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Autora: Profa. Elisa Nogueira Novaes Botta
Colaboradora: Profa. Patrícia Scarabelli
Metodologia do Projeto
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Professora conteudista: Elisa Nogueira Novaes Botta
Nascida em São Paulo, logo pequena se mudou com os pais para o interior, São Carlos – SP, onde morou até 
completar seus estudos de doutorado. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista – 
Unesp Araraquara (2005), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar 
(2009) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, com estágio doutoral 
na École des Hautes Ètudes en Sciences Sociales – EHESS, Paris, França (2012). Atualmente reside em Campinas – SP e 
é professora titular da Universidade Paulista – UNIP.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B748m Botta, Elisa Nogueira Novaes.
Metodologia do Projeto / Elisa Nogueira Novaes Botta. – São 
Paulo: Editora Sol, 2019.
96 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-041/19, ISSN 1517-9230.
1. Metodologia. 2. Projeto de pesquisa. 3. Publicações científicas. 
I. Título.
CDU 001.8
U501.23 – 19
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Sheila Folgueral
 Ricardo Duarte
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Sumário
Metodologia do Projeto
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 METODOLOGIA: POR QUE APRENDER? .....................................................................................................9
1.1 Caso 1: barbearia .....................................................................................................................................9
1.2 Caso 2: sala de reuniões de uma empresa sustentável ........................................................ 11
2 METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................................................................................................................... 12
2.1 O que faz de uma pessoa um cientista? ..................................................................................... 14
3 MÉTODOS DE ABORDAGEM: BASES LÓGICAS DA INVESTIGAÇÃO .............................................. 17
4 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA ...................................................................................... 23
4.1 Classificação das pesquisas .............................................................................................................. 24
4.1.1 Objetivos ..................................................................................................................................................... 27
4.1.2 Procedimentos ......................................................................................................................................... 30
4.1.3 Tratamento dos dados .......................................................................................................................... 38
Unidade II
5 PROJETO DE PESQUISA ................................................................................................................................. 45
5.1 Pensando na pesquisa ........................................................................................................................ 47
5.1.1 Tema ............................................................................................................................................................. 47
5.1.2 Delimitação do tema ............................................................................................................................. 47
5.1.3 Levantamento e análise da literatura ............................................................................................. 49
5.1.4 A pergunta da pesquisa........................................................................................................................ 50
5.1.5 Hipótese ...................................................................................................................................................... 51
5.1.6 Objetivos: geral e específicos ............................................................................................................. 52
5.1.7 Justificativa ............................................................................................................................................... 54
5.1.8 Referencial teórico ................................................................................................................................ 55
5.1.9 Metodologia .............................................................................................................................................. 57
5.1.10 Cronograma ............................................................................................................................................ 63
5.1.11 Orçamento ............................................................................................................................................... 64
6 ELEMENTOS DO TEXTO ................................................................................................................................. 66
6.1 Elementos pré-textuais ...................................................................................................................... 66
6.1.1 Capa ............................................................................................................................................................. 66
6.1.2 Folha de rosto ........................................................................................................................................... 67
6.1.3 Dedicatória ................................................................................................................................................ 68
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6.1.4 Resumo ....................................................................................................................................................... 68
6.1.5 Listas ............................................................................................................................................................69
6.1.6 Sumário ....................................................................................................................................................... 70
6.2 Elementos textuais .............................................................................................................................. 71
6.2.1 Introdução de um projeto ................................................................................................................... 71
6.3 Elementos pós-textuais ..................................................................................................................... 73
6.3.1 Referências ................................................................................................................................................ 74
7 MODALIDADES DO TRABALHO CIENTÍFICO ........................................................................................... 79
7.1 Trabalhos de síntese ............................................................................................................................ 80
7.2 Resenha crítica ...................................................................................................................................... 80
7.3 Trabalho científico e monografia ................................................................................................... 81
7.3.1 Trabalho monográfico ........................................................................................................................... 81
7.4 Trabalho de conclusão de curso ..................................................................................................... 82
7.5 Relatório de pesquisa de iniciação científica ............................................................................ 83
7.6 Relatório de estágio ............................................................................................................................ 83
8 PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS ......................................................................................................................... 84
8.1 Artigo científico .................................................................................................................................... 84
8.2 Paper .......................................................................................................................................................... 85
8.3 Pôster ........................................................................................................................................................ 85
8.4 Dissertação .............................................................................................................................................. 86
8.5 Tese ............................................................................................................................................................. 87
8.6 Formas de disseminação/divulgação ............................................................................................ 87
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APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
O livro-texto que aqui apresentamos servirá de apoio ao estudo da disciplina Metodologia do Projeto. 
O principal objetivo desta disciplina é fornecer diretrizes, desde as mais técnicas às mais operacionais, 
as quais visam instaurar no estudante uma postura investigativa, que o leve a buscar as fontes para 
a construção do conhecimento, e assim realizar sua aprendizagem. Trata-se, pois, em um primeiro 
momento, de uma iniciação metodológica ao trabalho intelectual, a partir da apresentação de normas 
práticas e instrumentos operacionais, que o ajudarão a tornar-se cientificamente organizado, o que 
garantirá, sem dúvida, resultados compensadores.
Além disso, este livro procura demonstrar, com base em discussões, debates e casos, que metodologia 
não é algo que tenha função apenas para a ciência. Mesmo que sua intenção não seja seguir uma 
carreira acadêmica, você perceberá que a organização das ideias, a partir das informações contidas 
neste livro, o ajudará a ter eficiência. E quem não quer eficiência nas tomadas de decisões do dia a dia?
Neste sentido, e com esse espírito, este livro abordará o que é método, suas utilizações e como este 
está também diretamente relacionado à atividade científica. Depois, tratará de noções gerais, conceito 
e etapas do projeto de pesquisa. Focará na estrutura do trabalho científico, passando pelas normas de 
citações e finalizando com as referências bibliográficas.
Esperamos que você aprecie o texto.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Um grande desafio nos dias atuais é convencer o aluno da importância de aprender 
metodologia, bem como demonstrar sua aplicabilidade. As perguntas cruciais são “por que” e 
“para que” estudar tantas regras, tantos detalhes, indicações rígidas para digitação e formatação 
do texto, que parecem cercear a liberdade do aluno em pensar e escrever sem nenhuma 
exigência metodológica. Esta disciplina que você inicia contribui para a formação do estudante, 
ajudando-o a pensar, refletir e raciocinar sobre sua existência na sociedade, sobre o “caminhar” 
das tecnologias e o futuro da ciência. Bem por isso, a maioria dos cursos superiores no Brasil têm 
na sua ementa disciplinas de metodologia.
Caros alunos, começaremos esta disciplina respondendo à pergunta que a maioria de vocês faz: 
por que eu, estudante do curso de Design de Interiores, preciso cursar uma disciplina de metodologia?
A resposta a essa pergunta envolve considerar e conhecer algumas questões que a permeiam, 
tais como pensamento, formas de conhecimento, instituições de pesquisa e instrumentos de 
estudo/pesquisa.
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Sendo assim, a melhor maneira de você, prezado aluno, compreender todos esses debates é ser 
introduzido neste mundo aos poucos. Para isso, iniciamos este livro com as operações básicas do 
método: decompor, compor, organizar, analisar. O objetivo é fornecer noções que o ajudarão a construir 
perspectivas sobre um tipo de conhecimento utilizado nas universidades, o científico. Para isso, poremos 
o foco no método, passando pelas diversas formas de conhecimento – com especial atenção ao científico 
e todas as suas possibilidades de aplicação. 
Após essa introdução ao mundo das ciências, abordaremos os elementos estruturantes da pesquisa 
científica. Identificaremos todas as etapas que compõem as atividades de pesquisar: desde a pergunta 
central da pesquisa, os processos de delimitação, os objetivos, as justificativas, até sua finalização, com 
as referências bibliográficas. Faremos reflexões sobre a redação e a linguagem apropriadas a serem 
adotadas na pesquisa e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
O principal objetivo deste livro é fornecer a você, estudante, através destas diretrizes metodológicas, 
instrumentos para o aperfeiçoamento do espírito crítico, bem como para o desenvolvimento das 
capacidades e habilidades de produção e geração de conhecimento. 
