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INSTITUTO ENSINAR BRASIL FACULDADE DOCTUM DE VITÓRIA – DOCTUM CURSO DE PEDAGOGIA HELLEN KARLA RIBEIRO DOS SANTOS NATHÁLIA RABELO DE PAULO PATRÍCIA MATTOS DE ALMEIDA A ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL A PARTIR DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD 2019) VITÓRIA 2020 HELLEN KARLA RIBEIRO DOS SANTOS NATHÁLIA RABELO DE PAULO PATRÍCIA MATTOS DE ALMEIDA A ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL A PARTIR DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD 2019) Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo – apresentado ao curso de Pedagogia da Faculdade Doctum de Vitória – DOCTUM – como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura plena em Pedagogia. Orientador: Prof.ª. Dr.ª. Shenia D’Arc Venturim Cornélio. VITÓRIA 2020 A ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL A PARTIR DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD 2019) Shenia D’Arc Venturim Cornélio1 Hellen Karla Ribeiro dos Santos2 Nathália Rabelo de Paulo3 Patrícia Mattos de Almeida4 Resumo Este artigo descreve de forma sucinta os mecanismos de criação e implementação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Direciona análise ao PNLD 2019 e mecanismos de escolha do livro didático orientados pelos órgãos federal e municipal por meio das políticas públicas de escolha do livro didático no país. Através do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec), analisa o livro de Língua Portuguesa do 1º ano do ensino fundamental mais escolhido nas escolas do município de Vitória/ES, bem como a orientação de escolha. Aponta como problemática qual foi o livro de Língua Portuguesa do 1º ano do ensino fundamental mais escolhido no PNLD 2019 pelos professores alfabetizadores do município de Vitória/ES? Trata de uma pesquisa de caráter exploratória, com procedimentos de coleta fundamentada na pesquisa bibliográfica e documental, a natureza dos dados caracterizada por um estudo quantitativo e análise de dados é tecida pelo estudo dos documentos balizadores dos órgãos mencionados que orientam o conceito de alfabetização e Língua Portuguesa. Baseia-se nos teóricos Bittencourt (1996), Cornélio (2015) e site governamental da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos/Prefeitura Municipal de Vitória nas discussões acerca da implementação do PNLD no país, conceito de alfabetização e Língua Portuguesa defendido pelo município em estudo. Os dados evidenciam que o livro mais escolhido Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano, com percentual de escolha em 38,46% não coaduna com o conceito de alfabetização e Língua Portuguesa presente nas Diretrizes Curriculares do município em estudo. Finaliza com apontamentos reflexivos acerca da escolha de um documento que contribui para formação de crianças e encaminhamentos que possibilitam ressignificar o livro didático a fim de 1 Graduada em Pedagogia e Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professora estatutária dos anos iniciais do ensino fundamental da Prefeitura Municipal de Vitória – atualmente exerce à coordenação pedagógica do Planetário de Vitória (espaço não formal). Professora da Faculdade Doctum de Vitória. Professora credenciada da Escola de Governo do Estado do Espirito Santo (Esesp). Assessora pedagógica da Escola São Bernardo. Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Alfabetização, Leitura e Escrita do Estado do Espírito Santo (Nepales). 2 Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Doctum de Vitória/ES. E-mail: hellenkarl@gmail.com. 3 Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Doctum de Vitória/ES. E-mail: nathaliarabpaulo@gmail.com. 4 Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Doctum de Vitória/ES. E-mail: pmattos420@gmail.com. aproxima-lo às orientações presentes nas Diretrizes Curriculares do município de Vitória/ES. 3 Palavras-chave: Livro didático. Conceito de alfabetização e Língua Portuguesa. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos/Prefeitura Municipal de Vitória. 1 Introdução A escolha do livro didático é tema de discussão presente na vida do professor, pois a partir deste documento é possível compreender a concepção de língua, sujeito, leitura, sentido e texto. Por meio desta pesquisa, buscamos apresentar como é realizada a escolha do livro didático tendo como orientadores os conceitos de alfabetização e Língua Portuguesa defendidos pelo governo federal e municipal. Assim, o presente artigo investiga como é realizada a escolha do livro didático no 1º ano do ensino fundamental, provocando reflexões quanto a essas escolhas que, muitas vezes não dialoga com os documentos norteadores do município e cotidiano do aluno. Para tanto, além da problematização que trata de investigar qual foi o livro de Língua Portuguesa do 1º ano do ensino fundamental mais escolhido no PNLD 2019 pelos professores alfabetizadores do município de Vitória/ES, elegemos como objetivos específicos: relatar a história do livro didático no Brasil a partir da criação do PNLD; conhecer orientações de escolha do livro didático de Língua Portuguesa a partir da política do PNLD no Brasil; contrastar as políticas públicas na orientação da escolha do livro didático no município de Vitória/ES e descrever a proposta de estudo por meio de um capítulo do livro de Língua Portuguesa do 1º ano mais escolhido. Finaliza apontando reflexões acerca dessa escolha. 2 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD): da criação à implementação, breve histórico 4 A partir dos teóricos Bittencourt (1996), Cornélio (2015) e sites do governo federal descreveremos de forma objetiva o contexto de criação e implementação do PNLD no Brasil. O livro didático em nosso país, pertence a um movimento que teve início nos idos de 1937 com a criação do Instituto Nacional do Livro (INL). Ao longo da década de 80, cria-se o PNLD sendo implementado apenas em 1996. De acordo com Bittencourt (apud, CORNÉLIO, 2015, p. 29), [...] a implementação do PNLD foi resultado das decisões internacionais da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em 1990, em Jomtien, Tailândia. Essa conferência teve por objetivo estabelecer compromissos mundiais para garantir a todas as pessoas os conhecimentos básicos necessários a uma vida digna, condição insubstituível para o advento de uma sociedade mais humana e mais justa. Participaram das discussões a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com apoio do Banco Mundial (BM) e de várias outras organizações intergovernamentais, regionais e organizações não governamentais (ONGs). É nesse cenário que o Banco Mundial (BM) se destaca e passa a ser além de financiador, orientador do programa com os técnicos responsáveis pela educação do Brasil. Com esse olhar estabelece melhorias educacionais a partir de nove insumos. Desses, o livro didático está contemplado como quarto insumo, o que deixa clara a intenção de financiar a educação dos países em desenvolvimento, contrariando a qualidade do ensino, com ênfase às questões econômicas de forma quantitativa. Nos anos 90 a Conferência de Jomtien acabou sendo uma espécie de balizador na educação. Como garantia de ter suas metas cumpridas, incentivou os países participantes a elaborarem Planos Decenais de Educação a fim de promover melhorias na Educação Básica. Visandoa universalização da Educação Básica prevista na Constituição Federal de 88, o Brasil passa atender as exigências da Conferência e a construir o Plano de Desenvolvimento de Educação (PDE) – hoje Plano Nacional de Educação (PNE) – que estabelece metas e diretrizes válidas por 10 anos. O primeiro Plano foi aprovado em 2001 (2001 a 2010). 