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Objetivos UNIDADE 4. A matriz impedância de barra Rafaela F. A. Guimarães OBJETIVOS DA UNIDADE • Estudar a matriz impedância de barra e obtê-la por inversão da matriz YBARRA; • Abordar equivalente reduzido do sistema, elementos de transferência, adições radiais e inclusão da mútua; • Aprofundar conhecimentos sobre as matrizes de sequência; • Realizar a análise de contingência, verificação de violação de limites. TÓPICOS DE ESTUDO Clique nos botões para saber mais A matriz impedância de barra – // Montagem da matriz de impedâncias nodais // Obtenção por inversão de YBARRA // Significado físico dos elementos de ZBARRA // Solução de sistemas de equações lineares // Estudo de fluxo de potência em redes em malha // Equivalente reduzido do sistema // Elementos de transferência // Adições radiais Operação ótima e segura do sistema de transmissão – // Os estados de um sistema de potência // Avaliação da segurança: análise de contingências A matriz impedância de barra Dada uma rede genérica com n nós, conforme a Figura 1, os elementos da matriz de impedâncias nodais podem ser definidos como a seguir: • Impedância de entrada na barra i: é definida pela relação entre a tensão na barra i e a corrente nela injetada (através da aplicação de um gerador de corrente), quando as demais barras da rede são deixadas em aberto: • Impedância de transferência entre as barras j e i: é definida pela relação entre a tensão na barra j e a corrente injetada aplicada na barra i, quando as barras da rede, menos a da i-ésima, são deixadas em aberto: Figura 1. Definição da matriz Z. Fonte: KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005, p. 313. (Adaptado). MONTAGEM DA MATRIZ DE IMPEDÂNCIAS NODAIS A aplicação da definição das Equações (01) e (02) para a barra i permite a obtenção de uma coluna da matriz de impedâncias nodais. Aplicando-se as mesmas equações para as demais barras da rede, obtemos todas as colunas da matriz de impedâncias nodais, a denominada matriz Z. Para facilitar o cálculo dos elementos da matriz Z a partir da definição, é normal aplicar um gerador de corrente de 1 pu, dado que as redes são lineares – obviamente, o denominador das expressões (01) e (02) será unitário, e os elementos da Z serão numericamente iguais às respectivas tensões nodais. OBTENÇÃO POR INVERSÃO DE YBARRA A inversa da matriz admitância de barras (matriz Y) é dada por Z = Y-1 (3) Conhecida como a matriz de impedância de barras, ela encontra aplicação no contexto de análise de faltas. Quando a rede é fracamente conectada à terra (admitâncias shunt muito pequenas), a matriz Y é praticamente singular, e Z, numericamente mal condicionada. Este problema é prevenido eliminando a barra de folga e trabalhando com as matrizes reduzidas resultantes. Sejam V̇ e İ e os vetores obtidos após a remoção das variáveis da barra de folga, então, a equação i = Y V̇ (4) pode ser reescrita da seguinte forma: ir = Yr V̇r + Ys V̇s (5) Onde Yr é a matriz de admitância obtida após a remoção da linha e da coluna da barra de folga, Ys é a coluna eliminada, e V̇s é a tensão na barra de folga. Reordenando os termos, obtemos: V̇s = Zr [ir - Ys V̇s] (6) Onde Zr = Yr -1 é a matriz de impedância de barras reduzida. Partindo de um conjunto inicial de tensões Vr0 , as correntes de barra são obtidas da seguinte maneira: ii = (Pisp - j Qisp) / Vi*i = 1, 2, ..., n - 1 (7) Então, podemos substituir a Equação (7) na Equação (6) e o processo é repetido até que a convergência seja obtida. Para obtermos a convergência, iteramos a equação repetidas vezes até que a diferença da tensão V̇r, obtida em duas iterações seguidas, seja menor do que um erro estipulado. Esse procedimento permite implementar vários refinamentos, todos conduzindo a uma melhor convergência. O preço pago por ela vem da matriz Z, que é cheia, o que significa que o custo por iteração cresce com n2. Se técnicas de esparsidade forem adotadas, este peso será aliviado, percorrendo a fatoração triangular de Yr, em vez de usar sua inversa explícita. SIGNIFICADO FÍSICO DOS ELEMENTOS DE ZBARRA Em um sistema elétrico genérico, a matriz de impedâncias nodais relaciona as tensões nodais com as correntes injetadas. Observe o sistema da Figura 2, no qual estão aplicados n geradores de corrente. Figura 2. Rede genérica. Fonte: KAGAN, 2005, p. 315. (Adaptado). A Figura 3 mostra a aplicação do princípio da superposição para o sistema da Figura 2, que pode ser resolvido pelo cálculo de n circuitos, cada um com a aplicação de um gerador de corrente ativa (1 pu) e os demais desativados (0 pu, em aberto). Cada um dos circuitos da Figura 2 representa a determinação de uma coluna da matriz Z, conforme definido anteriormente, ou seja, os itens (a), (b) e (c) da Figura 3 ilustram a determinação das colunas 1, i e n, respectivamente. Figura 3. Princípio da superposição. Fonte: KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005, p. 315. (Adaptado). As tensões nodais em cada um dos nós da Figura 3 podem ser obtidas, por superposição, dado por: V1 = V1,1 + … + V1,i + … + V1,n… Vi = Vi,1 + … + Vi,i + … + Vi,n… (8) Vn = Vn,1 + … + Vn,i + … + Vn,n E, utilizando as definições das impedâncias de entrada e de transferência (Equações 01 e 02), podemos escrever as equações abaixo V1 = Z1,1 I1,1 + … + Z1,i I1,i + … + Z1,n I1,n… Vi = Zi,1 Ii,1 + … + Zi,i Ii,i + … + Zi,n Ii,n… (9) Vn = Zn,1 In,1 + … + Zn,i In,i + … + Zn,n In,n Matricialmente, temos que: Ou, simplesmente, V = Z . I, mostrando que a matriz Z relaciona o vetor de tensões nodais com o vetor de correntes injetadas de um sistema elétrico, ou seja, a matriz Z é a matriz inversa da Y. Desta forma, a i-ésima coluna da matriz Z pode ser obtida a partir da resolução do seguinte sistema de equações: SOLUÇÃO DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES A Equação (12) permite a determinação de uma coluna da matriz de impedâncias nodais pela solução de um sistema linear de equações. Este tipo de sistema pode ser resolvido a partir da triangularização da matriz (de admitâncias nodais, neste caso) e de um processo de retrossubstituição. Este método é bastante conveniente para sua aplicação na resolução de redes elétricas, principalmente porque a matriz de admitâncias nodais é esparsa (só conta com elementos na diagonal e nas posições das matrizes correspondentes às ligações entre barras). A matriz triangularizada correspondente também é, geralmente, esparsa. CURIOSIDADE Além disso, o método permite com que a matriz de admitâncias nodais seja triangularizada uma única vez para diversos possíveis vetores de termos independentes, ou seja, diferentes vetores de correntes injetadas. Por exemplo, para a determinação sequencial de colunas da matriz Z, pode-se triangularizar a matriz Y uma única vez. Para explicar o método, utilizemos o sistema I = Y . V para uma rede com três barras: A triangularização consiste em, através de manipulações algébricas no sistema de equações, transformar a matriz em triangular superior, com os elementos da diagonal unitários, ou seja: Deve-se notar na Equação (14) que a manipulação algébrica sobre as equações lineares modifica o termo conhecido, no caso, o vetor de correntes injetadas. // Retrossubstituição A partir da Equação (14), torna-se trivial a determinação do vetor desconhecido, no caso, o vetor de tensões nodais, utilizando o método denominado de retrossubstituição. Basta partir da última equação em direção à primeira. Assim, da última equação, obtemos: V3 = I'3 (15) Partindo para a segunda equação e substituindo o valor de V3, obtemos: V2 = I'2 - Y'23 V3 (16) E, finalmente, substituindo os valores de V3 na primeira equação: V1 = I'1 - Y'12 V2 - Y'13 V3 (17)// Triangularização da matriz A triangularização da matriz pode ser realizada da seguinte forma, para cada linha em análise: • Os elementos da linha em análise são multiplicados pelo inverso do elemento da diagonal, de modo que a diagonal seja unitária; • Os elementos da coluna da matriz abaixo da diagonal da linha em análise devem ser transformados em zero. Para tanto, basta realizar operações algébricas nas linhas dos elementos que se deseja anular com a linha em análise. O procedimento dos passos acima é realizado da primeira até a última linha da matriz. Para exemplificar o procedimento, considere o sistema da Equação (18). Realizando o primeiro passo para a primeira linha do sistema, tem-se: O segundo passo consiste em transformar os elementos Y21 e Y31 em nulos. Para o elemento Y21, por exemplo, basta multiplicar a primeira linha por – Y21 e somar com a segunda. Realizando de forma análoga para Y31, temos que: Como este é o resultado da primeira linha em análise, podemos dizer que os elementos Yij foram modificados para Yij(1), e os elementos do termo conhecido foram modificados para Ii(1), ou seja: Aplicando o procedimento para a segunda linha, devemos multiplicá-la por 1/Y22(1) e zerar o elemento Y32(1), resultando no seguinte sistema: Ou seja, os elementos da segunda linha em diante foram modificados de Yij(1) para Yij(2), assim como os elementos do vetor de termos conhecidos de Ii(1) para Ii(2). Finalmente, a aplicação do procedimento para a te rceira linha passa somente pelo primeiro passo, ou seja, basta multiplicá-la pelo inverso do elemento da diagonal. E, com a terceira correção do elemento I3 do termo conhecido, tem-se: Assim, a matriz Y é triangularizada, e o vetor de termos conhecidos é corrigido em função das manipulações algébricas realizadas. // Correção do termo conhecido após a triangularização da matriz O procedimento de transformação do termo conhecido segue uma formação bastante definida, que pode ser verificada pela triangularização realizada no item anterior. Para cada linha i em análise, os termos Ik (k > 1) e Ii são modificados conforme as seguintes equações: onde os termos Ii(0) e Iij(0) representam elementos do sistema original. Notando ainda que, pelo fato da matriz Y ser simétrica, Isso resulta que a correção a ser aplicada sobre os elementos do vetor de termos conhecidos, para emular as operações realizadas, deve ser feita, para cada linha em análise, da seguinte forma: Além disso, na Equação (27), a correção em Ik depende do elemento Yik modificado pela triangularização da matriz, ou seja, este fator de correção está armazenado na própria matriz triangularizada. ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA EM REDES EM MALHA O sistema de transmissão possui, usualmente, redes em malha. Nessas áreas, geralmente, utilizam para a representação dos trechos, os modelos de linha curta e linha média, respectivamente. As barras de uma rede apresentam seis grandezas básicas: tensão da barra, caracterizada por seu módulo e rotação de fase; potência complexa, definida pelas potências ativa e reativa impressas na barra; e corrente impressa na barra, caracterizada pela intensidade de corrente e pelo ângulo de rotação de fase; isto é, as grandezas de uma barra genérica i são representadas por: • vi – tensão de fase da barra, em pu; • si – potência aparente fornecida à carga da barra, em pu; • pi – potência ativa fornecida à carga da barra, em pu; • qi – potência reativa fornecida à carga da barra, em pu; • ii – corrente impressa à carga da barra, em pu. Entre elas, subsistem as relações si = pi x j qi = vi x ii* (28) que representam duas equações, igualdade das partes reais e imaginárias. Por outro lado, a rede, através da matriz de admitâncias nodais, [Y], fixa outra equação complexa, que relaciona a tensão com a corrente Ii = ∑k = 1,n yi,k υk. As seis grandezas estão correlacionadas por quatro equações, portanto, as barras de qualquer rede contam com dois graus de liberdade, ou seja, em uma barra podem ser fixadas arbitrariamente duas grandezas, por exemplo, a tensão em módulo e fase, ou a tensão em módulo e a potência ativa injetada, ou as potências ativa e reativa impressas na barra, ou ainda qualquer outra combinação de parâmetros. Nos estudos de fluxo de potência é usual fixarem-se os tipos de barras a seguir: • Barra swing, na qual fixa-se a tensão impressa à barra em módulo e fase, sendo de responsabilidade do estudo a determinação da potência impressa; • Barra de tensão controlada, na qual fixa-se o módulo da tensão impressa e a potência ativa injetada na barra. Este tipo de barra é frequentemente utilizado em redes que contam com vários pontos de fornecimento ou com cogeradores; • Barra de carga, na qual fixa-se a demanda em termos de potência ativa e reativa. Destaca-se que as barras intermediárias, que não possuem carga, são representadas como barras de carga em que a potência complexa injetada é nula. A carga das barras poderá ser representada pelos modelos de potência, corrente ou impedância constante com a tensão ou por uma combinação entre eles. Para uma rede que disponha somente de barra swing e de carga, o procedimento usual para o cálculo das tensões nas barras de carga é particionar a matriz de admitâncias nodais da rede pela linha e coluna correspondente à última barra swing, isto é, Na Equação (29) observa-se que, no segundo membro, as tensões das barras swing são conhecidas e as tensões das barras de carga são incógnitas e, por outro lado, no primeiro membro, as correntes impressas na barras swing são incógnitas e as correntes impressas nas barras de carga podem ser estabelecidas a partir de estimativa das tensões das barras ii = si*/υi* . Assim, desdobrando-se a Equação (29) em suas submatrizes, resulta Ou, corrigindo-se as correntes de carga pelas contribuições da barra swing, isto é, [ICarga,Corrig] = [ICarga] - [YCarga,Swing] [VSwing] (31) temos: [VCarga] = [YCarga,Carga]-1 [ICarga,Corrig] (32) Na Equação (29) é possível observar que a solução é iterativa, pois as correntes de carga são determinadas a partir do valor calculado para a tensão de carga. Uma vez determinadas as tensões, as correntes impressas nas barras swing são determinadas por [ISwing] = [YSwing,Swing] [VSwing] + [VSwing,Carga] [VCarga] (33) O procedimento genérico para o estudo de fluxo de potência pode ser resumido nos passos a seguir: • 1º Passo – Inicializam-se as tensões nas barras de carga, usualmente com tensão de 1 ∠ 0º pu; • 2º Passo – Em função dos modelos de carga utilizados, são calculadas correntes impressas nas barras de carga; • 3º Passo – Através da Equação (32) determinam-se as tensões nodais das barras de carga; • 4º Passo – São determinados os desvios entre as tensões em duas iterações sucessivas. Caso algum dos desvios exceda a tolerância, repete-se os passos 2 e 3. Encerra-se o processo iterativo de determinação das tensões nodais quando os desvios de todas as barras forem não maiores que a tolerância ou quando for superado o número de iterações. Dentre os métodos numéricos de resolução de sistemas de equações do fluxo de potência, destacam-se os métodos de Gauss ou Gauss-Seidel e o de Newton Raphson. EQUIVALENTE REDUZIDO DO SISTEMA O uso de mais de um condutor por fase, ou seja, cabos com feixes de condutores, reduz a impedância equivalente da linha de transmissão e permite incrementar a potência transmitida. Também facilita uma redução das perdas pelo efeito corona e a interferência em frequências de rádio devido a uma redução nos gradientes de tensão na superfície do condutor. Para casos de linhas de transmissão de 400 kV e superiores, é prática comum usar quatro condutores em feixe para cada fase, enquanto para as