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Resumo Patologia I - Bruna Krug

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PATOLOGIA MÉDICA 
 
 
 
 
 
 
 
BRUNA REIS KRUG ATM 2023 2 MEDICINA ULBRA 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
AULA 1 - INTRODUCAO A PATOLOGIA 
 Patologia é um ramo da ciência que visa realizar uma ponte entre as ciências médicas básicas à prática clinica, 
estando voltada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, tecidos e órgãos decorrentes das 
doenças. 
• Patologia geral: aborda as reações básicas das células e dos tecidos aos estímulos anormais relacionados às 
doenças; 
• Patologia sistêmica (especial): examina as respostas específicas de órgãos e tecidos especializados a estímulos 
moderadamente definidos; 
Os quatros aspectos das doenças que formam a base da patologia são: 
• Etiologia: 
- Intrínsecos ou genéticos; 
- Adquiridos (de forma infecciosa, nutricional, químicos, físico); 
• Patogenia: sequência das respostas das células desde o início da agressão até o fim da manifestação da 
doença, mecanismos de seu desenvolvimento; 
• Alterações morfológicas: alterações estruturais nas células/tecidos característicos da doença que levam ao 
diagnóstico; 
• Desordens funcionais e manifestações clínicas: consequências funcionais das alterações morfológicas. 
 
Aspectos cronológicos de uma doença: Topografia das doenças: 
 
• Focal: doença limitada a um foco bem limitado; 
• Difusa: doença afeta uma grande área. Ex.: pulmão; 
• Disseminada: doença em múltiplos pequenos focos; 
• Sistêmica: disseminação por um sistema. Ex.: sistema nervoso; 
• Generalizada: disseminação através do organismo. 
 
Tempo de curso das doenças: 
• Aguda: alterações que ocorrem rapidamente (minutos, poucos dias); 
• Crônica: longa duração (semanas, meses, anos); 
 
Padrão geral do processo de doença: 
Estímulo → adaptação → equilíbrio → lesão celular → reversível ou irreversível. 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
Resposta celular: 
• Lesão celular reversível: nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e 
funcionais são reveresíveis; 
• Lesão celular irreversível: com a persistência do dano, a lesão torna-se irreversível, as células não recuperam 
sua função e estrutura, o que determina a morte celular; 
Causas das doenças: 
1. Hipóxia: 
- Diminuição da oferta de oxigênio às células devido a falta de transporte de oxigênio, insuficiência 
cardiorrespiratória e isquemia; 
2. Agentes físicos: 
- Trauma mecânico, extremas temperaturas, radiação, choque elétrico; 
3. Agentes químicos e drogas: 
- Ação direta sobre a célula ou formação de metabólitos tóxicos; oxigênio em altas concentrações; glicose ou 
sal em concentração hipertônica; arsênico, cianeto, sais mercuriais; poluentes ambientais e do ar; inseticidas 
e herbicidas; riscos ocupacionais e industriais, como exposição a monóxido de carbono e asbesto; estímulos 
sociais, como álcool, fumo, drogas, medicamentos; 
4. Agentes infecciosos: 
- Vírus, fungos, bactérias, protozoários; 
5. Agentes imunológicos: 
- Autoanticorpos; 
6. Distúrbios genéticos; 
7. Desequilíbrios nutricionais: 
- Excesso (obesidade), deficiência (desnutrição); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
AULA 2 – HISTOLOGIA BASICA 
Tecido: Conjunto de células com características morfológicas semelhantes e funcionais, e constituem órgãos 
e sistemas. Quanto maior a especialização do tecido maior a dificuldade de regeneração e diferenciação: 
• Tecido epitelial: formado por células que revestem superfícies, cavidades corporais ou formam glândulas. Há 
renovação tecidual por diferenciação, inclusive quando há hipóxia; (células lábeis = células que se renovam); 
• Tecido conjuntivo: células e abundante matriz extracelular, preenchimento ou sustentação. Ex.: derme; 
• Tecido muscular: células com propriedades contráteis. Ex.: músculo cardíaco (não se diferencia); 
• Tecido nervoso: não se diferencia. Ex.: AVE não é tolerante a lesão e hipóxia. 
Órgão: organização de diferentes tecidos realizando funções especificas; 
Sistema: Pode ser utilizado para descrever células com funções semelhantes, mas distribuídas em diferentes 
sítios anatômicos (células do sistema imune), ou referir-se a um grupo de órgãos com papéis funcionais semelhantes 
(rins, pelve, ureteres e bexiga são parte do sistema urinário). 
Corantes histológicos: 
• Basófilos: qualquer componente dos tecidos ou órgãos que reajam com um corante básico (afinidade por 
bases, demonstra basofilia); Hematoxilina: embora não seja exatamente um corante básico, a coloração dos cortes 
por esta substância evidenciará com uma cor azul as estruturas celulares como núcleo, devido aos radicais fosfato 
do DNA, o ergastoplasma, devido a estes mesmos radicais, como os proteoglicanos. 
• Acidófilos: os corantes ácidos reagem com os radicais catiônicos tissulares encontrados principalmente nas 
proteínas ricas em aminoácidos básicos (afinidade por ácidos, apresenta acidofilia); Eonsina: um corante ácido, 
evidencia uma cor rosa nas estruturas celulares: filamentos proteicos do citoesqueleto, fibras colágenas, 
determinados tipos de grânulos dos leucócitos e as proteínas mitocondriais. 
 
Fixação tecidual: 
O volume de fixador deve ser no mín 10x maior que o da amostra. As substâncias (fixadores) são utilizadas 
com a principal função de insolubilizar as proteínas do tecido. 
• Física: calor ou frio; 
• Química: utilizada na histologia, em que os fixadores agem: 
- Precipitam proteínas: Cloreto De Mercúrio E Ác. Pícrico; 
- Coagulam proteínas: Aldeído Fórmico e Glutárico, Tetróxido De Ósmio. 
• Objetivos da fixação: 
- Inibir ou interromper a autólise tecidual; 
- Coagular/endurecer o tecido e tornar difusíveis as substâncias insolúveis; 
- Proteger, através do endurecimento, os tecidos coletados do manuseio e procedimentos técnicos posteriores; 
- Preservar os componentes celulares e teciduais; 
- Melhorar a diferenciação óptica dos tecidos; 
- Facilitar a subsequente coloração. 
 
Processo utilizado nos exames patológicos: 
1. Macroscopia: fragmentos são acondicionados e mantidos em formol 10%; 
2. Fixação: o material coletado deve ser imerso rapidamente no fixador; 
3. Microscopia: 
- Desidratação: banhos sequenciais de álcool e xilos; 
- Inclusão de parafina: evita autólise pelas proteínas e partes das células que se rompem ou se desintegram, 
inclusive o corte fino favorece a coloração; 
- Inclusão: moldes metálicos/plásticos e confecção de blocos de parafina; 
- Microtomia: corta-se uma fita que é coletada com lâminas de vidro e passa por banhos de álcool e xilol até 
sua total desparafinização; 
- Coloração: Hematoxilina ou eosina; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
AULA 3 – LESOES CELULARES REVERSÍVEIS 
Se os limites da resposta adaptativa forem 
ultrapassados ou se as células forem expostas a agentes lesivos 
ou estresse, privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem 
comprometidas por mutações, ocorre lesão celular. 
Homeostasia: quando o número de células em um 
órgão/tecido é mantido estável, por meio da adaptação celular. 
Adaptações celulares: hiperplasia, hipertrofia, atrofia, 
metaplasia. 
 
 
 
 
Ciclo celular: 
 
• Células lábeis: células em divisão contínua, substituindo as células que estão sendo destruídas. Ex.: células da 
pele, cavidade oral, vagina, colo do útero, glândulas salivares, pâncreas, vias biliares, trato gastrointestinal, vias 
urinárias, medula óssea. 
• Células quiescentes ou estáveis: normalmente exibem baixo nível de replicação, mas podem sofrer rápida 
divisão em resposta a estímulos, sendo capazes de reconstruir o tecido de origem. Ex.: hepatócitos, rins, pâncreas, 
fibroblastos, músculo liso, endotélio, condrócitos, osteócitos e membrana basal; 
• Células permanentes: células que não se dividem na vida pós natal. Ex.: células nervosas, musculo esquelético 
e músculo cardíaco. 
• Períodos do ciclo celular: S, G2, M G1. 
Controle do ciclo celular:• Duas classes de proteínas: 
1. Cdk: cinases de proteínas dependentes de ciclina; 
2. Ciclinas: ligam-se as cdk e controlam a fosforilação de proteínas responsáveis por fenômenos de divisão 
celular (replicação do DNA, formação do fuso mitótico. 
- ciclinas G1: correspondem às ciclinas D e E): a célula entra na fase S (síntese e duplicação do DNA); 
- ciclinas M (A e B): ligam-se às cdk em G2 e são essenciais para o inicio da M. 
• Gene Rb: Fosfoproteína nuclear. Em seu estado ativo (subfosforilada) atua como um inibidor na progressão 
da fase G1 para a fase S. 
• Gene p53: Alterações neste gene são comuns em neoplasias malignas de pulmão, cólon e mama. Relacionado 
ao processo de reparo ao produzir interrupção na fase G1. Apoptose. 
• Pontos de controle: pontos de transição (G1/S e G2/M). 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
HIPERPLASIA 
 
 
 
 Constitui um aumento do número de células em um órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da 
massa ou volume desse sítio anatômico. Pode estar acompanhada de hipertrofia e ocorre nos tecidos que possuem 
células capazes de sintetizar DNA, permitindo a divisão mitótica. Pode ser: 
Hiperplasia fisiológica: 
• Hiperplasia hormonal: 
- Aumenta a capacidade funcional de um tecido; 
- Ex.: proliferação do epitélio glandular da mama na puberdade e na gestação; hiperplasia do útero durante 
a gravidez (de 7cm vai para 40-44cm); 
• Hiperplasia compensatória: 
- Aumenta a massa se um tecido após lesão/remoção; 
- Ex.: fígado e rim. 
 
Hiperplasia patológica: 
A maioria dos casos é decorrente de estimulação hormonal excessiva; pode resultar dos efeitos de fatores de 
crescimento e pode ser um ponto inicial para uma proliferação cancerosa. Ex.: hiperplasia do endométrio ou mama. 
Após o término de um estímulo, a hiperplasia tende a desaparecer. Ela é uma resposta importante do 
organismo para a cicatrização (proliferação de fibroblastos e de vasos sanguíneos). 
Pode ser inflamatória ou decorrente de infecções virais, com em verrugas cutâneas e no HPV. 
Na regeneração hepática há proliferação celular com o aumento de proteínas que levam a síntese de DNA, 
como as citocinas, interleucinas, norepinefrina e insulina. 
 