5 Com o intuito de implementar o programa, universalizar a avaliação e distribuição gratuita do livro didático no ensino fundamental, o governo passa a manter rigorosamente o controle de qualidade desse documento. Cornélio (2015, p. 32) destaca que; Na tentativa de controlar e garantir a qualidade da educação brasileira e a qualidade do livro didático, o MEC passou a desenvolver e executar medidas, desde a implementação do PNLD, para avaliar sistemática e continuamente os livros didáticos a serem distribuídos para as escolas públicas, exercendo, dessa forma, um maior controle a esse suporte de circulação em âmbito nacional. Em 1996, é lançado o primeiro Guia do livro didático de 1ª a 4ª série, material elaborado para orientação dos professores na escolha do livro didático. Com a falta de professores habilitados para avaliar e selecionar o material, é criada uma comissão de avaliação pelo Ministério da Educação (MEC) com a finalidade de classificar os livros que atendiam as exigências criadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A criação dessa comissão acaba gerando desconforto à equipe de professores por não pertencer o quadro de avaliadores e editoras que tiveram seus exemplares desclassificados. A partir da implementação, políticas públicas em torno do livro didático foram estabelecidas com a finalidade de assegurar a qualidade dos livros por meio da elaboração dos Editais e Guias do Livro Didático, orientando professores durante a escolha desse documento. Políticas públicas de orientação para escolha do livro didático no município de Vitória/ES De acordo com a relevância que o livro didático tem na relação do ensino aprendizagem nas escolas públicas brasileiras, procuramos compreender as políticas públicas de escolha do livro didático no município de Vitória/ES, uma vez que nosso objeto de estudo visa analisar esse contexto pedagógico. Diante dos fatos, temos o problema a ser estudado que é qual foi o livro de Língua Portuguesa 6 do 1º ano do ensino fundamental mais escolhido no PNLD 2019 pelos professores alfabetizadores do município de Vitória/ES? As políticas públicas educacionais no Brasil na maioria das vezes são apresentadas por meio de programas criados com o objetivo de assegurar ao cidadão direitos para o exercício pleno da cidadania e, será a partir dela, que acompanharemos seu desenvolvimento. Nesse contexto, buscamos compreender o orientador das políticas públicas do município em estudo para essa escolha. Para tanto, realizamos entrevista por meio das redes sociais5 – WhatsApp – com responsáveis diretos na Secretaria de Educação do município de Vitória, via Gerência de Formação e Desenvolvimento em Educação (GFDE) e Gerência do Ensino Fundamental (GEF). As profissionais envolvidas que aqui chamaremos de Maria6 e Suzana7 enfatizam movimentos complementares entre as gerências. Maria destaca que: A formação com professores para a escolha dos livros didáticos referente ao PNLD 2019 foi uma ação coordenada, de forma integrada, pela Gerência de Formação e Gerência do Ensino Fundamental. O processo envolveu orientações sobre os aspectos técnicos da escolha; informações referentes ao PNLD; retomada de conceitos relacionados ao currículo e, mais especificamente às concepções de alfabetização, leitura, escrita, trabalho com textos; retomada dos eixos de organização dos objetivos de aprendizagem; análise das coleções a partir de critérios/aspectos definidos a partir das diretrizes curriculares da rede de ensino; realização de oficinas de análise, regionalizadas, e plenárias com apresentação dos aspectos observados e indicação das coleções por região; encaminhamento às escolas dos resultados obtidos nas oficinas para registros no PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), conforme seleção definida pelas escolas de cada região (informação verbal). 8 Por sua vez, Suzana destaca que; Quando se faz parte de um programa, as orientações específicas vêm do programa e é seguido suas orientações. A forma trabalhada é sempre democrática, sendo enviada toda documentação anteriormente para as 5 Esclarecemos que o ano de 2020, foi marcado pelo período de Isolamento Social dado à Covid-19. Por este motivo todo contato com o órgão municipal se deu via redes sociais. 6 Nome fictício para integrante da equipe Gerência de Formação e Desenvolvimento em Educação (GFDE), na época da escolha do livro didático (PNLD 2019). 7 Nome fictício para integrante da Gerência do Ensino Fundamental (GEF), na época da escolha do livro didático (PNLD 2019). 8 Informações obtidas por WhatsApp em 28 de junho de 2020. 7 escolas, para que ao chegar às oficinas de escolhas, os profissionais estejam cientes das orientações processo do PNLD. [...] Todos os profissionais da rede (Prefeitura de Vitória) foram convidados a participar das reuniões de escolha desses livros. Cada área teve uma reunião específica onde explicam a organização do processo para a escolha dos livros didáticos e as orientações gerais do PNLD 2019. Após iniciou a leitura e a seleção dos livros, por meio dos critérios elencados para essa escolha, uma vez que esses critérios são encontrados na Comunicação Interna (CI) da GEF. Depois dessa análise é elencado para cada componente três livros, em seguida, é feito uma dinâmica onde é somado e constatado qual foi o livro mais escolhido pela maioria das regiões. Ao final, é apresentado para os demais os livros mais escolhidos como primeira e segunda opção. Depois de escolhido, é feito um levantamento de todos os componentes e são encaminhados para a CI. No caso do município de Vitória, a escolha dos livros didáticos é feita por região, já que o PNLD deixa a critério do município realizar a escolha por região ou por cada escola (informação verbal). 9 Além do processo descrito, os profissionais consultam o material disponível pelo Governo Federal através do PNLD 2019 com ciência do Edital de Convocação em 2017 e seus critérios de submissão das obras; escolha PNLD 2019 – Orientações; leitura do Guia PNLD 2019 de Língua Portuguesa e Passo a Passo para o Registro da Escolha – PNLD 2019 conforme descrito pelas profissionais da GFDE e GEF. Ao realizar esse percurso a Secretaria Municipal de Educação (Seme), compreende que o processo de escolha do livro didático segue as orientações do PNLD 2019, para assim estabelecer e cumprir as orientações presentes nas Diretrizes Curriculares do município, uma vez que as formações são realizadas nessa perspectiva e as escolhas asseguradas por regiões, já que o PNLD 2019 assegura esse critério. Livro didático: Alfabetização e Língua Portuguesa O conceito de Alfabetização e Língua Portuguesa para escolha do livro didático neste estudo, será orientada pelos documentos: Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos do município de Vitória/ES e Guia do livro didático – PNLD 2019. 