AULA 16 - FUNDAÇÕES - PESSOAS JURÍDICAS

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Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 Disciplina: Direito Civil 
 carlosedufs 
 
AULA 16 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 
FUNDAÇÕES – PESSOAS JURÍDICAS 
Olá, pessoal! Meu nome é Carlos e eu sou especialista em Direito Civil do Passei Direto. Hoje 
o tema é fundações. Tem que saber isso! 
DISPOSITIVO LEGAL 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, 
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a 
maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de 
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas; e 
X – (VETADO). 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de 
outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual 
ou semelhante. 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a 
transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão 
registrados, em nome dela, por mandado judicial. 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do 
encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, 
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não 
havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
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§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público 
do Distrito Federal e Territórios. 
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao 
respectivo Ministério Público. 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) 
dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento 
do interessado. 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores 
da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência 
à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. 
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido 
o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a 
extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no 
estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
FUNDAÇÕES 
 
1. Conceito 
As fundações são afetação de bens. 
O que se quer dizer com isso? Que se largam bens sozinhos 
e eles seguem assim? Claro que não! Quem deseja abrir uma 
fundação escolherá uma quantidade de bens, móveis ou imóveis, 
corpóreos ou incorpóreos, e destinará para abertura dessa pessoa 
jurídica, mas haverá trabalhadores, administradores dentre 
outras coisas. 
O instituidor transfere todos os bens que afetou para a 
fundação, por bem ou por mal (por vontade ou por ordem 
judicial). 
Além disso, possuem uma finalidade especial que deve ser 
estritamente observada e respeitada. 
ATENÇÃO! 
As fundações não podem 
ter fins econômicos, mas 
isso não significa que não 
possam ter resultados 
positivos ou auferir 
receita. 
É o contrário!! 
As fundações precisam 
possuir receita e saldo 
positivo para que não 
fechem. 
Assim, o que não pode é 
exercer atividade 
econômica ou mesmo 
repartir lucros entre os 
fundadores – nunca!! 
 
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O rol de finalidades para as quais se pode criar uma fundação estão no art. 62, parágrafo único 
do Código Civil e será visto em seguida. 
Nenhuma das finalidades são econômicas e a fundação nunca pode repartir lucros entre os 
fundadores ou administradores. 
Isso não significa que não possa ter receita positiva com algum tipo de arrecadação, como 
doações, ingressos, vendas de obras, mas todo valor deve ser revertido para a fundação e nunca 
repartido. Os valores arrecadados, inclusive, não precisam ser tímidos e podem ser vultosos. 
Não repartir receitas não significa que as fundações vivam de voluntariado. É que os empregados 
e mesmo os administradores podem ser remunerados e bem remunerados. 
Exemplos: Fundação Xuxa Meneghel, Fundação Angélica Goulart, Fundação Roberto Marinho. 
 
Forma de Instituição 
Toda pessoa jurídica surge a partir do registro dos atos constitutivos no órgão competente e no 
caso de fundação é estatuto no RCPJ. 
Mas o ponto mais importante na fundação é que ela pode surgir 
por um negócio jurídico inter vivos ou causa mortis. 
Pelo primeiro, o instituidor é vivo e decide afetar determinados 
bens para servir à fundação, fazendo por meio de escritura pública. 
Pelo segundo, o instituidor declara em testamento a vontade de 
reservar um percentual de seus bens para abertura da fundação. 
 
Finalidades 
TODAS as finalidades possíveis estão listadas no art. 62 do 
Código Civil. Posso repetir? TODAS as finalidades estão listadas, ou 
seja, o rol é taxativo ou numerus clausus, que são os termos bonitos 
para dizer que fora desse rol não pode! 
Logo, no momento de abrir uma fundação, a escolha é múltipla 
escolha e não discursiva. Fique atento! Sobre a prova: leia algumas 
vezes a lista. Não é pra decorar, mas entender quais são as hipóteses 
e saber que são sempre altruístas. 
 