HIPERTROFIA 
 É um aumento do tamanho das células e, com isso, do órgão comprometido. O órgão não possui 
células novas, apenas células maiores. As células apresentam uma maior síntese de componentes estruturais. 
 Nas células musculares, há maior síntese de proteínas e filamentos para permitir um aumento da carga de 
trabalho, logo, há um platô que é individual para cada pessoa. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
No coração, o aumento da massa celular pode não conseguir compensar a sobrecarga e haverá insuficiência 
cardíaca, que dará edema de membro inferior e dispneia. 
O aumento quantitativo dos constituintes e funções celulares exige suporte adequado de oxigênio e 
nutrientes; as células devem apresentar organelas integras e órgãos com preservação na inervação, pois não há 
hipertrofia em células degeneradas e quando cessa o estímulo o órgão volta ao normal. 
Hipertrofia fisiológica: 
Ex.: mamas em lactação (estrogênio e prolactina aumentados) e crescimento do útero na gestação 
(estrogênio). Caso ocorra fora dessas condições (gravidez, lactação, puberdade = indicação pré-maligna). 
Hipertrofia patológica: 
Ex.: aumento do tecido muscular cardíaco com a HAS e com valvas 
deficientes (não abrem/fecham direito = ventrículo tem que fazer muita força 
para ejetar o sangue); malformação cardíaca como a Tetralogia de Fallot em 
que há comunicação entre os ventrículos e uma compensação com aumento de 
espessamento do ventrículo direito; hipertrofia da parede vesical em que há 
nódulos, os quais podem causar a obstrução na bexiga; hipertrofia do tecido 
muscular esquelético (atividade física, trabalho pesado). 
 
ATROFIA 
É a diminuição do tamanho da célula e/ou do número de células de um órgão. Quando um número suficiente 
de células é envolvido, todo o tecido ou órgão diminui de tamanho e torna-se atrófico. Pode ser: 
Atrofia fisiológica: 
 Ex.: envelhecimento, perda de estimulação endócrina, como a perda de estimulação estrogênica após a 
menopausa que produz atrofia do endométrio, epitélio da vagina e mama. 
Atrofia patológica: 
 Ex.: redução da carga de trabalho (membro fraturado, imobilizado, repouso, osteoporose; perda da inervação 
(atrofia dos músculos); diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia, doença arterial oclusiva, cérebro/coração e 
arterioesclerose); inflamação crônica; nutrição inadequada; perda de estimulação endócrina; compressão tecidual 
(um tumor benigno em crescimento comprimindo órgão adjacente); substâncias tóxicas. 
 Ocorre redução dos componentes estruturais das células. 
No músculo, as células apresentam menor número de mitocôndrias, miofilamentos e retículo endoplasmático. 
Pode gerar apoptose. 
Há síntese e degradação de proteínas/vacúolos autofágicos e apresenta grânulos de lipofuscina (pigmento que 
mostra degradação das organelas em amarelo-pardo). 
 
METAPLASIA 
 Alteração reversível em que um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro 
tipo celular. É uma substituição adaptativa de células que são sensíveis ao estresse por tipos celulares mais bem 
preparados para suportar o ambiente adverso. 
 Provavelmente provenha de uma reprogramação de células de 
reserva. Essas células precursoras diferenciam-se um uma nova via. As 
influências que predispõem à metaplasia, se persistentes, podem induzir 
a transformação cancerosa do epitélio metaplásico. 
 A mais comum é a da colunar para a escamosa, que ocorre no: 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
• Trato respiratório: bronquite crônica = resposta à irritação crônica. Nos tabagistas, as células colunares da 
traqueia e dos brônquios podem ser substituídas por células escamosas em algumas áreas. 
• Colo uterino: cervicite crônica com metaplasia escamosa endocervical. 
Também ocorre através de cálculos nos ductos de glândulas salivares, pâncreas ou ductos biliares. Geralmente 
o epitélio escamoso estratificado é mais resistente que o epitélio glandular normal nestas situações. 
Metaplasia do tipo escamoso para o colunar: 
• Esôfago de barret; 
• Gastrite crônica com metaplasia intestinal; 
• Leucoplasia. 
Metaplasia do tecido conjuntivo: 
Formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. 
OUTROS DISTÚRBIOS DA DIVISÃO CELULAR 
 
• Agenesia: anomalia congênita na qual um órgão ou parte dele não se forma (renal, septo interatrial, lobo 
pulmonar) 
• Atresia: anomalia congênita na qual a luz de uma víscera não se forma. 
• Hipoplasia: anomalia em que há alteração do desenvolvimento de um órgão. 
• Distrofia: doenças degenerativas, genéticas ou não (distrofias musculares) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
AULA 4 – LESOES CELULARES IRREVERSÍVEIS 
MECANISMOS DE LESÃO CELULAR 
 
• Depleção de ATP: mitocôndrias comprometidas que 
deixarão de produzir ATP; 
• Influxo de cálcio, que ativa as enzimas, ou perda da 
homeostasia do cálcio; 
• Acúmulos de radicais livres derivados do oxigênio que 
causam desnaturação proteicas e aumento da 
permeabilidade mitocondrial; 
• Defeitos na permeabilidade da membrana, que se 
encontra descontinua; 
• Disfunção da bomba de sódio e potássio; 
• Diminuição do pH e aumento da concentração de H+ 
que diminui a função celular; 
• Dano ao DNA e às proteínas, enzimas deixam de produzir as proteínas; 
• Entrada de água (tumefação e degeneração hidrópica). 
 
CAUSAS LESÃO CELULAR 
 
• Diminuição do aporte de oxigênio (hipóxia, isquemia); 
• Agentes físicos (trauma mecânico, temperaturas extremas, radiação, choque elétrico); 
• Agentes químicos e drogas; 
• Agentes infecciosos; 
• Reações imunológicas; 
• Distúrbios genéticos; 
• Desequilíbriosnutricionais. 
 
NECROSE 
 Alterações celulares que sucedem a morte celular no tecido vivo. Resulta, na maior parte, da ação degradativa 
progressiva de enzimas sobre a célula lesada. É uma lesão exógena irreversível, em que ocorre a digestão enzimática 
da célula, desnaturação das proteínas citoplasmáticas, degradação das organelas celulares e tumefação celular. 
 Quando a agressão é suficiente para interromper as funções celulares (produção de energia e síntese celular), 
os lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases no seu interior e estas saem para o citosol, são ativadas 
pelas altas concentrações de cálcio e iniciam o processo de autólise. 
 Ocorre autólise, heterólise. A necrose é um processo que exige horas para haver lesão detectável pela 
microscopia (4 a 12 horas). 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 As células necróticas apresentam: 
• Eosinofilia aumentada: perda do RNA citoplasmático, maior ligação da eosina as proteínas desnaturadas; 
• Células homogêneas e vítreas; 
• Citoplasma vacuolizado; 
• Calcificação; 
• Membrana citoplasmática descontínua; 
• Alterações nucleares: cariólise (rompe cromatina), picnose (retração), cariorrexe (fragmenta). 
ÁREA DE NECROSE ESTIMULA A INFLAMAÇÃO PARA REMOVER CÉLULAS MORTAS. 
A necrose geralmente envolve o acúmulo de muitas agressões intracelulares. Os processos pelos quais as 
células sofrem morte por necrose variam de acordo com a causa (duração e intensidade), o órgão e o tipo celular: 
• A interrupção do suprimento sanguíneo diminui o aporte de oxigênio e glicose; 
• A falta de O2 compromete o transporte mitocondrial de elétrons, diminuindo a síntese de ATP e facilitando 
a produção de formas oxidativas de oxigênio. 
• A glicólise anaeróbica acarreta na produção excessiva de lactato e diminuição do pH intracelular; 
• A distorção das atividades das bombas na membrana plasmática altera o equilíbrio iônico da célula; 
• A ativação da fosfolipase A2 e proteases rompe a membrana plasmática e o citoesqueleto; 
• A falta de O2 compromete o transporte mitocondrial de elétrons, diminuindo assim a síntese de ATP e 
facilitando a produção de formas oxidativas oxigênio; 
• A lesão mitocondrial promove a liberação de citocromo C no citosol que ativa enzimas para morte celular. 
• A ativação da fosfolipase A2 e proteases rompe a membrana plasmática e o citoesqueleto; 
 
NECROSE DE COAGULAÇÃO 
 
• Ocorre desnaturação; 
• É a mais comum; 
• Preservação do contorno básico da célula; 
• Alteração na forma, coloração e textura dos 
tecidos; 
• Exemplo: infarto agudo do miocárdio: células acidofílicas, coaguladas e 
anucleadas. As células necróticas serão removidas por fragmentação e 
fagocitose (leucócitos e ação de enzimas lisossômicas proteolíticas). 
 
NECROSE LIQUEFATIVA 
• Típica de infecções bacterianas focais ou fúngicas 
(estímulo para o acumulo de células infamatórias); 
• Ocorre a transformação do tecido em massa 
viscosa e líquida, ou em área amarelada (pus), 
quando associada à inflamação aguda; 
• Pode desencadear um abscesso e atingir o SNC; 
• Exemplo: infarto cerebral. 
 
NECROSE GANGRENOSA 
 
• Termo aplicado a um membro que perdeu seu aporte sanguíneo e sofreu necrose. 
• Geralmente ocorre nos membros inferiores; 
• É a forma de evolução da necrose, através da ação de agentes externos; 
 
• Pode ser: 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
- Gangrena seca: cor escura, bem delimitada, membros inferiores; 
- Gangrena úmida: invasão do tecido necrótico por bactérias anaeróbias. Tubo digestivo, pele, pulmão. 
- Gangrena gasosa: Clostridium. 
 
NECROSE CASEOSA 
 
• Forma distinta de necrose de coagulação; 
• Encontrada, com frequência, na tuberculose; 
• Composta por tecido brancacento (branco-
amarelado) no exame macroscópio; 
• Exame microscópio: detritos celulares 
amorfos, aparentemente compostos por 
células fragmentadas e coaguladas e por restos granulares amorfos, delimitados por borda inflamatória 
nítida; 
• Arquitetura tecidual destruída. 
 
NECROSE GORDUROSA 
• Descreve áreas focais de destruição 
gordurosa; 
• Ocorre, tipicamente, pela liberação de 
lipases pancreáticas ativadas: pancreatite 
aguda; 
• Saponificação das gorduras; 
• Exame macroscópico: adipócitos necróticos, depósitos de cálcio basofílicos, circundados por uma reação 
inflamatória. 
NECROSE FIBRINOIDE 
• Alteração dos vasos sanguíneos lesados, nos 
quais o insudato e o acúmulo de proteínas 
plasmáticas fazem com que a parede se core 
intensamente com eosina. 
• Exemplo: artrite, vasculite, infarto intestinal. 
 
