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Módulo IV_Seminário IV

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MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
SEMINÁRIO IV - IMUNIDADES E NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
QUESTÕES DE PLENÁRIO
1. Na sua opinião, são imunes: (a) quanto ao ISS os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores prestados por entidades religiosas; (b) quanto ao IPTU, o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade e os cemitérios particulares; (c) quanto ao ITR as áreas de reserva indígena, bem como a renda auferida pelos indígenas (vide Petição n. 3388 STF). Justifique sua resposta.
2. Entidade assistencial importa bem destinado a seu laboratório de pesquisas, bem como equipamento de informática, destinado a revenda. Tais bens são imunes ao imposto de importação, ICMS e IPI? Adquire ainda, no mercado interno, ambulância destinada ao atendimento de pessoas carentes. Alega ser contribuinte de fato do ICMS e IPI incidentes sobre a operação e que, em face da sua condição de entidade imune, não estaria sujeita a oneração por tais impostos. Procede a alegação da entidade? 
3. Que se entende por normas gerais em matéria tributária? Normas que instituem responsabilidade tributária, inclusive solidariedade e substituição tributária, devem ser instituídas por lei complementar ou podem ser instituídas por lei ordinária? Podem os Estados tratar de responsabilidade tributária do ICMS por Convênio CONFAZ? Analisar as cláusulas oitava e nova do Convênio ICMS n. 52 de 2017. 
SEMINÁRIO DE CASA
SEMINÁRIO IV – IMUNIDADE E NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Questões
1. Que é imunidade tributária? Diferençar imunidade, isenção, não incidência e incidência tributária. O conceito de imunidade tributária pode ser aplicável às taxas, às contribuições e as contribuições de melhoria?
Nas palavras de Paulo de Barros de Carvalho, imunidade tributária é a “classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas no texto da Constituição da República, e que estabelecem de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente caracterizadas”
. 
Também me valho do entendimento de Clélio Chiesa, que aduz que imunidades tributárias são “um conjunto de normas jurídicas contempladas na Constituição Federal que estabelecem a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para instituírem tributos sobre certas situações nela especificadas”. 
Imunidade é incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para instituição de tributos, sobre situações específicas, contidas dentro do texto constitucional.
Já a isenção, de modo simplista, é a dispensa do pagamento do tributo. Existe a obrigação tributária, há a ocorrência da regra matriz de incidência tributária, porém o sujeito passivo fica dispensado ao pagamento do tributo, em virtude de lei ordinária ou lei complementar. 
Incidência tributária é a ocorrência da regra matriz de incidência tributária, isto é, o nascimento da obrigação tributária. 
Em contrapartida, a não incidência é não constatação da regra matriz de incidência tributária, ou seja, a ocorrência de situação jurídica que não enseja relação jurídica entre sujeito ativo e passivo. 
Quanto ao questionamento se o conceito de imunidade tributária pode ser aplicável às taxas, às contribuições e as contribuições de melhoria, não há entendimento consolidado. 
Adotando-se o conceito de Paulo de Barros Carvalho e Clélio Chiesa, tem-se que imunidades não diz respeito apenas aos impostos, mas a qualquer uma das espécies tributárias, pois fazendo-se uma distinção entre aquilo que pode ocorrer e aquilo que está positivado, não restam dúvidas de que o legislador cria hipóteses normativas imunizantes. 
2.
As imunidades são cláusulas pétreas na Constituição Federal? Uma Emenda Constitucional pode revogar alguma das imunidades dispostas na Carta Magna? As normas constitucionais que veiculam imunidades são autoaplicáveis ou dependem de regulamentação infraconstitucional?
Acerca da caracterização de imunidades como cláusulas pétreas, o entendimento também não é consolidado. No primeiro posicionamento do STF, na ADI 939, o min. Sepúlvedra Pertence, no ínicio do seu voto, aduziu que as imunidades não podem ser alteradas pelo constituinte derivado, elevando as regras das imunidades a cláusulas pétreas: “constituem, todas elas, instrumentos de salvaguarda fundamentais de princípios, liberdade e direitos básicos da Constituição, como liberdade religiosa, de manifestação do pensamento, pluralismo político do regime, a liberdade sindical, a solidariedade social, o direito à educação e assim por diante”. No entanto, mais à frente, constou “por outro lado, é evidente que o órgão instituído com o poder de emendar a Constituição agiu legitimamente ao fazer incidir, temporariamente, um novo imposto, por ele discriminado, sobre livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão, e sobre a operação de origem do ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial posto que, pela objetividade contida na imunidade e na previsão de exclusividade de tributação dos preceitos da alínea ´d´, do inciso VI, do art. 150, e do §5º do ar.t 153, ambos da Lei Suprema de 1988, não se pode considerar que, aqui, haja direito ou garantia individual insusceptível de alteração por emenda constitucional.”, para ao final, admitir a nova incidência, argumentando que imunidades não são cláusulas pétreas. 
