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MÓDULO 8 - Práticas Pedagógicas de Orientação Educacional

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE 
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
0800 283 8380 
 
www.ucamprominas.com.br 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
UNIDADE 1 – A FUNÇÃO E O ALCANCE DE UMA ESCOLA CIDADÃ NA 
COMUNIDADE ............................................................................................................ 8 
1.1 Identificando a estrutura organizacional e administrativa ............................... 8 
UNIDADE 2 – UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
 .................................................................................................................................. 13 
UNIDADE 3 – FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ..................... 20 
UNIDADE 4 – AS CARACTERÍSTICAS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ........ 26 
4.1 As práticas do orientador educacional ......................................................... 30 
4.2 O orientador e o planejamento ..................................................................... 39 
4.3 Passos para o planejamento do orientador .................................................. 40 
4.4 O orientador educacional: agente de mudanças .......................................... 41 
4.5 Profissionais abertos para a educação do futuro ......................................... 43 
4.6 O orientador e as novas tecnologias ............................................................ 45 
UNIDADE 5 – SALA DE AULA E ESPAÇO ESCOLAR: A INTERFERÊNCIA NAS 
AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS E SISTÊMICAS ................................................... 48 
5.1 Avaliações institucionais ou sistêmicas ........................................................ 48 
5.2 Caracterizando os tipos de avaliações e aplicadores .................................. 49 
UNIDADE 6 – A FUNÇÃO DA ESCOLA E A FAMÍLIA ............................................ 59 
UNIDADE 7 – ATUAÇÃO, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ORIENTADOR 
EDUCACIONAL ........................................................................................................ 62 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em um primeiro momento, devemos entender ou interpretar claramente o que 
vem a ser o papel da orientação a nível escolar. Assim sendo, poderíamos dizer que 
temos de imediato, um desafio, que seria o entendimento claro do que vem a ser a 
“Prática de Formação” ou “Prática de Orientação Docente”, ou simplesmente, 
“Prática Pedagógica” e, em que perspectiva nós podemos utilizar a nível docente. 
Grosso modo, quando pensamos em “Prática” pressupomos uma ação, um 
fazer. Porém, não é um fazer qualquer, ou melhor, qualquer fazer, que configura 
uma “prática de formação” ou “prática de orientação pedagógica”. O fazer a que 
visamos se fundamenta e movimenta segundo bases teóricas sólidas, vivas, 
dinâmicas e refletidas, pensadas, abraçadas por identificação, como parte de nós 
mesmos. Compreenda que uma teoria adotada é fruto de uma escolha por 
considerar que o que ela propõe responde às necessidades, aos anseios, ao 
contexto em que nos inserimos e no qual queremos atuar positivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Interpretando a prática de orientação no âmbito educacional. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
 
O que queremos dizer 
com a expressão “uma 
teoria adotada”? 
Ora, estamos afirmando que 
todo profissional necessita ter 
métodos, didática, técnicas, ou 
seja, conhecer sobre as diversas 
teorias educacionais, para que 
dê conta de estabelecer norte 
na sua conduta organizativa da 
sala de aula. 
4 
 
E é exatamente isso que o contexto envolvendo a prática pedagógica de 
orientação educacional deverá estabelecer e orientá-lo. Mas, antes de iniciarmos as 
diretivas gerais para a disciplina saiba que: 
 
Figura 2: Interpretando a prática de orientação no âmbito educacional. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Interpretando a prática de orientação no âmbito educacional. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
Sabe o que irá prepará-lo 
para a ação docente? 
 
É preciso saber, com sensibilidade, 
segurança, dialogar com os vários saberes 
para, servindo-se destes, fazerem 
instrumentos para ação-transformação da 
realidade. Saiba, afinal que ações como 
estas são de fundamental importância no 
desenvolvimento de competências de um 
professor. E, são essas competências que 
iremos desenvolver por aqui. 
 
5 
 
Vamos simplificar? Imagine um especialista em um campo da ciência; o fato 
de conhecer profundamente o universo teórico de sua especialidade não garante 
que ele venha a ser um bom transmissor, disseminador, professor daquilo que tão 
bem conhece. Mas o problema não fica aí, mesmo que ele seja um mestre-
orientador competente, ainda permanece uma pergunta: será ele capaz de articular 
o corpo teórico com as questões do cotidiano, da vida, que borbulham dentro de nós 
e à nossa volta? Ele deve estar “antenado” com as vicissitudes de seu momento 
histórico, consciente de seu posicionamento frente a elas e com uma proposta, um 
ideal inspirador, guiando sua ação transformadora e emancipadora de alcance 
humano-social. Só assim poderá fazer do conhecimento um efetivo instrumento de 
construção de um ser humano e, consequentemente, de uma sociedade mais 
solidária, mais justa, mais sensível. 
Paulo Freire no livro “Professora sim, tia não, cartas a quem ousa ensinar”1, 
realiza considerações importantes sobre o ato de ensinar e declara, 
 
[...] a tarefa do ensinante, que é também aprendiz, sendo prazerosa é 
igualmente exigente. Exigente de seriedade, de preparo científico, de 
preparo físico, emocional, afetivo. É uma tarefa que requer de quem com 
ela se compromete um gosto especial de querer bem não só aos outros, 
mas ao próprio processo que ela implica. É impossível ensinar sem essa 
coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil vezes antes 
de uma desistência. É impossível ensinar sem a capacidade forjada, 
inventada, bem cuidada de amar (FREIRE, 1997, p. 8). 
 
Você compreende com clareza, que a essência do ensinar para Paulo Freire 
consiste em um diálogo, constante, consigo? E, que a persistência, o querer bem, 
que ele comenta, tem relação com as ações por você estabelecida, quando da sua 
prática profissional? E, como aprendizes, que por sinal é bem afirmado por Freire, 
você deverá estar sempre atento às tendências educacionais, não se esquecendo 
de que não deverá perder de vista a constância da investigação, do saber sempre 
mais, de buscar novas formas para dar conta dos processos metodológicos e 
didáticos, necessários à condução de uma sala de aula. 
Para corroborar com essa ideia, Demo2 complementa as indicações de Freire, 
quando afirma que: 
 
1
 FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’água, 
1997. 
 
2
 DEMO, Pedro, Educar pela pesquisa. 6 ed. Campinas SP: Autores associados, 2003. 
6 
 
Educar pela pesquisa tem como condição essencial primeira que o 
profissional da educação seja pesquisador, ou seja, maneje a pesquisa 
como princípios científicos e educativos e a tenha como atitude cotidiana. 
Não é o caso fazer dele um pesquisador ‘profissional’, sobretudo na 
educação básica, já que não a cultiva em si, mas como instrumento 
principal do processo educativo. Não se busca um ‘profissional da 
pesquisa’, mas um profissional da educação pela pesquisa. Decorre, pois, a 
necessidade de mudar a definição do professor como perito em aula, já que 
a aula que apenas ensina a copiar é absoluta imperícia(DEMO, 2003, p. 2). 
 
O que revela Demo com essa afirmação é que o professor da atualidade 
necessita compreender, que em sua ação docente, é necessário promover o 
processo de pesquisa no aluno, deixando de ser objeto de ensino, para tornar-se 
parceiro de trabalho. Tanto Freire como Demo concordam que o professor 
profissional, o educador de tempos atuais, precisa assumir a relação de sujeitos 
participativos, tomando-se o questionamento reconstrutivo como desafio comum. 
Você na sua prática docente deverá, portanto, assumir uma postura de 
mediador de conhecimentos. Mas, é importante, compreender que um mediador de 
processos de conhecimento tem uma prática totalmente contrária a uma condução 
de sala de aula que resulta apenas em uma prática que intencione a distribuição de 
receitas prontas, mas sim uma orientação educativa recheada de estratégias que 
facilitem a capacidade de educar pela pesquisa. 
Agora, para assumir uma postura como essa, é necessário compreender que 
devemos revestir-nos de outra consciência que por muitos anos perduraram e que 
ainda permanece nos meios educacionais, na qual se acredita que o problema 
principal da educação gira em torno no aluno. Esse tipo de crença deve ser 
repensado, uma vez, que o 
 
Problema principal da educação não está no aluno, mas na recuperação da 
competência do professor, vítima de todas as mazelas do sistema, desde a 
precariedade da formação original, a dificuldade de capacitação permanente 
adequada, até a desvalorização profissional extrema, em particular na 
educação básica. Qualquer proposta qualitativa na escola encontra na 
qualidade do professor a relação mais sensível (DEMO, 2003, p. 3). 
 
Agora, com vistas a todas essas reflexões, que Freire e Demo nos permitem, 
precisamos deixar claro como vamos organizar a estrutura da prática pedagógica de 
orientação educacional. Lembramos que a prática pedagógica de orientação 
permeará vários tópicos, então o seus saberes docentes serão construídos aos 
poucos. Saiba que, usamos por aqui, uma linearidade de graus de conhecimento, ou 
7 
 
melhor, de passos que avançaremos ao longo do curso com o propósito de formá-
lo(a) para o enfrentamento da sala de aula. É nossa intenção que você conheça as 
fundamentações básicas dos processos educativos. 
Bem, pelo mencionado anteriormente, a prática pedagógica de orientação 
educacional é o espaço em que você colocará todos os saberes assimilados nos 
demais componentes curriculares e os tecerá, conjuntamente, dentro das óticas que 
este nosso próprio componente vai apresentar, em produções pessoais escritas de 
observação, reflexão, análise, crítica e transformação perante a realidade humano-
social-educacional em que historicamente nos inserimos. 
 