Processo de Necrose: 
• Promover a reabsorção/reparo tecidual; 
• Processo de digestão enzimática e fragmentaçõa; 
• Fagocitose dos restos particulados por leucócitos; 
• Evolução: 
 
1. REGENERAÇÃO: 
- Reabsorção de restos celulares; 
- Multiplicação das células parenquimatosas; 
- Pode haver regeneração completa; 
- Ex.: Fígado. 
 
2. CICATRIZAÇÃO: Substituição do tecido lesão por tecido conjuntivo cicatricial; 
- Fibrose e formação de cicatriz: formação de novos vasos sanguíneos → migração e proliferação de 
fibroblastos → deposição de matriz extracelular → maturação e organização do tecido fibroso. 
- Tecido não lesado: mediadores químicos, alterações vasculares, exsudação celular. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
- Fatores estimulantes: prostaglandinas, peptídeos, fibrinopeptídeos, sistema gerador de cininas, ativação de 
C3, quimiocinas, resposta imunológica; 
- Proliferação fibroblástica e endotelial: na dependência de fatores de crescimento derivados de plaquetas, 
fibroblastos, linfócitos e macrófagos. 
 
3. ENCISTAMENTO: 
- Material necrótico volumoso; 
- Fatores que impedem a migração de leucócitos; 
- Resposta inflamatória restrita à periferia da lesão; 
- Proliferação conjuntiva, formação de cápsula, absorção lenta. 
- Ex.: típico de uma pancreatite. 
 
4. ELIMINAÇÃO: 
- A zona de necrose atinge uma estrutura canalicular que se comunica com o meio 
externo, com a eliminação do material necrosado através dessa; 
- Ex.: Tuberculose pulmonar = cavernas tuberculosas (cavitação). 
 
5. CALCIFICAÇÃO: 
Calcificação Patológica: 
- Necrose caseosa; 
- Nível elevado de cálcio; 
Calcificação Distrófica: 
- Lesão celular prévia: áreas de necrose, aterosclerose avançada, valvas cardíacas, tuberculose; 
- Exame macroscópico: grânulos finos, brancacentos e firmes; 
- Microscopia: aparência amorfa, granular e basofílica, de localização intra ou extracelular. 
- Ex.: osso heterotópico, corpúsculos de psamoma. 
 
APOPTOSE 
 Forma de morte celular destinada a eliminar determinadas células. Elas ativam enzimas que degradam o DNA 
e proteínas nucleares e citoplasmáticas. É desencadeada por diferentes sinais extra e intracelulares, como: 
• Retração celular: célula de tamanho menor, citoplasma denso, organelas compactadas; 
• Condensação da cromatina: bem delimitada, com forma e tamanhos diversos; 
• Núcleo pode estar fragmentado; 
• Bolhas citoplasmáticas/corpúsculos apoptóticos; 
• Fagocitose das células ou corpúsculos apoptóticos: células adjacentes, macrófagos, lisossomos e migração 
celular; 
• Linfonodos: macrófagos de corpos corados; 
Microscopia: 
• Presença de células isoladas ou em pequenos grupos; 
• Citoplasma eosinofílico, cromatina densa; 
• Fenômeno rápido; 
A apoptose NÃO APRESENTA ALTERAÇÃO MACROSCÓPICA e 
NÃO SUSCITA RESPOSTA INFLAMATÓRIA. 
Características Bioquímicas: 
• Hidrólise de proteínas; 
• Caspases: clivagem das proteínas do citoesqueleto e estrutura nuclear (endonucleases); 
• Ativação da transglutaminase; 
• Quebra do DNA: formação de fragmentos de 50 a 300 quilobases, oligonucleossomas; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
• Expressão de fosfatidilserina na face externa da membrana celular; 
• Trombospondina em corpúsculos apoptóticos; 
• Reconhecimento por macrófagos e células adjacentes. 
 
Mecanismos de Apoptose: 
• Crescimento celular e apoptose; 
• Densidadecelular em neoplasias; 
• Ponto final de uma cascata de eventos moleculares, dependente de energia e desencadeada por certos 
estímulos. 
 
Via Intrínseca: 
• Via mitocondrial: 
- Aumento da permeabilidade mitocondrial; 
- Liberação de moléculas pró-apoptóticas no citoplasma; 
- Moléculas reguladoras intracelulares; 
- Sinais transmembrana negativos ou positivos; 
- Sobrevida celular: certos hormônios, fatores de crescimento e citocinas; 
- Fator de necrose tumoral: ativação; 
- Embriogênese: fatores de crescimento/diferenciação. 
 
 
• Bcl2: 
- Regulação da função mitocondrial, situada na 
membrana mitocondrial externa, retículo 
endoplasmático e invólucro nuclear; 
- Promoção de apoptose: Bax, BaK; 
- Inibição da apoptose: Bcl-x, Bcl-2, Mcl-1; 
- Bcl2: impede o aumento da permeabilidade das 
mitocôndrias. Interação com as caspases 
desencadeantes e proteína p53; 
- Alterações da permeabilidade mitocondrial; 
- Liberação do citocromo C. 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
Via Extrínseca: Morte iniciada por receptores da membrana 
plasmática (TNF e proteínas Fas). 
Fase de execução: caspases 8,9,10; caspases 3 e 6 = 
executoras. 
Apoptose desregulada: 
• Distúrbios associados à inibição da apoptose e 
aumento da sobrevida celular: 
- Taxa baixa de apoptose prolonga a vida de células 
anormais; 
- Neoplasias com mutação de p53; 
- Tumores dependentes de hormônios: mama, 
próstata, ovários; 
- Distúrbios autoimunes. 
• Distúrbios associados ao aumento da apoptose e morte celular excessiva: 
- Perda acentuada de células normais e protetoras; 
- Doenças neurodegenerativas; 
- Lesão isquêmica: infarto agudo do miocárdio, acidente isquêmico cerebral; 
- Depleção de linfócitos induzida por vírus (HIV). 
 
Padrões de Morte celular: 
 
APOPTOSE FISIOLÓGICA 
• Causas: Desenvolvimento, embriogênese, involução de tecidos hormônio-dependentes, perda celular em 
populações celulares proliferativas/homeostasia, eliminação de linfócitos autorreativos e células que 
participaram de uma resposta inflamatória ou imune; 
APOPTOSE PATOLÓGICA 
• Causas: Lesão do DNA, acúmulo de proteínas anormalmente dobradas, morte celular em certas infecções e 
atrofia patológica do parênquima de órgãos após obstrução de ductos. Ex.: gene p53. 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
IMAGENS IMPORTANTES 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
AULA 5 – DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS E HEMODINÂMICOS 
São eles: edema, hiperemia, hemorragia, isquemia, trombose, embolia, infarto, choque. 
Forças que atuam sobre os vasos: 
 
HEMOSTASIA NORMAL 
• Resultado de um conjunto de processos bem regulados que executam duas funções importantes: 
- Manutenção de um estado fluido do sangue e livre de coágulos; 
- Realização de um tampão hemostático rápido e 
localizado em um local de lesão vascular; 
✓ Lesão inicial: vasoconstricção arteriolar 
✓ Mecanismos neurogênicos 
✓ Exposição da matriz extracelular subendotelial 
✓ Ativação de plaquetas 
✓ Fator tecidual 
✓ Ativação de trombina 
✓ Fibrina 
✓ Tampão permanente sólido 
• ENDOTÉLIO: propriedades antitrombóticas 
• PLAQUETAS: aderência e secreção 
• CASCATA DE COAGULAÇÃO: formação de trombina 
 
EDEMA 
 
• Acúmulo de quantidades anormais de líquidos nos espaços intercelulares; 
• O líquido deixa a extremidade arteriolar do capilar e retorna na extremidade venular, parte dele é drenado 
pelos linfócitos e só retorna indiretamente à corrente. 
• Pressão hidrostática arteriolar: 35 mmHg 
• Pressão hidrostática venular: 12-15 mm Hg 
• Pressão coloidosmótica do plasma: 20-25 mmHg 
• Os efeitos oponentes da pressão hidrostática intravascular e da 
pressão coloidosmótica plasmática são os principais fatores a 
serem considerados na patogenia do edema. 
• O edema pode ser: 
INFLAMATÓRIO: aumento da permeabilidade vascular; 
NÃO-INFLAMATÓRIO: alterações de forças hemodinâmicas através da 
parede capilar que tendem a deslocar líquidos do compartimento intravascular para o liquido intersticial. 
 
• Principais causas: 
1. Aumento na pressão hidrostática intravascular: 
- Pode se dar por aumentos locais, como em extremidades inferiores, secundários à trombose; 
- Ou aumentos generalizados, como dificuldade de retorno venoso, insuficiência cardíaca congestiva, cirrose 
e obstruções venosas. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
2. Diminuição da pressão oncótico/coloidosmótica plasmática: 
- Ocorre por perda excessiva ou redução da síntese de albumina devido 
a glomerulonefrites perdedoras de proteínas, cirrose hepática, 
desnutrição (redução da síntese), gastroenteropatias. 
3. Obstrução linfática/disfunção do fluxo da linfa: 
- Pode ser inflamatória (filariose – elefantíase -); 
- Neoplásica (ressecção de linfonodos axilares); 
- Ou pós-irradiação. 
4. Retenção renal de sódio e água: 
- Ingesta excessiva de sal com função renal diminuída (glomerulonefrite, 
insuficiência renal aguda); 
- Aumento da reabsorção tubular de sódio; 
- Redução da perfusão renal; 
- Aumento da secreção renina-angiotensina-aldosterona. 
Tipos/Exemplos de Edema: 
• ANASARCA: Edema generalizado dos tecidos subcutâneos; 
• Acúmulo de líquido nas cavidades serosas: HIDROTÓRAX (derrame 
pleural), HIDROPERICÁRDIO, HIDROPERITÔNIO (ascite); 
• EDEMA CEREBRAL: vasogênico, citotóxico ou intersticial. É causado por 
neoplasias, trauma ou alterações vasculares. Leva à compressão das cavidades ventriculares, deixa os giros 
achatados e os sulcos estreitados. Pode se dar pela má formação do terceiro ou do quarto ventrículo. Pode 
haver herniação subfoice, transtentorial ou tonsilar. 
• FLICTEMA: bolha simples; 
• EDEMA DE CACIFO: é o acúmulo de líquido no tornozelo que é um sinal de ICC (aperta com o dedo e fica a 
marca profunda). 
 