Mais tarde, veio a ADI 3105, ratificando as conclusões chegadas pela ADI 939, de que o princípio da imunidade não é absoluto. 
Prosseguindo, colaciona-se ementa do RE 372600:
“IMUNIDADE. ART. 153, § 2º, II DA CF/88. REVOGAÇÃO PELA EC Nº 20/98. POSSIBILIDADE. 
1. Mostra-se impertinente a alegação de que a norma art. 153, § 2º, II, da Constituição Federal não poderia ter sido revogada pela EC nº 20/98 por se tratar de cláusula pétrea. 
2. Esta norma não consagrava direito ou garantia fundamental, apenas previa a imunidade do imposto sobre a renda a um determinado grupo social. Sua supressão do texto constitucional, portanto, não representou a cassação ou o tolhimento de um direito fundamental e, tampouco, um rompimento da ordem constitucional vigente. 
3. Recurso extraordinário conhecido e improvido.” 
(RE 372600, 2ª T, 16/12/2003)
Já no meu entendimento, seguindo o defendido nos seminários anteriores, acredito que não pode emenda constitucional revogar alguma das imunidades dispostas na Carta Magna, dado que o art. 60, §4º, inciso IV, preceitua que não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir os direitos e garantias individuais. 
As normas constitucionais que veiculam imunidades são autoaplicáveis, dado que são completas. Isto é, por estarem perfeitamente delineadas no texto constitucional, não necessitam obrigatoriamente de regulamentação infraconstitucional. Todavia, pode o legislador complementar participar na regulação das condicionantes. 
3.
Na sua opinião, são imunes: 
(a) quanto ao ISS: os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores prestados por entidades religiosas (vide anexos I e II); 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:    
b) templos de qualquer culto;
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
No entendimento do STF, a extensão dos efeitos decorrentes da imunidade devem ser ampliados em relação às atividades não essenciais dos templos religiosos. Há de se perquirir a destinação dos recursos obtidos pelos templos de qualquer culto, isto é, existindo relação entre a renda e as finalidades essenciais, deve-se aplicar a imunidade.
Aqui, sigo o entendimento do STF, que deve haver uma mitigação da questão da imunidades, pois, a intenção do legislador constituinte é assegurar ofuncionamento dos templos de qualquer culto. Assim, apenas no caso de gerar concorrência desleal ou se as finalidades das entidades imunes não forem beneficiadas é que a tributação se justifica. 
(b) quanto ao IPTU: o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade (vide anexo III): Idem ao descrito na questão A; e os cemitérios particulares (vide anexo IV); 
De acordo com o RE 578.562/BA, “os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles”. 
Assim, caso os cemitérios seja parcela do patrimônio dos templos de qualquer culto, terreno circundante que servem aos serviços religiosos dos fiéis, tem-se caracterizada a imunidade. 
(c) quanto ao ITR: as áreas de reserva indígena (vide STF, Petição n. 3388, DJ 04/02/14); 
Art. 20. São bens da União:
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Considerando a regra da imunidade recíproca contida no art. 150, inciso VI, alínea “a”, é imune o ITR nas áreas de reservas indígenas, pois considerada bem da União. 
(d) quanto aos serviços prestados por empresas públicas no regime de concorrência (vide anexos V); 
O entendimento anterior do STF era de que tratando de serviço público prestado em natureza exclusiva e obrigatória, recairia a imunidade. No entanto, em 2013, o STF alargou tal entendimento para estender a imunidade dos Correios, mesmo na atuação em concorrência com a iniciativa privada, uma vez que os Correios se sujeitam a um conjunto de restrições não aplicáveis à iniciativa privada, como licitações, prestações de contas ao TCU. 