A disciplina metodologia científica, devido ao seu caráter sistêmico e 
inter-relacionado entre suas variáveis de estudo, deve estimular os estudantes, 
a fim de que busquem motivações para encontrar respostas às suas indagações, 
respaldadas e sistematizadas em procedimentos metodológicos pertinentes. 
Se nos referimos a um curso superior – graduação e pós-graduação – estamos 
naturalmente nos remetendo a uma Academia de Ciência e, como tal, as 
respostas aos problemas de aquisição do conhecimento deveriam ser buscadas 
através do rigor científico e apresentadas através de normas acadêmicas 
vigentes (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 12).
Neste sentido, a elaboração desta disciplina sempre teve comonorte a desmistificação do papel e da 
aplicabilidade da ciência nos dias atuais. Buscamos apresentar ao estudante algumas orientações que 
visam fornecer uma visão global de como organizar o trabalho na universidade de modo disciplinado, 
para que se possa tirar maior proveito. Além disso, dado o seu caráter instrumental, este livro deve ser 
paulatinamente abordado, em função das progressivas solicitações, e continuamente retomado até que 
se adquira familiaridade indispensável para que sua aplicação se torne espontânea, eficaz e agradável. 
Esta disciplina objetiva, mais do que levar o aluno a elaborar projetos, a desenvolver um trabalho 
monográfico ou um artigo científico como requisito final e conclusivo de um curso acadêmico. 
Ela permite ao aluno comunicar-se de forma correta, inteligível, demonstrando um pensamento 
estruturado, plausível e convincente.
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METODOLOGIA DO PROJETO
Unidade I
1 METODOLOGIA: POR QUE APRENDER?
Segundo Prodanov e Freitas (2013), podemos definir método como o caminho para chegarmos a determinado 
fim. Ou seja, método, em sua acepção mais simples, é o modo como cada um de nós faz algo, desde atividades 
corriqueiras, como realizar uma compra em um supermercado ou preparar um café, até atividades mais 
complexas, como abrir um negócio. Para todas elas, pensamos, planejamos. Além disso, segundo Costa e Costa 
(2015), o emprego de métodos para essas diversas atividades pode aumentar inclusive sua eficiência. 
Mesmo fora do contexto acadêmico, a metodologia é fundamental para a reprodução do aprendizado, 
das experiências. Para que possamos continuar explicando o preparo de um café, para que seu processo 
seja descrito, para que a experiência, o aprendizado se dissemine, é necessário o emprego da metodologia. 
Mesmo que você não seja um cientista, você desenvolverá diferentes métodos em tarefas do seu dia 
a dia, buscando aprimorar sua eficiência. Como?
Para explicar melhor sua utilização, usaremos um exemplo: você deve preparar o almoço durante os 
dias da semana, dias corridos. Conforme executa essa tarefa diariamente, vai aperfeiçoando as técnicas, 
melhorando o tempo de preparo e, portanto, a eficiência do processo. Metodologia é isso: pensar nos 
caminhos que irá seguir para atingir um objetivo da melhor forma possível.
 Observação
Mesmo fora do contexto acadêmico, a metodologia é fundamental 
para a reprodução do aprendizado, das experiências. Até em situações do 
cotidiano, usamos a metodologia para melhorar a eficiência dos processos. 
1.1 Caso 1: barbearia
Para que você, caro aluno, entenda melhor a aplicabilidade do método, usaremos alguns exemplos que poderão, 
futuramente, fazer parte do seu cotidiano como designer de interiores. No primeiro deles, vamos imaginar que 
um cliente entrou em contato com você porque precisa transformar um salão antigo numa barbearia.
Você, como o designer do projeto, aceitando o convite, inicia o processo pensando na sequência de 
etapas que devem ser respeitadas para que o projeto seja finalizado no prazo. 
Tendo em vista que o negócio de barbearia, inserido no ramo de estética e beleza, pode apresentar 
extrema diversidade de alternativas, desde o atendimento informal domiciliar a sofisticados salões de 
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Unidade I
luxo, podendo ainda contemplar as opções apenas masculino ou unissex, você focará em um salão 
pequeno, do tipo “de bairro”.
Figura 1 – Um novo projeto, novos desafios
Inicialmente, é provável que você divida o projeto em duas etapas: planejamento e execução, 
ou projeto e gerenciamento. Sabemos que essas etapas não são fáceis de serem pensadas, e muitas 
vezes requerem parceria com mais de um profissional, pois haverá muito trabalho pela frente. 
De qualquer forma, o que nos importa aqui é imaginarmos que você, como profissional, precisa 
planejar tudo o que será feito, sem erros, para que consiga atingir o objetivo com êxito.
O projeto se refere a toda a parte das ideias e soluções baseadas nas necessidades específicas de cada cliente. 
É o conceito e a sua representação técnica, o que normalmente é feito por plantas, memoriais, referências, 
esquemas, 3-Ds etc. Para isso, você deve criar/adquirir uma planta de layout, para determinar a posição e 
tamanho dos móveis. Já nesta etapa, você se preocupará com uma sequência a ser pensada para que tudo 
decorra bem. Essa sequência que você escolherá talvez não seja a mesma que outro designer escolheria, mas o 
que importa é que você desenvolva um método para atingir a eficiência do projeto levando em consideração 
algumas questões. 
Na primeira etapa do projeto, perguntas como “Quantas cadeiras de barbeiro caberão no projeto?”, 
“Que tipo de móveis (cor, materiais) devo usar?”, “Em quais lugares farei orçamentos?”, “Qual deve ser a 
melhor sequência da entrega destes?” farão parte do seu planejamento. 
Figura 2 – Esquema de cores e materiais do seu projeto
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METODOLOGIA DO PROJETO
Em uma segunda etapa, pensar sobre detalhamentos dos pontos de elétrica, marcenaria, hidráulica, 
entre outros, também o obrigará a considerar a melhor sequência para que tudo corra bem: “Quem deve 
entrar primeiro? Encanador? Eletricista? Marceneiro?”. 
Figura 3 – Eletricista em obras
Pensar sobre esses processos envolve reflexão, preparação, descrição, razão e avaliação para que 
continuem acontecendo de modo progressivamente aprimorado. 
1.2 Caso 2: sala de reuniões de uma empresa sustentável
Neste segundo caso, você, profissional de Design de Interiores, aceitou um grande desafio: após ter 
estudado e lido muito sobre sustentabilidade, e perceber que esse deve ser o caminho para que as próximas 
gerações vivam tão bem quanto você, resolveu se dedicar a pensar em projetos que tenham como norte 
os preceitos da sustentabilidade. Sendo assim, o planejamento e a execução têm uma dificuldade maior, 
já que o projeto foge do convencional (embora esse caminho tenha ganhado cada vez mais adeptos). 
Priorizar o uso de materiais que levem em conta a economia de energia, a redução do gasto de água 
e o impacto ambiental, bem como indicar reaproveitamento de materiais, serão fatores que farão parte 
desse projeto.
Figura 4 – Estudar e planejar para um bom resultado
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Unidade I
Projetos sustentáveis também exigem planejamento e sequência. Começar pensando na iluminação, 
na ventilação, para depois imaginar os móveis, as disposições e as cores, por exemplo, pode ser um 
método que você tenha desenvolvido. A sequência que você acredita ser a melhor, que trará maior 
eficiência ao projeto, será o seu método escolhido para esse projeto.
Esses casos confirmam nossa tese de que a metodologia está em todas as dimensões e atividades da 
vida em que se queira melhorar a qualidade do que é feito.
Segundo Costa e Costa (2015), toda atividade, teórica ou prática, requer procedimentos adequados 
e previamente elaborados para sua execução, necessitando, portanto, de um projeto. No campo da 
ciência, segundo os autores, esse projeto deve seguir parâmetros de coerência científica. Mas qual será 
o primeiro passo para fazer ciência?
2 METODOLOGIA CIENTÍFICA
Segundo Borges (2013), o primeiro passo para fazer ciência é: pensar. 
Então você diz para si mesmo: “Mas eu sou um ser racional, penso o tempo todo. Será que todo o 
tempo estou ‘fazendo ciência’?”. 
