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capa_curvas.pdf 1 07/01/14 18:28 Universidade do Sul de Santa Catarina Disciplina na modalidade a distância Palhoça UnisulVirtual 2013 Gerenciamento de Empresa Aérea Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Reitor Sebastião Salésio Herdt Vice-Reitor Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional Luciano Rodrigues Marcelino Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos Valter Alves Schmitz Neto Diretor do Campus Universitário de Tubarão Heitor Wensing Júnior Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual Fabiano Ceretta Campus Universitário UnisulVirtual Diretor Fabiano Ceretta Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) - Educação, Humanidades e Artes Marciel Evangelista Cataneo (articulador) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços Roberto Iunskovski (articulador) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria Diva Marília Flemming (articuladora) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social Aureo dos Santos (articulador) Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos Moacir Heerdt Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão Roberto Iunskovski Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos Márcia Loch Gerente de Prospecção Mercadológica Eliza Bianchini Dallanhol Palhoça UnisulVirtual 2013 Livro didático Design instrucional Marina Melhado Gomes da Silva Gerenciamento de Empresa Aérea Francisco Luiz Corrêa Edição – Livro Didático Professor Conteudista Francisco Luiz Corrêa Design Instrucional Marina Melhado Gomes da Silval Equipe UnisulVirtual Diagramação Noemia Mesquita Revisão Diane Dal Mago ISBN 978-85-7817-591-7 Copyright © UnisulVirtual 2013 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 629.13 C84 Corrêa, Francisco Luiz Gerenciamento de empresa aérea: livro didático / Francisco Luiz Corrêa; design instrucional Marina Melhado Gomes da Silva. – Palhoça: UnisulVirtual, 2013. 240 p. : il. ; 28 cm. ISBN 978-85-7817-591-7 1. Aeronáutica. 2. Aviões. I. Silva, Marina Melhado Gomes da. II. Título. pg_iniciais.indd 4 07/01/14 18:30 gerenciamento_de_empresa_aerea.pdf 1 08/01/14 14:46 Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Teorias da Administração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 - Organizações e relações humanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 UNIDADE 3 - Gerenciamento de processos e tomada de decisão . . . . . . 121 UNIDADE 4 - Atividade aeronáutica e logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 UNIDADE 5 - Estudo de casos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 UNIDADE 6 - Prevenção de acidentes aeronáuticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 Respostas das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Gerenciamento da Empresa Aérea. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras do professor Voar e fazer voar. Atuando profissionalmente na aviação, como aviador, o “fazer voar” será percebido por você como uma atividade rotineira, simples e até mesmo de importância secundária. Mas os voos que o aviador realiza são, na verdade, a etapa final de um longo processo que envolve muitos outros profissionais, cada qual imprescindível em sua parcela de contribuição. Bons profissionais, de várias especialidades, precisam atuar para o sucesso desse processo. A aeronave com a manutenção em dia, reabastecida, limpa, com equipamentos de proteção, sobrevivência, material de navegação apropriado a bordo, com passageiros embarcados e a presença dos outros tripulantes e pessoal de apoio em terra a postos, só foi possível porque uma organização existe para coordenar tudo isso. Seu treinamento, a escolha da rota e da aeronave também resultou do trabalho profissional especializado de alguém. Uma empresa que se propõe a transportar pessoas e/ou carga com aeronaves de uma localidade para outra necessita estabelecer um processo racional e planejado, de forma a conseguir pessoas dispostas a pagar para embarcar ou enviar cargas aos cuidados desta empresa. E esses processos necessitam ser gerenciados. Este é o assunto que abordaremos neste compêndio. Fazer voar exige que sejam tomadas decisões para a melhor utilização de recursos escassos: os recursos financeiros, a capacitação das pessoas, o tempo e os equipamentos têm limitações. Combinar tudo isso de forma a se obter (bons) resultados exige conhecimento, bom senso e objetivos bem definidos. 10 Universidade do Sul de Santa Catarina A tomada de decisões faz parte do dia a dia dos gestores, que decidem os destinos empresa. Essas decisões são coerentes com um planejamento prévio, como parte de um esforço para atingir metas anteriormente definidas. Não basta, portanto, apenas “saber voar” para “saber fazer voar”. Diferentemente dos aspectos técnicos rígidos da operação de aeronaves, o gerenciamento de empresa aérea exige capacidade de lidar com situações dependentes de muitas variáveis externas e internas, além das possibilidades de controle do gestor. Respostas para situações inesperadas como: “o funcionário adoeceu e faltou”, ou “subiu o preço dos combustíveis depois que fechamos aquele grande contrato” e “a autorização de cheque inicial dos aviadores recém-contratados não foi emitida no prazo esperado”, terão que ser dadas pelo gestor. Planejar, organizar, comandar, controlar e coordenar. Esse é o resumo do nosso tema, e você irá conhecer de forma fácil e progressiva as melhores práticas da atualidade. Aprenderá os fundamentos para a tomada de decisão e técnicas aplicáveis nas funçõesde chefia operacional da empresa aérea. Você está prestes a começar este voo cultural, fundamental para qualificá-lo para navegar com segurança pelas rotas de uma carreira aeronáutica de sucesso. Pronto para a decolagem? Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: � o livro didático; � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); � o Sistema Tutorial. Ementa Aspectos administrativos do gerenciamento e operação de uma empresa aérea. Tomada de decisão. Orçamento, análise de demanda, scheduling. Planejamento da frota, logística e segurança operacional. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos da disciplina Geral Obter noções básicas de administração, abordando fundamentos das teorias de administração, além de noções sobre técnicas de tomada de decisão e gestão da qualidade. Preparar para a supervisão de atividades operacionais em empresas aéreas de grande e médio porte, e para o empreendedorismo em empresas aéreas de pequeno porte. Específicos � Conhecer a estrutura das organizações, principais estruturas de gerenciamento e fundamentos das teorias de administração. � Capacitar para a distinção entre poder, liderança e chefias na estrutura das organizações. � Conhecer teorias sobre a motivação humana, técnicas para tomada de decisão e gestão de qualidade aplicáveis pelo gestor no seu nível decisório. � Compreender o planejamento, organização e administração, enfocando-se as necessidades de recursos humanos, financeiros e materiais de uma empresa aérea de pequeno, médio e grande porte. � Compreender a logística envolvida na empresa aérea. � Compreender a importância da prevenção de acidentes aeronáuticos e operacionais. Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. 13 Gerenciamento de Empresa Aérea Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 6 Unidade 1 – Teorias da Administração Serão explicadas sinteticamente as mais conhecidas teorias administrativas surgidas desde o final do século XVIII (Revolução Industrial), que foram ou que são adotadas para gerenciar as organizações. A ordem cronológica de seu surgimento será menos importante do que a corrente de pensamento a que se relacionam, pois a aplicação da teoria administrativa depende mais do contexto social, da natureza da organização e das convicções pessoais, sensibilidade e índole dos administradores. Unidade 2 – Organizações e relações humanas Estudaremos as organizações como organismo gerado a partir da reunião de várias pessoas, com o propósito de agirem coordenadamente para atingir metas direcionadas para um objetivo comum. Neste ambiente com várias pessoas, surgem lideranças e conflitos, que precisam ser devidamente direcionados e controlados para manter a eficiência do trabalho conjunto e o bem-estar dos integrantes do grupo. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 3 – Gerenciamento de processos e tomada de decisão Para sua sobrevivência, as organizações necessitam que seus administradores estejam atentos para a forma como as ações são realizadas na organização e para o resultado alcançado naquele contexto. O gerente necessita conhecer e aplicar técnicas ou ferramentas eficazes para planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar processos, e conhecer técnicas para tomada de decisão com informações limitadas, ou comparando situações distintas, como resultado de sua ação. Unidade 4 – Atividade aeronáutica e logística São estudadas as implicações e necessidades da empresa aérea, que necessita ter uma logística interna bem executada para poder servir bem como modal de transporte para outras empresas clientes, além de clientes individuais. Unidade 5 – Estudo de casos Nesta unidade, é realizada uma abordagem critica do desenvolvimento de empresas gerenciadas por pessoas de grande visão, que conseguiram resultados extraordinários com a utilização racional, criativa e até inusitada dos recursos de suas empresas, de forma a oferecer bons serviços e conquistar fatias expressivas do mercado. Unidade 6 – Prevenção de acidentes aeronáuticos Será realizada uma reflexão crítica a respeito do papel do administrador frente à tarefa de prevenção de acidentes aeronáuticos. Do ponto de vista administrativo, serão examinadas as razões pelas quais a prevenção de acidentes aeronáuticos deve ser prioridade máxima do gestor da empresa aérea. 