Não suficiente, alegou também de que os serviços prestados exclusivamente pelos Correios passaram por um momento histórico de baixa demanda, de modo que as receitas advindas de serviços não exclusivos destinam-se a custear as atividades deficitárias, sendo, portanto , um subsídio cruzado. 
(e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista (vide anexo VI e VII); 
Colaciona-se entendimento do STF: 
(...). 2. A Corte já firmou o entendimento de que é possível a extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, observados os seguintes parâmetros: a) a imunidade tributária recíproca se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do livre exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Precedentes: RE nº 253.472/SP, Tribunal Pleno, Relator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 1º/2/11 (...). 3. A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) é sociedade de economia mista prestadora de serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Não obstante, a análise do estatuto social, da composição e do controle acionário da companhia revelam o não preenchimento dos parâmetros traçados por esta Corte para a extensão da imunidade tributária recíproca no RE nº 253.472/SP (Tribunal Pleno, Relator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 1º/2/11).
(ACO 1.460 AgR, rel. min. Dias Toffoli, P, j. 7-10-2015, DJE 249 de 11-12-2015.)
Analisando a jurisprudência, são imunes: as sociedades de economia mista “anômalas” que caracterizem-se inequivocamente como instrumentalidade estatal (STF RE 253472); as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de água e esgoto (STF AgR-RE 631309); a Codesp, sociedade de economia mista que executa, como atividade-fim, em regime de monopólio, serviços de administração de porto marítimo constitucionalmente outorgados à União (STF ED-RE 265749); as sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal (STF RE 580264). 
(f) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista cujas ações sejam negociadas na bolsa de valores (vide anexo VIII). 
Não são imunes, eis que há distribuição de lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares. 
4.
A agência de publicidade Bravia foi contratada pela empresa Xilitol para que produzisse a campanha de seus novos produtos e, após definida a estratégia, indicasse os melhores meios para a divulgação do anúncio. Além da mídia na TV Tupi, a agência Bravia recomendou a exposição da campanha via folder a ser inserido na revista “A Pastorinha” por dois domingos seguidos, após a veiculação do anúncio na TV Tupi. No orçamento referente à divulgação do anúncio, a agência inseriu o preço da sua veiculação no horário nobre passado pela TV Tupi e também o preço informado pela revista “A Pastorinha”. Ambos associaram o preço de seus serviços aos tributos inerentes às suas atividades (gross up, em especial do ISS, PIS e COFINS). 
Ao receber o orçamento, o depto. jurídico da Xilitol questionou o gross up do ISS apresentado pela revista “A Pastorinha”, com base no item “17.25 - Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade, em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita)”, introduzido na lista de serviços da LC 116/2003 pela LC 157/2016, e manifestou sua recusa no pagamento. Considerando o disposto no art. 150 da CF, e os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676, na sua opinião o questionamento apresentado pelos advogados da Xilitol quanto à incidência do ISS sobre os serviços prestados pela revista “A Pastorinha” procede?
É vedado a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, gozando de imunidade constitucional, desde que se trate de publicidade compreendida na própria editoração e paginação da revista ou do jornal, que se encontra lado a lado com os demais textos.
No entanto, os impressos e materiais publicitários que são distribuídos conjuntamente com as revistas ou com jornais não são imunes, isto é que são soltos ou anexados (grampeados) à revista ou jornal não são imunes. 
Sendo assim, procede o questionamento apresentado pelos advogados da Xilitol, no caso das propagandas fazerem parte do conteúdo das revistas. 
O item 17.25 permite a cobrança de ISS realizados por veículos online, ou outdoors, mídias em shoppings, elevadores, etc. A intenção inicial do legislador da LC 116 era de tributar a veiculação e divulgação de textos, desenhos e outros materiais de publicidade por meio de jornais, periódicos, rádio e televisão, no entanto houve veto do Presidente da República, por entender de hipótese de incidência inconstitucional. 
5. Como deve ser interpretado o disposto no art. 150, VI, “d” da CF: “livro, jornais e periódicos e o papel destinado a sua impressão”. Pode-se dizer que livros e periódicos eletrônicos (“e-books”), bem como o material utilizado para sua comportá-los (“e-book readers”) são imunes com fundamento neste dispositivo? E os Tablets? (Vide anexos XII e XIII e considere para sua resposta, os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676)
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:   
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
A finalidade do legislador constituinte ao inserir a citada norma na Constituição Federal é de incentivar o desenvolvimento cultural, promover a informação e fomentar a educação. 