Vamos refletir sobre isso. Desde pequenos somos curiosos. As crianças costumam fazer perguntaso 
tempo todo. E buscam respostas para satisfazer sua curiosidade, sem se preocupar se seus questionamentos 
são bobos ou absurdos. 
O saber, como forma de compreensão das coisas, está presente nas nossas vidas desde pequenos. 
A sabedoria, segundo Knechtel (2014, p. 24), engloba “o conhecimento, a prudência, a moderação, 
a sensatez, a reflexão, e pressupõe a utilização dos conhecimentos em todos os fatos da vida”.
A sabedoria da mãe, por exemplo: mesmo sem curso superior, desde o nascimento de seu filho, ela o 
orienta e passa-lhe valores, sabedoria, que podem ser os fundamentais de toda a sua educação. Esse tipo 
de conhecimento, que aprendemos a partir de processos formais, informais e até mesmo inconscientes, 
e que inclui um conjunto de valorações, tem o nome de senso comum. “O senso comum é o saber 
que se adquire por meio de experiências vividas ou ouvidas no cotidiano. Engloba costumes, hábitos, 
tradições e normas éticas. É o conhecimento passado de geração para geração” (KNECHTEL, 2014, p. 24). 
Segundo Appolinário (2004), o senso comum é a primeira forma de conhecimento, gerada 
basicamente pela interação do ser humano com o mundo, e fundamentada na experiência individual.
Você já deve estar desconfiando aonde essa reflexão chegará: o senso comum não é a única forma 
de conhecimento; as práticas sociais podem gerar outros tipos de conhecimentos. Segundo Martins 
e Theóphilo (2009), há quatro tipos de conhecimento: o filosófico, o teológico, o senso comum 
(também conhecido como vulgar) e o científico. O homem utiliza cada um deles dependendo daquilo 
que quer conhecer, ou conforme a realidade a que pertence. 
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METODOLOGIA DO PROJETO
Você já entendeu que o senso comum é aquele que as pessoas adquirem em seu cotidiano, a 
partir de experiências vivenciadas ou por simples observação de fenômenos do dia a dia. Por não 
ter preocupação com explicações científicas, ou ditas corretas, o senso comum é, na maioria das 
situações, limitado, incoerente e impreciso e está no nível da opinião, pois esta pode ser emitida por 
qualquer sujeito a partir de informações previamente armazenadas, tomadas de forma corriqueira, 
ou simplesmente pelo fato, ou hábito, de dizer algo sem que haja argumentação passível de 
comprovação (MATALLO JR., 1994).
Agora, partimos para os outros conhecimentos: o conhecimento filosófico é caracterizado 
unicamente pela razão humana, ou seja, procura discernir entre o certo e o errado tendo a razão 
humana como fundamentação. Suas hipóteses e resultados não podem ser confirmados ou 
verificados (LAKATOS; MARCONI, 2010). O estudo filosófico, pelo emprego da lógica, tem como 
objetivos a ampliação dos limites de compreensão da realidade e o estabelecimento de uma 
concepção geral do universo.
Especulativo, utiliza-se de experiências, e não de experimentações, não permitindo levantamento 
de hipóteses que não poderão ser submetidas à observação. O olhar e a interpretação da Filosofia, 
predominantemente dedutivos, partem de ideias e relações entre conceitos que não são redutíveis à 
realidade material (LAKATOS; MARCONI, 2010). 
O conhecimento teológico apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas. É um 
conhecimento sistemático, porém suas evidências não são verificáveis (LAKATOS; MARCONI, 2010). 
Resultado da fé humana na existência de forças sobrenaturais, consideradas como criadoras do 
universo, o conhecimento teológico, ou religioso, surge com as revelações do mistério, do oculto, 
por alguma manifestação divina, sagrada, as quais são transmitidas por alguém, por tradição ou por 
escritos tidos também como sagrados (MARTINS; THEÓPHILO, 2009) e que, portanto, devem ser 
adorados e obedecidos.
O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. 
Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos e, a partir de 
classificações, comparações e análises, enfim, de métodos, pode chegar a leis gerais que os regem. O 
processo de investigação, descoberta e expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo 
em relação a fatos e objetos (MARTINS; THEÓPHILO, 2009). O conhecimento é uma adequação do 
sujeito ao objeto. O sujeito tem seus meios de conhecimento, e o objeto revela-se a ele conforme 
tais meios. Segundo Fachin (2003), o sujeito entra em contato com o objeto por intermédio de uma 
relação determinada, e esse contato se transforma em conhecimento por meio dessa mesma relação. 
Toda compreensão necessita de um contato com o real. 
Seguindo as palavras de Tomaino et al. (2016, p. 4):
De modo geral, o conhecimento científico é definido como aquele 
conhecimento sistemático que busca o que há de universal e permanente 
nos fenômenos através de um método que pressupõe uma inquirição do 
objeto, produzindo uma explicação crítica, objetiva, segura e exata [...]. 
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Unidade I
Assim como o senso comum, o conhecimento científico se inicia pela 
observação do objeto, mas se diferencia daquele porque pretende o sujeito 
que sua observação seja neutra e assume uma postura inquisitiva sobre 
o referido objeto. Portanto, para essa concepção clássica, é o método na 
relação sujeito-objeto que torna científico um conhecimento, formulando 
enunciados descritivos, genéricos, comprovados e reproduzíveis.
Dessa forma, podemos finalmente responder à pergunta do início dessa parte: não. Embora sejamos 
seres racionais, na maioria das vezes em que adquirimos ou desenvolvemos algum conhecimento, 
o fazemos como consequência da necessidade de resolvermos problemas imediatos, que aparecem na 
vida prática e decorrem do contato direto com os fatos e fenômenos que vão acontecendo no dia a dia. 
Esses conhecimentos não são antecipadamente programados ou planejados. Conforme salienta Köche 
(2016), os conhecimentos derivados de situações como essas, do nosso cotidiano, são vivenciais, e por 
isso ametódicos. 
Mas como se faz ciência? Como desenvolvemos o conhecimento científico? Vamos responder a essa 
pergunta na próxima parte!
2.1 O que faz de uma pessoa um cientista?
Segundo Borges (2013, p. 2), o que existe em comum entre todos os cientistas é uma grande 
curiosidade com relação à natureza ao nosso redor: “É a capacidade de formular questões e tentar 
respondê-las através de hipóteses que podem ser testadas por meio de investigações detalhadas”. 
Mas o que as pessoas comuns pensam sobre o cientista? Segundo Alves (2007, p. 9):
Pensam num gênio louco, que inventa coisas fantásticas; o tipo excêntrico, 
ex-cêntrico, fora do centro, manso, distraído; o indivíduo que pensa o tempo 
todo sobre fórmulas incompreensíveis ao comum dos mortais; alguém que 
fala com autoridade, que sabe o que está falando, a quem os outros devem 
ouvir e... obedecer.
Podemos perceber que em muitas sociedades criaram-se algumas ideias falsas, carregadas 
de estigmas, sobre a figura do cientista. Na realidade, este é um ser social, que está entre nós, 
carregado de vícios, trejeitos e pré-conceitos. No entanto, na medida em que se propõe a fazer 
ciência, deve se despir de todos essas pré-noções e se entregar ao novo. Além de criativas, essas 
pessoas devem cumprir com rigor requisitos pontuais, que justifiquem, corroborem ou refutem 
teses inovadoras ou já estabelecidas a partir de dados empíricos, de modo neutro e impessoal 
(TOMAINO et al., 2016). Seu trabalho acadêmico, na medida em que busca se inserir no mundo 
da ciência, deve seguir inúmeros parâmetros, tais como universalista, racionalista, dedutivo, 
indutivo, interdisciplinar etc. Isso porque investigar, segundo Tomaino et al. (2016), significa 
reelaborar a realidade a partir de instrumentos intelectuaisracionais e diversificados. 
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METODOLOGIA DO PROJETO
Além disso, a atividade de pesquisar oferece inúmeras possibilidades. Há investigações pautadas pela 
coleta e sistematização de dados, visando à descrição do real; outras visam à elaboração de quadros 
teóricos referenciais que expliquem a realidade; outras ainda buscam a interlocução entre prática 
e teoria. De qualquer forma, Tomaino et al. (2016, p. 21) salientam que, “para cada movimento de 
elaboração de novas teorias, ou correntes de pensamento, são necessários inúmeros debates e disputas 
nos limites de cada instituição disciplinar”.
