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Metodologia Cientiífica 3

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22/07/2020 Metodologia Científica
https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 1/26
METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO 3 - É NECESSÁRIO SUBMETER
TODA PESQUISA À TÉCNICAS E
NORMAS?
Ana Celeste da Cruz David
INICIAR
22/07/2020 Metodologia Científica
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Introdução
Quando pensamos no conhecimento científico, questionamentos de toda ordem
podem surgir. Já quando o tema é pesquisa, as dúvidas são recorrentes: será que toda
pesquisa produz conhecimento científico? O que torna uma pesquisa um trabalho de
natureza científica? Qual é o papel da divulgação científica para a contribuição do
conhecimento?
A história social do conhecimento revela que existem diferentes tipos de conhecimento:
implícito, explícito, puro, aplicado, concreto, abstrato, local, mítico e religioso. O
conhecimento científico, assim, é uma forma de conhecimento. Ele tem se
transformado em decorrência de condicionantes históricos e sociais. Dessa forma, o
que é considerado um conhecimento validado varia conforme lugar e época.
Essa história social do conhecimento acompanha diferentes movimentos e concepções
teóricas e filosóficas explicativas de como se processa o próprio conhecimento.
Podemos citar como exemplos o positivismo, a fenomenologia, o estruturalismo e a
dialética. Nesse contexto, é possível articular aos estudos do conhecimento a história da
ciência e do conhecimento científico.
Em cada uma das correntes filosóficas contemporâneas é possível encontrar seu
correspondente argumento explicativo e orientador dos pressupostos científicos a
respeito dos fenômenos da natureza, principalmente no que diz respeito aos
fenômenos sociais e à validade de suas aplicações e generalizações. Estas, por sua vez,
será que dizem respeito apenas aos pressupostos epistemológicos?
Os diferentes movimentos e concepções teóricas e filosóficas explicativas de como se
processa o conhecimento também orientam pressupostos metodológicos diferenciados
na pesquisa científica, que, a seu modo, orientam procedimentos e técnicas de
pesquisa.
Dessa forma, ao longo deste capítulo, você terá a oportunidade de conhecer diferentes
procedimentos e técnicas de pesquisa e as particularidades da pesquisa qualitativa,
bem como refletir sobre a importância das normas de apresentação de trabalhos
acadêmicos. Você verá, também, normas e técnicas exigidas na elaboração de
22/07/2020 Metodologia Científica
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referências e citações de trabalhos acadêmicos. Assim, poderá conhecer os principais
gêneros textuais científicos e a composição dos elementos pré-textuais e pós-textuais
desses gêneros.
Vamos aos estudos!
3.1 Procedimentos e técnicas de pesquisa
Em ciências, encontramos estudiosos e pesquisadores interessados no campo da
metodologia de pesquisa como campo específico de conhecimento. Os estudos
produzidos no campo da metodologia científica a compreendem como uma disciplina
de natureza instrumental para o cientista que visa à discussão problematizadora do
problema de pesquisa, mediante o uso de métodos e técnicas. Os estudos distinguem,
então, métodos de abordagem e métodos de procedimentos.
Consideradas as bases lógicas da investigação científica, Gil (2011) identifica os
métodos dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico. Lakatos e
Marconi (2017) classificam os métodos por sua inspiração filosófica e elevado grau de
abstração. Além disso, apresentam como métodos de abordagem: método indutivo,
método dedutivo, método hipotético-dedutivo e método dialético.
A classificação distintiva se refere aos denominados métodos de procedimentos vistos
por Lakatos e Marconi (2017, p. 106) como “[...] etapas mais concretas da investigação,
com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e menos
abstratas”. Para essas autoras, os métodos de procedimentos podem ser considerados
históricos, comparativos, monográficos, estatísticos, tipológicos e estruturalistas. 
VOCÊ O CONHECE?
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https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 4/26
Eva Maria Lakatos era brasileira, filha de Imre Lakatos, renomado cientista húngaro e teórico da Filosofia da
Matemática. Pós-Graduada em Ciências Sociais, Doutora em Filosofia, docente da Escola de Sociologia e
Política de São Paulo, Lakatos é uma renomada autora na área de Metodologia Científica, com reconhecida
contribuição de conhecimento nesse campo de saber.
Nas palavras de Gil (2011), os métodos de procedimento podem ser entendidos como
comparativos, monográficos, estatísticos, clínicos, experimentais e observacionais. O
consenso entre os estudiosos da metodologia científica é que, em geral, a combinação
de dois ou mais métodos se faz necessária no direcionamento da investigação
científica.
E você, sabe o que caracteriza cada um desses procedimentos de pesquisa?
O método comparativo, de consolidada utilização nas ciências sociais, permite o
estudo comparativo de comunidades, grupos sociais, sociedades e povos em diferentes
espaço e tempo, com o intuito de investigar divergências e similaridades. O método
comparativo pode ser empregado em pesquisa qualitativa e quantitativa, bem como em
pesquisas descritivas e exploratórias. Segundo Gil (2011, p. 17), “[...] podem ser
realizados estudos comparando diferentes culturas ou sistemas políticos [...] pesquisas
envolvendo padrões de comportamento familiar ou religioso de épocas diferentes”.