linhas de 230kV usa-se somente feixes de dois ou três condutores por fase. Em estudos de sistemas de potência, o interesse está centrado nas fases e não nos condutores. Então, algumas providências devem ser tomadas para calcular os equivalentes reduzidos de um condutor por fase. Os condutores equivalentes consideram corretamente a configuração original, mas conservam unicamente a informação essencial. A redução de um feixe de condutores pode ser obtida de diferentes formas. Uma delas é usando o conceito de RMG (raio médio geométrico) equivalente, que, embora seja um método independente da frequência, produz resultados de precisão razoável, especialmente nas frequências industriais. Uma abordagem mais rigorosa, que inclui a dependência da frequência na redução da matriz de impedâncias séries, utiliza técnicas de redução de matrizes. Usando esse método, todas as impedâncias dos condutores são calculadas explicitamente, e depois de manipulações algébricas dos termos da matriz de impedâncias, é feita a eliminação matemática dos feixes de condutores. A eliminação utiliza o procedimento da redução de Kron. Para ilustrar o procedimento de eliminação usado quando os condutores em feixe estão presentes, consideramos o caso de uma linha de transmissão trifásica (a, b e c) com dois condutores por fase (1, 2) e sem cabos para-raios. A matriz dos parâmetros das impedâncias em séries representando essa linha de transmissão é dada por Cada fase consiste em dois condutores paralelos, com a corrente distribuída. ELEMENTOS DE TRANSFERÊNCIA Quando a solução do fluxo de carga relaciona várias áreas interconectadas, então pode ser interessante forçar um fluxo de potência ativa que está saindo de uma área especificada a ser igual a um valor previamente fixado. Isso pode ser atingido ajustando o ponto de operação de um ou vários geradores dentro da área. No método de Newton-Raphson, essa restrição pode ser levada em conta adicionado a seguinte equação não linear: ΔPIk = PIsp - ∑Pijk = 0 (35) onde PIsp é a potência de intercâmbio desejada, e os Pijk são os fluxos de potência através das linhas de acoplamento na iteração k. Obviamente, a restrição adicional deve ser compensada com uma nova variável no vetor de estado, que pode ser, por exemplo, a potência ativa fornecida pelo gerador responsável pela regulação. No FCDR (fluxo de carga desacoplado rápido, uma das maneiras de se resolver os sistemas com mais incógnitas do que equações, como é o caso da análise de sistemas de transmissão), o erro de intercâmbio na iteração k pode ser usado para modificar a potência ativa do gerador de regulação na iteração seguinte. Dessa forma, a potência total gerada dentro da área deve ser corrigida da seguinte forma: ΔPG = α ΔPIk (36) onde α = 1, um valor razoável, considerando que as perdas ôhmicas nas linhas de transmissão são pequenas. A correção total ΔPG pode então ser repassada a um gerador, ou mais frequentemente, rateados entre um conjunto de geradores previamente especificados. ADIÇÕES RADIAIS A maioria das redes de distribuição são projetadas e construídas de forma que exista pelo menos um caminho alternativo para todo ponto de demanda quando uma seção de alimentador falhar por qualquer motivo, e isso leva a uma configuração malhada. No entanto, devido ao âmbito geográfico de tais redes, que alcançam virtualmente todos os extremos de um país, e considerando que cada alimentador atende a um número reduzido de consumidores, essas redes operam de forma radial. O motivo é a tentativa de reduzir a potência de curto-circuito e a complexidade dos sistemas de proteção e de chaveamento. Isso significa que, no nível de distribuição, a confiabilidade (número e duração de interrupções) é claramente sacrificada na busca de redução de custos. Nesse tipo de redes, caracterizada pela elevada relação de r/x (onde r é a resistência e x é a reatância) e seções de alimentador muito curtas, o desempenho do FCDR é frequentemente pobre. O método de Newton- Raphson padrão encontra dificuldades quando aplicado a certos casos de sistemas mal condicionados. Por outro lado, a configuração particular de tais redes (topologia radial, um único ponto de alimentação) é muito adequada para o desenvolvimento de procedimentos especializados mais simples e competitivos que os algoritmos baseados na matriz Jacobiana. Vamos estudar aqui o caso monofásico. Vamos considerar uma rede radial com n barras, numerada a partir da subestação de forma que cada barra preceda seus sucessores a jusante. Iniciando com perfil de tensão de partida plana V0, o processo de solução consiste em três passos, que são repetidos até que as tensões complexas de duas iterações consecutivas sejam suficientemente próximas: 1. Para o conjunto de tensões estimadas, encontrar a corrente líquida extraída de cada barra onde Sisp é a potência complexa, absorvida pela carga local na barra i, e ysi é a admitância shunt, se existir, conectada nessa barra. 2. Varrer todos os ramos da árvore dos extremos para a subestação (isto é, a montante) e encontrar as correntes de ramo Iy usando a lei de correntes de Kirfchhoff Iijk = Ijk + ∑m∈j,m ≠ i Ijm J = n, n - 1, ..., 2 (38) onde i e j são, respectivamente, as barras de envio e de recepção. Na prática, os passos 1 e 2 podem ser realizados em um único. 