Buscar

Modern Macroeconomics Resenha Cap3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
Mestrado Profissional em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial – PPGDEE
Macroeconomia
Profª. Drª. Luciana Maria Costa Cordeiro
Resenha:
Modern Macroeconomics
capítulo 3 – “The orthodox Keynesian school”
Aluno: Pedro Ivan Pimenta Fagundes
RESENHA
Modern Macroeconomics
Pedro Ivan Pimenta Fagundes
Brian Snowdon, Howard R. Vane. “Modern Macroeconomics”. Ed. Edward Elgar. 2005.
Capítulo 3 – “The orthodox Keynesian school”
O capítulo 3 apresenta inicialmente uma interpretação ortodoxa do modelo keynesiano, através do modelo de Hicks IS-LM de uma economia fechada em uma situação de desemprego. Depois trata da ineficácia de políticas fiscais e econômicas para uma economia aberta, discute a curva de Phillips com ênfase à análise ortodoxa keynesiana e oferece um resumo das proposições centrais da análise keynesiana ortodoxa. 
Os keynesianos ortodoxos acreditavam que a economia era inerentemente instável e sujeito a choques exógenos, como mudanças na eficiência marginal do investimento ou na propensão a investir (Animal Spirits). Deixada por si mesmo, a economia demoraria muito para retornar ao pleno emprego e poderia melhorar com políticas de monetárias e, principalmente, fiscais que podem ser demonstradas no modelo IS-LM, ao se estimular a demanda agregada e definir a produção.
	No mercado de bens e serviços, o equilíbrio ocorre quando a demanda agregada for igual à oferta agregada por bens e serviços. A demanda agregada é quem determina o nível de produção e emprego e é representada pela soma de consumo, gasto de governo e investimento para uma economia fechada.
Para simplificar a análise, considera-se que as despesas de consumo dependem positivamente da renda disponível, as despesas públicas são determinadas exogenamente, enquanto o investimento é tratado como inversamente relacionado com a taxa de juros – variável determinada no modelo pela interação dos mercados de bens e serviços e do mercado monetário.
	 A curva IS traça as combinações de taxas de juros e renda associados com o equilíbrio do mercado de bens. Seu nome é derivado do equilíbrio do mercado de bens para uma economia sem governo, quando o investimento é igual à poupança (IS – Investimento equals Savings). A inclinação da curva de IS depende da elasticidade dos juros em gastos com investimento e do valor do multiplicador – a curva IS será mais inclinada quando menos investimento responder a mudanças nas taxas de juros. Ceteris paribus, uma diminuição da taxa de juros, implica em um aumento de investimento e resulta em um nível mais alto de renda. O multiplicador de gastos também influenciará a inclinação da curva IS, sendo esta mais inclinada quanto menor o valor do multiplicador, ou seja, quanto menos renda será incrementada dado um incremento do investimento. No limite, há o caso extremo keynesiano em que os investimentos são perfeitamente inelásticos, sendo a curva IS vertical. 
Uma política fiscal expansionista, como um aumento dos gastos do governo (e/ou redução dos tributos), desloca a curva IS para fora (direita ou para cima e será igual ao aumento dos gastos do governo (e/ou aumento do consumo) vezes o multiplicador keynesiano.
No mercado monetário, o equilíbrio ocorre quando a demanda e a oferta por dinheiro se igualam. As autoridades determinam exogenamente a oferta por dinheiro. Dentro do modelo, a demanda por dinheiro é determinada por três motivos: transações, precauções e especulações. Os motivos transações e precauções variam positivamente em relação a renda. A demanda por saldos especulativos ou ociosos depende do nível atual da taxa de juros em relação a uma taxa de juros que pressupõe-se a normal. Ao assumir que diferentes pessoas têm expectativas diferentes sobre o curso futuro da taxa de juros, é possível postular que a demanda por saldos especulativos variará inversamente com a taxa de juros. Quanto maior é a taxa de juros correntes (em relação ao nível colocado como normal), maior é o número de indivíduos que esperam futuras reduções na taxa de juros ( e portanto o aumento dos preços dos títulos) e menor será a demanda por motivos especulativos, e vice-versa. Um caso extremo que pode acontecer é o chamado ‘armadilha da liquidez’ que, em um nível de taxa de juros muito baixa, a demanda por moeda pode ficar perfeitamente elástica em relação à taxa de juros, em que todos esperam que o único curso é um aumento das taxas.
A curva LM traça as combinações de taxas de juros e renda associado ao equilíbrio no mercado monetário. O nome LM é derivado da condição de equilíbrio do mercado monetário, onde a demanda por dinheiro (L – preferência pela liquidez) seja igual à oferta de dinheiro (M). A demanda tem uma relação positiva/negativa relacionada à renda/taxa de juros, sendo a LM positivamente inclinada. Ceteris paribus, quando a renda aumenta, a demanda por moeda por motivo de precaução e transação também aumenta que, dada oferta de moeda, somente uma taxa de juros mais alta reduziria a demanda especulativa de moeda e manteria o equilíbrio do mercado. A Curva LM depende da elasticidade da renda e da elasticidade-juros da demanda por moeda. A LM será mais inclinada quanto maior for a elasticidade da renda e menor a elasticidade-juros da demanda por moeda. Assim, ceteris paribus, quanto maior a demanda por dinheiro dado a um incremento de renda, maior terá de ser o aumento da taxa de juros para manter o equilíbrio no mercado de dinheiro, gerando uma LM mais inclinada. Nos casos limites (i) há uma demanda por dinheiro é perfeitamente inelástica em relação aos juros (caso do modelo clássico – curva LM vertical) e (ii) há a armadilha da liquidez, onde a demanda é perfeitamente elástica em relação às taxas de juros, sendo a curva LM horizontal. 
Deste modo, a curva LM é desenhada a um determinado nível de moeda, de preços e expectativas. Uma política expansionista (um aumento da quantidade de moeda) desloca a curva LM para dentro (para esquerda ou para baixo), e vice-versa. Dado um aumento da quantidade ofertada de dinheiro, e dada elasticidade renda da demanda por moeda, em quanquer nível de renda deve ser associado com uma menor taxa de juros para manter o equilíbrio no mercado de moeda. A extensão do deslocamento da curva LM depende da elasticidade-juros da demanda por moeda. Um determinado aumento da oferta de dinheiro causará uma mudança pequena/grande na curva LM, onde a demanda por moeda é relativamente elástica/inelástica, uma vez que o equilíbrio no mercado monetário será restaurado por uma pequena/grande queda na taxa de juros.
A interseção das curvas LM e IS representa o único valor das taxas de juros e renda que é consistente com o equilíbrio em ambos os mercado. Se o nível de renda estiver abaixo do pleno emprego, então ambas políticas fiscais e monetárias podem potencialmente estabilizar a economia. Assim, em uma economia com capacidade ociosa, uma política fiscal expansionista (aumento dos gastos do governo) desloca a curva IS para fora resultando em um aumento das taxas de juros e da renda. Como os gasto e a renda aumentam, a demanda por moeda para transações e precauções também aumentam, que em uma oferta fixa de moeda resulta em um aumento das taxas de juros. O aumento das taxas de juros leva a uma redução dos investimentos privados, onde a extensão depende da elasticidade-juros do investimento (depends on the interest elasticity of investment).
Deste modo, verifica-se que a política fiscal, onde desloca-se a curva IS para fora, será mais efetiva em influenciar a demanda agregada e aumentar o nível de produto e emprego se (i) há mais elasticidade-juros de demanda por dinheiro (interest-elastic is the demand for Money) (LM menos inclinada) e (ii) menos elasticidades-juros do investimento (IS mais inclinada). Nos casos limites (i) em uma curva LM vertical (modelo clássico), uma política fiscal expansionista não terá efeito na renda, pois a taxa de juros irá reduzir o investimento privado pelo mesmo montante do aumento de gastosdo governo (efeito 100% crowding-out); e (ii) em uma curva LM horizontal (armadilha da liquidez), onde uma expansão fiscal terá um resultado 100% efetivo do multiplicador.
