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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA:

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"Transformar o país pela Educação, sendo 
referência em práticas inovadoras de 
aprendizagem e gestão, respeito à pluralidade, 
valorização das pessoas e compromisso com o 
desenvolvimento sustentável."
a pesquisa baseada em evidências
Manual 
REVISÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
SISTEMÁTICA 
INTEGRATIVA:
COPYRIGHT © 2014
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste 
livro, sem prévia autorização por escrito da detentora dos direitos, poderá ser 
reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, 
mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Diretoria
Pedro Luiz Pinto da Cunha 
Coordenação e Desenvolvimento de Novos Produtos EaD
Cláudia Silveira da Cunha
Coordenação de Produção de Materiais
Patrícia Ferreira Alves
Equipe EaD
Belo Horizonte 
2014
Figura 1 - Tipos de revisão de literatura 1 
Figura 2 - Diferenças entre revisão narrativa e revisão sistemática 2 
Figura 3 - Sete passos da revisão bibliográfica sistemática 4 
Figura 4 - Resumo dos tipos de revisão de literatura utilizados frequentemente em revisão 
 bibliográfica sistemática 7 
Quadro 1 - Critérios de validade para evidências científicas 9 
Figura 5 - Etapas da revisão integrativa 11 
Quadro 2 - Modelos e definições para questões 14 
Quadro 3 - Exemplo de protocolo de revisão integrativa fundamentado pelo parâmetro PICOD 15 
Quadro 4 - Quadro comparativo entre questões básicas e questões clínicas 16 
Figura 6 - Dicas e estratégias de busca 19 
Figura 7 - Estratégias de busca no Medline-Pubmed e na Cochrane 20 
Figura 8 - Tabela PICO 21 
Figura 9 - Fontes primárias de informação 23 
Figura 10 - Fontes secundárias de periódicos com metodologia 
 Medicina Baseada em Evidência 23 
Figura 11 - Fontes de artigos originais sobre Medicina Baseada em Evidência. 24 
Figura 12 - Portais da internet, acesso ao texto integral 24 
Figura 13 - Coletâneas Medicina Baseada em Evidências 25 
Figura 14 - Fluxograma da estratégia de busca de avaliação de resumos 26 
Figura 15 - Procedimentos de validação da revisão integrativa 28 
Quadro 5 - Apresentação dos autores 29 
Figura 16 - Exemplo de apresentação dos resultados e variáveis pesquisadas 29 
Figura 17 - Tipo e força da evidência 31 
Figura 18 - Níveis de evidência 31 
Figura 19 - Nível do estudo 32 
Figura 20 - Hierarquia da força da evidência 32 
Figura 21 - Valor da evidência 33 
Figura 22 - Hierarquia das evidências 33 
Figura 23 - Categorização das recomendações 33 
Quadro 5 - Produções científicas: níveis de evidência 34 
Figura 24 - Exemplo de uma matriz de síntese 38
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1 
2 Revisão narrativa 3 
2.1 Revisão bibliográfica sistemática 3 
2.1.1 Meta-análise 4 
2.1.2 Revisão sistemática 5 
2.1.3 Revisão qualitativa 5 
2.1.4 Revisão integrativa 6 
3 O QUE É EVIDÊNCIA CIENTÍFICA? 8 
3.1 O que é prática baseada em evidências? 9 
4 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA 11 
4.1 Etapa zero: Cultivar um espírito de investigação 12 
4.2 Etapa 1: Identificar o tema, definir problema e pergunta clínica 
 em formato PICOT ou PICOD 13 
4.3 Etapa 2: Procurar a melhor evidência 22 
4.3.1 Base de dados ou fontes de informação 22 
4.3.2 Critérios de inclusão e exclusão 25 
4.4 Etapa 3: Avaliar criticamente as evidências dos estudos 
 pré-selecionados e selecionados 29 
4.5 Etapa 4: Integrar as evidências 36 
4.6 Etapa 5: Discussão dos resultados baseados em evidências 39 
4.7 Etapa 6: Apresentação da síntese do conhecimento produzido 39 
5 ESTRUTURA DE UM PROTOCOLO DE REVISÃO SISTEMÁTICA INTEGRATIVA 41 
 
REFERÊNCIAS 48
ANEXO 1 - CRITICAL APPRAISAL SKILLS PROGRAMME (CASP) 55
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
1
Tipos de Revisão 
da Literatura
Revisão
Narrativa
Revisão
Bibliográfica 
Sistemática
Meta 
Análise
Revisão
Sistemática
Revisão
Qualitativa
Revisão
Integrativa
1 INTRODUÇÃO 
Dentre as categorias de artigos científicos que utilizam “fontes de informações bibliográficas ou 
eletrônicas para obtenção de resultados de pesquisa de outros autores, com o objetivo de fundamentar 
teoricamente um determinado tema” (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.133) encontram-se os 
artigos de revisão de literatura que podem ser categorizados como de revisão narrativa e de 
revisão bibliográfica sistemática em razão de possuírem características e objetivos distintos.
Dentre os artigos de revisão bibliográfica sistemática encontram-se os artigos de revisão integrativa1, 
objeto deste manual, como mostra a Figura 1. Para aprofundamento no tema recomenda-se a leitura 
de autores como Botelho, Cunha e Macedo (2011).
1A metodologia utilizada para fazer uma revisão bibliográfica sistemática pode ser encontrada nas publicações Cochrane 
Handbook disponível em: < http://www.cochrane.org/handbook> ou em língua portuguesa disponível em: <http://www.
centrocochranedobrasil.org.br/cms/>.
Figura 1 – Tipos de revisão de literatura
Fonte: WHITEMORE; KNAFL,2005. Adaptado por BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
2
Embora, não seja nosso objeto de estudo, para efeito didático, selecionamos alguns recortes 
específicos sobre revisão de literatura, para responder a um frequente questionamento feito por 
nossos alunos, ou seja, qual a diferença entre os diversos tipos de Revisão de Literatura. 
Para entendermos essa diferença, utilizaremos o esquema mostrado na FIGURA 1. Primeiramente, 
serão apresentados os fundamentos que distinguem revisão narrativa de revisão sistemática e, em 
seguida, os que marcam as diversidades da própria revisão sistemática. 
De modo geral, os fundamentos que as diferenciam são: tipo de questão, fonte, seleção e 
avaliação dos dados, síntese do conhecimento produzido e os efeitos que produzem na prática 
clínica (Ver FIGURA 2).
Esses fundamentos serão aprofundados quando explorarmos a revisão integrativa. No momento, 
apresentaremos a diferença fundamental relativa ao método.
Itens 
Questão
Fonte 
Seleção 
Avaliação 
Síntese
Interferências
Revisão narrativa 
Ampla 
Frequentemente não especificada, 
potencialmente com viés 
Variável 
Variável 
Qualitativa 
Ás vezes baseadas em resultados de 
pesquisa clínica
Obs: Uma síntese quantitativa que inclui um método estatístico é uma meta-análise.
Revisão Sistemática 
Específica 
Seleção baseada em critérios aplicados 
uniformemente 
Avaliação criteriosa e reprodutível 
Criteriosa e reprodutível 
Quantitativa 
Frequentemente baseadas em resultados de 
pesquisa clínica
Figura 2 – Diferenças entre revisão narrativa e revisão sistemática.
Fonte: COOK; MULROW; RAYNES, citados por BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.126.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
3
2 REVISÃO 
NARRATIVA
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
SISTEMÁTICA
De acordo com ROTHER (2007, p. ix), a revisão narrativa utiliza-se “da aquisição e atualização de 
conhecimento sobre um determinado tema em curto período de tempo” [...] “para descrever o estado 
da arte de um assunto específico, sob o ponto de vista teórico ou contextual”. Constitui-se basicamente 
“da análise da literatura, da interpretação e análise crítica pessoal do pesquisador2”. 
No entanto, esse tipo de revisão não possui metodologia capaz de responder quantitativamente a 
determinados questionamentos, por não viabilizar procedimentos ou critérios usados na avaliação e 
seleção dos trabalhos. (ROTHER, 2007; BERNARDO; NOBRE; JATENE; 2004).
ParaBOTELHO, CUNHA e MACEDO (2011), esse tipo de revisão é utilizado como forma de obter, 
a partir de evidências, informações que possam contribuir com processos de tomada de decisão 
nas ciências da Saúde. Ela tem de ser conduzida de acordo com uma metodologia clara e possível 
de ser reproduzida por outros pesquisadores. Para tal, é preciso que os estudos incluídos sejam 
primários, contenham objetivos, materiais e métodos claramente explicitados.
O Centro Cochrane no Brasil recomenda que, independentemente de sua especificidade, a revisão 
bibliográfica sistemática seja realizada em sete passos. 
3 Grifo nosso.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
4
Formulação
da
pergunta
Localização
dos
estudos
Avaliação
crítica
dos
estudos
Coleta 
de
dados
Análise
apresentação
dos
dados
Interpretação
dos
dados
Aprimoramento
e 
atualização
da
revisão
Figura 3 – Sete passos da revisão bibliográfica sistemática.
Fonte: BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.125.
Esse rigor metodológico é ratificado por autores como CASTRO (2001, 2006) e ROTHER (2007). 
Sua justificativa está, por um lado, na finalidade do tipo de pesquisa, que é a de responder 
a uma pergunta clínica específica, por meio da identificação, seleção e avaliação crítica da 
qualidade e da validade de evidências científicas expostas em estudos originais e, por outro, pela 
possibilidade de aplicação dos resultados encontrados (mudanças a serem implementadas) no 
contexto do qual originou a questão (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). 
