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hooponopono o caminho mais facil -lauroribeiro

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1 
Apresentação. 
 
Caro(a) amigo(a), 
 
Baixei esse pequeno livro na internet e 
fiquei encantado com ele. Antes havia lido o 
artigo de autoria de Joe Vitale sobre a 
Ho’oponopono, o método de cura hawaiana. Esse 
livro vai além do artigo e analisa o processo 
sendo aplicado em todos os aspectos da vida. Como 
estava em tradução digital e por isso mesmo com 
muitos erros de grafias, concordâncias, regência e 
palavras trocadas, ousei fazer uma revisão e em 
alguns momentos uma adaptação. 
O método de cura hawaiana consiste 
basicamente em praticar o perdão, sobretudo o 
auto-perdão, o controle da mente, a tolerância 
para com as atitudes do próximo, a não resistência 
e em assumir a total responsabilidade sobre nossos 
sentimentos. Essa filosofia teve vários defensores 
e praticantes na terra: Jesus Cristo, Gandhi, 
Buda, Martin Luther King, São Francisco de Assis, 
etc. Mas é sempre bom recordar e renovar ou 
implantar esses valores em nós mesmos, lendo essa 
pequena e valiosa obra que nos fala numa linguagem 
suave, simples e envolvente. 
Não consegui descobrir o nome e demais 
dados da autora. Deu para saber que seu primeiro 
nome é Mabel, que é argentina, judia e contadora. 
Todo o resto é uma incógnita para mim. 
Cometi a ousadia de inserir alguns 
comentários meus distribuídos no decorrer do 
livro. Desculpem mas não resisti. Esses 
comentários foram inseridos em fonte diferente e 
na cor azul, assim como essa apresentação. Caso o 
leitor queira ignorá-los, basta ler somente os 
escritos em preto. 
Gostaria de me apresentar a você. Sou 
Lauro Ribeiro e me considero ser o que se costuma 
chamar de um “buscador”. Desde a adolescência 
busco compreender a vida, descobrir o segredo da 
felicidade e da realização pessoal. Sempre me 
interessei por literaturas, filmes, e outros 
instrumentos que motivam, induzindo à busca do 
 2 
auto conhecimento e do desabrochar das 
potencialidades latentes do ser humano, que são 
infinitas e surpreendentes. Já li muita coisa a 
respeito, vários autores e ainda leio. Sou viciado 
em leitura e gosto também de escrever. 
Indentifico-me com todas as comunidades do Orkut 
que seguem essa linha: O Segredo, Pensamentos 
Positivos, Visualizações, Poder do Agora, 
Meditações, espiritualismo, etc. Exerço a 
atividade de escritor de forma semi-profissional, 
atuando como revisor, adaptador, comentarista de 
obras literárias, textos publicitários, etc. Atuo 
também como ghost-writer e biógrafo. 
 
Se você está lendo essas linhas é porque 
também é um buscador, assim como eu. Eu te desejo 
uma boa busca e fico feliz em tê-lo como 
companheiro de viagem, essa viagem fascinante pra 
dentro de nós mesmos onde estão todas as 
respostas. 
 
Boa leitura. 
 
 
 
O CAMINHO MAIS FÁCIL – HO’OPONOPONO (A 
CURA HAWAIANA) 
 
PREFÁCIO 
 
Desde pequena sabia que era portadora de um 
segredo, sabia que obteria tudo que desejasse. Mas tinha a crença 
de que teria que trabalhar muito para conseguir, que tudo teria um 
preço, e esse preço seria muito caro. 
 
Logo consegui tudo o que alguém poderia desejar 
materialmente e emocionalmente falando: casa e carros novos, 
dinheiro para viagens, compras, um marido que me adorava e dois 
filhos sadios e preciosos. Entretanto eu não era feliz, pelo contrário 
era muito irritada. 
 
Um dia vi que meu filho maior, Jonathan, estava com o 
mesmo comportamento, com a mesma irritação que eu sentia. Isso 
 3 
foi um golpe muito grande para mim, fez com que eu despertasse e 
sentisse que deveria fazer algo a respeito. Aquilo teria que parar. 
 
Nesse momento comecei minha busca. Meu primeiro 
seminário foi sobre o tema Irritações, com o Dr. Hill, a quem fiquei 
imensamente grata por tudo que me ensinou. Em seguida pratiquei 
yoga e visualizações com a Anna, o que me permitiu entrar em 
contato com o poder incrível que temos em nosso interior, capaz de 
criar e atrair aquilo que queremos. Experimentei mudança mais 
radical quando uma amiga me emprestou um livro de metafísica 
incrível. Este livro de fato me despertou. Falava muito de Jesus, e 
eu apesar de ser judia, senti-me muito bem o lendo. Na verdade 
não conseguia me soltar do livro e queria lê-lo inteiro num único dia. 
 
Comecei a praticar as técnicas mencionadas no livro e 
constatei que funcionavam. Tive mais uma vez a confirmação de 
que o poder de mudança estava dentro de mim mesma e que não 
dependia de nada nem de ninguém. Então vi que tinha descoberto 
algo grande, muito grande. E meu coração começou a pulsar 
diferente, estava feliz como nunca estivera antes, uma felicidade 
impossível de descrever em palavras. 
 
Então após experimentar vários caminhos cheguei ao 
Ho’oponopono, uma arte hawaiana muito antiga que nos ensina a 
resolver nossos problemas. Graças a essa arte descobri que a vida 
pode ser fácil, muito mais fácil do que jamais tinha imaginado. 
Depois de muito procurar acabei descobrindo meu caminho, que me 
permite estar em paz no meio da tempestade, sentir-me livre 
independentemente do que estiver ocorrendo ao meu redor ou do 
que os outros estejam falando ou fazendo. É por isso que decidi 
compartilhar com vocês o que aprendi até agora através deste 
pequeno livro. Estou muito agradecida por essa oportunidade. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Uma vez um professor contou-me a historia hawaiana 
da criação do mundo. Segundo essa historia quando Deus criou a 
terra e pôs nela Adão e Eva, disse-lhes que estavam no paraíso, 
que não deveriam preocupar-se com nada, que tudo de que 
necessitassem lhes seria provido. Também lhes disse que lhes 
daria um presente, a oportunidade de escolher se queriam tomar 
suas próprias decisões, e nesse caso lhes daria o livre arbítrio. 
 4 
Então Deus criou a árvore das maçãs e disse-lhes: 
-“Isso se chama pensar. Vocês não necessitam de 
pensar. Eu posso prover todas suas necessidades. Não devem 
preocupar-se, mas podem escolher se ficam comigo ou se tomam 
seu próprio caminho”. 
E assim eles escolheram comer a maçã, ou seja, 
decidiram pensar por si mesmos e assumir os riscos. Mas o grande 
problema não foi comer a maçã, e sim não se fazerem responsáveis 
e dizer: “Sinto-o”. Foi aí que Adão teve que ir procurar seu primeiro 
trabalho. 
 
Tal como Adão, estamos sempre mordendo a maçã, 
sempre pensando que sabemos mais, que podemos resolver tudo 
sozinhos com nosso pensamento e não nos damos conta de que 
existe um caminho bem mais fácil. 
 
Comentário: 
A questão do pensamento precisa ser bem 
explicada. O pensamento é o que difere o homem de 
outros animais. Deus disse ao casal no paraíso 
que eles teriam de tudo que necessitassem, e que 
para isso não precisariam pensar. O que o criador 
quis dizer era que eles não precisavam se 
preocupar, ficar pensando com angústia de onde 
viria a próxima refeição ou aonde iriam se abrigar 
durante a noite. Disse também a eles que poderiam 
pensar (assumir a responsabilidade) se quisessem 
bastando para isso comer a maçã. Quando Adão e Eva 
comeram a maçã, decidiram-se pelo livre arbítrio, 
ou seja, pensarem por si mesmos. Porém eles não 
sabiam ainda como fazer e desconheciam o poder do 
pensamento, essa que é a força mais poderosa do 
universo. Sentiram-se inseguros e preocupados, o 
que levou Adão a sair à procura do primeiro 
trabalho. Sua mente racional passou a funcionar, e 
ela lhe dizia que ele deveria trabalhar a fim e 
prover o seu sustento. Ele desconhecia que 
bastaria alinhar seus pensamentos ao pensamento de 
Deus para criar tudo de que necessitava. Bastaria 
ter fé, assim como as aves dos céus e os lírios 
dos campos para que fossem supridas todas as suas 
necessidades. Eles não entenderam e julgaram que 
teriam que conquistar tudo com suor e esforço. 
 5 
Desde então a humanidade assim age para conseguir 
seus intentos: trabalho duro, competitividade, 
esperteza. Se Adão e Eva não sabiam usar de forma 
correta o poder do pensamento, tampouco nós o 
sabemos atualmente, milênios depois. Estamos em 
busca do paraíso, aquele perdido lá atrás com a 
mordidana maçã. E essa é a nossa angustia, pois 
quase sempre procuramos no lugar errado. Por isso 
que a autora diz que continuamos mordendo a maça, 
todos os dias, e acreditando conhecer tudo, nos 
afastamos de nossa originalidade. 
Outra coisa que quero explicar que toda 
essa história de Adão e Eva é figurativa e 
simbólica. Sabemos pela teoria da evolução da 
espécie que não faz sentido real a historia do 
primeiro casal, sendo apenas uma alegoria. 
 
Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora diz que o 
ego se identifica com as posses, o trabalho, o nível social, o 
conhecimento, a fama, mas nenhuma delas é você. Você acha isso 
aterrador ou é um alívio sabe-lo? Cedo ou tarde você terá que 
renunciar a todas essas coisas, e saberá que isso irá ocorrer 
quando a morte se aproximar. A morte é despir-se de tudo que você 
não é. O segredo da vida é morrer antes de morrer e descobrir que 
a morte não existe. 
 
O ideal é que você liberte-se de sua mente, daquela 
voz interna que comenta, especula, julga, compara, queixa-se, 
aceita, rechaça e assim por diante. A voz não se refere ao seu 
momento presente, ela está revisando um passado recente ou 
longínquo, ou então imaginando situações futuras. A vida é uma 
repetição de lembranças que são como chips, ou uma gravação que 
toca em nossas cabeças 24 horas por dia. Essas gravações, essas 
fitas nos dirigem e influenciam sem que nos demos conta. Não 
podemos evitar que essas gravações existam mas podemos 
escolher parar de toca-las, como se desligássemos o toca fitas. 
 
Neste livro utilizo certas terminologias e conceitos que 
desejo esclarecer. Muitos deles se apóiam no Ho’oponopono, a 
antiga arte hawaiana. No último capitulo detalho técnicas e 
ferramentas específicas desta arte. Ela nos ensina como desligar o 
toca-fitas, como parar a gravação em nossa mente, aquelas que 
não nos servem e que já não funcionam a para nós. Somente 
 6 
quando cessamos essas gravações é que podemos descobrir quem 
realmente somos e todo o poder que possuímos. Ao apagar, limpar 
e remover antigas lembranças permitimos que nossos sentimentos 
sejam transmutados e começamos então a experimentar nosso 
verdadeiro ser. 
 