9 Informações obtidas por WhatsApp, em 26 de junho de 2020. 8 Buscaremos traçar paralelos de aproximação e distanciamento entre esses documentos na tentativa de compreender a escolha do livro de Língua Portuguesa do 1º ano do ensino fundamental – Aprender Juntos (Cinthia Cardoso de Siqueira; Denise Guilherme Viotto; Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva; Márcia Cristina Abromovick – Editora SM), classificado comoo livro mais escolhido pelos professores. Para tanto, iremos elaborar quadros comparativos entre os documentos, apontando eixos organizadores do ensino (eixo da leitura; eixo da produção de textos orais e escritos e eixo dos conhecimentos sobre o sistema de escrita e análise linguística). A escolha pelos quadros comparativos se justifica pois assegura ao leitor a visibilidade do conceito de Alfabetização e Língua Portuguesa que subjaz à esses documentos. Iniciaremos o estudo pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por compreender ser este o documento de cunho federal e orientador dos demais (Quadro 1). 9 Quadro 1 – Eixos organizadores do ensino da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Fonte: Elaboração própria (2020). Eixos organizadores do ensino da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Eixo da leitura/escuta Compreende as práticas de linguagem, que decorrem da interação ativa do leitor/ ouvinte/espectador com textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação. A BNCC centraliza na autonomia dos sujeitos para que criem as habilidades de leitura, e saibam fazer leitura de pequenos e grandes textos, encorajando-os a partir de uma pequena tira, para um grande texto de maior complexidade. Este eixo busca fazer com que os alunos compreendam as formas de leitura no seu sentido mais amplo, não somente aos textos escritos, mas as diversas formas que podemos fazer a leitura das coisas, como (foto, pintura, desenho, gráficos, vídeos, filmes entre outros). As atividades de leituras devem ser potencializadas de acordo com as etapas que o aluno perpassa, potencializando a sua leitura, para que sejam leitores críticos, capazes de fazer e entender as diversas literaturas e leituras que farão. A leitura contribui para ampliação de repertório de experiências, práticas, gêneros e conhecimentos que podem ser acessados diante de novos textos, contribuindo para conhecimentos prévios e, despertando o interesse para outros temas desafiadores. Eixo da produção de textos Este eixo é voltado para as construções de texto de forma individual ou coletiva, escrito, oral e multissemiótico, neste a criança poderá transcrever, citar sobre algo que queira, que a chame atenção, como fatos de seu cotidiano, narrar uma história, tendo assim mais autonomia para criar e produzir suas produções de forma argumentativa e discursiva. Eixo da oralidade Centraliza não só na verbalização face a face, mas nas diferentes formas de diálogos que podemos produzir através de mensagens de áudio, rádio, programa de TV, entrevistas, podcast e vídeos, entre outros. Viabilizando as diferentes formas em que podemos nos expressar, por meio de textos orais, de nossa fala e escuta que ocorre por meio de nossas interações com o outro. Nesse sentido, trabalha a estimulação da criança para expressão oral e o exercício de ser ouvinte. Eixo da análise linguística/ semiótica Está articulada com os outros eixos, afim de descrever como ocorrerá o sistema de alfabetização, como: os conhecimentos linguísticos, relacionados a ortografia, pontuação, conhecimentos gramaticais (morfológicos, sintáticos, semânticos) todo o processo longo e extenso do funcionamento da língua e outras linguagens. Aqui faz-se uma relação que todos os eixos estão articulados e trabalham de forma conjunta, não são indissociáveis pois, através de uma entrevista (oral) pode haver registro (escrito), ler textos do mesmo gênero (leitura), e através de todo esse processo chegará a sua forma de texto escrito (análise linguística). 10 A BNCC, documento que regulamenta os princípios da educação no Brasil compreende alfabetização e Língua Portuguesa como eixos norteadores que facilitarão a aprendizagem dos alunos. Segundo a BNCC; [...] alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da ortografia do português do Brasil escrito, compreendendo como se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento fonológico da língua pelo estudante. Para isso, é preciso conhecer as relações fono-ortográficas, isto é, as relações entre sons (fonemas) do português oral do Brasil em suas variedades e as letras (grafemas) do português brasileiro escrito (BRASIL, 2016, p. 88). Percebemos que a proposta do documento visa trabalhar a apropriação do aluno da ortografia do Português do Brasil por meio da relação entre fonemas e grafemas e suas relações fono-ortográficas. Sendo assim, o princípio de alfabetização defendido na BNCC limita-se ao domínio da ortografia do Português no Brasil defendido por meio de habilidades e competências que serão dominadas. 11 Quadro 2 – Eixos organizadores do ensino das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos do município de Vitória/ES Fonte: Elaboração própria (2020). Eixos organizadores do ensino das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos do município de Vitória/ES Eixo da leitura Este eixo compreende a leitura na perspectiva da produção como forma de construção de sentidos para o aluno, a leitura pode ser trabalhada através das produções textuais, pois será pelo texto que as experiências e conhecimentos se constituem. Sendo assim, “[...] eixo da leitura busca a articulação das suas funções sociais e o desenvolvimento de estratégias que potencializem o envolvimento dos estudantes nas práticas de leitura, ampliando o seu universo discursivo e as possibilidades de diálogo com o mundo, com a história, com as pessoas” (VITÓRIA, 2018, p.126). Eixo da produção de textos orais e escritos O eixo busca trabalhar a produção textual, de forma indissociável da oralidade e escrita, pois compreende que nas duas formas há uma produção, que se diferem apenas nas manifestações sendo necessária adequação para a forma de comunicação. A produção textual precisa ter sentido e contexto para o aluno, como (o que dizer, para quem dizer e o que dizer), desta forma faz presente e necessária a oralidade através de seminários, debates, roda de conversas, apresentações dos diversos gêneros textuais, para que assim os alunos observem as características textuais e se apropriem de conhecimentos linguístico-discursivos. Eixo dos conhecimentos sobre o sistema de escrita e análise linguística Já este eixo reúne objetivos de aprendizagem sobre o sistema de escrita alfabético-ortográfico, conhecimentos gramaticais, regras e convenções de usos formais da língua que são fundamentais no desenvolvimento das práticas de leitura e de produção de textos. Sendo assim, o sistema de escrita da língua e a apropriação do sistema alfabético-ortográfico precisam ser compreendidos como parte da produção textual, e não de forma isolada. Tem como objetivo a reescrita dos textos dos estudantes, de forma com que seja capaz de refletir e perceber os conhecimentos sobre a língua, atribuindo sentidos no texto produzido para assim atender a situações de comunicação para qual foi produzido. 