 
HIPEREMIA 
 
• É o aumento do volume sanguíneo em um tecido, pode ser: 
HIPEREMIA ATIVA: ocorre por dilatação arterial/arteriolar produzindo um aumento do fluxo sanguíneo nos leitos 
capilares com a abertura de capilares inativos. Pode ser neurogênica ou causada por substâncias vasoativas. Ex.: 
apendicite aguda. 
HIPEREMIA PASSIVA/CONGESTÃO: é a redução do fluxo sanguíneo/diminuição da drenagem venosa, causando uma 
coloração azul-avermelhada nas regiões afetadas por aumento da hemoglobina não oxigenada do sangue (cianose). 
Ex.: insuficiência cardíaca, cirrose hepática (causa de esplenomegalia pela congestão esplênica em que há acúmulo de 
sangue na veia esplênica e no baço), cirrose hepática. 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
HEMORRAGIA 
 
• É o extravasamento de sangue para o interstício ou para o meio externo por ruptura de um vaso sanguíneo; 
• Causas mais comuns: traumatismo, arterioesclerose, erosão inflamatória ou neoplásica da parede do vaso, 
ruptura de aneurismas cerebrais. 
HEMORRAGIA POR DIAPEDESE: se manifesta sem aparente solução de continuidade da parede do vaso e na qual as 
hemácias saem de capilares ou vênulas individualmente entre as células endoteliais, com afrouxamento da membrana 
basal. Pode ser causada por: anóxia, ebolia gordurosa, septicemia por meningococo, alergia à penicilina. 
 
DIÁTESE HEMORRÁGICA: hemorragia espontânea ou mais intensa e prolongada após traumatismo, que pode ser 
causada por: Telangiectasia hereditária hemorrágica, Escorbuto, Púrpura senil, Púrpura de Henoch-Schölein, Aplasia 
da medula óssea, Idiopática, Hiperesplenismo, Choque, Hemofilia A, Doença de von Willebrand, Deficiência de 
vitamina K ou doenças hepáticas 
DEFEITOS PLAQUETÁRIOS: função plaquetária anormal, não desencadeiam resposta de coagulação, são defeitos de 
adesão, agregação e secreção plaquetária, que podem ser herdados ou adquiridos. Porém, a contagem de plaquetas 
é normal. 
PETÉQUIAS: pequenos pontos hemorrágicos na pele, mucosas ou superfícies serosas. 
PÚRPURAS: maiores que petéquias; 
EQUIMOSES: 1 cm a 2 cm; 
HEMATOMA: são maiores quantidades de sangue dentro de um órgão. Ex.: hematoma subcapsular hepático, causa 
eclampsia. 
HEMOTÓRAXHEMOPERICÁRDIO 
HEMOPERITÔNIO 
HEMARTROSE: típica em hemofilias ou traumas. 
SUFUSÃO: hemorragia difusa em mucosas; 
APOPLEXIA: hemorragia cerebral; 
EPISTAXE: saída de sangue pelas fossas nasais; 
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HEMOPTISE: sangue proveniente dos pulmões (tosse); 
MELENA / ENTERORRAGIA: hemorragia intestinal; 
HEMATÊMESE: origem esofágica / gástrica; 
HEMATÚRIA: presença de sangue na urina; 
METRORRAGIA: hemorragia uterina inter-menstrual; 
MENORRAGIA: menstruações muito intensas; 
HEMATOSSALPINGE: acúmulo de sangue na tuba uterina; 
HEMATOCOLPOS: acúmulo de sangue na vagina; 
HEMATOCELE: sangue na túnica vaginal do testículo; 
HEMORRAGIA CUTÂNEA 
Consequências das Hemorragias: dependem do órgão, do volume de sangue e da velocidade de perda. 
• Perdas agudas e intensas de sangue: choque; 
• Perdas crônicas de sangue: anemia ferropênica; 
• Hemorragia cerebral; 
• Hemorragia pericárdica: tamponamento cardíaco 
 
ISQUEMIA 
 
• É a diminuição do suprimento sanguíneo de um órgão ou parte de um órgão; 
• Causas locais: 
1. Estenose ou oclusão da luz causada por uma pressão externa que atua sobre uma artéria (tumores, torção 
de pedículo, hematomas, edema, pressão de uma parte do corpo em pacientes em imobilização 
prolongada no leito); 
2. Redução da luz arterial por obstáculos ou espessamento da parede (trombose, arterioesclerose); 
3. Angioespasmo: crises contráteis da musculatura vascular que podem produzir oclusao total da luz ou 
espasmos cerebrais que podem produzir lipotimias; 
4. Agentes tóxicos: como a nicotina; 
5. Fatores térmicos; 
6. Estímulos do sistema neurovegetativo (psíquicos). 
• Causas gerais: 
1. Anemia: causada por diminuição do número de hemácias ou hipovolemia. 
• Consequências: Dependendo da duração, pode ser: 
- Aguda/abrupta ou crônica/progressiva; 
- Total ou parcial; 
- Transitória ou permanente; 
- Pode ser reversível ou levar à atrofia ou necrose; 
- Pode afetar a sensibilidade do tecido: 
✓ SNC: 4 a 6 minutos 
✓ Órgãos parenquimatosos: 30 a 60 minutos 
✓ Pele: várias horas 
✓ Esfriamento: diminui a sensibilidade (transplantes) 
✓ Tecido conjuntivo: pouco sensível 
- Pode afetar seu tipo de vascularização: 
✓ Dupla vascularização (pulmão e intestino) 
✓ Possibilidade de desenvolvimento de circulação colateral em órgãos de circulação terminal (coração, rins, 
baço); 
- Curta duração: sem lesões. 
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TROMBOSE 
“Trombose é uma consequência e infarto é uma causa da isquemia” 
Cascata de Coagulação: Via extrínseca e intrínseca. 
 
• É uma coagulação patológica intravascular, um processo oclusivo; 
• No endotélio é preciso propriedades antitrombóticas, plaquetas que façam aderência e secreção, e cascata 
de coagulação para formação da trombina; 
• Fatores predisponentes: TRÍADE DE VIRCHOW (explica a maioria das origens dos trombos) 
 Alterações da parede vascular (cizalhamento): 
− As células endoteliais íntegras inibem a aderência plaquetária e a ativação da coagulação sanguínea; 
− A agressão às células endoteliais representa uma perda dos mecanismos de anticoagulação, por conseguinte, 
contribui para a trombose. 
− A ativação endotelial influencia as propriedades pró-trombóticas. 
 
Alterações da corrente sanguínea: 
• A diminuição (estase) da corrente circulatória: 
✓ desagrega o fluxo laminar e leva as plaquetas a entrar em contato com o endotélio 
✓ evita a diluição dos fatores de coagulação 
✓ retarda o ingresso de inibidores de fatores de coagulação 
 
Alterações na composição do sangue. Policitemia vera (aumento do número de células sanguíneas), Distúrbios 
hereditários: Fator V de Leiden, Síndrome nefrótica, Queimaduras, Traumatismos graves, Fases finais de gestação, feto 
morto retido, Insuficiência cardíaca, Câncer disseminado, Cirurgias extensas, Cardiolipinas. 
 