O Ho’oponopono é um processo de perdão, 
arrependimento e transmutação. Cada vez que utilizamos qualquer 
de suas ferramentas, estamos assumindo 100% da 
responsabilidade sob nós mesmos e pedindo perdão (a nós 
mesmos). Aprendemos que tudo o que acontece em nossas vidas é 
projeção de nossa programação mental. Podemos escolher nos 
posicionar como um observador, observar nossos pensamentos, 
nossa programação e então libera-la para que se vá. Ou então 
podemos reagir e nos prender a elas. Todos nós temos um 
rascunho incorporado e a tecla de deletar, mas nos esquecemos 
como usa-la. 
 
O Ho’oponopono nos ajuda a recordar o poder que 
temos de escolher entre apagar (soltar) ou reagir, ser feliz ou sofrer. 
É só uma questão de escolha em cada momento de nossas vidas. 
Quando no livro menciono “limpar” ou “apagar”, estou me referindo 
ao uso das técnicas de Ho’oponopono para apagar as lembranças e 
pensamentos que criam nossos problemas. 
 
Queria também lhes esclarecer que quando menciono 
a palavra Deus não o estou fazendo absolutamente em seu 
contexto religioso. Para mim, Deus é essa parte que temos dentro 
de nós mesmos que sabe tudo, tem todas as respostas. Em 
realidade não pode ser definido em palavras pois é uma 
experiência. Também notarão que uso a palavra Deus como 
sinônimo de Amor. Refiro-me ao Amor Incondicional, aquele que 
pode curá-lo de tudo. Este é o Amor que tem todas as respostas. 
 
Quando menciono os ensinamentos de Jesus, 
tampouco o faço em um contexto religioso. O propósito é recordar 
ao leitor que sempre tivemos mestres que vieram nos despertar 
para a verdade como, por exemplo, Jesus que falava em dar a outra 
face, um conceito até hoje difícil de entender. Entretanto quando 
apagamos em vez de reagir estamos dando a outra face, a face do 
amor. O liberar em vez de reter e reagir é dar a outra face. 
 
 7 
Este breve resumo de alguns conceitos básicos que 
utilizo e pretendo transmitir tem como finalidade esclarecer meus 
pontos de partida. Minha esperança é que o leitor encontre neste 
livro uma fonte de técnicas, ferramentas e sabedoria que lhe 
permita sentir, tomar decisões e viver com a liberdade, a paz interior 
e o amor que é patrimônio de todos os seres humanos. 
 
QUEM SOU? 
A única razão de nossa existência é a de descobrir 
quem somos. 
 
Um eminente professor visita um mestre Zen e ao 
chegar lhe diz: “Olá, sou o Dr. Fulano. Sou isto, sou aquilo, sou 
formado nisso e naquilo, sou detentor dos títulos tal e tal. Faço tal e 
qual coisa, etc., etc. e eu gostaria aprender Budismo”. O mestre 
calmamente convida o ilustre visitante a sentar-se e lhe oferece 
uma taça de chá. Entrega-lhe então a taça vazia para segurar e 
começa a despejar o chá. A taça então enche e o mestre continua a 
despejar a ponto de começar a derramar o chá. O visitante 
assustado diz: “ A taça está transbordando, e o chá está 
derramando”. Ao que o mestre responde: “Exatamente. Você veio 
com sua taça cheia, ela está transbordando. De modo que, como 
poderá aprender algo? Você já está alagado com tudo esse 
conhecimento. A não ser que você venha vazio e aberto, não posso 
lhe ensinar nada…”. 
 
A maior parte de minha vida vivi pensando que eu era 
Mabel, Argentina, contadora, etc., etc. Definia-me por meu títulos, 
meus rótulos. Minha taça vivia cheia de conhecimentos que me 
afastavam de mim mesma. Só acreditava naquilo que podia tocar 
ou ver. Para mim, todos aqueles que falavam do esotérico eram 
“loucos” ou “boêmios” que não sabiam o que estavam dizendo e 
não pertenciam a este mundo. Esta maneira de pensar me trouxe 
muito sofrimento. Entretanto, quando descobri que eu era muito 
mais que meu corpo físico, me abriu um mundo novo cheio de 
infinitas possibilidades, um mundo sem grades. Quando me deu 
conta do poder que tinham meus pensamentos, entendi o porquê da 
vida. 
 
Muitos de nós vivemos com estas grades. Sentimo-las, 
mas não as vemos porque são invisíveis. Estas grades são nossas 
crenças, nossos julgamentos e opiniões, e sobre tudo o que nós 
pensamos de nós mesmos. No momento em que decidirmos tomar 
 8 
consciência de quem somos realmente, as grades se abrem e nos 
damos conta de que somos livres, sempre o fomos sem que 
soubessemos. Assim conseguimos escapar da prisão que nós 
mesmos criamos. 
 
Disseram-nos que somos seres humanos e nos 
acreditamos isso. Se pensarmos que somos seres indefesos e sem 
nenhum poder, isso é o que vamos manifestar na vida. Somos os 
reis de nosso próprio império e podemos construir e manifestar tudo 
o que nos quisermos em nossas vidas. Não depende de ninguém 
mais, somente de nós. 
 
Todos somos filhos de Deus e fomos criados a sua 
semelhança. Somos criadores. Como criamos?. Com nossos 
pensamentos. É assim bem simples. 
 
Alguns mestres nos falam da necessidade de “fazer de 
conta” (ou nos darmos conta), e nos dizem: “Façamos de conta que 
somos seres iluminados. Façamos de conta que somos amados Por 
Deus. Ou Façamos de conta que somos perfeitos tal como somos. 
Respiremos profundamente e aspiremos aquilo que é verdade, 
somente então tudo fará sentido. É necessário buscar a verdade. 
Você deverá construir sua vida fundamentada nesta verdade. Se 
aspirarmos aquilo que é verdadeiro, a verdade é automaticamente 
atraída a nossas vidas”. 
 
Quem sou? Essa é a única pergunta que devemos nos 
fazer na vida. Descobrir nossa verdadeira essência e identidade é a 
razão de nossa de nossa existência e deveria ser nossa única 
preocupação, nossa única meta. É muito importante descobrir quem 
somos. 
 
Através do Ho’oponopono, esta arte hawaiana muito 
antiga que agora pratico e ensino, aprendi que nossa mente se 
divide em três partes: o superconsciente, o consciente e o 
subconsciente. Isto me ajudou a entender um pouco mais como 
funcionamos.O superconsciente, é nossa parte espiritual. É aquela 
parte que, não importa o que esteja passando, é sempre perfeita. É 
a parte que sabe sobre tudo, tem bem claro quem é em todo 
momento. 
 
 9 
O consciente é a parte mental, o que nós chamamos o 
intelecto. É um aspecto muito importante de nós, porque é a parte 
que tem a capacidade de escolher, já que dispomos de livre-arbítrio. 
Em cada instante de nossa vida estamos escolhendo. O que 
escolhemos?. Escolhemos se vamos reagir e nos agarrar com o 
problema ou se preferirmos soltá-lo e deixar que o resolva aquela 
parte nossa que sabe o que deve fazer. Também escolhemos se 
vamos aceitar que não sabemos nada (e que não precisamos 
saber) ou se preferimos pensar que nosso conhecimento é melhor 
que o de Deus e que podemos resolver tudo sozinhos e por nossa 
conta. O consciente é a parte que decide se opta por assumir 
100% da responsabilidade e dizer: “Sinto muito, me perdoe por 
aquilo que está em mim que criou isto”, (Ho’oponopono) ou 
assinalar com o dedo e jogar toda a culpa a outro. 
 
O intelecto não foi criado para saber. Não necessita 
saber nada. O intelecto é um presente, o presente que temos de 
escolher. 
 
O subconsciente é nossa parte emocional. É a criança 
interior. Esta é a parte que armazena todas as lembranças na 
memória. Esta parte muito importante parte nossa é descuidada 
constantemente, e sem controle é a responsável por aquilo que 
manifestamos em nossas vidas. Esta é a parte que dirige nosso 
corpo, a que respira automaticamente sem que tenhamos que 
“pensar” em respirar. É nossa parte intuitiva. Alguma vez notaram 
que nos sentimos nervosos e não sabemos por que?. O 
subconsciente nos alerta (se prestarmos atenção) quando estamos 
em perigo. Se estivéssemos mais atentos a esses sinais do 
subconsciente, poderíamos evitar muitos eventos desagradáveis. 
Esta é a parte mais amiga que podemos ter. É muito importante que 
nos comuniquemos com ela. Devemos aprender a amá-la e cuidá-la 
muito bem. 
 
Uma vez que decidimos trilhar pelo caminho de nos 
tornarmos responsáveis e conscientes, nossa criança interior fará a 
limpeza (Ho’oponopono) por nós automaticamente sem que 
tenhamos que pensar. Nas classes do Ho’oponopono, trabalhamos 
muito com esta criança interior. Aprendemos como nos comunicar 
com ela, como cuidá-la, e sobretudo, como trabalhar com ela para 
“soltar”, liberar os problemas do dia a dia sem nos apegarmos a 
eles. 
 
 10 
No livro O Ensino do Buda diz: “Embora um homem 
vença a milhares de homens nos campos de batalha, só aquele 
que vence a si mesmo ganhará sua batalha”. 
 
Comentário: 
A autora cita o lado espiritual do ser 
humano o qual chama de superconsciente. Essa é a 
parte nossa que tudo sabe, que tem contato com o 
transcendental. Muitas vezes esses contatos não 
acontecem porque os canais estão obstruídos. 
Nossas crenças, programações, as agitações da 
mente e da vida obstruem esse canal de fundamental 
importância para nossa realização e para 
descobrirmos nosso verdadeiro caminho. 
 
Nossa mente racional que a tudo julga e 
analisa ela chama de consciente ou intelecto. O 
consciente é importante, pois é com ele que 
escolhemos, e a todo instante estamos fazendo 
escolha. Com o consciente controlamos nosso 
presente mesmo que não nos demos conta disso. E 
automaticamente estamos plantando a semente do 
futuro. 
 
O subconsciente ela coloca como aquela 
parte do cérebro que registra todas as nossas 
experiências. Os maus tratos da infância, as 
coerções mentais, crenças e complexos que nos 
forma inculcados, tudo está registrados no 
subconsciente. Estão lá nos limitando e sabotando. 
É por isso que ela o relaciona com a criança 
interior, com a qual é preciso se comunicar a fim 
de liberar essas programações mentais que nos 
prejudicam. 
 