A seguir, estão apresentados os tipos de revisão bibliográfica sistemática, conforme BOTELHO, 
CUNHA e MACEDO (2011, p.126-127).
2.1.1 Meta-análise
Uma síntese quantitativa de resultados de vários estudos primários que emprega fórmulas 
estatísticas, melhorando, dessa forma, a objetividade e validade dos resultados da pesquisa 
é denominada meta-análise e é considerada pela academia em geral como uma “boa fonte de 
evidências” (WHITEMORE; KNAFL, 2005, p. 57).
Atenção: Souza, Silva e Carvalho (2010, p. 103) alertam que, para facilitar o processo de 
condução da pesquisa, “o delineamento e as hipóteses da meta-análise devem ser similares, se 
não idênticos”. 
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
5
Na meta-análise, cada estudo é sintetizado, codificado e inserido num banco de dados quantitativo. 
Os dados encontrados são transformados em uma medida comum, que servirá de subsídio para 
a formulação de um cálculo que proporcionará a dimensão geral do efeito ou da intervenção 
mensurada (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Isso só será possível se houver similaridade entre os 
delineamentos e hipóteses dos estudos selecionados.
Em geral, denomina-se como revisão sistemática “a aplicação de estratégias científicas que 
permitem limitar o viés de seleção de artigos, avaliá-los com espírito crítico e sintetizar todos os 
estudos relevantes em um tópico específico” (PERISSÉ; GOMES; NOGUEIRA, 2001 citados por 
BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p. 126).
O processo de revisão sistemática busca, de acordo com GALVÃO, SAWADA e TREVISAN (2004), 
evitar e superar possíveis vieses que o pesquisador possa ter no momento da análise da literatura 
sobre um tema.
A revisão qualitativa tem sido muito utilizada em pesquisas do tipo metassínteses, metaestudos, 
grouded theory e a metaetnografia por tratar-se de “métodos que sintetizam os achados de estudos 
qualitativos individuais, transformando-os em ferramentas para a construção de novas teorias” 
(BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p. 126).
Esse tipo de revisão sintetiza exclusivamente as evidências obtidas em estudos primários qualitativos. 
2.1.2 Revisão sistemática 
2.1.3 Revisão qualitativa
Atenção: sintetizar evidências sobre os múltiplos aspectos que incorporam a revisão qualitativa é 
um procedimento complexo! Portanto, é preciso estar atento às diferentes abordagens e níveis de 
interpretação utilizados nos estudos. 
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
6
2.1.4 Revisão integrativa
Para WHITEMORE e KNAFL (2005), o “termo integrativa tem origem na integração de opiniões, 
conceitos ou ideias provenientes das pesquisas utilizadas no método”, ponto esse que “evidencia o 
potencial para se construir a ciência” (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.127).
Botelho, Cunha e Macedo (2011, p.133) enfatizam que o método da revisão integrativa pode ser 
“incorporado às pesquisas realizadas em outras áreas do saber, além das áreas da saúde e da 
educação”, pelo fato de ele viabilizar a capacidade de sistematização do conhecimento científico e de 
forma que o pesquisador aproxime-se da problemática que deseja apreciar, traçando um panorama 
sobre sua produção científica para conhecer a evolução do tema ao longo do tempo e, com isso, 
visualizar possíveis oportunidades de pesquisa. 
Assim, segundo esses autores, esse procedimento deve ser escolhido quando se quer realizar “a 
síntese e análise do conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado” 
(BOTELHO, CUNHA e MACEDO, 2011, p.133) e/ou quando se pretende obter “informações que 
possibilitem aos leitores avaliarem a pertinência dos procedimentos empregados na elaboração da 
revisão” (BOTELHO, CUNHA e MACEDO, 2011, p.133).
Desse modo, se a opção metodológica for por uma revisão bibliográfica sistemática, o aluno ainda 
terá que, conforme seu objetivo, escolher entre meta-análise, revisão sistemática, revisão 
qualitativa ou revisão integrativa, conforme mostra a FIGURA 4. 
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
7
Tipo de Revisão 
e Exemplar
Revisão 
Integrativa 
(REDEKER, 
2000)
Meta-Análise 
(CLEMMENS, 
2001)
Revisão 
Sistemática 
(FORBES, 1998)
Meta-sumário 
Meta-síntese 
Teoria 
constituída 
formalmente 
Meta-estudo 
(Beck, 2002)
Um sumário da 
literatura, num 
conceito específico 
ou numa área de 
conteúdo, em 
que a pesquisa 
é sumariada 
(resumida), 
analisada, e as 
conclusões totais 
são extraídas.
Um sumário 
de pesquisas 
passadas, que 
usa técnicas 
de estatísticas 
para transformar 
descobertas de 
estudos com 
hipóteses idênticas 
ou relativas em 
uma medida 
comum e que 
calcula o efeito 
total, a magnitude 
do efeito, e efeitos 
de subamostras.
Um sumário 
de pesquisas 
passadas, que 
usa um objetivo e 
uma abordagem 
rigorosa de 
estudos com 
hipóteses idênticas 
ou relativas.
Um sumário 
de pesquisas 
passadas, que 
combina as 
descobertas de 
múltiplos estudos 
qualitativos. 
Revisar 
métodos, 
teorias, e/
ou estudos 
empíricos 
sobre um 
tópico 
particular.
Sumariar 
(resumir) 
evidência 
concernente a 
um problema 
clínico 
específico.
Informar 
pesquisas ou 
práticas pela 
sumarização 
(resumo) de 
processos ou 
experiências.
Estimar o efeito 
de intervenções 
ou de 
relacionamentos.
Limitada ou 
ampla
Limitada
Limitada
Limitada ou 
ampla
Narrativa
Narrativa
Narrativa 
ou 
estatística
Estatística
Pesquisa 
quantitativa 
ou qualitativa; 
literatura 
teórica; 
literatura 
metodológica
Pesquisa 
quantitativa de 
metodologia 
similar
Pesquisa 
quantitativa de 
metodologia 
similar
Pesquisa 
qualitativa
Definição Propósito Escopo Amostra Análise
Figura 4 – Resumo dos tipos de revisão de literatura utilizados frequentemente em 
revisão bibliográfica sistemática.
Fonte: BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.125.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
8
Para efeitos didáticos,resolvemos incluir, neste material, uma sessão especial na qual o conceito 
EVIDÊNCIA CIENTÍFICA será explicitado. Veja a seguir.
No senso comum, o termo evidência aponta para a “qualidade do que é evidente”, do que está claro, 
em destaque, que é visível para todos. No direito penal, a evidência de uma prova pode produzir, por 
meio de documentos e/ou testemunhas, um “caráter de objeto de conhecimento que não comporta 
nenhuma dúvida quanto à sua verdade ou falsidade” (AURÉLIO, 1999). Essas evidências podem 
condenar ou determinar o verdadeiro responsável pelo ato, desde que consigam produzir no juiz do 
caso a convicção sobre a verdade do que aconteceu de fato. 
Mas, no mundo acadêmico, há também a evidência científica, formada pelo conjunto de 
informações utilizadas para confirmar ou negar uma teoria ou hipótese científica. Ela existirá somente 
por meio de pesquisas científicas.
Nesse contexto, as evidências científicas (ECs) são obtidas por meio de “resultados de pesquisas 
objetivas e científicas”, realizadas por meio de “procedimentos que incorporaram critérios de validade”, 
(DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 2011, p.1263), considerando-se 
todas as possíveis fontes de erro (bias) (SAMPAIO; MANCINI, 2007, p.87), isto é, são obtidas por 
procedimentos que se aproximam, ao máximo, da realidade dos fatos.
3 O QUE É EVIDÊNCIA 
CIENTÍFICA?
Atenção: Para que haja uma evidência científica é necessário que exista uma pesquisa realizada 
dentro de preceitos científicos, por exemplo, obedecer aos critérios de viabilidade, adequação, 
significância (pertinência) e eficácia, conhecidos como critérios FAME (Ver Quadro 1), 
sigla que corresponde, na língua inglesa, aos termos Feasibility (F), Appropriateness (A), 
Meaningfulness (M), Effectiveness (E) – e essa pesquisa deve ser passível de repetição por 
outros cientistas em locais diferentes daquele onde foi realizada originalmente (DE-LA-TORRE-
UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 2011).
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
9
Em razão desses critérios, quando selecionamos um estudo, devemos averiguar se os resultados 
encontrados podem ser aplicados em nossa realidade. É preciso perceber se a intervenção foi 
apropriada, se foi experimentada positivamente pelo paciente ou população alvo ou, ainda, se teve 
seus efeitos analisados.
Afinal, se vamos utilizá-la, é preciso termos parâmetros que sinalizem bom prognóstico para a sua 
aplicação. Apropriar-se de conhecimentos já estabelecidos e utilizá-los na resolução de problemas 
que nos rodeiam constitui-se no que a literatura denomina de prática baseada em evidências.
Viabilidade 
(Feasibility)
Ocorre quando o resultado pode ser aplicado em um determinado 
contexto, considerando as condições físicas, culturais e financeiras.
Ocorre quando uma intervenção é apropriada para uma determinada 
situação.
Ocorre quando uma intervenção é experimentada positivamente 
pelo paciente ou população alvo, em termos de experiência pessoal, 
opiniões, valores, pensamentos, crenças e interpretações.
Refere-se à extensão em que uma intervenção alcança o efeito 
pretendido.