O método experimental é usado com propriedade nas ciências naturais e visto com
reservas nas ciências sociais. Ele se caracteriza pelo estudo do objeto em determinadas
condições, controladas por meio de variáveis, visando observar alterações produzidas
no objeto.
O método monográfico, por sua vez, caracteriza-se pelo estudo em profundidade de
indivíduos, profissões, categorias de trabalhadores, condições (juventude, infância e
dependentes químicos), instituições, grupos ou comunidades; com a intenção de
formular generalizações representativas de outros casos ou, até mesmo, de todos os
casos semelhantes.
VOCÊ QUER LER?
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Em “Educar pela Pesquisa”, Pedro Demo destaca a relevância da pesquisa para a formação do estudante nas
educações básica e superior. Ele considera o ensino uma fonte de inspiração pela curiosidade em conhecer,
saber, questionar o estabelecido com qualidade formal e política. Você pode ler o livro em:
<https://www.scribd.com/document/325046958/DEMO-Pedro-Educar-pela-Pesquisa-pdf
(https://www.scribd.com/document/325046958/DEMO-Pedro-Educar-pela-Pesquisa-pdf)>.
Em contrapartida, o método estatístico é característico do uso de processos
estatísticos para a comprovação da relação dos fenômenos entre si, com a finalidade de
obter generalizações quanto a natureza, frequência ou significado. Para Lakatos e
Marconi (2017, p. 108), “[...] a estatística pode ser considerada mais do que apenas um
meio de descrição racional; é também um método de experimentação e prova, pois é
método de análise”. Sua aplicação, portanto, é útil em pesquisas de abordagem
quantitativa e qualitativa.
O método clínico é característico das pesquisas na área da Psicologia e Psicanálise,
uma vez que trata de casos individuais e experiências subjetivas, sem expectativa de
fazer generalizações totalizantes. Trabalhos como os de Freud, na Psicanálise; e de
Piaget, na Epistemologia Genética, são exemplos clássicos de aplicação do método
clínico.
Temos, também o método funcionalista, que, conforme Lakatos e Marconi (2017, p.
110), concebe a sociedade, de um lado, como uma “[...] estrutura complexa de grupos
ou indivíduos, reunidos numa trama de ações e reações sociais; de outro, como um
sistema de instituiçõescorrelacionadas entre si, agindo e reagindo umas em relação às
outras”. Com base nos pressupostos do método funcionalista, o antropólogo
Malinowski (1884-1942) desenvolveu o método etnográfico, consolidado no campo da
pesquisa qualitativa. 
Desde a década de 1970, tomou impulso a prática de pesquisa qualitativa de natureza
fenomenológica, por parte de antropólogos, sociólogos e pesquisadores na área da
educação. A etnografia tem um sentido próprio: “[...] é a descrição de um sistema de
significados culturais de um determinado grupo” (LUDKE; ANDRÉ, 2013, p. 14). Alguns
pressupostos sobre o comportamento humano no método etnográfico são o contexto
em que efetivamente ocorrem os atos humanos e o quadro referencial dentro do qual
os indivíduos situam suas atividades, suas percepções e seus sentimentos.
Nas observações de Macêdo (2010, p. 33), foi, talvez, o antropólogo Malinowski o “[...]
pioneiro na utilização do conceito de contexto, concebido como o conjunto de todos os
elementos que formam uma cultura, tecido relacional e conjuntamente”.
https://www.scribd.com/document/325046958/DEMO-Pedro-Educar-pela-Pesquisa-pdf
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Assim, a pesquisa etnográfica é de natureza fenomenológica, utilizada na Antropologia
e, posteriormente, em outras áreas, permitindo a consolidação da pesquisa qualitativa
nas ciências humanas e sociais. Vamos nos deter, agora, em explorar um pouco mais a
pesquisa científica de abordagem qualitativa. 
3.1.1 Pesquisa qualitativa
A abordagem qualitativa da pesquisa científica tem origem nas práticas investigativas
dos antropólogos. Entre as abordagens de enfoque qualitativo estão os estudos
etnográficos, o estudo de campo, a etnometodologia, a observação participante, a
entrevista qualitativa, o estudo de caso, a pesquisa participante e a pesquisa-ação.
Ludke e André (2013, p. 11) apresentam cinco características básicas de um estudo de
abordagem qualitativa:
a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados, e o
pesquisador como seu principal instrumento;
há farta descrição dos dados coletados, de situações, acontecimentos, uso de
material fotográfico, desenhos, transcrições de depoimentos, conversas e
entrevistas. Todos os dados da realidade são valorizados;
o interesse com o processo é maior do que com o produto. O problema é
investigado em sua manifestação direta em atividades e interações cotidianas;
o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção
especial pelo pesquisador. Isso exige do pesquisador redobrado cuidado
científico;
a tendência no processo de análise dos dados é seguir o método indutivo.
