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Durkheim e a Sociologia Clássica

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Professora: Sirlei A. Fernandes
Disciplina: C.S/SO
Clássicos da Sociologia: Durkheim
Autores Base: 
 SELL, Carlos Eduardo. Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2009; 
COSTA, Regina e LACATOS, Eva. Colaboração: Prof. Rafael Farias
Augusto Comte : Precursor da Sociologia 
	Positivismo: pensamento e paradigma monista: Entre seus principais formuladores, encontramos o francês Auguste Comte (1798‑1857). Em seus ensaios, atribui fatores humanos às explicações dos diversos assuntos, contrariando o primado da razão, da teologia e da metafísica. Para Comte, o método positivista consistia na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação. Ele sintetizou seu ideal em sete palavras: 
	Real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. 
	Conhecer as causas para prevenir: aposta na criação de leis universais;
Émile Durkheim: introdução 
	Formado em filosofia, passou a lecionar esta disciplina após a formatura, já nos anos iniciais de sua carreira docente começou a se interessar pelos problemas sociais. O interesse pelo social resultou em uma viagem de estudos para Alemanha a fim de estudar as Ciências Sociais, resultando no interesse de desenvolvê-la na França. Foi nomeado professor de pedagogia e de Ciências Sociais na Faculdade de Bordeaux, sendo responsável por inserir a Sociologia no ensino superior. Ficou profundamente abalado com a morte do seu filho na primeira guerra mundial e faleceu em 1917.
 
	Aspectos Gerais: Em uma conferência (aula inaugural) proferida em 1887, intitulada “Curso de Ciências Sociais”, Durkheim apresenta duas características essenciais da disciplina: 
	1)Retomada da visão positivista de método científico; 
	2)Tese da predominância do coletivo ou do social como ponto de partida lógico (unidade de análise) nas explicações dos fenômenos sociais. Ou seja, a explicação da vida social tem seu fundamento na sociedade, no coletivo, nas estruturas sociais como condicionantes do comportamento individual 
Concepção de Sociedade: a capitalista moderna 
	“Agrupando-se sob uma forma definida e por laços perduráveis, os homens formam um ser novo que tem a sua natureza e as suas leis próprias [...]. A vida coletiva não é uma simples imagem ampliada da vida individual. Ela apresenta caracteres sui generis* que as induções da psicologia, só por si, não permitem prever” (DURKHEIM, 1975, p. 83). 
	Durkheim possui uma visão ORGANICISTA DA SOCIEDADE, considerando-a como um todo orgânico formado por partes que individualmente exercem sua função social, desta forma, individualmente contribuem para o bom funcionamento do todo. 
	Assim, a grande preocupação do autor é a COESÃO SOCIAL, ou seja, identificar qual é o elemento que promove a COESÃO SOCIAL (cooperação) entre os indivíduos de uma sociedade. 
 * Possui características únicas, peculiar, que só pertencem a ela própria. 
O que estudar na sociedade: 
	Para Durkheim, a compreensão da vida social se dá, direcionando o olhar para os FATOS SOCIAIS, identificando a função social que lhes são característicos. 
	O que é FATO SOCIAL? “É um fato social toda a maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais” (DURKHEIM, 1978, p. 93). Ou seja, são valores, regras (estatuídos(as) ou informais), que, sem a sua existência, os indivíduos não agiriam de determinada maneira, podemos elencar as seguintes características: 
	1)Exterioridade; 
	2)Coercitividade; 
	3)Generalidade. 
	