F
A
M
E
Adequação 
(Appropriateness)
Significância 
(Meaningfulness)
Eficácia 
(Effectiveness)
Quadro 1 - Critérios de validade para evidências científicas
Fonte: Adaptação da autora. Retirado do original DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 
2011, p. 1263.
3.1 O QUE É PRÁTICA BASEADA EM 
EVIDÊNCIAS?
A prática baseada em evidências (PBE) iniciou-se no Canadá, na década de 1980, no contexto 
da clínica médica, como uma abordagem que incorporava provas científicas disponíveis aplicadas 
na resolução de problemas – era nomeada de Medicina Baseada em Evidências (MBE) (FINEOUT-
OVERHOLT; LEVIN; MELNYK, 2004-2005, p.28).
Em 2002, Melnyk e Fineout-Overholt desenvolveram um modelo de implementação da PBE, o 
“Advancing Research and Clinical practice through close Collaboration (ARCC)”, isto é, um 
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
10
modelo de pesquisa avançada e prática clínica por meio de estreita colaboração com a comunidade, 
com o objetivo de melhorar a integração de pesquisa e prática clínica, relacionada aos cuidados de 
saúde da comunidade local e nacional (FINEOUT-OVERHOLT; LEVIN; MELNYK, 2004-2005, p. 28).
Como diretora de pesquisa da Escola de Enfermagem e Escola de Medicina & Odontologia do Centro 
Médico da Universidade de Rochester, Melnyk estendeu, com apoio dos diretores associados, a 
área de pesquisas da universidade, incluindo a participação de enfermeiros de um centro acadêmico 
de saúde e líderes comunitários. Como consequência, houve avanço nos estudos sobre a PBE e o 
centro de pesquisa foi renomeado como “Centro de Investigação e Prática Baseada em Evidências 
(CREP)”, propagando, cada vez mais, a aplicabilidade de sua metodologia em outras áreas do 
conhecimento (FINEOUT-OVERHOLT; LEVIN; MELNYK, 2004-2005, p. 29).
Para Fineout-Overholt, Levin e Melnyk (2004-2005, p. 29), a PBE revela o valor da evidência, e esse 
valor deve ser demonstrado para toda a equipe de saúde quando se pretende facilitar a mudança 
da prática profissional. 
Com o passar dos tempos, em virtude da quantidade crescente e da complexidade de informações 
na área da saúde, tornou-se imprescindível o desenvolvimento de artifícios, no contexto da pesquisa 
cientificamente embasada, capazes de delimitar etapas metodológicas mais concisas e de propiciar, 
aos profissionais, melhor utilização das evidências elucidadas em inúmeros estudos (SOUZA, SILVA; 
CARVALHO, 2010, p. 102).
Nos dias atuais, a PBE também é utilizada pelos formuladores de políticas de saúde e gestores de 
serviços de saúde (SAMPAIO; MANCINI, 2007). 
Até aqui estudamos os fundamentos necessários à realização de uma revisão integrativa. A seguir, na 
terceira parte deste manual, serão apresentadas algumas ferramentas para sua elaboração.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
11
4 ETAPAS DA REVISÃO 
INTEGRATIVA
Melnyk, Fineout-Overholt, Stillwell e Williamson (2010a, p.52-53) ressaltam que embora a revisão 
integrativa se desenvolva através de seis etapas (FIGURA 5) por ser fundamentada na Prática 
Baseada em Evidências (GALVÃO; SAWADA; MENDES, 2003; GALVÃO; SAWADA; TREVIZAN, 
2004) o pesquisador deve acrescentar mais existência de possíveis barreiras para sua realização e 
implantação. Uma etapa, a de número zero partindo-se do pressuposto da existência de possíveis 
barreiras para sua realização e implantação.
Figura 5 – Etapas da revisão integrativa.
Fonte: BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.129.
• Uso das bases de dados;
• Busca dos estudos com base nos 
critérios de inclusão e exclusão,
• Discussão dos resultados
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tu
do
s s
ele
cio
na
do
s;
Estabelecimento dos 
critérios de inclusão e 
exclusão
Análise e interpretação 
dos resultados
2ª Etapa
5ª Etapa
4ª
 E
ta
pa
3ª Etapa1ª
 E
ta
pa
6ª Etapa
• Leitura do resum
o, palavras-chave 
e titúlo das publicações;
• Organização dos estudos 
pré-selecionados;
• Identificação dos estudos 
selecionados.Identificação dos 
estudos 
pré-selecionados e 
selecionados
Apresentação da 
revisão/síntese do 
conhecim
ento
• Criação de um
 docum
ento que 
descreva detalhadam
ente a revisão;
• Propostas para estúdios futuros.
REVISÃO 
INTEGRATIVA
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
12
Assim, as autoras defendem o “passo zero”, ou seja, é preciso que mesmo antes de começar a 
fazer a pesquisa, “acenda no pesquisador um espírito da investigação na prática clínica, elemento 
fundante da PBE” (MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT; STILLWELL; WILLIAMSON, 2010a, p. 52-53).
Melnyk, Fineout-Overholt, Stillwell e Williamson (2010a, 2010b) instigam o leitor a pensar sobre 
possíveis perguntas que se fariam diante de situações problema. As autoras destacam que fazer 
perguntas é a base da PBE. 
“Sem este espírito de investigação, os próximos passos no processo de PBE provavelmente não 
acontecerão” (MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT; STILLWELL; WILLIAMSON, 2010a, p.51). 
Aqueles que pretendem utilizar-se de revisão sistemática devem: apreender 
seu percurso e seus pressupostos; desenvolver habilidades de análise 
de artigos científicos; desenvolver habilidades de síntese de resultados 
encontrados; e analisar criticamente as evidências encontradas, nos 
diferentes contextos da prática clínica.
Para Pereira e Bachion (2006, p.497) 
4.1 ETAPA ZERO: CULTIVAR UM ESPÍRITO 
DE INVESTIGAÇÃO
Objetivo a ser alcançado nessa etapa: desenvolver o espírito de investigação visando à questão 
de pesquisa.
Melnyk, Fineout-Overholt, Stillwell e Williamson (2010a, 2010b) citam exemplos como: Pensem 
em uma situação, na qual pacientes com ferimentos na cabeça, estão posicionados em decúbito 
dorsal, como a elevação em 30 graus da cabeceira da cama pode afetar a pressão intracraniana? 
Ou, em pacientes com taquicardia supraventricular, como a administração do β-bloqueador 
metoprolol (Lopressor, Toprol XL) comparada com a administração de remédios pode ou não 
afetar a frequência dos episódios de taquicardia?
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Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
13
Em geral, os autores afirmam que, o espírito de investigação é a condição humana capaz de levar 
a termo uma revisão integrativa, tratando-a como uma metodologia que na relação custo-benefício 
melhora o atendimento ao paciente, além de proporcionar a síntese do conhecimento e a incorporação 
da aplicabilidade de resultados de estudos de outras áreas do conhecimento que abordam temas 
relativos à prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, como enfermagem, saúde mental, 
fisioterapia, terapia ocupacional, educação e psicoterapia, entre outras (FINEOUT-OVERHOLT; LEVIN; 
MELNYK, 2004-2005; SOUZA, SILVA; CARVALHO, 2010; BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).
A sigla PICOT3 significa (P) considerar a população alvo; (I) considerar o interesse da intervenção ou 
a área de interesse; (C) comparar tipos de intervenção ou grupos; (O) obter resultados e considerar 
os efeitos a serem alcançados com a intervenção; (T) considerar o tempo necessário para se obter o 
resultado. Os formatos PICOT e PICOD fornecem uma estrutura eficiente para a busca de dados em 
bases eletrônicas (STILLWELL, FINEOUT-OVERHOLT, MELNYK, WILLIAMSON, 2010b).
4.2 ETAPA 1: IDENTIFICAR O TEMA, 
DEFINIR PROBLEMA E PERGUNTA 
CLÍNICA EM FORMATO PICOT OU PICOD
Objetivos a serem alcançados nessa etapa: 
a) Definir o problema. 
b) Formular uma pergunta clínica de pesquisa. 
c) Definir os descritores. 
d) Definir a estratégia de busca nas fontes de dados. 
e) Definir as bases de dados.
3 Inquiries in this format take into account patient population of interest (P), intervention or area of interest (I), comparison 
intervention or group (C), outcome (O), and time (T).
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14
Explorando a figura 6, podemos fazer um exercício sobre o primeiro tipo de questão apresentada, isto 
é, uma questão relativa à intervenção ou terapia. Decidimos pela primeira alternativa (intervenção). O 
próximo passo será definir qual tipo de intervenção poderá conduzir a um melhor resultado. 
Seguindo o formato PICOT (Figura 6), a questão formulada deverá conter os seguintes elementos: 
(P) em quem, em quais pessoas foi realizada essa intervenção; (I) como foi feita essa intervenção; 
(C) se essa intervenção pode ser comparada a outros tipos de intervenção; (O) quais os efeitos 
causados pela intervenção e como afetou a população; (T) qual foi o tempo necessário para realizar 
a intervenção.
Tipo de questão
Intervenção ou 
terapia
Etiologia
Diagnóstico 
ou teste de 
diagnóstico
Prognóstico ou 
predição
Significado
Para determinar qual 
tratamento conduz ao 
melhor resultado.
Para determinar os 
maiores fatores de 
risco ou causas de uma 
doença.
Para determinar qual 
teste é mais exato e 
preciso no diagnóstico 
de uma condição.
Para determinar 
o curso clínico 
e prováveis 
complicações de uma 
doença ao longo do 
tempo.
Para entender o 
significado de uma 
experiência para um 
determinado indivíduo, 
grupo ou comunidade.