Nesses termos,  Baleeiro
: “A imunidade tributária, constitucionalmente asseguradaaos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão, nada mais é que a forma de viabilização de outros direitos e garantias fundamentais expressos em seu art. 5º, como a livre manifestação do pensamento, a livre manifestação da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença (incisos IV e IX), art. 206, II (a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber), art. 220, §§ 1º e 6º (a proibição da criação de embaraço, por lei, à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social e inexistência de licença de autoridade para a publicação de veículo impresso de comunicação), dentre outros. Mais do que isso, deve ser enfocada como instrumento imprescindível à realização do Estado Democrático de Direito, do qual o pluralismo político, a crítica e a oposição são requisitos essenciais.”. 
Há de se considerar que Constituição Federal foi promulgada em 1988 e desde então a globalização e os meios de tecnologia foi crescente, de modo que as imunidades dos livros, jornais e periódicos devem alcançar os meios modernos da tecnologia. 
Em consonância, tem o entendimento do STF no RE 330.817 (e-books) e 595.676 (imunidade para suporte para conteúdo digital), fixando a tese a seguir para fins de repercussão geral: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.”.
O Min. Relator do RE 330.817 assim constou: “De igual modo, as mudanças históricas e os fatores políticos e sociais presentes na atualidade, seja em razão do avanço tecnológico, seja em decorrência da preocupação ambiental, justificam a equiparação do “papel”, numa visão panorâmica da realidade e da norma, aos suportes utilizados para a publicação dos livros. Nesse contexto moderno, contemporâneo, portanto, a teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos, marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Embora esses aparelhos não se confundam com os livros digitais propriamente ditos (e-books), eles funcionam como o papel dos livros tradicionais impressos e o propósito é justamente mimetizá-lo.
Enquadram-se, portanto, no conceito de suporte abrangido pela norma imunizante. Esse entendimento, como se nota, não é aplicável aos aparelhos multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais.”.
Assim, aplica-se a imunidade tributária aos e-books, porém aos tablets, smartphones não, uma vez que alcança outros fins além da leitura. 
6.
No caso da imunidade para as instituições de assistência social sem fins lucrativos, o cumprimento do art. 14 do CTN é suficiente para garantir sua aplicação ou ainda é necessária a comprovação do caráter assistencial e filantrópico previsto no art. 203 da CF/88? É possível que lei ordinária garanta sua aplicação? (Vide anexo XIV).
Como já defendido anteriormente neste trabalho, as imunidades estão contempladas na Constituição Federal e são normas completas, isto é, a própria Constituição estabelece as situações nas quais haverá imunidade. 
Assim, é necessário a comprovação do caráter assistencial e filantrópico, que inclusive consta da redação do próprio art. 150, inciso VI, alínea C: “patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”. 
Ainda, faço constar ensinamento de Paulo de Barros de Carvalho: “A qualificação utilizada pelo comando constitucional tem de ser bastante em si mesma para compor hipótese de imunidade, o que não exclui a participação do legislador complementar na regulação das condicionantes fáticos definidos pela norma imunizante”. 
Não obstante, a aprovação de lei complementar depende de quórum qualificado, pois reservadas às matérias de maior relevância, assim entendo que somente lei complementar possa realizar as condicionantes, excluindo-se a lei ordinária. 
7. Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na aplicação das normas gerais de direito tributário. Precisar o sentido da expressão “normas gerais de direito tributário”, diferenciando lei complementar nacional e lei complementar federal.
A diferença entre a corrente dicotômica e tricotômica surgidas com a Constituição de 1967 cinge-se às finalidades da lei complementar, enquanto a dicotômica tinha por finalidade editar normas gerais de direito tributários sobre conflitos de competência entre os entes federativos e limitações constitucionais do poder de tributar, a tricotômica, mais literal, prevê uma terceira possibilidade de conteúdo, qual seja, estabelecimento de normas em matéria de legislação tributária.
O sentido da expressão “normas gerais de direito tributário” deve ser entendido como normas aptas a vincular todos os entes federados e os administrados e não no sentido de genéricas (RE 433.352 AgR). 