	Em uma política monetária com capacidade ociosa, verifica-se que a curva de LM move-se para fora (direita) e resulta em uma queda na taxa de juros e aumento no nível de renda. A eficácia da política monetária depende (i) da menor elasticidade-juros por demanda de moeda (interest-inelastic is the demand for Money) (mais inelástica) maior é o nível de investimento (curva LM mais inclinada horizontalmente) e (ii) da elasticidade-juros do investimento (more interest-elastic is investment) (curva IS mais deitada). No caso limite do extremo keynesianismo, ambos os casos, (i) uma curva LM horizontal (armadilha da liquidez) ou (ii) uma curva IS vertical (investimento é completamente inelástico aos juros), o mecanismo de transmissão é quebrado e a política monetária não terá efeito no nível de renda. 
	Desta discussão acima é evidente que, enquanto as políticas monetárias e fiscais podem, em circunstâncias normais, ser usadas para influenciar o nível de produção e emprego, a efetividade destes dois instrumentos depende da estrutura dos parâmetros do modelo, isto é, as inclinações relativas das curvas IS e LM. Dentro da abordagem ortodoxa keynesiana, a demanda por moeda é vista tradicionalmente como altamente responsiva a mudanças nas taxas de juros (gerando curvas de LM relativamente horizontais), enquanto Investimento tem sido considerado como bastante insensível às mudanças na taxa de juros (gerando uma curva IS relativamente íngreme). Ver Klein, (1968, p.65-72). Além do mais, uma política fiscal é geralmente preferível por ser relativamente poderosa, enquanto política monetária é relativamente fraca.
Algebricamente, o equilíbrio no mercado de bens ocorre quando a demanda agregada e oferta agregada de bens são iguais:
E = Y (1)
A Despesa Agregada (E) é definida como:
 (2)
Despesa agregada real (E)
Componente autônomo (A)
Componente dependente da renda real (cY)
Componente sensível aos investimentos (ar) interest-sensitive component (ar).
Substituindo a equação (2) na equação (1), temos:
 (3)
No mercado monentário o equilíbrio ocorre quando a demanda e oferta por dinheiro são iguais:
 (4)
Demanda real por moeda (M/P)
Oferta real de moeda (/P - exógena)
A demanda real por moeda (M/P) é definida algebricamente como:
 (5)
Componente dependente da renda real (mY)
Componente sensível a juros (br)
Subistituindo a equação (5) na equação (4) e resolvendo para r, temos:
 (6)
Substituindo a equação (6) na equação (3), e resolvendo para Y, temos:
 (7)
	Dentro dessa estrutura, os keynesianos ortodoxos postulam que as pessoas possuem um baixo nível para a e um alto nível para b. A referência à equação (7) revela que, quando a razão a/b é pequena, (i) as perturbações do lado real da economia tendem a dominar as variações de renda e (ii) a política fiscal é relativamente poderosa com o multiplicador de despesas autônomo tendendo a 1/(1–c), enquanto a política monetária é relativamente fraca com o multiplicador de dinheiro tendendo a zero. 
Os monetaristas criticam essa ideia argumentando que no longo prazo, uma política fiscal expansionista pura (sem mudanças na oferta de moeda) irá resultar no efeito crowding out ou na alteração dos componentes dos gastos privados com um efeito relativamente menor na demanda agregada, no nível de renda e emprego. Esta crítica, no modelo IS-LM, implica que a curva LM não é perfeitamente inelástica aos investimentos (veja Carlson e Spencer, 1975). No que se segue, descrevemos a resposta keynesiana que reafirmou a importância da política fiscal (ver Blinder e Solow, 1973), focando os efeitos de riqueza de um aumento das despesas públicas financiado por bônus. Esta análise envolve uma versão estendida do modelo keynesiano IS-LM, conforme a Figura 1, que mostra a relação convencional do modelo IS-LM e abaixo a restrição do governo determinada pela relação do gasto do governo (G), que é independente da renda, e as receitas tributárias (T), que é endógeno ao nível de renda. Em Y0 (IS0 = LM) ambos os mercados monetário e de bens estão em equilíbrio e o orçamento do governo está balanceado (G0 = T); isto é, um estado de equilíbrio prevalesce. Suponha que as autoridades decidem a gastar mais (↑G) para atingir a um nível maior de emprego e renda (↑N e↑Y). Um gasto do governo desloca a curva de IS para fora (direita), de ISo para IS1, e o gasto do governo desloca-se para baixo (maior nível). Na interseção Y1 (IS1 = LM), há um déficit no orçamento igual a AB. Enquanto o déficit persistir, as autoridades irão emitir mais títulos, que levará a um aumento da riqueza do setor privado (devido ao aumento das obrigações) e a um aumento da despesa do consumo privado e da procura de dinheiro. Contudo, se o efeito de riqueza sobre o consumo (que desloca a IS para direita) é maior do que a demanda de dinheiro (que desloca a LM para esquerda), a longo prazo, a expansão dos gastos financiada pelos títulos resultará em um aumento de receita para Y2, onde o déficit será removido; isto é, o efeito crowding out será ausente.
Gráfico 1 – Restrição do governo e financiamento por títulos em uma expansão fiscal 
	Além disso, se o aumento dos pagamentos dos juros decorrentes do financiamento de obrigações for levado em consideração (deslocando a função de despesa do governo para além de G1), a renda terá de aumentar acima de Y2 para equilibrar o orçamento do governo. É evidente, portanto, que a incorporação de efeitos de riqueza e a restrição orçamentária do governo ao modelo IS-LM faz com que um aumento financiado por títulos nas despesas governamentais seja potencialmente muito efetivo no aumento do nível de renda e emprego.
	Uma objeção particular às previsões desta análise sobre a eficácia da política fiscal que vale a pena comentar é aquela que deriva do que veio a ser conhecido como o teorema da equivalência da dívida ricardiana (ver, por exemplo, Buchanan, 1976, Dimand, 2002ª). A venda de títulos do governo coloca um fardo sobre o setor privado envolvendo um imposto futuro passivo, a fim de pagar os juros sobre e, quando os títulos não são perpétuos, o resgate dos títulos. Supondo que o setor privado leve em conta essa obrigação fiscal futura, os títulos do governo não serão considerados riqueza líquida. Passivos fiscais futuros serão descontados e seu valor presente será percebido para compensar exatamente o valor dos títulos vendidos. Em suma, este teorema afirma que o peso das despesas públicas com o setor privado é equivalente, quer seja financiado por um aumento da tributação ou por vendas de títulos, uma vez que a venda de títulos não afetaria a riqueza do setor privado. O sector privado apenas reagiria a um aumento das despesas públicas financiado por obrigações, poupando mais no período actual para fazer face a obrigações fiscais futuras. Assim, um aumento das despesas públicas financiado por uma obrigação só será mais eficaz do que um aumento das despesas financiado por impostos se as obrigações governamentais forem consideradas como riqueza líquida. Algumas críticas foram levantadas em relação ao teorema da equivalência da dívida ricardiana por Tobin (1980a) e Feldstein (1982) e defendida por Barro (1989b). Primeiro, se a futura obrigação tributária decorrente da expansão fiscal financiada por bônus recair sobre uma geração futura, então pode-se argumentar que a geração atual será mais rica. Barro argumentou, no entanto, que a existência de legados implica que a presente geração irá aumentar a sua poupança de modo a aumentar os seus legados aos seus filhos, a fim de pagar a responsabilidade fiscal no futuro. Mesmo assim, é possível debater se todos os pais serão ou não suficientemente perspicazes, ou suficientemente preocupados, para ter em conta a responsabilidade fiscal esperada dos seus filhos.Segundo, dados os mercados de capitais imperfeitos, os títulos do governo podem ser considerados como riqueza líquida. A taxa de juros que o governo paga sobre os títulos estabelece a magnitude da obrigação fiscal futura. Se, como resultado do acesso mais favorável do governo aos mercados de capitais do que os indivíduos, a taxa de juros for menor que a taxa de desconto apropriada ao setor privado ao estimar o valor presente do passivo fiscal futuro, as obrigações do governo serão consideradas como Riqueza líquida. Nessa situação, um aumento das despesas públicas financiado por bônus aumentará a riqueza e o consumo do setor privado e será mais expansivo que um aumento das despesas públicas financiado por impostos.
