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Direito Administrativo

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1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Prof. Cintia Barudi 
 
Bibliografia 
1- Hely Lopes Meirelles - Ed. Malheiros 
2- Diógenes Gasparini - Ed. Saraiva (mais completo) 
3- Odete Medauar - Ed. RT (mais sucinto) 
4- Maria Sylvia Zanella Di Pietro - Ed. Atlas (mais didático) 
5- Celso Antônio Bandeira de Mello - Ed. Malheiros 
 
LEI DE LICITAÇÕES NÃO ESTÁ ATUALIZADA. 
____________________________________________________________________01/02/2012 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Em termos de pode estatal a administração publica é o Pode Executivo. A função administrativa 
é típica do Poder Executivo (o Poder Judiciário resolve lides e julga, embora as vezes administre; o 
Poder Legislativo legisla, muito embora algumas vezes julgue e administre). Portanto, a administração 
pública é o executivo exercendo sua função típica e o legislativo e o judiciário exercendo sua função 
atípica (de administrar). 
Direito administrativo: "é um ramo do direito público, por excelência, que compreende um 
conjunto de normas e princípios destinado a reger a administração publica, seus órgãos, agentes 
públicos, pessoas jurídicas que a integram, bem como os bens de que ela se utiliza para atingir seus 
fins de natureza política" (Maria Sylvia) 
 
- ex. de órgão: DETRAN, se retraias, delegacias, procuradorias, cartórios (não possuem personalidade 
jurídica; faz parte da pessoa que o criou; não é independente) 
- ex. de PJ: autarquias, Correios, BB, Petrobrás 
- ex. de agentes: presidente (ocupa um órgão chamado presidência) 
 
*os precatórios existem porque não há como penhorar os bens da administração pública para pagar as 
execuções, visto que tais bens são públicos. 
 
- relação particular x particular = direito privado 
- relação estado x particular = depende - estado em posição de supremacia = direito público; estado 
na mesma posição que o particular = direito privado. 
 
 
E – P: direito publico - ex. Desapropriação - é uma relação 
vertical porque o Estado é maior, ele impera. 
P – P: direito privado. 
 
 
P – P E 
| 
P 
2 
 
E – P: muito embora o Estado esteja em um dos pólos, a relação é de direito 
privado, mas não inteiramente pq deve obedecer regras de direito publico. É uma 
relação que tem origem no direito privado, mas com restrições do direito público. 
Pode acontecer casos em que o Estado está em um dos pólos tentando se igualar 
ao particular. O estado nunca vai ser igual a nós, pois ele está lidando com bens 
que não são dele. 
 
CONCLUSÃO: "O direito administrativo é um ramo do direito público. Uma disciplina pertence ao ramo 
do direito público quando o Estado faz parte de um dos pólos e essa relação apresenta um traço de 
verticalidade. E uma disciplina pertence ao direito privado quando rege relações entre particulares ou 
relações em que o Estado está em um dos pólos, mas com característica de horizontalidade. 
 
____________________________________________________________________03/02/2012 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
Binômio: prerrogativas x restrições 
Regime Jurídico: conjunto de normas e princípios que regem / organizam uma disciplina. 
Regime Jurídico Administrativo: conjunto de normas e princípios que caracterizam o direito 
administrativo. Ele se caracteriza por prerrogativas (o Estado tem poderes que nós não temos, por 
interesse público – ex. poderes de punir, de restringir direitos para a convivência harmônica, de sofrer 
processos de execução diferenciados, etc. e por restrições. 
As prerrogativas decorrem do princípio da supremacia do interesse público sobre o 
privado. 
As restrições existem para garantir o cidadão frente a atuação estatal. São exemplos: 
legalidade, devido processo legal, impessoalidade... princípios em geral servem para restringir o poder 
estatal. As restrições decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público pelo 
administrador. 
Os dois princípios acima citados são considerados princípios base do direito administrativo. 
 
 
 O Estado detém prerrogativas O Estado apenas sofre 
 e sofre restrições restrições 
 
 
 
 
Se o estado atua só tendo restrições o regime jurídico não é público e, portanto, não é regime 
jurídico administrativo. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
Art. 37, caput 
 
 – legalidade 
 – impessoalidade 
 – moralidade administrativa 
 – publicidade 
 – eficiência 
 
Legalidade: o administrador deve obediência à lei. É diferente da legalidade do artigo 5º (esta 
é para o cidadão, que o que não é proibido é permitido). Para o administrador, este só age se a lei 
permite, ou seja, se a lei é omissa ele não pode agir. 
E – P 
E 
| 
P 
E – P 
L 
I 
M 
P 
E 
Indisponibilidade e Supremacia 
são princípios doutrinários 
3 
 
Impessoalidade: é o princípio que dita que se deve tratar todos igualmente. Há dois sentidos: 
(1) para com os administrados, ou seja, deve atingir o interesse público, ser impessoal; e (2) 
impessoalidade dentro da própria administração (ex. art. 37, § 1º), ou seja, o administrador não pode 
usar da própria administração para se promover, por ex., obras são do governo e não do politico que 
estava em exercício na época; ou se ambulância de hospital municipal atropela alguém, move-se ação 
contra o hospital, haja vista que este é autarquia e, portanto, é PJ, podendo responder (tem 
personalidade própria, diferente o município). 
Moralidade: probidade, ética, honestidade, boa-fé, bons costumes e, mais do que isso, por ex., 
se a lei autoriza que o administrador compre carro de luxo e ele o faz em época de crise, é imoral. O 
grande problema de quando o ato é legal, porém imoral é a prova. Provar que a intenção é imoral é 
difícil (ex. político que desapropria imóvel de inimigo). 
Publicidade: é a transparência dos atos administrativos. Quanto maior a publicidade, maior o 
controle dos atos. Os atos devem ser púbicos e divulgados. Deve-se permitir o amplo acesso aos atos. 
Há sigilo quando o interesse público exigir.  O sigilo ocorre quando a lei estabelece – ex. art. 5º, XIV, 
XXXIII, LX. 
Eficiência: ingressou na CF em 98 pela EC 19/98. É garantir a qualidade, a rapidez, o baixo 
custo. 
 
____________________________________________________________________08/02/2012 
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO PAULISTA 
Art. 111 
 
Razoabilidade: para a doutrina majoritária é a mesma coisa que proporcionalidade. É uma 
proporção entre meios e fins, de modo que o administrador não pode ir além nem fica a quem do 
necessário para atingir o interesse público. Serve para impedir excessos, etc. Ex.: agentes da CETESB 
vão à uma empresa que está emitindo gases poluentes ao ambiente. O razoável seria interditar apenas 
o setor da empresa que está emitindo os gases e não a empresa toda. Aplicar multa também pode não 
ser razoável, pois pode não resolver o problema. 
 para quem diferencia os conceitos, razoabilidade é o bom senso do administrador e, 
proporcionalidade é o equilíbrio entre meios e fins. 
Motivação: é justificar, fundamentar, demonstrar o porque tomou aquele determinado ato. É 
uma forma de controlar os atos do administrador, que fica vinculado ao ato e ao motivo (por ex. se é 
descoberto que o motivo, em verdade, é outro, há vício no ato – nulidade absoluta). Não importa o ato 
(vinculado ou discricionário), a motivação é SEMPRE obrigatória, exceto quando a própria CF dispensar 
a motivação. 
Finalidade: decorre do princípio da legalidade. O administrador deve atingir a finalidade da lei 
quando toma determinado ato. 
Interesse Público: decorrência do princípio da supremacia. Quando em conflito, o interesse 
público permanece superior ao privado. 
 
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
Súmula 473/STF 
 
É tão importante que o STF sumulou a questão. 
Autotutela significa a administração se autocontrolando, ou seja, controla os atos que ela 
mesma edita (“tutela” aqui é controle, e não defesa). 
Esse controle é feito: 
1- Por anulação: quando o ato é ilegal(vício de ilegalidade). Essa anulação tem efeitos ex 
tunc, ou seja, anula o ato desde a edição dele. 
2- Por revogação: quando o ato é legal, porém inconveniente ou inoportuno ao interesse 
público. (pode um ato, após um tempo, perder a conveniência e aí o ato é revogado. Ex. funcionário 
precisa ser removido para trabalhar em outro departamento que está necessitando de serviço. Após 
acabar essa necessidade, ele precisa voltar para o departamento de origem, assim, revoga-se o ato). 
4 
 
Tem efeitos ex nunc, pois o ato sendo legal, produz direitos, portanto, não há que se falar em invalidar 
os efeitos que o ato produziu quando era conveniente. 
 
A ADMINISTRAÇÃO E SEUS DOIS SENTIDOS 
 
A expressão “administração pública” pode ser usada em dois sentidos diferentes: 
1- OBJETIVO: a atividade que a administração pública realiza. É a função administrativa. As 
funções que a administração pública desempenha são: 
a) Serviço Público: saúde, educação, energia elétrica, correio, loteria... É toda atividade 
material criada por lei e exercida direta ou indiretamente pela administração, regida por um 
regime jurídico necessariamente público para atender as necessidades sociais. 
 segurança pública não pode ser delegada – deve exercer diretamente 
 infraestrutura aeroportuária, telefonia, energia elétrica, educação, etc., podem ser delegados 
– podem ser exercidos indiretamente. 
b) Fomento: incentivar. É toda atividade de incentivo da administração à iniciativa privada de 
interesse público. Ex.: financiamento especial / diferenciado a quem quer construir hotel  incentiva o 
setor turístico; gera economia nacional. 
c) Poder de Polícia ou Polícia Administrativa: é toda limitação criada por lei ao exercício de 
certos direitos individuais e ao direito de propriedade fiscalizada pela administração para que haja um 
bem estar social. Ex.: polícia no sentido de que fiscaliza). 
d) Intervenção do Estado no Domínio Econômico: art. 173, CF. Atividade econômica só é 
exercida pelo poder público excepcionalmente, pois a atividade econômica cabe à inciativa privada. 
  