 
Uma vez li o seguinte conto: 
Havia uma vez, em algum lugar que poderia ser 
qualquer lugar, e em um tempo que poderia ser qualquer tempo, um 
formoso jardim, com umas macieiras, laranjeiras, pereiras, belas 
roseiras, todas elas felizes e satisfeitas. Tudo era alegria no jardim, 
exceto por uma árvore profundamente triste. A pobrezinha tinha um 
problema: Não sabia quem era!. 
 11 
“O que lhe falta é concentração”, dizia-lhe a macieira. 
“Se realmente tentar, poderá produzir saborosas maçãs. Veja como 
é fácil”. 
“Não escute a macieira”, exigia a roseira. “É mais 
simples ter rosas, e vê quão belas são as rosas!”. 
E a árvore desesperada, tentava tudo o que lhe 
sugeriam, e como não conseguia ser como outros, sentia-se cada 
vez mais frustrada. Um dia chegou ao jardim o mocho, a mais sábia 
das aves, e ao ver o desespero da árvore, exclamou: “Não se 
preocupe. Seu problema não é tão grave. É o mesmo de muitos 
seres sobre a terra. Eu te darei a solução: “Não dedique sua vida a 
ser o que outros queiram que você seja. Seja você mesma, 
conheça-te , ouça sua voz interior”. E dito isto, o mocho 
desapareceu. 
Minha voz interior?. Ser eu mesma? Conhecer-me?”. 
perguntava-se a árvore desesperada, quando de repente 
compreendeu. Fechando os ouvidos, abriu o coração, e por fim 
pôde escutar sua voz interior lhe dizendo: 
--“Você jamais dará maçãs porque não é uma macieira, 
nem florescerá cada primavera porque não é uma roseira. É um 
carvalho, e seu destino é crescer grande e majestosa. Está aqui 
para dar proteção às aves, sombra aos viajantes, beleza à 
paisagem!. Tens uma missão!. Cumpre-a!”. 
E a árvore se sentiu forte e segura de si mesma e se 
dispôs a ser todo aquilo a que estava destinada. Assim logo ocupou 
seu espaço e foi admirada e respeitada por todos. E só então o 
jardim foi completamente feliz. 
 
Eu olho ao redor e me pergunto: “Quantos serão 
carvalhos que não se permitem a si mesmos crescer? Quantos são 
roseiras que, por medo à provocação, só dão espinhos? Quantas 
laranjeiras terá que não sabem florescer?” Na vida todos temos um 
destino a cumprir, um espaço a preencher. Não permitamos que 
nada nem ninguém nos impeça de conhecer e compartilhar a 
maravilhosa essência de nosso ser. 
 
O QUE É UM PROBLEMA? 
 
Um problema só é um problema se dissermos que o é. 
E o problema não é o problema, mas nossa reação quanto ao 
problema é que é o problema. 
Dr. Ihaleakalá Hew len 
 
 12 
Há um ditado Zen que diz: “Não podemos impedir que 
os pássaros voem sobre nós, mas podemos impedir que eles façam 
ninhos em nossas cabeças”. 
 
Não se trata de negar os problemas, mas de não cair 
na tentação de lhes dar demasiada atenção e importância. Trata-se 
de descobrir quem somos, e quando o fazemos, desenvolvemos e 
sentimos uma liberdade interna tamanha que estas coisas já não 
podem nos distrair. 
 
Nosso subconsciente tem armazenado todas as nossas 
lembranças. Enquanto as lembranças estão adormecidas, 
acomodados no banco de nossa memória, não ocasionam nenhum 
inconveniente. Pessoas que aparecem de repente à nossa frente, 
visitas que fazemos a certos lugares ou certas situações que 
vivenciamos fazem com que essas lembranças despertem. Desse 
modo, as memórias se convertem em pensamentos e se 
manifestam. Por isso é muito importante saber que na realidade as 
pessoas aparecem em nossa vida para nos dar outra oportunidade. 
Qual é essa oportunidade?. É a de assumirmos a responsabilidade 
cem por cento e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está 
em mim que criou isto”. (Ho’oponopono). Notaram que cada vez 
que surge um problema, ele é sempre um presente? Se o tema não 
estivesse dentro de nós, não seríamos capazes de percebê-lo. Os 
problemas são simplesmente uma repetição de nossas lembranças. 
 
São como informação que está gravada em numa fita 
de áudio. Quando a fita funciona, pensamos que é real. Os 
problemas se repetem porque, quando aparecem, reagimos e 
apegamos a eles. Não deixamos de pensar no assunto, e assim 
ficamos agarrados a ele em vez de soltá-lo. Perceberam que só 
pensamos com veemência quando aparece um problema? Uma 
vez que se inicia este ciclo vicioso, esquecemo-nosque temos o 
poder de parar a gravação. 
 
Em seu livro O Poder do Agora, Eckhart Tolle diz: “A 
mente nunca pode encontrar a solução, nem pode permitir-se deixar 
que você a encontre, porque ela mesma é parte intrínseca do 
‘problema’”. 
 
Muitas vezes a gravação está funcionando, mas o 
volume está muito baixo, e por esta razão, nem sequer estamos 
conscientes dela. Entretanto, o subconsciente sempre está tocando 
 13 
as gravações. Por isso é tão essencial assumir cem por cento da 
responsabilidade. Só desse modo entendemos que somos 
simplesmente nós e nossas gravações, nossos pensamentos e 
nossos programas. Tomemos o exemplo de um filme projetado na 
parede ou numa tela. Sabemos perfeitamente que, embora vejamos 
a imagem projetada na parede ou na tela, a mesma não está lá, 
mas dentro da máquina de projeção. O mesmo ocorre com nossos 
problemas. Quando estes aparecem, é só uma projeção do que 
está acontecendo dentro de nós mesmos e não fora. Entretanto, 
passamos a vida tentando trocar a tela, mas não é esse o 
problema. Procuramos a solução no lugar errado. 
 
É muito importante recordar que os problemas, as 
situações e as pessoas não existem fora de nós tal como os 
percebemos, mas sim nossa percepção é simplesmente um reflexo 
de nossos pensamentos. Os problemas tampouco são o que 
pensamos que são. Nunca sabemos o que é o que está se 
passando realmente. Os problemas são sempre “oportunidades”. 
Devemos nos dar conta que temos um efeito sobre o evento ou o 
problema, e que nós o criamos. Esta é na realidade uma boa 
notícia, pois se nós o criamos, nós podemos trocá-lo sem depender 
de nada nem de ninguém. 
 
Há uma história que conta que em uma aldeia havia um 
ancião muito pobre, mas até os reis lhe invejavam porque possuía 
um formoso cavalo branco. Os reis lhe ofereceram quantidades 
fabulosas pelo cavalo mas o homem dizia: 
--“para mim ele não é um cavalo; é uma pessoa. E 
como se pode vender uma pessoa, um amigo?”. 
Era um homem pobre, mas nunca vendeu seu cavalo. 
Uma manhã descobriu que o cavalo já não estava no estábulo. 
Todo o povo se reuniu dizendo: 
--“Velho tolo. Sabíamos que algum dia lhe roubariam o 
cavalo. Teria sido melhor se o tivesse vendido. Que desgraça!”. 
--“Não vamos tão longe”, disse o ancião. 
“Simplesmente digamos que o cavalo não está no estábulo. Este é 
o fato. Todo o resto é seu julgamento. Se for uma desgraça ou uma 
sorte eu não sei, porque isto é apenas um fragmento. Quem sabe o 
que vai acontecer amanhã?”. 
Todos riram dele. Acreditavam que o ancião estava um 
meio louco. Mas depois de 15 dias, uma noite o cavalo retornou. 
Não tinha sido roubado, mas havia escapado. E não foi só isso, ele 
 14 
retornou e trouxe consigo uma dúzia de cavalos selvagens. De novo 
o povo se reuniu dizendo: 
-- “Tinha razão o velho. Não foi uma desgraça mas 
uma verdadeira sorte”. 
--“De novo estão indo muito longe”, disse o ancião. 
“Digam só que o cavalo voltou. Quem sabe se foi uma sorte ou 
não? É só um fragmento. Estão lendo apenas uma palavra de uma 
oração. Como podem julgar o livro inteiro?”. 
Ninguém disse mais nada, mas por dentro sabiam que 
ele estava equivocado. Afinal haviam chegado doze cavalos 
formosos. 
O velho tinha um filho que começou a treinar aos 
cavalos. Uma semana mais tarde ele caiu de um cavalo e quebrou 
as duas pernas. O povo voltou a se reunir e a julgar 
-- “De novo o velho tinha razão”, disseram. Era uma 
desgraça, seu único filho perdeu o jogo das pernas e, na sua idade 
ele era seu único sustento. Agora estava mais pobre que nunca”. 
--“Estão obcecados julgando”, disse o ancião. “Não vão 
tão longe. Só digam que meu filho quebrou as duas pernas. 
Ninguém sabe se foi uma desgraça ou uma fortuna. A vida vem em 
fragmentos, e nunca nos dá mais que isto”. 
Aconteceu que, poucas semanas depois o país entrou 
em guerra e todos os jovens do povoado foram chamados pelo 
exército. Só se salvou o filho do ancião porque estava aleijado. O 
povo inteiro chorava e se queixava porque era uma guerra perdida 
de antemão e sabiam que a maioria dos jovens não voltariam. 
--“Tinha razão velho. Era uma sorte. Embora aleijado 
seu filho ainda estava com ele, enquanto os nossos se foram e não 
sabemos se voltam. 
--“Seguem julgando”, disse o velho. Ninguém sabe. Só 
digam que seus filhos foram obrigados a unir-se ao exército e que 
meu filho não . Só Deus sabe se foi uma desgraça ou uma sorte”. 
Assim acontece conosco sempre que formamos uma 
opinião ou um julgamento: estancamo-nos; nos escravizamos. 
 
Um ensinamento budista diz: 
“Aquele que está influenciado por seus gostos e 
desgostos, com a mente impregnada por idéias pré-concebidas, 
não pode entender o significado das circunstâncias e tende a se 
desesperar-se perante elas. Aquele que está desapegado, com a 
mente livre e aberta, entende perfeitamente as circunstâncias e 
para ele todas as coisas são novas e significativas”. 
Mais adiante diz: 
 15 
“A felicidade segue à tristeza. A tristeza segue à 
felicidade, mas quando a gente já não discrimina entre a felicidade 
e a tristeza, o bom e o mau, a gente é capaz de libertar-se”. 
 
Nosso mundo é de dualidades. Toda 
situação passa, a boa e a ruim. Devemos aceitar 
essa realidade, não criar vínculos com situações 
que sabemos ser passageiras, e todas são 
passageiras. Não importa quanto tempo dure uma 
situação qualquer, um dia ela passará. Tampouco 
devemos criar expectativas exageradas com relação 
ao futuro, pois nossa vida é dinâmica e as 
situações se modificam sempre. Aceitar com 
tranqüilidade e equilíbrio o que a vida nos trás, 
alivia nosso coração. Tudo que nos vem é 
exatamente o que precisamos e merecemos naquele 
momento. Reagir e revoltar somente piora as 
coisas. Quantas vezes acontece algo em nossas 
vidas que a principio parecia ser uma desgraça e 
que no futuro se revela uma benção? Ou do 
contrário, algo que vem como uma grande conquista 
e que depois se revela um equívoco? É preciso não 
julgar, pois o que vemos são fragmentos, enquanto 
o Universo (Deus) vê o todo. 
 