Lei Complementar Federal refere à norma geral destinada exclusivamente à União, ao passo que Lei Complementar Nacional refere-se à norma destinada a todos os entes federativos ou a alguns deles. 
8. O art. 146, inciso III, da CF, autoriza a lei complementar a definir os fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados na Constituição? Isso não violaria o princípio da autonomia das pessoas políticas? Considerar as recentes decisões proferidas pelos Ministros do STF no RE 566.622 e ADI´s 2028, 2036, 2228 e 2621.
No caso posto da questão, a Lei Complementar autoriza o legislador, por meio de lei complementar, solucionar os conflitos de competência, regular as limitações ao poder de tributar e definir com maior precisão e aplicação ao caso concreto os fatos geradores, base de cálculo e contribuintes. 
Numa interpretação errônea, poderia até entender que a redação do art. 146, inciso III, da CF, autorizasse que LC instituísse hipótese de incidência de um tributo delineado na CF. 
No entanto, adotando a corrente dicotômica, tem-se que LC dispõe, através de normas gerais em matéria tributária, sobre fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes tão somente para os fins para os quais pode ser editada (conflito de competência e limitações ao poder de tributar). Seguindo tal linha de intelecção, não há violação ao princípio da autonomia dos entes federados, pois não se adentra no rol de competência destes, uma vez que apenas há a sua complementação, definição de limites objetivos, materiais e não fixação de normais de constituição.
Anexo I
RE n. 144.900/SP 
DJ 22/04/1997
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade. Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. Precedente da Corte: RE 116.188-4. Recurso conhecido e provido.
Anexo II
REsp n. 41.002/SP
DJ 13/11/1995
EMBARGOS À EXECUÇÃO. ISS. ASSOCIAÇÃO HOSPITAL OSVALDO CRUZ. ESTACIONAMENTO EM ÁREA DO PRÉDIO DA EMBARGANTE. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. DESCABIMENTO. COISA JULGADA. INOCORRÊNCIA. I – a imunidade tributária conferida à fundação hospital Osvaldo Cruz compreende tão somente os serviços relacionados com as finalidades essenciais da instituição, não alcançando atividades desenvolvidas com intuito de lucro, como no caso da exploração de estacionamento de veículos, que se caracterizacomo prestação de serviço, sujeita à incidência do ISS. II – “in casu”, não restou configurada a coisa julgada, porquanto a sentença garantiu isenção e não imunidade, institutos jurídicos de características próprias. III – recurso a que se nega provimento, sem discrepância.
Anexo III
AI n. 742.230 AgRg/SP
DJ 03/05/2013
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DA ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. IMPRESCINDIBILIDADE DE O IMÓVEL ESTAR RELACIONADO ÀS FINALIDADES ESSENCIAIS DA INSTITUIÇÃO. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DAS NORMAS DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, DE MODO A MAXIMIZAR O SEU POTENCIAL DE EFETIVIDADE.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem flexibilizando as regras atinentes à imunidade, de modo a estender o alcance axiológico dos dispositivos imunitórios, em homenagem aos intentos protetivos do constituinte originário.
2. A Corte já reconhece a imunidade do IPTU para imóveis locados e lotes não edificados. Nesse esteio, cumpre reconhecer a imunidade ao caso em apreço, sobretudo em face do reconhecimento, pelo Tribunal de origem, do caráter assistencial da entidade.
3. Agravo regimental não provido.
Anexo IV
RE n. 578.562/BA
DJ 12/09/2008
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”. 3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas. Recurso extraordinário provido.
Anexo V
RE 627.051
DJe 11/02/2015
Recurso extraordinário com repercussão geral. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Peculiaridades do Serviço Postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com particulares. Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas. Indissociabilidade do serviço postal. Incidência da Imunidade do art. 150, VI, a da Constituição. Condição de sujeito passivo de obrigação acessória. Legalidade. 1. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade econômica. 2. As conclusões da ADPF 46 foram no sentido de se reconhecer a natureza pública dos serviços postais, destacando-se que tais serviços são exercidos em regime de exclusividade pela ECT. 3. Nos autos do RE nº 601.392/PR, Relator para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes , ficou assentado que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, CF, deve ser reconhecida à ECT, mesmo quando relacionada às atividades em que a empresa não age em regime de monopólio. 4. O transporte de encomendas está inserido no rol das atividades desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcançar todos os lugares do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. 5. Não há comprometimento do status de empresa pública prestadora de serviços essenciais por conta do exercício da atividade de transporte de encomendas, de modo que essa atividade constitui conditio sine qua non para a viabilidade de um serviço postal contínuo, universal e de preços módicos. 6. A imunidade tributária não autoriza a exoneração de cumprimento das obrigações acessórias. A condição de sujeito passivo de obrigação acessória dependerá única e exclusivamente de previsão na legislação tributária. 7. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento, reconhecendo a imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de encomendas.