Formação dos trombos: 
1. Lesão endotelial; 
2. Aderência de plaquetas (ocorrendo aumento progressivo e formação 
de pequenos conglomerados nos quais são incluídos leucócitos); 
3. Filamentos de fibrina; 
4. Deposição de sucessivas camadas de células e fibrina; 
5. Linhas de Zahn. 
• Onde está a cabeça do trombo sempre é onde está aderido à parede 
do vaso que o formou, as plaquetas se tornam achatadas liberando 
substâncias no vaso (ADP e Tromboxano) para atrair a cascata de 
coagulação e a fibrina, tornando o trombo sólido e atraindo 
neutrófilos. 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
Trombose Venosa: 
• Apresentam uma quantidade maior de hemácias pela lentidão circulatória e são conhecidos como trombos 
vermelhos de coagulação; 
• São opacos, friáveis; 
• 90% afetam as extremidades inferiores; 
• Esse trombo cresce em direção ao fluxo; 
• Ex.: veias periprostáticas, periovarianas, periuterinas (raramente determinam 
êmbolos). 
Trombose Arterial: 
• Costumam ser oclusivos e, em geral, são branco-acizentados/cinza-
avermelhados (camadas de fibrina e plaquetas); 
• Normalmente afetam artérias coronárias, cerebrais e femorais; 
• Formam placas de ateroma, aneurismas e arterites; 
• Cresce na direção contrária do fluxo e não possui cauda; 
• Ex.: arteriosclerose. 
Trombose Mural: 
• Normalmente atinge o coração, dentro da câmara cardíaca ou da aorta; 
• Causas precursoras: infarto agudo do miocárdio, arritmias, fibrilação, arteriosclerose, aneurismas da aorta, 
endocardite infecciosa, vegetações valvares (lúpus), miocardites, doença de chagas. 
Coágulo pós-mortem: 
• Pode ser confundido com trombo venoso, pois possui o molde do vaso, consistência gelatinosa e não está 
aderido à parede do vaso; 
• A porção submetida à ação da gravidade tem acúmulo de hemácias, e o sobrenadante, que não contém 
células, tem coloração amarelada. 
Características dos trombos: 
• Forma: molde do lúmen vascular; 
• Variam de tamanho: de pequenas massas a serpentiformes e alongados pela presença de longa cauda que 
cresce em direção ao coração (trombos venosos); 
• Na circulação arterial não se forma cauda; 
• Estão aderidos em um ponto à parede do vaso. 
Destino dos trombos: 
• Propagação: o trombo pode propagar-se e terminar por levar à obstrução de algum vaso fundamento; 
• Embolização: os trombos podem deslocar-se até regiões distais da árvore vascular; 
• Dissolução: remoção do trombo por atividade fibrinolítica; 
• Organização: podem induzir inflamação e fibrose, através do tecido de granulação, células musculares lisas e 
células mesenquimais, e formar canais capilares; 
• Recanalização. 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
EMBOLIA 
É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa, que se destaca, e é transportada pelo sangue até uma 
região distante do seu ponto de origem. 
Embolia Pulmonar: 
• A oclusão de um vaso pulmonar de grande ou médio calibre tem origem embólica até provar o contrário; 
• Mais de 95% de todos os êmbolos pulmonares surgem a partir de trombos localizados nas veias profundas dos 
membros inferiores (poplítea, femoral e ilíaca); 
• A maioria dos casos de embolia pulmonares (60 a 80%) é clinicamente silenciosa; 
• Quando mais de 60% da circulação pulmonar total é obstruída pode ocorrer morte súbita, insuficiência aguda 
do coração direito (cor pulmonare) ou choque cardiovascular; 
• A obstrução de pequenos ramos, que se comportam como artérias terminais, leva ao infarto pulmonar (10% 
a 15% dos casos); 
• A obstrução de ramos de médio calibre, que NÃO sejam artérias terminais, se associam com hemorragia 
pulmonar de localização central (dupla circulação). 
Embolia Sistêmica: 
• Êmbolos presentes na circulação arterial; 
• A maioria (80 a 85%) dos êmbolos arteriais deriva de trombos intracardíacos; 
• 60% surgem no ventrículo esquerdo secundários ao infarto agudo do miocárdio, 10% de doença reumática e 
5% de miocardiopatiase ateroembolia (placa de aterosclerose que é fragmentada formando um êmbolo 
sistêmico); 
• Regiões de alojamento: extremidades inferiores (70-75%), cérebro (10%), vísceras (10%), membros superiores 
(7-8%); 
Embolia por Líquido Amniótico: 
• Complicação grave associada ao parto/pós-parto imediato; 
• Incidência: 1:50.000 partos; 
• Taxa de mortalidade: 86%; 
• Clínica: dificuldade respiratória intensa súbita, cianose, convulsões tônico-clônicas, coma profundo; 
• Causa: infusão de líquido amniótico com todos os seus componentes (descamação epitelial da pele fetal, 
lanugem, gordura do vérnix caseoso, mucina do trato respiratório ou gastrointestinal fetal) na microcirculação 
pulmonar materna, após ruptura das membranas da placenta ou ruptura de veias uterinas. 
Embolia Gasosa: 
• Presença de bolhas de ar ou gás na circulação levando à obstrução do fluxo vascular; 
• Causas: durante o parto ou aborto quando o ar é forçado para o interior dos seios venosos uterinos rompidos 
pelas contrações do útero; pneumotórax + ruptura arterial; 
• Doença de descompressão: mergulhadores com aparelhos; quando o gás é respirado sob alta pressão, 
quantidades aumentadas dele se dissolvem nos tecidos, sangue, líquidos teciduais e na gordura; a 
descompressão súbita solta os gases da solução em pequenas bolhas (especialmente N e He); 
Embolia Gordurosa: 
• Glóbulos gordurosos microscópicos na circulação; 
• Impactados na circulação pulmonar; 
• Causas: fraturas de ossos longos (lesão medular); traumatismos extenso; queimadura do tecido adiposo; 
lipoaspiração; insuficiência pulmonar; sintomas neurológicos; anemia; trombocitopenia; obstrução da 
microvasculatura; lesão tóxica do endotélio por ácidos graxos. 
Embolia Tumoral: 
• Advém de neoplasias malignas. 
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INFARTO 
• É uma área de necrose isquêmica num tecido ou órgão, a qual é produzida pela oclusão da irrigação arterial 
ou da drenagem venosa; 
• Quase 99% são causados por tromboembolismo e quase todos são arteriais; 
Infartos Brancos (anêmicos): ocorre através de oclusões arteriais, em órgãos sólidos, principalmente no coração, baço 
e rins; 
Infartos Vermelhos (hemorrágicos): ocorre através de oclusões venosas, em tecidos frouxos, com dupla circulação e 
previamente congestos. Locais mais comuns: pulmão e intestino delgado. 
Morfologia: 
• Forma de cunha; 
• Ápice da cunha: voltado em direção ao 
foco da oclusão; 
• Face externa do órgão: base da cunha; 
• Ex.: necrose de coagulação. 
• As características dependem: do local, 
da intensidade e da taxa de 
desenvolvimento da arteriosclerose; do 
tamanho do leito vascular acometido; da 
duração da oclusão; das necessidades 
metabólicas e de oxigênio do miocárdio; 
da quantidade de vasos colaterais; da 
presença, local e intensidade do 
espasmo coronariano. 
Fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto: 
• Dupla circulação: pulmão, fígado, mão; 
• Circulação colateral: anastomoses coronárias; 
• Vulnerabilidade à hipóxia; 
CHOQUE 
• É um colapso cardiovascular; 
• Via comum final de uma série de eventos clínicos potencialmente letais; 
• Hipoperfusão sistêmica devido a redução do débito cardíaco ou do volume sanguíneo circulante. 
• Causas: hemorragia, traumatismo, queimaduras extensas, infarto extenso do miocárdio, embolia pulmonar 
maciça, sepse microbiana; 
• Resultados: hipotensão, redução da perfusão tecidual, hipóxia celular; edema, necrose, degeneração, 
hemorragia, isquemia, falência de múltiplos órgãos e óbito. 
• Formas de compensação: 
- Hiperdinâmica: faz vasoconstrição periférica para evitar hipóxia cerebral; 
- Hipodinâmica: faz vasodilatação (suor, taquicardia e 
extremidades frias). 
Choque Cardiogênico: insuficiência cardíaca, IAM, embolia pulmonar; 
Choque Hipovolêmico: hemorragia; 
Choque Séptico: infecção microbiana sistêmica, bacilos Gram negativos; 
Choque Neurogênico: traumatismo; 
Choque anafilático: IgE. 
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AULA 6 – INFLAMACAO 
HISTÓRICO 
• CELSUS (30 a.C – 50 d.C): sinais cardeais da inflamação (tumor, rubor, calor, dor); 
• GALENO(131-200 d.C): sinais cardeais + impotência funcional; 
• COHNHEIM, JULIUS (1839-1884): primeiras descrições microscópicas das alterações vasculares inflamatórias 
na língua de rãs e no mesentério; 
• METCHNIKOFF, ELIE ( 1882): descreveu o processo de fagocitose; 
• LEWIS, Sir THOMAS: introduziu o conceito dos mediadores químicos através da observação da ação local da 
histamina nas reações inflamatórias. 
CONCEITO 
• É a resposta protetora dos tecidos vascularizados 
contra um irritante com o objetivo de destruir, 
diluir ou bloquear este agente agressor; 
• Reparo tecidual: regeneração, fibrose, reação 
vascular, reação celular e mediadores químicos; 
• Ela termina quando o agressor é eliminado e os 
mediadores secretados são destruídos ou 
dispersos; 
• Existem mecanismos anti-inflamatórios que 
controlam e evitam que ela cause danos excessivos 
ao hospedeiro; 
• Células envolvidas: células intravasculares e células 
da matriz do tecido conjuntivo. 
• Estímulos: 
- Agentes biológicos (bactérias, fungos, vírus, protozoários); 
- Trauma contuso ou penetrante; 
- Agentes físicos (lesão térmica, queimadura ou congelamento, radiação, cálculos); 
- Reações imunológicas (hepatite autoimune, lúpus eritematoso sistêmico);; 
- Agentes químicos (drogas, como aspirina); 
- Necrose (IAM, hepatites virais). 
• A reação inflamatória visa cicatrizar e reconstituir o tecido lesado, essa reparação começa durante as fases 
iniciais da inflamação, sendo concluída após a neutralização do agente agressor; 
• O tecido lesado é substituído por regeneração das células parenquimatosas ou por cicatrização 
(preenchimento com tecido fribroso); 
• Eventuais efeitos: a inflamação e a reparação são potencialmente lesivas → arterioesclerose, 
glomerulonefrites, artrite reumatoide. 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
• Resposta rápida (minutos, horas ou alguns dias) a um agente nocivo 
encarregada de levar mediadores de defesa do hospedeiro (leucócitos e 
proteínas plasmáticas) ao local da lesão; 
• Ocorre exsudação de líquidos e proteínas plasmáticas e emigração de 
neutrófilos; 
Fases da inflamação aguda: 
1. ALTERAÇÕES VASCULARES: 
- Alterações do calibre vascular que acarretam no aumento do fluxo sanguíneo 
no local da inflamação (rubor e calor) 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
- Alterações no fluxo e calibre vasculares: vasodilatação, estase 
- Aumento da permeabilidade vascular 
- Vasoconstrição Arteriolar: alguns segundos; 
- Vasodilatação: origina a abertura de novos leitos capilares na área inflamada levando a um aumento do fluxo 
sanguíneo. A vasodilatação (hiperemia ativa) é responsável pelo rubor e calor do foco inflamatório; 
2. PERMEABILIDADE VASCULAR: 
- Alterações estruturais da microvasculatura que 
permitem que as proteínas plasmáticas e leucócitos 
deixem a circulação; 
- A vasodilatação leva a uma maior lentidão da 
corrente circulatória originando um aumento da 
permeabilidade da microcirculação permitindo a 
saída de água, eletrólitos, proteínas de baixo e alto 
peso molecular, fibrina e fibrinogênio para o 
interstício formando o exsudato; 
- O aumento da permeabilidade vascular forma o 
exsudato, resultando, em conseqüência, numa 
maior concentração de hemácias dentro dos vasos, 
o que leva a um aumento da viscosidade sanguínea 
(hiperemia passiva). 
- Hiperemia ativa = depende de mediadores químicos; 
- Hiperemia passiva = depende da viscosidade; 
- ENDOTÉLIO PERMEÁVEL: a troca líquida normal e a permeabilidade microvascular dependem criticamente de um 
endotélio intactos. Como o endotélio torna-se permeável na inflamação? Mecanismos propostos de aumento da 
permeabilidade: 
→ Contração das células endoteliais: mecanismo mais comum, ação de mediadores químicos (histamina, 
bradicinina, leucotrienos; ocorre rapidamente, é reversível e é uma“resposta transitória imediata”, injúria 
endotelial, transcitose. O epitélio se contrai formando colunas através da ação dos mediadores, formando 
separação das junções intercelulares ou podem ser formadas por canais transcitoplasmáticos intracelulares. 
→ Injúria endotelial: quando o endotélio sofre necrose. Há perda da capacidade de revestimento, havendo 
desprendimento das células endoteliais da membrana basal, como em queimaduras ou infecções bacterianas; 
→ Transcitose: no plasma do endotélio há a formação de vacúolo (= trancsitoce). Há o transporte aumentado de 
fluidos e proteínas, eletrólitos e fibrina que formam uma vesícula pelas organelas vesículo-vacuolares em direção 
à lesão. 
3. EMIGRAÇÃO DE LEUCÓCITOS: 
- Emigração dos leucócitos da microcirculação e acumulo no foco da lesão; 
- Suas funções são: Ingerir agentes ofensivos; destruição de bactérias; degradação do tecido necrótico; degradação 
de corpos estranhos; podem prolongar a inflamação; podem induzir lesão tecidual por liberação de enzimas, 
mediadores químicos e radicais tóxicos de oxigênio; 
- Sequência: 
1- Na luz do vaso: marginação leucocitária, rolagem e aderência; 
2- Transmigração através do endotélio: diapedese; 
3- Migração dos tecidos intersticiais em direção a um estímulo quimiotático; 
4- No campo inflamatório, os neutrófilos e macrófagos iniciam a fagocitose. 
- A quimiotaxia ocorre pela ativação rápida dos mediadores químicos nos receptores do plasma e do citoplasma, 
estimulando a fagocitose. O neutrófilo fica atraído pelo endotélio ativado pela P-selectina e pelo receptor da 
integrina que se expressam na superfície do endotélio. Ocorre primeiro a atração e depois o rolamento, assim as 
enzimas dos neutrófilos ficam atraídas e entram no endotélio. 
Exsudato: fluído inflamatório extravascular com alta concentração de proteínas, além de dentritos celulares com 
densidade acima de 1020. Depende da permeabilidade vascular. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
Transudato: fluido de baixo conteúdo proteico, densidade menor que 1012, resulta de alteração da pressão 
hidrostática e a permeabilidade vascular é normal. 
Etapas da inflamação: 
1. Agressão (lesão inicial); 
2. Reação vascular (vasoconstricao e vasodilatação); 
3. Transtornos da permeabilidade vascular (exsudação); 
4. Reação dos leucócitos: exsudação leucocitária, quimiotaxia, fagocitose; 
5. Proliferação de tecido conjuntivo vascular local; 
6. Reparação/cicatrização. 
Células da inflamação: o recrutamento celular se inicia com neutrófilos, depois monócitos (macrófagos), plasmócitos 
e linfócitos. Os fagócitos e os lisossomos englobam bactérias para o meio intracelular. E para matar os micróbios há 
restrição de oxigênio ou exposição aos radicais livres. São todos leucócitos. 
• Neutrófilos: surgem no estado inicial de quase todas as reações inflamatórias agudas, especialmente nas 
infecções bacterianas que produzem pus; desaparecem rapidamente; fazem fagocitose (micrófagos); 
• Monócitos: únicos que se dividem nos tecidos e se transformam em macrófagos mononucleares, são mais 
resistentes, duram semanas. São provenientes do sangue, fazem fagocitose e estão envolvidos com 
fibroblastos. Na medula são monoblastos. São recrutados do sangue a órgãos específicos, como macrófagos 
nos alvéolos; 
• Linfócitos: surgem tardiamente e podem persistir por meses; produzem anticorpos; 
• Plasmócitos: produzem anticorpos e são mais comuns na periferia do foco inflamatório; 
• Eosinófilos: mais comuns em infecções parasitárias/hiperalégicas; colaboram na reação antígeno/anticorpos; 
significam o inicio da regressão da inflamação; 
• Macrófagos: monócitos do sangue; histiócitos do tecido conjuntivo; células reticulares do baço, linfonodos e 
medula óssea; células de Kupffer do fígado, da micróglia do SNC, osteoclastos, alvéolos pulmonares. Fazem 
fagocitose em grande dimensão e potência. 
Fagocitose: Incorporação de partículas microscópicas do próprio corpo ou estranhas, no citoplasma de células 
(fagócitos) fazendo sua degradação ou transformando-as em substâncias inócuas, mediante enzimas celulares e 
produtos metabólicos. Fases: 
1. Reconhecimento e Adesão: os microrganismos são reconhecidos por neutrófilos (micrófagos) ou macrófagos 
(quando são revestidos por um fator natural do soro: as opsoninas / IgG e C3b). As partículas opsonizadas 
aderem aos receptores específicos na superfícies de micrófagos e macrófagos para IgG e C3b. 
2. Ingestão: Pseudópodos: membrana citoplasmática da célula. A membrana limitante do vacúolo fagocítico se 
fusiona com a membrana limitante dos grânulos lisossomais dos leucócitos. Descarga do conteúdo dos 
grânulos com saída de enzimas hidrolíticas. 
3. Lise / destruição: mecanismos bactericidas dependentes de oxigênio (sistema H2O2) ou mecanismos 
bactericidas independentes de ocigenios (íon hidrogênio, lisosima, proteínas catiônicas ricas em arginina, 
lactoferrina). 
Obs.: o endotélio possui anticoagulante e antiplaquetário, logo histaminas e citocinas o estimulam e há a etapa da 
integrina que reconhece o opsonizado. 
Inflamação Serosa: 
• O exsudato contém muito mais proteína que o líquido comum do edema; 
• Sua composição se equivale ao plasma sanguíneo; 
• Exemplos: tecido conjuntivo (picada de insetos); mucosas (coriza nasal);cavidades corpóreas (derrame pleural) 
Inflamação fibrinosa: 
• Caracteriza-se pela saída dos vasos de grande quantidade de fibrinogênio, o qual coagula nos tecidos e forma 
a fibrina. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
• Exemplos: mucosas (difteria), pulmão (pneumonia lobar), serosas (pleura, pericárdio) 
Inflamação Purulenta: 
• Exsudato constituído exclusivamente por leucócitos, sendo muito menor a proporção de líquido e muito 
escassa a fibrina. Deste modo se constitui uma massa celular chamada PÚS; 
• Os leucócitos que constituem o pús vão se destruindo progressivamente até sofrer degeneração graxa. 
• Os leucócitos em vias de destruição recebem o nome de PIÓCITOS. 
• ABSCESSO é o acúmulo de pús num espaço criado pela destruição de tecidos. Os leucócitos polimorfonucleares 
em vias de destruição liberam enzimas proteolíticas que digerem o tecido lesionado. 
• FLEGMÃO é extensão da supuração acompanhada de necrose do tecido resultando uma infiltração 
progressiva. A inflamação flegmonosa se caracteriza por não se deter em nenhum local, podendo progredir 
com grande rapidez. Não é encapsulada; 
• EMPIEMA é a coleção de pús em cavidades já formadas como a pleura e vesícula biliar. As inflamações 
purulentas são produzidas quase que exclusivamente por bactérias, especialmente os estafilococos e 
estreptococos (cocos piógenos). 
Inflamação hemorrágica: 
• Presença de hemácias nos exsudatos serosos, fibrinosos ou purulentos; 
• Causada por uma lesão vascular; 
• Exemplos: bacilo do carbúnculo 
Ulceração: perda de um tecido (necrose) com presença de neutrófilo, fibrina e cicatriz. Ex.: estomago, pele de 
duodeno. Podem voltar ao normal, mas com cicatriz. 
Mediadores químicos: são substâncias químicas produzidas localmente ou provenientes da circulação. Originam-se 
no plasma e nas células. Desenvolvem sua atividade biológica através da ligação a receptores específicos celulares. 
São capazes de estimular a liberação de mediadores por parte das próprias células-alvo. Atuam sobre um ou alguns 
tipos de células-alvo, apresentam alvos variados ou podem apresentar efeitos diferentes segundo os tipos de células 
e tecidos em contato. Uma vez ativados e liberados a maioria dos mediadores tem uma curta duração 
• CELULARES: 
- Pré-formatados: histamina, serotonina, enzimas lisossomais; 
- Recém-formatados: prostaglandinas, leucotrienos, fator ativador plaquetário, citocinas, óxido nítrico. 
• PLASMÁTICOS: 
- Por ativação do complemento C3a, C5a, C5b-9 
- Por ativação do fator de Hageman, Sistema cinina (bradicinina), Sistema da coagulação-fibrinólise 
AMINAS VASOATIVAS: 
• Histamina: 
- Origem: mastócitose basófilos 
- Ativação: agentes físicos (trauma, frio, calor), reações imunes, anafilatoxinas, proteínas liberadoras derivadas 
dos leucócitos, neuropeptídios, citocinas 
- Ação: vasodilatação arteriolar, aumento da permeabilidade vascular. 
• Serotonina: 
- Origem: plaquetas; 
- Ativação: contato com colágeno, trombina, ADP e complexos antígeno/anticorpo. 
PROTEASES PLASMÁTICAS: 
• Sistema complemento: 
- Sistema de 20 proteínas plasmáticas que atua na imunidade para a defesa contra agentes microbianos e 
culmina com a lise de micróbios. 
- Os componentes do complemento presentes no plasma sob a forma inativa são numerados de C1 a C9. 
- C3a, C5a, C4a: permeabilidade vascular e vasodilatação através da liberação de histamina dos mastócitos; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
- C3b: fagocitose; 
- C5a: adesão, quimiotaxia para neutrófilos, monócitos, eosinófilos 
• Sistema cinina: 
- Ativação: fator Hageman 
- Modo de ação: libera Bradicinina que aumenta a permeabilidade vascular. 
- A bradicinina é rapidamente inativada pela quinase, tendo curta duração. 
• Sistema de coagulação: 
- Ativação: fator Hageman 
- Modo de ação: converte fibrinogênio em fibrina através da ativação da trombina. Nesta conversão são 
formados os fibrinopeptídios que agem na permeabilidade vascular e quimiotaxia para neutrófilos. 
METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO: 
• Prostaglandinas: 
- Formação: a partir do ácido araquidônico pela via da ciclooxigenase (bloqueio pela aspirina) 
- Tipos de prostaglandinas formadas: PGE, PGD, PGF, PGI 2 
- Modo de ação: vasodilatação, potencializa formação do edema. 
• Leucotrienos: 
- Formação: a partir do ácido araquidônico pela via da lipooxigenase (enzima presente nos neutrófilos) 
- Principal produto: 5-HETE 
- Modo de ação: quimiotaxia 
FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA: 
• Origem: fosfolipídios da membrana por ativação das fosfolipases 
• Modo de ação: vasoconstricção, quimiotaxia, aumento da adesão leucocitária, aumento da permeabilidade 
vascular, 100 a 10.000 x mais potente que a histamina 
CITOCINAS: 
• Interleucina 1 (IL 1); 
• Fator de necrose tumoral (TNF) 
• Ativação: macrófagos (ação de produtos 
bacterianos), complexos imunes, toxinas, 
lesões físicas, outras citocinas. 
• Reações da fase aguda: febre, sonolência, 
inapetência; 
• Efeitos endoteliais: aderência leucocitária, 
síntese de PGI, atividade pró-coagulante; 
• Efeitos fibroblásticos: proliferação de 
colágeno, colagenase e protease. 
ÓXIDO NÍTRICO: 
• Origem: gás solúvel de radical livre produzido por células endoteliais, macrófagos e neurônios centrais 
específicos, sintetizado a partir da L-arginina, do oxigênio molecular e NADPH. 
• Tempo de ação: alguns segundos 
• Ação: citotóxico para bactérias 
RADICAIS LIVRES: 
• Origem: Origem: liberados por leucócitos 
• Ativação: agentes quimiotáticos, imunocomplexos. 
• Modo de ação: aumento da permeabilidade vascular, inativação de antiproteases 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
• Inflamação de duração prolongada (semanas ou meses); 
• Inflamação ativa, destruição tecidual e tentativas de reparação estão ocorrendo simultaneamente; 
• Normalmente ocorre quando não é possível resolver a resposta inflamatória aguda (progressão), devido à 
persistência do agente agressor e à interferência no processo normal de cura, mas pode iniciar de modo 
insidioso e assintomático; 
• Há presença de linfócitos e macrófagos e proliferação celular; 
• Ocorre sempre após a fase exsudativa (que pode ser fugaz e não identificada); 
• Na inflamação aguda ocorre reação vascular, na crônica ocorre reação proliferativa. 
 