15 Gerenciamento de Empresa Aérea Agenda de atividades/Cronograma � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 1 Objetivos de aprendizagem � Fornecer ao leitor um entendimento histórico sobre as organizações e seus objetivos, com enfoque nas organizações comerciais, e o modo como eram e são administradas; � Permitir ao leitor conhecer o tratamento dado pelos controladores aos subordinados ao longo do tempo, levando-o a refletir sobre a evolução do relacionamento capital-trabalho dentro das organizações e motivando-o a conhecer e aplicar as melhores abordagens administrativas já desenvolvidas, agindo proativamente para o desenvolvimento da organização que o emprega, colaborando para construir um ambiente laboral eficiente, mas também saudável e cooperativo. � Permitir ao leitor compreender a responsabilidade das pessoas como colaboradores da empresa, entendendo que essas tiram recursos do excedente produzido por suas atividades de produção, e que o colaborador tem obrigação de ajudar a empresa, cumprindo suas metas. Dessa forma, a organização poderá sobreviver no mercado, crescer e ter lucros, gerando benefícios para todos: controladores, colaboradores e a sociedade Seções de estudo Seção 1 Administração Seção 2 Teoria geral da Administração UNIDADE 1 Teorias da Administração 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo O amigo leitor já refletiu sobre a vida dos trabalhadores nas empresas no passado? Salário, tarefas, tempo à disposição da empresa, férias, aposentadoria? A viagem no tempo para encontrar as raízes significativas do modelo atual é curta: vamos até o século XIX, com o início da Revolução Industrial. Foi o momento em que a tecnologia das máquinas a vapor e o combustível barato (carvão mineral) permitiram a mecanização dos teares. Assim, surgiram fábricas, que tinham funcionários. Modo de dizer. Trabalhavam 16 horas por dia, não podiam se ausentar, seus erros eram punidos até fisicamente, e o salário era quase inexistente. Trabalhava-se por casa e comida. Dessa forma as organizações começaram a surgir. Necessidade de transporte? Logo aparecia alguém com uma frota de carroças,carruagens ou navios. Armazenamento nos portos e carregamento de navios? Eis que surge um investidor para construir armazéns e recrutar mão de obra para os serviços. Mas as contratações quase sempre eram por tarefa. À medida que o tempo passava, ideias e propostas foram surgindo, modificando as organizações e as relações de trabalho. Nem sempre de forma consensual, mas foram acontecendo. Caro leitor, ao longo de sua leitura, observará as mudanças em direção à realidade atual, e alguns conceitos futurísticos. Reflita sobre isso. Use sua imaginação e criatividade para pensar sobre o tema. A internet e a aviação, por exemplo, poderão gerar alguma “revolução”? E não dispense alguns princípios do passado, como o POC3, úteis ainda nos dias atuais. Tenha uma boa leitura! Tear: Máquina para entrelaçar os fios e produzir tecido. Responsabilidades do administrador, segundo os princípios da Administração Clássica: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Por costume e influência dos norte- americanos nos assuntos de administração, utiliza-se o formato das fórmulas moleculares da química para demonstrar que o “C” repete-se mais duas vezes, totalizando 3, ou seja POCCC = POC3. 19 Gerenciamento de Empresa Aérea Unidade 1 Seção 1 – Administração 1.1 Definição e conceituação Os termos administração, gerenciamento e gestão são sinônimos. (ad.mi.nis.tra.ção) sf. 1. Ação ou resultado de administrar 2. Gestão de negócios, atividades, projetos públicos ou particulares 3. Modo de administrar, de gerir; DIREÇÃO; GERÊNCIA; GOVERNO: Propunha uma administração rigorosa 4. P.ext. O tempo de gestão de um administrador: 5. Adm. Departamento dirigido por um administrador 6. Adm. Equipe que administra: A administração disse que tomaria providências 7. Adm. Conjunto de instalações onde trabalha essa equipe 8. Adm. Estudo dos princípios e das técnicas de administração ou gerência em curso superior 9. Rel. Ação de administrar, de conceder (sacramentos) 10. Med. Vet. Ação de ministrar medicamento, vacina etc. [F.: Do lat. administratio, onis.] Fonte: iDicionário Aulete, 2012. (ge.ren.ci:a.men.to) sm. 1. Ação ou resultado de gerenciar, dirigir, administrar; GERÊNCIA [F.: gerenciar + -mento.] (ge.rên.ci:a) sf. 1. Ação ou resultado de gerir; ADMINISTRAÇÃO; DIREÇÃO; GERENCIAMENTO; GESTÃO; GOVERNO 2. Função ou exercício de gerente (gerência financeira, gerência de material): Isso não ocorreria na minha gerência 3. Sala em que estão instalados o gerente e seus auxiliares: A gerência da loja fica no segundo andar 4. Indivíduo ou conjunto de indivíduos com essa função 5. Lapso de tempo em que alguém foi gerente. [F.: De gerente + -ia2, seg. o mod. analógico.] Fonte: iDicionário Aulete, 2012. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina (ges.tão) sf. 1. Ação ou resultado de gerir; ADMINISTRAÇÃO; GERÊNCIA: gestão como prefeito: gestão na empresa 2. O período que dura essa ação. [F.: Do lat. gestìo, onis.] Gestão de negócios 1 Jur. Administração não oficial de negócio alheio, sem representação formal. Gestão social 1 Jur. Período durante o qual alguém administra negócio, sociedade, empresa etc. por delegação de outros sócios. Fonte: iDicionário Aulete, 2012. Gestão é mais comumente empregado em Portugal, enquanto gerenciamento, (ou gerência), é usado no Brasil. Acontece que “gerente” é também considerado como um nível hierárquico operacional (não administrativo) nas empresas. Por isso, costuma- se aplicar os termos “administrador” e “gestor” quando vamos nos referir a uma instância maior na pirâmide decisória da empresa, ao invés de “gerenciador” (ou gerente). Esclarecido o aspecto semântico, é necessária a apresentação de mais um detalhe fundamental: a organização a ser gerenciada ou administrada, ou seja, a empresa. A empresa é um esforço humano organizado, feito em comum e com o mesmo objetivo declarado. Esse objetivo pode ser o lucro, o desenvolvimento setorial do país e/ou proteção de setores ou tecnologias estratégicas, a prestação de serviços e a filantropia (respectivamente, em empresas privadas, públicas e organizações sem fins lucrativos). Embora na maioria das famílias exista algum grau de administração empírica, neste livro didático estaremos sempre nos referindo a uma organização comercial, ou empresa. Finalmente, o mais importante e sensível elemento: 21 Gerenciamento de Empresa Aérea A empresa é um grupo de pessoas que pode ou não estar fisicamente no mesmo lugar e se relaciona para cooperativamente atingir os objetivos do empreendimento, que é a sobrevivência no mercado pelo próprio aperfeiçoamento e desenvolvimento – e o lucro. Administrar ou gerenciar é (conseguir) atingir metas por meio da colaboração das pessoas. 1.2 Origens e cronologia 1.2.1 Primórdios A história da humanidade, desde seu início, descreve sociedades organizadas em maior ou menor grau. Administrar seus recursos, hierarquizar o poder de decisão e atingir metas com o esforço de muitas pessoas sempre foi natural nas sociedades. Encontra-se, desde o período da História Antiga, tanto nas culturas orientais como ocidentais, evidências dos esforços de controle dos recursos dos reinos. Existiam ações efetivas para implantação, expansão e manutenção da infraestrutura, com objetivos funcionais e de defesa do território. Para planejar, coordenar e controlar a execução dos projetos, eram distribuídas funções entre diversos gestores regionais subordinados ao poder central. Essas preocupações e ações administrativas apresentam grande similaridade com alguns conceitos atuais. Administrar, nos regimes monárquicos, era uma função de estado, reservada aos reis e sua corte. Poucos empreendimentos particulares, além da estrutura familiar existiam. Dar de comer ao povo, protegê-lo dos ataques inimigos, determinar a produção, a estocagem e distribuição de alimentos eram obrigações da casta superior. Também a organização e operacionalidade dos exércitos, geralmente recrutados do povo e mesclados com mercenários remunerados, foi uma tarefa dos ungidos. A forma de organização das sociedades desde a antiguidade, até a Revolução Francesa – que instituiu a República, foi a Monarquia. A monarquia é o governo do povo pelo patriarca de uma família, denominado Rei, Faraó, Xá, Califa entre outros. O poder do rei era absoluto e as leis eram suas determinações autocráticas. 