3. Varrer a árvore em direção oposta (isto é, a jusante), atualizando as tensões de barra a partir da subestação e considerando as respectivas quedas de tensão no ramo Vjk + 1 = Vik + 1 - zij Iijk J = 2, 3, ..., n (39) onde zij é a impedância série do ramo i – j, e a tensão complexa da barra de envio Vi é especificada (barra de folga). Devido à topologia radial, não existe necessidade de se construir e manipular explicitamente qualquer matriz de impedância ou de admitância, sendo suficiente uma lista ordenada para executar os cálculos para a frente e para trás. Uma versão ligeiramente mais robusta surge quando se trabalha diretamente com fluxos de potência de ramos em lugar das correntes de ramo. Neste caso, a Equação (38) é substituída pela relação: Sik = Sisp + ysi* (Vik)2 i = n, n - 1, ..., 2 (40) Também durante a varredura para trás, as perdas de potência nos ramos podem ser levadas em conta quando calculamos os fluxos de potência dos ramos: Então, na operação de varredura para a frente, atualizam-se as tensões: Operação ótima e segura do sistema de transmissão Nos estágios iniciais dos estudos de engenharia elétrica, os sistemas de potência eram formados por geradores isolados que forneciam energia a um número reduzido de cargas locais. Essas configurações, relativamente fáceis de controlar e supervisionar, deram lugar aos sistemas de potência atuais, constituídos de múltiplos geradores e carga, conectados a uma rede de transmissão de alta tensão. Consequentemente, devido à sua topologia malhada e pela multiplicidade dos equipamentos, o planejamento e a operação dos sistemas de potência se tornaram muito complexos. O crescimento da complexidade dos sistemas de potência, com uma clara tendência ao incremento das interconexões com sistemas adjacentes, é devido, principalmente, à importância da diminuição dos custos da eletricidade e à melhoria da confiabilidade no seu fornecimento. Além disso, a progressiva liberalização das restrições realça a participação em diferentes atividades para facilitar a competição no mercado elétrico, e, com isso, adiciona maior complexidade na operação dos sistemas de potência. Como resultado, atualmente, é obrigatório projetar um gerenciamento adequado dos sistemas de energia (Energy Management Systems), onde são coletadas as informações disponíveis e levadas a cabo tarefas tais como a supervisão e o controle. Por esse motivo, é também necessário um pessoal qualificado em planejamentoe operação para assegurar o fornecimento da energia elétrica. Este capítulo apresenta os conceitos inerentes, as atividades e as ferramentas indispensáveis para a operação de sistemas de potência nesse contexto. Deve ser dada especial atenção a ferramentas matemáticas e computacionais para formulação e solução de problemas de redes de transmissão e sua otimização. Inicialmente, é apresentada uma classificação do estado do sistema de potência, como uma função do grau de segurança, para identificar as diferentes atividades envolvidas na operação do sistema. Na sequência, são apresentadas as técnicas de análise de contingências para determinar o grau de segurança do sistema de potência, constituindo a base de muitos estudos sobre planejamento ou operação em tempo real. Posteriormente, é apresentada uma breve introdução do problema de fluxo de potência ótimo. OS ESTADOS DE UM SISTEMA DE POTÊNCIA Focado na operação de sistemas de potência, o objetivo do controle em tempo real é basicamente manter as grandezas elétricas dentro de limites predeterminados. Essas grandezas são principalmente as tensões nas barras e os fluxos de potência. O processo envolve a correção ou o ajuste dos efeitos da variação da demanda e a consequência de eventos possíveis, mas não previstos. Em consequência, para o operador responsável pelo sistema, a segurança pode ser quantificada em termos de sua capacidade de permanecer em um estado factível, sem violar nenhum dos limites operacionais especificados. Em outras palavras, é a capacidade de manter o estado desejado na presença de mudanças esperadas (variação da geração e da demanda) e eventos não previstos e chamados contingências. A correta compreensão do papel desempenhado pelas diferentes atividades envolvidas na operação de um sistema de potência exige a classificação dos possíveis estados do sistema como uma função do grau de segurança. Esta classificação está baseada na proposta de DyLiacco. Usando-a como ponto de partida, os estados do sistema são definidos de acordo com a Figura 4. Figura 4. Estados de operação de um sistema de potência. Fonte: GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011, p. 177. (Adaptado). O sistema de potência está em estado normal quando se encontram atendidas a demanda e todas as restrições operacionais, isto é, quando os geradores, assim como os equipamentos restantes, trabalham dentro de limites desejáveis. Se não existe violação de limites, mas o critério de segurança acordado não está sendo cumprido, então se diz que