Nada é o que realmente parece. O intelecto não pode 
saber, pois seu conhecimento é limitado. Entretanto, há uma parte 
nossa sempre sabe. A diferencia entre o conhecimento intelectual e 
essa sabedoria inata que temos é similar a que existe entre subir 
numa cadeira, olhar ao redor e pensar que estamos vendo tudo e 
subir ao topo da montanha e ver o panorama completo. 
 
Preferimos falar com nossos psicólogos ou com os 
vizinhos em vez de falar com Deus. Temos acesso permanente a 
todo este saber, a toda esta sabedoria que está dentro de nós, mas 
preferimos subir na cadeira e dar opiniões, emitir julgamentos e 
expressar nossos pontos de vista porque é o que aprendemos a 
fazer. Estamos viciados neste modo ser e agir. Entretanto, sempre 
podemos escolher o que fazer e como reagir quando aparece uma 
situação que consideramos problemática. 
 
A seguinte historia ilustra belamente este conceito: 
 16 
“Um dia o asno de um camponês caiu ao fundo de um 
poço. O animal se queixou durante horas enquanto o camponês 
tentava encontrar uma forma de tirá-lo. Finalmente, o camponês 
decidiu que o animal era velho, que os esforços para salva-lo 
estavam sendo inúteis, e decidiu soterrá-lo no poço. Então, o 
camponês pediu ajuda aos vizinhos, e todos pegaram pás 
começaram a atirar terra adentro do poço. No começo quando o 
asno se deu conta do que estava acontecendo, gemeu 
horrivelmente, mas depois de um momento para surpresa de todos, 
acalmou-se. Depois de várias pazadas de terra, o camponês 
finalmente decidiu olhar dentro do poço, e o que viu o deixou 
estupefato. Com cada pazada de terra que caía sobre suas costas, 
o asno fazia algo assombroso. Sacudia as costas, a terra caía e se 
amontoava sob suas patas, e desse modo com cada pazada o asno 
dava um passo para cima. À medida que os vizinhos do camponês 
continuavam jogando terra sobre o animal, ele mesmo se sacudia e 
subia mais. Logo o asno chegou àborda do poço e saiu trotando”. 
 
A vida joga todo tipo de terra em de nós. A solução 
para sair do poço é sacudir a terra e dar um passo para cima. Cada 
um de nossos problemas é como um degrau para a liberdade. 
Depende só de nós se o usarmos como tal. 
 
A FÉ 
 
Nosso verdadeiro poder é a felicidade, e esta nos 
chega somente quando nos rendemos a todo o resto. 
 
A maior parte de minha vida não acreditei em Deus. 
Para mim, Deus não existia. Cresci pensando que era eu mesma 
que obtinha tudo na vida, que tudo era devido ao meu trabalho, 
dedicação e esforço pessoal. Os judeus são muito tradicionalistas, e 
eu respeitava as tradições, mas não acreditava em Deus. Quando 
por fim despertei, descobri dentro de mim um mundo novo que 
desconhecia por completo. Pouco tempo depois disse a meu filho 
maior: “Jonathan a vida pode ser fácil”. Ele me olhou confuso e me 
disse: “Isso não é o que me dizia antes”, ao que eu respondi: “Sei. 
Mas agora penso diferente”. 
 
Neste momento não tenho nem a menor duvida, mas 
essa segurança que não se pode expressar com palavras, 
encontrei-a em meu coração. Todos podemos encontrá-la porque a 
levamos dentro de nós mesmos o tempo todo. Como boa contadora 
 17 
busco resultados, observo e faço uma recontagem de minha vida 
desde que comecei a crescer. Nem eu posso acreditar em tudo que 
obtive. 
 
Alguns encontram Deus no templo ou na igreja. Outros 
como eu, não o encontra ali. Um dia despertamos, começamos a 
procurar e nos damos conta que nem sequer é necessário levantar-
se da cama para encontrá-lo. Não importa a denominação, não 
importa como o chamemos, Ele (Ela) está sempre conosco. Em 
qualquer lugar que vamos, Ele (Ela) nos acompanha. Não sabemos, 
nem temos a menor idéia de como trabalha esse Deus (Amor). 
Tampouco conhecemos o que pode fazer. Não podemos nem 
sequer imaginá-lo. Chamamos de milagres, que realmente existem 
e podemos experimentá-los em cada momento da vida se 
deixarmos de querer entender tudo com a mente racional, 
abandonarmos nossos julgamentos e opiniões e aprendermos a nos 
deixar levar pela corrente da vida. 
 
É necessário tomar consciência de que nós mesmos 
somos o maior obstáculo em nossas vidas! Dizemos que confiamos, 
mas não o fazemos realmente. Dizemos que entregamos nossos 
problemas a Deus (Amor) mas seguimos preocupados com esses 
problemas. Quando não deixamos de pensar numa questão 
qualquer, ficamos angustiados e preocupados com ela. Assim 
estamos indicando para Deus que queremos solucionar o problema 
sozinhos, que não confiamos nele. Dessa forma não recebemos 
resposta a nossas preces, porque temos “expectativas”. 
Acreditamos que somos donos da verdade, e quando pedimos algo 
a Deus o fazemos de uma maneira quase imperativa. Explicitamos 
o que desejamos, e como desejamos, dizendo a cor e a hora que 
queremos. Entretanto, Deus sabe antes que lhe peçamos. Ele (Ela) 
está tão perto que não é precisamos gritar. Basta pensar. Deus tem 
para nós muito mais do que imaginamos, e só espera pela nossa 
permissão para nos entregar. 
 
A fé não admite dúvidas. Se colocarmos um 
problema nas mãos de Deus (universo) e 
continuarmos aflitos e preocupados, é porque nossa 
fé ainda é fraca. Se pedirmos algo e ficarmos 
dando a receita, definindo como e quando queremos, 
estaremos limitando Deus que já sabe desde sempre 
o que é o melhor para nós. No filme “Sete anos no 
Tibet”, o Dalai Lama diz um ditado de seu país ao 
 18 
personagem de Brad Pitt: “Se o seu problema tem 
solução, porque se preocupar? E se não tem, porque 
se preocupar?” Esse ditado fala sobre a fé que 
confia, e a fé que resigna, sentindo que se assim 
foi, era porque assim deveria ser. A resignação e 
a fé abrem as portas para que algo melhor ocorra 
no futuro, e sempre ocorre. A revolta e o controle 
fecham essas mesmas portas. 
 
Se pedirmos coisas específicas, como por exemplo: 
“OH, Meu deus, por favor me mande o dinheiro para poder viajar a 
Europa”, colocamos limite à nossa solicitação. Deus nos outorga o 
que é correto em cada momento. No caso do exemplo, talvez o 
correto não seja ir a Europa e sim à América do Sul mas ao estar 
tão obstinado em querer ir a Europa, o dinheiro não virá porque o 
que pedimos não é o correto. Ao nos fechar deste modo, ficamos 
sem a possibilidade de receber o que é correto e perfeito para o 
momento específico. Às vezes Deus diz não, como o faz um bom 
pai quando seu filho não pode medir ou dar-se conta do perigo ou 
as conseqüências do que pede. Por essa razão, o segredo está em 
pedir o que é correto e perfeito, e nós não sabemos o que é. 
 
Logo é necessário soltar e abandonar as expectativas. 
No momento adequado nos chegará o mais apropriado e perfeito. 
Nunca sabemos de onde vai chegar. Para receber a surpresa, 
devemos dar permissão. 
 
Deus (Amor) trabalha em forma misteriosa. Se 
permitirmos, acreditarmos e confiarmos de coração, tudo nos 
chegará sem esforço. Deus é o único que pode abrir as portas 
certas e nos aproximar de pessoas que podem nos ajudar ou apoiar 
em nosso caminho. Ele (Ela) coloca-nos no lugar correto no 
momento perfeito só quando deixamos de falar tanto e perguntar ao 
vizinho em vez de perguntarmos a Ele (Ela) diretamente. O simples 
pensar em Deus nos eleva de nossos problemas. O estar 
agradecidos pelo que temos também modifica automaticamente 
nossa vibração. Sempre há motivo para estar agradecido. 
 
Ter fé é estar aberto às possibilidades. Significa que 
estamos dispostos a deixar que a vida nos surpreenda, que nos 
atrevemos a entrar no desconhecido e a deixar de ter medo ao que 
nos parece incerto. Quem tem fé tem o coração sempre aberto. 
Muitas vezes ficamos estancados e damos voltas no mesmo lugar 
 19 
por falta de fé e medo do desconhecido. Vale a pena aprender com 
a semente, que apesar de não poder imaginar-se como orquídea, 
tem a valentia de abrir-se, quebrar-se e entregar-se ao processo 
para brotar da superfície da terra e sair à luz. Um coração cheio de 
dor não pode imaginar o que se sente ao ser amado ou ao estar em 
paz. Muitas vezes temos que romper com velhos padrões, velhas 
formas de pensar e velhas crenças. Isto implica ter que passar por 
um túnel escuro e às vezes ter que sentir dor, mas é a única forma 
de sair adiante e ver a luz. 
 
Jesus disse que devemos ser como meninos para 
poder entrar no reino do céu. O reino do céu está aqui e é agora. 
Depende de nós experimentá-lo. Só temos que deixar de pensar 
constantemente e deixar de acreditar que possuímos a verdade 
absoluta e que sempre temos razão. Muitas vezes todos estes 
pensamentos, informação e educação nos afastam do que 
realmente somos. A inocência não é mais que a sabedoria que 
Deus nos dá de presente. Claro que é preciso ser valente para 
tomar este caminho, mas o triunfo está cem por cento assegurado. 
É necessário animar-se a acreditar, provar, confiar e entregar-se. 
Quando começamos a confiar e ter fé, algo se transforma em 
nosso interior e o pensamento se esclarece, e tudo fica diferente. 
Tentei explicar com palavras esta transformação, mas não é 
possível. Não há palavras para defini-la. Simplesmente sabemos 
que encontramos a sabedoria do coração. 
 