22 Universidade do Sul de Santa Catarina Há escritos dos filósofos a respeito dessa atividade, geralmente orientando os governantes ou criticando ações mal conduzidas. Sócrates, por exemplo, filósofo grego que viveu entre 470 a.C. e 399 A.C, em seu diálogo com Nicomaquis, escreve: Sobre qualquer coisa que um homem possa comandar, ele será um bom comandante se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, quer tenha o comando de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquis, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres. (FERNANDES, 2010). 1.2.2 A Igreja Católica A Igreja Católica é uma organização milenar que estabeleceu princípios e normas administrativas que podem ser observados e comparados aos modelos de administração atuais. Ela utiliza uma estrutura de comando piramidal simples, e distribui funções definidas em seus vários níveis hierárquicos. Tem regras claras de ação previamente estabelecidas e utiliza-se de uma estrutura colegiada (grupo de assessoria ou estado maior) para reagir a crises como a substituição do Papa, seu comandante supremo. A disciplina e hierarquização rígidas são aplicadas para garantir direção única. Esses princípios organizacionais foram copiados e aplicados com variados graus de sucesso em outras organizações, e na sociedade atual são difundidos e aplicados em grande parte das organizações, por serem eficazes. 1.2.3 As forças militares Observando ao longo do tempo, pode-se constatar que os exércitossão organizações cuja evolução e aperfeiçoamento são cumulativos. Nosso objetivo é estritamente laico neste exemplo, isento, portanto, de qualquer juízo de valor quanto aos aspectos de fé e religião envolvidos. 23 Gerenciamento de Empresa Aérea A pena para a ineficiência de um exército é sempre sua destruição – mas os vencedores tendem a incorporar as melhores técnicas dos derrotados à sua própria organização, fortalecendo-a ainda mais para os próximos embates. Os avanços intelectuais e tecnológicos sempre foram estimulados pelos exércitos como forma de aumentar seu poder bélico. Leonardo da Vinci era requisitado e desenvolveu armas; a aviação teve um grande impulso técnico, ao ser utilizada em combate; e a própria astronáutica é em parte “alistada” para atender objetivos militares norte-americanos e de outros países que desenvolvem conhecimentos neste campo. Matemáticos, geógrafos, químicos, médicos, administradores e vários outros profissionais de todas as áreas empregam sua capacidade a serviço de “forças de defesa” ao redor do planeta, especialmente na iminência de crises, num esforço de conseguir vantagem competitiva. Fartos recursos são liberados para promover saltos de desenvolvimento, que acabam depois sendo incorporados pela sociedade em seus empreendimentos civis. Técnicas de Qualidade Total foram desenvolvidas para atender o esforço de guerra aliado durante a Segunda Guerra Mundial, e depois adaptados às empresas. Conceitos de cadeia de comando, logística, comunicações e evolução tecnológica podem ser encontrados quando comparamos às forças militares da atualidade com os exércitos do passado longínquo. 1.2.4 A Revolução Industrial Uma grande transformação ocorreu no final do século XIX, num processo atualmente denominado Revolução Industrial, que transformou radicalmente a forma que a humanidade vive. Vários fatores contribuíram para essa revolução: o desenvolvimento da siderurgia, a confiabilidade e utilização dos motores a vapor, o mercado comprador e a população ociosa para trabalhar. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina A construção de ferrovias e a produção de tecidos usando teares automatizados em fábricas ocorreram inicialmente na Inglaterra, a partir da metade do século XVIII (1760, aproximadamente), e difundiram-se gradativamente pela Europa, chegando também aos Estados Unidos da América do Norte, até 1900, mudando totalmente as relações econômicas na humanidade. A Inglaterra possuía um conjunto de condições que favoreceram o surgimento da industrialização: a tecnologia da máquina a vapor; grandes quantidades de carvão mineral (a energia para mover as máquinas); jazidas de ferro para aplicação na construção das máquinas; mão de obra – pessoas desempregadas em função de leis impostas pelo regime feudal vigente; e capital (dinheiro) necessário para as construções, vindo das diversas colônias do Império Britânico (“onde o sol nunca se punha”, como se dizia à época). Figura 1.1- Fábrica no século XVIII Fonte: Portal São Francisco, 2012. Com o surgimento das fábricas, um conjunto de atividades e problemas relacionados outrora inexistentes surgiu: compra e estocagem de matérias-primas, estocagem de produtos acabados, venda sistemática, transporte de insumos e produtos, administração financeira e a organização da mão de obra (recrutamento, seleção, treinamento, supervisão etc.). Unidades industriais funcionam como um sistema fechado, interdependente de todos os participantes. Qualquer interrupção no fornecimento de insumos (energia, manutenção), de mão de obra, de matéria-prima ou de transporte podem paralisar a produção. 25 Gerenciamento de Empresa Aérea Esses empreendimentos necessitavam agora de um gerenciamento e métodos eficazes para conduzir as atividades de produção. A administração começa a ser vista como uma atividade profissional distinta. 1.3 Objetivos da Administração Por mais abundantes que sejam, a quantidade dos recursos em qualquer empreendimento é sempre finita – e para todos os efeitos práticos, escassa: será sempre limitada a um valor finito! A organização empresarial, com esses recursos limitados, necessita produzir e gerar excedentes, para atender: � O empreendedor ou empresário, detentor dos recursos, que coloca seu capital em risco na empreitada, com intenção de produzir algo e quer ser remunerado, tanto pelo “custo de oportunidade”, como pelo risco de imobilizar seus recursos ao transformar seu capital em maquinários, depósitos e estoques de produtos; � O colaborador, associado ou funcionário, que quer ser remunerado pelo dispêndio de sua parcela de tempo, esforço físico e intelectual no processo de produção; � A própria organização, para atualizar-se e expandir-se, garantindo a própria sobrevivência; � A sociedade, representada pelo Estado, que cobra impostos em nome da “função social da empresa”, capturando parte do seu lucro para aplicá-lo, a fim de mitigar as necessidades de toda a sociedade, em suas ações exclusivas: segurança, saúde, educação, infraestrutura, defesa civil, defesa territorial e fomento ao desenvolvimento do país. Custo de oportunidade é a remuneração que o capital teria no banco, com os juros e com baixo risco de perda. 26 Universidade do Sul de Santa Catarina Quando o governo cobra impostos da organização empresarial, na verdade está diminuindo a lucratividade da empresa, ou cobrando impostos indiretos dos consumidores, que pagarão um preço maior pelos produtos? E se essa empresa exporta seus produtos, o governo, neste caso, estaria “exportando” impostos? Quem gerencia uma empresa promove a adequação dos recursos financeiros, tecnológicos e humanos para conseguir atingir objetivos. Como nenhuma empresa dispõe de recursos infinitos, inclusive de tempo, o gestor toma suas decisões em um ambiente de restrições. Para que as decisões tenham possibilidade de acerto (levando em conta os objetivos), o administrador deverá ter previamente elaborados planos e objetivos, utilizando informações provenientes de relatórios, pareceres, laudos e também de sua própria observação. De posse dessas informações, fará análises de acordo com métodos de tomada de decisão, que serão apresentados mais adiante. Seção 2 – Teoria geral da administração Novas organizações criadas para realizar empreendimentos diversos criaram também a necessidade de se buscar meios mais eficientes para seu gerenciamento. Técnicas e metodologias de administração foram surgindo. Algumas se tornaram teorias e foram largamente adotadas. Outras se mostraram ineficientes e foram descartadas. Ainda hoje surgem novas teorias de administração e seus teóricos tornam-se “gurus”, como Peter Drucker ou Lee Yacoca. O assunto ainda é vivo, e não existe (ainda) uma prática de eficiência comprovada e universal para ser aplicada a todas as organizações. Vamos discorrer rapidamente sobre algumas das mais conhecidas teorias da Administração, respeitando, na medida do possível, a cronologia de seu surgimento e contextualizando as condições que influenciaram a sua aplicação. 27 Gerenciamento de Empresa Aérea “Na prática, a teoria é outra.” Este ditado popular é na verdade uma justificativa apresentada por quem: não conhece a teoria; está aplicando teoria inadequada para a situação; não sabe aplicar corretamente a teoria. “Prática é a realização de uma teoria”. Não existe um melhor sistema, uma melhor teoria, mas aquela que melhor explica uma realidade ou orienta uma prática. A teoria nasce da prática e a orienta. 2.1 Teoria clássica da administração Figura 1.2 – Jules Henry Fayol Fonte: Wikipedia, 2012. No início do século 20, Henry Fayol, engenheiro francês que administrava uma empresa mineradora, reuniu suas ideias em um livro denominado Administration Industrielle et Generale (Administração Industrial e Geral). As ideias apresentadas no livro constituem o que se denomina atualmente “Teoria Clássica da Administração”.A identificação e classificação das funções existentes na empresa, as funções administrativas de um administrador e os princípios Jules Henri Fayol – Istambul, 29 de Julho de 1841 — Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Ciência da Administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da Administração e autor de Administração Industrial e Geral (Wikipédia, 2012). 