12 No documento norteador do município de Vitória/ES – Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos, a alfabetização é trabalhada de forma articulada à Língua Portuguesa, norteando o processo de alfabetização que o aluno irá perpassar. Com isso, o documento busca romper com os antigos métodos “[...] que se baseiam na simples tarefa da codificação e decodificação de fonemas e grafemas”. (VITÓRIA, 2018, p. 121). Apresenta o conceito de alfabetização ancorado na Perspectiva Discursiva Enunciativa de Linguagem uma vez que compreende e defende a [...] alfabetização [como] prática sociocultural em que as crianças, por meio do trabalho integrado com a produção de textos orais e escritos, a leitura, os conhecimentos sobre o sistema da língua portuguesa e com as relações entresons e letras e letras e sons, exercem a criticidade, a criatividade e a inventividade (GONTIJO, 2013). 10 Temos nas Diretrizes do município discrepância do trabalho com a alfabetização e a Língua Portuguesa quando comparados à BNCC, uma vez que o texto torna-se o balizador do ensino da língua materna como descrito no Quadro 2. Outro sim, para o município a proposta de produção de texto oral e escrito, não trata de assuntos isolados, mas produções interdependentes, diferindo em sua sistematização. A Língua Portuguesa por sua vez, está apresentada no caráter de complementaridade de um processo de apropriação da língua escrita que tem início na alfabetização por meio dos textos, sendo consolidada nos anos seguintes do ensino fundamental. 10 O citado conceito foi reorganizado pela autora em encontro ocorrido no mês de setembro de 2013, processo de formação do Pacto Nacional pela alfabetização na idade Certa (Pnaic). 13 Quadro 3 – Eixos organizadores do ensino do Guia do livro didático de Língua Portuguesa – PNLD 2019. Fonte: Elaboração própria (2020). Eixos organizadores do ensino do Guia do livro didático de Língua Portuguesa – PNLD 2019 Eixo da oralidade É desenvolvido pelo sujeito de forma espontânea desde o ambiente familiar. No entanto, na escola, a oralidade torna-se objeto de conhecimento, desenvolvendo habilidades de uso diferenciado. O eixo oralidade inclui conhecimentos entre a língua oral e escrita nas mais diversas interações comunicativas formais e convencionais, aprofundam-se o conhecimento e o uso da língua oral, e desenvolve-se, no decorrer dos três anos seguintes. Eixo da leitura Compreende o domínio do sistema alfabético de escrita, como a decodificação de palavras e textos, o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretação de textos verbais e multimodais e a identificação de gêneros textuais. Amplia-se o letramento, mediante a estratégias de leitura. Eixo da escrita Envolve as práticas de produção de texto verbais, não-verbais, verbo-visuais e multimodais, de diferentes gêneros textuais. Com isso, a escrita inclui aprender a codificação de palavras e textos, desenvolver habilidades para produzir textos com coerência, coesão e adequando nível de informalidade. Eixo dos conhecimentos linguísticos e gramaticais Compreende que o processo de alfabetização se amplia, no decorrer do EF, pelas práticas de análise e gramatical. Inclui a aprendizagem das normas ortográficas e da pontuação contextualizados no desenvolvimento da leitura e escrita. Eixo da educação literária Presume a formação para conhecer e apreciar textos literários orais e escritos, de autores de Língua Portuguesa e de clássicos literários traduzidos para o português. O objetivo deste eixo é promover o contato com a leitura para a formação do leitor literário, pois o leitor é capaz de aprender e admirar a singularidade de um texto cuja intenção é artística. A leitura literária possibilita ampliação da visão de mundo e contato indireto com outas épocas, espaços, cultura e modos de vida. 14 Nesse sentido, para o Guia PNLD 2019 alfabetização é a familiarização do aluno com a língua, linguagem e letramento, para que compreendam as funções e dela se apropriem, possibilitando sua inserção social no mundo escolar e sua introdução no mundo letrado, desenvolvendo competências e habilidades na produção e construção de textos, sentidos e ampliação de suas capacidades. O Guia do PNLD 2019 defende que alfabetização e Língua Portuguesa são indissociáveis e não há separação entre elas, possibilitando à criança a construção de seus saberes, inserida no mundo da escrita e da leitura, garantindo a sua plena alfabetização, por meios dos vários eixos a serem explorados. Logo, a proposta do Guia é trabalhar a Língua Portuguesa assegurando a continuidade da alfabetização potencializando sua leitura e escrita, a capacidade de refletir sobre as diferentes linguagens, trabalhando na construção de seus sentidos para exercer e atuar como cidadão ativo e participativo, capaz de interagir e fazer a sua leitura de mundo. Ao analisar a proposta do Guia PNLD 2019, fica visível a preocupação da adoção de termos complementares à alfabetização que diz respeito ao letramento. Uma vez que não compreende a alfabetização desvinculada do letramento. Outro sim, aponta que a Língua Portuguesa irá assegurar a continuidade da alfabetização por meio de habilidades e competências enfatizadas pela BNCC. Os quadros em estudo e seus respectivos eixos, nos possibilita compreender que que os documentos apresentam concepções diferenciadas de alfabetização e Língua Portuguesa já na divisão dos eixos organizadores do ensino. Por sua vez, cabe ressaltar que o pressuposto teórico conceitual também apresenta divergência. O município de Vitória/ES apresenta como base em seu documento orientador a Perspectiva Histórico Cultural em seu contexto de educação e segue no âmbito da leitura e escrita a Perspectiva Enunciativa Discursiva de Linguagem em que o texto constitui o ponto de partida e chegada do estudo da língua visando a formação crítica, autônoma e inventiva do cidadão. 15 Por sua vez, a divisão entre eixos presentificados na BNCC e Guia do livro didático PNLD 2019 apresentam segmentações que não compreendem a totalidade da língua – enfatizando para a necessidade de um aprendizado da ortografia e a preocupação da relação entre fonemas e grafemas que irão assegurar o domínio do código escrito com ênfase em habilidades e competências. Tal fato, apresenta assim distorções entre os documentos na concepção da alfabetização e Língua Portuguesa. 3 Metodologia Este estudo se caracteriza, segundo os objetivos, por uma pesquisa de caráter exploratória, com procedimentos de coleta fundamentada na pesquisa bibliográfica e documental, de natureza quantitativa e análise de dados de natureza investigativa uma vez que o estudo visa compreender qual foi o livro de Língua Portuguesa do 1º ano do ensino fundamental mais escolhido no PNLD 2019 pelos professores alfabetizadores do município de Vitória/ES? Gil (2002, p. 41) assevera que a pesquisa exploratória; [...] têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de instituições. Por sua vez, segundo os procedimentos de coleta, “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos [...]”