Desemprego dentro do modelo Keynesiano
	Dentro do modelo IS-LM, a existência do equilíbrio de desemprego pode ser atribuído a existência de rigidez no sistema, especialmente para os salários e para a taxa de juros. No modelo keynesiano os salários são rígidos para baixo. Podendo ser ilustrado no Gráfico 2. O quadrante A representa o modelo IS-LM padrão. O quadrante (c) mostra a função produção de curto prazo onde, com o capital social e a tecnologia adquirida, o nível de renda/produção (Y) depende do nível de emprego (L). O quadrante (d) descreve o mercado de trabalho no qual se supõe que a demanda/oferta de mão de obra está negativamente/positivamente relacionada aos salários reais (W/P). Finalmente, o quadrante (b) mostra, através da linha de 45º, igualdade entre os dois eixos, ambos representando a renda. A inclusão deste quadrante nos permite ver mais facilmente as implicações de um determinado nível de equilíbrio de renda. Estabelecido nos mercados de bens e monetários no quadrante (a), para o nível de emprego mostrado no quadrante (d). Em outras palavras, o leitor deve sempre começar no quadrante (a) e mover-se em sentido anti-horário para traçar as implicações do nível de renda (determinado pela demanda agregada) em termos do nível de emprego no quadrante (d).
	Suponha que a economia inicie no ponto E0, isto é, a interseção de LM0 e IS no quadrante (a). Enquanto ambos os mercados estão em equilíbrio, o nível de renda de Y0 é abaixo do nível de pleno emprego (YF). O quadrante (d) revela que com um salário nominal fixo (determinado exogenamente) e um nível de preços consistentes com equilíbrio no mercado monetário (LM0), o resultado é que o nível do salário real (W/P)0 é incompatível com a compensação no mercado de trabalho. Em outras palavras, não existe qualquer garantia de que o nível de emprego (L0) determinado pela procura estará no pleno emprego (LF). O excesso de oferta por trabalho não terá efeito nos salários nominais, então é possível que a economia permaneça abaixo do equilíbrio de pleno emprego com desemprego persistente. 
	Ao considerar os pressupostos clássicos de flexibilidade de preços e salários, vale examinar quais são os efeitos no modelo IS-LM em relação a possibilidade de equilíbrio abaixo do pleno emprego. Novamente, suponha a economia inicialemente no ponto E0 (IS = LM0) no quadrante (a). Como antes, enquanto há equilíbrio em ambos os mercados de bens e monetário, o nível de renda é abaixo do pleno emprego (YF). O quadrante (d) revela que o nível de emprego (L0) está abaixo do seu nível de pleno emprego (LF) com salários reais (W/P)0 acima do seu nível de compensação de mercado (W/P)1. Enquanto os salários nominais e os preços são perfeitamente flexíveis, a macroeconomia, contudo, se equilibrará no pleno emprego. Em (W/P)0 o excesso de oferta de mão-de-obra resulta em queda nos salários nominais (W), o que reduz os custos das empresas e provoca uma queda dos preços (P). A queda dos preços aumenta o valor real da oferta monetária, fazendo com que a curva LM mude para a direita. Excesso de saldos reais são canalizados para o mercado de títulos, onde os preços dos títulos aumenta e as taxas de juros abaixam. A queda das taxas de juros estimulam os gastos em investimentos, aumentando o nível de demanda agregada e também o produto e o emprego. O efeito indireto da queda dos salários nominais e dos preços que estimulam gastos via taxa de juros é referido como o “efeito de Keynes”. O aumento da demanda modera a taxa de queda dos preços, de modo que à medida que os salários em dinheiro caem a uma taxa mais rápida do que os preços (uma deflação desequilibrada), o salário real cai de modo a atingir o pleno equilíbrio, isto é (W/P)1 no quadrante (d). Os salários nominais e os preços continuam a cair um pouco mais e a curva LM continuará a deslocar-se para fora (direita) até que o pleno emprego estará restaurado e o excesso de oferta de trabalho seja eliminado. Isto ocorre no ponto E1, na interseção de LM1 com a IS. É importante ressaltar que é o aumento da procura agregada, através do efeito Keynes, que garante que a economia regresse ao pleno emprego. Dentro deste enquadramento geral, existem, contudo, dois casos limitativos ou especiais em que, apesar da flexibilidade perfeita dos salários e dos preços, a economia não conseguirá auto-equilibrar-se com o pleno emprego. Os dois casos especiais de (i) a armadilha de liquidez e (ii) que, quando as despesas de investimento são inelásticos, são ilustrados nas Gráfico 3 e 4, respectivamente.
Gráfico 2 – O caso geral com efeito Keynes.
Gráfico 3 – armadilha da liquidez
Os casos especiais no limite
No caso da armadilha da liquidez, ilustrado no gráfico 3, a economia inicia-se no ponto E0 (IS0 = LM0). Tanto os mercados monetário e de bens estão em equilíbrio, o nível de renda (Y0) é menor que o do pleno emprego (YF). O quadrande (d) revela que o nível de emprego é abaixo do nível de pleno emprego (LF) com salários reais (W/P)0 acima do equilíbrio do mercado de trabalho (W/P)1. Com salário real em (W/P)0, o excesso de mão de obra resulta na queda do salário nominal (W), que reduz o custo da firma e causa uma queda nos preços. Contudo, a queda nos preços aumenta o real valor da oferta de moeda (que desloca a cuva LM para fora ou para a direita, de LM0 para LM1), os saldos reais aumentados são inteiramente absorvidos em saldos ociosos ou especulativos. Em outras palavras, na armadilha da liquidez onde a demanda por moeda é perfeitamente elástica em relação à taxa de juros em r*, os saldos em excesso não serão canalizados para o mercado de títulos e isso impede uma redução da taxa de juros para r1 (no ponto E2) que seria necessária para estimular a demanda agregada e restabelecer o pleno emprego. Sem aumento na demanda agregada para moderar a taxa de queda dos preços, os preços caem proporcionalmente à queda dos salários em dinheiro (uma deflação equilibrada) e os salários reais permanecem em (W/P)0, acima de seu nível de compensação de mercado (W/P)1. A demanda agregada é insuficiente para alcançar o pleno emprego e a economia permanece abaixo do equilíbrio do pleno emprego com o persistente desemprego "involuntário". Finalmente, como se observa anteriormente, no caso da armadilha de liquidez, a política monetária torna-se impotente, enquanto a política fiscal se torna todo-poderosa, como forma de aumentar a demanda agregada e, portanto, o nível de produção e emprego.
Gráfico 4 – O caso da inelasticidade-juros do investimento.
	No outro caso especial, com investimento inelástico aos juros, ilustrado no Gráfico 4 3.8, a economial irá falhar em equilibrar-se no pleno emprego. Como antes, assume-se a economia inicialmente no ponto E0 (IS0 = LM0) no nível de renda (Y0) que é abaixo do pleno emprego (YF). Isto implica que o nível de emprego (L0) está abaixo do pleno emprego, com salário real (W/P)0 acima do equilíbrio do mercado de trabalho (W/P)2. O excesso de mão de obra resultará na queda do salário nominal e dos preços. Embora o aumento dos saldos reais (que desloca a curva LM de LM0 para LM1) através do efeito Keynes resulte numa redução da taxa de juro, a queda da taxa de juros é insuficiente para restaurar o pleno emprego. A referência ao Gráfico 4 revela que, com as despesas de investimento tão inelásticas aos juros,o equilíbrio do pleno emprego só poderia ser restaurado através do efeito de Keynes com uma taxa de juros negativa em r1. Em teoria, a economia ficaria em E1 (com taxa zero de juros), um ponto de equilíbrio de subemprego (Y1) com persistente desemprego involuntário.