28 Universidade do Sul de Santa Catarina gerais da administração fazem parte de sua obra e estão listados a seguir. Você notará que essas listagens e comportamentos associados aparecem em muitas empresas contemporâneas. Modificações são feitas para a adequação à realidade atual, mas as linhas gerais são identificáveis. Empresas com mão de obra altamente especializada, que trabalham intensivamente com produtos intelectuais, costumam fugir bastante daquilo que foi observado e estabelecido por Fayol, como, por exemplo, as empresas de software e internet, como a Microsoft, Facebook e Google, onde a organização do trabalho e as linhas de subordinação hierárquica são peculiares. 2.1.1 As seis funções básicas da empresa, por Fayol Fayol via a organização como um corpo – o “corpo empresarial”. As atividades desse corpo eram encaixadas em seis funções (CHIAVENATO, 2000, p.81): 1. Funções técnicas: produção de bens e serviços da empresa. 2. Funções comerciais: compra venda e permutação/troca. 3. Funções financeiras: busca e controle de capitais. 4. Funções de segurança: proteção e preservação dos bens e das pessoas. 5. Funções contábeis: inventários, registros, balanços, custos e estatísticas. 6. Funções administrativas: relacionadas com as outras cinco funções integradas, pairando acima delas. 29 Gerenciamento de Empresa Aérea 2.1.2 As funções administrativas Sobre as funções administrativas, Fayol definiu elementos da Administração, ou funções do administrador (atualmente resumida na sigla POC3 ou POCCC): 1. Planejar (prever): visualizar o futuro e traçar o programa de ação. 2. Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. 3. Comandar: dirigir e orientar o pessoal. 4. Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. 5. Controlar: verificar que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as ordens dadas. 2.1.3 Os 14 princípios gerais da Administração (Fayol) Apesar de denominar “princípios”, Fayol tentou deixar claro que não tinha por objetivo estabelecer verdades universais. Mas foi muito criticado por isso posteriormente. Sua ressalva foi: “(...) não existe nada rígido ou absoluto quando se trata de problemas de administração, é tudo uma questão de proporção”. Considere a lista de princípios a seguir como um conjunto de tópicos importantes e diretrizes, que em muitos casos os gerentes atuais podem aplicar (CHIAVENATO, 2000, p.83): 1. Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. 2. Autoridade e responsabilidade: autoridade e o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e significa ter o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina 3. Disciplina: depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito às normas estabelecidas. 4. Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. 5. Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. 6. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares. 7. Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 8. Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. 9. Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. 10. Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 11. Equidade: amabilidade e justiça para alcançar lealdade do pessoal (reconhecer o direito de cada um). 12. Estabilidade do pessoal: a rotatividade das pessoas tem um impacto negativo sobre a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer num cargo, tanto melhor para a empresa. 13. Iniciativa: a capacidade de visualizar e estabelecer um plano de ação, executando-o até sua conclusão, obtendo resultados positivos. 14. Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são as forças da organização. Fayol não considerava a necessidade de lideranças, e imaginava sempre que uma pessoa (uma cabeça) pensaria e distribuiria ordens para que os demais (proibidos de pensar) executassem as tarefas de forma fiel ao indicado pelo seu feitor. A retribuição justa (salário mínimo adequado) foi uma proposta inovadora, que confrontava o pensamento de quanto menor o salário, melhor. Evidentemente que essa proposta não era uma bondade, mas a constatação que o empregado, recebendo menos do que o necessário para a sua sobrevivência, iria produzir menos e ser mais propenso a ações de desobediência no trabalho. 31 Gerenciamento de Empresa Aérea Atualmente, existem opiniões formadas sobre os pontos fracos e deficiências da Teoria Clássica da Administração, que convergem para os seguintes tópicos que destaco aqui: � A empresa como um sistema fechado: Fayol pouco fala a respeito da integração da empresa ao mercado, como influenciada e influenciadora, e sobre a concorrência e os clientes; � A função de comando: unidade, autoridade e responsabilidade. Alguns creem que lhe é dada importância excessiva; � Mão de obra: Algumas opiniões apontam que seus métodos visam a manipular a mão de obra para acelerar o processo produtivo, na busca por produzir mais em menos tempo e com qualidade. Buscava eliminar todos os desperdícios de tempo pela “vadiagem” dos funcionários, inclusive o ato de pensar. Assim, em situações distintas e específicas, mesmo dentro de um setor da empresa, uma técnica de administração pode ser aplicada com ponderação para atender alguma necessidade especial. Imagine uma empresa de linha aérea regular: Existem os departamentos de marketing, comercial, de operações, de manutenção, financeiro, de handling (carga/descarga e limpeza das aeronaves), de segurança patrimonial etc. Um rígido controle de horários deve ser imposto aos aviadores e comissários, em suas escalas de voo e treinamento. Já o setor de manutenção poderá ter um sistema de banco de horas para que, em momentos de maior esforço de manutenção de reparos, toda a força possa ser convocada para colocar as aeronaves disponíveis para o voo. O setor comercial e de marketing, por sua vez, poderão ter mais flexibilidade para fazer contatos pessoais e promover a criatividade de seus integrantes. Como se pode perceber, é o administrador com seu conhecimento e visão global do negócio em cada nível, que irá colocar em prática a teoria adequada em cada departamento, Note o leitor que a relação entre patrão e empregado no início do século XX era desrespeitosa para os padrões atuais. O empregado era considerado vadio, caso deixasse de produzir o máximo ininterruptamente, mesmo que fosse para tomar água, atender suas necessidades fisiológicas ou devido à enfermidade debilitante. Mas era o pensamento corrente não exclusivo do empresariado, e aceito em uma sociedade que admitia palmatórias e outros castigos físicos nas escolas, também. 32 Universidade do Sul de Santa Catarina setor ou ocasião, para obter os melhores resultados e atingir os objetivos e metas estabelecidos pela alta direção da empresa. A seguir, você verá uma abordagem não menos famosa e também polêmica da administração, que foi largamenteempregada no início do século XX, nos Estados Unidos da América do Norte, e no mundo industrializado europeu. Seus métodos e práticas afetaram a vida e provavelmente ainda hoje trabalhadores são submetidos a essas práticas, exageradas e até desumanas, caso empregadas em todos os detalhes de sua concepção original. 2.2 Administração científica Figura 1.3 – Frederick Winsow Taylor Fonte: Wikipedia, 2012. Taylor era norte americano, interrompeu seus estudos em Direito e tornou-se empregado na indústria, como operário. Formou-se engenheiro mecânico em 1883. Reuniu suas ideias em um livro denominado “Princípios da Administração Científica”, publicado em 1911, após ter lançado outro, em 1903, com o título de “Administração de Oficinas”. 33 Gerenciamento de Empresa Aérea A essência de sua teoria é a análise do ser humano em sua capacidade de uso de sua força muscular, coordenação motora e destreza. Classifica o ser humano como uma máquina biológica. A linha de montagem simboliza a prática dessa teoria, e ficou eternizada pela dura crítica que lhe dedicou Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos”. Pelos incentivos salariais tentava fazer que o empregado trabalhasse até o limite da exaustão física ou mental. Os de menor rendimento eram sistematicamente substituídos. Henry Ford implantou esses princípios na indústria automobilística, tornando-se exemplo, com a padronização de peças e cores de seus carros – é dele a conhecida frase: “O (carro) Ford modelo T pode ser pintado de qualquer cor, mas sai da linha de montagem sempre na cor preta.” Para a implementação da Administração Científica, esses princípios são a base: � Princípio do planejamento: Substituir os métodos empíricos por métodos científicos e testados; � Princípio da seleção: Selecionar os trabalhadores com melhores aptidões e treiná-los, preparando-os para realizar sua função; � Princípio de controle: Supervisão para verificar se o trabalho está sendo executado como foi estabelecido; � Princípio de execução: A distribuição de responsabilidades deve existir para que o trabalho seja executado de forma uniforme. 