Para o pesquisador inexperiente, pode parecer que a pesquisa de campo é a mesma
coisa que a coleta de dados. Contudo, vale fazermos a distinção entre esses
procedimentos. A coleta de dados é uma etapa que ocorre em toda pesquisa e são
inúmeros os meios para se fazer. Dito isso, esclarecemos que a pesquisa de campo, por
outro lado, consiste na investigação de fatos e fenômenos na forma como ocorrem.
Nesse caso, como em outras modalidades, o problema de pesquisa, os objetivos, o
referencial teórico e o metodológico procuram o aprofundamento das questões de
investigação, principalmente mediante o uso de técnicas de observação.
De acordo com a natureza da pesquisa, as técnicas para coleta de dados, de análise e
interpretação deveram ser definidas. Na literatura, encontramos a pesquisa de campo
dividida em três modalidades de estudos, as quais podemos entender melhor a partir
do quadro a seguir.
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O emprego da pesquisa de campo em suas diferentes modalidades, por parte de
pesquisadores nos campos da Sociologia, da Antropologia Cultural, da Educação e do
Serviço Social, é amplamente aceito.
A etnometodologia se configura, também, em uma pesquisa de abordagem qualitativa,
pois “[...] a importância teórica e epistemológica da etnometodologia se deve ao fato de
efetuar uma ruptura radical com modos de pensamento da sociologia tradicional. Mais
que teoria constituída, ela é uma perspectiva de pesquisa, uma nova postura
intelectual” (COULON, 1995, p. 7).
Na etnometodologia, o processo de investigação científica se ocupa dos etnométodos,
ou seja, das atividades cotidianas realizadas pelos indivíduos em seus lugares e
contextos; atividades rotineiras como decisões, comunicações e escolhas; e atividades
simples ou complexas, especializadas ou míticas. Isto é, ocupa-se das práticas sociais
realizadas pelos indivíduos ou grupos em seus contextos de realização. A
etnometodologia, então, afirma a importância dos etnométodos “[...] para que a análise
das ações não se dê independentemente das práticas e dos contextos das atividades
sociais que as produzem e as mantêm” (MACEDO, 2010, p. 73).
Trabalhar com etnométodos exige de um pesquisador acolher os universos empírico e
simbólico em que os indivíduos culturalmente situados habitam, negociam sentidos e
expõem suas singularidades. Isso requer disciplina, olhar atento e crítico na arte de
observação, rigor metodológico e sólidos conhecimentos em seu campo de trabalho.
Quadro 1 - Breve síntese demonstrativa das três modalidades representativas da pesquisa de campo. Fonte:
Adaptado de LAKATOS e MARCONI, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Passemos, então, a entender um pouco sobre a pesquisa-ação, uma metodologia de
pesquisa na qual a compreensão dos etnométodos e das ações concretas realizadas
pelos membros envolvidos na pesquisa é de fundamental relevância.
A pesquisa-ação é definida por Thiollent (2000, p. 23) “[...] como um tipo de pesquisa
organizada de modo participativo, com a colaboração de pesquisadores e membros ou
grupos implicados em determinada situação ou prática social”. Dessa forma, em
colaboração, pesquisadores e indivíduos agem na identificação dos problemas de
pesquisa, na busca por soluções e na análise de possíveis ações transformadoras.
A pesquisa-ação como metodologia das ciências sociais possui duas características
principais: a conexão entre pesquisadores e membros implicados no contexto da
pesquisa, além da ampliação do conhecimento dos pesquisadores e dos membros
implicados na pesquisa em relação à situação ou prática social identificada como ponto
de origem do problema de pesquisa.
No âmbito das pesquisas de concepção qualitativa, podemos destacar, também, a
pesquisa participante. Essa é um tipo de pesquisa considerada flexível, sendo que
permite uma adaptação a cada realidade investigada. A pesquisa participante almeja,
de forma geral, dois objetivos, um de ordem prática e outro de ordem epistemológica. A
esse respeito, Soares (2000, p. 44) esclarece a natureza desses objetivos, que seriam de 
[...] ordem prática cuja participação da sociedade é fundamental nos processos decisórios
e de conhecimento para identificação de sistemas de valores das comunidades, e,
socialização dos resultados dessa investigação, adicionando-lhes conhecimentos
científicos pertinentes. 
Vale destacar um ponto, por vezes ruidoso, entre a pesquisa participante e a pesquisa-
ação: essas correntes de investigação de abordagem qualitativa diferem em seus
pressupostos, principalmente no papel assumido pelo pesquisador. Na pesquisa-ação,
o pesquisador assume um papel ativo de intervenção na realidade dos fatos
observados, o que não ocorre na pesquisa participante.
Além disso, temos, ainda, o estudo de caso, que pode servir para estudos de natureza
tanto quantitativa quanto qualitativa. O estudo de caso se caracteriza pelo foco na
interpretação do contexto, concebido na perspectiva dos elementos tecidos e cruzados
das práticas cultural e social, na intenção de revelar aspectosainda obscuros. Nos
estudos de caso são utilizadas múltiplas fontes de informação e coleta de dados, no
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sentido de aprofundar a investigação e torná-la cada vez mais completa. Esse
aprofundamento, portanto, favorece o surgimento de aspectos divergentes e
conflitantes presentes no contexto investigado. 