Agora eu gostaria de falar da fé mais importante: a fé 
em nós mesmos. Não é preciso acreditar em nada fora de nós. Não 
é necessário acreditar em Deus, Jesus, Buda nem Moisés a menos 
que isto nos faça sentir bem. O que sim precisamos é acreditar em 
nós mesmos e no poder que está em nosso interior. Para acessar 
esse poder devemos renunciar a muitas crenças, opiniões e 
julgamentos sobre nós mesmos. Devemos nos amar nos aceitar do 
jeito que somos embora isso não seja algo fácil. Nem sequer 
sabemos conscientemente quais são as crenças que nos estão 
afetando, mas com o processo que ensino neste livro, não é 
necessário as conhecer, mas somente dar permissão para que se 
vão. 
Comentário: 
O homem é seu próprio salvador. Nem 
Jesus, nem Buda, nem ninguém pode salvar quem quer 
que seja.A verdade salva. A verdade ensinada por 
Jesus, Buda, Sócrates e tantos outros mostram o 
 20 
caminho da salvação. Mas é preciso que aceitemos 
essas verdades e as incorporemos as nossas vidas. 
Tudo parte de nós, temos o livre arbítrio, o poder 
de escolher. Transformação é uma porta que se abre 
por dentro. 
 
Quando nos conhecemos e nos amamos 
incondicionalmente, tornamo-nos invencíveis. E percebemos 
claramente quando estamos adquirindo essa condição, não é 
preciso dizer nada. Quando adquirimos a auto confiança, certos 
tipos de pessoas começam a se afastar de nós, e outras começam 
a se aproximar trazendo as oportunidades que desejamos e 
precisamos. O segredo está em si aceitar da forma que se é. Deixar 
de acreditar que não é tão bom, não é suficientemente inteligente, 
capaz ou digno, ou que primeiro precisa de um curso universitário. 
Se confiamos em nós mesmos, os outros também confiarão. 
Precisamos somente mudar nossas crenças interiores. 
 
O mais importante é se colocar em primeiro lugar para 
deixar de querer ser essa pessoa que os outros querem que seja. É 
preciso despertar e entender que o poder está dentro de nós e não 
na aprovação de outros. Quando temos fé em nós mesmos, nossos 
talentos começam a crescer automaticamente e começamos a nos 
sentir felizes. A fé tem que a ver com a capacidade de amar e 
desfrutar da vida. 
 
Nossa vida transcorre em nossa própria mente, e se a 
guerra está em nossa cabeça, somente nós mesmos podemos nos 
devolver a paz. É preciso recordar que em certo sentido sempre 
temos razão. Se dissemos que podemos, podemos. Se dizemos 
que não podemos, assim é, não podemos. Estamos aqui para viver, 
desfrutar da vida e ser felizes. A fé em nós mesmos nos dá a 
liberdade de ser autênticos, e isto por sua vez ativa a felicidade que 
tanto desejamos. 
 
O DINHEIRO 
 
Infelizmente, uma vez que obtemos as coisas materiais 
nos damos conta que o vazio está ainda ali, que não tem fundo. 
Eckhart Tolle em O Poder do Agora 
 
Quando me separei de meu marido depois de vinte 
anos de matrimônio, saí praticamente sem nada. Nem sequer levei 
 21 
meus filhos, pois o pai quis ficar com eles. Eu tinha a certeza de 
que podia seguir adiante só e senti-me agradecida e contente de ter 
a oportunidade de recomeçar. Por outro lado, àquela altura de 
minha vida tinha aprendido que a felicidade não está no material e 
que não precisava ter posses. Ao contrário, sabia que quanto 
menos tivesse mais livre seria. Uma amiga sugeriu que fôssemos 
viver juntas para poder procurar um lugar mais amplo e lindo. 
Pareceu-me uma boa idéia, e assim foi que encontramos uma casa 
muito bela. Nunca imaginei que preencheríamos os requisitos 
necessários para alugá-la, mas como apresentamos a soma dos 
dois vencimentos, conseguimos a aprovação. Dois dias antes de 
assinar o contrato de aluguel, minha amiga me chamou e disse que 
tinha mudado de idéia e que iria se viver no Arizona. Imediatamente 
chamei à agente da imobiliária para lhe pedir que pusesse o 
contrato a meu nome, dizendo que eu seria a pessoa responsável. 
Ela não teve problema em fazê-lo porque já me conhecia. Pouco 
tempo depois de assinar o contrato de um ano e me mudar para a 
casa, começaram a chegar trabalho de todas as partes e logo me 
dava conta que podia pagar o aluguel sem problema e não 
precisaria compartilhar minha casa com outra pessoa. Oito meses 
depois de me mudar, o dono da casa me chamou e disse que 
desejava vender a propriedade. Explicou-me que, como sabia que 
eu gostava tanto da casa, me daria prioridade, mas que se não 
estivesse interessada, em setembro teria que partir. 
 
É obvio que eu desejava comprar a propriedade e ficar 
ali, mas com que? Não tinha dinheiro para o pagamento inicial, e 
como sou contadora, sabia muito bem que não possuía os 
requisitos necessários para conseguir um empréstimo. Meu 
intelecto me dizia que começasse a empacotar, mas algo em meu 
interior dizia que essa não era a melhor opção. Nesse momento 
mentalizei: “Se Deus considerar que este é o lugar para mim, Ele 
me conseguirá o empréstimo, porque eu não sei como fazê-lo”. Eu 
sabia que tinha que me fazer algo, dar permissão para Deus agir. O 
melhor era me desapegar, confiar e entregar o assunto ao universo. 
 
Duas pessoas que me haviam dito que poderiam me 
ajudar desistiram durante o processo. O contrato de aluguel venceu 
e não consegui o empréstimo. Assim tive que chamar o proprietário 
para lhe dizer o que estava acontecendo. Decidi que em vez de me 
preocupar em convencê-lo, entregar-me-ia à situação com 
confiança e fé. Assim foi que o chamei, expliquei-lhe e ele 
surpreendentemente respondeu: “Bom, Mabel, na verdade sinto que 
 22 
este não é um bom momento para vender a casa, portanto vou 
estender o contrato de aluguel. Redija uma prorrogação, mande-me 
por fax que assinarei. Tempos depois, antes mesmo que vencesse 
o contrato de prorrogação, alguém me chamou sem que ao menos 
eu o tivesse procurado, e me ofereceu um empréstimo para que eu 
comprasse a casa. 
 
Quando deixamos de nos apegar ao resultado e nos 
preocupar com a situação, abandonamos a necessidade opinar e 
emitir julgamentos, tomamos consciência de que não sabemos 
nada e nos entregamos e aceitamos o processo natural da vida. 
Passamos a experimentar o fluir natural da vida onde tudo acontece 
e nos chega de forma mais fácil. 
 
Deus nos pôs na terra com tudo o que necessitamos. 
Se olharmos a nosso redor notaremos que toda a criação de Deus 
é infinita e abundante. Só as criações humanas são escassas e 
limitadas. Os pássaros voam despreocupadamente sabendo que 
encontrarão o que necessitam para comer, bem perto do lugar onde 
se encontram. 
 
Manifestar aquilo que desejamos requer muita FÉ e 
uma grande CONFIANÇA. O universo só precisa que demos esse 
primeiro passo. Se confiarmos e dermos nossa permissão, tudo o 
que precisarmos virá até nós. O importante é saber no coração (e 
não na cabeça) que Deus proverá e confiar cem por cento. Quando 
acreditamos que não estamos recebendo resposta para nossos 
pedidos ou não vemos os resultados, não é porque não somos 
ouvidos. Muitas vezes pensamos em Deus como se fosse nosso 
empregado e lhe exigimos o que queremos, explicitando como o 
queremos, a forma, a cor e a hora. Não é assim que funciona o 
universo. É necessário pedir sem ter expectativas, solicitar aquilo 
que pensamos ser correto para nós e desapegarmo-nos. 
 
Deus nos dá o que é correto e prefeito em cada 
momento. O segredo é confiar e soltar, nos deixar levar pela 
corrente da vida e estar abertos para receber do lugar e da pessoa 
que menos esperamos. Nunca duvide de que Deus (Amor) proverá 
nossas necessidades no momento certo, ele sempre o faz. Nosso 
grande problema é criar expectativas, querer as coisas 
rapidamente, sermos impacientes e inflexíveis. Não nos damos 
conta de que tudo que precisamos vem de uma fonte única que 
sabe perfeitamente o que necessitamos, quando e como. 
 23 
Pensamos que somos nós que criamos as oportunidades através 
do trabalho, nossos maridos ou nossos investimentos, mas esses 
são somente diferentes caminhos e vias pelos quais as benesses 
se manifestam. Quando uma porta se fecha é porque outra se 
abrirá automaticamente. 
 
Comentário: 
Se pararmos para analisar nosso momento 
presente, veremos que temos tudo de que 
necessitamos. É preciso ter essa consciência de 
que Deus é nossa fonte infinita e inesgotável de 
provimento que nos supre de tudo o que 
necessitamos. Isso quer dizer que somos prósperos 
agora, nesse exato momento e temos tudo o que 
precisamos para nos manifestar e ser felizes. 
 
Em seu livro “A Verdadeira Magia”, o 
Dr.Wayne W. Dyer, falando sobre a prosperidade 
diz: “você não precisa de mais nada para sentir-se 
próspero. Abandonar a consciência de carência 
significa trocar as imagens interiores que 
refletem carência em sua vida. Você já tem tudo o 
que é preciso para viver uma vida de prosperidade. 
Não que você vá recebertudo; você já é tudo. A 
prosperidade é antes de mais nada um jogo mental. 
É um conjunto de crenças internas e invisíveis que 
trazemos dentro de nós. Você deve saber que tem 
tudo o que precisa agora; nada lhe falta para 
alcançar a prosperidade.” 
 
Portanto, vamos parar de nos limitar. Se 
não nos sentimos felizes, prósperos e realizados 
agora, não sentiremos nunca. 
 
Estar satisfeito e grato a Deus no 
momento presente é pré-requisito para que se tenha 
algo mais no futuro. Nosso futuro depende do 
presente e um coração agradecido é o que há de 
melhor para atrair ainda mais benesses. 
 
Isso não quer dizer acomodação. A vida é 
dinâmica, e estar satisfeito hoje embora seja 
essencial, não que dizer que não se queira mais 
amanhã. Acontece que não conseguiremos mais se 
 24 
nosso coração não for grato pelo que já possuímos. 
O Dr. Dyer continua seu raciocínio: “ Nosso 
diálogo interior deve ser mais ou menos assim:-Eu 
estou inteiro, completo, total, plenamente vivo 
neste momento. É isto! Eu sou tudo, não preciso de 
mais nada para sentir-me feliz ou realizado. No 
entanto sei que serei diferente amanhã. Minha 
realidade física está sempre mudando. As moléculas 
que ontem constituíam meu ser material serão 
substituídas por outras moléculas. O corpo físico 
que tinha há dez anos é, hoje, inteiramente novo 
do ponto de vista físico. Vou crescer, serei algo 
novo e grandioso, porém não mais grandioso do que 
sou agora. Assim como o céu será diferente dentro 
de algumas horas, sua atual perfeição e inteireza 
não são deficientes, também sou agora, perfeito e 
imcompleto pelo fato de mudar amanhã. Crescerei e 
não sou deficiente.” 
 