Etiologia: 
1. Infecções persistentes: Mycobacterium tuberculosis, Treponema pallidum, Fungos; 
2. Exposição prolongada a agentes tóxicos: sílica; 
3. Arterioesclerose; 
4. Autoimunidade 
Morfologia: 
1. Infiltrado de células mononucleares: macrófagos, linfócitos, plasmócitos. 
2. Destruição tecidual: persistência do agente agressor, células inflamatórias; 
3. Tentativas de cicatrização: tecido conjuntivo, angiogênese, fibrose. 
Células da Inflamação Crônica: 
• Proliferação de células mesenquimais: fibroblastos, células endoteliais, macrófagos. 
• Macrófagos: ativados pela liberação de citocinas, pelos linfócitos T. Os produtos elaborados pelos macrófagos 
(PDGF, FGF, colagenases) são capazes de induzir a fibrose e lesão tecidual. 
• Basófilos (são mediadores químicos); 
• Eosinófilos (envolvidos em alergia e cura). 
Classificação da inflamação crônica: 
1. Fibrose Reparativa: 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
- Proliferação de fibrócitos, transformação em fibroblastos e produção de colágeno (fibrose cicatricial); 
- Ocorre quando há destruição tecidual persistente por lesão de células parenquimatosas e do estroma; 
- Ocorre substituição das células parenquimatosas não regeneradas (tecidos permanentes) por tecido 
conjuntivo que leva a formação de fibrose e cicatriz. 
2. Tecido de granulação: 
- Logo no início da inflamação, a proliferação de fibroblastos e células endoteliais formando pequenos vasos 
sanguíneos constituem o tecido de granulação; 
- Angiogênese: formação de novos vasos sanguíneos a partir de brotamentos de vasos pré-existentes 
(angiogênese); 
3. Granulomas: 
- Com aspecto de célula epitelial modificada (epitelioide) Forma especial de inflamação crônica na qual 
predomina a proliferação de um tipo especial de macrófago ativado; 
- Acúmulo microscópico de macrófagos que se transformam em células semelhantes à epiteliais, cercadas por 
um colar de leucócitos mononucleares, principalmente linfócitos. 
- As células epitelioides podem se fundir e formar células gigantes multinucleadas 
Inflamações Granulomatosas: 
1. Bacterianas: tuberculose, lepra, sífilis, doença da arranhadura do gato; 
2. Parasitária: esquistossomose; 
3. Corpos estranhos; 
4. Fúngicas: Criptococose, Paracoccidioidomicose, Zigomicose, 
Cromoblastomicose, Coccidioidomicose; 
5. Metais e poeiras inorgânicas: silicose, beriliose; 
6. Sarcoidose (granuloma sarcoide). 
• Exemplo de granulomas: 
Granuloma tuberculoide: 
- Presença de necrose caseosa central; 
- Acúmulo de macrófagos; 
- Células gigantes de Langhans; 
- Coroa linfocitária. 
Condição para a Formação dos Granulomas: Presença de irritantes pouco 
digeríveis ou de imunidade mediada por células T contra o irritante, ou de 
ambos, é aparentemente necessária para a formação de granulomas. 
Efeitos sistêmicos da Inflamação: 
• Febre; Efeito de citocinas; Proteína C reativa; Fibrinogênio; Proteina amiloide A; Velocidade de 
hemossedimentação; Leucocitose; Neutrofilia; Aumento da frequência cardíaca; Aumento da pressão arterial 
sistêmica; Redução da sudorese; Tremores; Calafrios; Anorexia; Sonolência; Astenia; Septicemia / Choque; 
Vasos linfáticos e Linfonodos na inflamação: 
• Filtram o fluido extravascular 
• Associados ao sistema mononuclear fagocitário, representam uma linha de defesa à presença de infecções. 
• Na inflamação, os vasos linfáticos aumentam de calibre para drenar o edema intersticial. 
• Linfangite, linfadenite, hiperplasia de folículos linfoides, bacteremia. 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
AULA 7 – REPARACAO TECIDUAL, REGENERACAO, FIBROSE 
RESPOSTA TECIDUAL À LESÃO 
• Homeostase normal: equilíbrio da proliferação e apoptose. 
• A habilidade do corpo em substituir células lesionadas ou mortas e reparar tecidos após a inflamação é crítica 
à sobrevivência. 
• O reparo do tecido danificado por ressecção cirúrgica, ferimentos e diversos tipos de lesão crônica pode ser 
dividido em dois processos: regeneração e cicatrização. 
• É o início da inflamação; 
 