Os fatos sociais produzem coerção e coesão social
	Você já se deu conta que grande parte das nossa ações cotidianas são executadas de forma automática, sem que tenhamos consciência de estarmos executando-as;
	Como você percebeu isso no filme “O Enigma de Kasper Hauser”?
	 Imagens disponível em: http://www.cineplayers.com/imagem/o-enigma-de-kaspar-hauser/796/796_04.jpg
	Os fatos sociais pré-dispõe os indivíduos a agirem de acordo com um padrão social. Sendo assim, a EDUCAÇÃO, entendida em seu sentido amplo, adquiri um papel fundamental, o de socialização dos indivíduos, que nada mais é que, o PROCESSO DE INCULCAÇÃO DAS ESTRUTURAS SOCIAIS. Essa moral racional e laica inculcada, despertaria a disciplina, a adesão aos grupos sociais, desenvolvendo a autonomia individual. 
TEORIA DURKHEIMIANA DA SOCIEDADE MODERNA: 
	No centro de sua teoria “estava a preocupação de explicar os efeitos que as transformações modernas ocasionavam nos mecanismos de integração dos indivíduos na sociedade” (SELL, 2009, p. 87). 
	Esta nova sociedade marcada pela divisão do trabalho e pela especialização das funções, trouxe consigo novos tipos de laços sociais e novos tipos de relações entre os indivíduos, onde, por um lado, instituiu-se a autonomia do indivíduo, mas por outro, os antigos padrões de coesão perderam o sentido.
	 Durkheim escrevera sua tese de doutorado chamada: Da Divisão do Trabalho Social. Com isso, o autor classifica todas as sociedades em TRADICIONAIS ou MODERNAS, onde o que as distinguirá é a estratégia de integração dos indivíduos adotada pela SOCIEDADE,ou seja, na primeira a regulação MORAL é feita através da SOLIDARIEDADE MECÂNICA e na segunda a SOLIDARIEDADE ORGÂNICA. 
	Mecânica = Sociedade Tradicional - reproduz valores sem questionar 
	Orgânica = Sociedade Moderna – reproduz valores de forma conectada. 
Sociedades Tradicionais ou de Solidariedade Mecânica: 
	Em tais sociedades reina a CONSCIÊNCIA COLETIVA: 
	“conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, que forma um sistema determinado que possui vida própria” (DURKHEIM, 1995, p. 50). 
	Os indivíduos compartilham de uma moralidade forte que lhes coferem padrões de concepção e condutas. 
	Logo, a ideia de indivíduo (enquanto ser autônomo, valorizado e com direitos individuais) que temos hoje não se aplica para os membros desta sociedade, o valor supremo é a consciência coletiva, e qualquer conduta que a transgrida será SEVERAMENTE PUNIDA. 
	O direito é o DIREITO REPRESSIVO: são normas jurídicas que visam somente a punição de forma cruel e muitas vezes se estendendo para a família toda e por geração. LER PG. 57 DTS. 
	Como o indivíduo não possui valor, o mesmo não é detentor de direito e a punição a ele imputada, por mais cruel que seja, é tida como justa. 
	Exemplo: a Lei de Talião contida no Código de Hamurabi (cunhado pelo Rei babilônico Hamurabi, por volta de 1700 a. C.). 
	"Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto" 
Sociedades Modernas ou de Solidariedade Orgânica: 
	Em tais sociedades reina a DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL: 
	“Somos levados, assim, a considerar a divisão do trabalho sob um novo aspecto. Nesse caso, de fato, os serviços econômicos que ela pode prestar são pouca coisa em comparação com o efeito moral que ela produz, e sua verdadeira função é criar entre duas ou várias pessoas um sentimento de SOLIDARIEDADE” (DURKHEIM, 1995, p. 21). 
	Diferente das tradicionais, nessa há o predomínio de uma diversidade de tarefas e a consciência coletiva se enfraquece. 
	Assim, o indivíduo assume valor, personalidade, e a solidariedade é promovida não mais pela consciência coletiva agora enfraquecida, mas sim, pela interdependência da funções dos indivíduos, onde um passa a depender do outro e a Sociedade passa a depender de todos para que funcione bem. 
	O direito é o DIREITO RESTITUTIVO: onde o objetivo é reestabelecer a ordem das coisas a partir de uma punição “justa” que reintegre o indivíduo a sociedade sem porém, desrespeita-lo em seus direitos individuais fundamentais. 
	Assim, a individualidade, a autonomia e o respeito aos direitos fundamentais dos indivíduos tornam-se valores sagrados. 
	Assim, muitasvezes o que leva a um estado de ANOMIA é a falta de integração de segmentos sociais a SOCIEDADE, ou de regulamentação de novas relações sociais. Exemplo crises econômicas: 2008. 
Fatores que levam a mudança (evolução) da solidariedade mecânica para a orgânica. 
	Um processo gradual de MUDANÇA SOCIAL. 
	Volume: aumento do nº de indivíduos; 
	Densidade Material: aumento do número dos indivíduos em relação a uma superfície do solo (densidade demográfica); 
	Densidade Moral: aumento da intensidade das comunicações e trocas entre esses indivíduos. 
Riscos na falta de coesão, coersão-moral/solidariedade
Suicídio: 
	Feito a caracterização da relação Indivíduo/Sociedade na Sociedade Moderna, Durkheim estudou, em uma de suas famosas obras, “O Suicídio”, como as Taxas de Suicídio refletem a grande problemática dessa sociedade, e que foi sua grande preocupação: OS PROBLEMAS RELACIONADOS A INTEGRAÇÃO DOS INDIVÍDUOS NA SOCIEDADE. O que é Suicídio? “Chama-se SUICÍDIO todo o caso de morte que resulte, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima e que ela sabia que devia provocar esse resultado” (DURKHEIM, 1978, p. 167).
	 Com base em recursos estatísticos, ele estudou as TAXAS de SUICÍDIO, associando-as não somente a causas psíquicas ou psicopatológicas, mas sim, a forças sociais que as determinam. Ou seja, é preciso diferenciar o que seria o suicídio em si (algo tomado de forma individual) das taxas de suicídio que refletem um fenômeno social. O que o sociólogo fará é: estabelecer correlações entre as circunstâncias e as variações nas taxas, ou seja, correlacionar fatores de ordem histórico-sociais com elas 
Os problemas de integração social: levaram Durkheim a definir três tipos de suicídio: 
	Tipo 	 Relação com a sociedade 	Característica
	