O filme O Óleo de Lorenzo, de George Miller, é baseado em uma história real e conta o drama de uma família em
busca da cura de uma doença rara para o filho pequeno. Na medicina, à época, eram poucos os estudos sobre
essa doença. Os pais, então, resolvem estudar o caso em profundidade, pesquisando a bibliografia disponível
sobre o tema, entrevistando médicos e cientistas, bem como reunindo outras famílias com o mesmo
problema. Vale a pena assistir ao filme e entender melhor quanto ao tipo de pesquisa realizada pela família.
Ao esclarecer sobre o estudo de caso, Ludke e André (2013, p. 21) afirmam que sua
principal característica é ser o estudo de uma instância singular, sendo “[...] o objeto
estudado tratado como único, uma representação singular da realidade que é
multidimensional e historicamente situada”.
Vistos alguns dos principais procedimentos de abordagem da pesquisa qualitativa,
passaremos a estudar, a seguir, as técnicas adotadas nesses procedimentos. 
3.1.2 Técnicas de coleta de dados: observação e entrevista
Minayo et al. (1998) destacam a entrevista e a observação participante como formas de
abordagem técnica do trabalho de abordagem qualitativa. Lakatos e Marconi (2017),
por sua vez, relacionam diferentes tipos de observação e entrevistas.
A observação é o elemento básico da investigação científica, sendo considerado ponto
de partida da pesquisa social. Conforme alerta Macêdo (2004, p. 151), o processo de
observação não é um “[...] ato mecânico de registro. Apesar da especificidade da função
do pesquisador que observa, ele está inserido num processo de interação e atribuição
de sentidos”. 
VOCÊ QUER VER?
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Lakatos e Marconi (2017) ainda identificam diferentes tipos de entrevistas.
Na entrevista padronizada ou estruturada, temos o plano de entrevista que estabelece o
roteiro a ser seguido, quem será entrevistado, o local e a hora previamente acertados
para sua realização. O padrão do roteiro da entrevista serve como instrumento
comparativo para o pesquisador.
Na entrevista de tipo aberta ou não-estruturada, o pesquisador conduz livremente a
entrevista de maneira informal, em um tipo de conversação ou mediante um roteiro de
perguntas abertas.
Quadro 2 - Variantes procedimentais da técnica de observação científica, utilizadas nas pesquisas de
abordagem qualitativa. Fonte: Adaptado de LAKATOS e MARCONI, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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A entrevista semiestruturada, por outro lado, combina características gerais dos tipos
anteriores.
No tipo de entrevista denominada painel, as questões previamente elaboradas são
apresentadas de forma repetida às mesmas pessoas em intervalos de tempo
programados. Essa técnica oferece possibilidade de estudo comparativo.
Esses estudos, em suas variadas formas, têm como objetivo contribuir no avanço
científico e na produção do conhecimento nas áreas, mediante a difusão científica por
meio da publicação de livros, teses, dissertações, artigos científicos, promoção de
eventos e periódicos científicos. Sendo assim, para compreendermos como se
organizam as apresentações dos diferentes trabalhos acadêmicos e científicos, vamos
analisar com detalhes as normas presentes nessas elaborações na sequência.
3.2 Normas de apresentação de trabalhos
acadêmicos 
Desde o início do trabalho, o pesquisador está ciente de que, em dado momento,
deverá comunicar aos seus pares e à comunidade científica os resultados de pesquisa
realizada. Esse é um momento singular para o pesquisador, afinal, ao apresentar o
trabalho de pesquisa, ele deverá reunir a técnica, o domínio do tema, as reflexões e as
percepções da laboriosa caminhada. Assim, nesse momento, o conhecimento e a
habilidade na aplicação das normas de apresentação de trabalhos acadêmicos são de
importância capital.
O estilo de escrita se configura uma construção pessoal, ainda que impregnada das
muitas referências presentes na experiência do autor. Com o exercício da escrita, esse
estilo vai sendo consolidado e a tarefa passa a fluir de maneira menos tensa, embora
iniciar o texto seja sempre um desafio, seja o autor experiente ou iniciante.
Com isso, a decisão de como iniciar um texto envolve escolhas delicadas. Castro (2011)
recomenda iniciar por descrições das etapas do trabalho científico, dos detalhes
vivenciados no percurso, mesmo que, ao final, parte desse material venha a ser
22/07/2020 Metodologia Científica
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descartado. Assim, ao menos servirá como ponto de partida. Além disso, uma boa
sugestão indicada pelo autor é deixar a escrita da introdução para o final do trabalho, já
que esse tópico é um convite à leitura do conjunto da obra e, portanto, deve ser atrativo
e apresentar uma ideia geral de todo o trabalho realizado.
Cercar-se de material de apoio à escrita também é de suma importância para o autor.
Esse material pode ser, por exemplo, um dicionário da língua portuguesa, um dicionário
específico da área de estudo, um consistente manual de estilo acadêmico e, até, um
documento que trata das normas e técnicas adotas por determinada instituição
acadêmica ou científica. Dessa forma, o autor deve se certificar se existe em sua
instituição de ensino um manual de estilo acadêmico e aproveitar ao máximo a leitura.