Anexo VI
RE n. 363.412 AgRg/BA
DJ 19/09/2008
INFRAERO – EMPRESA PÚBLICA FEDERAL VOCACIONADA A EXECUTAR, COMO ATIVIDADE-FIM, EM FUNÇÃO DE SUA ESPECÍFICA DESTINAÇÃO INSTITUCIONAL, SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA – MATÉRIA SOB RESERVA CONSTITUCIONAL DE MONOPÓLIO ESTATAL (CF, ART. 21, XII, “C”) – POSSIBILIDADE DE A UNIÃO FEDERAL OUTORGAR, POR LEI, A UMA EMPRESA GOVERNAMENTAL, O EXERCÍCIO DESSE ENCARGO, SEM QUE ESTE PERCA O ATRIBUTO DE ESTATALIDADE QUE LHE É PRÓPRIO – OPÇÃO CONSTITUCIONALMENTE LEGÍTIMA – CRIAÇÃO DA INFRAERO COMO INSTRUMENTALIDADE ADMINISTRATIVA DA UNIÃO FEDERAL, INCUMBIDA, NESSA CONDIÇÃO INSTITUCIONAL, DE EXECUTAR TÍPICO SERVIÇO PÚBLICO (LEI N. 5.862/1972) – CONSEQÜENTE EXTENSÃO, A ESSA EMPRESA PÚBLICA, EM MATÉRIA DE IMPOSTOS, DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL FUNDADA NA GARANTIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (CF, ART. 150, VI, “A”) – O ALTO SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL, QUE TRADUZ UMA DAS PROJEÇÕES CONCRETIZADORAS DO POSTULADO DA FEDERAÇÃO – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DA INFRAERO, EM FACE DO ISS, QUANTO ÀS ATIVIDADES EXECUTADAS NO DESEMPENHO DO ENCARGO, QUE, A ELA OUTORGADO, FOI DEFERIDO, CONSTITUCIONALMENTE, À UNIÃO FEDERAL – DOUTRINA – JURISPRUDÊNCIA – PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – AGRAVO IMPROVIDO. – A INFRAERO, que é empresa pública, executa, como atividade-fim, em regime de monopólio, serviços de infraestrutura aeroportuária constitucionalmente outorgados à União Federal, qualificando-se, em razão de sua específica destinação institucional, como entidade delegatária dos serviços públicos a que se refere o art. 21, inciso XII, alínea “c”, da Lei Fundamental, o que exclui essa empresa governamental, em matéria de impostos, por efeito da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, “a”), do poder de tributar dos entes políticos em geral. Consequente inexigibilidade, por parte do Município tributante, do ISS referente às atividades executadas pela INFRAERO na prestação dos serviços públicos de infraestrutura aeroportuária e daquelas necessárias à realização dessa atividade-fim. O ALTO SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, QUE REPRESENTA VERDADEIRA GARANTIA INSTITUCIONAL DE PRESERVAÇÃO DO SISTEMA FEDERATIVO. DOUTRINA. PRECEDENTES DO STF. INAPLICABILIDADE, À INFRAERO, DA REGRA INSCRITA NO ART. 150, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO. – A submissão ao regime jurídico das empresas do setor privado, inclusive quanto aos direitos e obrigações tributárias, somente se justifica, como consectário natural do postulado da livre concorrência (CF, art. 170, IV), se e quando as empresas governamentais explorarem atividade econômica em sentido estrito, não se aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no art. 173, § 1º, da Constituição, às empresas públicas (caso da INFRAERO), às sociedades de economia mista e às suas subsidiárias que se qualifiquem como delegatárias de serviços públicos.”