Anômico	
Fraca	Ausência de regras ou perda de sentido, crenças e valores obsoletos, dificuldade com o tempo para assimilar novos valores. 
Ex. Mudanças rápidas nas relações pessoais ou trabalhistas (aumento do suicídio masculino e depressão feminina)
	
Egoísta	
Fraca
	Resultado da não integração do indivíduo as instituições, redes sociais, enfraquecimento dos valores ou crença no grupo ao qual pertence. 
 Ex. as separações conjugais 
	Altruísta
	Forte	Coage, obriga o indivíduo a se matar em nome da fé, ou de uma causa externa. Ex. terroristas, kamikaze
Continuação 
	Suicídio Anômico (típico da modernidade): 
	É o que mais interessa a Durkheim por ser o suicídio característico da Sociedade Moderna. Ele diz respeito a um estado de desregramento social no qual as normas estão ausentes ou perderam sentido para o indivíduo. Geralmente está relacionado a situação economia, tanto em situações de crises, quanto de abundância: na primeira os indivíduos são lançados a uma situação inferior a que possuíam, e na segunda (de menos ocorrência), o aumento súbito de poder e riqueza desestabiliza os indivíduos. 
	Segundo Berger, os indivíduos estão em constante competição, esperam muito da vida, fazem grandes exigências e se sentem acuados pelo sofrimento decorrente da desproporção entre aspirações e satisfação alcançada. Assim, devido a agitação social ocorrida por fatores econômicos, o indivíduo é tomado por paixões de qualquer ordem (irritação, decepção com a vida) levando a um enfraquecimento dos laços que o une a sociedade. 
	Suicídio Fatalista: 
	É um tipo de suicídio residual (pouco frequente), fruto de um forte regramento moral do indivíduo pela sociedade. Assim, esse forte regramento anula a autonomia e as aspirações do indivíduos. 
	Desta forma, o par Anômico X Fatalista diz respeito aos problemas de REGULAÇÃO SOCIAL (ausência ou excesso respectivamente). 
Continuação
	Desta forma, Durkheim coloca o grande problema da SOCIEDADE MODERNA: a ANOMIA. Ou seja, ele sustenta que a anomia é um problema endêmico deste tipo de sociedade, entendendo a anomia não apenas como fruto de uma falta de articulação (cooperação) entre as atividades e tarefas individuais que contribuem para o bom funcionamento do todo, mas também, e principalmente, fruto de uma ausência de moralidade orientadora e disciplinadora das ações e condutas dos indivíduos. 
	EIS A SITUAÇÃO ANTAGÔNICA DA SOCIEDADE MODERNA: 
	Por um lado, há o enfraquecimento da CONSCIÊNCIA COLETIVA (forte moralidade que age avassaladoramente sobre as pessoas, dando um sentido coletivo a existência individual) u seja, é e em contrapartida há o aumento da autonomia do indivíduo (valorizando-o), o que para o autor é um avanço; porém, por outro, a exacerbação do individualismo coloca em risco o processo de coesão e integração desta sociedade. Ou uma crise geral pela qual a sociedade passa, portanto é da sociedade e não do indivíduo, que se caracteriza pela inexistência, inadequação ou inoperância das normas morais que regulam o convívio social. 
	A Sociedade Moderna Capitalista imprimiu uma nova forma de convívio social via relações econômicas, porém, essas novas relações não estavam normatizadas por um conjunto de regras sociais que as disciplinassem. Portanto, diferente dos economistas, o mercado é solvente das relações sociais, levando os indivíduos a uma intensa luta, competição, entre si, e na ausência de regramento, esta competição leva ao conflito de interesses (Burgueses X Proletários) que poderia levar a uma decadência social geral. 
As formas elementares da vida religiosa: 
	Neste livro Durkheim mostra como as religiões são uma construção social, ou seja, são produtos da relação oculta entre o indivíduo e a sociedade, e uma percepção difusa que os mesmo indivíduos possuem da ação do SOCIAL.
	Dessa obra podemos tirar duas grandes contribuições, a primeira para a Ciência Moderna (Teoria Sociológica do Conhecimento) e a segunda a importância da dimensão simbólica para a vida social e individual (Teoria Sociológica do Simbólico): 
	1- Teoria Sociológica do Conhecimento: a religião é o ponto de partida para o conhecimento, ou seja, a Ciência ou outras formas de conhecimento modernas possuem sua raiz na religião. Foi esta que forneceu as primeiras representações e classificações do mundo social, rompendo com o dualismo clássico na teoria do conhecimento: Empiristas X Racionalistas. 
	Além disso, coloca a própria ciência como uma construção social. 
	2- Teoria Sociológica do Simbólico: Durkheim passou a enxergar na religião o elemento central da vida social, ou seja, mesmo a religião perdendo força na sociedade moderna (declínio na consciência coletiva), as instituições modernas só puderam se estabelecer devido a existência prévia de um chão (valores) no qual puderam se edificar. Caso contrário, teria se instalado uma catástrofe social que levaria a um estado irreversível de anomia. 
	Fim.

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