Em ……...…………(P) 
Como é que……….(I) 
Comparado com …(C) 
Afetam……………..(O) 
No prazo de ……….(T)?
São ……………...…(P) 
Quem tem……….…(I) 
Em comparação, sem comparação com ... (C) 
De ….risco para……(O) 
Ao longo do tempo ..(T)?
Em ……...……..……(P) 
São/é……………..….(I) 
Comparado com …..(C) 
Mais preciso no diagnóstico (O)?
Em ……...…………(P) 
Como é que……….(I) 
Comparado com …(C) 
Influência………….(O) 
Ao longo do tempo.(T)?
Como fazer ………(P) 
Com ……………….(I) 
Perceber………….(O) 
Durante……….…...(T)?
Definição Modelos
Quadro 2 – Modelos e definições para questões PICOT
Fonte: STILLWELL, FINEOUT-OVERHOLT, MELNYK, WILLIAMSON, 2010b, p.60.
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15
As respostas a essas perguntas orientarão as buscas e os critérios de inclusão/exclusão dos artigos 
originais a serem pesquisados.
A literatura (RAMALHO, 2005 citado por GIÃO; PINHÃO, 2012, BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011) 
apresenta também a sigla do formato PICOD como uma variância do PICOT. A alteração para (D) 
está relacionada ao desenho do estudo (Figura 7) em vez do (T) relacionado ao tempo. 
Exemplos 
Sobre a população alvo: adultos ou crianças? 
Sobre o tipo de intervenção: treinamento de força ou programa de exercício de resistência 
progressiva? 
Sobre os resultados: medida de mudança na força, atividade ou participação?
P
I
C
O
D
População 
(Participantes/
Estruturas)
Intervenção 
(Relação de 
cuidado / 
Processo)
Comparações das 
intervenções
Resultados 
(intermédios e 
finais)
Desenho do 
Estudo
(i) Enfermeiro; 
(ii) Pessoa idade adulta; 
submetida a TPH; 
(iii) Contexto de TPH.
(i) Intervenção educativa; 
(ii) Planejamento alta; 
(iii) Programa educativo; 
(iv) Relações no processo 
educativo.
(i) Sentimentos 
(ii) Capacitação; 
(iii) Grau de adesão; 
(iv) Qualidade de vida; 
(v) Segurança; 
(vi) Readmissão hospitalar; 
(vii) Satisfação com o 
cuidado.
Estudos do tipo qualitativo, 
quantitativo ou mistos, 
publicados integralmenteem 
Palavras-chave: 
Doente / cliente 
(Patient); Enfermeiro 
/Enfermagem 
(nurse); Transplante 
de Progenitores 
Hematopoiéticos /
Transplante de 
Medula Óssea 
(Haematopoietic Steem 
Cell Transplant/ Bone 
Marrow Transplant); 
Informação (information 
delivery); Intervenção 
educativa (educational 
intervention); 
autocuidado / 
capacitação (self-care); 
Planejamento da alta 
(discharge planning); 
Alta clínica (discharge).
Quem foi 
estudado?
O que foi 
feito?
Comparações 
entre 
resultados
Quais foram 
os resultados 
ou efeitos?
Como é?
Quadro 3 - Exemplo de protocolo de revisão integrativa fundamentado pelo 
parâmetro PICOD
Fonte: RAMALHO, 2005 citado por GIÃO; PINHÃO, 2012, p.74.
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16
Essa etapa serve como referência para a construção de uma revisão integrativa por subsidiar o 
raciocínio teórico e incluir definições aprendidas de antemão pelos pesquisadores. A etapa inicia-se 
com a definição de um problema e a formulação de uma pergunta de pesquisa (MENDES; SILVEIRA; 
GALVÃO, 2008). Cada passo seguinte deve estar relacionado com a pergunta de pesquisa que deve 
ser clara e específica (SILVEIRA; GALVÃO, 2005; URSI, 2005).
Para Cordeiro, Oliveira, Rentería e Guimarães (2007, p. 429), “uma pergunta bem estruturada é o 
começo de uma boa revisão sistemática” integrativa, em razão de definir “quais serão as estratégias 
adotadas para identificar os estudos que serão incluídos e quais serão os dados que necessitam ser 
coletados de cada estudo”.
Nobre, Bernardo e Jatene (2003, p.447) dividem as questões clínicas em dois subgrupos principais: 
“Questões básicas (background questions) e as questões clínicas propriamente ditas (foreground 
questions)” (Figura 8).
Tipo de questão
Questões básicas
Questões clínicas
Uma questão ampla, de 
conhecimento básico, 
comumente respondida 
em livros didáticos. Pode 
começar com “o quê” ou 
“quando”.
Uma questão específica, 
que quando respondida 
fornece evidências para 
tomada de decisão clínica. 
A questão clínica inclui os 
seguintes elementos: 
a) população/paciente (P); 
b) intervenção ou 
problema de interesse (I); 
c) intervenção de 
comparação ou problema 
de interesse (C); 
d) resultados (O); 
e) quando apropriado, 
acrescenta-se o tempo.
1) Qual é o melhor método para prevenir 
úlcera de pressão? 
2) O que é sepsia? 
3) Quando ocorre o pico dos efeitos de 
concentração da furosemida?
1) Em adultos hospitalizados (P), como a 
troca de hora em hora (I), comparada com 
nenhuma troca (C), afeta as taxas de queda 
(O)? 
 
2) Em pacientes ventilados mecânicamente 
(P), como um protocolo de desmame (I), 
em comparação com nenhum protocolo de 
desmame (C), afeta o número de dias de 
uso da ventilação (O) durante o tempo de 
permanência no Centro de Unidade Intensiva 
(T)?
Descrição Exemplos
Quadro 4 – Quadro comparativo entre questões básicas e questões clínicas
Fonte: STILLWELL, FINEOUT-OVERHOLT, MELNYK, WILLIAMSON, 2010b, p.59.
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17
Nobre, Bernardo e Jatene (2003, p.447) reforçam que as questões básicas são relacionadas à 
etiologia, etiopatogenia, fisiopatologia, epidemiologia, além de não envolverem o manuseio dos 
pacientes e possuírem duas características principais: “a) um pronome ou advérbio interrogativo 
associado a um verbo, determinando a raiz da questão (por quê, como, quando, onde, quem, o quê, 
qual); b) uma doença ou um aspecto desta”.
Oliveira (2014, p.27) apresenta quatro diretrizes principais para as questões clínicas – questões sobre 
diagnóstico, tratamento, prognóstico ou prevenção – encontradas principalmente nos relatos de 
caso, séries de caso, estudos de caso-controle, estudos de corte, ensaios clínicos controlados 
randomizados. 
OLIVEIRA (2014) esclarece que para responder a cada uma dessas questões, existem desenhos de 
estudos retrospectivos ou prospectivos, com maior ou menor credibilibidade
Exemplo: “Qual a causa da pneumonia comunitária? Por quê ocorre o derrame pleural 
na pneumonia? Qual a sua frequência populacional?”. (NOBRE; BERNARDO; JATENE, 
2003, p.447).
Exemplo 
O prognóstico de um paciente tratado, com pneumonia comunitária, em ambulatório é 
pior do que aquele tratado em nível hospitalar? (NOBRE; BERNARDO; JATENE, 2003, 
p.447). 
Qual a probabilidade de um homem de 48 anos, com exames normais, apresentar 
recorrência de crise convulsiva após primeiro surto epilético, sem causa aparente? 
(BERNARDO; NOBRE; JATENE, 2004, p.107).
[…] Para questões sobre diagnóstico, o estudo mais adequado é o de 
acurácia; para questões sobre tratamento, a opção é pelo ensaio clínico 
controlado randomizado; para prognóstico, os estudos coortes são os mais 
adequados; e para prevenção, a recomendação é por ensaios clínicos 
controlados randomizados (p.27). 
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18
Para cumprir o segundo objetivo dessa etapa, ou seja, definir os descritores ou palavras-chave4, é 
preciso entender a sua importância para a pesquisa. De acordo com a Biblioteca Virtual da Saúde, 
eles atuam
Na área da saúde, é comum iniciarmos a pesquisa pelos Descritores em Ciências da Saúde 
(DeCS) constituídos por vocabulários estruturados. Assim, de acordo com a BVS (2014), os DeCS 
são coleções de termos, organizados segundo uma metodologia na qual é possível especificar 
as relações entre conceitos com o propósito de facilitar o acesso à informação. Os vocabulários 
são usados como uma espécie de filtro entre a linguagem utilizada pelo autor e a terminologia da 
área. Também podem ser considerados como assistentes de pesquisa ajudando o usuário a refinar, 
expandir ou enriquecer suas pesquisas proporcionando resultados mais objetivos.
OLIVEIRA (2014, p.39-41) cita os passos necessários para identificar os DeCs. São eles:
a) Acesse www.bvs.br, clique em “Decs - Terminologia em saúde”, depois clique em 
“Consulta ao Decs”. 
b) Escolha o idioma do descritor (inglês, espanhol ou português), depois “Palavra ou Termo”. 
No ícone Escolha, marque “Consulta por Índice”, no ícone índice, marque “Permutado”, o 
que possibilitará a busca de descritores de forma permutada, ou seja, a busca será realizada 
através de qualquer palavra que compõe o descritor. Clique em consulta.
c) Os descritores serão expostos na tela. 
d) Após encontrar os descritores, podemos combiná-los entre si, utilizando os operadores 
booleanos: AND, OR ou AND NOT, segundo a lógica dos conjuntos. Por exemplo: 
4Maiores detalhes disponíveis em:<http://decs.bvs.br/P/Artigo.pdf>.
como linguagem única na indexação de artigos de revistas científicas, livros, 
anais de congressos, relatórios técnicos e outros tipos de materiais e é 
utilizado na pesquisa e recuperação de assuntos da literatura científica, nas 
fontes de informação disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) como 
LILACS, MEDLINE e outras (BVS, 2014).