	Nesta fase, seria útil destacar os pontos essenciais da análise acima. Em resumo, as reduções nos salários e preços monetários não conseguirão restaurar o pleno emprego a menos que consigam aumentar a demanda agregada através do efeito keynesiano. Nos casos de armadilha de liquidez e investimento inelástico, a demanda agregada é insuficiente para alcançar o pleno emprego e o desemprego involuntário persistente só será eliminado se o nível da demanda agregada for aumentado pela política fiscal expansionista. O efeito da combinação do modelo IS-LM comparativo-estático com o pressuposto clássico de preços flexíveis e salários monetários implica que Keynes não forneceu uma robusta "teoria geral" de equilíbrio do subemprego e que a possibilidade de equilíbrio do subemprego se limita em dois casos especiais.
	A análise de equilíbrio acima, que deve muito ao trabalho de Modigliani, implica que é possível que a economia caia no desemprego persistente (involuntário) devido a "rigidez" no sistema, isto é, rígido salários nominais, a armadilha de liquidez ou o caso de investimento inelástico aos juros interestinelastic investment case. Em contraste, Patinkin (1956) argumentou que o desemprego é um fenômeno de desequilíbrio e pode prevalecer mesmo quando os salários nominais e os preços são perfeitamente flexíveis. Para ilustrar o argumento, assume-se uma posição inicial de pleno emprego e suponha que, em seguida, ocorre uma redução na demanda agregada. Esta redução resultará num período de desequilíbrio no qual tendem a diminuir tanto os preços como os salários em dinheiro. Patinkin assume que os salários e os preços de dinheiro cairão na mesma taxa: uma deflação equilibrada. Em consequência, a queda do nível de emprego não está associada a um aumento dos salários reais, mas à diminuição do nível da procura «efectiva» agregada. Em outras palavras, as empresas seriam forçadas a deslocar suas curvas de demanda para o trabalho. Em termos de painel (d) do Gráfico 4, isso implicaria um movimento do ponto A para B. No entanto, na opinião de Patinkin, esse desequilíbrio não durará indefinidamente porque, à medida que os salários e os preços caem, haverá um efeito "direto" estimulando um aumento da demanda agregada, através do valor dos saldos monetários, restaurando assim o pleno emprego, ou seja, um movimento de volta do ponto B para A. Esta versão particular do efeito riqueza sobre as despesas é referido como um efeito de "equilíbrio real" (Ver Dimand, 2002b). De modo mais geral, como se discute na próxima seção, a introdução da riqueza ou efeito de Pigou sobre as despesas na análise garante que, teoricamente, enquanto os salários e os preços forem flexíveis, mesmo nos dois casos especiais apontados acima a macroeconomia se auto-equilíbrará no pleno emprego. Passamos agora a discutir a natureza e o papel do efeito Pigou com relação à possibilidade de equilíbrio do subemprego no modelo keynesiano IS-LM.
O efeito Pigou
	Pigou foi um dos últimos grandes economistas clássicos que falou pela escola clássica na década de 1940 , argumentando que, fornecendo salários nominais e preços flexíveis, o modelo keynesiano ortodoxo não iria descansar a menos que atinja o equilíbrio de pleno emprego. O efeito te Pigou diz respeito ao efeito que a queda dos preços tem sobre o aumento da riqueza real, o que, por sua vez, aumenta as despesas de consumo. Suponha o caso do Gráfico 3, a economia está em um nível abaixo do pleno emprego (Y0) na armadilha da liquidez no ponto E0 (IS0 = LM0). À medida que os preços caem, não só a curva LM se desloca para a direita (de LM0 para LM1) como também à medida que o valor real da oferta monetária aumenta, mas a curva IS também se deslocará para a direita (IS0 para IS1), pois o aumento da riqueza real aumenta o consumo. Em teoria, a economia não pode se estabelecer no equilíbrio do subemprego, mas se ajustará automaticamente até que o pleno emprego seja alcançado no ponto E1, a interseção de IS1 e LM1.
	Uma vez que o efeito Pigou ou efeito de riqueza sobre a despesa é incorporado na análise, no caso de investimento de interesse-inelástico especial ilustrado no Gráfico 4, a economia ajustará automaticamente para restaurar o pleno emprego, no ponto E2. A importância do efeito Pigou no nível teórico foi resumida por Johnson (1964, p.239): 
"O efeito Pigou finalmente elimina a afirmação keynesiana de que o equilíbrio do subemprego não depende do pressuposto da rigidez salarial. Mas depende”. Ao longo dos anos, foram apresentadas algumas reservas que questionam se, na prática, o efeito Pigou ou o efeito de riqueza garantiriam um rápido regresso ao pleno emprego (ver Tobin, 1980a). No que se segue considera-se duas das principais críticas ao efeito. Primeiro, considerações dinâmicas podem invalidar o efeito Pigou como um mecanismo de auto-equilíbrio rápido. Por exemplo, se os indivíduos esperam uma nova queda futura dos preços, eles podem adiar o consumo, fazendo com que o desemprego aumente. Ao mesmo tempo, se as empresas esperam que uma recessão continue, eles podem adiar seus planos de investimento, novamente causando o aumento do desemprego.Além disso, numa recessão profunda, as falências tendem a aumentar, reduzindo ainda mais as despesas (ver, por exemplo, Fisher, 1933b). Em termos da análise diagramática que temos considerado, a queda dos preços pode fazer com que a curva IS se desloque para a esquerda, afastando a economia do equilíbrio do pleno emprego. Nestas circunstâncias, a política fiscal expansionista garantiria um retorno mais rápido ao pleno emprego. Em segundo lugar, precisamos considerar brevemente o debate sobre quais ativos constituem riqueza "líquida". A riqueza líquida pode ser definida como a riqueza total menos os passivos em aberto. No modelo keynesiano, a riqueza pode ser mantida em dinheiro e títulos. Considere o primeiro, dinheiro, que é amplamente aceito como moeda compreendendo mais os depósitos bancários. O dinheiro externo pode ser definido como moeda, acrescido de depósitos bancários que são acompanhados pela participação dos bancos em reservas de caixa ou reservas no banco central. O dinheiro externo pode ser considerado como riqueza líquida para o setor privado, uma vez que não há compensação do passivo do setor privado. Em contrapartida, o dinheiro interno pode ser definido como depósitos bancários que são criados por empréstimos ao setor privado. Como esses depósitos bancários são acompanhados por um passivo do setor privado correspondente (empréstimos bancários), pode-se argumentar que o dinheiro dentro não pode ser considerado como riqueza líquida. Vale ressaltar que o argumento de que dentro do dinheiro não constitui riqueza líquida tem sido desafiado, entre outros, Pesek e Saving (1967) e Johnson (1969).
	Embora este seja um debate interessante dentro da economia monetária, vai além do que é necessário para os nossos propósitos. Basta dizer que, se aceitarmos o argumento de que apenas o dinheiro externo representa inequivocamente riqueza líquida, o efeito de riqueza da queda dos preços nas despesas de consumo é grandemente diminuído. Em seguida, como observado anteriormente, há um debate sobre se os títulos do governo podem ser considerados como riqueza líquida. Poderia argumentar-se que o setor privado perceberá que, após uma queda nos preços, o aumento do valor real da dívida pública exigirá aumentos futuros de impostos para atender ao aumento do valor dos pagamentos de juros e do resgate de títulos públicos. Se o aumento do valor presente dos passivos fiscais futuros compensar exatamente o aumento do valor real da dívida pública em dívida, não haveria mudança induzida pela riqueza na curva IS. Novamente, embora essa visão não seja universalmente aceita, ela ainda põe em dúvida as propriedadesauto-equilibradas da economia através do efeito Pigou. A evidência empírica para a força do efeito Pigou mostra que ele é extremamente fraco.
	Por exemplo, tanto Glahe (1973, pp. 213-14) para os EUA quanto Morgan (1978, pp. 55-7) para o Reino Unido descobriram que o efeito Pigou não era suficientemente forte para restaurar o pleno emprego no período entre guerras, com O nível real de preços diminui, paralelamente a uma diminuição das despesas e da produção. Além disso, com base em hipóteses razoáveis, Stiglitz (1992) mostrou que, se os preços caíssem 10% ao ano, então ceteris paribus 'para aumentar o consumo em 25% levaria cerca de 400 anos' e 'é difícil ver Mesmo sob o ponto de vista mais optimista, a importância quantitativa do efeito do equilíbrio real para a análise macroeconómica a curto prazo ». Dadas essas dúvidas, os keynesianos ortodoxos prescrevem uma política fiscal expansionista para assegurar um retorno mais rápido ao pleno emprego.