Ademais, as normas de apresentação de um trabalho acadêmico seguem orientação de
duas ordens. A primeira está ligada às orientações determinadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), enquanto que a segunda se refere à
normalização definida pela instituição de origem à qual o autor está ligado ou aos
critérios estabelecidos por periódicos científicos, no caso de submissão de trabalho
científico para apreciação e aprovação.
A ABNT é uma instituição privada que atua no país como foro nacional para
normalização de procedimentos padronizados de forma geral, como nas áreas odonto-
médico-hospitalar, farmacêutica, transporte, agricultura, nutrição e documentação.
A ABNT, criada em 1940, é constituída de comitês formados por diferentes áreas de
atividades técnica e científica. O Comitê Brasileiro de Informação e Documentação
(ABNT/CB-14), aliás, é o responsável por estabelecer as normas de apresentação dos
trabalhos acadêmicos. 
No geral, as normas para apresentação de trabalhos acadêmicos se referem a escolha
de papel branco em formato A4, sendo que o papel do tipo reciclado pode ser aceito nas
versões intermediárias; digitação e impressão no anverso da folha; tamanho e tipo de
fonte com destaque para os tipos “Arial” e “Times New Roman”. Contudo, é
recomendado observar a indicação fornecida pela instituição à qual o trabalho será
submetido. De toda sorte, a orientação é utilizar apenas um dos tipos de fonte em todo
o trabalho.
As normas sobre organização de capítulo, título, subtítulo e seções deve ser guiada por
saber que “[...] é a conveniência da exposição que ditará qual a estrutura mais
apropriada” (CASTRO, 2011, p. 60). Assim, esses elementos têm função informativa e
devem ser atrativos ao leitor, interessado em conhecer o conteúdo anunciado, não
sendo excessivamente curto, nem longo demais. Deve expressar a ideia central do
assunto.
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No tangente à configuração de margem, espaçamento, notas de rodapé, paginação,
disposição de ilustrações e tabelas é recomendado seguir as orientações do manual
institucional elaborado em conformidade com as normas da ABNT em vigência.
Mas e quanto às referências? O que fazer para acertar a norma?
Essa é uma dúvida frequente entre os autores. Vale a regra básica de consultar
exaustivamente a ABNT referente e o manual de estilo acadêmico da instituição. No
entanto, para nos aprofundarmos, vejamos alguns elementos de destaque sobre esse
assunto a partir de agora.
3.2.1 Referências e citações
As referências bibliográficas e eletrônicas são convenções utilizadas em trabalhos
acadêmicos com o objetivo de relacionar todos os documentos citados e consultados
no desenvolvimento no trabalho. De acordo com a ABNT, em sua norma NBR 6023/2000,
esse elemento normalizador do trabalho acadêmico representa “[...] o conjunto
padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua
identificação individual”.  Eles podem ser localizados em nota de rodapé, no final do
texto do capítulo, em lista de referências no final do trabalho e, no caso de resenhas ou
resumos, identificada no cabeçalho do trabalho. 
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) disponibiliza o acesso a um
so�ware gerenciador de referência bibliográfica. Entre os mais conhecidos e utilizados na categoria estão o
Mendeley e o Zotero. Acesse em: <https://www.ufrgs.br/bibliotecas/ferramentas-de-producao/gerenciadores-
de-referencias/ (https://www.ufrgs.br/bibliotecas/ferramentas-de-producao/gerenciadores-de-referencias/)>.
A lista de referências é composta de elementos essenciais “[...] indispensáveis para a
identificação das fontes das citações de um trabalho”, bem como elementos
complementares “[...] opcionais que podem ser acrescentados aos essenciais para
melhor caracterizar as publicações referenciadas” (KOCHE, 2016 p. 156), como o
número total de páginas.
VOCÊ QUER LER?
https://www.ufrgs.br/bibliotecas/ferramentas-de-producao/gerenciadores-de-referencias/
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Comumente, em trabalhos acadêmicos, a sequência alfabética e o sistema autor-data
são preferenciais por sua ampla divulgação e uso na academia. Contudo, a ordenação
das referências pode ser do tipo:
Sequência alfabética: quando adotado o sistema autor-data;
Numérica: segundo a ordem de citação no texto e quando adotado o sistema
numérico; 
Cronológico: segue a ordem cronológica crescente, no caso de haver mais de
uma referência do mesmo autor.
A lista de referências no final do trabalho é separada entre si por um espaço simples e
alinhada somente à margem esquerda. As obras referenciadas podem ser consideradas
no todo, obra completa ou em parte, como capítulo, parte de coletânea com autores e
títulos específicos.
Vejamos, a seguir, dois exemplos de especificações mais recorrentes em trabalhos
acadêmicos. 
Exemplo de uso de referência com um autor pessoal: “SANTOS, Boaventura de
Sousa. O Discurso e o Poder. Ensaio sobre a sociologia da retórica jurídica. Porto
Alegre: Fabris, 1988.”;
Exemplo de uso de referência em capítulo de livro de diferente autoria:
“CHARLOT, Bernard. Formas do Aprender e Conexões de Saberes: os significados
da noção de conexão quando se trata de saberes. In: SILVA, Veleida Anahí (Org.).