 
 
 
 
e) Função Reguladora: é nova na doutrina. Tem muito a ver com a criação das agências 
reguladoras. A tendência é considerá-la uma nova função do poder administrativo. Surgiu em razão da 
transformação do Estado (o Estado está sofrendo influências internacionais). A criação das agências é 
influência norte-americana. 
 
2- SUBJETIVO: estuda os sujeitos, entes e órgãos que compõem a administração. A 
administração é composta de órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos. 
a) Órgãos Públicos: é a administração direta e centralizada: a União, os estados, o distrito-
federal e os municípios atuam sem delegar suas funções. Nada tem a ver com descentralização. O 
órgão pertence à pessoa que o criou e esse órgão não vive fora da pessoa que o criou (como o coração 
não vice fora o corpo humano – comparação doutrinária), ou seja, órgão público não tem 
personalidade jurídica. Órgão Público é uma unidade de competência criada por lei que não 
tem personalidade jurídica e que integra a chamada administração direta. Pode acontecer, na 
administração direta, a chamada desconcentração (diferente de descentralização), que é a distribuição 
interna de competência entre os vários órgãos, ou seja, é uma distribuição de tarefa, ex. 
subprefeituras, secretarias, ministérios. 
Classificação dos órgãos: 
a.1) quanto à posição na administração: 1- independentes 
 2- autônomos 
 3- superiores 
 4- subalternos 
A administração tem posições hierárquicas. Os órgãos independentes estão no ápice e 
representam os três poderes estatais e se subordinam apenas à CF (STF, STJ, Câmara dos Deputados, 
Assembleias Legislativas, Câmara, Senado, etc). 
Os órgãos autônomos são aqueles imediatamente subordinados aos independentes e que 
possuem autonomia técnica, financeira e administrativa. 
Os órgãos superiores tem o poder de direção, mas não tem autonomia (delegacias, 
departamentos, coordenadorias, procuradorias, gabinetes, etc). 
ex. quando o setor privado não tem interesse; 
o Estado por vezes necessita exercer a 
atividade econômica para evitar abusos, 
equilibrar o domínio econômico. Ex. petrobras – 
exercida pelo poder público – evita monopólio, 
carteis, etc. 
5 
 
Os órgãos subalternos não tem autonomia nem poder de comando, são os órgãos de mera 
execução, só executam o que os outros mandam. Ex.: repartições públicas, seção, portaria, zeladoria. 
a.2) Quanto à Composição: 1- simples 
 2- compostos 
Quanto à composição os órgãos podem ser simples, com apenas uma unidade de competência 
(ex. presidência) ou compostos, com mais de um órgão (ex. ministério). 
 
a.3) Quanto à Atuação Funcional: 1- singular 
 2- colegiado 
Quanto à atuação funcional podem ser singular, exercido por uma só pessoa (ex. presidência; 
diretoria de escola); ou colegiado, exercido por mais de uma pessoa (ex. STF, TCU). 
b) Pessoa Jurídica: administração indireta ou descentralizada, ou seja, a União, estados, 
distrito federal e municípios não querem exercer diretamente a função e para isso criam PJ para 
exercer tais funções. Quando uma PJ cria outra PJ há a descentralização funcional ou por serviço. Ex.: 
a União cria o INSS. Essas PJ são: autarquias; fundações governamentais; empresas públicas; 
sociedades de economia mista e as agências. 
b.1) Autarquias: são PJ de direito público, criadas por lei específica para exercer uma 
atividades tipicamente estatal. Ex.: banco central, CVM, INSS, grande maioria dos hospitais públicos, 
USP, conselhos regionais (a OAB não é autarquia, é uma entidade sui generes). 
b.2) Fundações Governamentais: são as criadas pelo Poder Público e não por 
particulares. São PJ de direito público ou privado, criadas por lei, cujo patrimônio é afetado/destinado 
a uma finalidade pública. Ex.: FUNAI, PROCON, IBGE – fundações de direito público; Fundação Padre 
Anchieta - fundação de direito privado que atua como se de direito público fosse. 
b.3) Empresas Públicas: compõem, juntamente com as sociedades de economia mista o 
“grupo” das empresas estatais, pois as duas são PJ de direito privado. As empresas públicas são PJ de 
direito privado, cuja criação é autorizada por lei, com capital inteiramente público, podendo adotar 
qualquer tipo societário. Ex.: Correios, INFRAERO, BNDES, CEF. Dependendo da atividade que exerce, 
pode ou não ter fins lucrativos. Ou são criadas para exercer atividade econômica, ou para exercer 
serviço público. 
b.4) Sociedades de Economia Mista: são PJ de direito privado, cuja criação é autorizada 
por lei, com capital misto (sendo a maioria das ações com direito a voto do poder público) e que só 
pode adotar a forma de sociedade anônima. Ex.: Petrobras, CPTM, Metrô, SPTrans, BB. 
b.5) Angências: há duas espécies: (I) reguladoras, que são autarquias de regime 
especial, como a ANVISA, ANEEL, etc., onde os dirigentes tem autonomia e mantém mandato fixo; e 
as (II) executivas, que são autarquias ou fundações que já existiam e que ganham um título de 
agência executiva pelo Presidente da República. Esse título de agência é dado e a autarquia ganha 
maior autonomia de gestão. Ex.: INMETRO. 
c) Agentes Públicos: A CF e a lei de improbidade administrativa não usam a expressão 
funcionário/servidor público e, sim, agentes públicos, para abranger todas as categorias de agente. 
Agente público é toda pessoa física que presta serviços à administração, ainda que 
temporariamente, com ou sem vínculo, com ou sem remuneração paga pelos cofres 
públicos. 
c.1) agentes políticos: ocupam cargo do mais alto escalão. Exercem função política, ou 
seja, exercem uma parcela de soberania. Ex.: presidente, governador, prefeitos, ministros, secretários 
municipais e estaduais (no executivo), deputados federais, senadores, deputados estaduais, 
vereadores (no legislativo). Pode haveragentes políticos eleitos ou nomeados, portanto, nada tem a 
ver com a forma de investidura no cargo e sim com a ocupação de cargo de alto escalão. 
 Magistrados e membros do MP e ministros do Tribunal de Contas são servidores 
estatutários e não agentes políticos (para a doutrina majoritária; para Hely Lopes são agentes 
políticos). 
c.2) Servidor Público: é o funcionário público. Ocupa cargo que é regido por lei. (ou seja, 
é um estatuto). Deve prestar concurso para exercer o cargo e, após o estágio probatório a estabilidade 
é adquirida. 
c.3) Empregado Público: tem emprego (e não cargo), portanto o regime jurídico é a CLT. 
Precisa prestar concurso. NÃO é estável, não havendo estágio probatório após a contratação e, sim, 
6 
 
contrato de experiência. Sendo assim, para o STF o empregado concursado precisa de um mínimo de 
contraditório e ampla defesa para que seja mandado embora, pois não é totalmente CLT, já que é 
concursado. (o TST não pensa assim). 
c.4) Servidor Temporário: tem função temporária. São funções excepcionais – art. 37, IX 
+ Lei 8745/93. São contratados para certas funções excepcionais e quando acaba a necessidade da 
função, ele está fora dos quadros da administração pública. NÃO há necessidade de concurso. 
 Mesário NÃO é servidor temporário, é um particular em colaboração com o poder público. 
c.5) Agentes Militares: são a PM, os bombeiros (militares estaduais) e as forças armadas 
– exército, marinha e aeronáutica (militares federais). 
c.6) Agentes em Colaboração com o Poder Público: pessoas físicas que prestam 
serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração. Podem ser agentes 
voluntários, honoríficos ou requisitados (mesário, jurados etc), delegados (leiloeiros, tradutores e 
intérpretes públicos, depositário, juiz de paz e peritos) e, por fim, concessionários e permissionários de 
serviços públicos (funcionários da Eletropaulo, são particulares que prestam serviço público através de 
contrato). 
c.6.1) agentes honoríficos (requisitados): não há vínculo e muitos não rebem dos 
cofres públicos. 
c.6.2) agentes delegados: ganham esse nome porque exercem função por 
delegação. Ex.: juiz de paz, depositário, leiloeiros, tradutores, peritos, tabeliães. 
c.6.3) concessionários e permissionários de serviço público: todos os agentes 
que trabalham em empresa privada que presta serviço para a administração pública 
 Concessão: particular presta serviço para a administração através de contrato. 
____________________________________________________________________15/02/2012 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1) Poder Disciplinar: poder interno à estrutura administrativa. O poder disciplinar é o poder 
que a Administração tem de detectar a infração de serviço; apurar a autoria e aplicar ao infrator a 
respectiva penalidade prevista em lei. Sempre respeitará os princípios do contraditório e a ampla 
defesa. É considerado um poder discricionário, pois há margem de escolha – nunca absoluta e pautada 
por lei. 
2) Poder Hierárquico: hierarquia administrativa: poder que a Administração tem de coordenar 
as tarefas e distribuí-las entre os diversos órgãos e agentes que a compõem. Organiza, coordena, 
controla e corrige as atividades administrativas. Deste poder decorrem as competências de dar ordens, 
de fiscalizar, de rever, de delegar e de avocar. 
• Dar ordens: determinação de conduta ou ato a ser praticado pelo subordinado. 
• Revisão ou Autotutela: controle dos atos dos subordinados, anulando (efeito ex tunc) atos 
ilegais, ou revogando (efeito ex nunc) atos legais inoportunos ou inconvenientes, mediante provocação 
ou de ofício. 
• Fiscalização: coloca-se os atos e condutas dos subordinados sob vigilância para que se 
respeite os limites impostos pela lei. 
• Delegação: as competências recebidas são atribuídas aos subordinados, desde que elas não 
sejam privativas/exclusivas ao agente ao qual foram atribuídas. 
• Avocação: chama-se para si funções atribuídas a órgão diverso subordinado, desde que estas 
funções não sejam privativas do órgão subordinado. 
3) Poder Normativo ou Regulamentar: é o poder que administração tem de editar condutas 
gerais e abstratas para dar fiel execução à lei. 
A adm pode, por exemplo, emitir circulares, decretos regulamentares, circular, instruções e etc 
tentando dar fiel execução a lei. O poder normativo é do poder executivo e a lei é do poder legislativo. 
A lei é considerada um ato normativo primário pq a única que pode inovar no ordenamento jurídico é 
ela, já o poder normativo da adm é considerado um ato normativo secundário e não podem criar nada 
7 
 
que a lei não tenha criado, ou seja, uma circular, por exemplo não pode criar nem determinar nada 
que a lei não tenha criado, senão ela é ilegal. 
3.1) decreto regulamentar (ou regulamento): é um ato normativo de competência 
privativa do chefe do poder executivo (presidente, governadores e prefeitos) editado para dar fiel 
execução a lei. Há duas espécies de decreto regulamentar: 
a) decreto regulamentar executivo - art. 84, IV, CF, que serve para dar fiel 
cumprimento a lei, sancionando, promulgando e publicando essas leis, bem como decretos e 
regulamentos; 
b) decreto regulamentar autônomo ou independente - art. 84, VI, CF e EC 32/01, que 
trata de matéria que a lei ainda não tratou e por isso ganha o nome de autônomo ou independente. Ele 
só pode ser usado nas alíneas a e b do art. 84 da CF (a- organização e funcionamento da administração 
federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b- 
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos). 
 