	Durante o final da década de 1950 e início da década de 1960 surgiu uma consenso, a chamada "síntese neoclássica" (ver Fletcher, 2002), na qual a Teoria Geral era vista como um caso especial de uma teoria clássica mais geral (isto é, o caso Onde a rigidez salarial em dinheiro para baixo impede o ajuste automático clássico ao pleno emprego), enquanto se reconhece a necessidade de políticas intervencionistas keynesianas para assegurar um retorno mais rápido ao pleno emprego.
A síntese Neoclássica e o modelo de uma economia aberta
	Já discutido a abordagem keynesiana da política de estabilização no contexto do modelo IS-LM para uma economia fechada, conside-se a utilização da política fiscal e monetária para fins de estabilização em uma economia aberta usando um modelo desenvolvido pela primeira vez por Robert Mundell e Marcus Fleming no início dos anos 1960 (ver Mundell, 1963, Fleming, 1962). Os efeitos de uma mudança na política fiscal e monetária dependem do grau de mobilidade de capital e do tipo de regime cambial existente. Começa com uma revisão das principais mudanças que precisa ser incorporado na extensão do modelo IS-LM para uma economia aberta.
O mercado de bens e a curva IS,
	Como no caso de uma economia fechada, o equilíbrio no mercado de bens ocorre quando a demanda agregada e a oferta agregada de bens são iguais.
Numa economia aberta, a demanda agregada é composta não só da soma do consumo, do investimento e da despesa pública, mas também das exportações "líquidas", isto é, das exportações menos as importações (X - Im). Presume-se que as exportações sejam função de: (i) renda no resto do mundo; (ii) o preço dos bens de um país em relação aos produzidos por concorrentes no exterior, que pode ser definido como ePD / PF, onde e é a taxa de câmbio que expressa a moeda nacional em termos de moeda estrangeira, PD é o preço dos bens domésticos em termos da moeda nacional e PF é o preço dos bens estrangeiros em termos de moeda estrangeira; e (iii) outros fatores tais como gostos, qualidade dos bens, datas de entrega e assim por diante. Presume-se que as importações sejam determinadas pelos mesmos fatores que influenciam as exportações (uma vez que as exportações de um país são as importações de outro país), com a excepção de que a variável rendimento relevante para as importações é a renda interna. À medida que a renda doméstica aumenta, ceteris paribus, a demanda agregada aumentará e parte do aumento da demanda será atendida por bens importados; Ou seja, a propensão marginal a importar é maior do que zero.
O mercado de Bens e a curva IS
	Conforme discutido anteriormente, a curva IS traça as combinações de taxas de juros e renda associadas ao equilíbrio no mercado de bens. A curva da economia aberta é inclinada para baixo, mas é mais acentuada do que no caso de uma economia fechada, devido à fuga adicional de importações, que aumenta à medida que a renda doméstica aumenta, reduzindo assim o tamanho do multiplicador. Além dos fatores que afetam a posição da curva IS em uma economia fechada, uma mudança em qualquer uma das variáveis ​​que afetam as exportações "líquidas" fará com que a curva IS se desloque. Por exemplo, um aumento das exportações devido a um aumento da renda mundial será associado a um maior nível de renda doméstica, a qualquer nível da taxa de juros, fazendo com que a curva IS desloque-se para a direita. Do mesmo modo, ceteris paribus, as exportações líquidas aumentarão se: (i) a taxa de câmbio cair (isto é, depreciar ou desvalorizar) desde que as condições Marshall-Lerner sejam cumpridas, isto é, a partir de uma posição inicial equilibrada e assumindo infinita elasticidade-preço de oferta para importações e exportações, a soma das elasticidades-preço da demanda por importações e exportações é maior que uma unidade (ver De Vanssay, 2002); (ii) aumento do nível de preços no exterior; e (iii) o nível dos preços no mercado interno diminui. Em cada um destes casos a curva IS deslocaria para fora à direita, como antes, sendo a magnitude da mudança igual ao tamanho do choque vezes o multiplicador. Inversamente, uma mudança na direção oposta em qualquer uma dessas variáveis ​​deslocará a curva IS para a esquerda.
O mercado Monetário e a curva LM
	A curva LM de economia aberta é exatamente a mesma que no caso de uma economia fechada com uma extensão importante. Numa economia aberta que opere uma taxa de câmbio fixa, a oferta monetária interna será alterada pelos déficits/excedentes da balança de pagamentos (isto é, o saldo líquido nas contas correntes e de capital combinadas), a menos que as autoridades consigam esterilizar ou neutralizar os efeitos de Os déficits/excedentes da balança de pagamentos sobre a oferta monetária interna. Sob um regime de taxas de câmbio fixas, as autoridades estão empenhadas em comprar e vender divisas para a moeda nacional a um preço fixo. Por exemplo, no caso de um excedente da balança de pagamentos, os residentes venderão moeda estrangeira às autoridades para moeda nacional a uma taxa de câmbio fixa. Ceteris paribus, um excedente da balança de pagamentos resultará num aumento das reservas cambiais das autoridades e da oferta monetária interna, deslocando assim a curva LM para baixo, para a direita. Inversamente, um déficit da balança de pagamentos resultará em uma queda nas reservas cambiais das autoridades e na oferta monetária interna, deslocando assim a curva LM para cima para a esquerda. Em contraste, sob um regime de taxas de câmbio flexíveis, a taxa de câmbio se ajusta para compensar o mercado de câmbio (ou seja, as autoridades monetárias centrais não intervêm no mercado de câmbio) de modo que a soma das contas corrente e de capital é sempre zero. Em consequência, a curva LM é independente de fatores externos e os determinantes da posição da curva LM são os mesmos que os discutidos anteriormente. Para completar o modelo IS-LM para uma economia aberta, voltamos a considerar o equilíbrio geral do balanço de pagamentos e a curva BP.
O Balanço de Pagamentos e a curva BP
	A análise keynesiana precoce da balança de pagamentos (ver Dimand, 2002c) centrou-se na determinação da balança corrente e como a política governamental poderia melhorar a balança de pagamentos sobre ela (em particular as condições em que a desvalorização seria bem sucedida em fazer exatamente isso). O final dos anos de 1950/ início dos anos 1960 testemunhou um período de comércio e movimentos de capital cada vez mais liberalizados e, como observado anteriormente, Mundell e Fleming estenderam o modelo keynesiano de uma economia aberta para incluir os fluxos de capital. No início desta discussão é importante notar que assumimos que estamos lidando com uma pequena economia aberta no sentido de que as mudanças dentro da economia doméstica desse país e suas políticas macroeconômicas têm um efeito insignificante sobre o resto do mundo .
	O equilíbrio geral da balança de pagamentos exige que a soma das contas corrente e de capital da balança de pagamentos seja zero. Como observado anteriormente, as importações são uma função do rendimentodoméstico e dos preços relativos (dos bens domésticos e estrangeiros), enquanto as exportações são uma função do rendimento mundial e dos preços relativos. Ceteris paribus, à medida que a renda doméstica aumenta, as importações aumentam e o saldo da conta corrente se agrava. Com expectativas estáticas sobre as variações cambiais, os fluxos líquidos de capital são função do diferencial entre as taxas de juros internas e externas. Ceteris paribus, à medida que a taxa de juros doméstica aumenta, os ativos domésticos se tornam mais atrativos e a conta de capital da balança de pagamentos melhora devido ao fluxo de fundos resultante.