34 Universidade do Sul de Santa Catarina Além de Henry Ford, Henry Gantt desenvolveu sistemas de planejamento, deixando como legado o “Gráfico de Gantt” que ainda hoje é ferramenta importante para o a criação de cronogramas e acompanhamento de projetos. O casal Frank e Lillian Gilbreth estudou o tempo e os movimentos que são feitos para a realização dos trabalhos, contribuindo para o layout das fábricas e para o que se denomina atualmente ergonomia. Todavia, esses estudos também foram aplicados no sentido de impor ao empregado “tarefas simples”, e o conceito de separar pessoas contratadas para pensar (planejamento) e outras para a realização de trabalho braçal (com menor remuneração), “dispensadas” ou “proibidas” de pensar. A Administração Científica ou Taylorismo contribuiu para a racionalização dos processos de fabricação de manufaturados, reduzindo o preço de automóveis e aparelhos domésticos, colocando- os ao alcance do bolso das pessoas com menor renda, ou para as “massas”. Também propiciou aumento nos salários, e a “massa assalariada” tornou-se consumidora, o que contribuiu também para sustentar a expansão da economia dos países capitalistas no século XX, sobretudo os industrializados, como os Estados Unidos da América do Norte, Alemanha, Inglaterra e França. Como você pode perceber, cada corrente de pensamento que se consolida em uma teoria de administração tende a focar- se nas deficiências das teorias já existentes, e se instala de forma incremental e/ou decremental em relação às anteriores, buscando melhorar o bem-estar das pessoas nas organizações. Simultaneamente tenta preservar ou preferivelmente aumentar o lucro das organizações via redução de custos, aumento de produção ou aperfeiçoamento tecnológico dos produtos e serviços oferecidos. O gráfico ou diagrama de Gantt é uma representação das diversas fases de um projeto, organizados de forma a permitir a visualização da linha de tempo e da correlação que as diversas fases têm entre si. É utilizado para o acompanhamento de projetos complexos, divididos em fases e tarefas que ocorrem simultaneamente e/ou sequencialmente para terem seus resultados unidos ou utilizados em conjunto, em momento futuro. O valor pago em salários retorna à economia por meio das compras dos mesmos produtos que os operários fabricam. A moeda circulando rapidamente expande a economia, sobretudo criando também um setor de serviços (transportes, entretenimento etc.). Com isso, o governo passa a arrecadar mais impostos e a investir mais em infraestrutura, saúde, educação, transporte público e segurança pública, criando demanda por equipamentos etc. Isso causa uma retroalimentação (feedback ou círculo virtuoso), que se autossustenta enquanto o governo e as relações macroeconômicas se mantiverem em equilíbrio, controlando a inflação e a formação de bolhas especulativas. No contexto em questão, esse ambiente positivo acabou na crise da bolsa de Nova Iorque, em 1929. 35 Gerenciamento de Empresa Aérea Nos anos 50, os japoneses criaram o conceito de kaizen. A Administração Japonesa, como também é chamada, é baseada na educação de berço do japonês, com seus valores humanos e a aplicação aperfeiçoada dos conceitos das teorias clássicas e científicas. Ao longo do tempo, desenvolveu técnicas vencedoras, como o “5S”, que acabou se ocidentalizando como o TQC – Qualidade Total (Total Quality Control). 2.3 Teoria das Relações Humanas ou Teoria Humanística As críticas às teorias da Administração Científica e Clássica levaram vários administradores a buscar novas abordagens na maneira de dirigir as empresas, resultando em uma série de conceitos que se complementam ou se contradizem. Essas teorias administrativas ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Foi um momento em que a busca de explicações e culpados permitiu a entrada de novos valores e ideias para o gerenciamento das empresas. O estudo dos sentimentos dos trabalhadores, a forma como interagiam, formando grupos sociais e funcionais, e sua busca por satisfação pessoal formam a base deste modelo, que tem como características mais marcantes: � O ser humano não pode ser reduzido a um ser cujo comportamento é simples e mecânico; � O homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e pelas demandas de ordem biológica; � Todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio, e autorrealização. 36 Universidade do Sul de Santa Catarina A participação dos funcionários no processo de tomada de decisões – especialmente no aspecto da maneira de realizar, do regime e condições do local de trabalho – foi sendo ampliada, pois ficava evidente que colaboradores motivados é uma forma de otimizar o esforço de produção. Conforme essas novas práticas conseguiam resultados favoráveis, aspectos ligados à afetividade humana, à regulamentação e ao controle sobre o funcionário nas organizações foram sendo melhor compreendidos, e a administração passou a ser mais flexível. O ambiente laboral com relações interpessoais respeitosas, amistosas e até amigáveis passou a ser buscado pelos administradores como uma ferramenta de melhoria de produtividade. As estruturas de fiscalização e controle tornaram- se mais sutis e pontuais, sendo substituídas por um claro direcionamento aos objetivos empresariais. A organização deixa as pessoas responsáveis pelos seus atos em sua área de atuação, que por sua vez sentem-se valorizadas ao serem reconhecidas como “adultos pensantes, racionais e responsáveis”, ficando mais motivadas para realizar com precisão seu trabalho. Hoje, o conceito de liderança sobrepondo-se ao gerenciamento autoritário é bastante difundido, e foi definido nessa teoria, conforme a comparação a seguir: � Gerenciamentoautoritário: Gera pouca motivação e insatisfação nos funcionários, porque esses são desestimulados a pensar a respeito da melhor forma de conduzir seu trabalho, e são tolhidos em sua criatividade e capacidade de tomar iniciativas; � Liderança: Promove satisfação e motivação nos liderados, que são estimulados a participar do processo de realização de suas tarefas, com ideias e iniciativas. O diálogo existe. Geralmente promove, além do aumento da produtividade, uma melhor qualidade dos produtos finais (menor taxa de defeitos). 37 Gerenciamento de Empresa Aérea Ao observar as empresas atuais, você certamente irá notar a presença do RH, ou seja, o departamento de Recursos Humanos, que tem sido denominado eventualmente de Departamento de Talentos Humanos ou, simplesmente, como uma grande empresa adotou: Departamento de GENTE. É a influência da Escola das Relações Humanas e outras mais contemporâneas, mostrando visões mais humanistas e criativas, para se atingir os objetivos organizacionais respeitando a natureza humana. Administrador: Cuidado com as “bondades” porque você tem responsabilidades com as metas e objetivos de sua empresa, produtividade e custos, reflita sobre isso. Salas de descanso, massagem e ginástica laboral, creches na própria empresa para os funcionários (além da obrigação legal) e flexibilidade de horários são medidas comuns adotadas pela visão dos teóricos das relações humanas. Também afastamento sabático para autoaperfeiçoamento (um período de afastamento da empresa, geralmente por um ano, quando o funcionário faz um curso, pesquisas ou viagens de estudos – remunerado ou não). Outra medida é o sistema “home office”, que é a permissão para o funcionário trabalhar em sua própria residência, e fica em contato com o escritório por meio da internet e do telefone, lá comparecendo somente quando necessário ou com uma periodicidade previamente combinada. Essas iniciativas têm um custo para a empresa. Por isso, antes de o administrador implantar alguma iniciativa do tipo, é necessário um estudo bastante detalhado, com a coleta de dados numéricos e conceituais (quantitativos e qualitativos), bem como uma estratégia para o cancelamento do benefício caso não traga benefícios para a organização. Devem ser estabelecidas metas de aumento de produtividade ou rentabilidade para avaliar se o investimento feito realmente é útil para empresa como organização comercial. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Uma empresa de aviação agrícola com uma frota de aviões Embraer Ipanema incorporou um avião Air Tractor. Esse avião tem possibilidade de produzir mais do que o dobro das outras aeronaves da frota, mas tem um custo operacional que varia, podendo também ser maior do que o dobro do das outras aeronaves. Visando a motivar seus aviadores a uma melhor operação e sem fazer cálculos detalhados, a alta direção da empresa decidiu, como forma de incentivo, manter o mesmo valor da comissão por “hectare pulverizado” para o piloto do Air Tractor, mantendo o mesmo salário fixo de todo o grupo de voo. A premissa da direção da empresa exemplificada é que o aviador do novo avião iria tentar produzir o máximo, porque o ambiente de trabalho melhorou significativamente: cockpit com ar condicionado e para-brisas blindado para minimizar danos, em caso de colisão com pássaros, além de avanços tecnológicos de uma aeronave recém saída da fábrica. Não deu certo! O aviador passou a produzir somente 50% mais do que com os outros aviões, aumentando o próprio salário a um nível que o satisfazia, e trabalhando menos horas de voo do que com o Ipanema. Com baixa produtividade, o novo avião gera mais custos do que receita. Os dilemas da alta direção: � A empresa reluta em demitir seu piloto mais experiente para fazer um trabalho que exige experiência, tem riscos consideráveis de perda do equipamento e até fatalidade; � Descarta a possibilidade de provocar uma contenda judicial, em caso de diminuição da comissão do aviador (que é procedimento ilegal, prática não adotada pela empresa), � Para não ter prejuízos, tem que manter sua melhor fonte de rentabilidade subutilizada. 