 
 
 
 
Figura 4: Abordando um pouco mais a prática de orientação no âmbito educacional. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Neste sentido, o objetivo geral do nosso módulo é apresentar os principais 
conceitos e métodos da prática pedagógica voltada para o cunho de orientação 
educacional, desde a contextualização da escola cidadã até os mecanismos de 
avaliação. 
Pois bem, as palavras acima são nossa justificativa para o módulo em 
estudo. 
 
Como isso será 
realizado? 
8 
 
UNIDADE 1 – A FUNÇÃO E O ALCANCE DE UMA ESCOLA 
CIDADÃ NA COMUNIDADE 
 
Nesta unidade vamos examinar com atenção as questões que envolvem a 
relação escola e comunidade. Entendemos que quanto mais fortalecidos forem os 
vínculos da instituição escolar com a comunidade, mais facilmente os objetivos da 
escola serão alcançados, maiores possibilidades haverá de resolver os problemas 
existentes e mais próximos estaremos da construção de relações democráticas e da 
formalização da gestão escolar baseada em princípios democráticos. Conhecemos 
várias situações de escolas onde, por exemplo, a violência e o vandalismo eram 
correntes. Uma das formas de resolução deste sério problema foi o estabelecimento 
de uma relação e um vínculo mais estreito com a comunidade local, 
responsabilizando e comprometendo todos com o trabalho escolar (maior 
participação dos pais nas atividades cotidianas da escola, definição conjunta dos 
objetivos e ações escolares, abertura da escola – inclusive nos finais de semana – 
para projetos culturais, ocupação dos espaços da escola para trabalhos 
comunitários, serviços, esportes, formas colegiadas de gestão escolar, entre outros). 
 
Figura 5: A relação escola e comunidade. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Conhecendo suas possibilidades e suas limitações, uma gestão pode muita 
coisa se quiser realmente construir uma escola que promova a formação cultural e 
científica de seus alunos e ainda desenvolva neles potencialidades cognitivas e 
operativas. 
 
1.1 Identificando a estrutura organizacional e administrativa 
Para a presente discussão, será necessário compreendermos um pouco da 
nossa história e entendermos as bases do nosso sistema escolar que tem seus 
9 
 
pressupostos na era industrial. É preciso entender que todos somos produtos de 
nossa época e assim agimos de formas que a recriam. É difícil, para nós em uma 
sociedade “avançada”, imaginar o quanto a era industrial afetou nossa forma de ver 
o mundo. 
 
Figura 6: Descrevendo a relação escola e comunidade. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
A estrutura organizacional e administrativa da escola que temos hoje tem 
origem no modelo dos construtores de fábricas. O resultado é um sistema escolar da 
era industrial feito à imagem da linha de montagem. Como qualquer linha de 
montagem, o sistema foi organizado em estágios chamados de séries, em que 
segregaram as crianças por idades. Nas séries cada um deveria subir para outro 
estágio juntos. Cada estágio deveria ter um supervisor, com classes de 20 a 40 
alunos e com dias específicos para fazer testes. O supervisor tinha um esquema 
rígido (currículos padronizados) que deveria seguir a risca para manter a linha 
andando. 
 
Saiba Mais! Você tem visto algo similar nas escolas que observa? Sua resposta, 
com certeza, será a constatação de que é exatamente assim que funcionam todas 
as escolas. Esta ainda é a escola que temos hoje. Você imagina que este modelo 
remonta a primeira metade do século XVII? 
Peter Senge, em seu livro “Escolas que aprendem” diz que: 
 
Embora poucos de nós, atualmente, entendamos o quanto os conceitos da 
linha de montagem estão arraigados na escola moderna, os escritores do 
século XIX falavam admirados das escolas como análogas a máquinas e 
10 
 
fábricas. O resultado desse pensamento da era da máquina foi um modelo 
de escola separado da vida cotidiana, governado de forma autoritária, 
orientado, acima de tudo, para produzir um produto padronizado – mão de 
obra necessária para o local de trabalho da era industrial, que crescia 
rapidamente – dependente da manutenção do controle. 
 
Já é sabido que nossa legislação, na medida em que legitima os espaços de 
participação e decisão coletiva, em muito avançou em relação a este modelo de 
fábrica. Governar de forma autoritária, pelo menos na lei não é incentivado. A ideia é 
a construção de ações com base na participação de seus atores. Construir ações 
coletivas na escola depende fundamentalmente da capacidade de todos em 
compartilhar, discutir, ouvir, socializar, colaborar, opinar, reagir, mudar. 
Apesar de uma legislação que favorece um modelo educacional democrático 
e participativo, Senge (2002) diz que o nosso sistema de ensino é “aprisionado”, pois 
não é fácil conseguirmos nos libertar deste modelo, afinal todos fomos à escola 
juntos! Somos assim produtos da escola da idade industrial. Para todos nós, foi a 
primeira e a mais informativa introdução ao mundo mecânico dos professores no 
controle e estudantes dependentes da aprovação dos professores. 
Aprendemos como evitar respostas erradas e levantar a mão quando 
soubéssemos a resposta certa, hábitos que,mais adiante moldariam a dança 
organizacional contínua de evitar a culpa e buscar crédito por sucessos. 
Aprendemos como ficar quietos quando nos sentíssemos perdidos, razão pela qual 
ninguém questiona o chefe na reunião oficial, mesmo quando diz coisas que não 
fazem sentido. Ao referir-se à estrutura administrativa da escola, um dos estudiosos 
brasileiros da questão, Vitor Paro (1997), questiona o modelo de direção de nossas 
escolas públicas. Diz o autor: 
 
Na estrutura formal de nossa escola pública está quase totalmente ausente 
a previsão de relações humanas horizontais, de solidariedade e cooperação 
entre as pessoas, observando-se, em vez disso, a ocorrência de uma 
ordenação em que prevalecem relações hierárquicas de mando e 
submissão. O mais alto posto dessa hierarquia é ocupado pelo diretor, 
verdadeiro chefe da unidade escolar e responsável último por tudo o que 
acontece aí dentro. Esta condição lhe dá uma imensa autoridade diante das 
demais pessoas que interagem no interior da escola, mas quase nenhum 
poder de fato, já que a autoridade que ele exerce é concedida pelo Estado, 
a quem deve prestar conta das atividades pelas quais é responsável. Assim, 
independentemente de sua vontade, o diretor acaba assumindo o papel de 
preposto do Estado diante da instituição escolar e de seus usuários. 
Premido pelos inúmeros e graves problemas originários das inadequadas 
condições em que o ensino escolar tem de desenvolver, e instado a prestar 
conta de tudo ao Estado, diante do qual acaba se colocando como culpado 
primeiro por qualquer irregularidade que aí se verifique, o diretor escolar 
11 
 
desenvolve a tendência de concentrar em suas mãos todas as medidas e 
decisões, apresentando um comportamento autoritário que já vai se 
firmando no imaginário dos que convivem na escola como característica 
inerente ao cargo que exerce. 
 
Vítor Paro, constata exatamente o que já havíamos comentado antes. Nossas 
escolas ainda estão organizadas no modelo hierarquizado de gestão. Você deve 
estar se perguntando: Mas, e a gestão democrática tão propalada? E o projeto 
político-pedagógico como instrumento norteador de práticas pedagógicas 
concebidas no exercício da cidadania? Você deve ter visto na Prática de Formação, 
que a realidade do P.P.P. na escola ainda se apresenta apenas como documento de 
cunho burocrático. Qualquer esforço de mudança necessariamente deverá passar 
pelo reconhecimento dos pressupostos em que o sistema escolar se baseia. 
Reconhecer o quanto a escola da era industrial está em nós pode ser algo 
assustador, mas também pode criar possibilidades. 
 No decorrer dos últimos anos, houve uma revolução em nossa visão científica, 
uma revolução sistêmica que está gradualmente penetrando nas ciências cognitivas 
e nas ciências sociais. Como leva muito tempo para que uma mudança penetre na 
sociedade, nossas instituições ainda estão organizadas no pensamento mecanicista. 
 Como diz Morin (2004), a imensa máquina da educação é rígida, inflexível, 
fechada, burocratizada. Muitos professores estão instalados em seus hábitos e 
autonomias disciplinares e não querem sair deles. Existe uma resistência grande, 
inclusive entre os “espíritos refinados”, pois para estes o desafio é invisível. 
A cada tentativa de reforma, por mínima que seja, a resistência aumenta. 
Para as mentes fechadas, a possibilidade de um conhecimento para além de uma 
especialização parece-lhes insensata, mas é curioso observar como que o 
especialista mais limitado tem ideias gerais, das quais não tem dúvida, sobre a vida, 
o mundo, Deus, a sociedade, os homens, as mulheres. Esses especialistas vivem de 
ideias gerais e globais, mas arbitrárias, nunca criticadas, nunca refletidas. “O reino 
de especialistas é o reino das mais ocas ideias gerais, sendo que a mais oca de 
todas é a de que não há necessidade de ideia geral”. 
O bloqueio levantado pela necessidade de reformar as mentes para reformar 
as instituições é acrescido de um bloqueio mais amplo, que diz respeito à relação 
entre a sociedade e a escola. Daí, fazemos a seguinte indagação: a sociedade 
produz a escola, que produz a sociedade. Diante disso, como reformar a escola sem 
12 
 
reformar a sociedade, mas como reformar a sociedade sem reformar a escola? 
Podemos concluir que existe um circuito entre a escola e a sociedade, pois uma 
produz a outra. 
É preciso saber começar, e o começo só pode ser de maneira periférica e 
marginal. Como sempre, a iniciativa só pode partir de uma minoria, a princípio 
incompreendida, até perseguida. Depois a ideia é disseminada e, quando se 
difunde, torna-se uma força atuante. 
 