	A curva BP (ver Gráfico 5) traça um locus de combinações de taxas de juros internas e níveis de renda que produzem uma posição de balanço de pagamentos zero total nas contas combinadas corrente e de capital. A curva de BP é positivamente inclinada, porque se o equilíbrio da balança de pagamentos for mantido (isto é, um balanço global zero), então os aumentos (diminuições) no nível do rendimento doméstico que pioram (melhoram) a conta corrente devem ser acompanhados por aumentos (Diminuições) na taxa de juros interna que melhora (piora) a conta de capital. Os pontos acima e à esquerda da curva BP estão associados a um superávit global da balança de pagamentos, pois, dado o nível de renda, a taxa de juros interna é maior do que a necessária para produzir uma posição de balanço de pagamentos zero total. Inversamente, os pontos abaixo e à direita da curva BP indicam um déficit global da balança de pagamentos, uma vez que, dado o nível de renda, a taxa de juros doméstica é menor que a necessária para produzir uma posição de balanço de pagamentos zero total.
	A inclinação da curva BP depende da propensão marginal à importação e da elasticidade de juros dos fluxos internacionais de capital. Ceteris paribus, a curva de BP será mais plana (mais íngreme) quanto menor (maior) é a propensão marginal a importar e mais (menos) interesse-elástica são os fluxos de capital. Por exemplo, quanto mais sensíveis forem os fluxos de capitais em relação às variações nas taxas de juros internas, menor será o aumento da taxa de juros doméstica necessária para manter um equilíbrio global zero da balança de pagamentos para um determinado aumento de renda e, portanto, A curva BP. A curva de BP mostrada na Gráfico5 representa uma situação de mobilidade de capital imperfeita, uma vez que a taxa de juros doméstica pode se afastar dessa decisão no resto do mundo. Com relação à elasticidade de interesse dos movimentos internacionais de capital, é importante notar que nos dois casos limitantes de mobilidade de capital perfeita e imobilidade de capital completa a curva de BP se tornaria horizontal e vertical respectivamente. Por exemplo, no caso de mobilidade de capital perfeita, a curva de BP será horizontal; Ou seja, a taxa de juros doméstica estará vinculada à taxa vigente no resto do mundo. Se a taxa doméstica de juros subisse acima da taxa mundial dada haveria um influxo de capital infinito, e vice-versa.
	A curva BP é desenhada para níveis dados da renda mundial, taxa de juros e nível de preços; a taxa de câmbio; E o nível de preços internos. Se alguma dessas variáveis deve mudar, então a curva BP mudaria. Por exemplo, qualquer coisa que resulte num aumento das exportações e/ou numa diminuição das importações (como um aumento do rendimento mundial, uma queda da taxa de câmbio, um aumento do nível dos preços no estrangeiro ou uma queda do nível de preços no mercado interno ) Fará com que a curva BP deslize para baixo para a direita e vice-versa. Em outras palavras, em qualquer nível de renda interna, uma melhora na conta corrente exigirá uma menor taxa de juros doméstica para manter uma posição de balanço de pagamentos global zero por meio de efeitos de conta de capital.
O modelo completo e o efeito de mudanças em políticas fiscais e monetárias
Gráfico 5 o modelo Mundell–Fleming/Keynesiano
	Estamos agora em posição de considerar o modelo IS-LM completo para uma pequena economia aberta. O equilíbrio nos mercados de bens e dinheiro e na balança de pagamentos ocorre na interseção tripla das curvas IS, LM e BP indicadas na Gráfico 5. Analisamos a seguir os efeitos de uma mudança na política fiscal e monetária sobre: (i) o nível de renda e a balança de pagamentos em regime de taxa de câmbio fixa, e (ii) o nível de renda e a taxa de câmbio em um Flexível.
	Sob um regime de taxas de câmbio fixas, enquanto a expansão fiscal resultará num aumento da renda, pode levar a uma melhora ou a uma deterioração da posição geral da balança de pagamentos e vice-versa. Os efeitos da expansão fiscal sobre o nível de rendimento ea balança de pagamentos estão ilustrados nos dois painéis da Gráfico 6. No painel (a) a curva LM é mais acentuada que a curva BP, enquanto que no painel (b) o inverso é verdadeiro. Em ambos os painéis da Gráfico 6 a economia está operando inicialmente no ponto A, a intersecção tripla das três curvas IS0, LM e BP com equilíbrio nos mercados de bens e dinheiro e na balança de pagamentos, em r0Y0. A política fiscal expansionista desloca a curva IS para a direita de IS0 para IS1 e resulta num aumento da taxa de juro interna de r0 para r1 (melhoria da conta de capital) e um aumento da receita de Y0 para Y1 (agravando a conta corrente ). Como pode ser visto a partir de ambos os painéis da Gráfico 6, o resultado líquido na posição global da balança de pagamentos depende das inclinações relativas das curvas LM e BP (ou seja, os parâmetros estruturais subjacentes ao modelo). No painel (a), o resultado líquido é um excedente da balança de pagamentos global no ponto B (ou seja, as curvas IS1 e LM se cruzam num ponto acima da curva BP), enquanto no painel (b) é um balanço global do déficit de pagamentos (isto é, as curvas IS1 e LM se cruzam no ponto B abaixo da curva BP). A política fiscal expansionista é mais susceptível de conduzir a uma melhoria da posição global da balança de pagamentos: (i) quanto menor for a propensão marginal à importação e quanto mais atractivos forem os fluxos de capital (ou seja, quanto mais horizontal for a inclinação da BP Curva) e (ii) quanto maior a elasticidade-renda e menor a elasticidade de interesse da demanda por moeda (ou seja, quanto maior a inclinação da curva LM) e vice-versa. Na prática, a curva LM é provável que seja mais acentuada do que a curva BP, devido à elasticidade de interesse da demanda por moeda ser menor que a dos fluxos de capital. Essa visão tende a ser apoiada por evidências empíricas disponíveis e será adotada na discussão que se segue sobre o equilíbrio de longo prazo.
Gráfico 6 Política fical sob imperfeita mobilidade de capital
	Neste ponto, é importante ressaltar que ao analisar as consequências para a balança de pagamentos de uma mudança na política fiscal sob taxas de câmbio fixas, a abordagem keynesiana pressupõe que as autoridades podem, a curto prazo, esterilizar os efeitos de um excedente ou déficit na balança de pagamentos pelo estoque monetário. Os resultados que estamos analisando referem-se necessariamente ao curto prazo porque, a longo prazo, torna-se cada vez mais difícil esterilizar os efeitos de um superávit ou déficit persistente no estoque monetário. O equilíbrio de longo prazo requer um saldo zero na balança de pagamentos, caso contrário a oferta interna de moeda altera-se. Como tal, o excedente da balança de pagamentos no ponto B do painel (a) da Gráfico 6 provocará uma expansão da oferta monetária interna após a intervenção das autoridades para manter a taxa de câmbio fixa. Isso faz com que a curva LM mude para baixo para a direita e o equilíbrio de longo prazo ocorrerá no ponto C, onde a balança de pagamentos é zero e os mercados de bens e monetários estão em equilíbrio
Em contraste com a expansão fiscal sob um regime de taxas de câmbio fixas, com uma mobilidade de capital imperfeita, a expansão monetária conduzirá sempre a uma deterioração da balança de pagamentos e vice-versa, independentemente de a curva LM ser maisacentuada do que a curva BP . Isso é ilustrado na Gráfico 7, onde a economia está operando inicialmente no ponto A, a interseção tripla das três curvas IS, LM0 e BP, com equilíbrio nos mercados de bens e dinheiro e na balança de pagamentos. A política monetária expansionista desloca a curva LM de LM0 para LM1 e resulta em uma redução da taxa interna de juros de r0 para r1 (piora da conta de capital) e um aumento no nível de renda de Y0 para Y1 (piora da conta corrente). Com efeitos adversos de juros e de rendimento sobre o capital e as contas correntes, respectivamente, a balança de pagamentos global é inequivocamente deficitária no ponto B (isto é, as curvas IS e LM1 cruzam-se num ponto abaixo da curva BP).