Embora pensemos na ciência como algo único, Fachin (2003, p. 15) diz:
A ciência se apresenta como uma forma uniforme de achar alguma 
razão na observação dos fatos. Sua estrutura permite a acumulação do 
conhecimento de forma organizada e fundamentada em sistemas lógicos, 
sempre sob a direção de um elenco de procedimentos da metodologia 
científica. A classificação das diversas ciências é importante porque é uma 
preocupação que, ao longo do tempo, tem se tornado uma problemática 
intelectual do ser humano.
A partir de Lakatos e Marconi (2010) e Fachin (2003), é possível proceder à classificação e à divisão 
da ciência. É o que vemos na figura a seguir:
Ciências
Formais Factuais
Naturais
Humanas
Figura 5 –Divisão da ciência e suas classificações
As ciências formais são aquelas que lidam com dados que não são concretos, com abstrações cujos 
teoremas e argumentos dispensam experimentos. Trabalham sobre a forma do conhecimento, e não 
sobre seu conteúdo. A exemplo da Matemática e da Lógica, trabalham com ideias. Já as chamadas 
factuais procuram lidar com situações reais, baseadas em fatos. Seus objetos têm uma existência que 
independe de nossa mente, e suas características são geralmente perceptíveis aos sentidos. As ciências 
factuais, que também podem ser chamadas de experimentais ou empíricas, são divididas em duas 
grandes áreas, em razão das diferenças entre os objetos de investigação, bem como entre os métodos de 
investigação, análise e conclusão.
As ciências factuais naturais são aquelas relacionadas à Física, à Química, à Biologia, à Geologia e à 
Astronomia, para listar algumas. Operam com os dados fornecidos pela natureza. Por exemplo:
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Unidade I
• Astronomia: estudo dos astros, das estrelas.
• Geologia: estudo das ciências da Terra, no que diz respeito à sua composição e estrutura.
• Biologia: estudo dos seres vivos, buscando conhecer o funcionamento dos organismos.
• Química: trata das substâncias da natureza, dos elementos e suas características.
• Física: estuda a natureza em seus aspectos mais gerais.
As ciências factuais humanas preocupam-se, em sentido mais amplo, com fenômenos e atividades 
relacionadas com o homem. Assim, a Antropologia, a Psicologia Social, a Sociologia, a História, o Direito, a 
Economia e a Política fazem parte dessa divisão. Tratam do homem, de seu comportamento, de sua vida grupal.
O método, quando incorporado a uma forma de trabalho ou de pensamento, leva o indivíduo a 
adquirir hábitos e posturas diante de si mesmo, do outro e do mundo que só têm a beneficiar a sua vida, 
tanto profissional quanto social, afetiva, econômica e cultural. Por método entendemos caminho que se 
trilha para alcançar um determinado fim, atingir um objetivo; para os filósofos gregos, metodologia era 
a arte de dirigir o espírito na investigação da verdade. 
Ora, as regras e os passos metodológicos que são ensinados na universidade, visando à inserção 
do estudante no mundo acadêmico-científico, e que são pertinentes e necessários objetivam também, 
e sobretudo, criar hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto pela leitura, a 
compreensão dos diferentes interlocutores, um espírito crítico maduro e responsável, o diálogo claro e 
profundo com os outros e com o mundo, a autodisciplina, o respeito à alteridade e ao diferente, uma 
postura de humildade diante do pouco que se sabe e da infinidade de saberes existentes, o exercício da 
ética e do respeito a quem pensa diferente, a ousadia/coragem de expor o próprio pensar. 
A disciplina de metodologia nas universidades deve ajudar os alunos na experiência de sentirem-se 
cidadãos livres e responsáveis, a administrar suas emoções e exercitar o bom senso e a equidade. De um 
modo peculiar, os alunos do curso de Design de Interiores muito se enriquecem quando assimilam bem 
tudo o que foi exposto.
Como em tantos outros cursos, os alunos de Design saem da faculdade cheios de teorias, de novas 
ideias para aplicar nos projetos; acumulam ensinamentos dos mais renomados especialistas na área. 
Deparam-se, muitas vezes, com a questão do método. Por onde começar? Qual o primeiro passo a 
ser dado? O que é mais urgente? Entre teoria e método há uma grande diferença, ainda que sejam 
interdependentes. Ambos buscam realizar o objetivo proposto; a teoria pode gerar e dar forma ao 
método e vice-versa; o método, quando alimentado de estratégia, iniciativa, invenção e arte, estabelece 
uma relação com a teoria capaz de propiciar a ambos regenerar-se mutuamente pela organização de 
dados e informações (MORIN apud VERGARA, 1996, p. 335).
Agora que você já entendeu o que é método e como a ciência se apropria dele, vamos falar sobre os 
diferentes tipos de métodos científicos.
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METODOLOGIA DO PROJETO
3 MÉTODOS DE ABORDAGEM: BASES LÓGICAS DA INVESTIGAÇÃO
Conforme descrito acima, os métodos esclarecem os procedimentos lógicos que deverão ser seguidos 
no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade. Segundo Lakatos e Marconi 
(2010), Trujillo Ferrari (1974), entre outros, são também os métodos que possibilitam ao pesquisador 
decidir acerca do alcance de sua investigação, das regras de explicação dos fatos e da validade de suas 
generalizações. Partindo da concepção de que método é um procedimento ou caminho para alcançar 
um fim preciso e que a finalidade da ciência é a procura do conhecimento, podemos dizer que o método 
científico é um conjunto de procedimentos adotados com o propósito de alcançar o conhecimento.
De acordo com Trujillo Ferrari (1974), o método científico é um traço característico da ciência, 
constituindo-se em instrumento básico que ordena, inicialmente, o pensamento em sistemas e traça os 
procedimentos do cientista ao longo do caminho até atingir o objetivo científico preestabelecido.
 Lembrete
O método científico não pode ser entendido como algo fechado, 
infalível. Deve possuir um rigor científico compatível com o nível de estudo 
em desenvolvimento. O importante, em qualquer pesquisa, é que o método 
adotado esteja dentro de um contexto coerente e lógico.
De acordo com Prodanov e Freitas (2013), muitos foram os pensadores e filósofos do passado que 
tentaram definir um único método aplicável a todas as ciências e a todos os ramos do conhecimento. 
Segundo os autores, essas tentativas culminaram no surgimento de diferentes correntes de pensamento, 
por vezes conflitantes entre si. Na atualidade, já admitimos a convivência e até a combinação de métodos 
científicos diferentes, dependendo do objeto de investigação e do tipo de pesquisa.
O quadro a seguir resume a evolução histórica do método científico:
Quadro 1 – Evolução histórica do método científico
Período
histórico Pensadores Principal contribuição
Grécia Antiga
Euclides, Platão, 
Aristóteles, Arquimedes, 
Tales, Ptolomeu
Além das chamadas questões metafísicas, trataram também da 
Geometria,da Matemática, da Física, da Medicina etc., imprimindo 
uma visão totalizante às suas interpretações.
Séculos
IV – XIII
Santo Agostinho, 
São Tomás de Aquino
Transformação dos textos bíblicos em fonte de autoridade científica 
e, de modo geral, a existência de uma atitude de preservação/
contemplação da natureza, considerada sagrada.
Séculos
XVI – XVII
Copérnico, Kepler, 
Galileu e Newton
Ruptura com a estrutura teológica e epistemológica do período 
medieval e início da busca por uma interpretação matematizada e 
formal do real. O método acontecendo em dois momentos: 
a indução e a educação.
Bacon, Hobbes, Locke, 
Hume e Mill
Aprofundamento da questão da indução, lançamento das bases para o 
método indutivo-experimental.
Descartes Método dedutivo.
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Unidade I
Século
XVIII Kant
Sujeito como ordenador e construtor da experiência: só existe o que 
é pensado.
Século
XIX
Hegel “O processo histórico”.