Leia Mais! MORIN, Edgar. A Cabeça bem – feita – repensar a reforma – 
reformar o pensamento. 10ª ed. Bertran. 2004. 
A questão da organização administrativa e pedagógica da escola está 
diretamente vinculada às relações que se estabelecem no seu interior entre: 
professores e direção, professores e coordenação, professores e professores, 
professores e alunos, comunidade e direção, entre outras. Hoje falamos muito em 
gestão democrática da escola que, como sabemos, supõe descentralização, 
relações horizontais, participação, respeito ao pluralismo de ideias, decisões 
colegiadas. A gestão democrática é incompatível com práticas autoritárias. Nem o 
diretor da escola, nem ninguém da comunidade escolar, podem sentir-se “dono” ou 
“chefe” supremo da escola. As ações da escola devem ser o resultado de decisões 
coletivas e participativas. Essa é uma cultura que precisamos construir 
conjuntamente. 
Nas últimas décadas tentamos construir uma cidadania mais plena e uma 
sociedade de participação efetiva de todos. As propostas e ações de gestão 
democrática da escola representam um esforço no sentido de romper com essa 
lógica hierarquizada e vertical que assombra a sociedade brasileira desde os 
primórdios de sua história. 
Reflita? Pense sobre as seguintes indagações? 
a) E você, o que pensa disso? Quais suas experiências profissionais? Em que tipo 
de escolas você já trabalhou ou estudou? Que aspectos da organização escolar 
considera que facilitam ou dificultam o trabalho do professor? 
b) Como é a gestão administrativa e pedagógica da escola? Quais serviços existem 
e como funcionam (direção, secretária, apoio pedagógico, pessoal, setores, órgãos, 
conselhos, colegiados, entre outros)? 
c) Que espaços de participação a escola tem?. 
13 
 
UNIDADE 2 – UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A 
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
Desde 1942, as leis brasileiras fazem obrigatória a orientação educacional 
nas escolas. Na maior parte dos casos, os orientadores educacionais são 
consultores para a Direção e interlocutores entre os pais, o aluno e a escola. 
Disciplinam o estudante, reúnem-se e discutem problemas didáticos e disciplinares 
com os professores e com os pais do aluno, aplicam e interpretam testes 
padronizados, promovem eventos que estimulam o relacionamento interpessoal, e 
aconselham o encaminhamento a psicólogos e psiquiatras dos casos de desvios 
mais complexos. 
De acordo com as pesquisas de Aguiar & Scheibe (1999), o curso de 
pedagogia foi criado no Brasil devido à grande preocupação com a preparação de 
professores dirigidos à escola secundária. Sendo assim, surgiu junto com as 
licenciaturas, instituídas ao ser organizada a antiga Faculdade Nacional de Filosofia, 
da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei nº 1190, de 1939. 
Aguiar & Scheibe (1999) salientam que essa faculdade visava a formação de 
bacharéis e licenciados para atuar em várias áreas do conhecimento, entre elas, a 
área pedagógica. 
De acordo com as propostas estabelecidas, como bacharel, o pedagogo 
poderia ocupar cargo de técnico de educação, do Ministério de Educação, campo 
profissional muito vago e, posteriormente, após concluído o curso de didática, 
conferia a este profissional as suas funções. 
Para Aguiar & Scheibe (1999), como licenciado, o principalcampo de trabalho 
do pedagogo era o curso normal, um campo não exclusivo dos pedagogos, uma vez 
que, pela Lei Orgânica do Ensino Normal, para lecionar nesse curso era suficiente o 
diploma de ensino superior. Apesar de alguns retoques feitos na sua estrutura em 
1962, esse quadro do curso de pedagogia perdurou até 1969, quando este foi 
reorganizado, sendo então abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura e 
criadas as “habilitações”, cumprindo o que acabava de determinar a lei nº 5540/68. 
A concepção presente no modelo anterior permaneceu na nova estrutura, 
assumindo apenas uma feição diversa: o curso foi dividido em dois blocos distintos e 
autônomos, desta feita, colocando de um lado as disciplinas dos chamados 
fundamentos da educação e, de outro, as disciplinas das habilitações específicas. 
14 
 
Deste modo, o curso de Pedagogia passou então a ser predominantemente 
formador dos denominados “especialistas” em educação, ou seja, o supervisor 
escolar, o orientador educacional, o administrador escolar, e o inspetor escolar. 
Makarenko (1986), afirma que a pedagogia é a pedra angular do trabalho 
educativo, levando a pessoa a repensar e a questionar sobre que “tipo de homem” 
se pretende formar, colocando o sujeito diante da importância do dado antropológico 
para quem se propõe a fazer pedagogia. 
O Parecer CFE nº 252/69, incorporado à Resolução CFE nº 2/69, que fixou os 
mínimos de conteúdo e duração a serem observados na organização do curso de 
Pedagogia, até hoje em vigor, baseou-se na concepção de que as diferentes 
habilitações deveriam ter uma base comum de estudos, constituída por matérias 
consideradas básicas à formação de qualquer profissional na área, e uma parte 
diversificada para atender às habilitações específicas. 
A base comum foi composta pelas seguintes disciplinas: Sociologia Geral, 
Sociologia da Educação, Psicologia da Educação, História da Educação, Filosofia da 
Educação e Didática. A parte diversificada, para cada uma das habilitações, ficou 
estabelecida, para a habilitação, o ensino das disciplinas e atividades práticas dos 
cursos normais, as seguintes matérias: Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º 
grau, Metodologia do ensino de 1º grau, Prática de Ensino na Escola de 1º grau 
(estágio); para a habilitação em “Orientação educacional”, as matérias: Estrutura e 
Funcionamento do 1º grau, Estrutura e Funcionamento do ensino de 2º grau, 
Princípios e Métodos de Orientação Educacional, Orientação Vocacional e Medidas 
Educacionais. 
Para a habilitação em Administração Escolar, as matérias: Estrutura e 
Funcionamento do ensino de 1º grau, Estrutura e Funcionamento do ensino de 2º 
grau, Princípios e Métodos de Administração Escolar e Estatística aplicada à 
Educação. 
Para a habilitação em Supervisão Escolar, as matérias: Estrutura e 
Funcionamento do Ensino de 1º grau, Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º 
grau, Princípios e Métodos de Supervisão Escolar e Currículos e Programas. 
Para a habilitação em Inspeção Escolar, as matérias selecionadas foram as 
seguintes: Estrutura e Funcionamento do ensino de 1º grau, Estrutura e 
Funcionamento do Ensino de 2º grau, Princípios e Métodos de Inspeção Escolar e 
Legislação do Ensino. 
15 
 
A legislação anteriormente referida fixou que o título único a ser conferido 
pelo curso de Pedagogia passava a ser o de licenciado, por entender que todos os 
diplomados poderiam ser, em princípio, professores. No atual cenário, pós-LDB, 
demarcam-se com nitidez os novos campos de disputa, reacendendo-se as lutas em 
torno do novo locus e da configuração dos cursos de formação dos profissionais da 
educação (AGUIAR & SCHEIBE, 1999). 
A introdução na LDB dos Institutos Superiores de Educação (ISE) abriu 
espaço para que as propostas que não tiveram condições históricas de se impor no 
debate nacional ressurgissem travestidas em forma de lei. Com isso, foram dadas as 
condições para uma nova formatação dos cursos de licenciatura e de Pedagogia, 
com sérias implicações para a formação qualificada de professores e demais 
profissionais da educação. 
No caso do curso de Pedagogia, rompe-se, na prática, com a visão orgânica 
da formação docente que vinha sendo construída no país nas últimas décadas. 
Acentua-se, por imposição legislativa, a dicotomia entre a formação para atuar na 
educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental e a destinada às séries 
finais desse nível de ensino e do ensino médio. 
Impõe-se tal paradoxo no interior do locus de formação dos profissionais da 
educação, além de se atribuir aos institutos a prerrogativa da formação dos 
professores no setor privado. Com isso, aplaina-se o caminho para o esvaziamento 
do curso de Pedagogia e para o sucesso das propostas que visam dele retirar a 
base da docência, transformando-o na prática em um bacharelado. 
O debate sobre a formação do educador no curso de Pedagogia expressa 
hoje o conflito de posições teórico-metodológicas, epistemológicas. Na tentativa de 
mediar o processo, a Comissão de Especialistas de Ensino de Pedagogia, com base 
na análise de propostas de formação do profissional de educação, oriundas de mais 
de 500 instituições de ensino superior do país e nas contribuições das diversas 
entidades do campo educacional (Anped, Anfope, Anpae, Fórum dos Diretores de 
Faculdades de Educação), apresentou uma proposta de diretrizes curriculares a ser 
encaminhada ao Conselho Nacional de Educação. 
Essa comissão assumiu a tese de que o curso de Pedagogia destina-se à 
formação de um profissional habilitado a atuar no ensino, na organização e na 
gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e na produção e difusão do 
16 
 