Tecido de granulação: aspecto granular, róseo, amolecido; angiogênese, proliferação de fibroblastos e edema; Fatores 
de crescimento: EGF, PDGF, FGF, VEGF, citocinas.Colágeno, Elastina, Fibrilina, Fibras elásticas, CAM, Caderinas, 
Integrinas, Seletinas, Ácido hialurônico. 
Angiogênese: neovascularização; vasculogênse: a partir dos angioblastos; importante processo na inflamação crônica 
e fibrose. 
1. Degradação proteolítica da membrana basal 
2. Formação de um broto capilar 
3. Migração de células endoteliais 
4. Proliferação de células endoteliais 
5. Maturação das células endoteliais 
6. Recrutamento de pericitos e células musculares lisas 
Fibrose: fibroplasia. Ocorre no tecido de granulação, junto aos novos vasos sanguíneos e à matriz extracelular. São 
dois processos básicos: 
1. Migração e proliferação de fibroblastos; 
2. Deposição de matriz extracelular nessas células. 
Proliferação de fibroblastos: deposição de proteínas plasmáticas (fibrinogênio, fibronectina); proliferação de 
fibroblastos (estimulada por fatores de crescimento oriundos de plaquetas, macrófagos e células endoteliais). 
Deposição de matriz extracelular: Com a progressão do reparo, há diminuição do número de células endoteliais em 
proliferação e de fibroblastos. Deposição de colágeno. 
Remodelagem tecidual: substituição do tecido de granulação por cicatriz. Envolve transições da matriz extracelular e 
metaloproteinases. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
REGENERAÇÃO 
• Refere-se ao crescimento de células e tecidos para substituir estruturas perdidas. 
• Nos mamíferos, raramente os órgãos e os tecidos se regeneram após a cicatrização; 
• A regeneração requer uma arquitetura do tecido conjuntivo intacto 
CICATRIZAÇÃO 
• Constitui, em geral, uma resposta tecidual a um ferimento cutâneo, aos processos inflamatórios nos órgãos 
internos ou à necrose celular em órgãos incapazes de regeneração. 
• Deposição de tecido fibroso; 
• Ocorre se a estrutura da matriz extracelular estiver danificada, causando alterações na arquitetura tecidual; 
• Somente o SNC e o coração não cicatrizam e também não possuem células tronco; 
• Nos tecidos adultos, o tamanho das populações celulares é determinado pelos índices de proliferação, 
diferenciação e morte celular (apoptose). 
• Ex.: arterioesclerose; ferimentos cutâneos; estado pós-infarto do miocárdio; condições inflamatórias da 
pleura, peritônio e pericárdio; úlcera gástrica; cirrose hepática; doenças pulmonares. 
• Cicatrização de feridas: 
1. Lesão inicial; 
2. Indução de um processo inflamatório agudo; 
3. Regeneração de células parenquimatosas; 
4. Migração e proliferação de células parenquimatosas e do tecido conjuntivo; 
5. Síntese de proteínas da matriz extracelular; 
6. Remodelagem do tecido conjuntivo e de componentes parenquimatosos; 
7. Colagenização e aquisição de resistência da ferida. 
• As reparações na pele ocorrem principalmente pela reepitelização que serve como barreira de proteção do 
próprio epitélio evitando a colonização de uma infecção. A quantidade de colágeno diminui com a idade, logo 
a cicatriz aumenta. Já a presença de miofibroblastos, que está entre o limite do tecido normal ao cicatricial, 
pode perder função em queimaduras, prejudicando a expressão facial. 
ATIVIDADE PROLIFERATIVA TECIDUAL 
• Ciclo celular: fases G1, S, G2 e M 
• Células lábeis, estáveis e permanentes 
• Células Tronco: capacidade de autorrenovação e replicação assimétrica. 
• Célula Tronco Embrionárias: podem dar origem a todos os tecidos do corpo humano. 
• Células Tronco Adultas: capacidade de diferenciação restrita, e são, em geral, de linhagem específica. 
REPARAÇÃO POR TECIDO CONJUNTIVO 
• Destruição tecidual; 
• Inflamação necrosante crônica; 
• Fibrose / formação de cicatriz; 
• 4 etapas: 
1. Angiogênese; 
2. Migração e proliferação de fibroblastos; 
3. Deposição de matriz extracelular; 
4. Maturação e organização do tecido fibroso (remodelamento). 
• Objetivo: restaurar o tecido a seu estado original. 
• A reação inflamatória iniciada pela lesão contém o dano, elimina o estímulo nocivo, remove o tecido lesionado 
e inicia a deposição dos componentes da matriz extracelular na área da lesão; 
• Fatores que influenciam o processo de reparação: ambiente tecidual e a extensão do dano tecidual; a 
intensidade e a duração do estímulo; condições que inibem a reparação (presença de corpos estranhos e 
oferta sanguínea inadequada); doenças que inibem a reparação (Diabetes mellitus); tratamento com 
esteroides. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO 
• Feridas com bordas opostas 
• Incisão cirúrgica limpa não infectada aproximada por sutura (união primária) 
• Morte de um número limitado de células epiteliais e do tecido 
conjuntivo. 
• Ruptura da membrana basal epitelial 
• Espaço ocupado por coágulo, fibrina e células sanguíneas 
• Neutrófilos, espessamento da epiderme, macrófagos 
• Fibras de colágeno 
• Quinto dia: tecido de granulação 
• 14 dias: acúmulo de colágeno, proliferação de fibroblastos; 
• 28 a 30 dias: tecido conjuntivo / colágeno, epiderme intacta. 
CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO 
• Feridas com bordas separadas 
• Perda extensa de células 
• Infarto 
• Úlceras 
• Feridas superficiais extensas 
• Formação de abscessos 
• Grande defeito tecidual 
• A regeneração das células parenquimatosas é 
insuficiente para recompor o tecido original. 
• Abundante quantidade de tecido de granulação 
• Reação inflamatória mais intensa 
• Contração das feridas (miofibroblastos) 
RESISTÊNCIA DA FERIDA 
• A recuperação da força elástica resulta da síntese de colágeno; 
• Há Inflamação, fibrose, remodelagem tecidual, cicatrização e feridas cirúrgicas. 
• Muitas vezes, há remodelamento para manter a função como no IAM, em que o remodelamento se dá por 
hipertrofia. 
FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO 
• Fatores sistêmicos: nutrição, vitamina C, estado metabólico (DM), estado circulatório e hormônios 
glicocorticoides. CORTICOIDES RETARDAM A CICATRIZAÇÃO. 
• Fatores locais: infecção, fatores mecânicos, corpos estranhos, tamanho, local e tipo de ferida. ONDE HÁ 
MELHOR CIRCULAÇÃO, HÁ MELHOR CICATRIZAÇÃO. 
ASPECTOS PATOLÓGICOS DA CICATRIZAÇÃO 
• Formação deficiente da matriz: deiscência da ferida, ulceração; 
• Formação excessiva dos componentes do reparo: queloide (M.O = branca, brilhante, firme e corada com 
eosina), cicatriz hipertrófica (aumento excessivo de colágeno), granulação exuberante, fibromatose; 
• Formação de contraturas: deformidade da ferida e tecidos circunjacentes; 
• Ex.: Artrite reumatoide (causa glomerulonefrite), fibrose pulmonar, cirrose hepática (causada pela 
esquistossomose e pelo álcool); 
 