Marx
Explicações verdadeiras para o que ocorre no real não se verificarão 
através do estabelecimento de relações causais ou relações de 
analogia, mas sim no desvelamento do “real aparente” para chegar 
ao “real concreto”.
Século
XX
Popper
Propõe que o indutivismo seja substituído por um modelo 
hipotético-dedutivo, ressaltando que o que deve ser testado não é a 
possibilidade de verificação, mas sim a de refutação de uma hipótese.
Kuhn
Método em dois momentos: (1) a ciência trabalha para ampliar e 
aprofundar o aparato conceitual do paradigma; (2) em um momento 
de crise, trabalha pela superação do paradigma dominante.
Fonte: Prodanov e Freitas (2013, p. 25-26).
Dada a diversidade de métodos, alguns autores costumam classificá-los em gerais e específicos 
(também denominados de abordagem e discretos).
Segundo Prodanov e Freitas (2013), são os métodos que irão oferecer ao pesquisador as normas 
genéricas destinadas a estabelecer uma ruptura entre objetivos científicos e não científicos (ou 
de senso comum). Eles irão esclarecer os procedimentos lógicos que deverão ser seguidos no 
processo de investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade. São, pois, métodos 
desenvolvidos a partir de elevado grau de abstração, que possibilitam ao pesquisador decidir 
acerca do alcance de sua investigação, das regras de explicação dos fatos e da validade de suas 
generalizações (PRODANOV & FREITAS, 2013).
Podem ser incluídos, neste grupo, os métodos: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético 
e fenomenológico.
O método dedutivo foi proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, e pressupõe que 
só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. É o método que parte do geral e, a seguir, 
desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias consideradas verdadeiras e indiscutíveis, 
prediz a ocorrência de casos particulares com base na lógica. “Parte de princípios reconhecidos como 
verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em 
virtude unicamente de sua lógica” (GIL, 2008, p. 9). O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o 
conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise 
do geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o silogismo, a construção lógica para, a partir 
de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de 
conclusão. Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo a seguir:
Todo homem é mortal. (premissa maior)
Pedro é homem. (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal. (conclusão)
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METODOLOGIA DO PROJETO
De acordo com Prodanov e Freitas (2013), o método dedutivo encontra ampla aplicação em ciências 
como a Física e a Matemática, cujos princípios podem ser enunciados como leis. Já nas ciências sociais, 
o uso desse método é bem mais restrito, em virtude da dificuldade para obter argumentos gerais, cuja 
veracidade não possa ser colocada em dúvida.
 Saiba mais
Para mais informações sobre o pensamento moderno de René Descartes 
e o papel da dúvida na construção do saber e do conhecimento, consulte 
as seguintes obras:
DESCARTES, R. Regras para a direção do espírito. Lisboa: Edições 70, 
1989. p. 65-89.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 93-106. 
(Coleção Os Pensadores).
O método indutivo, responsável pela generalização, pressupõe que se parta de algo particular para 
uma questão mais ampla, mais geral. De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p. 86):
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados 
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral 
ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos 
argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais 
amplo do que o das premissas nas quais se basearam.
Isso significa que a indução parte de um fenômeno para chegar a uma lei geral por meio da 
observação e da experimentação, visando investigar a relação existente entre dois fenômenos 
para generalizar. Temos, então, que “o método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte 
do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados 
particulares” (GIL, 2008, p. 10). 
Ainda segundo o autor, “se por meio da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que 
baseadas em premissas igualmente verdadeiras, por meio da indução chega-se a conclusões que são 
apenas prováveis” (GIL, 2008, p. 11).
Tal método serviu para que os estudiosos da sociedade abandonassem a postura especulativa e 
se inclinassem a adotar a observação como procedimento indispensável para atingir o conhecimento 
científico. Devido à sua influência é que foram definidas técnicas de coleta de dados e elaborados 
instrumentos capazes de mensurar os fenômenos sociais. Assim, podemos afirmar que o método indutivo 
foi fundamental para o fortalecimento das ciências sociais.
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Unidade I
O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução, expressas 
em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em 1935, e consiste na adoção 
da seguinte linha de raciocínio:
[...] quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto 
são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. 
Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas 
conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se 
consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa 
tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no 
método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método 
hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para 
derrubá-la (GIL, 2008, p. 12).
O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma lacuna no conhecimento 
científico, passando pela formulação de hipóteses e por um processo de inferência dedutiva, o qual testa 
a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela referida hipótese. Vamos usar um esquema na 
figura a seguir para deixar mais claro:
Problema
Conjecturas
Dedução de 
consequências 
observadas
Tentativa de 
falseamento 
Corroboração
Figura 6 – Esquema do método hipotético-dedutivo
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METODOLOGIA DO PROJETO
De acordo com Popper, toda investigação tem origem em umproblema, cuja solução envolve 
conjecturas, hipóteses, teorias e eliminação de erros; por isso, Lakatos e Marconi (2010) afirmam que o 
método de Popper é o método de eliminação de erros. Veja a figura a seguir:
Conhecimento existente
Problema ou lacuna no conhecimento: fatos; descoberta do problema; formulação do problema.
Modelo teórico
Suposições plausíveis; hipóteses principais (centrais) e auxiliares (decorrentes).
Dedução das consequências
Busca de suportes racionais e empíricos – consequências, predições e retrodições.
Teste das hipóteses
Planejamento; realização das operações; coleta de dados; tratamento e análise dos dados; interpretação.
Cotejamento ou avaliação
Resultados com as previsões com base no modelo teórico.
Refutação (rejeição)
Erros na teoria ou nos procedimentos.
Corroboração (não rejeição)
Extensões; nova teoria e/ou nova lacuna ou novo problema.
Correção do modelo
Figura 7 – Etapas do método hipotético-dedutivo
O método hipotético-dedutivo desfruta de notável aceitação, em especial no campo das 
ciências naturais.
 Saiba mais
Para conhecer a fundo o método proposto por Karl Popper, leia o livro:
POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científica. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 2013.
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Unidade I
O método dialético já foi usado por Platão no sentido de arte do diálogo; na Antiguidade e na 
Idade Média, utilizado para significar simplesmente lógica. Assim, o método dialético, que atingiu 
seu auge com Hegel (GIL, 2008), e depois foi reformulado por Marx, busca interpretar a realidade 
partindo do pressuposto de que todos os fenômenos apresentam características contraditórias 
organicamente unidas e indissolúveis (PRODANOV; FREITAS, 2013). Para Hegel (1969), a dialética é a 
do devir, do desenvolvimento da história, que é estabelecida em três fases: tese, antítese e síntese. 
Assim, o desenvolvimento da história é obra da razão, que tem como finalidade a liberdade, o espírito 
universal, o absoluto (PEROVANO, 2016).
 Saiba mais
Os livros a seguir podem propiciar um entendimento mais profundo 
sobre a tão discutida dialética hegeliana: 
HEGEL, F. Enciclopédia das ciências filosóficas. Lisboa: Edições 70, 
1969. v. 1-2.
HEGEL, F. Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes, 1988. v. 1-2.
O método fenomenológico, tal como foi apresentado por Edmund Husserl (1859-1938), propõe-se 
a estabelecer uma base segura para todas as ciências (GIL, 2008). Para Husserl, as certezas positivas que 
permeiam o discurso das ciências empíricas são “ingênuas”. “A suprema fonte de todas as afirmações 
racionais é a ‘consciência doadora originária’” (GIL, 2008, p. 14). 
Então a primeira e fundamental regra do método fenomenológico é: “avançar para as próprias 
coisas”. Por coisa entendemos simplesmente o dado, o fenômeno, aquilo que é visto diante da 
consciência. A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que se encontre atrás 
do fenômeno; só visa o dado, sem querer decidir se esse dado é uma realidade ou uma aparência. 
O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico. Consiste em mostrar o que é dado e 
em esclarecer esse dado. “Não explica mediante leis nem deduz a partir de princípios, mas considera 
imediatamente o que está presente à consciência: o objeto” (GIL, 2008, p. 14). 
Consequentemente, tem uma tendência orientada totalmente para o objeto, ou seja: 
o método fenomenológico limita-se aos aspectos essenciais e 
intrínsecos do fenômeno, sem lançar mão de deduções ou empirismos, 
buscando compreendê-lo por meio da intuição, visando apenas ao 
dado, ao fenômeno, não importando sua natureza real ou fictícia 
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 36).