conhecimento, em diversas áreas da educação, tendo a docência como base 
obrigatória de sua formação e identidade profissional. 
Sendo assim, o Pedagogo poderá atuar na docência na educação infantil, nas 
séries iniciais do ensino fundamental e nas disciplinas de formação pedagógica do 
nível médio. E ainda na organização de sistemas, unidades, projetos e experiências 
educacionais escolares e não escolares; na produção e difusão do conhecimento 
científico e tecnológico do campo educacional; nas áreas emergentes do campo 
educacional. 
Com essa formulação, contemplam-se os campos de atuação do pedagogo, 
que tendo como fulcro a formação docente, será chamado a exercer papel 
importante em outras funções do campo educacional. 
Entende-se que tal perspectiva rompe com a tradição tecnicista de separar o 
saber e o fazer, a teoria e a prática. E aí cabe um papel importante às instituições de 
ensino superior que poderão ofertar uma formação que respeite a sua vocação, o 
seu interesse, a demanda local e sua função social. Essas concepções estão na 
base da organização da estrutura curricular proposta que abrange duas partes 
intrinsecamente relacionadas: os conteúdos básicos e a parte diversificada ou de 
aprofundamento. 
A primeira parte engloba “um núcleo de conteúdos básicos, articuladores da 
relação teoria e prática, considerados obrigatórios pelas IES para a organização de 
sua estrutura curricular e relativa” (LUCK, 2001). 
Ao contexto histórico e sociocultural, compreendendo os fundamentos 
filosóficos, históricos, políticos, econômicos, sociológicos, psicológicos e 
antropológicos necessários para a reflexão crítica nos diversos setores da educação 
na sociedade contemporânea; ao contexto da educação básica, compreendendo: 
 o estudo dos conteúdos curriculares da educação básica escolar; 
 os conhecimentos didáticos; as teorias pedagógicas em articulação com as 
metodologias; tecnologias de informação e comunicação e suas linguagens 
específicas aplicadas ao ensino; 
 o estudo dos processos de organização do trabalho pedagógico, gestão e 
coordenação educacional; 
 o estudo das relações entre educação e trabalho, entre outras demandadas 
pela sociedade; 
17 
 
 ao contexto doexercício profissional em âmbitos escolares e não 
escolares, articulando saber acadêmico, pesquisa e prática educativa. A outra parte 
diz respeito aos tópicos de estudo de aprofundamento e diversificação da formação. 
A Comissão de Especialistas entendeu ser necessária a diversificação na 
formação do pedagogo para atender às diferentes demandas sociais e para articular 
a formação aos aspectos inovadores que se apresentam no mundo contemporâneo. 
Tal diversificação pode ocorrer através do aprofundamento de conteúdos da 
formação básica e pelo oferecimento de conteúdos voltados às áreas de atuação 
profissional priorizadas pelo projeto pedagógico da IES. 
É importante também destacar que, respeitando-se o princípio de 
flexibilização curricular, as diferentes modalidades podem ser concomitantes, 
complexificando-se e verticalizando-se de acordo com o desenvolvimento do curso 
no campo da educação. 
A prática pedagógica, por sua vez, é configurada como um trabalho coletivo 
da instituição e do projeto pedagógico, o que implica que todos os professores 
responsáveis pela formação do pedagogo deverão participar, em diferentes níveis, 
da formação teórico-prática de seu aluno (TEDESCO, 2001). 
Nesse sentido, a relação teoria e prática será considerada como eixo 
articulador da produção do conhecimento na dinâmica do currículo. A prática 
pedagógica se expressa mediante três modalidades. A primeira modalidade, 
percebida como instrumento de integração do aluno com a realidade social, 
econômica e do trabalho de sua área/curso, possibilita a interlocução com os 
referenciais teóricos do currículo (LUCK, 2001). 
Pretende-se que seja iniciada nos primeiros anos do curso e acompanhada 
pela coordenação docente da instituição de ensino superior. Essa modalidade de 
estágio deve permitir a participação do aluno em projetos integrados, favorecendo a 
aproximação entre as ações propostas pelas disciplinas/áreas/atividades. O curso 
de Pedagogia, no percurso de sua existência, talvez pela própria amplitude da área 
que o denomina, foi se amoldando aos interesses hegemônicos dos projetos 
educativos vigentes. 
A opção histórica que faz sentido configurar neste momento é aquela que 
resulta de um trabalho de mediação que não apenas contemple uma discussão 
conceitual, mas também a complexidade histórica do curso, e o seu papel no 
encaminhamento das questões educacionais. É a mediação da discussão nacional, 
18 
 
daqueles que estão envolvidos com a prática, que pode dar a direção mais correta 
para o momento histórico (LUCK, 2001). 
A Orientação Escolar vem da ação exercida à ação repensada, pois de 
acordo com Medina (2004), a trajetória da Orientação Escolar passa por 5 
momentos: 
1. Ação voltada para o ensino primário – no primeiro momento de sua 
história, a Orientação Escolar ocupava-se unicamente do ensino primário. 
2. Ação Supervisora – referências da primeira fase da Revolução Industrial, o 
segundo momento emerge com o crescimento da população, indicando a 
necessidade de mais professores. A escola passa a ser uma instituição 
complexa e hierarquizada, assemelhando-se pouco a pouco, às empresas. 
3. Ação como forma de treinamento e orientação – neste momento, a 
Orientação é influenciada pelas teorias administrativas e organizacionais 
que assinalam uma etapa importante da sua história no Brasil. 
4. Ação de questionamentos das últimas décadas – este momento coincide 
com o final da década de 70 e início da década de 80. A sociedade 
brasileira começa a ser questionada e, como consequência, a escola é 
influenciada pelos trabalhos de alguns autores nacionais e estrangeiros 
que assinalam um novo movimento a respeito da escola e seu papel na 
sociedade. Começam a surgir indagações muito profundas a respeito do 
papel da escola como um todo e da ação do especialista. 
5. Ação repensada da escola – momento final da década de 80 e início dos 
anos 90. Autores enfatizam a escola como local de trabalho, onde o 
sucesso do aluno não depende exclusivamente do conhecimento de 
conteúdos, métodos e técnicas. A escola passa a ser o local onde todos 
aprendem e ensinam, cada um ocupando o seu lugar e onde o Orientador 
tem uma contribuição específica e importante a dar no processo de 
“Ensinar e Aprender”. Esse momento aponta para um orientador 
pesquisador dentro da escola e da comunidade, compreendendo o 
movimento que envolve as relações entre professor, aluno, de forma 
simultânea. 
Desse modo, o Orientador Educacional continuou em busca constante de 
uma nova formação, de uma nova consciência crítica reflexiva com o intuito de 
19 
 
direcionar a sua ação, às vezes recuando, às vezes avançando, de acordo com a 
realidade, com o momento e com a situação (LUCK, 2001). 
A necessidade da Orientação Escolar deve-se ao desenvolvimento e ao 
dinamismo do mundo moderno, de tal forma que este dinamismo e grandes avanços 
trouxeram a necessidade de uma urgente reformulação na Educação. 
Desse modo, fez surgir a necessidade de uma orientação mais adequada ao 
corpo docente, à escola e à comunidade. Surgiu, portanto, o Orientador 
Educacional, que se trata de um profissional especialista em educação, ente 
responsável por tornar a prática educativa flexiva, receptiva às inovações e às 
transformações no plano social, científico e tecnológico (MEDINA, 2004). 
Muitas são as tarefas do Orientador Escolar, como a de coordenação, 
acompanhamento e orientação da aprendizagem vivenciada, contribui para o bom 
nível de ensino. 
A participação da Orientação Educacional como especialista em educação 
pode ser encarada como uma conquista ao longo dos anos, como diálogo e como 
forma de trabalho dialeticamente do cotidiano, planejando, acompanhando, 
avaliando e aperfeiçoando as atividades educativas (LUCK, 2001). 
Constantemente, o trabalho do Orientador Educacional se apoia em 
fundamentos e teorias filosóficas e diretrizes educacionais, contribuindo com o valor 
científico e como agente integrado no relacionamento professor-aluno, na formação 
de valores éticos através de uma ação cooperativa para que a educação atinja seus 
objetivos, envolvendo a todos que participam do processo educacional. 
Considerando as disposições sobre a educação prevista na Constituição 
Federal, na Constituição Estadual e na Lei nº 9394/96 que estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional, dando condições de orientação e formação do 
Orientador Educacional, cabe a ele a responsabilidade de formar cidadãos críticos, 
por isso, este profissional deve ser incentivado, motivado e ser reconhecido (LUCK, 
2001). 
20 
 
UNIDADE 3 – FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO 
EDUCACIONAL 
 
Normalmente, a orientação educacional é feita em sala de aula. Há também o 
atendimento individualizado a alunos, pais e professores. Além disso, a equipe de 
orientação e especialista, de modo geral, coordena Conselhos de Classe e as 
reuniões de pais, de representantes de turmas entre outros. De acordo com os 
dados do Inep, tem-se: a Orientação deve ser sistematizada, e dirigida ao educando, 
visando a assistir ao aluno no seu desenvolvimento integral, no desenvolvimento de 
sua personalidade e em seu ajustamento pessoal e social (cf. PARECER de Newton 
Sucupira nº 632/69. In: Ministério da Educação - A orientação educacional no ensino 
de 1º grau. Brasília, jul. 1973). 
Ainda, pode-se dizer que 
 
A Orientação por especialistas dirigida aos educandos: crianças, jovens e 
adultos, individualmente ou em grupo, estão incumbidos de ajudá-los a 
escolher e cursar com proveito programas de ensino que melhor 
correspondam às suas aptidões e interesses, tendo em conta os resultados 
que obtiveram anteriormente e seus planos de emprego ou carreira futura. 
Habilitação do curso de Pedagogia (DUARTE, 1986. 175 p.). 
 