a rede está em estado de alerta. Se o sistema entra em um estado de emergência, definido como o estado em que aparecem algumas variáveis com os limites operacionais violados devido a uma variação inesperada da demanda, ou devido a uma contingência, então devem ser tomadas ações corretivas para eliminar todas as violações dos limites e trazer o sistema de volta ao estado normal (controle corretivo). Em certas circunstâncias, é necessária a atuação de dispositivos de proteção ou a intervenção do operador para evitar maiores problemas (corte de carga), produzindo a interrupção do serviço aos consumidores. Nesse novo estado, os operadores devem procurar restaurar o serviço interrompido (estado restaurativo). Portanto, o objetivo que guia as ações do operador depende do estado do sistema. EXEMPLIFICANDO Por exemplo, se o sistema completo sofreu um blecaute, os operadores da rede de transmissão não devem tentar restabelecer o sistema interrompido. Esse objetivo afeta não somente as ações de controle disponíveis, mas também a fase de concepção dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, para assegurar que as condições de operação sejam retomadas em um tempo razoável. O objetivo do controle corretivo é a restauração do sistema para o estado normal, seguro ou inseguro, com prioridade absoluta, já que, em estado de emergência, as considerações econômicas são secundárias. Uma vez que as variáveis se encontram novamente dentro de seus limites, o objetivo é basicamente econômico: minimização dos custos de produção e da distribuição da geração total entre as unidades de geração mais econômicas. Se a segurança do sistema é considerada prioritária, o controle preventivo entra em cena para levar o sistema para um estado seguro. A decisão de realizar ações de controle preventivo é sempre tratada como um compromisso entre economia e segurança, objetivos que geralmente são conflitantes. Portanto, a existência de prioridades deve guiar as ações de controle no sistema. Principalmente impostas pelo seu estado, as prioridades podem ser contraditórias, como acontece quando são necessárias ações de controle preventivo para garantir a sua segurança, enquanto ele é movido para longe do ponto de operação do estado ótimo, em termos dos custos de produção. Finalmente, deve ser enfatizada a importância dos sistemas de controle e supervisão (SCADA, do inglês Supervisory Control and Data Acquisition), junto com as ferramentas como estimadores de estado, para acompanhar a evolução das diferentes grandezas elétricas. AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA: ANÁLISE DE CONTINGÊNCIAS A avaliação do grau de segurança de um sistema de potência é um problema crucial para o planejamento e a operação diária. Sem levar em conta aspectos dinâmicos, a segurança de um sistema de potência deve ser interpretada como a segurança contra uma série de contingências previamente definidas; portanto, o conceito de segurança e sua quantificação estão condicionados. Nesse sentido, um critério comum é considerar as seguintes contingências: • Uma contingência simples de qualquer elemento do sistema (gerador, linha de transmissão, transformador ou reator) conhecido como critério de segurança N – 1; • Saída simultânea de linhas de circuito duplo que partilhem torres em uma parte significativa do percurso da linha; • Em situações especiais, a saída do gerador de maior capacidade em uma área e a saída de algumas linhas de interconexão com o resto do sistema. Em estudos de planejamento, que são mais exigentes com relação à segurança que a própria operação, é considerada a saída simultânea dos elementos do sistema (critério N – 2). Além disso, a análise de confiabilidade do sistema, comumente usada em estudos de planejamento, está baseada em uma análise detalhada que considera saída simples ou simultânea de múltiplos circuitos, fazendo uso das probabilidades de ocorrência de falha e dos tempos de reparos. Consequentemente, a avaliação da segurança, mais conhecida como análise de contingências, basicamente consiste em múltiplos estudos que visam a determinar o estado da rede após a saída de um ou de múltiplos elementos. A análise de contingências implica, na verdade, em realizar um cálculo completo de fluxo de carga para cada contingência selecionada. A questão é como selecionar as contingências para uma análise detalhada, de forma que nenhuma das contingências problemáticas seja deixada sem análise; também deve ser levada em conta a velocidade requerida para responder, de forma adequada, às exigências da operação em tempo real. As técnicas correntes para análise de contingências sempre incluem uma seleção prévia dessas contingências, baseadas em modelos aproximados. Então, as contingências consideradas problemáticas são analisadas detalhadamente usando um algoritmo de fluxo de carga – geralmente um fluxo de carga desacoplado rápido (FCDR) devido à sua velocidade de resposta. dores após uma contingência escolhida. Essas técnicas fazem uso de fatores de distribuição, isto é, fatores lineares que representam a mudança unitária do fluxo de potência em cada linha de transmissão ou