. Outro sim, a pesquisa documental, “[...] assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica” (GIL, 2002, p. 44-45), porém, “[...] vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com objetos da pesquisa[...]” (p. 44-45). Neste estudo, as fontes de informações foram colhidas em registros bibliográficos dos teóricos Bittencourt (1996), Cornélio (2015) e documentos de acesso público do governo federal e Prefeitura Municipal de Vitória. 16 Por sua vez, a natureza dos dados está caracterizada pelos dados quantitativos pois, “[...] remete para uma explanação das causas, por meio de medidas objetivas, testando hipóteses, utilizando-se basicamente da estatística” (GONSALVES, 2001, p. 68). A análise dos dados será constituída por um estudo de investigação a partir das fontes de informações descritas, para melhor entendermos o processo de escolha do livro didático de Língua Portuguesa no 1º ano do ensino fundamental. Para tanto, buscaremos nos dados do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec) o resultadoda escolha do livro didático de Língua Portuguesa (1º ano) como 1ª opção dos professores do município de Vitória e o conceito de alfabetização presente no documento Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos e livro didático Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (Cinthia Cardoso de Siqueira; Denise Guilherme Viotto; Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva; Márcia Cristina Abromovick – Editora SM). 4 Análise dos dados Como dito, a análise de dados consiste em levantar informações por meio do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec) que evidencia os resultados da escolha do livro didático de Língua Portuguesa (1º ano) como 1ª opção dos professores do município de Vitória e o conceito de alfabetização presente no documento orientador deste. a) Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec): A partir da consulta realizada no site http://simec.mec.gov.br/livros/publico/index_escolha.php do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec) em 24 mar. 2020, obtivemos dados acerca das escolas do município de Vitória. De acordo com o Simec o município possuiu 52 escolas de ensino fundamental. Deste total (52 escolas) 20 fizeram a http://simec.mec.gov.br/ http://simec.mec.gov.br/ http://simec.mec.gov.br/ http://simec.mec.gov.br/ 17 escolha da 1ª opção pelo livro didático Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (Cinthia Cardoso de Siqueira; Denise Guilherme Viotto; Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva; Márcia Cristina Abromovick – Editora SM), no PNLD 2019, equivalendo à 38,46%. O Gráfico 1, apresenta o processo de escolha do livro didático de Língua Portuguesa como 1ª opção no PNLD 2019 nas escolas de ensino fundamental, município de Vitória/ES. Gráfico 1 – Escolha dos livros didáticos nas EMEFs de Vitória – 1ª opção Fonte: http://simec.mec.gov.br/livros/publico/index_escolha.php (2020). Dentre os livros didáticos disponibilizados para a escolha pelo Guia PNLD 2019 de Língua Portuguesa, o mais escolhido foi Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano de Cinthia Cardoso de Siqueira, Denise Guilherme Viotto, Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva e Márcia Cristina Abromovick da Editora SM. Na Figura 1 temos a capa do livro mais escolhido pelos professores do município de Vitória no PNLD 2019. 0 5 10 15 20 25 ESCOLHA DO LD 1º OPÇÃO VEM VOAR LÍNGUA PORTUGUESA (EDITORA SCIPIONE S.A.) MEU LIVRO DE LÍNGUA PORTUGUESA (EDITORA AJS LTDA.) APRENDER JUNTOS LÍNGUA PORTUGUESA (EDICOES SM LTDA.) ÁPIS LÍNGUA PORTUGUESA (EDITORA ATICA S.A.) BURITI MAIS - PORTUGUÊS (EDITORA MODERNA LTDA) VAMOS APRENDER LÍNGUA PORTUGUESA (EDICOES SM LTDA.) http://simec.mec.gov.br/livros/publico/index_escolha.php 18 Figura 1 – Livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (PNLD 2019). Fonte: Acervo das pesquisadoras (2020). No site da editora,11 temos uma síntese sobre a proposta do livro evidenciando questões relacionadas à produção de texto, leitura, escrita, oralidade e os conhecimentos linguísticos. Aponta questões como bullying e cyberbullying e auxilia o aluno na utilização de questões gramaticais para fase de alfabetização (SILVA; SILVA; MARCHETTI, 2017). 11 Disponível em: http://www.smeducacao.com.br/solucoes-didaticas/ensino-fundamental-i/aprender- juntos-lingua-portuguesa/. Acesso em: 9 jun. 2020. 19 Por sua vez, o Guia PNLD 2019 de Língua Portuguesa avalia o livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano em cinco eixos essenciais para a escolha do professor. São eles: oralidade, leitura, escrita, conhecimentos linguísticos e gramaticais e educação literária. Em sua visão geral de acordo com o Guia do livro didático PNLD 2019, o livro trabalha articulado com a BNCC, visando o desenvolvimento do aluno com habilidades e competências que estão presentes no documento governamental. Enfatiza que a Língua Portuguesa é essencial em qualquer área de conhecimento e, que através dela as pessoas se comunicam e se relacionam com o outro, uma vez que a proposta do livro didático está relacionada a interagir com as pessoas presentes no cotidiano do aluno. O livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano é composto por oito capítulos, ambos iniciados com textos e acompanhados de atividades que tem por objetivo explorar conhecimentos dos alunos. Cada seção é acompanhada de um título que busca explorar a leitura, oralidade, escrita, produção e construção de textos, estimulando a participação, seja ela individual ou coletiva (BRASIL, 2018). Ao abordar a oralidade, cita que a coleção traz um conjunto de atividades que trabalha a análise e produção de textos e menciona sobre as variações linguísticas da Língua Portuguesa, incentivando a participação do aluno nas atividades, trabalhando sua fala, escrita e escuta atenta (BRASIL, 2018). Do ponto de partida da leitura, o Guia aponta o amplo repertório de gêneros e tipologias textuais, que representam a diversidade cultural e social que se dá por meio da linguagem e a partir da leitura de textos, serão propostas atividades que contribuirão para a aprendizagem e formação de um sujeito leitor. De acordo com o Guia “De modo geral, as propostas de leitura valorizam e favorecem o desenvolvimento da construção de autonomia de leitura em todos os livros da coleção, ampliando o processo de letramento, em coerência com a proposta da BNCC” (BRASIL, 2018, p. 62). 