- o STF nao conhece de ADIn sobre decretos executivo, pois segundo o próprio STF é mais questão de 
ilegalidade do que de inconstitucionalidade, vez que o decreto que fere a CF, primeiro fere alguma lei. 
Já o decreto autônomo quando fere a CF é de forma direta. 
4) poder de policia ou policia administrativa: há quem chame esse poder de limitação 
administrativa, por duas razões, primeiro pq a palavra polícia é ampla e acaba por levar a pensar na 
policia da segurança pública e, segundo, pq o poder de policia historicamente surgiu durante estados 
absolutistas e não num estado moderno, o que pode levar a pensar que é um poder ruim. O poder de 
polícia é a prerrogativa que a adm tem de restringir o exercício de certos direitos individuais e do 
direito de propriedade para o bem estar social e sempre fundada na lei. O conceito legal está no artigo 
78 do CTN, pq toda vez que o estado exerce o poder de policia ele pode cobrar uma taxa, chamada de 
taxa de poder de policia - ex. Inspeção veicular, cobra taxa. 
 
Características do Poder de Polícia 
1) exercido pela adm. Direta ou indireta, sendo, portanto, indelegável ao particular. A 
empresa que instala radares, por exemplo, somente operacionaliza o poder de polícia com a instalação, 
mas quem pune e emite e envia as multas é o poder publico. 
2) em regra é discricionário, ou seja, há certa liberdade para olhar para o caso concreto e 
verificar o que é melhor, mais compatível ao interesse público, porém é uma liberdade vigiada pela lei, 
não sendo uma liberdade absoluta; por exceção é vinculado, ou seja, a lei não permite essa 
liberdade, não podendo o administrador fazer escolhas. Em matéria de poder de polícia a diferença 
entre autorização e licença é que a autorização é sempre um ato discricionário (ex. Porte de arma. 
Mesmo se o indivíduo preencher os requisitos da lei o poder publico pode negar a autorização) e a 
licença é sempre um ato vinculado (por ex. Licença para dirigir, onde se o indivíduo preencher as 
condições ele tem o direito subjetivo, líquido e certo de obter a licença). 
3) auto executoriedade: significa que as medidas de policia serão diretamente aplicadas pela 
adm sem precisar de previa autorização do poder judiciário. Ex. Quando embarga obra nao precisa 
8 
 
pedir autorização para o judiciário.Se o indivíduo não concordar com a medida, no caso da obra o 
embargo, ele leva a questão ao judiciário. Mas, só existe autoexecutoriedade se a lei estabelecer, 
portanto, pode haver medidas que não sejam auto executáveis. Há um caso que a lei não prevê auto 
executoriedade, mas a adm a usa mesmo assim, que é a situação de risco, de emergência, de prejuízo 
ao interesse publico. 
4) coercibilidade: poder de forçar o administrado a cumprir determinadas leis. Pode aplicar 
sanções, as sanções de polícia. 
 
____________________________________________________________________29/02/2012 
 
QUEM EXERCE O PODER DE POLICIA? 
a) poder legislativo: exerce o poder de policia criando as restrições desse poder (as leis). 
b) executivo: exerce o poder de policia propriamente dito, pois controla, aplica, fiscaliza e 
pune. 
c) judiciário: não exerce o poder de policia. A polícia ligada ao judiciário é a polícia judiciaria e 
não a polícia administrativa. 
 
Polícia administrativa é regida pelo direito administrativo. Incide sobre bens, direitos e 
atividades (por ex. Apreensão de mercadoria; licença para dirigir; licença para abertura de 
estabelecimento). É preventiva e repressiva (ex, quando a administração exige licença para dirigir ela 
está sendo preventiva, porém quando caça essa licença, ela está sendo repressiva. É exercida pelos 
tribunais de conta, MEC, delegacia regional do trabalho, PROCON, banco central, Anvisa, ou seja, 
qualquer órgão ou pessoa ao qual a lei atribui uma atividade fiscalizadora. (a polícia militar é 
preponderantemente administrativa!) 
Polícia judiciária: auxilia o poder judiciário. É regida pelo direito processual penal. Incide 
sobre pessoas. É uma polícia repressiva e não preventiva. É exercida pela polícia civil. 
 
LIMITES DO PODER DE POLÍCIA 
a) quanto aos agentes e ao procedimento: o limite aqui é o próprio princípio da legalidade, 
pois a própria lei diz quem é o agente e o procedimento. 
b) quanto aos fins: somente se justifica limitar e restringir direitos em geral para atingir 
interesse público, portanto, o limite aqui é o principio da supremacia do interesse publico sobre o 
privado. 
c) quanto ao objeto: necessário; proporcional; eficaz. O objeto deve ser necessário (deve ser 
realmente preciso a fim de atingir interesse publico); proporcional (os meios usados devem ser 
proporcionais aos fins); e eficaz, ou seja, atinge seus objetivos e traz resultados positivos ao interesse 
público - tem a ver com a ideia de eficiência do poder adm. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
(ato, contrato e licitação são matérias de prova com certeza!!!) 
 
Quando a administração vai atingir seus fins (exercer suas funções) ela pratica uma série de 
atos e também celebra contratos. 
9 
 
O ato é uma vontade unilateral e se divide em ato administrativo e ato da administração. 
Ato da administração são os atos que a administração pratica. Porém, nem todo ato que a 
administração pratica é administrativo. 
Ato administrativo é uma espécie de ato da administração. Ou seja, todo ato administrativo é 
um ato da administração, mas nem todo ato da administração é um ato administrativo. 
 
Conceitos: 
Ato da administração é qualquer ato praticado pela adm regido por um regime jurídico publico 
ou privado. 
São atos da administração: 
1) atos de direito privado: são atos da administração pq aqui falta o regime jurídico público, 
já que o regime aqui aplicado é o particular, de forma que a adm não age com superioridade, tentando 
se igualar ao particular. 
2) atos políticos ou de governo: aqui a adm esta em posição de supremacia, mas esse são 
atos que envolvem uma discricionariedade (liberdade) muito grande e por isso o controle desses atos é 
menor. Ex.: veto do presidente para projetos de lei, que podem ocorrer por ele entender ser 
inconstitucional ou por ele achar que é contrário ao interesse publico, o que é muito subjetivo e muito 
amplo. 
3) atos materiais: é um ato considerado de maneira isolada, de mera execução. Ex: um 
servidor varrendo a rua não tem conteúdo de vontade pelo executor 
4) atos enunciativos: enunciam/declaram um direito preexistente. Ex. Certidão, atestado. 
5) atos normativos: são atos gerais e abstratos, como instrução normativa, circular, decreto, 
portaria. A maioria da doutrina diz que esses atos não são administrativos e sim da administração pq 
são atos mais próximos da lei, pois regulamentam uma conduta mais próxima da lei e não do ato. 
6) ato administrativo: praticado sempre com a adm em posição de superioridade ao 
particular. É uma declaração unilateral de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes. É editado 
sob a égide da lei que produz efeitos jurídicos imediatos, regido por um regime jurídico publico e 
sempre sujeito a controle pelo poder judiciário. Ex. Desapropriacao, tombamento, medidas de policia 
(licença, autorizações, punição dos servidores, apreensão de mercadoria, todas as medidas de 
trânsito.) 
 