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19
• AND – encontra documentos que contenham um e outro assunto.
• OR – encontra documentos que contenham um ou outro assunto. 
• AND NOT – encontra documentos que contenham um assunto e exclui outro assunto não 
desejado. 
BERNARDO, NOBRE e JATENE (2004, p.105-107) revelam algumas dicas e estratégias para a 
definição dos descritores adequados (Figuras 9, 10 e 11).
A figura 9 descreve como buscar artigos utilizando os operadores booleanos. No exemplo, a pesquisa 
é feita com os termos furunc (furunco) e staphylococcus(estafilococos). 
IMPORTANTE 
Os operadores booleanos são fundamentais para o critério de inclusão. Na prática, se não 
os utilizamos ou utilizamos apenas um deles, o número de artigos encontrados pode variar 
significativamente, interferindo no resultado final da amostra.
* = busca todas as palavras com este radical
operador booleano 
OR, AND e NOT sempre 
em maiúscula
Palavras compostas 
sempre entre ( )
os descritores devem 
estar no título
(furunc*OR (staphylococc*NEAR skin) AND recur*:TI
NEAR = AND coloca as palavras juntas
Figura 6 – Dicas e estratégias de busca.
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.106).
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20
OR Encontra estudos que contêm um ou outro descritor, por exemplo: (child OR adolescent) seleciona tanto os com “crianças” como os com “adolescentes”
Encontra estudos que contêm os dois descritores, por exemplo, (child AND adolescent) 
seleciona somente os que têm os dois, “crianças” e “adolescentes”.
Como o operador booleano AND, junta os descritores, mesmo que estejam separados 
por no máximo cinco palavras.
Exclui os estudos que contenham o descritor, por exemplo, (child NOT adolescent) 
seleciona somente os que têm “crianças”.
Coloca diferentes filtros que fazem diferentes restrições, por exemplo, data de 
publicação, língua inglesa, só palavras do título.
Agrupa palavras, por exemplo, (child OR adolescent) AND (hearing OR auditory) 
seleciona trabalhos com a palavra audição escrita de qualquer das duas maneiras 
tanto em crianças como em adolescentes.
Aceita qualquer palavra que contém o radical truncado, por exemplo child* = “child” 
ou “childs” ou “children” ou “childhood”. Em outros bancos de dados o símbolo de 
truncagem é o $ (cifrão).
Aceita qualquer palavra que contém o radical truncado, por exemplo child* = “child” 
ou “childs” ou “children” ou “childhood”. Em outros bancos de dados o símbolo de 
truncagem é o $ (cifrão).
Recupera artigos de determinada fonte, por exemplo, hearing AND BMJ [so] seleciona 
artigos sobre audição na revista BMJ.
Acrônimo de Medical Subject Headings classifica os artigos segundo as palavras-
chaves. Usado no Medine e Cochrane, torna a busca mais específica. Exemplo, 
epilepsy busca artigos com a palavra no texto e título “Epilepsy” [MeSH] busca artigos 
classificados com esta palavra-chave, muitas vezes é útil usar as duas formas. 
AND
NEAR
NOT
Limits
( )
*
[ti] ou :ti
[so] ou :so
MeSH
Tabela 4 - Estratégias de busca no Medline-Pubmed e na Cochrane
Para uma busca completa, foi escrita a palavra “furunc”, seguida do símbolo * , para serem encontradas 
palavras com esse radical. Acrescentou-se o operador booleano OR e, em seguida, “(staphylococc)” 
para que a busca fosse realizada considerando as duas palavras. A palavra (staphylococc) foi situada 
entre parênteses por tratar-se de um termo composto e, portanto, impedir a separação da palavra. 
Foi inserido ainda o símbolo * , para serem encontradas outras palavras com esse mesmo radical. 
Acrescentou-se o operador booleano NEAR para que pudessem ser selecionadas palavras cujos 
radicais se apresentem próximos das palavras originais, isto é, furunc e staphylococcus. A seguir 
ainda foi acrescentado o AND recur*: TI para que a procura fosse feita incluindo as duas palavras 
furunc and staphylococcus nos títulos dos artigos.
Enfim, na FIG.10, vocês encontrarão outros operadores booleanos e suas funções, que servem de 
estratégias de busca no Medline e na Cochrane.
Figura 7 – Estratégias de busca no Medline-Pubmed e na Cochrane.
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.106).
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21
Bernardo, Nobre e Jatene (2004, p.106) utilizam uma tabela para definir os descritores a partir do 
parâmetro PICO (Figura 11). Vejamos como funciona essa tabela. Primeiramente, devemos preencher 
as lacunas de acordo com as seguintes escritas: questão, paciente, intervenção, comparação, 
desfecho.
Utilizaremos a questão clínica apresentada por Nobre, Bernardo e Jatene (2004, p. 107): “Qual a 
probabilidade de um homem de 48 anos, com exames normais, apresentar recorrência de crise 
convulsiva após primeiro surto epilético, sem causa aparente?”
Figura 8 – Tabela PICO.
Fonte: BERNARDO, NOBRE, JANTENE, 2003, p.448.
Tabela - PICO
FORMULAR UMA QUESTÃO BEM CONSTRUÍDA, QUE PODE SER RESPONDIDA MAIS FACILMENTE
DESCRITOR BÁSICO SINÔNIMO I SINÔNIMO 2
Estratégia de busca:
Considere truncar as palavras com “ * ”, por exemplo child* em vez de children
Questão por Extenso:
Paciente ou População: 
PROCURAR A(S) MELHO(ES) EVIDˆENCIA(S)
EVIDÊNCIAS ENCONTRADAS
Fontes primárias nº nºFontes secundárias
Intervenção ou indicador:
P ( OR OR ) AND
I ( OR OR ) AND
C ( OR OR ) AND
O ( OR OR ) AND
Comparação ou controle: 
Outcome ou desfecho: 
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22
Após termos preenchidos a primeira parte da tabela PICO (Figura 12), iremos em busca das melhores 
evidências (melhores artigos originais), utilizando os operadores booleanos. Colocamos primeiramente 
as palavras-chaves contidas na questão, por exemplo: recorrência (recorrente), epiléptico (epilepsia), 
crise convulsiva (convulsão), e vamos explorando e experimentando até encontrar os descritores que 
nos encaminhará aos artigos que responderão à questão clínica de pesquisa.
E, finalmente, listamos, como evidências encontradas, os artigos que foram selecionados a partir do 
conjunto de operadores utilizados.
Uma vez elucidado o problema, a pergunta de pesquisa e os descritores por meio do qual vamos 
buscar os artigos originais, a atenção se volta para a busca da melhor evidência. Essa etapa depende 
muito dos resultados encontrados ou delineados na etapa anterior, pois um problema amplamente 
descrito tenderá a conduzir a uma amostra diversificada, exigindo maior critério de análise do 
pesquisador (DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 2011) 
A estratégia de busca é uma técnica ou um conjunto de regras para tornar possível o encontro entre 
uma pergunta formulada e a informação armazenada em uma base de dados. Isso significa que, a 
partir de um arquivo (fonte de informação), pode-se selecionar um conjunto de itens que constituem 
a resposta de uma determinada pergunta (LOPES, 2002). 
Dessa maneira, é importante selecionar bases que possam fornecer as melhores evidências 
científicas. No entanto, essa pesquisa pode ser dificultada quando se conhecem apenas as bases 
4.3 ETAPA 2: PROCURAR A MELHOR 
EVIDÊNCIA 
Objetivos a serem alcançados: 
a) usar as bases de dados para buscar os artigos originais. 
b) utilizar os critérios de inclusão e exclusão nessa busca.
4.3.1 Base de dados ou fontes de informação 
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23
mais usadas no âmbito da saúde, por exemplo: LILACS e MEDLINE. Essa restrição pode gerar a 
dificuldade de encontrar os estudos na íntegra. 
Para facilitar as buscas, destacamos algumas bases de dados (Figuras 12, 13, 14,15 e 16) fornecidas 
por Bernardo, Nobre e Jatene (2004, p.105-107).
Figura 9 – Fontes primárias de informação.
Figura 10 – Fontes secundárias de periódicos com metodologia Medicina Baseada em 
Evidência.
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.105).
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.105).
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24
Figura 11 – Fontes de artigos originaissobre Medicina Baseada em Evidência.
Figura 12 – Portais da internet, acesso ao texto integral.
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.105).
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.106).
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25
4.3.2 Critérios de inclusão e exclusão
O segundo passo para o planejamento e escolha de uma estratégia de busca é a escolha e definição 
dos critérios de inclusão e exclusão, que têm por objetivo manter a coerência com a pergunta de 
pesquisa previamente estabelecida (LOPES, 2002). 
Para Ganong (1987), citado por Botelho, Cunha e Macedo (2011), os critérios de inclusão e exclusão 
devem ser identificados de modo claro e objetivo, mas podem sofrer reorganização durante o processo 
de busca dos artigos e durante a elaboração da revisão integrativa. Frequentemente, a seleção de 
artigos inicia-se de forma mais ampla e afunila-se (Figura 17), à medida que o pesquisador retorna à 
sua questão inicial, pois o movimento de busca na literatura nem sempre é linear.