Anexo VII
ARE n. 763.000 AgRg/ES
DJ 30/09/2014
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇO DE SANEAMENTO. IMUNIDADE RECÍPROCA RECONHECIDA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 279/STF. É firme o entendimento desta Corte no sentido de que a imunidade recíproca é aplicável às sociedades de economia mista prestadoras de serviço de distribuição de água e saneamento, tendo em vista que desempenham atividade de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. As instâncias ordinárias assentaram que a companhia é controlada pelo Governo do Estado do Espírito Santo e que tem por finalidade essencial os serviços de abastecimento de água e esgotos sanitários, razão pela qual as taxas cobradas a título de serviço teriam por escopo cobrir os custos operacionais, sem qualquer finalidade lucrativa. Dessa forma, o acolhimento da pretensão encontra óbice na Súmula 279/STF. Agravo regimental a que se nega provimento.
Anexo VIII
REsp 1.091.198/PR
DJe 13/06/2011
TRIBUTÁRIO. BEM PÚBLICO. IMÓVEL. (RUAS E ÁREAS VERDES). CONTRATO DE CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO. CONDOMÍNIO FECHADO. IPTU.
NÃO-INCIDÊNCIA. POSSE SEM ANIMUS DOMINI. AUSÊNCIA DO FATO GERADOR DO TRIBUTO (ARTS. 32 E 34, CTN).
1. A controvérsia refere-se à possibilidade ou não da incidência de IPTU sobre bens públicos (ruas e áreas verdes) cedidos com base em contratode concessão de direito real de uso a condomínio residencial.
2. O artigo 34 do CTN define como contribuinte do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Contudo, a interpretação desse dispositivo legal não pode se distanciar do disposto no art. 156, I, da Constituição Federal. Nesse contexto, a posse apta a gerar a obrigação tributária é aquela qualificada pelo animus domini, ou seja, a que efetivamente esteja em vias de ser transformada em propriedade, seja por meio da promessa de compra e venda, seja pela posse ad usucapionem. Precedentes.
3. A incidência do IPTU deve ser afastada nos casos em que a posse é exercida precariamente, bem como nas demais situações em que, embora envolvam direitos reais, não estejam diretamente correlacionadas com a aquisição da propriedade.
4. Na hipótese, a concessão de direito real de uso não viabiliza ao concessionário tornar-se proprietário do bem público, ao menos durante a vigência do contrato, o que descaracteriza o animus domini.
5. A inclusão de cláusula prevendo a responsabilidade do concessionário por todos os encargos civis, administrativos e tributários que possam incidir sobre o imóvel não repercute sobre a esfera tributária, pois a instituição do tributo está submetida ao princípio da legalidade, não podendo o contrato alterar a hipótese de incidência prevista em lei. Logo, deve-se reconhecer a inexistência da relação jurídica tributária nesse caso.
6. Recurso especial provido.
(REsp 1091198/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/05/2011, DJe 13/06/2011)
Anexo IX
RE 594.015
DJe 25/08/2017
IMUNIDADE – SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ARRENDATÁRIA DE BEM DA UNIÃO – IPTU. Não se beneficia da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal a sociedade de economia mista ocupante de bem público.
Anexo X
RE 601.720
DJe 05/09/2017
IPTU – BEM PÚBLICO – CESSÃO – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. Incide o imposto Predial e Territorial Urbano considerado bem público cedido a pessoa jurídica de direito privado, sendo esta a devedora.
Anexo XI
ARE 1.062.946
DJe 25/10/2017
AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS, MAQUINÁRIOS E INSUMOS DIVERSOS DO PAPEL EMPREGADOS NA EDIÇÃO, IMPRESSÃO E PUBLICAÇÃO DE LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS. APLICAÇÃO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PREVISTA NO ARTIGO 150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER OBJETIVO DA GARANTIA CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. SÚMULA 512 DO STF. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
Anexo XII
ARE 330.817
DJe 31/08/2017
Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva constante do art. 150, VI, d, da CF/88. Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico ou digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da imunidade contida no art. 150, VI, d, da Constituição, aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de elevada importância, tais como a liberdade de expressão, voltada à democratização e à difusão da cultura; a formação cultural do povo indene de manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos economicamente fortes e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de ser informado; o barateamento do custo de produção dos livros, jornais e periódicos, de modo a facilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e informações etc. Ao se invocar a interpretação finalística, se o livro não constituir veículo de ideias, de transmissão de pensamentos, ainda que formalmente possa ser considerado como tal, será descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos, sob pena de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de transformar a imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar de todo a pessoa do contribuinte, numa imunidade a que a Constituição atribui desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais, periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro digital (e-book). 5. É dispensável para o enquadramento do livro na imunidade em questão que seu destinatário (consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita. Quero dizer que a imunidade alcança o denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em áudio, seja no suporte CD-Rom, seja em qualquer outro). 6. A teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos, marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse entendimento não é aplicável aos aparelhos multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo que está nele fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD-Rom) quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. TESE DA REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.”