 
 
 
RELEMBRANDO... 
A pessoa jurídica “nasce” 
com o registro dos atos 
constitutivos no órgão 
competente. 
Os atos constitutivos 
podem ser: 
1. Contrato Social; 
2. Estatuto. 
O órgão competente 
pode ser: 
1. RCPJ: 
para sociedades 
simples; 
2. JUCERJA: 
para sociedades 
empresárias 
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Bens insuficientes 
Pode ser que a quantidade de bens afetados não seja suficiente para constituir a pessoa jurídica. 
Por exemplo, pode ser deixado um carro popular para criar uma fundação que exporá obras-primas 
famosas. Ora, não é suficiente. O que acontece com os bens (no nosso exemplo, é o carro popular)? 
• Vai para onde o instituidor definiu OU; 
• Vai para outra fundação com fim igual ou semelhante. 
 
O Estatuto 
O instituidor define quem é o administrador ou quem vai aplicar o patrimônio. 
Tão logo saiba da função que terá, o administrador ou aplicar terá que elaborar o estatuto. 
Qual é o prazo? Aquele estabelecido pelo instituidor. 
 E se não trouxer prazo? 180 dias. 
 E se negar ou não fizer no prazo? O Ministério Público fará. 
 E se fizer? O Ministério Público avaliará. 
 Se o Ministério Público reprovar? Corrige ou recorre para o juiz. 
E para alterar estatuto que já existe? Precisa de três requisitos ACUMULATIVOS: 
• Serdeliberado por 2/3 da Administração ou representação da fundação; 
o Se a votação não for unânime, a minoria deve ser notificada para impugnação. 
• Não desvirtuar a finalidade para a qual foi criada (ex. fundação para cultura não pode 
mudar para atividade religiosa ou para pesquisa científica, muito menos para exercer 
atividade empresária). 
• Ter aprovação do Ministério Público (senão seria fácil: para criar, depende do MP e 
depois para mudar é livre? Não pode). 
o Pode ser suprida pela aprovação do juiz. Em que casos? 
▪ Se o MP nega; 
▪ Se o MP não se manifesta em 45 dias. 
 
O Ministério Público 
Como visto, ele é muito importante para as fundações! 
Primeiramente, porque ele elabora ou avalia o estatuto. 
Segundamente, porque ele cuida da fundação: se foi criado para o fim adequado, se o fim vem 
sendo cumprido, se é bem administrada, se parou de funcionar, se desviou da finalidade e várias 
outras questões. Existem órgãos do MP especializados nisso. 
Depois de muita polêmica, a competência NUNCA é do MPU. 
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1. Se opera no Distrito Federal ou território: MPDFT (Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios); 
2. Se opera em vários Estados: o MP de cada Estado (ex. funciona uma fundação no Rio 
de Janeiro, em São Paulo, em Salvador e em Jericoacoara. Será o MP do Rio para o que 
funciona no Rio, de São Paulo para o que funciona em São Paulo, o da Bahia para o que 
funciona em Salvador e o do Ceará para o que funciona no Ceará.) 
 
Extinção 
1. Motivos de extinção: 
a. Se torna ilícita: quando, por exemplo, uma fundação promove a defesa e 
preservação do tabaco, mas ele se torna ilícito; 
b. Se torna impossível ou inútil: quando, por exemplo, o objetivo é proteger 
cuidados com um lado que seca; 
c. Se o prazo acaba: é para as fundações que nascem com prazo para acabar. 
2. Procedimento e bens: 
a. Provocação (pedido de extinção): pode ser feita por qualquer interessado ou pelo 
Ministério Público. 
b. Para onde vão os bens? 
i. Para onde o instituidor ou o estatuto tenha determinado; 
ii. Para outra fundação com fim igual ou semelhante, a escolha do juiz. 
 
VAMOS TER MUITO ASSUNTO SOBRE DIREITO CIVIL POR AQUI! 
Continuem nos acompanhando