____________________________________________________________________02/03/2012 
ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1) agente: deve ser capaz e competente (conjunto de atribuições/poderes que a lei concede a 
um agente) 
2) objeto: é o conteúdo do ato, ou seja, é o efeito jurídico imediato que o ato produz, é o que o 
ato quer imediatamente. Ex. Na desapropriação o objeto é a retirada da propriedade; no tombamento 
o objeto é o próprio bem que se pretende preservar. Ele deve ser licito, possível, determinado ou 
determinável e moral. 
3) forma: é o meio com o qual ele se exterioriza, se materializa. A forma sempre está definida 
em lei. 
10 
 
4) motivos: são os pressupostos de fato e de direito que levam o ato administrativo. Todo ato 
tem por traz um fato, ou seja, tem sempre um fato que impulsiona o administrador a editar um ato. O 
motivo é o "por quê?". Não confundir motivo com motivação, pois motivo é o elemento e motivação é 
demonstração por escrito dos motivos. Em regra todo ato tem que ser motivado. 
 A TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES foi construída pela doutrina para facilitar o 
controle dos motivos pelo judiciário. Assim, os motivos determinam a validade do ato. Se os motivos 
forem falsos ou não existirem o ato não é válido. 
5) finalidade: está prevista na lei, é o "para que?" ex. para que se desapropria? A finalidade 
em sentido amplo é o interesse público, mas cada ato tem uma finalidade específica, que é o resultado 
específico que o ato quer produzir. Todo ato tem um resultado específico que está previsto na lei. Para 
atingir uma finalidade pública, uma utilidade pública ou um interesse social. Ex. 2: para o tombamento 
a finalidade é para preservar o bem e o motivo é o valor histórico e cultural daquele bem. 
Quando um administrador pratica um ato se desviando da finalidade surge um vício, o desvio de 
poder ou de finalidade, portanto, há aqui um vício que incide sobre a finalidade. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO 
a) imperatividade: pq o ato administrativo é imperativo, é imposto pela administração, ainda 
que contra a vontade do administrado. 
b) presunção de legalidade ou legitimidade: quando o ato é editado presume-se que ele é 
legal. Essa presunção é relativa (iuris tantum - se fosse absoluta seria iuri et de iuri) 
c) presunção de veracidade: presume-se que os fatos alegados pelo administrador sejam 
verdadeiros para que o ato fosse editado. É uma presunção iuris tantum. Essa presunção de veracidade 
inverte o ônus da prova, pois quem tem que provar que o fato não é verdadeiro não é o administrador, 
é o administrado. É essa característica que atribui a fé publica aos atos administrativos. 
d) autoexecutoriedade: a administração executa seus próprios atos, sem necessidade de 
autorização de quem quer que seja, em especial do poder judiciário. 
e) tipicidade: a ideia de tipicidade aqui é muito semelhante ao do direito penal, pois para cada 
finalidade que a administração pretende atingir temato típico previsto na lei, ex.: se a administração 
quer preservar um bem o ato típico é tombar e se quer tirar a propriedade deve desapropriar. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
1) Quanto à margem de escolha: leva em conta a margem de escolha do administrador. 
a) ato vinculado: é aquele que a lei não da margem de escolha ao adm. A lei não da margem 
de escolha pra ele pq a lei já escolheu pelo adm. Ao administrador cabe apenas seguir o que está na 
lei. Então, se todo ato tem 5 elementos, esses 5 já foram pré-definidos pela lei. 
b) ato discricionário: é aquele que a lei da margem de escolha ao administrador. Se o ato 
tem 5 elementos, o agente, a forma e a finalidade já foram pré-definidos pela lei com precisão, porém 
os motivos OU o objeto foram definidos pela lei, mas sem precisão, deixando-os em aberto, 
para que o administrador escolha em relação aos motivos ou ao objeto. Se a lei deixou em aberto o 
11 
 
objeto os motivos estão previstos com precisão e vice-versa. Nunca os dois estarão em aberto, de 
modo que não há discricionariedade absoluta, sempre relativa. Esses elementos em aberto são 
chamados pela doutrina de Mérito (m = motivos e o = objeto) ex. Autorização pra porte de arma é ato 
discricionário que tem em aberto o objeto, pois o ato quer o porte e se o administrador pode escolher 
entre conceder o porte ou não, o que esta em aberto é o objeto. Ex. 2: ato de remoção, a lei diz que 
um servidor só pode ser removido por necessidade de serviço, nesse caso se ele pode escolher diante 
da necessidade de serviço o que esta em aberto é o motivo. 
Os dois atos estão dependentes de lei. 
Os motivos e as finalidade só existem nos atos administrativos, tendo, portanto, mais 
elementos que o ato civil (que só tem 3, agente, objeto, motivo). 
O gesto do guarda de trânsito, o semáforo, as placas de trânsito são atos administrativos. 
 
____________________________________________________________________07/03/2012 
CONTROLE DOS ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS 
 
Se é ato administrativo ele será controlado pelo judiciário e pela administração 
 
O CONTROLE PELA ADMINISTRAÇÃO 
A administração pode controlar de ofício (regra) ou ser provocada (ex. Recurso administrativo). 
 O ato vinculado pode ser ilegal, basta desrespeitar um dos elementos previstos na lei. Assim, 
sendo o ato ilegal, a administração promove a anulação de tal ato (que retroage). 
 O ato discricionário também pode ser ilegal, quando o administrador desrespeita qualquer dos 
elementos que já estejam previstos em lei. Dessa forma, a administração anula tal ato (que retroage). 
Porém, pode existir um ato discricionário que é legal, mas é, ao mesmo tempo, inconveniente ou 
inoportuno ao interesse público. Esse ato, então, será revogado (toda revogação tem a ver com 
mérito), não retroativo, vez que o ato é legal e deve respeitar os direitos adquiridos. 
 mérito administrativo: é a liberdade de escolha do administrador. 
 
"Atos vinculado e discricionário podem ser anulados, mas somente o ato discricionário pode 
ser revogado". - não existe revogação de ato vinculado porque este não tem mérito e revogação é 
para mérito. 
 
O CONTROLE PELO JUDICIÁRIO 
O judiciário somente faz o controle mediante provocação, pois é um poder inerte. 
Um ato vinculado ilegal pode ser anulado pelo judiciário (ex. Sou agente e recebi punição da 
administração posso ingressar no judiciário para anular tal ato punitivo), tendo efeitos ex tunc. 
Um ato discricionário, sendo ilegal, pode ter sua anulação pleiteada perante o judiciário, tendo 
efeitos ex tunc. Porém, sendo ato discricionário inconveniente e inoportuno, este não pode ser 
revogado pelo judiciário, pois a revogação tem a ver com mérito e o mérito tem espaço reservado para 
o administrador e o juiz não pode fazer as vezes do administrador (é o administrador que sabe o que é 
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bom para o interesse publico naquele momento. Se o judiciário o fizesse, estaria violando o princípio 
da separação dos poderes. Note que se, por ex, em ato de remoção, um administrador remove alguém 
de seu posto por punição ou por não gostar da pessoa, isso nada tem a ver com mérito, pois não há a 
necessidade da remoção, sendo, então, um ato ilegal, que pode ser anulado pelo judiciário. 
 
Conclusões: O judiciário pode anular atos vinculado e discricionário. O judiciário aprecia ato 
discricionário sob aspecto de legalidade e não de mérito, logo não revoga ato discricionário. 
 
VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
Se um ato administrativo tem mais elementos do que o ato privado, por óbvio, o número de 
vícios possíveis também será maior. Via de regra, quando o administrador se depara com um vicio ele 
é obrigado a anular o ato, visto que ele está sujeito ao princípio da legalidade, mas as vezes, em 
medida excepcional, o administrador vai preferir que um ato ilegal produza efeitos por que isso será 
mais benéfico ao interesse publico (é a chamada confirmação*) 
 
1) Quanto ao Agente: 
a) Usurpação de funções - art. 328, CP, é o mais grave porque antes de ser um vício é 
um crime. Ocorre quando aquele que não foi investido em cargo, emprego ou função pratica atos 
administrativos como se agente público fosse, ou seja, usurpador não é agente e age de má-fé, como 
por ex. a pessoa se apresenta como oficial de justiça e, nesse caso é mais do que nulidade absoluta, 
sendo um ato inexistente; 
b) função de fato, onde aquele que tem cargo, emprego ou função foi investido de 
maneira irregular. Aqui não há má-fé por parte do agente, e este é apenas um agente de fato e não de 
direito, como por ex. uma pessoa que prestou concurso publico e faltou constar do edital que era 
necessário ensino superior: este ato pode ser convalidado, de modo que todos os atos praticados por 
esse agente até a percepção do vicio são validos; 
c) excesso de poder**, ocorre quando agente competente ultrapassa os limites da sua 
competência, ou seja, ele é competente, mas vai além: ex. o policial tem competência para algemar a 
força, mas para algemar espancou a pessoa. Nesse caso é nulidade absoluta - não convalida; 
d) incompetência, que ocorre quando o agente pratica um ato que não é da sua 
atribuição, pratica um ato para o qual não é competente. - logo, as vezes da pra ratificar a 
incompetência (ratificação é o nome dado à convalidação da incompetência) 
2) Quanto ao objeto: Aqui o vicio pode ser: 
a) ilicitude, como, por exemplo, quando o município desapropria bem da união, visto que 
o ente menor não pode desapropriar bem de ente maior; 
b) impossibilidade, como por exemplo nomeação para cargo inexistente, abrir licitação na 
lua, decretos proibindo a morte. O vicio quanto ao objeto impossível faz com que o ato seja 
inexistente; 
c) incerteza, gera nulidade absoluta, vez que não é possível, não é possível que se 
desaproprie qualquer bem sem certeza; 
13 
 
d) imoralidade, objeto que fira os princípios da probidade e moralidade, gera nulidade 
absoluta. 
3) Quanto à forma: em regra a forma está prevista na lei, se o administrador praticar o ato 
violando a lei, esse ato tem nulidade, em regra, absoluta, porém se ocorrer de se tratar de um 
requisito não essencial a nulidade é relativa (mas é raro). 
4) Quanto aos motivos: 
a) inexistência: tem-se que o ato não é válido porque o motivo não existiu. Ex. O 
administrador pune o agente por um ato que não existiu. 
b) falsidade: gera nulidade relativa, pois o motivo era falso, ex. O administrador pune o 
agente por um ato falso. 
5) Quanto à finalidade: desvio de poder, é expedir o ato, por ex., em interesse próprio, ou 
seja, sem buscar o interesse público, ex. Desapropria para prejudicar um inimigo, gera nulidade 
absoluta. 
 
*Confirmação é o ato pelo qual a administração deixa de anular um ato ilegal porque mantê-lo assim 
é mais benéfico ao interesse publico do que a sua anulação. Mas isso só pode ser feito se (1) não 
houver má-fé; (2) nãohaja prejuízo ao erário; (3) não haja prejuízo a terceiros - ex. A administração 
autorizou um loteamento em determinadas terras e mais de mil famílias se instalaram aí e depois de 5 
anos se descobre que essa autorização teve por base um documento irregular. Assim, é mais benéfico 
que se confirme e mantenha o ato do que anulá-lo. 
 