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METODOLOGIA DO PROJETO
A segunda revolução científica do século XX, iniciada em várias frentes nos anos 1960, produz 
grandes desdobramentos, que conduzem à necessidade de ligar, contextualizar e globalizar os saberes, 
até então fragmentados (MORIN, 2000 apud KNECHTEL, 2014, p. 52). A partir desse momento, esses 
saberes permitem articular com sucesso as disciplinas umas às outras, para o desenvolvimento do 
espírito científico. Assim, a nova dinâmica científica após esse período se realiza a partir de um sistema 
complexo, que forma um todo organizado. As ciências “conversam” umas com as outras, o que contribui 
para quebra de paradigmas e criação de novos enfoques de descobertas.
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre as mudanças nas ciências, leia:
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 3 ed. Porto Alegre: 
Sulina, 2007.
Em razão dessas transformações nas ciências, especialmente a partir do século XX, diversas 
correntes de pensamentos deram origem a vários caminhos na busca pelo conhecimento 
(SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Veremos a seguir estas diversas possibilidades de fazer pesquisa. 
4 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
Conforme visto anteriormente, a pesquisa científica é uma atividade humana, cujo objetivo 
é conhecer e explicar os fenômenos, fornecendo respostas às questões significativas para a 
compreensão da natureza, a partir do método científico. Para essa tarefa, o pesquisador utiliza o 
conhecimento anterior acumulado e manipula cuidadosamente os diferentes métodos e técnicas 
para obter resultado pertinente às suas indagações. Segundo Lakatos e Marconi (2010, p. 157), 
em referência a Ander-Egg (1978, p. 28), a pesquisa é um “procedimento reflexivo sistemático, 
controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo 
do conhecimento”. Esse procedimento fornece ao investigador um caminho para o conhecimento 
da realidade ou de verdades parciais.
O termo pesquisa por vezes é usado indiscriminadamente, confundindo-se com uma simples 
indagação, procura de dados ou certos tipos de abordagens exploratórias. Você já sabe que existem 
diferenças entre senso comum e ciência: a pesquisa, como atividade científica completa, deve percorrer 
um longo caminho, desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados. Todos os passos 
dados nesta trajetória, de fazer ciência, devem ser muito bem pensados, planejados e executados. 
Para facilitar esse processo, sugerimos a seguinte sequência de fases:
• Preparação da pesquisa com seleção, definição e delimitação do tópico ou problema a ser 
investigado, planejamento de aspectos logísticos para a realização da pesquisa, formulação de 
hipóteses e construção de variáveis.
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Unidade I
• Trabalho de campo com coleta de dados.
• Processamento com sistematização e classificação dos dados.
• Análise e interpretação dos dados.
• Elaboração do relatório da pesquisa.
No momento, demostraremos as diferentes maneiras de fazer pesquisa. Para compreendê-las, 
tenhamos sempre em vista que, seja qual for a natureza de um trabalho científico, ele precisa preencher 
algumas características, tais como: 
• Discutir ideias e fatos relevantes relacionados a determinado assunto, a partir de um marco 
teórico bem fundamentado.
• Tratar o assunto de forma clara, tanto para o autor quanto para os leitores.
• Ter alguma utilidade, seja para a ciência, seja para a comunidade.
• Demonstrar, por parte do autor, o domínio do assunto escolhido e a capacidade de sistematização, 
recriação e crítica do material coletado.
• Dizer algo que ainda não foi dito.
• Indicar com clareza os procedimentos utilizados, especialmente as hipóteses (que devem ser 
específicas, plausíveis, relacionadas com uma teoria e conter referências empíricas) trabalhadasna pesquisa.
• Fornecer elementos que permitam verificar, para aceitar ou contestar, as conclusões alcançadas.
• Documentar com rigor os dados fornecidos, de modo a permitir a clara identificação das fontes utilizadas.
• Organizar a comunicação dos dados de modo lógico, seja dedutiva, seja indutivamente.
• Ser redigido de modo gramaticalmente correto, estilisticamente agradável, fraseologicamente 
claro e terminologicamente preciso.
4.1 Classificação das pesquisas
Toda pesquisa científica deve ser sistemática, metódica e crítica. O produto da pesquisa científica, 
segundo Prodanov e Freitas (2013), deve contribuir para o avanço do conhecimento humano. Na vida 
acadêmica, a pesquisa é um exercício que permite despertar o espírito de investigação diante dos 
trabalhos e problemas sugeridos ou propostos pelos professores e orientadores.
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METODOLOGIA DO PROJETO
Destacamos que “o planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema a ser estudado, 
da sua natureza e situação espaçotemporal em que se encontra, quanto da natureza e nível de 
conhecimento do pesquisador” (KÖCHE, 2015, p. 122). 
Isso significa que podem existir vários tipos de pesquisa. Cada tipo possui, além do núcleo 
comum de procedimentos, suas peculiaridades próprias. A seguir, serão caracterizados a pesquisa 
bibliográfica, a experimental e os vários tipos de pesquisa descritiva.
De acordo com Demo (2000), as pesquisas variam conforme seus gêneros. Assim, a pesquisa pode ser:
• Teórica: dedicada a estudar teorias.
• Metodológica: que se ocupa dos modos de fazer ciência.
• Empírica: dedicada a codificar a face mensurável da realidade social.
• Prática ou pesquisa-ação: voltada para intervir na realidade social.
Para Andrade (1997), as pesquisas podem ser:
• Observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas, estruturas e funções, 
mutações e variações, dados ecológicos etc.
• Trabalhos experimentais, que submetem o fenômeno estudado às condições controladas da 
experiência, abrangendo os mais variados campos.
• Trabalhos teóricos, de análise ou síntese de conhecimentos, levando à produção de conceitos 
novos, por via indutiva ou dedutiva, apresentação de hipóteses, teorias etc.
Dito isso, Prodanov e Freitas (2013, p. 50) acrescentam ainda que “nenhum tipo de pesquisa é 
autossuficiente. Na prática, mesclamos todos, acentuando um ou outro tipo”. Segundo Demo (2000, p. 22):
[...] todas as pesquisas são ideológicas, pelo menos no sentido de que 
implicam posicionamento implícito por trás de conceitos e números; 
a pesquisa prática faz isso explicitamente. Todas as pesquisas carecem 
de fundamento teórico e metodológico e só têm a ganhar se puderem, 
além da estringência categorial, apontar possibilidades de intervenção 
ou localização concreta.
Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de classificação serão 
apresentadas na figura a seguir.
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Unidade I
Quanto à 
natureza
Quanto aos 
procedimentos
Pesquisa 
bibliográfica
Pesquisa 
documental
Pesquisa 
experimental
Pesquisa 
participante
Estudo de caso
Pesquisa-ação
Pesquisa 
qualitativa
Pesquisa 
quantitativa
Quanto aos 
objetivos
Pesquisa 
exploratória
Pesquisa 
descritiva
Pesquisa 
explicativa
Quanto ao 
tratamento dos dados
Pesquisa básica Pesquisa aplicada
Figura 8 – Tipos de pesquisa científica
Para ficar mais claro, vamos explicar cada tópico da figura anterior: a pesquisa, sob 
o ponto de vista da sua natureza, pode ser básica ou aplicada. A pesquisa básica objetiva 
gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. 
Dela, derivam os pressupostos teóricos e conceituais adotados por todos os ramos do conhecimento. 
A pesquisa aplicada, comumente adotada para fins institucionais ou tecnológicos, apresenta o 
viés prático de investigação. 
Na pesquisa básica, as teorias, os conceitos, os teoremas e demais estruturas são construídos para 
explicar o comportamento de diversos fenômenos em diferentes conjunturas (PEROVANO, 2016, p. 24). 
Uma teoria, elaborada no contexto da pesquisa básica, pode ser validada em um estudo de caso no 
âmbito de uma pesquisa aplicada. 
Mas o que é exatamente a pesquisa aplicada? 