Acho essas colocações do Dr. Dyer 
simplesmente maravilhosas. Se condicionarmos nossa 
felicidade e realização em algo que nos falta, 
estaremos projetando no futuro. Dessa forma nunca 
a alcançaremos, pois sempre estará faltando algo 
que estará sempre no futuro. Mas se aprendemos a 
nos sentir completos agora, seremos felizes e 
estaremos plantando a semente para que tenhamos 
mais amanhã. É simplesmente impossível que essas 
sementes não floresçam e produzam frutos 
maravilhosos. Alguém que conquista essa forma de 
pensar, fatalmente estará sempre crescendo e 
prosperando. 
 
Em seu livro “As Sete Leis Espirituais do 
Sucesso”, Deepak Chopra coloca: “Sua intenção é no 
futuro, mas sua atenção está no presente. Se sua 
atenção está no presente, a intenção futura se 
manifestará, pois o futuro é criado no presente. 
Você tem de aceitar o presente como ele é. Aceite 
o presente e pretenda o futuro. O futuro é algo 
que sempre pode ser criado através da intenção 
distanciada, mas nunca deve combater o presente”. 
Por “intenção distanciada”, o autor acima citado 
 25 
quer dizer que não se deve criar expectativas nem 
se impacientar pelo resultado. 
 
É importante saber que a fonte geradora é 
Deus, o Universo. Dessa fonte provém nossa 
prosperidade, não do emprego, do casamento, da 
loteria ou de uma herança. Por isso não devemos 
nos limitar pensando que nosso salário não é o 
bastante para nossas realizações, que temos que 
trabalhar duro, ter dois empregos, fazer bico e 
hora extra para conseguir o que queremos. Essas 
mudanças não são simples de fazer, e condicionamos 
nossa realização a ela, da mesma forma nunca 
seremos felizes. Ter que mudar de emprego, 
trabalhar mais para ter as coisas, não justifica, 
pois assim não teremos tempo e disposição para 
curtir nossas conquistas. Que graça terão as 
conquistas se não podermos desfrutá-las. 
 
Basta pensarmos e agirmos de uma forma 
correta, e o que queremos virá de forma 
inesperada, por meios até então inimagináveis, por 
pessoas que nem conhecemos ainda. É preciso crer e 
não ficar determinando a forma ou o tempo de tudo 
ocorrer, não criar expectativas. Ao nos limitarmos 
estaremos limitando Deus, e assim bloqueando o 
processo. 
 
A pior coisa que podemos fazer quando surge um 
problema é nos preocupar. Agindo assim ficamos impotentes e 
acabamos atraindo tudo aquilo que não desejamos. Somos como 
imãs: me diga o que pensas e direi quem és. É de vital importância 
viver no AGORA. Passamos nosso tempo vivendo no passado com 
nossas lembranças e experiências, ou no futuro com nossas 
preocupações. O dinheiro, tal qual tudo o mais, nos chega quando 
necessitamos, nem antes nem depois. Só precisamos abrir nosso 
coração e confiar. 
 
Alguém alguma vez me contou a seguinte historia: 
Uma mulher encontrou na porta de casa três velhos, e 
pensando que estivessem com fome convidou-os a entrar e ceiar. 
Um deles respondeu: “Não podemos entrar os três na sua casa. 
Somente um pode ser convidado. Eu me chamo Amor, os outros se 
 26 
chamam Riqueza e Sucesso. Entre e discuta com sua família qual 
de nós três será convidado a entrar.” A mulher entrou e contou a 
história a seu marido e sua filha. O marido disse: “Vamos convidar a 
riqueza, e teremos abundancia em nossa casa”. A mulher porém 
retrucou: “e porque não chamar o Sucesso?” A filha que ouvia tudo 
deu sua opinião: “Acho que deveríamos convidar o Amor”. 
Decidiram então seguir o palpite da menina. A mulher saiu e 
convidou o Amor a entrar e partilhar da mesa. O Amor levantou e 
acompanhou a dona da casa. A riqueza e o Sucesso também se 
levantaram e seguiram o Amor. A mulher estranhou: “Mas eu 
convidei somente o Amor. Vocês não disseram que somente um 
seria convidado?” o Sucesso respondeu: “Se vocês tivessem 
convidado um de nós, os outros ficariam de fora, mas como 
convidaram o Amor, nós vamos juntos. Onde vai o Amor, o Sucesso 
e a Riqueza vão juntos.” 
 
O dinheiro não é mau, ao contrário, o mal é lhe dar 
prioridade. Quando fazemos as coisas por dinheiro, tudo parece 
difícil, o dinheiro que vem parece nos escapar rapidamente das 
mãos. Devemos encontrar aquilo que amamos fazer, algo que 
faríamos com mesmo que não recebêssemos por isso. Todos nós 
nascemos com certos talentos e dons naturais únicos. Existe algo 
que podemos fazer melhor que nenhuma outra pessoa. É algo que 
temos dentro de nós e que necessariamente não exige um título 
universitário. A abundancia e a prosperidade tem a ver com nossa 
consciência. Quando sabemos quem somos adquirimos a 
consciência de que já temos tudo o que necessitamos. Já somos 
ricos no momento presente e ao abrir o coração permitimos que 
tudo de bom se manifeste em nossa vida. 
 
Comentário: 
Essa história contada pela autora é 
similar à parábola dos lírios dos campos e das 
aves dos céus contada por Jesus. É o “Buscai em 
primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, que 
tudo o mais virá com acréscimo”. Essa é a verdade 
perdida pela mordida na maçã no paraíso citada lá 
no início desse pequeno e precioso livro. Tudo 
muito simples, mas simplicidade nem sempre quer 
dizer facilidade. 
 
Todos nós somos herdeiros de Adão e Eva, 
somos influenciados pela mordida na maçã, e nesse 
 27 
sentido pode-se dizer que há sim o pecado 
original. Somos impregnados com as crenças 
errôneas de séculos e mais séculos, de que 
precisamos lutar e competir com o semelhante, ser 
esperto e trabalhar duro a ponto de não ter tempo 
para família e diversão a fim de conseguir 
sobreviver. Essas crenças antigas precisam ser 
banidas de nosso íntimo, gradativamente. Não é 
fácil porque são muito antigas e passaram a fazer 
parte do inconsciente coletivo da raça humana. Mas 
quanto mais pessoas pensarem diferente, quanto 
maior o número de “convertidos” para essa 
filosofia de vida baseada na prática do amor e da 
não resistência, mais o inconsciente coletivo 
mudará e gradativamente passará a ser positivo. 
Tal fato representará uma conquista maravilhosa na 
evolução da humanidade e se refletirá em todas as 
relações humanas: nas escolas, nas ruas, no 
comércio, nas indústrias, nas religiões e nas 
relações internacionais. Será uma utopia? Estará 
esse dia ainda distante? Digo somente que essa 
mudança começa em cada um de nós, e que devemos 
influenciar o meio em que vivemos a começarcom 
nossa própria casa, na educação dos filhos. 
 
O dinheiro não é o mal. O mal é dar-lhe 
prioridade. Vamos convidar o amor para cear em 
nossa casa, vamos buscar o reino e sua justiça que 
o restante virá automaticamente. 
 
OS MEDOS 
 
Conheçam a verdade e ela lhes liberará. 
 
No caminho de busca espiritual que decidi percorrer, 
tive que enfrentar muitos de meus medos. Senti medo ao deixar 
meu matrimônio de mais de vinte anos, ao deixar meus filhos, ao 
recomeçar minha carreira, ao assinar um contrato de aluguel onde 
eu assumia toda a responsabilidade sem ter nenhum respaldo 
econômico. Entretanto, a fé e a confiança em mim mesma me 
permitiram agir apesar de meu medo. Uma voz interior me disse 
que eu podia fazê-lo. Porém a sorte e a segurança não vieram 
sozinhas, mas foram surgindo à medida que fui trabalhando em 
 28 
mim mesma. Li vários livros, participei de seminários e busquei 
ânimo e coragem para mudar muitas coisas em minha vida. 
 
Quando descobrimos quem somos e o poder que 
temos, entendemos que não há nada a temer, pois somos sempre 
protegidos. Todo mundo sente medo, pode-se dizer que o medo é 
uma enfermidade. Somos viciados no medo e no sofrimento. 
Preferimos sofrer porque nos é familiar. Sabemos como nos 
sentimos e apesar do sofrimento nos sentimos cômodos. O temor é 
o conhecido de todos os dias. Quando nos decidimos a enfrentar 
nossos medos, chegamos ao outro lado do túnel e vemos a luz. 
Reconhecemos o que é verdade e, não só nos sentimos 
vencedores e muito bem conosco mesmos, como olhamos para 
atrás e vemos que afinal nada é foi tão terrível como tínhamos 
imaginado. 
 
 
Uma vez uma pessoa me contou como se tornou um 
vendedor de imóveis. Ele era muito jovem, e no primeiro dia de 
trabalho seu chefe lhe perguntou: “Quer vender casas?”. Ele é obvio 
respondeu em seguida que sim. O chefe o levou a um bairro e lhe 
disse: “vou te deixar aqui e voltarei em quatro horas. Bata de porta 
em porta e pergunte às pessoas se querem vender suas casas.” 
Deixou com ele um bloco com cem fichários, e a cada não que 
recebesse deveria marcar um fichário. “Vá procurar seus primeiros 
cem NÃO”. O jovem não podia acreditar, mas não havia como fugir 
da situação. O resultado foi que muitas pessoas disseram Não, mas 
para sua surpresa muitas pessoas disseram sim. Nesse momento o 
jovem se deu conta que a cada pessoa que lhe dizia NÃO, se 
aproximava mais à possibilidade do SIM. 
 
Todos nós sentimos um grande medo do NÃO, um 
enorme medo da rejeição. Se não nos arriscarmos a receber um 
NÃO, nunca receberemos os SIM. O que acontece se a gente 
recebe um NÃO? Se pensarmos bem, não é tão grave assim. A 
capacidade de superar este medo é o que diferencia as pessoas 
que obtém muito na vida das que não obtém quase nada; as que 
tem êxito e se superam, das que ficam estancadas. 
 
Evidentemente o medo tem a ver com nossas próprias 
inseguranças. Não sabemos quem somos, nem conhecemos o 
poder que temos de atrair aquilo que é perfeito e correto para nós. 
Quando confiamos e acreditamos em nós mesmos, sabemos 
 29 
reconhecer que cada momento é perfeito. Se alguém nos diz que 
NÃO, talvez seja porque o que procurávamos não era perfeito e 
correto para nós naquele momento. Quem possui fé sabe que 
nestas ocasiões muitas vezes está caminho algo melhor e maior, e 
espera com certeza e confiança. Pelo contrário, quem está perdido, 
confuso e não conhece sua verdadeira identidade, sente um 
profundo medo a ponto de ficar paralisado. 
 