Conexões de Saberes: um desafio, uma aventura, uma promessa. São Cristóvão:
Editora UFS, 2007.”.
Ao organizar as referências, o nome do autor ou autores da obra é um destaque e
merece atenção para diferentes ocorrências. No caso de até três autores, são citados
todos separados por ponto e vírgula. Já nos casos em que há registro de mais de três
autores, é citado o primeiro autor, seguido da expressão latina et al. (outros). Nos casos
de obras com vários autores, em que um deles ocupa a função de organizador ou
coordenador, o nome será citado, seguido da abreviação característica da função
exercida “Org.” ou “Coord.”.
O acesso crescente da internet e a possibilidade de uso dessa ferramenta como suporte
e apoio à pesquisa também exige atenção no trato dos materiais consultados. A obra
consultada por meio da internet deve ser referenciada (obra no todo ou parte dela) com
todos os elementos essenciais relativos ao gênero (livro, artigo, jornal ou outros),
acrescida da expressão “Disponível em: <endereço eletrônico>” e data de acesso a
referida obra com o termo “Acesso em: 00/00/0000” ou “Acesso em: 00 de xxxxxx de
0000”.
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Na sequência, estudaremos um caso para entender melhor quanto a importância do
uso de bibliografias.
CASO
Helena é uma aluna da pós-graduação do curso de Administração e Marketing.
Ela está no final do curso e muito envolvida na escrita do seu TCC. Como já
trabalha na área, encontrar o foco de interesse para a escolha do tema não foi
uma dificuldade.
Depois de algumas reuniões com a professora orientadora, Helena deu início a
escrita do trabalho. Conforme o plano aprovado por sua professora, ela iniciou a
pesquisa bibliográfica com o objetivo de identificar os conceitos científicos
básicos para seu trabalho. Com pesquisas na internet, acesso à biblioteca virtual
da sua instituição de ensino e livros de acervo pessoal, a aluna logo reuniu um
farto material. Além disso, durante a leitura, ela fazia anotações do material
pesquisado em fichas.
Com a proximidade do prazo final para a entrega do trabalho, Helena se deu
conta de que não havia organizado as referências do trabalho. Então, retomou as
fichas de anotações do material pesquisado. Nesse momento, a estudante
percebeu que não havia anotado todos os elementos essenciais para compor as
referências, conforme as normas da ABNT. Foi, então, necessário retomar o
levantamento de todo o material pesquisado, dessa vez com redobrada atenção
para anotar todos os elementos essenciais para a identificação das obras
consultadas e elaborar as referências em conformidade com as normas técnicas.
Em casos de submissão de artigos, papers em periódicos científicos, congressos,
colóquios e outros eventos acadêmicos, as determinações de estilo são previamente
especificadas e cabe aos interessados em submeter o trabalho seguir as orientações na
forma como aparecem. Por certo, elas vão estar de acordo com as normas gerais regidas
pela ABNT. 
VOCÊ SABIA?
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As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foram inspiradas na
academia francesa. Atualmente, entre as normas previstas pela ABNT, as normas
bibliográficas vigentes nos Estados Unidos e as da França carregam divergências. As
pequenas diferenças precisam ser conhecidas, principalmente, no caso de autores que
pretendem submeter suas produções para publicação em periódicos científicos
internacionais.
A consistência de um trabalho acadêmico se dá, em parte, mediante a menção feita
pelo autor a outras obras e autores notoriamente reconhecidos em determinado campo
de saber. Garantir o reconhecimento da contribuição e a autoria das obras consultadas
é uma exigência e um dever para quem ocupa o lugar de autor, além de oferecer
credibilidade à sua própria obra. Esse reconhecimento se faz por meio das normas de
citação.
As citações podem ser do tipo citação direta curta, com a transcrição fiel em até três
linhas; citação direta longa, com mais de três linhas; e citação indireta ou paráfrase,
caso em que a ideia original inspira outra forma de expressão sem a transcrição literal. A
citação de citação ocorre quando o autor não teve acesso direto às obras, mas por
intermédio de outro autor. Nesses casos, usa-se a expressão latina apud, que significa
“citado por”, “conforme” ou “segundo tal autor”.O uso de citação tem como função fundamentar argumentos sobre determinado
assunto, reforçar uma ideia ou ilustrar um tema com a opinião de outros autores. Vale
destacar, a respeito disso, o pensamento de Castro (2011, p. 4), em que “[...] a redação
não é uma transcrição mecânica de ideias prontas, mas uma fase de construção do
trabalho, totalmente, imbricada com o próprio desenvolvimento do raciocínio”.
Dessa forma, podemos entender que os procedimentos de normalização do trabalho
acadêmico visam atribuir cientificidade, objetividade, clareza e consistência ao texto
científico. Conhecer e primar o uso das normas técnicas de documentação e informação
representa, para o pesquisador, seu compromisso ético e profissional. Nesse conjunto
de normas, insere-se, ainda, os elementos pré-textuais e pós-textuais do texto
acadêmico e científico. Vamos estudá-los a partir de agora.