NAO CONFUNDIR confirmação com convalidação. 
Convalidação é o ato pelo qual a administração supre/sana o vício de um ato ilegal que gerou 
nulidade relativa com efeitos retroativos, ou seja, a administração olha pra um vicio e percebe que 
esse vício tem uma ilegalidade que esta gerando uma nulidade relativa e não absoluta, assim, a 
administração sana esse vicio e o ato passa a ser valido. Para saber se o vício gerou nulidade absoluta 
ou relativa, basta olhar pra tal vício e repetir o ato varias vezes. Se o vicio não desaparecer a nulidade 
é absoluta, se desaparecer, é relativa e, portanto, vicio sanável. São pouquíssimas as hipóteses que 
permitem convalidação, gerando, a grande maioria, nulidade absoluta. 
 
Não Confundir: abuso de poder: pode existir na modalidade excesso de poder (vai além da 
competência prevista na lei) ou na modalidade desvio de poder (vai além da finalidade publica, nao 
querendo atingir a finalidade publica e sim a pessoal). Qualquer forma de abuso pode configurar crime 
de abuso de autoridade. 
 
 
__________________________________________________________________09/03/2012 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1) Pela produção de seus efeitos: um ato após produzir seus efeitos se extingue 
naturalmente; 
2) Pelo desaparecimento do agente ou objeto, ex. pega fogo no bem que seria tombado, 
desaparece o objeto, desaparece o ato de tombamento. Ex. 2: o agente que seria promovido morre, 
14 
 
desaparece o agente - somente extingue o ato quando o agente que seria beneficiado pelo ato 
desaparece; 
3) Pela retirada: pratica-se um ato para retirada de outro - (a) anulação ou invalidação, é a 
retirada de um ato administrativo ilegal feita pela administração ou pelo judiciário, com efeitos ex tunc 
e que se refere a atos vinculados ou discricionários, pois os dois são passíveis de anulação. O prazo 
para anular é de 5 anos, com base no art. 54 da lei 9784/99, para a administração e também de 5 
anos para o judiciário, porém com base em um decreto; (b) revogação, retira-se um ato 
inconveniente ou inoportuno ao interesse público feita pela administração (pois só a administração 
pode retirar atos dessa natureza), com efeitos ex nunc, que se refere apenas a atos discricionários, 
que são os únicos que tem mérito. Não há prazo para revogação, pois se trata de um ato legal que 
apenas se tornou inconveniente; (c) cassação, é a retirada de um ato vinculado que se tornou ilegal 
porque o seu beneficiário deixou de cumprir as condições da Lei, ou seja, a cassação é uma questão de 
ilegalidade, porém há nomenclatura própria (cassar) para atos vinculados que se tornaram ilegais. Ex. 
A administração dá a licença para dirigir, porém o motorista fica cego, então a administração cassa a 
carta; (d) caducidade, nada tem a ver com transcurso do tempo. É a retirada de um ato pela 
superveniência de uma norma jurídica que torna impossível uma situação antes permitida. Ex. Uma 
nova lei que tornou impossível uma situação que antes era possível - o indivíduo quer abrir uma banca 
de jornal em determinado local e consegue a licença pela prefeitura, mas depois surge uma nova 
determinação legal dizendo que ali não pode mais haver banca de jornal; (e) contraposição, há 
retirada de um ato por outro produzindo efeitos contrários ao anterior, ex. ato de exoneração de 
agente público extingue o ato de nomeação. 
4) Pela renúncia: quando o agente abre mão das vantagens que decorrem do ato. 
 
 
LICITAÇÃO 
 
É um processo administrativo pelo qual a administração escolhe a proposta mais vantajosa para 
celebração de um contrato de interesse público. A administração tem o dever de licitar, pois quando ela 
sentir a necessidade de contratar, ela não pode escolher com quem vai contratar, devendo receber 
diversas propostas pela licitação e escolher. Há casos, porém, que a lei permite que não seja feita 
licitação (tema tratado mais a frente). 
Compete à união legislar sobre normas gerais de licitação, ou seja, normas principiológicas, 
fundamentos, etc. Assim, os estados e municípios estão autorizados a legislar sobre normas especificas 
de licitação. 
 
QUEM DEVE LICITAR? 
A administração direta (união, estados, municípios e DF) e administração indireta (fundações, 
autarquias*, empresas públicas, sociedades de economia mistas** e agências***) devem licitar. 
Também deve licitar, qualquer entidade privada que receba repasse de verba publica. 
 
15 
 
*sempre licita porque é PJ de direito público, mas os conselhos de classe como CRM, CREA, etc. devem 
licitar também, com exceção da OAB que não é mais autarquia. 
**empresas públicas e sociedades de economia mista são PJ de direito privado, assim podem exercer 
serviços públicos (ex. Sabesp e correios) ou atividade econômica (ex. Banco do Brasil, Petrobras), 
assim, se estão exercendo serviço publico devem licitar, mas se forem exercer atividade econômica, 
que é atividade típica do particular, pois submeter essa entidade toda vez à licitação seria um obstáculo 
à livre concorrência desta com as demais, assim, se o objeto encontrado não está ligado à atividade fim 
e sim à atividade meio devem licitar, mas se for quanto à atividade fim não precisa licitar. 
*** executiva e reguladora 
 
- art. 37, XXI, CF 
- art. 22, XXVII, CF 
- lei 8.666/93 
 
____________________________________________________________________14/03/2012 
FUNDAMENTOS DA LICITAÇÃO 
A licitação tem 4 fundamentos: (1) isonomia, pq a ideia é se a adm vai contratar, é com 
dinheiro publico, portanto, dinheiro do povo, então todos temos direito de participar da licitação e ser 
tratados com igualdade; (2) eficiência, pq deve sempre ser "escolhida" a proposta mais vantajosa, 
mais eficiente; (3) moralidade administrativa, pq se a adm pudesse contratar com quem ela 
quisesse, ela contrataria com amigos, parentes, etc.; (4) promover o desenvolvimento nacional 
sustentável (fundamento acrescentado a pouco tempo), deve-se, então, levar em conta na licitação a 
contratação de empresas que estejam focadas com o meio ambiente. 
 
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO 
O LIMPE se aplica também na licitação, mas os princípios diretamente ligados à licitação são: 
a) Isonomia ou igualdade: é um fundamento e é principio também. Durante todo o 
procedimento licitatório a administração tem que promover igual tratamento aos licitantes. Se não 
houver isonomia corre o risco de a licitação ser anulada. 
b) Publicidade: todos os atos tem que ser públicos. Qualquer pessoa pode acompanhar uma 
licitação, mesmo não sendo licitante. As sessões são realizadas a portas abertas. Mas, mais que isso, a 
intenção da administração de contratar deve ser publicada, por edital no DO. Mesmo na modalidade 
convite de licitação (tema mais a frente), onde não há publicação de edital, há a publicidade. Só há 
uma exceção à publicidade, as propostas são sigilosas até o momento adequado de sua abertura, 
portanto, teoricamente, um não sabe da proposta do outro. 
c) Do julgamento objetivo: a administração faz um julgamento das propostas apresentadas 
através de critérios objetivos (pois não dá para se julgar por critérios subjetivos). Esses critérios são: 
(1) menor preço, que é o mais objetivo possível, sai vencedor aquele que apresentou o menor preço, 
mas deve-se verificar que nem sempre o menor preço é o de melhor qualidade; (2) melhor técnica, 
mas aqui já há um pouco de subjetivismo; (3) preço e técnica, onde o participante ganha uma nota 
pelo preço e outra nota pela técnica, de modo que se somam as duas notas e divide e o participante de 
16 
 
maior nota ganha; (4) maior lance, válidosomente para leilões, quando a administração aliena bens 
móveis, onde o maior lance ofertado ganha. - vale ressaltar que os critérios “melhor técnica” e preço e 
técnica são critérios excepcionais, pois em regra a administração usa o critério menor preço. 
d) Da vinculação ao instrumento convocatório: o instrumento que convoca é o edital, que é 
considerado por Hely Lopes Meirelles a lei interna da licitação porque ele faz constar todas as regras 
dessa licitação, então, as clausulas do futuro contrato, a documentação que deve ser apresentada, os 
prazos, etc., tudo consta do edital. Dessa forma, a administração fica vinculada aos termos do edital, 
de modo que não pode exigir nada que não tenha constado do edital, pois se assim fizer, gera nulidade 
da licitação por ferir esse principio. Em regra, uma vez publicado o edital ele não pode ser alterado, 
mas por vezes são permitidas pequenas alterações. Caso contrário, deve-se extinguir esse edital e 
publicar outro. 
e) Da adjudicação compulsória: adjudicar é entregar, atribuir. Esse princípio diz que se a 
administração pretender contratar, ela deve entregar o contrato para o vencedor, ou seja, a 
adjudicação do contrato é compulsória para o primeiro colocado, o vencedor. Mas deve-se perceber 
que a administração não é obrigada a contratar, pois a licitação é um ato discricionário, de modo que 
ela pode licitar, mas não realizar o contrato. Em casos de não contratação não cabe indenização para o 
vencedor não contratado, pois, quem ganha a licitação tem apenas um expectativa de contratação e 
não um direito adquirido. 
 
____________________________________________________________________16/03/2012 
HIPÓTESES DE DISPENSA E DE INEXIGIBILDADE DE LICITAÇÃO 
 
Em regra é obrigatória a licitação, mas há duas exceções: 
(cai na prova a diferença entre dispensa a inexigibilidade) 
 
DISPENSA: prevista no art. 24 da Lei 8.666/93. É um ato discricionário, pois pode-se 
dispensar ou não, sendo facultado ao administrador licitar caso queira. Aqui o rol é taxativo, sendo os 
31 incisos as únicas hipóteses de dispensa. 
a) Em razão do valor do contrato - art. 24, I e II 
b) Em razão da pessoa contratada - art. 24, XIII, XX, XXVII 
c) Em razão do objeto do contrato - art. 24, XII 
d) Em razão de situação excepcional - art. 24, III, IV E V 
 
INEXIGIBILIDADE: prevista no art. 25 da Lei 8.666/93. É um ato vinculado, de modo que 
mesmo que o administrador queira, não se pode fazer a licitação. Aqui, o rol é exemplificativo, de 
modo que se o administrador se deparar com alguma situação análoga às do art. 25 ele pode contratar 
diretamente, sem licitação. 
 