transformador após a saída de um gerador ou de um circuito. Para calcular de forma aproximada o fluxo de potência ativa em cada ramo, após uma contingência especificada,é suficiente multiplicar o correspondente fator de distribuição pela potência do gerador perdido ou pelo fluxo perdido no ramo antes da contingência. Alguns autores propuseram o uso de fatores de distribuição para detectar problemas de tensão anormal. Contudo, a característica fortemente não linear do problema, que relaciona tensões e potência reativa, permite questionar os resultados obtidos usando essa técnica. Esse fato, além de mascarar problemas inerentes ao uso de índices de ordenamento, justifica o desenvolvimento de um segundo grupo de técnicas para detectar contingências problemáticas, conhecidas como filtragem de contingência. Elas encontram o estado aproximado do sistema de potência após uma contingência usando apenas um ou duas iterações de um algoritmo de fluxo de carga, inicializado a partir do estado de pré-contingência, seguido de uma verificação dos ramos que estão sobrecarregados e das tensões fora de seus limites. Caso sejam verificados problemas, então encontra-se o estado pós-contingência exato para confirmar as suspeitas. // Análise de contingências baseada em fatores de distribuição Em redes de transmissão, é possível usar um modelo linear aproximado, que considera somente fluxos de potência ativa, o fluxo de carga CC. O fluxo de carga CC fornece uma relação linear entre a injeção de potência ativa e os ângulos de fase das tensões nas barras, onde xij é a reatância do ramo entre as barras i e j. A equação anterior pode ser escrita na forma matricial como P = B θ . Então, os ângulos de fase podem ser removidos para obter uma relação linear entre os fluxos de potência, P1, e as potências injetadas nas barras P, onde A é a matriz de incidência ramo-nó reduzida (retirando a barra de folga), X é matriz de reatância diagonal dos elementos dos ramos, e Sf é a matriz de sensibilidade entre fluxos de potência dos ramos e as potências injetadas. Como se está analisando um sistema linear, o princípio de superposição pode ser aplicado, e, consequentemente, os fluxos de potência, após uma mudança nas potências injetadas, podem ser calculados como: Os fatores de distribuição da injeção são definidos como o incremento do fluxo em um dado elemento (linha ou transformador) localizado entre as barras m e n, após um incremento unitário da potência injetada na barra i: Ressalta-se que os fatores de distribuição dependem somente da topologia da rede; consequentemente, eles podem ser calculados off-line, usando técnicas de solução de matrizes esparsas. O incremento de fluxo em um elemento de ramo, ΔPmn, após a saída de um gerador na barra i, pode ser encontrado da seguinte forma: • Se a geração perdida é assumida pela barra de folga: ΔPi = - P0Gi Isto é, a geração de potência ativa antes da contingência. • Se a geração perdida é compartilhada entre os geradores restantes para modelar a resposta do controle automático de geração (CAG), os fatores de partilha Υij devem ser usados: sabendo-se que ∑j≠iγij = 1 No caso de contingências devido à saída de uma linha ou transformador, os fluxos pós-contingências podem ser encontrados, usando o teorema da compensação para sistemas lineares, como descrito na Figura 5. Dessa forma, as mudanças de fluxo pela saída de um ramo entre as barras i e j, transportando um fluxo de potência ativa P0ij antes da saída, são encontradas como onde a matriz S´f é encontrada modificando o modelo original para eliminar a saída do ramo ij. e ΔPi contém apenas P0ij na barra i, e -P0ij na barra j, Figura 5. Aplicando o teorema de compensação para a saída de um ramo. Fonte: GÓMEZ- EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011, p. 184. (Adaptado). Consequentemente, o fator de distribuição correspondente ao elemento de ramo localizado entre as barras m e n é encontrado da seguinte forma: Uma alternativa ao uso do teorema da compensação para encontrar os fatores de distribuição está baseada no modelo de saída do ramo, usando duas injeções fictícias em ambas as extremidades. Esta técnica permite evitar a refatoração da matriz B para encontrar S´f. As injeções fictícias devem coincidir com o fluxo de potência após a saída (Figura 6): Figura 6. Modelagem de saída de um ramo usando injeções fictícias. Fonte: GÓMEZ- EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011, p. 184. (Adaptado). A equação anterior produz Então, o fluxo através do ramo mn, após a saída do ramo ij, é encontrado por: E o correspondente fator de distribuição, ρijmn , por: De forma semelhante, podem ser encontrados fatores de distribuição para contingências múltiplas, resolvendo um sistema linear de equações para calcular as injeções fictícias nos extremos dos ramos sob contingência, levando em conta as interações entre as saídas dos ramos. Obviamente, ambos os métodos são equivalentes e fornecem fatores de distribuição idênticos. O método comumente usado para detectar contingências críticas está baseado na determinação de um ordenamento de contingências em ordem decrescente de