20 Ao se referir a escrita de modo geral, o Guia menciona orientações para alcançar o texto final, possibilitando os alunos à autonomia por meio de “[...] escritas coletivas [...] escritas individuais; escritas em duplas; a composição ou continuidade de um texto ou fragmento dele; e elaboração de textos, na íntegra, pelo próprio estudante” (BRASIL, 2018, p. 63). Por sua vez, os conhecimentos linguísticos e gramaticais, são contemplados com [...] atividades [...] [que] enfatizam o trabalho com as convenções da escrita e proporcionam ao estudante conhecer o dicionário, explorando sua organização e suas diferentes funções. Em linhas gerais, as atividades apresentadas podem contribuir para a formação de estudantes competentes e reflexivos no uso da língua portuguesa (BRASIL, 2018, p. 64). Quanto à educação literária esta “[...] contempla em seções de desenvolvimento da leitura e da oralidade, por meio de textos e questões que se destinam ao desenvolvimento de habilidades específicas de leitura literária” (BRASIL, 2018, p. 64). Trata de um eixo tem por finalidade desenvolver no aluno gosto por obras literárias. Concluímos que o Guia do livro didático – PNLD 2019 apresenta de forma sintetizada a proposta do livro didático, o que poderá auxiliar na escolha do documento. b) Resultado da escolha do livro didático de Língua Portuguesa (1º ano) como 1ª opção dos professores do município de Vitória e o conceito de alfabetização presente nos documentos: O livro didático Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano como apontado, foi o mais escolhido pelo município de Vitória em uma equivalência de 38,46%. Na tentativa de compreender o processo de escolha deste livro e a correlação com as Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos, no que diz respeito ao conceito de alfabetização, eixos organizadores contemplados entrelaçados aos conceitos que norteiam o livro didático escolhido, realizaremos a análise do sumário e estudo do capítulo 3: “Quem canta seus males espanta”. 21 Nas Figuras 2 e 3, temos o sumário do livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano: Figura 2 – Sumário do livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (PNLD 2019) Fonte: Acervo das pesquisadoras (2020). 22Figura 3 – Sumário do livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (PNLD 2019) (continuação) Fonte: Acervo das pesquisadoras (2020). A partir da análise do sumário, constatamos que seu formato de organização se constitui por um total de 257 páginas, divididas em 8 capítulos (Brincar com palavras; Vamos brincar?; Quem canta seus males espanta; Viva a cultura!; Pura diversão; No meio da floresta, eu vi...; Curioso, eu?; Era uma vez um mundo encantado...), o que deixa clara a preocupação do trabalho com gêneros textuais no início de cada capítulo sendo desdobrada em estudo dos conhecimentos linguísticos e gramaticais. 23 Já no sumário evidencia que o texto torna-se pretexto para ensino das unidades menores da língua, reforçando um conceito de alfabetização voltado para o codificar e decodificar a língua oral em língua escrita e vice-versa. Ainda em análise do sumário vimos que o primeiro capítulo propõe o estudo da compreensão entre letras, números e símbolos, alfabeto, ordem alfabética, vogais e consoantes, explorando em capítulos seguintes gêneros textuais que serão articuladores do estudo da relação som e letra, letras e sons por meio da memorização e repetição. A continuidade das unidades distribuídas segue a lógica do estudo com as letras de correspondências biunívocas entre fonemas e letras, seguidas de uma letra representando diferentes sons, segundo a posição, som representado por diferentes letras segundo a posição e letras que representam sons idênticos em contextos idênticos (LEMLE, 2002). O estudo proposto no sumário segue a lógica do aprendizado crescente, ou seja, a harmonia das relações entre o oral e o escrito equivalendo o ensino caracterizado do mais fácil ao mais difícil, como se o sistema da linguagem oral e escrita mantivessem essa harmonia. Como mencionado, tomamos como estudo o capítulo 3 – “Quem canta seus males espanta” que tem por objetivo resgatar a cultura popular através da oralidade, por meio dos gêneros textuais cantigas de roda e trava línguas. Em um mesmo capítulo o livro propõe o estudo com três variedades textuais, seguido de atividades repetitivas, que caberá a criança apenas localizar respostas no texto. Os textos por sua vez, estão descontextualizados. Reforça-se aqui que a proposta de aprendizado se constitui a partir do texto e não com o texto deixando claro que não se trata de textos realizados na escola, mas sim da escola (GERALDI, 2004). Por sua vez, os conhecimentos linguísticos são propostos por meio de atividades como textos lacunados que deverão ser preenchidos com a sílaba que falta, conduzindo ações para o que conhecemos como método silábico. 24 A proposta difere do das Diretrizes Curriculares do município de Vitória, uma vez que “Estudos no campo da alfabetização sinalizam a necessidade de ruptura com os métodos que se baseiam na simples tarefa da codificação e decodificação de fonemas e grafemas [...]” (VITÓRIA, 2018, p. 121). As Figuras 4 e 5 exemplificam nossas enunciações. Figura 4 – Livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (PNLD 2019) Capitulo 3, extrato do texto Peixe vivo. Fonte: Acervo das pesquisadoras (2020). 25 Figura 5 – Livro Aprender Juntos Língua Portuguesa – 1º ano (PNLD 2019) Capitulo 3, extrato do texto Peixe vivo. Fonte: Acervo das pesquisadoras (2020). A partir desses estudos, constatamos que apesar de qualificação e processo avaliativo que busca assegurar a qualidade ao livro didático que chega às escolas públicas, lacunas existirão. Não teremos o livro ideal. Há necessidade sempre de um olhar que ressignifique o documento que forma crianças. No caso do documento em estudo (LD) e documentos orientadores do conceito de alfabetização – temos distanciamento entre as propostas. Tal fato, acentua-se para a necessidade de qualificar o professor que irá se apropriar desse documento, uma vez que as enunciações não estão nos livros didáticos, mas nos professores que 26 conduzirão o processo da alfabetização e da Língua Portuguesa em sala de aula na formação ou não de pessoas críticas, autônomas e inventivas. Outro sim, o livro didático em estudo reforça a ênfase em um trabalho voltado para os tradicionais métodos de alfabetização. Fica aqui questionamentos: o que leva professores fazerem escolha por livro didático que apresentam propostas dessa natureza? Como aceitar essa escolha de forma democrática, uma vez que a proposta curricular do município não coaduna com a proposta presente no documento escolhido? Indagações que para este estudo não temos respostas, até porque não foi o foco do objeto de pesquisa desde. Mas, não poderíamos aqui deixar de apontar para essas indagações. 5 Considerações finais Desde a criação do PNLD à sua implementação a busca pela melhoria da qualidade do livro didático no Brasil torna-se desafio constante. Por sua vez, apenas investir na qualidade do livro didático, não responderá avanços na sociedade, uma vez que o professor precisa ter sua qualificação assegurada. Como afirma Geraldi (2004), livro não é o porta voz do ensino, mas sim o professor. Fernandes (2009, p. 11) cita que; [...] se o professor/a tem uma má formação, não tem condições de escolher um livro didático que possa estar contribuindo com a melhoria da educação, o Estado “resolve” o problema da qualidade do ensino adotando livros didáticos qualificados por um staff de excelência, designando professores de diferentes áreas que atuam como pesquisadores e docentes de Universidades Públicas brasileiras, para coordenar esse trabalho e instaurando oficialmente uma Reforma Curricular que vem para romper com as tradicionais práticas docentes estabelecidas pelos professores malformados. Com mudanças ao longo dos anos em diferentes governos, observamos que a melhoria na educação vem sendo assumida por políticas compensatórias, voltadas para interesses econômicos através da aparência de uma educação de qualidade para todos. 