39 Gerenciamento de Empresa Aérea � O ambiente do grupo de voo deteriorou-se, porque ficou claro para todos que a promoção de um novo piloto para o novo avião irá provocar a demissão do atual comandante; � A empresa não tem em seu quadro de pilotos, outro com a experiência necessária para atender às exigências da empresa seguradora do avião para aceitar a apólice; � A contratação de um piloto experiente fora do quadro de pilotos da empresa é um(a) grande risco e dificuldade, pois, além de existirem poucos pilotos inexperientes disponíveis no mercado, um recém contratado para o melhor avião da empresa poderia provocar a saída de outros pilotos, que se motivam a continuar na empresa pela possibilidade de voar o equipamento melhor; � A alteração (diminuição) do valor da comissão do novo piloto exigirá um ato unilateral da empresa, que poderá ser interpretado pelos colaboradores como “ganância do Capitalista”. Reflita como fazer para que isso não aconteça, e como resolver o caso descrito, afinal, você poderia ser o administrador! 2.4 Administração por objetivos (APO) Peter Drucker tornou-se famoso “guru” entre os administradores, difundindo suas então (década de 1970) ousadas ideias a respeito de administração de empresas. Teve e tem vários seguidores e colaboradores, além, é claro, de críticos. Em sua proposta, a Administração por Objetivos (APO) tem um enfoque que procura considerar o ser humano como importante, com capacidade para entender o todo, pensar e decidir visando a atingir um objetivo comum. Nesse sentido, pode ser comparada à história de dois pedreiros que assentam tijolos em uma grande construção. Perguntado sobre o que fazia, o primeiro respondeu: - Estou assentando tijolos! 40 Universidade do Sul de Santa Catarina Já o segundo respondeu a mesma pergunta assim: - Estou construindo uma Catedral! O primeiro é o típico funcionário da Administração Científica, enquanto o segundo, da Administração por Objetivos. Para a aplicação da APO, devem ser determinados claramente os objetivos, definidas metas e um cronograma. Todos devem saber quais ações a fazer e a que tempo cada uma deve ocorrer, para que as metas sejam cumpridas no prazo determinado. Fica estabelecida a maneira de se avaliar o desempenho de cada funcionário envolvido nas tarefas, e o sistema de recompensas (incentivos variáveis, além do salário) para remunerar quem conseguir superar as metas, individual e coletivamente. Depois de implantado, deve tornar-se um processo contínuo, sistemático, e objeto de reavaliação periódica constante. Quando a economia e a sociedade modificam rapidamente seus valores, a necessidade de reavaliação das metas tem que ser feita em curtos espaços de tempo. A revisão dos planejamentos tomará grande parte do tempo, dificultando a utilização do modelo. Qual seria o destino dos planos de um fabricante de máquinas de escrever, com a entrada no mercado dos computadores e impressoras, se ele não estivesse acompanhando as inovações do mercado? Elevado grau de confiança entre os integrantes da organização é condição fundamental para a aplicação dessa forma de administrar. A necessidade de reavaliar as metas, à medida que o tempo passa, não pode ser feita desprezando-se os critérios anteriormente estabelecidos. A cada reavaliação é necessário que se mantenha as metas alcançáveis de acordo com a capacidade da força de trabalho e a realidade do mercado, de forma a manter a motivação de todos para buscar a recompensa da remuneração variável. 41 Gerenciamento de Empresa Aérea Empresas de varejo (vendas) e financeiras (bancos) conseguem implantar essa teoria administrativa com maior grau de sucesso. Esse tipo de empresa, devido à sua própria natureza, já tem estabelecidos fortes controles das atividades diárias,separados por funcionários (especialmente as instituições financeiras). Assim, o desempenho de todos já está registrado, bastando algumas alterações nos programas de computador e o estabelecimento das metas negociadas para se implantar o sistema. Volte ao caso da empresa de aviação agrícola citado na Teoria das Relações Humanas, e tente contextualizar o caso sob a ótica da APO. Seria possível? 2.5 Teoria da burocracia O termo burocracia tem forte conotação pejorativa, associado a papelório que se avoluma, soluções morosas e apego exagerado a detalhes em processos formais, fenômenos esses que ocorrem com frequência em algumas organizações. As pessoas tendem a associar essas disfunções – ou seja, aplicações mal feitas da teoria da burocracia – como sendo a correta aplicação dela, criando uma percepção negativa. Associou-se à palavra uma conotação pejorativa, como na expressão: “Essa burocracia é terrível!” e em várias outras. O termo burocracia foi cunhado antes da apresentação da teoria que estudaremos, e seu significado – “o poder das repartições públicas” (tradução livre de bureau = mesa e depois escritório, e kratos, do grego poder) e já começou a ser utilizado no século XVIII, com esta conotação negativa. 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 1.4 – Emil Maximilian Weber Fonte: Wikipedia, 2012. A teoria propriamente dita foi idealizada pelo sociólogo Max Weber, que procura identificar fortemente as características racionais das organizações e caracterizar a forma como deve ser exercida a autoridade. (CHIAVENATO, 2000, p.262). A burocracia aplicada a uma organização idealmente a torna extremamente eficiente, porque supõe que exista um planejamento prévio que oriente todas as ações e comportamentos pessoais necessários ao seu perfeito funcionamento. E tudo é documentado em detalhes de forma que seja possível a realização de rígido controle administrativo. Esta teoria já faz parte da abordagem estruturalista da administração, em que os princípios da abordagem clássica da administração que acabamos de estudar (clássica, científica e humanista) tornam-se incompletos ou contrários à visão da organização como um todo harmônico, integrado internamente, e também ao mundo exterior. São esses alguns dos princípios fundamentais da burocracia (CHIAVENATO, 2000, p.262): � Formalização: Existem regras estabelecidas, que não podem ser arbitrariamente modificadas; � Divisão do trabalho: Funções específicas são definidas para cada um, sem sobreposição de tarefas; 43 Gerenciamento de Empresa Aérea � Hierarquia: Estrutura piramidal de comando, ou seja, exceto o principal executivo, todos são subordinados a alguém; � Impessoalidade: As pessoas podem ser substituídas na realização das tarefas, que por serem bem definidas, serão realizadas por qualquer outra pessoa com competência equivalente; � Competência técnica e meritocracia: Avaliações objetivas são feitas para determinar a competência da pessoa para realizar as tarefas devidas; � Propriedade e administração separadas: O administrador não é o proprietário dos meios de produção (administração profissional); � Previsibilidade de funcionamento: Todos os empregados têm funções definidas e devem comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização. A supervisão ostensiva é desnecessária, porque cada um sabe exatamente o que deve ser feito, e como fazer. Esses princípios tendem a levar a exageros, que são notados especialmente quando existe contato com o público externo à organização. O funcionário não pode ser flexível porque deve obedecer a regras fixas, uniformes para todos os casos, o que torna o atendimento moroso e deficiente nos casos de exceção. Seguem alguns outros exemplos de disfunções – ou seja, emprego errado da burocracia: � As regras estabelecidas tornam-se mais importantes do que as metas da organização; � Formalismo exagerado, com comunicações escritas e registros desnecessários; � Resistência a mudanças e rigidez no cumprimento das rotinas estabelecidas; 44 Universidade do Sul de Santa Catarina � Decisão tomada pela posição hierárquica, e não pelo conhecimento a respeito do assunto (são os “apadrinhados” alçados arbitrariamente para posições de decisão, ao invés da promoção por competência técnica); � Despersonalização (o cargo é mais importante que a pessoa) e comunicação interna deficiente; � Desprezo pela organização informal, e não reconhecimento de situações excepcionais (“se não está no regulamento, não pode”). Você deve ter identificado várias organizações e situações onde essas disfunções ficam evidentes, tratadas geralmente como falta de iniciativa ou má vontade do funcionário que tratou do caso. Recomenda-se, então, que, ao se deparar com a situação de administrador em uma organização, leve em consideração que a teoria burocrática tem méritos e pode contribuir para a eficiência da organização, mas que o gestor deve estimular as pessoas a entender que as regras e regulamentos não conseguem cobrir completamente toda a gama de situações e condições do dia a dia da empresa, e que o espaço para o raciocínio, o bom senso e aceitação do óbvio são aceitos e necessários para a realização das tarefas. Caso a organização exija, as excepcionalidades devem ser estudadas e incorporadas às regras, posteriormente. As organizações de Estado (governamentais) do Brasil adotam o sistema burocrático como forma de tentar impedir que o detentor do cargo beneficie alguns em detrimento do todo, por isso existe todo um sistema de leis, regulamentos e normatizações, obrigando o funcionalismo público a seguir procedimentos previamente estabelecidos, a tratar qualquer cidadão com impessoalidade (todos são iguais perante a lei), e a ser transparente em suas decisões (para que fique claro que estão de acordo com as normas), entre outras tantas obrigações. 