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3.3 Elementos pré-textuais e pós-textuais
Talvez você já tenha se perguntado sobre os elementos que devem ser contemplados na
escrita de um texto acadêmico. É possível até que ache tudo muito cheio de normas e
exigências, mas, na verdade, quando há crescente familiaridade com as normas e
técnicas empregadas em sua aplicação, seus usos vão ganhando sentido e fica clara a
necessidade de consultar as normas técnicas sempre que houver alguma dúvida.
Os trabalhos científicos, na forma de trabalho de conclusão de curso (TCC) de
graduação ou especialização, dissertação de mestrado ou tese de doutorado, por
exemplo, são todos trabalhos monográficos, pois se constituem como relatos de
pesquisas já realizadas, em que um único tema ou problema foi investigado. Esses
trabalhos monográficos contam com uma estrutura básica comum, com pequenas
variações. Estas, por seu lado, devem-se ao grau relativo ao curso correspondente.
A estrutura básica dos trabalhos monográficos se divide em elementos pré-textuais,
elementos textuais e elementos pós-textuais.
 Quadro
3 - Relação dos elementos pré-textuais de trabalhos monográficos, considerando o caráter obrigatório ou
opcional. Fonte: LUBISCO, 2012, p. 21.
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Os elementos textuais são compostos de introdução, desenvolvimento e conclusão. A
introdução apresenta o texto ao leitor, antecipando o que poderá encontrar sobre o
problema investigado. O desenvolvimento é o corpo lógico de todo o trabalho de
pesquisa e pode se dividir “[...] em tantas partes quantas forem necessárias, utilizando-
se para isso os capítulos, as seções e as subseções, tendo o cuidado de não perder a
unidade” (KOCHE, 2016, p. 145). Por fim, a conclusão retoma o problema de pesquisa no
intuito de apresentar os resultados finais e as contribuições possíveis, bem como o
fechamento global da pesquisa.
De acordo com a NBR 14724 (ABNT, 2005), o apêndice “[...] é um texto ou documento, de
caráter opcional, [...] elaborado pelo autor a fim de complementar sua argumentação”.
Enquanto isso, temos que um anexo é um texto de caráter opcional, o qual não foi
elaborado pelo autor. 
O texto científico, em geral, tem sua estrutura baseada nos elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais. No entanto, existem gêneros textuais científicos, os quais
examinaremos de forma detalhada na sequência.  
 Quadro
4 - Relação dos elementos pós-textuais de trabalhos monográficos, considerando o caráter obrigatório ou
opcional. Fonte: LUBISCO, 2012, p. 45.
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3.4 Gêneros Textuais Científicos
Considerando as categorias proposta por Lubisco (2012), podemos caracterizar em
trabalhos acadêmicos e científicos o trabalho de conclusão de curso (TCC) de graduação
ou especialização, a dissertação e a tese; além de outros, como o trabalho didático,
exigido nos cursos de graduação para efeito de aprendizado e avaliação de estudos; a
sinopse; a resenha; o relatório técnico científico; o projeto de pesquisa; o artigo; e o
paper.
Cabe esclarecermos, aqui, o sentido de gênero textual científico tomado na perspectiva
de gênero do discurso, quando há interação por meio da escrita, tendo como resultado
a função que o autor atribui ao texto, além do leitor para quem o autor escreve quanto
as condições de produção do texto (SOARES, 2012).
Consideremos, então, as características de cada um desses gêneros textuais científicos.
Conforme definição da NBR 14724 da ABNT (2005) dissertação é o
Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um
estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o
objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento da
literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito
sob a coordenação de um orientador (doutor), visando à obtenção do título de mestre.
Já a tese, ainda de acordo com a NBR 14724 da ABNT (2005), é o
Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um
estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com
base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade
em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do
título de doutor ou similar.
A produção de dissertações e teses exige, por parte dos programas de pós-graduação, a
composição de quadro acadêmico científico, estrutura física e administrativa,
disponibilidade de recursos humanos, materiais e fontes de financiamento que
requerem a manutenção e a dinamização de grupos de pesquisa. Por parte dos
candidatos, a produção de dissertações de mestrado e teses de doutorado, que exigem
esforços pessoais e investimento de estudos e pesquisa de longo tempo, nem sempre
financiados.     
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Ao final, a conclusão dos trabalhos de dissertação e tese ocorre em sessões de defesa
pública e sustentação oral, perante banca examinadora, em um modelo de ritual de
passagem.
VOCÊ SABIA?
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do
Ministério da Educação (MEC), é responsável por coordenar as ações da pós-graduação
stricto sensu (mestrado e doutorado) no país. Desde 2007, ela atua na formação de
professores da educação básica. Acesse o site <http://www.capes.gov.br/
(http://www.capes.gov.br/)> e fique informado sobre o ensino da pós-graduação no Brasil.
O trabalho de conclusão de curso, em graduação e pós-graduação, tornou-se uma
prática de ensino, principalmente por determinação da Portaria CNE/CES n. 1, de 3 de
abril de 2001, que estabeleceu a obrigatoriedade como requisito para a conclusão de
pós-graduação lato sensu.