Art. 25 - Inexigibilidade 
I) caso de produtor exclusivo: só tem um produtor, portanto, não há competição, de modo 
que não há necessidade de licitar, mas a lei exige um certificado de exclusividade emitido por algum 
17 
 
órgão competente para que valha a contratação. Se o contrato, se fosse caso de licitação, seguisse a 
modalidade concorrência, esse produtor deve ser o único no país, se seguisse a modalidade convite, 
deve ser o único na localidade e se for por tomada de preço, (...) só vale para produtos; 
II) contratação de serviço técnico singular com profissional de notória especialização: 
só vale para serviços técnicos (previstos no art. 13 da lei de licitações), mas não basta querer contratar 
um serviço constante do artigo 13, mas esse serviço deve ter, ainda, uma natureza singular, particular, 
que foge do cotidiano da administração, como por ex. uma causa muito complexa e de valor muito alto 
na justiça para a qual a administração quer contratar um parecer com a Maria Sylvia, que tem notória 
especialização em direito administrativo; ou a administração quer contratar um projeto em 
homenagem à cidade de São Paulo, e quer contratar o Oscar Niemeyer 
III) contratação de profissional do setor artístico consagrada pela crítica especializada 
ou opinião publica: a administração quer contratar um artista consagrado pela critica especializada 
ou pela opinião publica. 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO - lei 8.666/93 
1) concorrência: para contratações de alto valor: Obras e serviços de engenharia acima de 1,5 
milhão, compras e outros serviços acima de 650 mil. - concessão de serviço publico; PPP. Para alienar 
bens imóveis tem que ser concorrência e não leilão. É a modalidade mais ampla, que mais concede 
publicidade. Não há condição previa para participar de concorrência qualquer um pode participar, desde 
que preencha as condições do edital. A concorrência pode substituir tomada de preços e convite. 
2) Tomada de preços: cabe quando se trata de contratos de valor mediano, ou seja, obras e 
serviços de engenharia até, 1,5 milhões e compras e outros serviços até 650 mil. Aqui já tem algumas 
condições para participar. Quem participa, em principio, é que tem certificado de registro cadastral, 
mas se a empresa não fez cadastro prévio, ela pode participar da tomada de preços desde que 
apresente toda a documentação necessária ao cadastramento até 3 dias antes do inicio do 
procedimento (recebimento das propostas). 
3) Convite: cabe quando as contratações são de menor valor, ou seja, obras e serviços de 
engenharia até 150 mil e compras e outros serviços até 80 mil. Nessa modalidade a administração 
expede essa carta convite a pelo menos 3 interessados no ramo, podendo convidar quem ela quiser. 
Uma cópia dessa carta-convite deve ser afixada no mural no prédio onde vai ser feita a licitação. Quem 
não é convidado pode participar? Pode, desde que tenha cadastro e faça uma carta de interesse e 
protocole até 24 horas antes. Caso a administração não convide o mínimo de 3, devemos olhar para a 
situação para dizer se a licitação continua ou não. Se pro objeto da contratação só existem 2 ou 1 
especializados no ramo, a licitação pode ser continuada, ou seja, se houver uma justificativa plausível 
e razoável, a licitação pode continuar, porem se não conseguir justificar, aí anula. 
4) Concurso: para escolha de trabalho técnico, artístico ou cientifico, atribuindo ao vencedor 
um prêmio ou uma remuneração. Ex. Alunos que fazem redações em escolas para concorrerem à bolsa 
de estudos nos EUA. 
18 
 
5) Leilão: em regra, para alienações de bens moveis. A lei não fala em semoventes, mas 
subentende-se que também se encaixam aqui. Esse bem móvel é um bem inservível (não serve) à 
administração ou um bem móvel apreendido ou penhorado. Porém a doutrina alega que o termo 
penhora está errado, pois a penhora é um bem dado em garantia de um processo, então, o legislador 
deveria ter dito bem empenhado, que é um bem que foi dado em penhor, que é uma garantia de 
natureza real e não processual como a penhora. Somente na hipótese do art. 19 da lei é que um bem 
imóvel pode ser alienado em leilão, ou seja, se ela adquiriu um bem imóvel mediante processo ou 
dação em pagamento. 
6) Pregão - lei 10.520/2002 e Decretos 3.555/2000 (regulamenta o pregão presencial) e 
5450/2005 (regulamenta o órgão eletrônico): o pregão é a única modalidade que não está na Lei 
8.666/93 e sim nos dois decretos retro citados. O pregão não leva em conta valor (como a 
concorrência, a tomada de preços e o convite). O pregão é para aquisição de bens comuns (água, café, 
materiais de escritório, enfim, facilmente descritos no edital e que se encontra no mercado com 
facilidade) ou serviços comuns (copeiragem, jardineiro, motorista). Recentemente foi revogado um 
anexo que elencava os bens e serviços comuns, então, atualmente, não há nada que discrimine quais 
são os bens e serviços comuns, de modo que decidir se o bem ou serviço é ou não comum, cabe à 
administração. A lei 8.666/93 traz em seu artigo 13 os serviços técnicos, que precisam de profissional 
especializado, de modo que se o serviço em questão esta descrito neste artigo 13, não pode ser por 
pregão, pois não é comum. Obras e alienação de bens não podem ser feitas por pregão. 
 
PROCEDIMENTODA CONCORRÊNCIA - lei 8.666/93 (sem atualização da lei) verificar 
informações. 
a) Fase interna: é uma fase da administração, onde somente ela participa, verificando a 
viabilidade de contratar e em qual modalidade será instaurada a licitação. Após isso, elabora-se o 
edital, escolhe-se quem fará parte, etc. Portanto, é uma fase preparatória. 
b) Fase externa: 
b.1) edital: é a Lei interna da licitação, traz todas as regras da disputa. Esse edital é 
publicado de forma a chamar os interessados para participar da licitação. Esse edital deve ser 
publicado com um prazo mínimo de antecedência do inicio da licitação, no caso da concorrência de 30 
dias, mas a lei fala que esse prazo passa para 45 dias no mínimo se a concorrência for do tipo “melhor 
técnica” ou preço e técnica. Uma vez publicado, qualquer cidadão (mesmo que não esteja participando 
e nem vá participar da licitação) pode impugna-lo no prazo de até 5 dias antes do inicio. Porem se a 
impugnação for feita por licitante esse prazo é de até 2 dias úteis antes do inicio. 
b.2) habilitação: aqui a comissão da licitação abre os envelopes contendo a documentação 
dos participantes. Todos apresentam dois envelopes, sendo um contendo a documentação exigida no 
edital e outro contendo as propostas. Aqui estão abertos apenas os envelopes de documentação. Quem 
apresentar documentação irregular será considerado inabilitado e já não passa para a próxima fase. 
Após a análise a comissão declara quem são os habilitados e os inabilitados. Nessa fase cabe recurso, 
de modo que aquele que não concordar com a sua inabilitação pode entrar com recurso administrativo. 
19 
 
Aqui esse recurso tem efeito suspensivo, de modo que somente após a decisão de todos os recursos é 
que se inicia a próxima fase. Julgados os recursos, passa-se para a terceira fase. 
b.3) julgamento e classificação das propostas: aqui a comissão abre os envelopes 
contendo as propostas dos habilitados (os inabilitados recebem de volta os envelopes que continham 
suas propostas lacrado). Depois analisam se as propostas estão de acordo com o edital e começam a 
classificar tais propostas, por ex. empresa “A” fica em primeiro lugar, a empresa “B” em segundo lugar 
e etc. Se a licitação for por menor preço, aquele que apresentar menor preço fica em primeiro lugar e 
ganha a licitação. Aqui também cabe recurso administrativo com efeito suspensivo, mas deve-se 
lembrar que a parte pode optar por não interpor recurso administrativo e sim recorrer ao judiciário. 
 
As duas próximas fases são feitas pela autoridade competente. 
b.4) homologação: a autoridade competente (e nao mais a comissão) aprova o 
procedimento licitatório. 
b.5) adjudicação: após homologar, ocorre a adjudicação, ou seja, a entrega do objeto do 
contrato ao vencedor. 
 
Também cabe recurso administrativo dessas duas fases, mas aqui ele não tem efeito 
suspensivo, de modo que ele deve cumprir o contrato até que saia a decisão do recurso. 
 
PROCEDIMENTO DO PREGÃO PRESENCIAL 
O pregão surgiu com três finalidades: aumentar a agilidade, aumentar a competitividade e 
tentar acabar com as fraudes na licitação. 
a) fase interna: é quase igual à concorrência, com a única diferença de que aqui nao se forma 
uma comissão de licitação e, sim, é escolhido pela autoridade competente um pregoeiro e sua 
equipe de apoio. 
b) fase externa: 
b.1) edital: publica-se o edital, mas aqui com prazo de antecedência de no mínimo 8 dias 
úteis. O edital pode ser impugnado, mas aqui o prazo é de 2 dias úteis para cidadãos e para licitantes. 
b.2) Julgamento e classificação das propostas: todo mundo apresenta proposta 
escrita. As propostas são abertas e as propostas com menor preço e com até 10% superior à de menor 
preço vão participar na hora de lances verbais sucessivos, até que o pregoeiro declare o vencedor. Para 
participar dos lances verbais deve haver no mínimo 3 propostas com até 10% do valor mínimo 
apresentado. Se não houver o mínimo de 3, chama-se os autores das menores propostas para 
participar dos lances livres. 
b.3) Habilitação: abre-se a documentação do vencedor, que se estiver regular, ele é 
realmente o vencedor e, se estiver irregular, abre-se o envelope de documentos do segundo colocado 
e assim sucessivamente. 
b.4) Adjudicação 
b.5) Homologação 
Para adjudicação e homologação os procedimentos são iguais aos da concorrência. 
 