Segundo Perovano (2016), a pesquisa aplicada, comumente adotada para fins institucionais ou 
tecnológicos, apresenta o viés prático de investigação. Normalmente é adotada para o estudo de problemas 
e a resolução de determinadas demandas organizacionais. Envolve verdades e interesses locais.
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METODOLOGIA DO PROJETO
Por exemplo: uma pesquisa realizada em uma empresa sobre o comportamento de seus clientes 
diante de um lançamento de um novo produto no mercado (pesquisa aplicada) pode servir de referência 
para o estudo da conduta de consumo, e a partir disso para a elaboração de uma teoria que explique 
esse fenômeno. Essa é a relação que explica a derivação de investigações científicas de pesquisas básicas 
para aplicadas, ou vice-versa.
 Saiba mais
Para compreender o processo de investigação e busca por respostas 
científicas, bem como os trâmites e o alcance dos resultados, sugerimos o filme:
O ÓLEO de Lorenzo. Dir. George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 
129 minutos. 
4.1.1 Objetivos
De acordo com Gil (2008), os objetivos de pesquisa, a partir de tipos de estudos, indicam como os 
dados serão coletados, como será desenhada a amostragem, e como será realizado o levantamento da 
bibliografia adequada ao estudo. 
Sendo assim, a pesquisa, sob o ponto de vista de seus objetivos, pode ser exploratória, 
descritiva e explicativa.
A pesquisa exploratória é a fase preliminar. Tem como finalidade proporcionar mais informações 
sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar 
a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses; 
ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas 
bibliográficas e estudos de caso. 
De acordo com Sampieri, Collado e Lucio (2013), o estudo exploratório serve para examinar um 
problema de pesquisa pouco ou ainda não estudado. Consiste em aplicar instrumentos para a medição 
e a descrição inicial de determinados estudos.
A pesquisa exploratória possui planejamento flexível, o que permite o estudo do tema sob diversos 
ângulos e aspectos. Em geral, envolve:
• levantamento bibliográfico;
• entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado;
• análise de exemplos que estimulem a compreensão.
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Unidade I
 Saiba mais
Apresentamos um resumo de uma pesquisa científica para que o 
estudante identifique possíveis problemas de pesquisa e suas soluções a 
partir de pesquisas exploratórias.
JABBOUR, C. J. C.; JABBOUR, A. B. L. S.; OLIVEIRA, J. H. C. Decifra-me 
ou te devoro: uma análise das variáveis e fatores que influenciam o 
impacto da pesquisa científica desenvolvida na área de sustentabilidade 
no Brasil. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 18, 
n. 2, p. 79-90, jun. 2013.
A pesquisa descritiva tem como foco especificar as propriedades, as características e os perfis de 
pessoas, populações e fenômenos sociais ou físicos. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta 
de dados: questionário e observação sistemática.Assume, em geral, a forma de levantamento.
Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do 
pesquisador. Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, entre as quais se destacam 
a entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação. 
A diferença entre a pesquisa experimental e a pesquisa descritiva é que esta procura classificar, 
explicar e interpretar fatos que ocorrem, enquanto a pesquisa experimental pretende demonstrar o 
modo ou as causas pelas quais um fato é produzido.
De acordo com Prodanov e Freitas (2013), nas pesquisas descritivas: 
Os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e 
interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os 
fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são 
manipulados pelo pesquisador. Incluem-se, entre as pesquisas descritivas, 
a maioria daquelas desenvolvidas nas ciências humanas e sociais, como as 
pesquisas de opinião, mercadológicas, os levantamentos socioeconômicos 
e psicossociais (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52).
Em um estudo descritivo, ao investigar as características de uma escola, por exemplo, podem ser 
levantados os seguintes dados: modelos de gestão, características do layout, sistemas de segurança, 
princípios pedagógicos, entre outros. O importante é definir atributos e definições das variáveis, mas 
sem cruzá-las, sem relacioná-las.
A pesquisa explicativa procura explicar os porquês das coisas e suas causas, por meio do registro, 
da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados. Visa identificar os fatores que 
determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos; “aprofunda o conhecimento da realidade 
porque explica a razão, o porquê das coisas” (GIL, 2008, p. 28).
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METODOLOGIA DO PROJETO
De acordo com Sampieri, Collado e Lucio (2013), a pesquisa explicativa estabelece a relação entre 
conceitos e responde às causas dos acontecimentos, dos fatos, dos fenômenos físicos e sociais. Esse tipo 
de estudo visa apontar por que determinado fenômeno ocorre e suas condições de ocorrência. 
Segundo Prodanov e Freitas (2013), esses tipos de pesquisas são mais complexos, e portanto, 
aprofundam o conhecimento da realidade, já que, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os 
fenômenos estudados, têm como preocupação central identificar seus fatores determinantes. A pesquisa 
explicativa apresenta como objetivo primordial a necessidade de aprofundamento da realidade, por meio 
da manipulação e do controle de variáveis, com o escopo de identificar qual a variável independente 
ou aquela que determina a causa da variável dependente do fenômeno em estudo para, em seguida, 
estudá-lo em profundidade.
Exemplo de aplicação
Identifique no resumo a seguir possíveis problemas de pesquisa e suas soluções:
Este estudo teve como finalidade explorar e descrever o fenômeno de adaptação após lesão medular, 
enfatizando a explicação das estratégias de adaptação adotadas, e procurando identificar as implicações 
que têm nos cuidados de enfermagem. A metodologia utilizada foi a qualitativa, tendo como referência 
metodológica a Grounded Theory. Para tal, foi dada voz ativa a nove indivíduos que sofreram lesão 
medular, com um percurso de adaptação de sucesso à nova condição, utilizando a entrevista semidirigida. 
Foi efetuada também análise documental de alguns relatos de vida, partindo para a análise dos dados 
à luz da Grounded Theory. Foi possível explicar o fenômeno de adaptação após lesão medular, sendo 
evidenciada a influência do encontro com um novo sentido da vida na manutenção da disposição para 
gerir as consequências que advêm do confronto com uma lesão medular. O tema central do estudo 
prende-se assim com a dimensão espiritual da pessoa, o que antevê uma intervenção de enfermagem 
específica nesta área, junto do indivíduo após lesão medular.
Adaptado de: Amaral (2009, p. 573).
O quadro a seguir resume as informações sobre os tipos de pesquisa, com relação aos objetivos:
Quadro 2 
Tipo de pesquisa Descrição
Exploratória
Familiarizar-se com fenômenos relativamente desconhecidos.
Obter informações sobre a possibilidade de levar a cabo uma 
investigação mais completa sobre um contexto particular da 
vida real.
Investigar problemas do comportamento humano 
considerados cruciais aos profissionais de determinada área.
Identificar conceitos ou variáveis promissoras e estabelecer 
prioridades para investigações posteriores.
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Unidade I
Descritiva
Relatar descritivamente situações e eventos, no sentido de 
apontar como se manifestam determinados fenômenos.
Buscar especificar as propriedades importantes de pessoas, 
contextos e processos, bem como qualquer fenômeno que 
seja submetido à análise.
Medir de maneira independente os conceitos ou as variáveis 
aos quais se faz referência na pesquisa. 
Explicativa
Identificar fatores que determinam a ocorrência de 
fenômenos ou contribuem para isso.
Realizar o aprofundamento da análise da realidade com base 
no entendimento da relação entre duas ou mais variáveis. 
Adaptado de: Perovano (2016).
4.1.2 Procedimentos
Nesta parte, trataremos da maneira pela qual obtemos os dados necessários para a elaboração 
da pesquisa. Falamos, nesta etapa, em delineamento da pesquisa, ou seja, tratamos do 
planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo diagramação, previsão de 
análise e interpretação de coleta de dados, considerando o ambiente em que são coletados e as 
formas de controle das variáveis envolvidas. O elemento mais importante para a identificação de 
um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos 
dois grandes grupos de delineamentos: o grupo dos que se valem das “fontes de papel”, e o 
grupo que coleta dados a partir de “fontes de pessoas” (PRODANOV; FREITAS, 2013).