45 Gerenciamento de Empresa Aérea A atividade aérea é altamente burocratizada no que diz respeito à regulamentação, normas e legislação, e deve ser seguida fielmente. A Segurança Operacional depende de registros sistematizados a respeito das operações, conforme essa metodologia, e constituem ferramenta importantíssima para a prevenção de acidentes aeronáuticos. A qualidade das operações aéreas também é fortemente beneficiada com o acompanhamento constante, formal, do treinamento dos tripulantes, do controle de revisões nas aeronaves e do tempo restante de vida útil de componentes controlados. Os métodos empregados na aviação vão além da aplicação da teoria da burocracia. As pessoas envolvidas na atividade aérea geralmente são bem informadas, cultas e com a mente aberta para a incorporação de novas tecnologias e metodologias. A aplicação de parte de métodos burocráticos não costuma ser acompanhada das disfunções da teoria, talvez devido ao fato de que a atividade é altamente dinâmica, e porta de entrada para a aplicação de novas tecnologias e métodos. 2.6 Abordagem estruturalista Como já citamos, a evolução do pensamento sobre Administração foi gerando teorias diferentes das anteriores, geralmente acrescentando algo ao pensamento já existente, e suprimindo algo, como irrelevante ou desnecessário, eventualmente. Em determinados momentos, ocorrem rompimentos com os conceitos existentes, e novos conceitos surgem, negando ou contradizendo aquilo que era considerado útil ou correto. Organização ou empresa? As teorias clássicas da administração são focadas no empreendimento visando ao lucro, ou seja, nas sociedades mercantis, as empresas. As teorias de administração atuais (neoclássicas) procuram entender todos os grupos humanos formados com algum propósito. Aí são incluídos clubes de lazer, sociedades beneficentes e outras, cujos objetivos não sejam necessariamente o lucro. Daí o emprego do termo organização aparecer com predominância no texto. 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Estruturalismo é citado comoa teoria da crise, porque as organizações não eram totalmente compreendidas nos conceitos de qualquer outra teoria. Hospitais, entidades assistenciais, repartições públicas, escolas, clubes esportivos e lojas de varejo entre outras, têm peculiaridades próprias, e sua eficiência depende de conceitos de administração peculiares à sua situação. Os adeptos da Teoria Estruturalista são críticos e revisionistas, e buscam entender e minimizar as disfunções e problemas das organizações. O entendimento da abordagem estruturalista, que não é uma teoria administrativa formal, passa pela comparação com os conceitos anteriores. Essa abordagem apresenta conceitos que visam a colocar em foco para a administração, tanto a organização informal como a formal, e estudar o conflito e a integração das pessoas nas organizações. De acordo com ela: � A organização é entendida como uma unidade social, complexa, em que grupos compartilham alguns objetivos comuns (a viabilidade econômico-financeira da empresa, seu crescimento e sobrevivência no mercado) e outros objetivos conflitantes (inclusão de índice de produtividade na composição de salários, abertura e fechamento de filiais); � O conceito de estrutura é entendido como sendo o conjunto formal de vários elementos, que permanece o mesmo enquanto os elementos podem variar. Compara-se ao rio, cuja água muda constantemente sem que o rio deixe de ser o que é. O ser humano passa a ser visto como “o homem organizacional”, que participa de várias organizações formais e informais, e que precisa ter características de flexibilidade (adaptação a novos papéis), de tolerância a frustrações, de capacidade de aguardar suas recompensas (promoção) e permanente desejo de realização (motivação própria). 47 Gerenciamento de Empresa Aérea As organizações deixam de ser concebidas conforme o antigo modelo racional, cujo objetivo é somente o lucro, os elementos são controlados dentro de um sistema fechado para o exterior, e as interações feitas com os clientes são padronizadas e impessoais. No modelo natural de organização, na visão estruturalista, as pessoas interagem de forma equilibrada, com visão do todo. É autorregulada para controlar suas disfunções e é suscetível às influências externas. Obedece à lógica de um sistema aberto, e admite o aparecimento da organização informal. Não há nenhuma organização fechada ao ambiente ou inteiramente de acordo com os planos, e/ou com completo poder sobre todos os seus membros. Diferenciação do poder, ou hierarquia de autoridade é o que se encontra nas organizações, e não mais a distribuição de tarefas característica da burocracia. O desdobramento é visto em três níveis organizacionais de poder, com liberdade moderada para a ação: 1. Nível institucional: Nele estão os dirigentes com poder máximo de decisão. É estratégico, porque determina os objetivos da organização, visando ao longo prazo. É o nível que se relaciona com o ambiente externo à organização; 2. Nível gerencial: Os gerentes são responsáveis pelo planejamento de médio prazo da organização, segundo as orientações do nível institucional, planejam e controlam a execução das ações do nível técnico e suprem o nível institucional com informações a respeito de problemas e necessidades de recursos; 3. Nível técnico: Também chamado nível operacional, é onde as ações são realizadas. Focado no curto prazo, segue as orientações do nível gerencial. Conflitos organizacionais ocorrem naturalmente, e são geradores de mudanças e inovação. Significam a existência de ideias, sentimentos, atitudes e interesses antagônicos. Já cooperação significa semelhança de interesses entre indivíduos e organizações. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina O conhecimento e o poder hierárquico nas organizações nem sempre ficam juntos, em virtude dos objetivos. Por exemplo: Num hospital, os médicos detêm o conhecimento, ocupam cargos de nível institucional, mas se submetem a administradores que promovem a racionalização dos meios e disponibilizam os recursos para a execução das atividades-fim. Em empresas de aviação também existem conflitos devido a essa separação entre poder e conhecimento. Os tripulantes e a manutenção são técnicos altamente especializados, que visualizam as operações de forma geral, e podem estar presentes em situações e locais que os administradores não vivenciam, mas podem influenciar. Reflita sobre isso. 2.7 Abordagem comportamental Cada vez mais a importância do ser humano em sua essência deve ser levada em conta na administração, conduzindo as organizações rumo a seus objetivos. Nessa abordagem, são analisadas as questões comportamentais dentro do contexto da cultura organizacional, clima organizacional e dos grupos informais. Essas ideias começaram a surgir em 1947. Século XX: “o século do eu”: Veja esta série de vídeos que mostram uma perspectiva do comportamento das pessoas em grupo. Cultura organizacional: são as normas não escritas da organização, mas que são adotadas no dia a dia do ambiente de trabalho. São códigos próprios que podem até anular alguns regulamentos oficiais – trata-se da ideia das “leis que pegam” ou não. 49 Gerenciamento de Empresa Aérea Os regulamentos estabelecem normas de conduta, mas líderes informais podem influenciar os valores, crenças e hábitos na organização. A informação é difundida por meio de boatos, que podem ter mais credibilidade que as informações oficiais e interferirem até no grau de dedicação ao trabalho de cada um para resolver os problemas da organização. São exemplos de mentalidades que se arraigam: “a empresa é uma grande família”; “pega bem trabalhar um pouquinho mais depois do expediente”; “o curso que a empresa me obriga a fazer além do expediente não deve ser entendido como trabalho (e remunerado)”. Clima organizacional: É o brilho nos olhos do time que quer vencer; ou o olhar vazio dos derrotados antes do embate. É a diferença entre uma equipe constituída por pessoas motivadas, colaborativas entre si e agindo em busca de atingir metas coletivamente, e um grupo de pessoas agindo individualmente, cada qual fazendo estritamente aquilo que é sua obrigação, não se importando com a necessidade de se cumprir metas coletivas. As organizações convivem em clima organizacional que variam entre esses dois extremos. O chefe, agora visto como líder formal dentro da organização, deverá estar atento aos sinais negativos, e procurar motivar o grupo para conseguir manter seu “time” vencedor. Grupos informais: Surgem dentro das organizações (na sua sala de aula, por exemplo) aglutinados em torno de líderes naturais. São vistos com bons olhos, pois podem ajudar a minimizar as tensões e suprir as necessidades de reconhecimento e estima das pessoas. Motivação: Influencia o desempenho das pessoas no trabalho. As causas de motivação podem ser internas e externas, sendo criada pelo ambiente que a pessoa vive. A perspectiva de ganhos para ter bens materiais é uma forma de motivação interna. Mas o reconhecimento e a aceitação dos colegas podem motivar ainda mais o ser humano, que quer ficar bem com o grupo. A busca de autorrealização é um motivo interno, de satisfação íntima, motivador. Outras múltiplas causas motivadoras que podem existir. 