Segundo dados da UNESCO, a Orientação Educacional inclui conselhos 
dados pelos professores e pessoas especializadas, que tinham por finalidaderetificar o mau comportamento dos alunos. O Serviço de Orientação Educacional 
está organizado em uma equipe constituída por Orientadores(as) Educacionais e 
Auxiliares de Orientação Educacional. 
O cotidiano pedagógico do orientador é tecido por múltiplas relações que se 
constroem no espaço escolar e através do contato escola-mundo. Os movimentos 
que ocorrem na educação propõem desafios urgentes quanto à ressignificação de 
conceitos, valores, olhares e vivências, para permitir o diálogo com o outro, aluno, 
família. 
Diante dessa perspectiva, o orientador educacional deve e pode contribuir 
para formação de um cidadão capaz de refletir e se posicionar em relação aos 
temas de seu tempo. É o papel que o orientador profissional desempenhar nas 
escolas e não apenas mais trabalhar com alunos considerados os problemas da 
instituição. A orientação da escola é trabalhar com todos os alunos de tal forma que 
estes não sejam considerados alunos-problema. 
21 
 
O novo perfil da orientação é oferecer ao aluno uma formação integral, mais 
completa, mais digna, e mais cidadã para que ele se torne um cidadão crítico, 
reflexivo e consciente da sua vida, de seus atos e da sua realidade. A orientação 
hoje não se restringe na formação de pessoas que simplesmente seguem e imitam 
os outros, neste sentido, a orientação dos dias de hoje tem o foco na pessoa 
humana como ser único, criativo, com capacidades e limitações, com sonhos e 
frustrações, com domínio deste conhecimento do comportamento humano, o 
orientador é capaz de direcionar a sua atuação para caminhos mais seguros, firmes 
e felizes. 
A Orientação Educacional tem como intuito o desenvolvimento de um trabalho 
de acompanhamento e assessoria aos alunos, às famílias, aos professores, tendo 
como objetivo nesta práxis a reflexão, o diálogo, a troca de informações, a escuta e 
o cuidado, além de abordar os temas transversais. 
Como referencial no ato de acompanhamento aos alunos, a Orientação 
Educacional trabalha com a perspectiva do desafio e da possibilidade de olhar para 
a instituição escolar com esperança e entusiasmo, resgatando a essência do 
conceito “cuidado” que representa mais que um ato e sim uma atitude de ocupação, 
preocupação, de responsabilização e de desenvolvimento afetivo com o outro. 
Mas para que esta atividade seja satisfatória, é necessário que o especialista 
tenha pleno conhecimento do projeto político da escola para poder, então, avaliar o 
desenvolvimento de todos os processos ocorridos neste cenário, só então o 
especialista tem condições de avaliar, diagnosticar e, sobretudo, atuar de forma 
dinâmica e crítica, para a CBO (2002), é fundamental que o especialista da 
educação conheça para avaliar. Para tanto, é necessário: 
 
AVALIAR O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO PEDAGÓGICO 
1 Construir sistema de avaliação. 
2 Construir instrumentos de avaliação. 
3 Valorizar experiências pedagógicas significativas. 
4 Detectar eventuais problemas educacionais. 
5 Propor soluções para problemas educacionais detectados. 
6 Assegurar-se da consonância da concepção de avaliação com os princípios do 
projeto pedagógico. 
7 Possibilitar a avaliação da escola pela comunidade. 
8 Avaliar o desempenho das classes. 
9 Avaliar o processo de ensino e de aprendizagem. 
22 
 
10 Verificar o cumprimento das metas. 
11 Avaliar a instituição escolar. 
12 Autoavaliar-se. 
13 Avaliar o desempenho profissional dos educadores. 
14 Avaliar a implementação de projetos educacionais. 
15 Avaliar os planos diretores. 
16 Participar das avaliações externas. 
17 Avaliar os processos de maturação cognoscitiva, psicomotora, linguística e 
grafoperceptiva da criança. 
18 Propor ações que favoreçam a maturação da criança. 
Quadro 1 – Avaliação e desenvolvimento do especialista. 
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações. 
 
Segundo a CBO (2002), faz parte do trabalho do especialista da educação 
participar da avaliação e desenvolvimento do projeto político-pedagógico, dos 
processos didáticos metodológicos, através dos quais poderá oferecer 
conhecimentos sobre métodos a ser aplicados para determinada classe ou para 
ajudar o professor na implantação de uma nova sistemática de ensino, oferecendo 
dessa forma um suporte instrumental aos professores que, consequentemente, 
poderá melhorar a sua prática docente. 
A orientação não está preocupada se o educando está ou não com distúrbio 
de aprendizagem, se está ou não com desvios de conduta, entre outros 
comportamentos atípicos, pois este não é o papel norteador da prática do orientador 
educacional. 
O papel deste especialista é o da conscientização, de clarificação, de fazer os 
alunos repensarem sobre as questões de seu cotidiano, fazer com que eles avaliem 
as suas próprias atitudes e condutas, pensarem sobre a produção do seu 
conhecimento e do reconhecimento da sua realidade a fim de mudá-la, recriá-la, 
modificá-la, enfim, a missão é instigar e motivar os alunos a irem em busca e lutar 
pela melhoria constante de suas próprias vidas e do contexto onde vivem. Além 
disso, o especialista pode promover: 
 
A FORMAÇÃO CONTÍNUA DOS EDUCADORES: 
PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS 
1 Formar-se continuamente. 
2 Atualizar-se continuamente. 
3 Estudar continuamente. 
4 Pesquisar os avanços do conhecimento científico, artístico, filosófico e 
tecnológico. 
23 
 
5 Pesquisar práticas educativas. 
6 Aprofundar a reflexão sobre as teorias da aprendizagem. 
7 Aprofundar a reflexão sobre currículos e metodologias de ensino. 
8 Aprofundar a reflexão sobre o desenvolvimento de crianças e jovens. 
9 Selecionar referencial teórico. 
10 Selecionar bibliografia. 
11 Organizar grupos de estudos. 
12 Promover trocas de experiências. 
13 Orientar atividades interdisciplinares. 
14 Realizar cursos, oficinas e orientação técnica na escola e interescolas. 
15 Participar de cursos, seminários e congressos. 
16 Participar de diferentes fóruns: acadêmicos, políticos e culturais. 
17 Registrar a produção do conhecimento sobre a prática pedagógica. 
Quadro 2 – Responsabilidades sobre a formação continuada. 
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações. 
 
Quando o especialista se preocupa com a formação continuada, 
automaticamente ele está preocupado com a sua atuação. Dessa forma, ele terá 
mais condições de alcançar um trabalho com sucesso, pois terá mais possibilidades 
de conhecer vários aspectos que abrangem a relação da aprendizagem com os 
alunos e terá mais chances de provocar nos alunos a socialização e autoconfiança; 
uma orientação de estudos; a apropriação dos conteúdos escolares; o 
desenvolvimento do raciocínio; e, possibilitar o trabalho com alunos de diferentes 
níveis no desempenho acadêmico numa mesma classe (TEDESCO, 2001). 
Vale ressaltar que é importante contextualizar historicamente a escola, assim, 
o orientador deve estar preparado para ser um parceiro da instituição ao ajudar a 
pensar as questões sobre a formação do sujeito. O orientador deve, ainda, ser um 
parceiro do professor. Este trabalho deve ser desenvolvido como parte integrante do 
fazer da Orientação Educacional. O trabalho de assessoria é uma etapa de todo um 
processo que se deve fazer ao longo da vida escolar do aluno, desde quando entra 
na escola até a sua saída. 
Dessa forma, é possível que o orientador consiga realizar o seu trabalho com 
eficiência, caracterizando o perfil dos alunos, pois muitos são os questionamentos 
levantados por eles, trazendo à tona uma reflexão sobre como as crianças e os 
jovens se situam frente ao mundo e sua forma de se inserirem nele. A angústia, a 
dúvida, a certeza, a impaciência, o desejo de que a solução chegue como um passe 
de mágica são sentimentos expressos por palavras e atitudes desses alunos. 
24 
 
Em face desses aspectos levantados, o orientador educacional deve levantar 
necessidades educacionais e sociais para que o desenvolvimento da orientação 
dentro das instituiçõeseducacionais seja satisfatório, faz-se imprescindível e exige 
um planejamento e traçar objetivos educacionais, buscar uma atualização constante, 
um olhar mais aprofundado para as informações sobre o mundo e sobre as 
exigências atuais. 
Neste sentido, é importante que o orientador mantenha contato com as 
famílias, pois é fundamental que haja a participação delas através de debate, de 
promoção de palestras, de reflexão e de sensibilização para relacionar os aspectos 
com os sentimentos desses alunos que buscam uma orientação do especialista, que 
por sua vez deve articular uma ação conjunta da escola com as instituições de 
proteção à criança e ao adolescente em todos os sentidos. Deve-se também: 
 
COORDENAR A (RE) CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO 
1 Levantar necessidades educacionais e sociais. 
2 Caracterizar o perfil dos alunos. 
3 Fornecer subsídios para reflexão das mudanças sociais, políticas, tecnológicas 
e culturais. 
4 Contextualizar historicamente a escola. 
5 Levantar recursos materiais, humanos e financeiros. 
6 Identificar os princípios norteadores da escola. 
7 Explicitar os princípios norteadores do projeto pedagógico. 
8 Estabelecer sintonia entre a política educacional do país e o projeto 
pedagógico da escola. 
9 Fornecer subsídios teóricos. 
10 Traçar objetivos educacionais. 
11 Traçar metas educacionais. 
12 Planejar ações de operacionalização. 
13 Articular a ação da escola com outras instituições. 
14 Articular a ação conjunta da escola com as instituições de proteção à criança e 
ao adolescente. 
15 Assessorar as escolas no planejamento e no atendimento à demanda por 
vagas. 
16 Administrar a demanda por vagas. 
17 Participar da elaboração e reelaboração de regimentos escolares. 
18 Buscar assessoria para viabilizar o projeto pedagógico. 
25 
 
19 Assessorar as escolas. 
20 Estabelecer sintonia entre a modalidade de aprendizagem e a modalidade de 
ensino. 
21 Promover o estabelecimento de relações que favoreçam a significação do 
docente, do discente, da instituição escolar e da família. 
Quadro 3 – Tarefas de coordenação e orientação. 
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações. 
 