27 Percebemos a BNCC e o Guia do livro didático PNLD 2019 apontam para uma alfabetização em que a prioridade está no domínio do código ortográfico, primando pela relação entre fonemas e grafemas, sendo necessária a adoção do uso de termos como o letramento para complementar a compreensão desse processo, que enfatiza para o uso social da leitura e da escrita por meio dos gêneros textuais. Ao analisar o livro didático mais escolhido pelos professores alfabetizadores do município de Vitória/ES, percebemos que o gênero textual está contemplado, porém como pretexto para a permanência do trabalho com os métodos de alfabetização, em especial o método silábico. Por sua vez, as Diretrizes Curriculares do município de Vitória trabalha o conceito de alfabetização sob a ótica da perspectiva enunciativa discursiva de linguagem em que o aluno é protagonista e a defesa do uso do texto como elemento central de ensino da língua se justifica por ser este fenômeno social da interação verbal, realizado através de muitas enunciações que precisa fazer sentido e significado na vida dos alunos assegurando a consolidação dessa discussão em avanços por meio da Língua Portuguesa. O Guia do livro didático PNLD 2019 diz se aproximar da BNCC pois contempla as habilidades e competências necessárias para o domínio pleno da alfabetização, mas prima pela codificação e decodificação como forma de trabalho. Outro sim, o livro de maior escolha pelos professores no município de Vitória, não atende os critérios estabelecidos pelas Diretrizes curriculares deste. Por sua vez, a Secretaria de Educação por meio da GFDE e GEF realizam processo de formação e orientação na escolha desses documentos enfatizando a concepção de alfabetização defendida pelo município e presente no documento balizador e orientador que visam o trabalho comtextos. Contudo, o livro Aprender Juntos Língua Portuguesa –1º ano apresenta proposta de leitura e escrita que se volta para os antigos métodos de alfabetização que primam pela codificação e decodificação e os textos vão se fragmentando em pequenas partes, até chegar a menor unidade da língua. Busca facilitar o trabalho do 28 professor, através de enunciados de fácil compreensão, textos pequenos e atividades que não visam a formação crítica do cidadão. Ao chegar ao estudo dito final e provisório desta pesquisa que buscou analisar qual foi o livro de Língua Portuguesa do 1º ano do ensino fundamental mais escolhido no PNLD 2019 pelos professores alfabetizadores do município de Vitória/ES?, salientamos para a necessidade de formação continuada para professores que precisam compreender as Diretrizes Curriculares do município, potencializando-os à ressignificar o livro didático escolhido para que aproxime a uma linguagem que de fato coaduna com o conceito de alfabetização proposto adequando-o às necessidades dos alunos como protagonistas de seus enunciados e de suas histórias. 29 Referências BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2. versão. Brasília, 2016. ______. PNLD 2019: Língua Portuguesa: guia de livros didáticos. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Fundo Nacional de Desenvolvimentos da Educação. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica, 2018. ______. Simec: relatório de escolas participantes da escolha de livros. Disponível em: http://simec.mec.gov.br/livros/publico/index_escolha.php. Acesso em: 24 mar. 2020. CORNÉLIO, Shenia D’Arc Venturim. Perspectiva do letramento: mudanças e permanências nos livros didáticos de alfabetização. Espírito Santo: 2015. Disponível em: http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/2237/1/tese_8851_Tese%20Shenia%20Venturi m%20Corn%C3%A9lio.pdf. Acesso em: 9 out. 2019. FERNANDES, Magda Carvalho. Vinte e cinco anos do PNLD: uma trajetória de negociações entre política educacional e econômica. Mato Grosso do Sul: 2009. Disponível em: http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe6/anais_vi_cbhe/conteudo/file/769.pdf. Acesso em: 7 maio 2020. GERALDI, João Wanderley. Da redação à produção de textos. In: CHIAPPINI, Ligia (coord.). Aprender e ensinar com textos de alunos: aprender e ensinar com textos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação à pesquisa cientifica. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001. LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 15. ed. São Paulo, Ática, 2002. SILVA, Cícero de Oliveira; SILVA, Elizabeth Gavioli de Oliveira; MARCHETTI, Greta. Aprender juntos – língua portuguesa. São Paulo. 2017. Disponível em: http://www.smeducacao.com.br/solucoes-didaticas/ensino-fundamental-i/aprender- juntos-lingua-portuguesa/. Acesso em: 09 jun. 2020. SIQUEIRA, Cínthia Cardoso de; VIOTTO, Denise Guilherme; SILVA, Elizabeth Gavioli de Oliveira; ABROMOVICK, Márcia Cristina; [et.al.]. Aprender juntos língua portuguesa, 1 ano: ensino fundamental. 6. ed. São Paulo: Edições SM, 2017. 30 VITORIA, Prefeitura Municipal de Vitória. Secretaria de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos de Vitória. Prefeitura Municipal de Vitória. Secretaria de Educação. Coord. Adriana Sperandio; Janine Mattar Pereira de Castro; Angela Francisca Caliman Fiorio. Vitória: Seme, 2018. 31 APÊNDICES 32 Apêndice A – Termo de autorização para coleta de dados 33 34 Apêndice B – Devolutiva da autorização 35 Apêndice C – Entrevista ao profissional da Gerência de Formação e Desenvolvimento em Educação (GFDE) INSTITUTO ENSINAR BRASIL FACULDADE DOCTUM DE VITÓRIA – DOCTUM CURSO DE PEDAGOGIA Este instrumento de entrevista trata de uma pesquisa de caráter exploratória, que busca compreender a escolha do livro didático de Língua Portuguesa para o 1º ano do ensino fundamental – PNLD 2019. A finalidade do trabalho é conhecer os mecanismos de escolha do livro didático orientados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e documentos balizadores dos órgãos federal e municipal por meio das políticas públicas de escolha do livro didático no país. As integrantes são Hellen Karla Ribeiro dos Santos, Nathália Rabelo de Paulo e Patrícia Mattos de Almeida, graduandas do curso de pedagogia, como requisito parcial de aprovação para o componente curricular: Trabalho de Conclusão de Curso. Essa entrevista terá fins acadêmicos e aos entrevistados reservamos o direito de ver o processo de transição antes do estudo final do grupo, em caso de interesse. Agradecemos por sua disponibilidade em nos atender. Nome do entrevistado: Formação acadêmica: Tempo de profissão: Entrevista – questionamento: Descrever de forma a Gerência de Formação e Desenvolvimento em Educação (GFDE) promoveu a formação com pedagogos e professores na escolha do livro didático do PNLD 2019 (1º ao 5º ano). 