50 Universidade do Sul de Santa Catarina Veja a seguir um exemplo de uma empresa vencedora que prioriza a existência de colaboradores motivados em seus quadros: Google: Empresa criada em 1998, tem sua sede na Califórnia, Estados Unidos. Conhecido como Googleplex, o complexo de cinco prédios mais parece um campus universitário e o tom é de informalidade, da maneira de se vestir dos funcionários aos patinetes e cachorros passeando pelos escritórios. Vale tudo para deixar o ambiente agradável ao trabalho e às criações. Às sextas-feiras, o expediente se encerra às 17h, mas ninguém vai para casa. É quando começam as partidas de vôlei e hóquei, as sessões de massagens e os bate- paposno café ou restaurante do complexo. E é nesse ambiente animado que costumam surgir as grandes ideias da empresa. Esse é um exemplo da abordagem comportamental da administração. 2.7.1 A Teoria da Motivação Humana Foi desenvolvida pelo psicólogo comportamental chamado Abraham Maslow, o qual explica que muito do comportamento do ser humano pode ser entendido pelas suas necessidades e pelos seus desejos. Segundo Maslow, quando surge uma necessidade ou desejo, é despertado o estímulo à ação impulsionadora para sua satisfação. As necessidades (reais ou imaginadas) do indivíduo o impelem a um comportamento seletivo, direcionado para o que ele entende ser o meio para satisfazer essa necessidade. Necessidades (desejos), portanto, são associadas à motivação dos indivíduos. 51 Gerenciamento de Empresa Aérea Maslow afirma a existência de cinco necessidades hierarquizadas pela importância que os seres humanos lhes atribuem. A necessidade superior só se manifesta após a satisfação da anterior, pelo menos parcialmente. São elas: 1. Necessidades fisiológicas: a fome, a sede, o sono, a procriação e outras necessidades de sobrevivência. 2. Necessidades de segurança: o abrigo, a segurança, a estabilidade, a proteção contra danos físicos e emocionais. 3. Necessidades sociais: integração social, carinho, companheirismo e amizade. 4. Necessidades de autoestima: são fatores internos de carinho com outrem, autorrespeito, amor-próprio, capacidade e realização, além de fatores externos de estima, como status, reconhecimento e consideração. 5. Necessidades de autorrealização: são crescimento, autossatisfação e a realização do potencial pessoal. O enfoque de Maslow é frequentemente contestado, e surgem de tempos em tempos ideias demonstrando sua inutilidade, e outras atestando seu pleno acerto. Fato é, porém, que essas ideias são bastante utilizadas com sucesso não só na administração, onde também é utilizada na técnica da Qualidade Total (TQC), mas também na publicidade, como suporte a técnicas de vendas. Na aviação, essa teoria é utilizada na análise de fatores humanos, na segurança de voo e prevenção de acidentes aeronáuticos. Estamos chegando ao presente; portanto, começamos a vivenciar situações, mas sem ter a perspectiva consolidadora do tempo, permitindo a análise crítica dos resultados obtidos. 52 Universidade do Sul de Santa Catarina 2.7.2 As teorias X e Y As teorias X e Y foram apresentadas por Douglas McGregor, professor e economista norte-americano, e também fazem parte da abordagem comportamental do homem nas organizações. No seu livro “O lado humano das organizações” (1960), McGregor descreveu o estilo de comando das organizações, em seus extremos. São duas teorias antagônicas entre si, demonstrando como é o indivíduo (em sua hipótese, X ou Y) e a melhor forma de motivá-lo ao trabalho e à produção. Cada abordagem é uma pressuposição da direção a respeito de como as pessoas são, e a partir daí, utiliza-se uma abordagem motivacional correspondente (UNINTER, 2012). A Teoria X, denominada pelo próprio Mc Gregor de “Hipótese da mediocridade das massas”, parte dos pressupostos de que: � o trabalho é desagradável para a maioria das pessoas; � os trabalhadores possuem aversão à responsabilidade e à execução do trabalho, necessitando de supervisão permanente; � para o cumprimento de suas tarefas, os empregados necessitam ser “estimulados” por ameaças de punições, coação, elogios e recompensas em dinheiro. Os princípios básicos da Teoria X são: � Um indivíduo comum, em situações comuns, evitará sempre que possível o trabalho; � Alguns indivíduos só trabalham sob forte pressão. Eles precisam ser forçados, controlados e às vezes ameaçados com punições severas para que se esforcem em cumprir os objetivos estabelecidos pela organização; � O ser humano ordinário é preguiçoso e prefere ser dirigido, evita as responsabilidades, tem ambições e, acima de tudo, deseja sua própria segurança. 53 Gerenciamento de Empresa Aérea A Teoria X reflete um estilo de administração duro, rígido e autocrático. As pessoas são visualizadas como meros recursos ou meios de produção. São princípios estabelecidos para um perfil particular de pessoas com as quais se têm que interagir, no contexto de organizações de várias naturezas, e em contextos diferenciados. Pense em uma penitenciária, como exemplo extremo de aplicação Teoria X. A premissa é que os detentos não são naturalmente colaborativos e seus objetivos individuais são diversos daqueles da direção do cárcere. Já a Teoria Y considera que o trabalho é tão natural quanto o lazer, se as condições forem favoráveis. Os trabalhadores, nessa visão, são pessoas competentes, criativas e responsáveis e veem o trabalho como uma atividade agradável e importante na escala de seus valores pessoais. As organizações devem proporcionar às pessoas desafios, participação e voz ativa na tomada de decisões. São pessoas, na classificação de Maslow, que se situam nos últimos graus (4 e 5) da hierarquia de necessidades. Os princípios básicos da Teoria Y são: � O esforço físico e mental empregado no trabalho é tão natural quanto aquele dispendido em momentos de lazer; � A motivação em buscar atingir os objetivos da organização está ligado às recompensas decorrentes e não ao controle rígido e às punições; � O indivíduo comum não só aceita a responsabilidade do trabalho, como também as procura. � Os indivíduos são criativos e inventivos, buscam sempre a solução para os problemas da empresa; � Os trabalhadores têm a capacidade de se autogerirem nas tarefas que visam a atingir objetivos pessoais e estratégicos da organização. Ameaças ou punições são desnecessárias; � O trabalhador normalmente não faz aquilo que não acredita. Por isso exige cada vez mais benefícios para compensar o incômodo de desempenhar uma função desagradável. 54 Universidade do Sul de Santa Catarina A Teoria Y desenvolve um estilo de administração aberto, baseado nos valores humanos e sociais, dinâmico e democrático. Administrar torna-se um processo de criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos, encorajar o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos. Reflete a realidade da administração por objetivos, já mencionada. Você obteve até aqui informações sobre o que se entende por “teorias normativas e prescritivas da administração”. Essas teorias prescritivas buscam levar fórmulas, impor estilos e indicar comportamentos ao administrador, pressupondo que assim os resultados serão alcançados. Sua aplicação deve ser ponderada cuidadosamente de acordo com as situações e objetivos. Respeito e consideração para com o ser humano, oferecendo condições de trabalho adequadas e permitindo seu crescimento profissional e o exercício de sua criatividade é consenso e até obrigação perante os valores de hoje! Mas o assunto não termina aqui. Gestão do conhecimento, administração estratégica, administração por objetivos e outras tantas teorias existem e fazem parte da realidade das empresas, especialmente as mais jovens e as mais avançadas. Nosso objetivo não é levar você a tornar-se especialista no assunto nesta disciplina. Você está sendo preparado para entender algumas práticas de administração para poder exercer seu conhecimento aeronáutico, ajudando a sua organização a atingir seus objetivos. Continue conosco nesta viagem. 2.8 Teoria da contingência Qual a melhor estrutura organizacional para as empresas? Qual a mais eficaz? 55 Gerenciamento de Empresa Aérea Diante de diferentes circunstâncias, as organizações devem assumir uma estrutura e até um novo ambiente organizacional para sobreviver e continuar produzindo. Essa é a teoria da contingência, segundo a qual as organizações devem reagir aos novos panoramas resultantes da dinâmica da sociedade em que se inserem, adaptando-se em forma, conteúdo e até produtos, para continuar existindo. Essa
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