Figura 13 – Coletâneas Medicina Baseada em Evidências.
Fonte: BERNARDO; NOBRE; JATENE (2004, p.106).
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26
Figura 14 – Fluxograma da estratégia de busca de avaliação de resumos.
Fonte: MAIA; RODHE, 2006, p.74.
Registro de Ensaios 
Controlados da 
Colaboração Cochrane
Periodo: até 
fevereiro/2006
MEDLINE
Periodo: 
1966-fevereiro/2006
4846 estudos 
identificados e 
possivelmente 
relevantes Os resumos foram revisados por um 
dos autores (C.R.M.M.) e 4820 estudos 
excluidos por não serem relevantes:
- Artigos de revisão
- Intervenções não farmacológicas
- Amostras duplicadas
- Diagnósticos de outras psicopatologias
- Amostras compostas por adultos
- Estudos não randomizados
- Relatos de casos clínicos
26 estudos 
foram avaliados 
detalhadamente; 
Revisão de listas 
e referências
7 estudos 
potencialmente 
apropriados para 
serem incluidos 
na revisão 
sistemática
19 estudos foram ecluídos pelos 
autores (C.R.M.M. e L.A.R.); 
classificados como C ou D
5 ensaios clínicos 
classificados como critério B
2 ensaios clínicos classificados 
como critério A
LILACS
Periodo: 
1980-fevereiro/2006
PsycINFO
Periodo: 1985-2006
SciELO
Periodo: 
1987-fevereiro/2006
Bases de dados de 
ensaios clínicos na 
Internet
EMAIL para autores
Análise de 
referências 
bibliográficas
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
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27
IMPORTANTE: a partir das bases de dados e da leitura criteriosa dos títulos, resumos e palavras-chave de 
todas as publicações completas, verifica-se a adequação dos estudos aos critérios de inclusão e exclusão 
(fase seguinte).
Nos casos em que o título, o resumo e os descritores/palavras-chave não sejam suficientes para 
definir sua seleção, busca-se a publicação do artigo na íntegra (MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT; 
STILLWELL; WILLIAMSON, 2010). 
De modo geral, nas revisões integrativas, cuja base de dados foi analisada quantitativamente, 
recomenda-se ampliar, ao máximo, as fontes de busca, podendo incluir publicações governamentais, 
resumos em anais de congressos, teses ou estudos não indexados por editores comerciais, além 
das bases de dados eletrônicas (JBI, 2009; SOUSA; RIBEIRO, 2009). 
E nas revisões integrativas, cuja base de dados foi analisada qualitativamente, é aconselhável 
selecionar as fontes imprescindíveis ou mais relacionadas à temática de estudo, além de ajustar e 
dimensionar a capacidade de análise do investigador à quantidade de artigos disponíveis sobre essa 
temática. Isso por que o número elevado de artigos dificulta o aprofundamento da análise e pode 
constituir-se em ameaça na validação da revisão (BARROSO et al., 2003). 
De-La-Torre-Ugarte-Guanilo, Takahashi e Bertolozzi (2011, p.1264) sugerem aplicar os procedimentos 
apresentados na figura 18 para validar a revisão integrativa qualitativa (BARROSO et al., 2003; JBI, 
2009) e a revisão integrativa quantitativa (HIGGINS; GREEN, 2008), respectivamente.
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Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
28
Tendo em vista que ainda não há um consenso sobre critérios que validem a qualidade de estudos 
qualitativos, há pesquisadores da PBE que recomendam a avaliação sistematizada da metodologia 
por meio do uso de instrumentos padronizados, como o Critical Appraisal Skills Programme (CASP, 
2011) (ANEXO 1).
Na revisão integrativa do tipo quantitativa, é imprescindível que os revisores possuam conhecimento 
aprofundado dos diferentes métodos, análise estatística, medidas ou instrumentos de mensuração, 
a fim de determinar a qualidade de cada estudo. Para tanto, atualmente há diferentes escalas que 
auxiliam na avaliação dos estudos: Delphi, Pedro, OTSeeker, Critérios de Maastricht e Escala de 
Jadad (SAMPAIO; MANCINI, 2007). O Critical Appraisal Skills Programme (CASP, 2011) também 
desenvolveu um instrumento que contribui para a avaliação quantitativa.
Figura 15 – Procedimentos de validação da revisão integrativa.
Fonte: DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 2011, p.1264.
De
sc
riç
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RS Qualitativa RS Quantitativa
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De
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Procedimentos
Uso de todos os meios de busca para identificar as ECs
Contato com os pesquisadores dos estudos primários
Consulta a pesquisadores com experiência em RS e síntese, treinados pelo 
grupo de Revisão Cochrane
Consulta a pesquisadores com experiência em RS e síntese ou treinados por 
algum Centro Colaborativo ou Grupos para Síntese de Evidiencias do JBI
Incorporar a visão das pessoas para quem se dirige a síntese dos 
resultados (Ex. de experts na área clínica, representantes dos serviços de 
saúde, pacientes, pessoas mais vulneráveis e marginalizadas em relação ao 
tópico em revisão, formuladores de políticas, entre outros)
Busca dos estudos por pelo menos dois revisores, de forma independente
Avaliação e seleção dos estudos por pelo menos dois revisores, de forma 
independente
Extração dos resultados por pelo menos dois revisores, de forma independente
Reuniões semanais com o grupo de pesquisa para discutir e reformular a 
estratégias de busca, avaliar os resultados das ECs, formular a reformular as 
estratégias de avaliação
Documentação (audit traial) de tosos os procedimentos, mudanças nos 
procedimentos e resultados
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x xx x
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x
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x
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x
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Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
29
Artigo
Psicoterapia psicanalítica 
e acompanhamento 
terapêutico: uma aliança 
de trabalho.
A mulher que não existe 
no laço social: um caso de 
paranoia.
Com quantos paus se 
faz um acompanhamento 
terapêutico? Contribuições 
da psicanálise e essa 
clínica em construção.
O significante e o real 
na psicose: ferramentas 
conceituais para o 
acompanhamento 
terapêutico.
Psicologia 
Ciência e 
Profissão
Estilos da 
Clínica
Estilos da 
Clínica
Estilos da 
Clínica
A2
B2
B2
B2
QUAGLIATTO; 
SANTOS 2004
ALMEIDA, 
2005
GUERRA; 
MILAGRES, 
2005
HERMANN, 
2005
Mestre em 
Educação
Psicóloga, 
psicanalista e 
acompanhante 
terapêutica
Psicanalista
Psicanalista e 
acompanhante 
terapêutico
Revista Qualis capes Autores Profissão / Titulação
Quadro 5 – Apresentação dos autoresFigura 16 – Exemplo de apresentação dos resultados e variáveis pesquisadas.
Fonte: SATLER; ARAÚJO, 2012, p.30
4.4 ETAPA 3: AVALIAR CRITICAMENTE 
AS EVIDÊNCIAS DOS ESTUDOS PRÉ-
SELECIONADOS E SELECIONADOS
Após selecionar os artigos originais, deve-se avaliá-los quanto aos critérios de inclusão e exclusão 
e procedimentos de validade, para que se possa determinar quais são os mais relevantes, válidos, 
confiáveis e aplicáveis à questão clínica. Essa avaliação deve ser elaborada de forma concisa e fácil 
(MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT; STILLWELL; WILLIAMSON, 2010). 
A partir da finalização desse procedimento, apresentamos um quadro com os estudos selecionados 
com as variáveis predefinidas, conforme exemplificado na figura 19.
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Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
30
Objetivos a serem alcançados: 
 
a) reler os resumos, palavras-chave, título das publicações para avaliar a pertinência ou não em 
relação à questão clínica de pesquisa; 
b) selecionar aqueles que forem pertinentes; 
c) organizar os estudos pré-selecionados; 
d) identificar por meio de instrumento de avaliação.
Souza, Silva e Carvalho (2010) e Botelho, Cunha e Macedo (2011) afirmam que a categorização dos 
níveis de evidência pode basear-se no tipo de incidência, na cronologia ou características da amostra, 
bem como na classificação conceitual predeterminada, que facilite a descrição. 
Cook e Guyatt (1995) complementam que esse tipo de categorização em estudos relativos a 
tratamento e à prevenção é hierarquizada, de acordo com o grau de confiança dos estudos à qual está 
relacionada e a qualidade metodológica deles. 
Pereira e Bachion (2006) fizeram uma pesquisa com o objetivo de “fornecer subsídios operacionais 
para a realização de estudos de revisão sistemática” (p.491). Os achados dos autores revelaram que 
na literatura existem diferentes definições de classificação das evidências; e essas evidências podem 
ser classificadas por denominações como: tipo ou força de evidências, nível de evidências, nível do 
estudo que lhe deu origem, valor da evidência ou simplesmente hierarquia das evidências. 
A seguir, mostraremos, por meio das figuras 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24, a síntese elaborada por 
esses autores.
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31
Figura 17 – Tipo e força da evidência.
Figura 18 – Níveis de evidência.
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p.494).
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p.494).
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Figura 19 – Nível do estudo.
Figura 20 – Hierarquia da força da evidência.
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p. 495).
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p.495).
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33
Figura 21 – Valor da evidência.
Figura 22 – Hierarquia das evidências.
Figura 23 – Categorização das recomendações.
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p.495).
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p.495).
Fonte: PEREIRA; BACHION (2006, p.496).