Gráfico 7, Política Monetária sob imperfeita mobilidade de capital 
	De modo semelhante ao discutido para a política fiscal expansionista, o ponto B não pode ser um equilíbrio de longo prazo. O déficit de balanço de pagamentos implícito causa uma contração na oferta monetária, deslocando a curva LM para trás. O processo de ajuste de longo prazo cessará no ponto A, onde a curva LM retornou à sua posição original. Por outras palavras, na ausência de esterilização, a política monetária é completamente ineficaz no que diz respeito à influência do nível de rendimento. Isto pressupõe que o país doméstico é pequeno em relação ao resto do mundo, de modo que a expansão da sua oferta monetária tem um efeito insignificante sobre a oferta monetária mundial
	Deve-se verificar que, para uma pequena economia aberta operando sob um regime de taxas de câmbio fixas, no limite da perfeita mobilidade de capital, o nível de equilíbrio da renda doméstica é, no longo prazo, estabelecido na intersecção da SI e da curva “horizontal” BP. Nessa situação, a política fiscal torna-se todo-poderosa (ou seja, a expansão fiscal resulta no efeito multiplicador do simples modelo keynesiano 45°, sem efeito crowding out do investimento privado), enquanto a política monetária será impotente, sem efeito sobre a demanda agregada e renda.
	Antes de considerar a eficácia da política fiscal e monetária sob taxas de câmbio flexíveis, é interessante notar que Mundell (1962) também considerou o uso apropriado da política monetária e fiscal para conseguir com êxito os dois objetivos da política interna (produção e emprego em seus níveis de pleno emprego ) e da política externa (balança de pagamentos igual a zero). A solução de Mundell para o chamado problema de atribuição segue seu princípio de classificação de mercado efetiva (Mundell, 1960). Este princípio exige que cada instrumento de política seja emparelhado com o objectivo sobre o qual tem maior influência e envolve a atribuição da política fiscal para alcançar o equilíbrio interno e da política monetária para alcançar o equilíbrio externo.
	Consideramos agora os efeitos de uma mudança na política fiscal e monetária sobre o rendimento e a taxa de câmbio sob um regime de taxas de câmbio flexíveis. Os efeitos da expansão fiscal sobre o nível de renda e a taxa de câmbio novamente dependem das inclinações relativas das curvas BP e LM. Isto é ilustrado para a mobilidade de capital imperfeita nos painéis (a) e (b) da Gráfico 8, que são as contrapartidas flexíveis da Gráfico 6 discutidas acima em relação às taxas de câmbio fixas.
Gráfico 8 - Política fiscal sob perfeita (a) e (b) imperfeita e (c) perfeita mobilidade de capital
	No painel (a) da Gráfico 8 a curva BP é mais acentuada do que a curva LM. A economia está inicialmente em equilíbrio no ponto A, a intersecção tripla das curvas IS0, LM0 e BP0. A política fiscal expansionista desloca a curva IS de IS0 para IS1. Como discutimos acima, sob taxas de câmbio fixas a expansão fiscal resultaria em um déficit da balança de pagamentos (isto é, IS1 e LM0 se cruzam no ponto B abaixo de BP0). Com taxas de câmbio flexíveis, a taxa de câmbio se ajusta para corrigir desequilíbrios potenciais de balanço de pagamentos. Uma oferta excessiva de moeda nacional no mercado cambial faz com que a taxa de câmbio se deprecie, deslocando as curvas IS1 e BP0 para a direita até que um novo equilíbrio seja atingido ao longo da curva LM0 à direita do ponto B, por exemplo no ponto C, a intersecção tripla das curvas IS2, LM0 e BP1 com um nível de rendimento de Y1. Neste caso particular, a depreciação cambial reforça os efeitos da expansão fiscal interna sobre a demanda agregada, levando a um maior nível de produção e emprego.
O painel (b) da Gráfico 8 ilustra o caso em que a curva LM é mais acentuada do que a curva BP. A economia está inicialmente em equilíbrio no ponto A, a intersecção tripla das curvas IS0, LM0 e BP0. A expansão fiscal desloca a curva IS para fora de IS0 para IS1 com a intersecção das curvas IS1 e LM0 no ponto B acima de BP0. Isso equivale a um superávit da balança de pagamentos sob taxas de câmbio fixas e faz com que a taxa de câmbio se ajuste para eliminar o excesso de demanda por moeda nacional. Em contraste com a situação em que a curva BP é mais acentuada que a curva LM, a taxa de câmbio se valoriza, fazendo com que as curvas IS1 e BP0 mudem para a esquerda. O equilíbrio será estabelecido ao longo da curva LM à esquerda do ponto B, por exemplo, no ponto C. Nesta situação, a política fiscal será menos eficaz para influenciar a produção e o emprego, uma vez que a apreciação da taxa de câmbio compensará parcialmente os efeitos da expansão fiscal sobre a procura agregada. Conforme observado acima, o painel (b) é mais provável de representar a verdadeira situação.
No caso limite da perfeita mobilidade de capitais ilustrado no painel (c) do Gráfico 8, a política fiscal torna-se completamente ineficaz e é incapaz de afectar a produção e o emprego. No caso de perfeita mobilidade de capital, a curva de BP é horizontal; Isto é, a taxa de juros doméstica está ligada à taxa vigente no resto do mundo em r*. Se a taxa doméstica de juros subisse acima da taxa mundial dada haveria um influxo de capital infinito, e vice-versa. A expansão fiscal (isto é, uma mudança na curva IS para a direita de IS0 para IS1) exerce uma pressão ascendente sobre a taxa de juros doméstica. Esta pressão incipiente resulta em um influxo de capital e leva a uma apreciação da taxa de câmbio. Como a taxa de câmbio aprecia a diminuição das exportações líquidas, fazendo com que a curva IS volte para a esquerda. O equilíbrio será restabelecido no ponto A somente quando os influxos de capital forem suficientemente grandes para apreciar a taxa de câmbio o suficiente para deslocar a curva IS para sua posição original. Em outras palavras, a expansão fiscal afasta completamente as exportações líquidas e não há mudança na produção e no emprego. No nível de rendimento original de Y0 o déficit em conta corrente terá aumentado exactamente pelo mesmo montante que o déficit orçamental do governo.
	Finalmente, consideramos os efeitos da expansão monetária sobre o nível de renda e a taxa de câmbio sob a imperfeita e a perfeita mobilidade de capital. O caso da mobilidade de capital imperfeita é ilustrado no painel (a) da Figura 3.13. A economia está inicialmente em equilíbrio no ponto A, a intersecção tripla das curvas IS0, LM0 e BP0. A expansão monetária desloca a curva LM de LM0 para LM1. Sob as taxas de câmbio fixas isso resultaria em um déficit da balança de pagamentos. Com taxas de câmbio flexíveis, a taxa de câmbio deprecia-se para manter o equilíbrio do balanço de pagamentos e ambas as curvas BP e IS mudam para a direita até que um novo equilíbrio seja estabelecido ao longo da curva LM1 à direita do ponto B, como o ponto C, das curvas IS1, LM1 e BP1. O efeito da expansão monetária é reforçado pela depreciação da taxa de câmbio, levando a um maior nível de renda. No caso limite da mobilidade de capital perfeita ilustrada no painel (b), a expansão monetária (que desloca a curva LM de LM0 para LM1) exercerá pressão descendente sobre a taxa de juros interna. Esta pressão incipiente resulta em saídas de capital e uma depreciação da taxa de câmbio, fazendo com que a curva IS passe para a direita(de IS0 para IS1) até que um novo equilíbrio seja estabelecido no ponto C, a intersecção tripla das curvas LM1, IS1 e BP À taxa de juros mundial dada r* e um novo nível de renda Y1. Neste caso limitativo, a política monetária é completamente eficaz e contrasta com a posição da política fiscal discutida acima.