20 
 
A inversão de ordem de adjudicação e homologação, não faz tanta diferença, mas a inversão de 
ordem das fases entre julgamento e classificação de propostas e habilitação é que faz toda a diferença! 
 
PROCEDIMENTO DO PREGÃO ELETRÔNICO 
O pregão eletrônico é regido pelo decreto 5.450/05. A regra é que seja feito o pregão eletrônico, 
e sendo o presencial a exceção, a administração deve justificar a escolha pelo presencial, como por 
exemplo, se quiser contratar um serviço que necessita de exibição. 
É mais informal, feito pelo meio virtual. Também há edital devidamente publicado. 
A empresa que quer participar do pregão eletrônico deve acessar o site e se cadastrar e, com 
isso, na hora do pregão, o licitante acessa com a sua senha e participa. Aqui não há proposta escrita, 
somente lances dados pelos licitantes num prazo dado pelo pregoeiro. Terminado o prazo, aquele que 
ofertou o menor lance é declarado o vencedor. 
A habilitação aqui é feita depois. 
Em casos de desconexão superior a 10 minutos deve-se redesignar a sessão. 
No site do pregão eletrônico há um espaço para quem quiser recorrer apresentar sua intenção 
em recorrer, de modo que quem se manifestar deve apresentar as razoes em até 3 dias úteis. 
____________________________________________________________________23/03/2012 
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO 
(art. 49 e 59 parágrafo único Lei 8.666/93) 
 
Escolhido o vencedor o processo administrativo vai para a autoridade competente para analisar 
se é caso de homologar ou não. Havendo alguma ilegalidade, deve ocorrer a anulação da fase ou do 
procedimento todo, de acordo com o caso e com a ilegalidade. Quem participa de uma licitação e tem o 
procedimento anulado, em regra, não tem direito a indenização, salvo o disposto no parágrafo único do 
artigo 59, quando o contratado não tiver participado do ato ilegal. (art, 49, par. 1o). 
Na revogação a autoridade competente deve analisar a competência e a oportunidade, se não 
for mais competente e oportuna a licitação, justifica-se e revoga-se. Note que não há revogação de um 
ato, a revogação é sempre de do procedimento todo, mas sempre um procedimento concluído, ou seja, 
quando escolhido o vencedor, pois antes da escolha do vencedor não é revogação e sim desistência. A 
revogação gera dever de indenizar se houve prejuízo comprovado para a empresa contratada, em 
geral, elaboração do projeto, custos com a licitação, etc (se o projeto estiver em execução, já é fase do 
contrato, e a indenização aqui é diferente. Se houver desistência, indeniza todos os participantes; se 
houver revogação, indeniza somente o vencedor. Na revogação é preciso demonstrar o fato 
superveniente (que ainda não existia) devidamente comprovado. 
 
SANÇÕES PENAIS 
(art. 89 a 99 da lei 8.666/93 - trata de ilícitos penais na licitação) 
 
Esses crimes serão apurados mediante ação penal publica incondicionada, ou seja, não precisam 
de representação. Quem propõe é o MP. Esses crimes não afastam a punição das pessoas envolvidas no 
21 
 
que diz respeito à improbidade administrativa, ou seja, os envolvidos que estão respondendo pelo 
crime na esfera penal pode, ao mesmo, tempo, responder por improbidade administrativa na esfera 
civil. 
 
RECURSOS ADMINISTRATIVOS NA LICITAÇÃO 
Existe a possibilidade de recursos pela parte que se sentir prejudicada na licitação, sem prejuízo 
da hipótese de propositura de ação judicial pela parte. 
De acordo com a lei 8.666/93 há 5 dias úteis contados da ciência do ato (publicação no DO para 
os ausentes e, no casodos presentes, já sai cientificada do ato) para recorrer. No caso do convite, 
esse prazo cai para 2 dias úteis. Aqui, quando se recorre da habilitação ou do julgamento das 
propostas ha o efeito suspensivo (art. 109, I e XXXVI) 
No pregão (lei 10.520/02)m seja presencial ou eletrônico, a parte manifesta no ato a intenção 
de recorrer e deve em até 3 dias apresentar as razōes recursais (art. 4o, XVIII). Aqui, os recursos não 
tem efeito suspensivo. 
 
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
(art, 179, IX e 179, CF + Lei complementar 123/06) 
 
As EPPs e as MEs tem tratamento diferenciado para incentiva-las porque é comprovado que as 
MEs e as EPPs são as empresas que mais empregam no Brasil e, por consequência, contribuem mais. 
Em segundo lugar, elas são incentivadas para que possam competir em pé de igualdade com as demais 
empresas. Assim, vê-se que a CF está "desigualando para igualar". 
Esse tratamento diferenciado diz respeito à: 
1) Regularidade fiscal, de modo que elas precisam comprovar que estão em dia com o fisco, 
mas para as Não e as EPPs essa regularidade fiscal (o que envolve, também, débitos trabalhista) não 
vai ser apreciada durante o procedimento, então, mesmo que ela esteja irregular ela participa. Se ela 
sair vencedora aí sim verifica-se a regularidade fiscal, de modo que se houver irregularidade, ela tem 
prazo de 2 dias úteis, que pode ser prorrogado portais 2 dias úteis (a critério da autoridade 
competente) para regularizar a situação. 
2) Empate nas propostas (entre EPPs/Não e empresa comum): em sendo empate real 
(valores/preços idênticos) a ME/EPPs tem preferencia para apresentar nova proposta e, se for mais 
vantajosa, ela sai vencedora. Se ela não der nova proposta (o que é praticamente impossível) sorteia. 
A lei também fala em empate presumido, na qual os valores/preços não são idênticos, mas se a 
proposta da ME/EPP for até 10% superior do valor da empresa comum, presume-se que houve empate 
nas propostas. Aí ela tem preferencia para apresentar nova proposta. No pregão esse valor deve ser 
até 5%, caso em que chama-se para novo lance. Note que no pregão eletrônico não da pra ter empate 
e a lei do pregão eletrônico fala que o menor lance que for primeiro recebido e registrado ganha. 
____________________________________________________________________28/03/2012 
 
RDC – REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO NA LICITAÇÃO 
(MP 527 e Lei 12.462/11) 
 
22 
 
Regras diferenciadas para licitar e contratar. Visa determinados eventos desportivos, obras e 
serviços relacionados com a Copa do Mundo, Copa das Confederações, olimpíadas e para olimpíadas. 
Também para qualquer obra relacionada com a infraestrutura do aeroporto, até 350 Km da cidade 
sede. 
- ADIn 4645, proposta pelo congresso 
- ADIn 4655, proposta pelo PGR 
 
REGRAS DIFERENCIADAS: 
1- na concorrência pode ocorrer a inversão de fases, a exemplo do que ocorre com o 
pregão: a lei permite esta inversão, primeiro ocorrendo o julgamento e depois a verificação da 
regularidade da vencedora. 
2- sistema de escolha de propostas: aberto ou fechado. No aberto propostas são 
apresentadas via lances, ou seja, todos ficam sabendo das propostas abertamente. Já no fechado 
ninguém fica sabendo das propostas dos licitantes, pois estas serão entregues em envelopes fechados. 
3- orçamento "sigiloso" - final da licitação: o orçamento prévio será apresentado somente 
ao final da licitação. Há discussão sobre esta regra quanto a constitucionalidade, pois, segundo alguns 
órgãos de controle, fere principio da publicidade. 
4- publicação do edital: a nova lei diz que o edital tem que ser publicado no D.O. e em site 
oficial também. Se, porem, o objeto da obra tiver um valor até 150.000 ou se aquela compra ou 
serviço tiver um valor até 80.000, esta dispensada a publicação do edital em DO, devendo haver a 
publicação apenas no site oficial. Aqui, novamente, há uma discussão sobre o principio da publicidade e 
se fere a constituição ou não o fato de ser publicado somente no site. 
(a prof. Acredita que não há inconstitucionalidade, pois o fato de não haver publicação de edital no DO 
não fé o principio da publicidade. Basta lembrar que na modalidade convite nem edital há e não se fala 
em inconstitucionalidade por ferir tal principio. Entretanto, pode haver inconstitucionalidade formal, 
pois a medida provisória foi alterada pelo Congresso, comprometendo todo o procedimento da medida 
provisória. O presidente, na verdade, não tratou sobre o regime diferenciado de contratação, quem a 
adicionou foi o congresso nacional). 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
lei 8.666/93 (normas gerais de licitação e contratos) e art. 22, XXVII, CF. 
 
- art. 22, XXXVII, CF - competência da união para criar norma gerais e abstratas. 
- "contratos administrativos" é diferente de "contrato da administração". "Contrato da administração é 
gênero e vai compreender qualquer ajuste celebrado pela adm.; qualquer contrato que a adm. celebre 
será contrato da administração. Nem todo contrato da administração é contrato administrativo. 
 