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34
Tipo de evidencia
Revisão 
Sistemática ou 
Metanalise
Estudo 
randomizado 
controlado
Estudo controlado 
com randomização
Estudo caso-
controle ou estudo 
de coorte
Revisão 
sistemática 
de estudos 
qualitativos ou 
descritivos
Estudo qualitativo 
ou descritivo
Opinião ou 
consenso
I
II
III
IV
V
VI
VII
Evidência proveniente de uma revisão sistemática 
ou metanálise de todos os ensaios clínicos 
randomizados controlados ou oriundas de diretrizes 
baseadas em revisões sistemáticas de ensaios 
clínicos a controlados;
Evidência obtida de pelo menos um ensaio clínico 
com aleatorização, controlado e bem delineado;
Evidência proveniente de um estudo bem 
desenhado e controlado sem aleotorização;
Evidência proveniente de um estudo com desenho 
de caso-controle ou coorte;
Evidência proveniente de uma revisão sistemática 
de estudos qualitativos e descritivos.
Evidência de um único estudo descritivo ou 
qualitativo;
Evidência proveniente da opinião de autoridades e/
ou relatórios de comissões de especialistas/peritos.
Nível de evidência Descrição
Quadro 5 – Produções científicas: níveis de evidência
Fonte: Stillwell, Fineout-Overholt, Melnyk, Williamson, 2010, p.43. 
Pereira e Bachion (2006, p.496), recomendam graus (A, B e C) para os níveis de evidência de 
Stillwell, Fineout-Overholt, Melnyk, Williamson (2010), afirmando que:
No entanto, Oliveira (2014, p.36) afirma que cada tipo de pesquisa tem suas “vantagens e limitações”, 
tornando-se, “fundamental saber até onde se podem aplicar os resultados de cada uma delas”. 
Grau A = resultado recomenda a intervenção. 
Grau B = resultado não é conclusivo – não é suficiente para confirmar a hipótese. 
Grau C = resultado contraindica a intervenção.
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35
Assim, o importante é assegurar que o desenho apropriado de pesquisa seja utilizado para responder 
à pergunta formulada.
Por exemplo: é comum não encontrarmos um número de estudos classificados, por exemplo, no 
nível I, explicitados por Stillwell, Fineout-Overholt, Melnyk, Williamson (2010, p.43), que possam 
responder à questão clínica da pesquisa. Assim, autores como Nobre, Bernardo e Jatene, (2003, 
2004) Sandelowski e Barroso (2007), baseiam-se em três questões fundamentais: Os estudos são 
válidos? Quais são os resultados? Os resultados me ajudarão no cuidado do paciente? (CASP, 2011). 
Isso para realizarem os seguintes procedimentos de validade: 
a) validade descritiva – refere-se à identificação de estudos relevantes por meio de todos os meios 
acessíveis de busca (BARROSO et al., 2003) e pode ser representada pela questão:
b) validade interpretativa – compreende o reconhecimento da correspondência entre os dados 
registrados pelo revisor e sua interpretação com o conteúdo do estudo (BARROSO et al., 2003). 
Pode ser representada pela questão: 
Para estudos de intervenção, essa questão da credibilidade do estudo aborda o impacto da intervenção 
sobre os resultados e a probabilidade de obter semelhante resultado. Para estudos qualitativos, inclui 
avaliar se a abordagem de pesquisa se encaixa à finalidade do estudo, juntamente com a avaliação 
de outros aspectos da pesquisa, por exemplo, se os resultados podem ser confirmados.
c) validade teórica – diz respeito à credibilidade dos métodos desenvolvidos para atingir a síntese das 
evidências científicas que o revisor forneceu (BARROSO et al., 2003). Pode ser representada pela 
questão:
• Os estudos são válidos? 
• Quais são e quão importante são os resultados? 
• Os resultados do estudo são válidos? 
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36
Para que sejam válidos, os métodos de investigação precisam ser rigorosos e os instrumentos 
utilizados para medir os resultados-chave precisam ser confiáveis.
d) validade pragmática – refere-se à utilidade, aplicabilidade e transferência do conhecimento gerado 
para a prática (BARROSO et al., 2003). Pode ser representada pela questão:
Essa questão de aplicabilidade do estudo abrange considerações clínicas, tais como: os indivíduos 
do estudo são semelhantes aos que eu quero pesquisar? Os benefícios encontrados na pesquisa 
superam os riscos com a pesquisa? Existe viabilidade, custo-benefício para os pacientes? 
Outro ponto importante na revisão integrativa é a análise dos dados. Para Whitemoree Knafl (2005), esse 
é um grande desafio para o pesquisador, pois a análise e a síntese de várias fontes são procedimentos 
complexos e diversos quanto ao tipo de abordagem metodológica qualitativa ou quantitativa.
Na revisão integrativa de abordagem qualitativa, observa-se a diversidade de metodologias que 
possibilitam sintetizar os resultados das evidências científicas. A despeito de cada metodologia 
ter suas peculiaridades, elas também podem ser complementares, com características que se 
justapõem. 
Na revisão integrativa de abordagem quantitativa, a síntese das evidências científicas pode ser 
descritiva ou por meta-análise.
• Os resultados me ajudarão a cuidar de meus pacientes (da comunidade)? 
4.5 ETAPA 4: INTEGRAR AS EVIDÊNCIAS 
A metanálise é uma análise estatística, resultante da combinação dos 
resultados dos artigos originais, para produzir uma única medida do efeito 
da intervenção terapêutica, da acurácia do teste diagnóstico ou do fator 
de risco em estudo. Combinando-se as Evidências Científicas pode-
se aumentar o tamanho da população analisada, reduzir o intervalo de 
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Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
37
confiança, reduzir a probabilidade de que o resultado se deva ao acaso, 
estimar com mais precisão o resultado final, ajustar a magnitude do seu 
valor e aumentar a força da Evidência Científica (DE-LA-TORRE-UGARTE-
GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 2010, p.1264).
Essa análise é possível se houver semelhança entre as populações consideradas nas evidências 
científicas ou no caso da mesma intervenção, se houver homogeneidade entre os resultados das 
evidências científicas, tanto na forma como foram medidos, como na direção dos efeitos a favor de 
um dos grupos comparados (DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI; BERTOLOZZI, 2010).
Quando não é possível a meta-análise, a síntese será feita de maneira descritiva, por meio de um 
resumo textual das características e da informação relevante das evidências científicas. Tal modalidade 
possui menor valor científico quando comparada à meta-análise (JBI, 2009).
URSI (2005) lembra que, para extrair as informações dos artigos, o pesquisador deve fazer uso 
de um instrumento que permita analisar separadamente cada artigo, tanto num nível metodológico 
quanto em relação aos resultados das pesquisas. Tal instrumento deve possibilitar a síntese dos 
artigos, salvaguardando suas diferenças.
Um dos instrumentos utilizados para extrair as informações dos artigos selecionados é a matriz de 
síntese ou matriz de análise (Figura 28). Ela foi popularizada nas ciências da saúde por GARRAD, 
em 1999, e tem sido utilizada como ferramenta de extração e organização de dados de revisão 
da literatura em várias disciplinas, devido à sua capacidade para resumir aspectos complexos do 
conhecimento (URSI, 2005; BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). 
A matriz de síntese visa proteger o pesquisador de erros durante a análise, servindo de ferramenta de 
interpretação e construção da redação da revisão integrativa. Essa organização pretende ordenar e 
sumarizar cada estudo, auxiliando o pesquisador no processo de categorização.
Objetivos a serem alcançados: formar uma biblioteca individual com os artigos 
selecionados; elaborar e usar a matriz de síntese; analisar as informações; usar os 
critérios de validação para a análise crítica dos artigos e conteúdos selecionados; 
categorizar os conteúdos analisados e que respondem à pergunta clínica de pesquisa.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
38
Não há matriz de síntese correta. Dessa forma, a construção da matriz depende da interpretação e 
criatividade pessoal do pesquisador e da maneira como ele organiza seus dados.
A figura 24 mostra uma matriz de síntese que tinha por objetivo apresentar os resultados de um estudo 
que buscou conhecer a produção teórica e teórico-empírica, em torno dos fatores organizacionais 
que constituem ambientes favoráveis à inovação nas organizações. A aproximação ao estado da arte 
sobre o referido tema foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica sistemática.
Estratégia
Fatores 
Humanos e 
Culturais
Recursos Estrutura
Processos
Fatores 
Organizacionais
- Estratégia organizacional
- Inteligência competitiva
- Suporte/ comprometimento de alta direção
- Clima organizacional
- Liderança
- Grau de novidade 
do trabalho/ tarefas 
desafiadores
- Expectativas de 
prêmios e 
sanções
- LIberdade para 
expressar ideias 
- Aprendizagem 
encorajada
- Criatividade
- Autonomia
- Metas criativas
- Gestão de 
conhecimento
- Efiência percebida
- Resolução de 
conflitos
- Sinergia/objetivos 
complementares 
entre partes do 
processo
- Recursos financeiros
- Recursos humanos
- Idade dos gestores
- Nível de escolaridade 
dos colaboradores
- Recursos Técnicos
- Informações
- Tempo para 
dedicação à inovação
- Tamanho da 
organização
- Grau de formalização
- Grau de padronização
- Grau de influência 
nas decisões 
(centralização)
Figura 24 – Exemplo de uma matriz de síntese.
Fonte: FERNANDES; HOFFMANN; FEUERSCHÜTTE, 2013, p. 8.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
39
Uma matriz de síntese pode conter informações verbais, conotações, resumos de texto, extratos de 
notas, memorandos, respostas padronizadas e, em geral, dispor de dados integrados em torno de 
um ponto ou temas de pesquisa (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).