Comentário: 
O que acontece se recebemos um não pela 
cara? O que perdemos? É arrancada alguma parte de 
nós mesmos? Não, somente se permitirmos que tal 
aconteça que seja arrancada nossa coragem e 
decisão de seguir em frente. Cada não nos aproxima 
de um sim. Cada não traz em si um ensinamento 
valioso. Cada não nos lapida para um SIM maior e 
melhor. 
Como vemos, temos pouco a perder e muito 
a ganhar. Foi Willian Shakespeare quem disse: “São 
as duvidas traidoras que nos faz perder o bem que 
nosso seria, se o medo de tentar não existisse”. 
 
Todos sentem medo, desde o varredor de ruas até o 
presidente da nação, o que mostra que o medo não tem hierarquia. 
A diferença é que alguns se atrevem a seguir em frente apesar do 
medo. É preciso ser valente para superar o medo, e se não o 
fizermos, ninguém fará por nós. Nem Jesus, nem Buda voltarão 
para nos resgatar. Tudo que precisamos para nossa transformação 
já está em nós mesmos. A mudança é interior, na há outra forma 
de fazê-la. Não existem atalhos ou fórmula mágica. Cada um 
escolhe o seu caminho e quanto mais corajosos somos, mais longe 
chegamos. E à medida que caminhamos novas possibilidades vão 
surgindo. A boa noticia é que o medo existe somente em nossa 
mente, são criados por nós mesmos e somente nós podemos 
eliminá-los. As crenças podem ser mudadas e as lembranças 
podem ser apagadas, pois não necessitamos delas para sobreviver. 
Disso depende nossa liberdade, pois se mudarmos nossa mente 
nesse sentido estaremos saindo da prisão que nós mesmos 
criamos. Abriremos assim a porta de nossa alma e recuperamos a 
liberdade 
 
O medo assim como a coragem é opcional. Tudo 
depende simplesmente da escolha de cada momento. Muitas 
 30 
vezes é necessário parar no meio de caminho e realizar mudanças 
drásticas. De certa forma devemos morrer primeiro para então 
começar a viver. Falo da morte dessa parte nossa que não é real, 
disso que acreditamos que somos, da imagem que vendemos aos 
outros, e o que é pior, que vendemos a nós mesmos. 
 
Temer é o mesmo que confiar no mal, é saber que 
aquilo que imaginamos vai acontecer. O temor também pode mover 
montanhas. Certa vez li que o êxito na vida não se mede pelas 
conquistas, mas pelos obstáculos que tivemos que enfrentar. Muitas 
vezes a felicidade está bem ali, na próxima esquina, essa mesma 
esquina que nunca nos atrevemos a dobrar. 
 
O AMOR 
O amor é a espada do guerreiro: em qualquer lugar que 
corta, dá vida, não morte. 
 
Quando alguém pediu a uma das Meninas classificadas 
como Índigo que falasse sobre o amor, ela simplesmente riu como 
se estivessem fazendo uma pergunta estranha e respondeu: “Não 
posso falar do amor; se pudesse, então não seria real, porque o 
amor não pode ser descrito em palavras”. “E então”, insistiu a 
pessoa, “o que é o amor verdadeiro?”. Ela voltou a sorrir e disse: 
“Você voltou a fazer. Percebe como é difícil?”. Não importa o quanto 
tentemos não racionalizar, é quase impossível. 
 
E disso que a menina dizia, sempre insistimos numa 
definição racional para tudo. Queremos definir e entender tudo com 
nossa mente racional, e queremos que esse entendimento seja 
verbalizado. Mas nossa mente racional não pode entender o amor 
porque ele não tem nada a ver com o pensamento. O amor não é 
para ser entendido, é para ser sentido. Devemos esquecer de 
querer transformar tudo num conceito mental e simplesmente sentir. 
 
Uma vez disse a meus filhos Jonathan e Lyonel que os 
amava, acontecesse o que acontecesse. Meu amor não dependia 
do que eles fizessem ou deixassem de fazer. Não dependia de seu 
comportamento e tampouco se obtivessem ou não um curso 
universitário. Os dois arregalaram os olhos surpresos e me olharam 
como se eu tivesse dito a coisa mais estranha que eles haviam 
ouvido. 
 
 31 
Estamos mal acostumados e transmitimos nossos 
costumes a nossos filhos, porque foi isso que aprendemos a fazer 
com nossos pais. Desde a infância aprendemos que devemos fazer 
coisas, comportar dessa ou daquela forma para sermos amados e 
aceitos. Paradoxalmente as pessoas nos tratam da forma como 
tratamos a nós mesmos. Dessa forma o desejo de amor e aceitação 
se vê frustrado pela nossa própria incapacidade de nos amarmos. 
 
Se não tivermos amor próprio não seremos capazes de 
amar a mais ninguém, e não aceitar essa verdade é enganar-se e 
enganar aos outros. O essencial é aprender a se amar e a se 
aceitar, da forma que se é. Não se deve fazer as coisas para 
agradar aosoutros, se algo não for bom para nós também não será 
para os outros. As mães principalmente tendem a pensar que 
precisam se sacrificar e abrir mão do que é importante para si em 
função dos filhos. Entretanto o melhor presente que as mães podem 
dar aos filhos é se amarem, servindo assim de modelo para que os 
filhos aprendam a si amarem sem necessidade de procurar amor 
nos lugares equivocados. Quando estamos bem e no lugar certo, 
permitimos que os outros também o estejam. Quanto mais nos 
esforçamos para obter amor nos comportando para agradar aos 
outros, mais nos afastamos da possibilidade de experimentar aquilo 
que tanto desejamos. 
 
Devemos aprender a ser felizes e desfrutar cada 
instante de nossa vida sem dar importância ao que os outros 
pensam de nós. O mais importante é o que pensamos de nós 
mesmos. O auto-amor é a mais poderosa ferramenta de 
transformação. O amor começa em nós mesmos e é inútil busca-lo 
noutro lugar, pois não existe. Infelizmente passamos a maioria do 
tempo procurando o amor no lugar errado, sempre o mendigando 
dos outros sem saber por quê. 
 
Comentário: 
Somente podemos dar aquilo que possuímos. 
Somente poderemos amar de fato se amarmos a nós 
mesmos. Uma fato líquido e certo é que o mundo nos 
trata como nos tratamos a nós mesmos. Quem não 
respeita a si mesmo e não ama a si mesmo, jamais 
terá o respeito e o amor dos outros. Alguém assim 
pode se esmerar em agradar, em servir, e quanto 
mais se esforçar nesse sentido, menos conseguirá. 
É incrível, parece que a pessoa sem amor próprio 
 32 
exala um perfume, ou emite um sinal que até mesmo 
as crianças sentem. Pessoas assim não conseguem 
conquistar respeito e amor nem mesmo das crianças 
com suas bajulações. Ao contrário, alguém bem 
resolvido, que se gosta, tem uma personalidade que 
atrai as outras pessoas que se sentem bem em sua 
presença. O amor, se não for encontrado dentro de 
nós mesmos, não o será em lugar nenhum mais. 
 
Outro grande engano que comumente cometemos é o 
de pensar que somente seremos felizes de tivermos alguém, se 
formos um casal. Acreditamos que o outro vai nos dar a felicidade 
que tanto desejamos. Porém mesmo quando conseguimos ser 
amados pelo outro não seremos felizes se não estivermos 
completos em nós mesmos. Queremos achar no outro aquilo que 
nos falta, o que é uma perda de tempo. Primeiro é preciso amar-se, 
sentir-se bem consigo mesmo e completo, pois dessa forma 
descobrimos que não precisamos de ninguém. Então poderemos 
procurar alguém porque desejamos, e escolheremos esse alguém 
com liberdade, por opção, e não por necessidade. 
 
É a insegurança que nos impede de amar 
verdadeiramente. As mães não permitem que seus filhos sejam eles 
mesmos e os mantêm escravos de suas opiniões e pontos de vista. 
Outros criam relações amorosas torturadas pelo ciúme. Isso não é 
amor, mas não conseguimos evitar, pois são as velhas gravações 
na nossa mente. Não podemos ver as pessoas tal qual elas são, 
pois as vemos através de nossos pensamentos e lembranças. 
 
Comentário: 
Juntar-se a alguém para ser feliz é um 
grande equivoco. É depositar no outro, num 
relacionamento a esperança de sua vida. Seja feliz 
primeiro, e então se case com alguém. As 
possibilidades serão bem maiores. 
 
Na arte de cura hawaiana Ho’oponopono há duas 
ferramentas poderosas: “eu te amo” e “obrigado”. Quando usamos 
essas sentenças em voz alta, dizendo a alguém, o resultado é 
inacreditável. Quando alguém nos faz algo que consideramos 
injusto, quando nos diz algo que incomoda, em vez de responder à 
altura, discutir e querer ter razão, podemos simplesmente repetir em 
nossa mente quantas vezes forem necessárias : “ Te amo, te amo, 
 33 
te amos”. Ou então: “obrigado, obrigado, obrigado”. Tente e verá 
que os resultados são surpreendentes. Às vezes a pessoa se 
desculpa inesperadamente. Outras vezes seguem seu caminho, 
nos esquecem e não incomodam mais. Em alguns casos tudo se 
resolve rapidamente, noutros há uma dificuldade maior. Tudo 
depende de nossa percepção e o mesmo se passa com os outros. 
 
A vida é como um filme que já vimos muitas vezes, e 
que segue se repetindo porque continuamos reagindo às cenas na 
memória. Essas lembranças se apresentam como um obstáculo 
cada vez que surge. Mas se verificarmos sob outra ótica, é a 
situação que retorna para nos dar a oportunidade de reagir de 
forma diferente. Algumas pessoas aparecem em nossas vidas para 
nos testar e mostrar onde precisamos nos corrigir e melhorar. As 
relações são simplesmente espelhos nos quais nos vemos 
refletidos. 
 
Comentário: 
As divergências que temos com outras 
pessoas não devem ser encaradas como obstáculos, 
mas como parâmetro e estimulo para nossa própria 
melhoria. Pobres de nós se recebêssemos somente 
elogios e tapinhas nas costas. São as críticas e 
as adversidades que nos fazem crescer, muito mais 
que os elogios, que muitas vezes nos tornam 
vaidosos e indolentes. Chico Xavier chamava seus 
detratores e perseguidores, não de inimigos, mas 
de “amigos estimulantes”. É um grande erro 
discutir, querer rebater tudo que ouvimos e querer 
ter razão sempre. É perda de tempo e energia. Se 
ao invés praticarmos o que nos aconselha a técnica 
Ho’oponopono, o mesmo que praticou Gandhi com o 
princípio da não violência e não resistência, e 
guardarmos nossas energias para algo mais nobre do 
que uma discussão seremos muito mais felizes. 
Dessa forma estaremos assumindo a responsabilidade 
sobre nossa existência. 
 