A pesquisa bibliográfica tem como finalidade colocar o pesquisador em contato com tudo 
o que foi escrito, dito ou filmado sobre o assunto/tema pesquisado, tais como livros, revistas, 
jornais, publicações em periódicos e artigos científicos, boletins, monografias, dissertações, teses, 
material cartográfico, internet etc. Entretanto, é fundamental que o pesquisador que opte por 
tal procedimento verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências 
ou contradições que as obras possam apresentar, principalmente quando se trata de informações 
coletadas da internet.
 Observação
Use o cifrão como recurso de truncamento para incluir variações de uma 
mesma palavra/termo/nome. Por exemplo: epidemi $ inclui epidemiologia, 
epidemiology, epidemia, epidemiológico etc. 
O idioma utilizado na pesquisa pode influenciar em seu resultado. 
Inglês, português e espanhol são os idiomas mais utilizados nas bases de 
dados incluídas em portais.
Essa pesquisa fornece fundamentos analíticos para qualquer outro tipo de pesquisa – pois todas as 
pesquisas necessitam de um referencial teórico – embora possa esgotar-se em si mesma. Além disso, 
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METODOLOGIA DO PROJETO
neste tipo de pesquisa, não são realizadas entrevistas, nem são feitas observações sobre situações vividas, 
mas o pesquisador “conversa” e “debate” com outros, por meio de seus escritos.
Para facilitar a atividade de investigação, destaca-se a importância da elaboração de fichas de leitura, 
que favorecem a organização das informações obtidas.
Quanto às etapas da pesquisa bibliográfica,destacamos alguns itens que se caracterizam como 
etapas imprescindíveis para a realização da pesquisa bibliográfica:
• escolha do tema;
• levantamento bibliográfico preliminar;
• formulação do problema;
• elaboração do plano provisório do assunto;
• busca das fontes;
• leitura do material;
• fichamento;
• organização lógica do assunto;
• redação do texto.
Segundo Gil (2008), no momento da elaboração do texto, o pesquisador deve estabelecer as relações 
entre o conteúdo selecionado (e fichado) e as variáveis ou termos contidos na pergunta de pesquisa. 
A pesquisa documental é realizada em documentos, descritos no quadro a seguir.
Quadro 3 – Fontes da pesquisa documental
Tipo de fonte Definição
Documentos
Certidões, diários oficiais, atas, jornais, revistas, obras literárias, 
científicas e técnicas, cartas, memorandos, ofícios, relatórios 
e outros.
Evidências fiscais
Monumentos, pinturas antigas, artefatos paleontológicos e 
arqueológicos, acreção controlada, medidas de erosão natural 
e medidas de erosão controlada.
Elementos iconográficos Fotografias, filmes, sinais, grafismos, imagens, mapas e outros.
Fonte: Gray (2012, p. 211 apud PEROVANO, 2016, p. 188).
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Unidade I
De acordo com Gil (2008), embora parecida com a pesquisa bibliográfica, a principal diferença da 
documental é a natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente 
das contribuições de vários autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental baseia-se em 
materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo 
com os objetivos da pesquisa.
Para Prodanov e Freitas (2013), a utilização da pesquisa documental é destacada no momento em 
que podemos organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhes uma nova importância 
como fonte de consulta.
Nessa tipologia de pesquisa, os documentos são classificados em dois tipos principais: fontes 
primárias e fontes secundárias.
As fontes primárias são aquelas que se apresentam e são disseminadas exatamente da forma 
como são produzidas por seus autores. São materiais originais, nos quais outras pesquisas são baseadas. 
Apresentam o pensamento original, reportam descobertas ou compartilham novas informações, sem 
interpretação, sumarização ou avaliação de outros escritores.
São exemplos de fontes primárias:
• anais de congressos, conferências e simpósios;
• legislação;
• nomes e marcas comerciais;
• normas técnicas;
• patentes;
• periódicos;
• projetos de pesquisa em andamento;
• relatórios técnicos.
As fontes secundárias são as obras referenciadas por um segundo autor. São interpretações e avaliações 
de fontes primárias que, de alguma forma, já foram analisadas, cujos registros fazem referência a fontes 
primárias, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, índices, bases 
de dados e diretórios, publicações ou periódicos de indexação e resumos, artigos de revisão, catálogos, 
entre outros. 
Após a leitura dos textos relacionados à área temática investigada, o pesquisador deverá elaborar 
um fichamento – seja feito à mão ou digitado no computador – a fim de anotar resumos e sintetizar 
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METODOLOGIA DO PROJETO
conceitos e pressupostos sobre o tema abordado, os quais são apresentados pelos autores estudados. 
Essa parte é fundamental para a elaboração da pesquisa: organizar o material, as ideias e os autores 
facilita o trabalho posterior de confrontar ideias, apresentar debates, citar autores e obras.
Seleção das obras e dos trabalhos sobre o tema 
Para que o pesquisador se oriente e saiba usar uma biblioteca da forma mais produtiva 
possível, apresentamos a seguir, um “método de tomar notas”:
a) antes de começar a fazer anotações, devemos dar uma folheada na fonte que estamos 
usando como referência; é muito bom que tenhamos uma noção de conjunto antes 
de decidirmos qual material deve ser recolhido e usado;
b) é fundamental o uso de fichas para fazer anotações. Colocamos sempre o tema na 
parte superior da ficha e, na parte inferior, a citação bibliográfica completa;
c) para cada ficha, um tema: se as anotações forem muito extensas, usamos várias 
fichas, enumerando-as;
d) devemos tomar cuidado para não escrever coisas inúteis nas fichas;
e) nas fichas, deve ficar claro aquilo que é um resumo, uma citação do autor, uma 
referência do autor a outro e a própria apreciação crítica do material consultado;
f) não perder tempo “passando a limpo” anotações, pois é possível preparar as fichas 
adequadamente já na primeira vez;
g) é bom que tenhamos um sistema prático para ordenar as fichas, tendo-as sempre à 
mão durante todo o tempo de realização do projeto.
Fonte: Prodanov e Freitas (2013).
A pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes 
de influenciá-lo e definir as formas de controle e observação dos efeitos que essas variáveis produzem no 
objeto. Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador é um agente ativo, ou seja, procura refazer as condições de 
um fato a ser estudado, para observá-lo sob controle. Para tal, ele se utiliza de local apropriado, aparelhos 
e instrumentos de precisão, a fim de demonstrar o modo ou as causas pelas quais um fato é produzido, 
proporcionando, assim, o estudo de suas causas e seus efeitos. 
De acordo com Prodanov e Freitas (2013), nesse tipo de pesquisa, a manipulação das 
variáveis proporciona o estudo da relação entre as causas e os efeitos de determinado fenômeno. 
Através da criação de situações de controle, procuramos evitar a interferência de variáveis intervenientes. 
Interferimos diretamente na realidade, manipulando a variável independente, a fim de observar o que 
acontece com a dependente. A pesquisa experimental estuda, portanto, a relação entre fenômenos, 
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Unidade I
procurando saber se um é a causa do outro. Normalmente, é realizada por amostragem, e seu resultado 
por indução é válido para todo o universo estudado.
O estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma 
família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com 
o assunto da pesquisa. Essa modalidade tem caráter de profundidade e detalhamento, e suas principais 
características, segundo Knechtel (2014, p. 18-20), são: 
• Visa à descoberta, pois o investigador deve buscar novas respostas e novas indagações no 
desenvolvimento do seu trabalho.
• Enfatiza a interpretação do contexto. O pesquisador leva em consideração o contexto em que o 
objeto de estudo está inserido, as percepções, os comportamentos e as interações das pessoas 
relacionadas à situação específica ou à problemática determinada a que estão ligadas.
• Busca retratar a realidade de forma completa e profunda. O pesquisador revela a multiplicidade 
de dimensões presentes em uma situação ou problema investigado.
• Utiliza grande variedade de fontes de informação. Os dados são os mais variados, e a coleta ocorre 
em diferentes situações e com os mais diversos tipos de informantes.
• Revela experiências vicárias e permite generalizações naturalísticas. O pesquisador relata 
suas experiências durante o estudo, de modo que a pessoa que o leia possa fazer suas 
próprias generalizações.
• Procura representar os diferentes, e às vezes conflitantes, pontos de vista em uma 
determinada situação social. O pesquisador procura trazer para o estudo as opiniões 
divergentes

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