Conforme a natureza do curso, a instituição pode determinar em seu projeto
pedagógico a modalidade de TCC. Entre elas, a mais frequente é a monografia, mas
também pode ser um plano de negócio, um plano de intervenção ou diagnóstico
empresarial. Nos cursos de graduação, o TCC, também para atender a natureza do
curso, pode ser na forma de artigo, monografia, projeto de iniciação científica ou
atividade teórico-prática.
A respeito dos trabalhos de monografia, Lakatos e Marconi (2017, p. 235) alertam que
[...] a característica essencial da monografia não é a extensão, como querem alguns
autores, mas o caráter do trabalho (tratamento de um tema delimitado) e a qualidade da
tarefa, isto é, o nível da pesquisa, que está intimamente ligado aos objetivos propostos. 
O artigo científico, por sua vez, é um tipo de texto que trata de pesquisa concluída ou
em andamento, tendopor objetivo discutir ideias, processos, metodologia de pesquisa,
objetos da investigação, divulgar resultados parciais ou finais. Sua divulgação ocorre
por meio da publicação em periódicos ou apresentação em eventos científicos.
http://www.capes.gov.br/
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Conforme a ABNT, NBR 6022 (2003), o artigo é “[...] a parte de uma publicação com
autoria declarada”. Ainda segundo a mesma lei, de acordo com as pretensões do autor,
o artigo pode ser original ou de revisão. No artigo original, o autor apresenta resultados
de pesquisa ainda não publicados, enquanto que no artigo de revisão o autor analisa
dados e informações já divulgadas em outras fontes.
Durante os cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, os
estudantes/pesquisadores comumente produzem artigos para fins didáticos, científicos
e de difusão dos dados levantados, publicação de resultados parciais e, ao final, os
resultados alcançados com a pesquisa.
Já o paper é um tipo de artigo científico resumido que trata sobre determinado tema ou
resultado parcial de uma pesquisa. Sua discussão se dá a partir de determinado ponto
de vista.
O paper, em geral, é escrito com o objetivo de divulgar a pesquisa em eventos
científicos. Ele possui uma estrutura particular de artigo científico, a qual podemos
entender melhor com a figura a seguir.
Temos, ainda, as resenhas. Lakatos e Marconi (2017, p. 264) apresentam uma análise
comparativa entre o texto do tipo resenha, que faz uma descrição minuciosa de uma
obra, e a resenha crítica, que apresenta o conteúdo de uma obra, incluindo a leitura, o
resumo, a crítica e a formulação de um conceito de valor.
 Figura 1 - Estrutura básica e
apresentação dos elementos textuais de escrita do paper. Fonte: Adaptado de LAKATOS e MARCONI, 2017.
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Em suma, a resenha possui como objetivos destacar as contribuições de determinada
obra no âmbito de seu campo de saber, e apresentar, de forma concisa, as ideias básicas
da obra. Lakatos e Marconi (2017) também alertam para o fato de a resenha exigir do
autor capacidade de juízo de valor, competência na matéria e aprofundado
conhecimento do assunto. Assim, é um gênero textual elaborado por autores e
cientistas experientes.
A escrita da resenha por parte dos estudantes se coloca como exercício de aprendizado,
afinal, a estrutura básica da resenha é peculiar, própria do gênero.
Quadro 5 - Síntese dos elementos constitutivos do gênero textual do tipo resenha crítica. Fonte: Adaptado
de LAKATOS e MARCONI, 2017, p. 265.
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Os diferentes gêneros textuais científicos, com suas especificidades, requerem atenção
as singularidades de gênero, conhecimento e observância das normas e técnicas
determinadas por instituições normalizadoras. Aspectos relevantes ficam por conta do
estilo de escrita do autor, atenção ao uso da linguagem direta e acessível ao público a
quem se destina a produção, além de clareza, simplicidade e objetividade. Cuidado e
rigor na atenção às regras gramaticais e ortográficas, à lógica na argumentação das
ideias. Para isso, o autor deve fazer leitura sistemática do texto em diferentes etapas,
procedendo revisões e adequações pertinentes. 
Síntese
Concluímos o terceiro capítulo desta disciplina, relativo aos procedimentos, às normas
e técnicas do método científico. Agora, você já sabe que uma pesquisa, para se tornar
de natureza científica, precisa atender ao método científico e às normas e técnicas
estabelecidas com essa finalidade, por instituições próprias e legalmente constituídas.
Além disso, podemos concluir que a divulgação científica ocorre por meio da difusão
dos textos científicos, produzidos em observância às normas estabelecidas. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer procedimentos e técnicas de pesquisa;
analisar diferentes métodos de pesquisa de abordagem qualitativa;
entender técnicas utilizadas para coleta de dados em pesquisa qualitativa;
conhecer gêneros textuais que atuam na divulgação científica;
identificar elementos constituintes do texto científico;
compreender como são organizadas as referências e as citações no texto
científico;
constatar a importância do uso das normas de apresentação do trabalho
científico.
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