No livro “As Sete Leis Espirituais do 
Sucesso” do autor Deepak Chopra está escrito: 
“(...)é preciso assentar sua percepção na 
indefensabilidade, ou seja, desarmar o espírito, 
abrir mão da necessidade de convencer e persuadir 
 34 
os outros de seus pontos de vista. Se você 
observar as pessoas, verá que elas passam 99% do 
tempo defendendo seus pontos de vista. Se você 
simplesmente desistir da necessidade de defender 
sempre seus pontos de vista, ganha, na 
desistência, acesso a imensas quantidades de 
energia anteriormente desperdiçadas. Desista de 
uma vez por todas de defender intransigentemente 
seus pontos de vista. Quando você desiste, evita o 
surgimento de discussões. Se agir dessa forma – 
parar de brigar e de resistir – experimentará 
plenamente o momento presente, que é uma dádiva”. 
 
 
 
Temos sempre a possibilidade de escolher a não 
reação. Podemos dar a outra face, a face do amor. Cientes dessa 
possibilidade nos tornamos mais conscientes e responsáveis. Por 
exemplo, se tivermos problemas com os filhos, o melhor é lhes falar 
enquanto dormem. Mas é necessário que digamos somente que os 
amamos e que somos gratos por estarem em nossas vidas. Não é 
apropriado que tentemos lhes incutir nossos pontos de vistas, a 
menos que eles peçam. Tampouco devemos tentar convencê-los de 
que temos razão e eles não. Já é tão difícil saber o que é bom para 
nós, como podemos saber o que é bom para os outros? 
 
Comentário 
Vários autores citam em suas obras a 
importância da sugestão noturna para as crianças. 
Há inclusive vários CDs gravados com programações 
e induções mentais, não somente para as crianças 
como também para adultos. Normalmente essas 
sugestões são utilizadas para programar o cérebro 
da criança para que ela se torne mais calma, 
confiante, ou até para que deixe de praticar 
certos hábitos como fazer xixi na cama, roer as 
unhas, chupar os dedos, etc. Mas vemos agora pela 
técnica apresentada nesse livro, que nem mesmo a 
nossos filhos seria apropriado incutir pontos de 
vistas na mente. Nem passar determinações de “faça 
isso” ou “faça aquilo”. Na verdade não temos o 
direito de fazer isso com ninguém, mesmo que seja 
com uma criança sob nossa responsabilidade. Baste 
 35 
dizer a nossos pequeninos que os amamos e que 
somos gratos por existirem. 
 
Analisando bem, todos os problemas das 
crianças são devido a sentimentos de insegurança, 
pois chegaram a um mundo novo, ainda desconhecido 
e tido como hostil. É natural que demonstremmedo 
de não serem protegidas e amadas, principalmente 
quando o ambiente do lar está conturbado e em 
desequilíbrio. Se elas se sentirem amadas, a 
tendência é que todas essas manias fruto da 
insegurança sejam deixadas de lado gradativamente. 
Por isso não é necessário atacar cada problema 
apresentado pela criança com a sugestão mental 
noturna. Seria atacar o efeito e não a causa. A 
causa é a insegurança da criança que está carente 
de afeto e quer ter certeza do amor da família. 
 
O agradecimento é também uma ferramenta poderosa. 
Quando nos sentirmos deprimidos ou angustiados devemos pensar 
em todas as coisas boas que temos em nossa vida e agradecer. 
Com essa pratica mudaremos nossa energia, pois nos elevamos 
além dos problemas. Às vezes não nos damos conta de tudo que 
temos porque nos concentramos naquilo que pensamos faltar. Na 
realidade já temos tudo, inclusive o amor. Somente devemos dar a 
permissão para recebê-lo e poder assim experimenta-lo. Não 
podemos esperar que o outro nos faça feliz, pois somente podemos 
encontrar o verdadeiro amor dentro de nós mesmos. O segredo da 
felicidade não está em procurar o amor fora de nós, nem em 
procurar mais, e sim desenvolver nossa capacidade de amar e 
desfrutar. 
 
Comentário: 
Mais uma vez é enfatizada pela autora a 
importância da gratidão. Estar feliz e grato com o 
que possui não condicionar a felicidade a algo que 
ainda não possui. Lembre-se, a felicidade é um 
sentimento interno e a prosperidade é um conjunto 
de crenças. 
 
O CAMINHO MAIS CURTO E MAIS FÁCIL 
 
Deus só pede que cuidemos muito bem de nós 
 36 
mesmos e que digamos “o sinto”. 
 
Quando despertei e comecei minha busca, provei 
diferentes formas e caminhos para chegar à verdade. Quanto mais 
provava, mais sentia que algo dentro de mim dizia que tinha que 
haver uma forma mais rápida e fácil. Quando por fim descobri o 
Ho’oponopono não tinha idéia do que havia encontrado. Mas um dia 
assistindo a uma aula, senti na alma a certeza inconfundível de que 
havia encontrado o que procurava. Já não precisava de mais nada, 
graças a Deus minha busca estava concluída. Descobri 
principalmente que não dependo de nenhum guru e que posso 
realizar todo o processo sozinha, pois me comunico diretamente 
com a divindade, sem intermediários. É necessário somente que eu 
esteja liberando (sentimentos negativos) e perdoando (para não 
abrigar novos sentimentos negativos), e todo o resto fica nas mãos 
de Deus. Enquanto estiver liberando e perdoando não terei com que 
me preocupar. Deus se encarrega de me colocar no lugar certo na 
hora certa. Enquanto eu estiver liberando, algo maior estará 
cuidando de mim, e eu não preciso temer. 
 
 
Comentário: 
É importante saber nos bastar a nós 
mesmos. As pessoas iluminadas, os chamados gurus, 
profetas, guias, messias, são figuras 
importantíssimas. Eles vêm com a missão de nos 
alertar e despertar para as verdades da vida. Eles 
são os mensageiro, os guias enviados por Deus para 
nos mostrar o caminho para o auto encontro e 
automaticamente para o encontro com a divindade. 
Eles mostram o caminho, mas a jornada é de cada 
um. Eles não salvam ninguém, cada um é seu próprio 
salvador. Podemos resolver tudo diretamente com 
Deus, nosso Pai Amoroso. Não precisamos 
intermediários. Por mais que gostemos dos 
ensinamentos de alguém, das colocações de algum 
filósofo, das tradições de alguma seita ou 
religião, não devemos depender de nada disso. O 
reino de Deus está em nosso interior e ponto. 
 
Neste capítulo final, desejo resumir os pontos principais 
do Ho’oponopono, a sábia doutrina ancestral que proporcionou as 
ferramentas que mudaram minha vida. Estes conceitos são muito 
 37 
simples. Tudo o que a divindade nos pede é que assumamos plena 
responsabilidade, peçamos perdão e cuidemos muito bem de nós 
mesmos. Isso é tudo! 
 
Assumir 100% da responsabilidade é o caminho mais 
curto. Quando nos damos conta de que é somente nossa 
programação mental que nos impede de enxergar as coisas com 
clareza, paramos de culpar fatores externos e decidimos assumir a 
responsabilidade. Então as portas do paraíso se abrem para nós e 
alcançamos um estado de infinitas possibilidades. Do contrário, 
quando estamos zangados com alguém ou com algo perdemos 
nossa liberdade, nossos próprios sentimentos de ódio nos 
condenam e nos aprisionam. Somos escravos desses sentimentos 
e com isso somente machucamos a nós mesmos. Libertamos-nos 
através do perdão. Perdoar é o caminho mais curto e mais fácil. 
Quando falo em perdoar, refiro-me a um trabalho interno, um 
processo entre nós e Deus quando dizemos: “Divino Criador, 
perdoe-me por isso que está em mim e que está criando essa 
situação indesejável”. Não precisamos falar com ninguém que o 
perdoamos. 
 
Comentário: 
Todos os nossos problemas estão em nós 
mesmos. É na forma equivocada de interpretar os 
sinais e estímulos exteriores que reside a fonte 
de nossos problemas. Nosso julgamento é norteado 
por nossa programação mental, pelas crenças 
passadas na infância ou em tempos ainda mais 
remotos, por nossos medos, inseguranças e 
complexos. É preciso assumir a responsabilidade 
por nossos sentimentos, trabalhar nosso interior, 
parar a gravação em nosso subconsciente usando as 
técnicas ensinadas nesse livro. Assim estaremos 
abrindo as portas do paraíso (perdido com a 
mordida na maçã, lembra-se?) e alcançaremos um 
estado de infinitas possibilidades. 
 
Reagindo ao comportamento alheio perdemos 
nossa liberdade que somente será reconquistada com 
a prática do perdão. O perdão proposto aqui é um 
processo interno, uma postura intima de perdoar e 
pedir perdão sempre que algo ameace nosso 
equilíbrio emocional. Não é preciso falar com a 
 38 
outra parte, ninguém precisa ficar sabendo. Deve 
ser aplicado a todo instante, por isso não faz 
sentido falar com o outro. Imagine você gritando 
para alguém no trânsito: “Eu perdôo você por essa 
fechada”. 
 
Com a prática o ideal é nem permitir que 
a mágoa se instaure em nosso ser. Podemos matar o 
problema na raiz e de vez, perdoando imediatamente 
e não abrigar a situação na mente. Cito novamente 
Chico Xavier que disse que devemos desenvolver a 
“personalidade inofendível”. 
 
Em meu caso por exemplo, não é que não me zangue 
mais ou que não reaja a situações adversas ou que não tenha mais 
problemas. O que mudou em mim e que faz toda a diferença é que 
agora a irritação dura somente poucos minutos. Procuro me situar, 
voltar a meu centro e tomo consciência dizendo a mim mesma: 
“isso que estou sentindo é criado pelos meus pensamentos e não 
os do outro. Tudo é resultado de minha programação, minha 
percepção e eu posso mudar esse quadro.” Esse simples processo 
me proporciona tranqüilidade tamanha que não consigo descrever 
com palavras. Por quê? Porque evito ter pensamentos do tipo: 
“como é que ele pode me dizer isso? Como pôde agir daquela 
forma comigo?” Não fico esperando que a outra pessoa modifique 
suas atitudes e faça algo para me agradar ou remediar a situação. 
Que alívio! Não dependo de nada nem de ninguém fora de mim 
mesma. Tampouco me imponho a necessidade de ser perfeita nem 
de agradar a todo o mundo. Não preciso convencer a ninguém 
sobre meus pontos de vista. Aprendi a respeitar e reconhecer que 
todos têm livre arbítrio e cada qual tem as suas escolhas. Essa 
realidade já não me causa ansiedade. O bem e o mal são 
parâmetros que criamos em nossa mente. Enquanto nos amarmos 
e cuidarmos de nós mesmos, amaremos e cuidaremos dos outros. 
 
Assim quais são as chaves desse processo libertador? 
Em primeiro lugar é necessário assumir total responsabilidade 
sobre nossas vidas. Devemos aprender a dizer: “sinto muito, me 
perdoe pelo que está em mim e que criou essa situação”. Dessa 
forma assumimos a responsabilidade ao mesmo tempo em que 
perdoamos a nós mesmos. E como temos lembranças em comum, 
basta que tomemos a responsabilidade de pedir perdão para que 
essas lembranças se apaguem de um e de outro. Porém

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