Dentro da perspectiva do planejamento da Orientação Educacional, deve-se 
desenvolver um trabalho para promover o estabelecimento de relações que 
favoreçam a significação do docente, do discente, da instituição escolar e da família 
e que não se restringe unicamente ao da Orientação, mas que também estabeleça 
uma sintonia entre a modalidade de aprendizagem e a modalidade de ensino num 
processo de interação e de democracia. 
26 
 
UNIDADE 4 – AS CARACTERÍSTICAS DO ORIENTADOR 
EDUCACIONAL 
 
Muitas são as características que devem ter o orientador no momento atual 
da educação. Espera-se que este profissional coloque-se à frente da realidade 
vigente nas escolas, bem como suas mudanças, conflitos, novos conceitos, 
concepções e, acima de tudo, a questão dos desafios e dos projetos (MEDINA, 
2004). 
Neste sentido, é possível prever que em muitos casos, o profissional de 
orientação fique confuso e não compreende se o seu fazer pedagógico ainda está 
nos moldes de uma educação que é tradicional, se é possível manter ou mudar, 
inovar, mudar de paradigmas, entre outros. 
O orientador educacional tem que observar as escolas considerando suas 
dificuldades, buscando uma integração das atividades dos demais setores da 
escola, pois isso trata-se de uma de suas atuações. 
O orientador deve desempenhar um trabalho democraticamente, demonstrar 
autoridade sem autoritarismo, deve fazer o seu trabalho a partir da observação 
constante, prestar atenção no que ouve e no que pensa a respeito da sua ação na 
escola e como isso repercute na comunidade escolar. 
Dessa maneira, na ação orientadora, o orientador não é mais aquele sujeito 
que possui um superpoder de assessorar, acompanhar, controlar e avaliar todo o 
trabalho que os professores realizam nas escolas, mas é aquele que constrói com 
os professores o seu trabalho diário (MEDINA, 2004). 
Essa construção se faz a partir do trabalho coletivo, do planejamento em 
equipe e a partir das realidades existentes nas escolas. A problemática educacional 
vivida por todos no atual momento, assume uma importância fundamental, 
constituindo não apenas o ponto de partida, mas o constante referencial para a 
reflexão e a ação deste profissional. 
Neste sentido, essa realidade vem lançando enormes desafios ao orientador 
escolar, aos quais ele deve estar capacitado a responder se pretende que seu 
trabalho seja socialmente útil e não reprodutivista, significativo e não destituído de 
sentido para o momento histórico presente (MEDINA, 2004). 
Para acontecer essa qualidade de trabalho, há necessidade de os 
orientadores adquirirem constantemente saberes e conhecimentos concernentes às 
27 
 
várias formas de construir metodologias que facilitem o ato de ensinar e de 
aprender, ou melhor, ele deve estar em constante formação. 
Assim, as práticas pedagógicas do ensino e da aprendizagem são 
construídas a partir do confronto das forças que interagem na escola e não 
construídas a priori. 
O confronto dessas forças expressa realidades diversas, muitas vezes 
contrárias, como sendo o “ponto desencadeador” do processo de ensinar e 
aprender, pois a partir desse ponto desencadeador a socialização entre o ensinar e 
o aprender. 
A qualidade dessa socialização deve ser acompanhada, refletida e estudada 
pelo orientador e discutida com o professor, pois ele assume uma importância 
fundamental, neste contexto, a figura deste profissional, do qual se espera o 
desempenho de um papel significativo em termos de agente de mudanças 
planejadas (GATTI, 1974). 
Neste contexto, evidenciam-se a necessidade de um profissional bastante 
maduro – não em termos de idade cronológica, é claro, mas sim em termos de uma 
visão mais ampliada e profunda sobre os problemas educacionais, que implica, 
obrigatoriamente, vivência, tanto a nível de docência como a nível de pesquisa, 
coordenação e administração. 
São necessários profissionais altamente comprometidos com a causa 
educacional, que além de conhecimentos sobre orientação, estejam abertos para as 
mudanças, a descoberta. Os orientadores educacionais são indivíduos, longe de se 
apresentarem prontos e acabados, mas devem ter uma atitude de busca 
permanente com o intuito de estar sempre em busca do melhor para si e para a 
comunidade escolar onde atua (MEDINA, 2004). 
Ele faz parte da organização, qualquer que seja a posição ou o papel que 
nela tenha a desempenhar. Quer como assessor, integrando o estado-maior da 
organização, ou como um elemento de linha, responsável por um departamento ou 
setor da entidade, ele integra o corpo diretivo ou administrativo do sistema ou 
unidade escolar. Suas atribuições, responsabilidades e autoridades podem variar de 
intensidade, porém, são constantes em qualquer estrutura organizacional. Daí a 
necessidade de um assessoramento ao professor e uma orientação de seu trabalho 
(MEDINA, 2004). 
28 
 
Tanto as escolas como os sistemas escolares passaram a contar com esse 
novo especialista – o orientador educacional –, o qual, através de um trabalho em 
equipe, procura harmonizar a atividade docente e discente, integrando-a num todo 
harmônico e conduzindo-a com vistas a alcançar as metas estabelecidas pelos 
governantes para o sistema, e, pelas direções, em cada estabelecimento escolar. 
O crescimento do número de pessoas envolvidas e a penetração 
consequente da orientação no processo educacional e na estrutura das 
organizações de ensino trouxeram alguns problemas quanto à posição e o papel que 
deve caber aos orientadores nas estruturas organizacionais, pois esta figura era 
inexpressiva em nosso sistema educacional até então. 
Ao analisar o papel do orientador e suas características, é natural que se 
parte da premissa que uma pessoa chega a algum resultado,ou consegue algo, 
através de seu esforço pessoal, porém, quando um professor é escolhido ou 
indicado para assumir a função de orientador num sistema ou numa escola, embora 
ele continue a trabalhar no mesmo sistema ou na mesma escola, ele passará a viver 
num outro mundo, numa nova situação, passará a ver a organização por outro 
ângulo, com novas responsabilidades, novos problemas e, em muitos aspectos, com 
menos liberdade e tempo. Ele passa a ser responsável não só por seu trabalho, mas 
também pelos trabalhos dos outros (MEDINA, 2004). 
Por certo, ele terá que examinar suas atitudes fundamentais em relação ao 
trabalho e às pessoas, assim como ao ambiente no qual irá desempenhar suas 
funções. Deverá deixar de pensar em termos de “vou fazer este trabalho com minha 
própria habilidade e energia”, para chegar à conclusão de que “só conseguirei fazer 
este serviço de maneira correta, organizando o trabalho de meus orientandos”. 
A responsabilidade do orientador consiste em: 
 tornar claro a todos os propósitos da tarefa a desempenhar; 
 providenciar os recursos materiais necessários; 
 estimular os esforços de todos; 
 controlar e orientar atividades; 
 tornar o serviço o mais eficiente possível. 
 
29 
 
O Orientador tem que estudar suas próprias maneiras de organizar suas 
ações e lidar com os conflitos da escola. Para isso, certamente, ele deverá conhecer 
a si próprio e à organização na qual exerce as suas funções. 
Ele terá responsabilidades com superiores e orientandos; construirá equipes e 
fará parte de equipes; não poderá agir como indivíduo, mas como parte, como 
membro de uma organização. 
Por sua posição-chave na organização, o orientador terá de assumir uma 
posição de liderança em relação a seus orientandos, fator básico para o 
estabelecimento de relações humanas positivas. 
No seu trabalho, ele deve ser um intérprete da política administrativa do 
sistema ou da escola, pois via de regra, é através dele que os diretores e/ou 
professores tomam conhecimentos gerais da política de trabalho a ser seguida. 
As tarefas educacionais, face ao dinamismo do mundo de hoje, fazem com 
que, cada vez mais, seja maior a necessidade do orientador. Em razão do trabalho a 
realizar e da responsabilidade inerente à função, é indispensável uma formação 
adequada ao exercício da função orientadora. 
A preparação em cursos especiais de formação ou habilitação e uma sólida 
experiência em docência são requisitos importantíssimos para o bom desempenho 
da ação do orientador, pois qualquer que seja o papel que desempenha no sistema 
ou na escola, deve conhecer suas atribuições, que é outro fator importantíssimo no 
desempenho das ações deste especialista da área educacional. 
Fazem parte integrante do papel do orientador educacional: 
 enfatizar na ação orientadora a compreensão da educação e da escola no 
processo da reconstrução democrática da sociedade brasileira; 
 coordenar o processo curricular e a permanente reconstrução do currículo 
numa dimensão interdisciplinar, priorizando a relação de transmissão e a de 
produção de conhecimentos; 
 contribuir para a orientação das melhores escolhas, a nível escolar, quanto a 
procedimentos a serem adotados em relação aos fenômenos pedagógicos: 
aprovação, reprovação, evasão escolar, materiais didáticos, horário escolar 
entre outros; 
 coordenar estudos, propondo discussão e atualização; 
30 
 
 participar de decisões e ações político-pedagógicas a nível da escola e do 
sistema de ensino; 
 participar do processo político-pedagógico da comunidade escolar, avaliando-
o e buscando alternativas de ação; 
 dinamizar o currículo da escola num processo interdisciplinar de ajustamento 
do trabalho escolar às exigências do mundo atual; 
 propor de forma sistemática o fazer pedagógico de acordo com as 
características e necessidade da comunidade escolar; 
 criar espaços de reflexão / discussão e atualização sobre: objetivos da 
educação, fundamentação teórica, tendências pedagógicas e legislação 
vigente, bem como sua aplicabilidade; 
 promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias 
e a comunidade, criando processos de integração com as escolas. 
 
