tornam o crédito repetitivo (cíclico); e (b) outras obrigações inerentes à atividade operacional da empresa que também assumem um caráter cíclico, tais como salários, encargos sociais, tarifas e taxas, impostos sobre vendas etc.
Portanto, conforme Quadro 18 e fórmula a seguir, a diferença entre investimentos cíclicos (natureza permanente), e obrigações cíclicas (natureza permanente), propicia a apuração da necessidade de capital de giro (NCG) da Cia Big para o ano 1.
Cíclico
 
Passivo
 
-
 
cíclico
 
Ativo
 
 
Giro
 
de
 
Capital
 
de
 
e
Necessidad
=
812.687
 
984.159
 
-
 
1.796.86
 
 
Giro
 
de
 
Capital
 
de
 
e
Necessidad
=
=
A NCG é função dos prazos de rotação (estoques, duplicatas a receber e pagamento a fornecedores) e do volume

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