 
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AULA 8 – DOENCAS DO SISTEMA AUTOIMUNE 
Células do sistema imune 
• LINFÓCITOS T: imunidade celular, 60% a 70% dos linfócitos periféricos; 
• LINFÓCITOS B: 10% a 20% dos linfócitos circulantes, imunoglobulinas; 
• MACRÓFAGOS: apresentação de antígenos, imunidade humoral (C3b); 
• CÉLULAS DENDRÍTICAS: de Langerhans; 
• CÉLULAS DESTRUIDORAS NATURAIS. 
Doenças autoimunes: são reações imunes contra os próprios antígenos. Ausência de uma causa patológica bem 
definida. Há lesões teciduais localizadas ou sistêmicas e apresenta tolerância imunológica. Há persistência e 
proliferação de linfócitos T autorreativos, distúrbios multigênicos complexos, ativação de linfócitos policlonais, 
presença de moléculas da classe II do MHC e agentes microbianos (reações cruzadas e resposta inflamatória). 
Exemplos: 
RETOCOLITE ULCERATIVA 
• Doença úlcero-inflamatória limitada ao reto/cólon; 
• Afeta as camadas mucosa e submucosa, exceto em casos graves; 
• Não existem granulomas bem formados 
• Doença sistêmica: Poliartrite migratória; Espondilite anquilosante; Uveíte; Pericolangite; Colangite 
esclerosante primária; Lesões cutâneas; 
• Normalmente atinge a raça branca, o sexo feminino, afeta o reto e se estende em sentido proximal; 
• É uma doença contínua, não apresenta “lesões em salto”; 
• Ex.: ileíte retrógrada, pancolite. 
• É mais grave quando ocorreno megacólon, não é fatal e aguda como o infarto intestinal; 
• Morfologia: 
- Inflamação] aguda e crônica da mucosa; 
- Hiperemia, hemorragia; 
- Ulceração formando tecido de granulação, formação de pseudopólipos (mucosa em regeneração em que há 
hematoquesia = sangue nas fezes pelo extravasamento inflamatório); 
- Atrofia da mucosa/pontes de mucosa; 
- Serosa sem alterações; 
- Não há espessamento da parede; 
- Abcessos de criptas (purulento e delimitado por tecido conjuntivo); 
- Ulceração com exposição da camada muscular; 
- Fibrose da submucosa; 
- Displasia (epitélio com mutações); 
- Possível progressão para adenocarcinoma. 
• Manifestações clínicas: 
- Doença recidivante (período assintomático e período de doença oscilam); 
- Diarreia com muco e sangue, assintomáticos, hemorragia, dor abdominal; 
• Prognóstico: gravidade da doença ativa, evolução/duração. 
• Macroscopicamente se analisa uma camada mucosa irregular (sem pregas), camada granulosa com úlcera e 
vermelha pela hiperemia, além disso as lesões aparecem contínuas, por vezes áreas claras representando 
edema; há também lesões escavadas, ulceradas e ovaladas com “buraquinhos”; 
• Microscopicamente se analisa células entre as glândulas intestinais e abcessos de criptas; 
• Diagnóstico é clínico, laboratorial e por biopsia. 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 
• Doença crônica e recidivante com início agudo ou insidioso; 
• Apresenta lesões na pele, articulações, rins e serosas; 
• Predomina em mulheres; 
• Possui etiologia desconhecida; 
• Possui anticorpos antinucleares (DNA, histonas e nucléolos), autoanticorpos que geram anemia, leucopenia e 
plaquetopenia; 
• Tem caráter genético e questão hormonal; 
• Morfologia: 
- Vasculite aguda necrosante de pequenas artérias; 
- Glomerulonefrite, eritema facial (mais comum em fumantes e usuários de drogas); 
- Sinovite não-erosiva; 
- Pericardite, miocardite, valvopatias (mitral e aórticas); 
- Endocardite, esplenomegalia, pleurite / derrame pleural; 
- Edema e hemorragia pulmonar; 
• Manifestações clínicas: 
- Febre, fadiga, perda de peso; 
- Alterações renais e neurológicas; 
- Pleurisia, mialgia, pericardite; 
- Alterações gastrointestinais. 
• Diagnóstico: pode ser por exames sanguíneos que mostrem os anticorpos antifosfolipídeos, como a 
imunofluorescência. 
• Microscopicamente: hiperplasia, apoptose, linfócitos e macrófagos pela inflamação crônica e derme espaçada 
pelo edema. 
• Sintomas: em geral, lesão cutânea com eritema de fotossensibilidade, úlcera da cavidade oral, artrite dolorosa 
e não erosiva, rim com proteinúria (é muito comum nefrite lúpica) e crises psicóticas raras. Causa também 
endocardite de Libman-Sacks, que é a necrose da válvula cardíaca com deposição de tecido conjuntivo no 
esqueleto cardíaco recoberto de endotélio, há asculta com sopro. 
SÍNDROME DE SJÖGREN 
• Doença crônica causada por uma lesão imunologicamente mediada das glândulas lacrimais e salivares, 
Ceratoconjuntivite seca e xerostomia, Infiltração linfocítica, Vasculite cutânea e nefrites; 
• A inflamação crônica ocular e salivar deixa a pessoa com boca e olhos secos pela atrofia dessa glândula; 
• Aspectos clínicos: mulheres, 50-60 anos, visão turva, prurido, secreções espessas, epistaxe, bronquite, artrite, 
boca seca, fator reumatoide, FAN, anticorpos antirribonucleoproteínas; 
• Morfologia: é por infiltrado linfocítico periductal e perivascular: trato respiratório e gastrointestinal; Fibrose; 
Hiperplasia de mucosas; Atrofia; Hialinização; Nefrite tubulointersticial: acidose tubular renal, 
uricosúria, fosfatúria; Hiperplasia de linfonodos 
• Macroscopicamente na glândula salivar há dilatação ductal por necrose com distorção do órgão; 
• Microscopicamente na glândula salivar há inflamação com atrofia e xerostomia, além de sialodenite crônica. 
ESCLEROSE SISTÊMICA 
• É uma esclerodemia com fibrose excessiva na pele, TGI, rins, coração, músculos e pulmões; 
• Pode ser difusa ou localizada, de causa desconhecida; 
• Está ligada a autoimunidade pelos linfócitos TCD4 e causa doenças microvasculares pela fibrose da íntima; 
• Aspectos clínicos: mulheres, 50-60 anos, alterações cutâneas, fenômeno de Raynaud, disfagia (dificuldade de 
engolir pelo espessamento do esôfago), dor abdominal, obstrução intestinal, dificuldade respiratória, 
proteinúria, HAS e CREST(calcinose, Raynaud, disfunção esofágica, esclerodactilia, telangiectasia) 
• A lesão cutânea possui a mesma constituição da submucosa do esôfago, rins e pulmões, porém os órgãos alvo 
são TGI e pele com atrofia. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
• Morfologia: atrofia esclerótica difusa da pele: regiões distais dos membros (dedos); Aumento acentuado do 
colágeno na derme; PROLIFERAÇÃO DA ÍNTIMA em 100% das artérias digitais; Trato digestivo: atrofia 
progressiva e substituição da camada muscular por fibras de colágeno (principalmente esôfago); Membrana 
sinovial: fibrose; Rins: espessamento das artérias interlobulares; Pulmões: fibrose intersticial e hipertensão 
pulmonar; Pericardite / fibrose miocárdica; 
• Exemplo mais comum é a Esclerodactilia com dano unial e dano isquêmico nas artérias digitais. Essa doença 
pode evoluir para lúpus sistêmico, dermatosite e síndrome de Raynaud. Há níveis de lesão por esclerose, 
podem ser apenas esofágica, ou apenas cervical e nãos mãos, ou apenas nos membros, ou em todo corpo. 
MIOPATIA INFLAMATÓRIA 
• Não tem origem na placa motora por trauma ou secção, se dá por fraqueza a atrofia e é mais comum no 
membro superior; 
• Etiologia desconhecida; 
• É mediada imunologicamente; 
• Há deposito de anticorpos e complemento nos vasos sanguíneos; 
• Presencao de focos de necrose dos miócitos; 
• Linfócitos B e T: TCD4+ predominam na DERMATOCITE, os TCD8+ na POLIMIOSITE. 
DERMATOMIOSITE: 
• Distúrbio inflamatório da pele e músculo esquelético; 
• Pele exibindo áreas de exantema: pálpebra superior; 
• Erupção eritematosa ou manchas vermelho-escuras sobre as articulações dos dedos, cotovelos ou joelhos; 
• Causa fraqueza muscular: lenta no início do processo, simétrica e bilateral; 
• Comum afetar primeiro os músculos proximais; 
• Compromete movimentos finos no final da doença; 
• Causa vasculite, disfagia, doença intersticial pulmonar, miocardite; 
• 20 a 25% desenvolvem uma neoplasia maligna; 
• Há dermatomiosite juvenil com foco no trato digestivo, ulcerações, hemorragias, perfuração, calcinose. 
• Morfologia: 
- Infiltrado inflamatório ao redor de vasos sanguíneos e do perimísio 
- Focos de atrofia na periferia dos fascículos musculares 
- Necrose e regeneração de fibras musculares 
• Sintomas e diagnóstico: são por eletromiografia (em que a velocidade de condução é lenta ou quase 
inexistente), elevação da creatinina quinase sérica (pela necrose que rompe o endotélio), biopsia; 
• Microscopia: derme fica hiperplásica com edema e linfócito, com infiltrado inflamatório crônico perivascular, 
focos de necrose e atrofia perifascicular. 
POLIMIOSITE: 
• É o envolvimento da musculatura proximal; 
• Ocorre em adultos, a diferença quanto a dermatosite é que não há envolvimento cutâneo, pode envolver o 
coração, pulmões e vasos sanguíneos; 
• Microscopia: há células atróficas. 
ARTRITE REUMATÓIDE 
• É um distúrbio inflamatório crônico, sinovite proliferativa não supurativa; 
• Pode evoluir para destruição da cartilagem e anquilose; 
• Pode envolver pele, vasos sanguíneos, coração, pulmões e músculos; 
• Etiologia desconhecida; 
• Em mulheres são de 3 a 5 vezes mais frequente, mais frequente entre 40 e 70 anos; há predisposição genética 
(HLA- DRB1) e fatores ambientais; 
• É conferida por autoimunidade; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
• Patogenia: se dá por exposição a um agente lesivo às articulações, predisposição genética, eliminação da 
autotolerância imunológica, reação imunológica crônica, ativação de linfócitos T

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