4.1 As práticas do orientador educacional 
A orientação educacional pode ser considerada uma atividade imprescindível 
na instituição, sendo reconhecida como um dos meios de intervenção pedagógica 
eficaz e que pode facilitar muito a prática docente e colaborar com o ensino e 
aprendizagem dos alunos. 
Uma educação de qualidade nas escolas pode se tornar possível à medida 
que, direção, orientador, professores, alunos, funcionários, pais de alunos, ou seja, 
toda a comunidade escolar, reconheça o verdadeiro sentido e valor do conhecimento 
e do saber para a vida do cidadão como um todo. 
O orientador é um dos colaboradores que influencia nas questões 
pedagógicas, interfere nas questões relativas às diferenças socioeconômicas, 
culturais, afetivas, cognitivas entre todos os atores envolvidos no cenário 
educacional. 
Além disso tudo, o orientador tem muitas funções dentro de seu espaço como 
o planejamento, a organização e controle do ensino em escolas de ensino 
fundamental e ensino médio. Atua no gerenciamento das instalações e dos recursos 
humanos, materiais e financeiros, na orientação de professores, aperfeiçoamento do 
ensino e elaboração do currículo e do calendário escolar. 
31 
 
A orientação tem um importante papel nas esferas da política, pedagógica e 
de liderança na instituição escolar. Sendo assim, é necessário ressaltar a sua 
importância sem desconsiderar toda a equipe da escola. 
O orientador escolar deve ser um profissional reflexivo, inovador, ousado, 
criativo e, sobretudo, um profissional de educação comprometido com o seu grupo 
de trabalho. Faz-se necessário enfatizar que o orientador é aquele que ouve quando 
o grupo fala, usa argumentos teóricos para garantir a continuidade da proposta e a 
sabedoria de entender, ouvir opiniões e trabalhar em equipe. 
Se cada orientador conseguisse desenvolver e entender como a sua atuação 
pode melhorar a vida de todos dentro da instituição, de forma direta e indireta, talvez 
muitos dos problemas que a escola enfrenta não estariam tão exacerbados. 
Para exemplificar, pode-se citar quais são alguns dos elementos que 
dificultam uma educação de qualidade: o fracasso escolar, a evasão de alunos, a 
falta de diálogos entre os profissionais, entre outros tantos desafios. 
Diante disso, o desafio da organização da escola que é colocado pela LDB, 
torna-se necessário um novo papel para o orientador educacional, no qual se 
priorize a tarefa pedagógica sobre a burocrática, o espírito criativo sobre o legalista e 
a prática democrática sobre a autoritária. 
É preciso discutir os aspectos complementares como a explicitação de 
aspectos da nova LDB relacionados ao papel, estrutura, organização curricular e 
funcionamento da escola, para apontar as aberturas e implicações para o novo 
papel da orientação educacional da nova escola pública e particular. 
Um outro elemento é a falta de adequação de certos papéis históricos da 
orientação educacional para tornar realidade as novas possibilidades pedagógicas e 
curriculares viabilizadas pelo atual arcabouço legal da educação brasileira; e 
terceiro, o novo papel da orientação educacional na tarefa de exploração do pleno 
potencial de criatividade e de aprimoramento da educação nacional. 
E no que se diz respeito à orientação, pode-se dizer que muitos destes 
profissionais não estão atuando em sua verdadeira função de orientador 
pedagógico, pois muitos deles não têm tempo para exercer aquilo que aprenderam e 
vivenciara em sua formação profissional. 
Faz-se necessário que a sociedade educacional entenda e perceba a 
importância da atuação do orientador pedagógico dentro da instituição, como um 
32 
 
dos colaboradores que podem fazer muita diferençana qualidade do ensino, no 
suporte ao professor e principalmente no ensino e aprendizagem dos alunos. 
Uma orientação escolar reflexiva assume uma responsabilidade na 
coordenação de todos os processos na escola, na sala dos professores, nas 
discussões do dia-a-dia e percepção da prática com maturidade, sensibilidade e 
muita firmeza para saber aonde se quer chegar. 
É preciso pensar e agir, ter momentos de estudo, pois a orientação também é 
um fator importante, e deve estar aberto aos livros, refletir sempre sobre suas ações, 
rever seus referenciais e avançar em seu trabalho individual para a construção 
coletiva, do burocrático para o participativo e do julgamento para a valorização. 
De acordo com Luck (2001), a orientação escolar precisa ser entendida como 
um processo de orientação profissional, sobretudo de assistência às pessoas 
inseridas no contexto escolar, como professores, alunos e outros funcionários 
competentes em educação. 
Segundo Luck (2001), a intervenção do orientador pode acontecer quando for 
necessária, e onde for necessária, pois esta tem como intuito buscar o 
aperfeiçoamento da situação total ensino e da aprendizagem. 
Diante dessas dificuldades e de outras que possam surgir dentro do espaço 
escolar, a solução ou o auxílio devem vir do orientador escolar. A busca de novas 
técnicas ou métodos que auxiliem a aprendizagem do aluno é algo constante na 
ação do orientador, dessa forma, o uso da sua criatividade é algo que vem auxiliar 
essa ação. 
Portanto, professor e orientador devem caminhar juntos com o intuito de 
conhecer todas as possibilidades oferecidas pela tecnologia que os auxiliem a 
desenvolver um ensino e uma aprendizagem em que a criatividade e a interação 
sejam as principais características. 
A falta de entendimento por parte de muitos profissionais da educação 
compromete uma adequada atuação deste profissional frente ao mundo numa nova 
ordem mundial, uma vez que se vive cada vez mais cercados por recursos 
tecnológicos, avanços na matriz educativa e tantas outras vantagens que a escola 
tem que olhar e dar ênfase. 
Não se pode deixar de falar da questão do desvio da função do profissional 
em orientação que tem despertado muita preocupação em todo contexto como na 
política pública educacional, na sociedade, nos professores e especialmente nas 
33 
 
instituições escolares nas quais há muitos problemas por falta de orientadores 
formados. 
É fundamental que o orientador atue dentro da sua área, olhando as crianças 
e os adolescentes, para que estes tenham uma formação voltada para a cidadania e 
com a consciência do seu papel na sociedade. 
Assim, é preciso compreender a dimensão da orientação numa gestão 
emancipadora; analisar quais os fatores que o orientador pode contribuir com a 
aprendizagem dos alunos; conhecer as necessidades educativas e alternativas 
pedagógicas e refletir sobre a prática docente diante a intervenção do orientador. 
Para o educador, a escolha da concepção sustentadora e dos instrumentos 
de seu trabalho não é uma escolha neutra. É uma escolha de si mesmo, enquanto 
educador, enquanto cidadão, enquanto homem. 
De fato, optar por uma das diversas correntes e tendências em que se divide 
o pensamento pedagógico é escolher uma concepção de homem, uma concepção 
de mundo e uma concepção do conhecimento e, por meio dessas escolhas, 
compreender a opção por uma teoria do processo ensino-aprendizagem e do 
processo educativo em sua amplitude. 
Isso implica, no quadro da conflitividade natural da vida democrática ou da 
luta pela democracia, que o educador não poderá jamais alimentar a pretensão de 
pairar acima dos embates sociais e da luta política, no sentido mais amplo e elevado 
do termo. 
Ao trabalhar com crianças e jovens em situação de dificuldade pessoal e 
social, cumpre a quem educa fazê-lo numa perspectiva solidária – não apenas 
pessoal, mas também e fundamentalmente social – com o educando. Essa 
solidariedade social é simplesmente impensável separada do seu desdobramento 
político e, por conseguinte, da sua dimensão histórica. 
De fato, como é possível verificar em contextos os mais diversos, no Terceiro 
Mundo, a dívida social das elites dominantes para com as camadas mais oprimidas 
do povo é, acima de tudo, uma dívida histórica. A fome e o analfabetismo, entre 
todos, se mesclam num “bicho de quatrocentos anos” que, cevado pelas elites, vem 
pelos séculos afora devorando as entranhas e minando a dignidade do povo. 
Essa solidariedade se concretiza e se expressa no momento em que o 
educador aceita não apenas o indivíduo, a pessoa que tem diante de si, mas 
também a sua circunstância. 
34 
 