Em suma, a matriz deve conter informações sobre aspectos da investigação e permitir que o 
pesquisador tenha uma visão geral de dados relacionados a um desempenho de certos pontos.
Essa etapa diz respeito à análise e interpretação dos resultados, que serão expostas em forma de 
discussão. O pesquisador, guiado pelos achados, realiza a interpretação dos dados e, com isso, é 
capaz de levantar as lacunas de conhecimento existentes e sugerir pautas para futuras pesquisas 
(GANONG, 1987, citado por BOTELHO, CUNHA; MACEDO. 2011; MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 
2008; MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT; STILLWELL; WILLIAMSON, 2010). 
Para validar seu estudo, o pesquisador deve deixar claro quais lacunas foram encontradas na literatura 
e quais caminhos futuros outros pesquisadores podem adotar em suas pesquisas científicas (URSI, 
2005).
Essa última etapa consiste na elaboração do documento que deve contemplar, de forma criteriosa, 
a descrição de todas as fases percorridas pelo pesquisador e apresentar os principais resultados 
obtidos (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).
4.6 ETAPA 5: DISCUSSÃO DOS 
RESULTADOS BASEADOS EM EVIDÊNCIAS
4.7 ETAPA 6: APRESENTAÇÃO DA SÍNTESE 
DO CONHECIMENTO PRODUZIDO
Objetivo a ser alcançado: elaborar a discussão dos resultados.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
40
Os clínicos podem alcançar resultados maravilhosos para seus pacientes por meio da prática baseada 
em evidências, mas, muitas vezes, deixam de compartilhar suas experiências com os colegas ou 
com outras organizações de cuidados de saúde. Isso leva à duplicação desnecessária de esforços e 
perpetua abordagens clínicas que não são baseadas em evidências. Fazer apresentações na própria 
instituição, em conferências locais, regionais e nacionais e publicações para o público em geral, na 
forma, por exemplo, de relatórios periódicos ou boletins profissionais, estão entre algumas formas 
de divulgar iniciativas bem sucedidas (MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT; STILLWELL; WILLIAMSON, 
2010).
A revisão deve possibilitar a replicação do estudo. Dessa forma, a integrativa emitirá informaçõesque permitam aos leitores avaliarem a pertinência dos procedimentos empregados na elaboração 
da revisão. 
Para MENDES, SILVEIRA e GALVÃO (2008, p. 763), essa etapa é “um trabalho de extrema importância, 
já que produz impacto devido ao acúmulo do conhecimento existente sobre a temática pesquisada”.
Objetivos a serem alcançados: 
a) elaborar um documento que descreva detalhadamente a revisão integrativa realizada; 
b) expor propostas para estudos futuros.
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
41
5 ESTRUTURA DE 
UM PROTOCOLO 
DE REVISÃO 
SISTEMÁTICA 
INTEGRATIVA 
O Centro Crochane (2014) instrui sobre como deve ser a estrutura de uma revisão sistemática 
integrativa. Seguem as partes que compõem essa estrutura.
a) Uma folha de rosto, em que terá o título e detalhes da citação de revisão; o nome dos revisores, o 
endereço e outros dados para contato; corpo editorial responsável pelo grupo colaborativo de revisão 
e as fontes de fomento para preparar e atualizar a revisão. 
b) Um resumo bem elaborado. 
c) Um texto estruturado da revisão, apresentando:
• introdução/proposição de objetivos;
• materiais e métodos utilizados;
• resultados da revisão sistemática;
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
42
• discussão dos resultados encontrados, com julgamentos sobre as implicações para a 
prática e para a pesquisa, com citações completas dos estudos incluídos na revisão e os 
estudos excluídos (fornecendo as razões para a exclusão); 
• considerações finais com recomendações para estudos futuros.
Obs.: As tabelas devem conter as características dos estudos incluídos na revisão, as informações 
necessárias para avaliação da qualidade e, quando possível e apropriado, as tabelas devem 
apresentar os resultados da revisão e a apresentação da síntese estatística (meta-análise).
LOPES (2006), baseado nas orientações do Centro Crochane, descreve em seu artigo a estrutura de 
um protocolo de revisão sistemática integrativa, transcrita literalmente a seguir.
Diferentes métodos podem ser utilizados no desenvolvimento de uma revisão 
sistemática integrativa. Descrevo, a seguir, um exemplo de uma estrutura de protocolo/
artigo de revisão sistemática integrativa:
1. Introdução - semelhante a qualquer artigo.
2. Objetivos - neste caso, semelhantemente a demais trabalhos, mas com uma questão 
bem determinada, especifica-se o mais claramente possível em que população, quais 
intervenções e quais desfechos clínicos benéficos e prejudiciais serão investigados. 
Exemplo genérico: avaliar se intervenções psicoterápicas são efetivas no tratamento da 
fobia social, quais seus benefícios a longo prazo e possíveis efeitos adversos. É a partir 
desta questão que serão escolhidos estudos a avaliar.
3. Métodos
3.1. Tipos de participantes: De antemão, defina MUITO claramente quais artigos, 
referentes a que tipos de pacientes, serão revisados. Poderíamos, por exemplo, procurar 
por todos os artigos no mundo referentes a psicoterapia em pacientes com fobia 
social, qualquer que fosse o critério diagnóstico adotado, ou, eventualmente, restringir 
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
43
somente àqueles trabalhos sobre pacientes diagnosticados pelas classificações oficiais. 
Diferentemente das revisões tradicionais, aqui é obrigatório deixar claro exatamente de 
quais pacientes estamos falando.
3.2. Tipos de intervenção: Novamente, é fundamental deixar explícito todas as 
intervenções sobre as quais estaremos procurando estudos. No exemplo anterior, talvez 
escolhêssemos buscar artigos sobre psicanálise, terapia comportamental, psicoterapia 
breve, psicodrama e psicologia analítica, na fobia social.
3.3. Tipos de medidas de desfecho clínico: antes de revisar qualquer artigo, indique 
muito claramente os seguintes itens: 
a) O que, na sua revisão, é considerado como eficácia clínica? Melhorar 10 pontos em 
uma escala de avaliação de fobia social seria considerado um bom método para avaliar a 
melhora? A deterioração no funcionamento social será investigada? 
b) Quais efeitos adversos clinicamente importantes devem ser identificados? Enumere, 
um a um, os efeitos adversos fundamentais, os quais serão investigados em todos os 
trabalhos. 
c) Quais são as medidas de aceitabilidade do tratamento? Quantos, ao final de cada 
estudo, desistiram do tratamento? 
3.4. Tipos de estudos: serão incluídos ensaios clínicos quase-randomizados? Outros 
tipos de estudo poderão entrar na revisão de alguma forma? Serão investigados apenas 
estudos comparando com placebo, ou quaisquer estudos?
3.5. Estratégia de busca: Este item merece destaque especial. Aqui, indica-se COMO os 
artigos serão encontrados. Todos os artigos merecem ser encontrados (inclusive aqueles 
relatando resultados negativos). Há inúmeras modalidades de busca, três das quais 
merecem destaque: 
MANUAL DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA INTEGRATIVA
Suporte ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
44
a) Busca em bases de dados computadorizadas: na área de saúde, existem várias 
disponíveis, com diferentes especificidades. Na MEDLINE, por exemplo, podemos 
encontrar as citações a uma grande parcela dos estudos de língua inglesa. Estudos 
europeus (ou de língua não inglesa), por sua vez, teriam maior chance de identificação 
na EMBASE, assim como estudos latino-americanos estariam catalogados 
preferencialmente no LILACS. Utilize o maior número possível de bases de dados para 
encontrar os artigos a revisar, seja qual for a língua ou país. Não se esqueça de que 
cada base de dados possui comandos de busca com uma sintaxe própria, capazes 
de aumentar ou diminuir a sensibilidade e a especificidade da sua busca, bem como 
o número de citações recuperadas. Escreva em quais bases de dados pesquisou, 
transcreva detalhadamente a estratégia de busca e, se possível, identifique o período 
coberto em cada pesquisa. Exemplo: MEDLINE (janeiro de 1966 a agosto de 1999): 
((social[Title Word] AND phobia[Title Word]) AND psychother*[Title Word]) 
b) Busca manual: neste caso, podemos procurar em todas as edições de certos 
periódicos, buscando artigos específicos de nosso interesse. 
c) Contato pessoal e busca por artigos não publicados: por vezes, certos estudos 
(especialmente aqueles com resultados negativos) não são publicados, embora seus 
manuscritos estejam à disposição das instituições e/ou dos autores originais. É sempre 
útil entrar em contato com estes autores, visando identificar ensaios não publicados. 
3.6. Métodos da revisão
Não se esqueça de descrever: 
a) Quem revisou os artigos? Houve mais de um revisor envolvido? Os artigos foram 
avaliados independentemente por cada revisor? 
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45
b) Quais critérios foram utilizados para avaliar a qualidade metodológica dos estudos? 
Eles foram descritos explicitamente na revisão? Como os artigos foram hierarquizados, 
em termos de nível de evidência, segundo esses critérios? 
c) Como analisar os trabalhos que não descrevem o que aconteceu àqueles pacientes 
desistentes do estudo (ou as razões de desistência)? 
d) O que será feito quando um artigo não descreve claramente os resultados? 
e) Foram indicadas, de antemão, possíveis causas de heterogeneidade de resultados a 
investigar? 
f) Houve algum tipo de análise de subgrupos? 
Finalmente, quando os dados numéricos disponíveis permitirem um tratamento 
estatístico, sempre cite: 
a) Como serão analisados os dados dicotômicos dos diferentes artigos? Por exemplo,

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