severidade. Um índice de ordenamento é usado para quantificar o nível de carregamento do sistema após uma contingência dada, por exemplo, onde Pfk é o fluxo de ramo do elemento k, de um total de b linhas e transformadores, encontrado, aproximadamente, usando fatores de distribuição. Neste caso, o índice de ordenamento é apenas a taxa média de linhas e de transformadores. Na prática, foram propostos vários índices de ordenamento, incluindo fatores de ponderação para dar maior importância aos elementos relevantes. Uma vez encontrados os índices de ordenamento para todas as possíveis contingências, elas são classificadas em ordem decrescente. Dessa forma, a análise começa a priori com a contingência mais crítica, descendo ao longo da lista até que uma contingência não problemática seja encontrada (Figura 7). Figura 7. Análise de contingências baseada no índice de ordenamento. Fonte: GÓMEZ- EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011, p. 186. (Adaptado). Os principais inconvenientes do método baseado no índice de ordenamento são os erros inerentes aos fatores de distribuição e a possibilidade do mascaramento de uma contingência problemática, como resultado da condensação das taxas de carregamento de todos os elementos do tipo ramo em apenas um valor. Isto é, a técnica de ordenamento poderia dar prioridade a uma contingência que resulta em sobrecargas ligeiras em vários elementos em vez de uma contingência crítica em termos da magnitude da sobrecarga. // Análise de contingências baseada em fluxo de carga Como discutido antes, o uso de fatores de distribuição fornece uma precisão razoável para análise de sobrecargas após uma contingência. Contudo, os fatores de distribuição não podem ser usados para análise de tensão anormal, que pode aparecer após uma contingência, devido a uma forte não linearidade do problema de tensão. Uma técnica comum para detectar problemas de tensão pós-contingência é usar o programa de fluxo de carga desacoplado rápido, devido à sua velocidade de resposta para encontrar, aproximadamente, o estado de pós- contingência. As tensões complexas pré-contingência são usadas para inicializar a solução do fluxo de carga, e somente uma iteração completa é executada. O método é baseado na verificação de sobrecargas e de problemas de tensão no estado aproximado obtido após a primeira iteração do problema de fluxo de carga. Caso sejam detectados problemas, o algoritmo iterativo continua até a convergência, verificando a existência de sobrecargas ou violações de limites de tensão no estado exato pós-contingência. As técnicas de filtragem de contingência, baseadas no fluxo de carga desacoplado (Figura 8), são usualmente chamadas algoritmos 1P – 1Q, devido à solução sequencial das equações de potência ativa e reativa. Figura 8. Contingência de barreira usando o fluxo de carga desacopladorápido. Fonte: GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011, p. 187. (Adaptado). Obviamente, a principal vantagem das técnicas de barreira em relação às técnicas de ordenamento está no fato de que todas as contingências são analisadas, mesmo que aproximadamente, sem fazer nenhuma seleção prévia. Contudo, podem aparecer erros de identificação, já que os fluxos e tensões são valores aproximados, encontrados após somente uma iteração do algoritmo de fluxo de carga. Várias técnicas foram propostas com base no cálculo de apenas um subconjunto de variáveis par cada contingência. As técnicas de fronteira podem ser incorporadas não somete para ordenamento de contingências, mas também no algoritmo de fluxo de carga para analisar as contingências críticas. é a hora de sintetizar tudo o que aprendemos nessa unidade. Vamos lá?! SINTETIZANDO Estudamos a matriz impedância de barra, assim como a maneira de se obtê-la a partir da matriz admitância de barra. Também foi ressaltada a diferença entre estas duas matrizes, demonstrando que a matriz admitância é esparsa (formada por muitos zeros), ao contrário da outra, que é cheia. Depois estudamos o significado físico dos elementos da matriz impedância e de sua importância na análise do fluxo de potência. Foram abordados também a transferência de carga entre sistemas e a diferença deste estudo para as redes em anel e radias. Os parâmetros de linhas formadas por condutores múltiplos e com mútuas também foram abordados, para termos uma noção do que deve ser alterado na configuração do fluxo de potência quando estes componentes estão presentes. Finalmente, estudamos as matrizes de sequência e a análise de contingência, abordando a verificação e a violação dos limites e, assim, identificando quando o sistema está funcionando normalmente, em situação de alerta, emergência ou se restaurando de uma anormalidade. Foram abordados também o que fazer em cada uma destas situações. Com isto, estudamos de forma abrangente os sistemas elétricos de potência e seus componentes, como geradores, linhas de transmissão e cargas, assim como seu modelamento através da análise do fluxo de potência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, A. E. A.; Neves, W. L. A. 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