36 Apêndice D – Entrevista ao profissional da Gerência de Ensino Fundamental (GEF) INSTITUTO ENSINAR BRASIL FACULDADE DOCTUM DE VITÓRIA – DOCTUM CURSO DE PEDAGOGIA Este instrumento de entrevista trata de uma pesquisa de caráter exploratória, que busca compreender a escolha do livro didático de Língua Portuguesa para o 1º ano do ensino fundamental – PNLD 2019. A finalidade do trabalho é conhecer os mecanismos de escolha do livro didático orientados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e documentos balizadores dos órgãos federal e municipal por meio das políticas públicas de escolha do livro didático no país. As integrantes são Hellen Karla Ribeiro dos Santos, Nathália Rabelo de Paulo e Patrícia Mattos de Almeida, graduandas do curso de pedagogia, como requisito parcial de aprovação para o componente curricular: Trabalho de Conclusão de Curso. Essa entrevista terá fins acadêmicos e aos entrevistados reservamos o direito de ver o processo de transição antes do estudo final do grupo, em caso de interesse. Agradecemos por sua disponibilidade em nos atender. Nome do entrevistado: Formação acadêmica: Tempo de profissão: Entrevista – questionamentos: 1- Descrever de que forma a Gerência de Ensino Fundamental (GEF) orientou e acompanhou o processo de escolha do livro didático PNLD 2019 nas escolas do município de Vitória. 2- Houve orientação específica ou seguiram as orientações do PNLD 2019? 37 Nossos agradecimentos... Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado forças e me amparado em todos os momentos, pois tudo o que acontece em minha vida, só acontece na permissão dele. À minha mãe e ao meu pai, a base da minha vida, que sempre me incentivaram a buscar pelos meus sonhos e objetivos. Que nos momentos mais difíceis da minha vida não me deixaram desistir de nada, principalmente dos estudos. Muitos foram os momentos que me senti incapaz, triste e desmotivada, e sem perceberem, nos mais simples gestos dia após dia me deram forças para enfrentar cada obstáculo. Sou muito grata a minha mãe que após o nascimento do Miguel se fez presente nos momentos em que eu me ausentava. Ao meu irmão, que sempre me serviu como exemplo, sempre dedicado aos estudos. Ao meu filho Miguel, que desde o ventre é a razão pela qual sigo em frente todos os dias. Que mesmo sendo pequenino compreendia a minhaausência durante as noites e que me fazia companhia na madrugada em diversos trabalhos acadêmicos. À minha família, em especial minha tia Tânia que sempre se dispôs a cuidar do Miguel nos momentos que minha mãe também precisou se ausentar. Minha prima Dayana, me ajudando sempre na criatividade e tecnologia. Aos meus amigos que sempre me apoiaram, que aturaram minhas queixas durante o curso e principalmente no período da escritura deste TCC. Em especial Mariana Sehischini, grande amiga que me incentivou e iniciou o curso junto comigo. À Nathália e Patrícia, seremos um trio eterno, companheiras e amigas que levarei para a vida. Obrigada por fazerem parte desta etapa, foram dias e noites de longos trabalhos durante o curso. Fomos sábias até aqui, nos respeitando e brincando. Nos entendíamos até nas diferenças. 38 Não poderia deixar de agradecer a todos os professores que passaram ao longo do curso, que deixaram um pouco de si e de seus conhecimentos. Obrigada a orientadora Prof.ª Dr.ª Shenia D’Arc Venturim Cornélio, pela troca de conhecimento, dedicação e exemplo de profissional. Através das suas aulas despertou em mim, um novo olhar para a educação. E aos professores qual fui auxiliar, que de uma forma ou outra contribuíram na minha formação. Hellen Karla Ribeiro dos Santos Agradeço a Deus, pelo despertar de cada dia, saúde e energia. Por me ajudar a superar momentos difíceis a que me deparei ao longo da minha graduação e por toda minha vida. Até aqui nos ajudou o Senhor. - 1 Samuel 7:12. À minha mãe Elizane e ao meu padrasto Neilson, obrigada por serem essenciais na minha vida e na minha história, me incentivando a ser uma pessoa melhor e não desistir dos meus projetos e sonhos. Por terem me dado os melhores presentes que poderiam – minhas irmãs, as quais dedico este artigo. À minha avó Joana e aos meus tios e tias, sou grata por contribuírem para minha criação e educação. Ao Geraldo, meu namorado e companheiro, obrigada por compreender minha ausência nesses últimos meses e por atender aos meus pedidos. Aos meus primos, obrigada pelas risadas e apoio em todas as situações, principalmente no período de escrita deste TCC, me aguentaram até mesmo em momentos ímpares. Ao trio de “sábias”, Hellen e Patrícia é chegado ao fim de um ciclo de muitas risadas, choro, felicidade e frustrações. Com certeza vocês tornaram tudo isso mais fácil, desejo que nossa amizade perdure. 39 Aos professores da Rede Doctum de Vitória, em especial a coordenadora do curso de Pedagogia, Prof.ª Giselle Dutra que sempre se dispôs em nos atender, agradeço pela troca e amizade e a nossa orientadora Prof.ª Dr.ª Shenia D’Arc Venturim Cornélio, agradeço pela disponibilidade e pelas contribuições dirigidas para o aperfeiçoamento deste trabalho. Nathália Rabelo de Paulo Agradeço primeiramente a Deus, por ter me permitido chegar até aqui ao longo de todos esses anos, especialmente nesse ano que vivemos dias difíceis mediante à essa pandemia enfrentada, que coincidentemente é o ano da nossa conclusão de curso que em meio a isso tudo, nos mostrou a necessidade de reinventar, superar e aprender cada dia mais diante as dificuldades. Agradeço à minha querida Mãe, por todo esforço que sempre fez para me ajudar em tudo e de todas as formas possíveis. Mãe a senhora me ajudou muito, mesmo sem compreender, em algumas situações, a senhora estava me encorajando! Agradeço à minha prima Evelyn, que me incentivou a fazer o curso e pagou a minha primeira parcela da faculdade (jamais esquecerei disso). Ao meu primo Vitor, que sempre esteve disposto a me ajudar e sempre compartilhava comigo seus conhecimentos. Ao meu irmão que me ajudou no meu primeiro trabalho acadêmico. Obrigada a todos os meus familiares e amigos, que sempre acreditaram em mim, e me deram forças e palavras amigas para continuar ao longo desses quatro anos, principalmente agora nos momentos finais, em que tentam me descontrair e dar risadas, eu amo cada um de vocês! 40 Agradeço também ao trio, minhas companheiras, Hellen e Nathalia obrigada por toda paciência e companheirismo, juntas construímos este artigo, não só ele, mas, a nossa amizade que com certeza levaremos para sempre, pois se o TCC não separou, ninguém mais separa (risos). Agradeço imensamente a todos os professores da Rede Doctum de Vitória, até os que não estão mais na instituição, vocês foram responsáveis por eu chegar até aqui, fizeram parte da minha trajetória, lembro de cada um de vocês com muito carinho e sou imensamente grata por tudo! Por fim, agradeço a nossa orientadora e Prof.ª Dr.ª Shenia D’Arc Venturim Cornélio, por ter feito parte desta nossa trajetória, nosso TCC se deu por meio de um componente curricular que tivemos com ela, onde nos despertou interesse sobre o assunto. Shenia, você é um exemplo de profissional maravilhosa, obrigada por compartilhar conosco a sua experiência! Patrícia Mattos de Almeida
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