	Em resumo, sob um regime de taxas de câmbio fixas com mobilidade de capital imperfeita, enquanto a expansão fiscal resultará em um aumento da renda, seus efeitos sobre a balança de pagamentos global (assumindo a esterilização) são ambíguos (dependendo das inclinações relativas da LM e BP). Em contrapartida, não existe qualquer ambiguidade na sequência de uma alteração da política monetária. A expansão monetária resultará num aumento da renda e sempre levará a uma deterioração da balança de pagamentos. No entanto, na ausência de esterilização, a política monetária é completamente ineficaz em influenciar o nível de renda. Além disso, no caso limite de uma mobilidade perfeita do capital, a política fiscal torna-se todo-poderosa, enquanto a política monetária será impotente, não tendo efeitos duradouros sobre a procura agregada e o nível de rendimento. Sob um regime de taxas de câmbio flexíveis, com uma mobilidade de capital imperfeita, enquanto a expansão fiscal resultaria num aumento da renda, poderia (dependendo das inclinações relativas das curvas LM e BP) fazer com que a taxa de câmbio se depreciasse ou apreciasse, Ou parcialmente compensar o efeito da expansão fiscal sobre a demanda agregada e renda. Em contrapartida, a expansão monetária resulta em um aumento da renda, com os efeitos da expansão monetária sobre a demanda agregada e a renda sendo reforçada pela depreciação da taxa de câmbio. No caso limite da perfeita mobilidade de capital, a política fiscal torna-se impotente e não consegue afetar a produção e o emprego, enquanto a política monetária se torna todo-poderosa.
	Ao concluir a nossa discussão, é importante notar que há uma série de limitações do modelo IS-LM acima mencionado para uma economia aberta. Essas limitações incluem: pressupostos restritivos (por exemplo, salários e preços fixos e expectativas estáticas sobre as mudanças nas taxas de câmbio); A especificação da conta de capital (onde os fluxos líquidos de capital entre países dependem unicamente do diferencial entre as taxas de juros domésticas e estrangeiras), o que é inconsistente com a teoria da carteira onde fluxos de capital perpétuo exigem mudanças contínuas de juros; A hipótese implícita de que um país é capaz de fazer corresponder um défice contínuo da balança corrente com um excedente na conta de capital, enquanto que, na realidade, a natureza do objectivo da balança de pagamentos é provavelmente muito mais precisa do que apenas a o equilíbrio global da balança de pagamentos; E adotando a estática comparativa ao invés de considerar a dinâmica de ajuste após uma perturbação (ver Ugur, 2002). Para uma discussão da origem e refinamentos subseqüentes do modelo de Mundell-Fleming, o leitor é encaminhado para Frenkel e Razin (1987); Mundell (2001); Obstfeld (2001); Rogoff (2002); Broughton (2003).
Tendo analisado a eficácia da política fiscal e monetária no contexto dos modelos keynesianos de preço fixo de uma economia fechada e aberta, discutiremos a análise original da curva de Phillips e comentaremos a importância da curva para a economia ortodoxa keynesiana.
A curva de Phillips
 	A curva de Phillips está preocupada com a controvérsia sobre a relação entre inflação e desemprego e é uma das relações mais famosas na macroeconomia (ver Smithin, 2002). Deve-se notar que o primeiro estudo estatístico que investigou a relação entre desemprego e inflação foi realizado por Irving Fisher em 1926 (ver Fisher, 1973). No entanto, a curva que leva o nome de A.W. Phillips derivou de uma investigação estatística publicada em 1958 sobre a relação entre o desemprego (U) e a taxa de variação dos salários monetários (˙W) no Reino Unido, durante o período de 1861-1957, que sugeria a possível existência de uma relação negativa estável a longo prazo entre a inflação salarial e o desemprego. Ele começa com estas palavras:
	Quando a demanda por uma mercadoria ou serviço é alta em relação à oferta dela, esperamos que o preço aumente, a taxa de aumento sendo maior quanto maior o excesso de demanda. Por outro lado, quando a demanda é baixa em relação à oferta esperamos que o preço caia, sendo a taxa de queda maior quanto maior for a deficiência da demanda. Parece plausível que este princípio deve operar como um dos fatores que determinam a taxa de mudança das taxas salariais monetárias.
[fonte: p. 136]
	Seguindo o trabalho pioneiro de Phillips, desenvolveu duas vertentes para a literatura, uma teórica, a outra empírica. No plano empírico, os economistas estavam interessados ​​em estabelecer se uma relação estável entre inflação e desemprego prevaleceu em outras economias de mercado. No que diz respeito à realização simultânea de baixa inflação e baixo desemprego, a descoberta de uma possível troca estável entre esses dois objetivos implicava um dilema de política, que poderia ser superado se a curva pudesse ser deslocada para a esquerda por um equilíbrio econômico apropriado de políticas.No entanto, a concepção de políticas eficazes para atingir este objectivo exigiria, em primeiro lugar, uma explicação teórica coerente das forças económicas que estão por detrás da relação.
	A primeira grande tentativa de fornecer uma sólida base teórica para a curva foi fornecida por Lipsey (1960) através da combinação de duas relações postuladas: (i) uma relação linear positiva entre a taxa de aumento dos salários monetários e o excesso de demanda por mão-de-obra (XL), e (ii) uma relação não-linear negativa entre o excesso de demanda e o desemprego. Essas relações postuladas são dadas nas equações (3.7) e (3.8).
W = α (XL) = α [(DL – SL)/SL] (3.7)
XL = β(U) (3.8)
	Where DL is the demand for labour, SL is the supply of labour, α is a positive coefficient of wage flexibility, and β is a variable negative parameter such that when XL → 0, U = U* and U* > 0; and when XL → ∞, U → 0. By combining these two postulated relationships, Lipsey was able to provide an economic rationale for Phillips’s observed non-linear inverse relationship between the rate of change of money wages and unemployment shown in Figure 3.14.
	Onde DL é a demanda por mão-de-obra, SL é a oferta de mão-de-obra, α é um coeficiente positivo de flexibilidade salarial e β é um parâmetro negativo variável tal que quando XL → 0, U = U * e U *> 0; E quando XL → ∞, U → 0. Ao combinar essas duas relações postuladas, Lipsey foi capaz de fornecer uma lógica econômica para a relação inversa não linear observada de Phillips entre a taxa de variação dos salários monetários e do desemprego mostrada na Figura 3.14.
gráfico 3.14 – A Curva de Phillips
pg 139
	Lipsey argumentou que, embora o desemprego caísse em resposta ao excesso de demanda positivo (por exemplo, os empregos se tornam mais fáceis de encontrar à medida que as vagas aumentam), o desemprego apenas se aproximaria assintoticamente de zero. Em outras palavras, o aumento constante da demanda em excesso seria acompanhado por reduções cada vez menores do desemprego.
	Voltando à afirmação de abertura de Phillips em seu artigo de 1958, é claro que ele considerava a alta correlação entre a inflação dos salários monetários e o desemprego como fortes evidências a favor da explicação da inflação sobre a demanda.
	Durante a década de 1960, a curva de Phillips (1958) foi rapidamente incorporada como parte integrante do paradigma keynesiano ortodoxo então dominante, não menos importante porque foi interpretado por muitos keynesianos ortodoxos como implicando um trade-off estável a longo prazo que forneceu a um conjunto de possíveis combinações inflação-desemprego para a escolha de políticas. A curva de Phillips veio a ser apresentada como uma proposição de que níveis permanentemente baixos de desemprego poderiam serrealisticamente alcançados tolerando níveis permanentemente elevados de inflação.
	Na opinião de Leeson, o artigo de 1958 de Phillips foi uma tentativa de localizar o nível de desemprego compatível com a estabilidade de preços. Richard Lipsey confirmou que Phillips "não tinha tolerância para aceitar a inflação como o preço da redução do desemprego" (Leeson, 1997a). No entanto, até o final dos anos 60, a ortodoxia econômica keynesiana predominante usou a curva de Phillips para prever a taxa de inflação que resultaria de níveis de desemprego diferentes atingidos pelas políticas ativistas de demanda agregada, com ênfase especial nos instrumentos fiscais.
	Pressupõe-se que os salários em dinheiro para o pleno emprego sejam fixos e não respondam às mudanças na demanda agregada. Somente quando o pleno emprego for atingido mudanças na demanda agregada afetarão o nível de preços. A curva de Phillips permitiu que a teoria keynesiana ortodoxa de produção e determinação de emprego fosse ligada a uma teoria da inflação de salários e preços.

Outros materiais