É por isso que trabalho de Orientação Educacional consiste 
fundamentalmente, portanto, em orientar e acompanhar o aluno em seu processo de 
desenvolvimento frente às grandes mudanças ainda encontradas nessa faixa etária, 
em questões biológicas, psíquicas e sociais, com a finalidade de levá-lo a um maior 
conhecimento de si próprio para que possa ajustar-se harmoniosamente ao seu 
meio social, familiar, escolar e assim preparar-se para o exercício consciente de sua 
cidadania. 
A orientação deve estar atenta ao desenvolvimento do aluno, visando o 
fortalecimento da sua autoestima e da sua autonomia tanto da criança quanto do 
pré-adolescente e do adolescente. Deve atuar como elo entre o aluno, a família e a 
Escola. 
Acredita-se que acolher o aluno, pai ou professor em suas necessidades ou 
dificuldades num clima de respeito e privacidade é essencial para uma eficaz 
intervenção educativa do orientador. 
O atendimento deve efetivar-se através de ações preventivas, no pronto 
atendimento, e em acompanhamentos sistematizados do aluno. Os atendimentos 
podem ser de ordem pessoal, acadêmica ou disciplinar, realizados individualmente 
ou em grupo, quando isso se fizer necessário. 
A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico, contínuo 
e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o 
aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equilibradamente 
em todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, estético, político, educacional 
e vocacional. 
Integrada com a Orientação Pedagógica e Docentes, a Orientação 
Educacional deverá ser um processo cooperativo devendo: 
 mobilizar a escola, a família e a criança para a investigação coletiva da 
realidade na qual todos estão inseridos; 
 cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o 
na tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em 
particular; 
 manter os professores informados quanto às atitudes dos alunos, 
principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor; 
 esclarecer a família quanto às finalidades e funcionamento da Orientação 
Educacional; 
35 
 
 atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como força viva e 
ativa; 
 desenvolver trabalhos de integração – pais, escola, professores e filhos; 
 pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas intervenção 
direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral; 
 trabalhar preventivamente em relação a situações e dificuldades, promovendo 
condições que favoreçam o desenvolvimento do educando; 
 organizar dados referentes aos alunos – procurar captar a confiança e 
cooperação dos educandos, ouvindo-os com paciência e atenção; 
 ser firme quando necessário, sem intimidação, criando um clima de 
cooperação na escola; 
 desenvolver atividades de hábitos de estudo e organização; 
 tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integração junto 
às diversas disciplinas. 
É preciso também que o orientador realize: 
 treinamento de professores em observação e registro do comportamento do 
aluno; 
 orientação e pesquisa sobre as causas do desajustamento e aproveitamento 
deficiente do aluno; assessorar os professores no planejamento de experiências diversificadas 
que permitam ao aluno descobrir através da autoavaliação e da execução de 
atividades, suas dificuldades e facilidades; 
 descobrir o seu modo e ritmo de trabalho; 
 descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da 
escola; 
 fazer escolhas; 
 treinar a autoavaliação; 
 recursos teóricos para interpretar os dados obtidos nas observações; 
desenvolvimento de acordo com a faixa etária; 
 pesquisa sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do 
aluno. 
 
Deve-se também oferecer subsídios aos professores quanto: 
36 
 
 à coleta e registro de dados de alunos através de observações, questionários, 
entrevistas, reuniões de alunos, reuniões com pais; 
 a desenvolver um trabalho de prevenção; 
 ao estudo sobre o rendimento dos alunos e tarefas educativas conjuntas que 
levem ao alcance dos objetivos comuns; 
 a sugerir a direção da realização de estudos por profissionais especializados 
a pais, alunos e professores; 
 à avaliação dos resultados do processo ensino-aprendizagem, adequando-os 
aos objetivos educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor 
e Conselho de Classe os casos de aprovação e reprovação do aluno; 
 a assessorar o professor no acompanhamento e compreensão de sua turma; 
 a integrar-se às diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um 
trabalho comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a 
serem desenvolvidas com os alunos; 
 a garantir a continuidade do trabalho; 
 a avaliar e encaminhar as relações entre os alunos e a escola; 
 a assessorar o professor na classificação de problemas relacionados com os 
alunos, colegas, entre outros; 
 a desenvolver uma ação integrada com a coordenação pedagógica e os 
professores visando a melhoria do rendimento escolar, por meio da aquisição 
de bons hábitos de estudo e divulgação do perfil das classes; 
 à organização de arquivos e fichas cumulativas; 
 a planejar estratégias comuns entre os professores, coordenação e 
orientação; 
 à análise junto a coordenação dos planejamentos das diversas disciplinas; 
 à realização de atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso 
para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos; 
 à realização de atendimentos individuais na orientação educacional para 
fornecer ou receber informações necessárias dos alunos; 
 à análise e avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos, 
das classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos; 
 à participação nas reuniões de curso; 
 à participação nas reuniões; 
37 
 
 à participação na preparação e realização dos Conselhos de classe; 
 à participação nos eventos da escola; 
 à organização e participação junto à coordenação das atividades 
extracurriculares. 
 
Junto às famílias dos alunos, o trabalho de orientação deve: 
 oferecer entrevista com os pais para troca de dados e informações acerca do 
aluno; 
 propiciar aos pais o conhecimento de características do processo de 
desenvolvimento psicológico da criança, bem como de suas necessidades e 
condicionamentos sociais; 
 refletir com os pais o desempenho dos seus filhos na escola e fornecer as 
observações sobre a integração social do aluno na escola, verificando 
variáveis externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, para 
estudar diretrizes comuns a serem adotadas; 
 a orientação familiar se fará através de reuniões individuais com os pais, em 
pequenos grupos e nas reuniões bimestrais programadas constantes do 
Calendário Escolar; 
 oferecer às famílias subsídios que as orientem e as façam compreender os 
princípios subjacentes à tarefa de educar os filhos, para maior autorrealização 
dos mesmos; 
 garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos alunos; 
 interpretar e encaminhar dúvidas, questionamentos; 
 entrevistas solicitadas pelas famílias; 
 entrevistas solicitadas pela escola; 
 palestras; 
 reuniões. 
 
A orientação educacional junto aos alunos deve: 
 viabilizar atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e 
reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, 
desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso comum, 
relacionamento com os colegas de classes e outros alunos da escola, 
respeito aos professores e funcionários; 
38 
 
 promover atendimentos grupais sempre que for necessário para reflexão de 
problemas ocorridos em situações de grupo; 
 sempre esclarecer quanto a regras no que diz respeito ao cumprimento das 
normas da escola; 
 deve instrumentalizar o aluno para a organização eficiente do trabalho 
escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz; 
 tentar identificar e assistir alunos que apresentam dificuldades de ajustamento 
à escola, problemas de rendimento escolar e/ou outras dificuldades 
escolares; 
 acompanhar a vida escolar do aluno; 
 assistir o aluno na análise de seu desempenho escolar e no desenvolvimento 
de atitudes responsáveis em relação ao estudo; 
 promover diversas atividades que levem o aluno a analisar, discutir, vivenciar 
e desenvolver atitudes fundamentados na filosofia cristã de valores; 
 desenvolver atividades que levem o aluno a desenvolver a compreensão dos 
direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e 
dos demais grupos que compõem a comunidade e a cultura em que vive o 
aluno; 
 procurar despertar no aluno o respeito pelas diferenças individuais, o 
sentimento de responsabilidade e confiança nos meios pacíficos para o 
encaminhamento e solução dos problemas humanos; 
 promover diversificadas atividades que levem o aluno a desenvolver a 
compreensão dos valores, das implicações e das responsabilidades em 
relação à dimensão afetiva e sexual do indivíduo de acordo com a filosofia da 
escola e os valores da família; 
 identificar na escola, eventos esportivos, culturais e de lazer que possam ser 
utilizados pelos alunos; 
 desenvolver atitudes de valorização do trabalho como meio de realização 
pessoal e fator de desenvolvimento social; 
 levar o aluno a identificar suas potencialidades, características básicas de 
personalidade e limitações preparando-o para futuras escolhas; 
 preparar o aluno para a escolha de representantes de classe e/ou comissões; 
39 
 
 preparar e acompanhar os representantes de classe para o exercício de suas 
funções; 
 promover atividades que desenvolvam aspectos relativos a dificuldades e /ou 
necessidades inerentes à faixa etária; 
 desenvolver o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em grupo; 
 realização de sessões de orientação com cada série, previamente agendadas 
em calendário, que vão ao encontro dos objetivos propostos e às 
necessidades e interesses da faixa etária a ser trabalhada; 
 realização de reuniões com representantes de classe e/ou comissões; 
 participação dos eventos da escola como atividades extraclasse, jogos, festa 
junina, encontros, viagens entre outros; 
 realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos. 
 
4.2 O orientador e o planejamento 
Faz-se necessário que o orientador escolar entenda e consiga planejar, pois, 
entende-se que o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às 
implicações futuras de decisões presentes. 
Qualquer atividade humana realizada sem qualquer tipo de preparo é uma 
atividade aleatória que conduz, em geral, o indivíduo e as organizações a destinos 
não esperados, altamente emocionantes e, via de regra, a situações piores que 
aquelas anteriormente existentes. 
A qualidade é fruto de um esforço direcionado de um indivíduo ou grupo para 
fazer algo acontecer conforme o que foi anteriormente desejado e estabelecido, 
portanto, a qualidade somente poderá ser alcançada através de um trabalho 
planejado. 
Portanto,

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