Contrato Administrativo: é todo ajuste que a Administração celebra com uma pessoa física ou 
jurídica regido por um regime necessariamente publico, ou seja, em todo contrato administrativo a 
administração está em posição de supremacia. Não existe contrato administrativo com a administração 
tentando se igualar ao particular. Portanto, nao basta que a administração esteja em um dos pólos, 
mas é necessário, também, que ela esteja em posição de supremacia. 
23 
 
Ex.: contrato de concessão de serviços públicos; parceria publico-privada; concessão de obra publica; 
concessão de uso de direito real; etc. 
Ex.: de contratos da administração: locação, seguro, arrendamento; etc. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
1- administração em posição de supremacia: a administração tem poderes que o contratado 
não tem e isso se explica pq são contratos que envolvem o interesse publico. 
2- contratos de adesão: a administração estabelece a clausulas de execução (clausulas 
regulamentares) e o contratado não pode discuti-las. Somente as clausulas econômico-financeiras, que 
prevê o preço/custo é que podem ser discutidas e somente podem ser alteradas com a anuência do 
contratado, que é o maior interessado (art. 58, par. 1o, Lei 8.666/93). 
3- contratos intuitu personae: contratos personalíssimos, mas, diferentemente do direito 
civil, a expressão intuitu personae significa que a pessoa do contratado é importante para a 
administração, não sendo necessariamente o contratado que o deve executar o serviço, pois pode 
haver subcontratação (desde que esteja prevista no edital e no contrato). 
4- dependem de licitação: salvo as hipóteses de dispensa (art. 24, lei 8666/93) e 
inexigibilidade (art. 25, lei 8666/93). 
5- contratos formais: pois dependem de uma solenidade. São, em regra, escritos, salvo para 
pequenas compras (até 4 mil reais) de pronto pagamento, que o contrato pode ser verbal. 
6- mutabilidade e equilíbrio econômico-financeiro: os contratos administrativos são 
submetidos a mutabilidade, ou seja, estão sujeitos à mudanças, caso haja mudanças do interesse 
publico. O contratado nao pode se opor as mudanças, salvo se atingir a cláusula econômico-financeira. 
Nao se pode falar em mutabilidade sem equilíbrio, pois se o contratado é obrigado a aceitar as 
mudanças no contrato, de outro lado, qualquer mudança que atinja os valores a administração é 
obrigada a reequilibrar o contrato. Se nao fosse o preço ninguém contrataria com a administração. 
Essa regra acontece durante toda a execução do contrato. Aqui, a regra pacta sunt servanda não se 
aplica, pois o contrato pode sofrer mudanças. 
7- presença de cláusulas exorbitantes: os contratos administrativos são marcados por 
clausulas exorbitantes. Clausula exorbitante nada tem a ver com clausula leonina (abusiva, que impõe 
benefícios só para uma das partes) - seriaabusiva se fosse entre particulares, num contrato com 
características de horizontalidade. Essas cláusulas estão previstas na lei 8.666/93. 
Cláusulas exorbitantes: são clausulas de previsão legal e que colocam a administração numa 
posição de supremacia em relação ao contratado e que sempre se fazem presentes nos contratos 
administrativos, ainda que não estejam previstas expressamente. A presença dessas cláusulas é 
implícita. A administração sempre pode usar essas cláusulas exorbitantes e o contratado não pode se 
opor a essas cláusulas. 
São cláusulas exorbitantes: 
a) Exigência de garantia (art. 56, par. 1o, lei 8.666/93): se o contrato envolve interesse 
publico a adm pode exigir que o contratado preste uma garantia. São ter tipos de garantia: caução em 
24 
 
dinheiro ou em títulos da divida publica, seguro garantia, fiança bancaria, podendo o contratado 
escolher qual das três, mas nao pode se opor a exigência da garantia. 
b) Alteração unilateral do contrato (art. 58, I, lei 8.666/93): possibilidade que a 
administração tem de mudar unilateralmente esses contratos. Primeiro pq isso decorre da 
mutabilidade, e administração muitas vezes tem que alterar para ajustar o contrato ao interesse 
publico. Mas tem limites para a alteração dos contratos, que estão no art. 65, par. 1o da lei: para 
alterar obras, serviços ou compras, essa alteração nao pode superar 25% do valor inicial atualizado do 
contrato. Se for contrato de reforma de edifício ou de equipamento, até 50%. 
c) Rescisão unilateral do contrato (art. 58, II, lei 8.666/93): a rescisão unilateral também é 
permitida, ou seja, não precisa do judiciário para isso nem da anuência do contratado. Claro que a 
administração se motiva, se justifica e da oportunidade de o judiciário se manifestar, mas pode 
rescindir unilateralmente. A administração pode rescindir por inadimplemento do contratado; por 
interesse publico, ou seja, quando não for mais conveniente nem oportuno a continuidade desse 
contrato, portanto é uma questão de mérito (aqui ela indeniza se tiver prejuízos comprovados) 
d) Fiscalização do objeto do contrato (art. 58, III, lei 8.666/93): são contratos fiscalizados 
pela administração, de forma que o contratado não pode se incomodar nem impedir a fiscalização pela 
adm. A administração nomeia um agente, um fiscal só para fiscalizar a execução do contrato. Até 
porque ela transfere a execução do contrato, mas a titularidade ainda é dela. 
e) Aplicação de penalidade (art. 58, IV, lei 8.666/93 - as penalidades estão art. 87, lei 
8.666/93): a administração pode aplicar quaisquer das penalidades previstas no art. 87 da lei, 
podendo escolher qual a mais adequada, dentre: advertência - sempre por escrito (leve); multa 
(conforme previsto no edital e no contrato) - que pode se aplicada conjuntamente com qualquer 
outras; suspensão temporária de licitar e contratar com a administração (mais pesada. Aplicada 
quando o contratado cometeu algo mais grave) - esse direito fica suspenso - regionalmente, ou seja, 
só com a administração que aplicou a penalidade - no máximo 2 anos; e declaração de inidoneidade, 
de modo que o contratado fica declarado inidôneo por no mínimo 2 anos, sem limite máximo, até que 
se reabilite com a administração pagando os prejuízos que ela teve, mas aqui fica impedido de 
concorrer enquanto cumprir a penalidade em qualquer licitação no país. 
f) Ocupação temporária (art. 58, V, lei 8.666/93): não é para qualquer tipo de contrato, sendo 
somente para contratos que envolvem serviços essenciais, como saúde, transporte, água, energia 
elétrica, coleta de lixo, correios. Esses serviços essenciais estão sujeitos ao principio da continuidade, 
ou seja, não podem parar (inclusive há uma discussão quanto à greve dos servidores de serviços 
essenciais, de modo que não pode parar tudo, devendo um mínimo continuar funcionando). A 
ocupação existe diante de um serviço essencial quando a administração verifica uma irregularidade 
nesse serviço, de modo que a administração passa a ocupar / tomar conta do serviço pelo tempo 
necessário para apurar a irregularidade para que nao pare a prestação do serviço. 
____________________________________________________________________30/03/2012 
RISCOS OU ÁLEAS E A TEORIA DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO 
 
Existem risco que incidem sobre os contratos. 
25 
 
 
a) riscos ou áleas ordinárias: risco comum, previsível. Não importam para a adm, pq o 
contratado é um empreendedor, um empresário, de forma que ele já conhece esses riscos. 
b) Riscos ou áleas extraordinárias: são riscos imprevisíveis, inevitáveis e estranho à vontade 
das partes. 
c) 1) caso fortuito (fato imprevisível decorrente da vontade humana remota, ex. 
Rompimento de um cabo elétrico) e forca maior (decorrente da natureza): ocorrendo qualquer desses 
casos o contrato se extingue, e muito embora sejam excludentes de responsabilidade, de acordo com 
art. 79, par. 2o, cabe a adm arcar com os prejuízos comprovados do contratado. 
2) áleas administrativas: alteração unilateral; fato do príncipe; fato da adm: é um risco 
causado pela adm, seja direta ou indiretamente. A possibilidade que a adm tem de alterar 
unilateralmente os contratos é um risco da adm; o fato do príncipe é um ato normativo editado pela 
adm que não é parte no contrato, dirigido a toda a a coletividade e que causa um reflexo no equilíbrio 
financeiro do contrato. Ex. Num contrato de obra. O contratado depende da importação de uma 
mercadoria x. A união edita um decreto de que será mais dificultosa a importação da mercadoria x. 
Dessa forma, a adm contratante arca com os prejuízos qua a edição desse ato causou, por forca da 
responsabilidade objetiva. O fato a administração é uma ação ou omissão da adm contratante que 
causa um desequilíbrio contratual, de modo que ela mesma deve arcar com o prejuízo - 
responsabilidade contratual (aqui cabe apuração de responsabilidade). A falta de pagamento pela adm, 
quando cabia a ela pagar é um fato da adm. Cabe a ela alegar a exceptio non adimplecti contractus 
(defesa que a parte tem em contratos sinalagmaticos - é implícita em todos os contratos 
sinalagmaticos)? A lei prevê uma única hipótese em que é possível a exceptio (art. 78, XV): quando a 
adm não paga a mais de 90 dias. Se suspender a execução do contrato antes dos 90 dias, ela deve 
arcar com as consequências. 
3) áleas econômicas: pode ser um risco da economia ou pode nao ter nada a ver com 
riscos da economia. É um fator inevitável, imprevisível, que causa uma onerosidade excessiva ao 
contratado, dificultando a execução do contrato. Ex. Num contrato de obra foi feito um projeto pro 
contratado trabalhar em terreno arenoso. O contratado começa a executar a obra e encontra uma 
parte rochosa. Como ele pode ter prejuízo agora, por precisar de novas técnicas para trabalhar em 
terreno rochoso, o que pode ser mais oneroso, vale a rebus sic standibus, devendo o contrato ser 
cumprido enquanto valerem as condições de quando firmado o contrato. Assim, em tendo mais 
onerosidade, devem rever as clausulas para equilibrar o contrato. 
 
____________________________________________________________________04/04/2012 
RESCISÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
São 4 tipos: 
1- de pleno direito: ocorrendo a hipótese que está na lei, o contrato se considera 
rescindido automaticamente. Ex. Ocorrendo hipóteses de caso fortuito e força maior; falência do 
contratado. Nesses casos o contrato se rescinde de pleno direito 
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2- unilateral: só a administração pode fazer. É uma clausula exorbitante. A adm tem dois 
motivos ara rescindir unilateralmente: (a) inadimplemento do contratado, não cabendo à administração 
indenizar e, sim, ser indenizada; ou (b) por interesse públicos, ou seja, não há mais conveniência nem 
é mais oportuno a continuação desse contrato, cabendo aqui, caso haja prejuízos comprovados, 
indenização ao contratado. 
3- amigável: é um distrato,

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