Anexo XIII
RE 600.867 RG
DJe 10/02/2012
TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA DISPERSA E NEGOCIADA EM BOLSA DE VALORES. EXAME DA RELAÇÃO ENTRE OS SERVIÇOS PÚBLICOS PRESTADOS E O OBJETIVO DE DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS A INVESTIDORES PÚBLICOS E PRIVADOS COMO ELEMENTO DETERMINANTE PARA APLICAÇÃO DA SALVAGUARDA CONSTITUCIONAL. ART. 150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO. Tem repercussão geral a questão consistente em saber se a imunidade tributária recíproca se aplica a entidade cuja composição acionária, objeto de negociação em Bolsas de Valores, revela inequívoco objetivo de distribuição de lucros a investidores públicos e privados.
Anexo XIV
AI n. 740.563 AgRg/SP
DJ 25/04/2013
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DECIDIDOS MONOCRATICAMENTE. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO PREVISTO NO ART. 557, § 1º, DO CPC. INSTÂNCIA RECURSAL NÃO ESGOTADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 281/STF. DECISÃO QUE SE MANTÉM PORSEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 
1. O agravo é inadmissível quando interposto contra decisão suscetível de impugnação na via recursal ordinária. O esgotamento da instância é condição de acesso à via do apelo extremo. Precedentes: AI 670.775-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe 17.4.2009 e AI 713.039-AgR-ED, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2ª Turma, DJe 25.9.2009. 
2. Deveras, não foi interposto o agravo previsto no art. 557, § 1º, do CPC, contra decisão monocrática proferida nos embargos de declaração. 
3. Incidência da Súmula n. 281/STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada. 
4. In casu, o acórdão recorrido assentou: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA INSTITUIÇÃO DEDICADA À ASSISTÊNCIA SOCIAL – ARTIGO 150, VI, C DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ARTIGO 14 DO CTN LEI N. 9532/1997 – EXCLUSÃO DA IMUNIDADE DOS RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS EM APLICAÇÕES FINANCEIRAS – VIGÊNCIA SUSPENSA. 1. A Constituição Federal assegura imunidade tributária às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, no que se refere à instituição de impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda ou serviços relacionados às suas finalidades essenciais, desde que sejam cumpridos os requisitos contidos no art. 14 do CTN. 2. O parágrafo 4º do artigo 150 da Constituição, ao determinar que a imunidade concerne apenas ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com suas finalidades essenciais, não exclui os rendimentos decorrentes das aplicações financeiras que são vertidos aos objetivos da própria entidade, como ocorre com a renda auferida a partir das suas atividades assistenciais, ou mesmo da comercialização de seus bens. 3. A imunidade não é restrita apenas à renda decorrente do objeto social da entidade, mas sim toda aquela auferida de forma regular visando resguardar o seu patrimônio dos efeitos corrosivos da inflação, como ocorre com as aplicações financeiras. 4. O art. 12, § 1º da Lei n. L. 9.532/97, lei ordinária, excluiu da imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. 5. Ofensa ao art. 146, II, da Constituição Federal, que determina competir à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. 6. A imposição tributária também estaria tributando o patrimônio da entidade, o que é vedado pela Constituição Federal, porquanto as aplicações financeiras não têm a finalidade de auferir lucros, mas sim de resguardar o patrimônio dos efeitos corrosivos da inflação. 7. O dispositivo teve sua vigência suspensa por força de decisão proferida em Medida Cautelar na ADIN n. 1802. 
5. Agravo Regimental a que se nega provimento.
� CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, pág. 213. 
� Baleeiro, Aliomar. Direito tributário brasileiro. 11. ed.  Rio de Janeiro: Forense, 2001,  p. 151-152
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