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História da Educação de Jovens e Adultos – EJA História da Educação de Jovens e Adultos – EJA História da Educação de Jovens e Adultos – EJA 1° momento: Ausência de Políticas Colônia Período Jesuítico 1549 Jesuítas no Brasil (1549-1759 introduziram a educação no Brasil). Educação com intenção de difundir o catolicismo. A maior parte da população não tem acesso ao ensino. Embora a atenção de ensino fosse prioritária as crianças, existem alguns poucos registros de ensinamentos aos adultos. Período Pombalino 1760 Marquês de Pombal (Sua chegada foi no Século XVIII, com isso ocorreu a expulsão dos Jesuítas em 1759, ele implantou o ensino público oficial, nomeação de professores pela coroa (antes era os Jesuítas), aulas régias, subsídio literário (pagamento dos professores). O estado passou a controlar financeira e ideologicamente a educação. Esta foi praticamente reduzida a nada. Durante o período pombalino não há registros de experiências significativas em relação á alfabetização de adultos. Família Real no Brasil: 1808 a 1822 Império: 1822 a 1889 Corte no Brasil 1808 Panorama Educacional sofre modificações positivas com a chegada da corte, porém destinado apenas á elite. Livros só começam a ser impressos no Brasil em 1808, a partir da vinda da corte portuguesa. 1824 Constituição Imperial A constituição em seu tópico especifica para a Educação inspirava um sistema nacional de educação que na pratica não se efetivou. Constituição de 1824- “instrução primária e gratuita para todos os cidadãos”. Educação básica responsabilidade das Províncias 82% da população com 5anos e mais era analfabeta. 1827 D. Pedro cria Lei que muda a maneira de ensinar, transformando a escola na época. Adoção do método mutuo, para ensinar rapidamente um grande número de pessoas. 1872 Censo de 1872 registra 82,6% de analfabetos (80,2% entre os homens e 88,5% entre as mulheres. 1881 Lei Saraiva, Decreto n° 3.029, 09 de janeiro de 1881- que determinava eleições diretas, foi a primeira a colocar impedimentos aos votos dos analfabetos. Reforça-se a concepção do analfabeto como ignorante e incapaz. 1885 Regime de escolas de Intuição primaria de Pernambuco, traz com detalhes a prescrição para o funcionamento das aulas destinadas a receber alunos maiores de 15 anos. 1890 Índice de analfabetismo brasileiro é de mais de 80% da população em 1890. Censo constata e publica índice de analfabetismo em torno de 80% da população brasileira. Durante as primeiras décadas do século XX as mobilizações em torno da alfabetização se tornam abundantes, devido á vergonha provocada pela publicação da taxa de analfabetos nos intelectuais. 1891 República Constituição de 1891 reafirma a responsabilidade das Províncias. Estabelece o impedimento de voto aos adultos analfabetos. Inicio do século XX – 72% da população de 5 anos e mais era analfabeta. 1910 Em 1910 o direito de ler e escrever era negado a quase 11 milhões de pessoas com mais de 15 anos. 1915 Surge no Rio de Janeiro as “Ligas”, que se organizaram a exemplo da Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Surge método de desanalfabetização Abner Brito, Alfabetização em sete lições, em busca de mudar o quadro vergonhoso de 80% de analfabetos. Carneiro Leão critica o “empenho”em alfabetizar adultos pois considerava a alfabetização uma arma perigosa, que poderia aumentar a anarquia social. 1920 Movimento de educadores – luta por oferta de educação de qualidade. Exige-se do Estado a responsabilidade com a oferta educacional. 1921 Conferência Interestadual no Rio de Janeiro cria escolas noturnas para adultos com duração em um ano. 1924 Associação Brasileira de Educação 1925 Decreto 16782/ A (Lei Rocha Vaz ou Reforma João Alves): Criação de Escolas Noturnas de Ensino Primário para adultos. 2° momento: As Primeiras Políticas Públicas 1930 Paschoal Leme Pacchoal Leme inicia as primeiras tentativas oficiais de organizar o ensino supletivo. Surge experiências extra-oficiais na alfabetização de adultos, como uso de Leitura de Cordel e a Carta ABC. Demanda por alfabetização – mais de 55% de analfabetos. 1932 Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: Surgiu em 1932, e assinado por 26 pessoas, lutavam para uma educação para todos. 1934 Constituição da República Nova Constituição Federal de 1934: Proposta de PNE- determinava as competências dos sistemas de ensino; Vinculou receita para manutenção e desenvolvimento do ensino; Reafirmou a educação como direito de todos e dever do Estado. 1936 Plano Nacional de Educação obrigava a gratuidade do ensino primário integral (estendido aos adultos). 1945 Aprovação do decreto n° 19.513 de 25 de agosto de 1945. A educação de Adultos torna-se oficial. Regulamentação do Fundo Nacional do Ensino Primário reserva 25% dos repasses da União aos Estados á educação supletiva dos adultos. Criada UNESCO, que incentiva alfabetização e educação de base. 1946 A primeira Lei Orgânica do Ensino Primário (1946). Construção de material pedagógico apropriado, guia de leitura e alfabetização. O apelo para o engajamento voluntário e a falta de acúmulo de experiências que dessem suporte ás ações governamental contribuiu para que a campanha não obtivesse êxito. Movimentos importantes de educação e cultura popular nas décadas de 50 e 60. 1947 Criação do Serviço de Educação de Adultos (Departamento Nacional de Educação). Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA). São criadas as classes de ensino supletivo para maiores de 14 anos (vespertino e noturno). Aumento das matrículas em cursos profissionais – criação do SENAI (1942) e SENAC (1946). 1949 I CONFINTEA – Estocolmo – Dinamarca. Conferência Internacional de Educação de Adultos. Conferência de Estocolmo 1950 Censo afere 50,5% de analfabetos. Inspirados por Paulo Freire, seu método propunham uma educação dialógica que valorizasse a cultura popular e a utilização de temas geradores. Esses movimentos procuravam a conscientização, participação e transformação social, por entenderem que o analfabetismo é gerado por uma sociedade injusta e não igualitária. Atividade pastoral da Igreja Católica, nos subúrbios e áreas rurais. 1951- 1952 Campanha Nacional de Educação Rural (CNER ou (EDURURAL). Capacitação Individual e formação agrícola. 1957 Criado o Serviço de Rádio Educativo Nacional (SIRENA). 1958 Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA). 3° momento: Os Movimentos de Educação e Cultura Popular dos Anos 60. 1960 Tem inicio Movimento de Educação e Cultura Popular do Recife, sob governo de Miguel Arraes. No ano seguinte o Movimento se estende á Paraíba e Rio Grande do Norte. 1961 Movimento de Educação de Base (MEB) – (CNBB). Lei 4024/12 de 1961 artigo 2° “A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola.” Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler – Natal/RN 1962 Movimento de Cultura Popular do Recife/ Paulo Freire (MCP). Primeira experiência de alfabetização e conscientização – Centro Dona Olegarinha. Campanha de Educação Popular da Paraíba (CEPLAR). Centro Popular de Cultura da UNE -(CPC). (UNE) – União Nacional de Estudantes. Conscientização das classes populares ou “Arte popular revolucionária”. Educação critica. 1963 II CONFINTEA - Montreal Paulo Freire integrou o grupo para elaboração do Plano Nacional de Alfabetização junto ao Ministério da Educação, processo interrompido pelo Golpe Militar. Experiência de Alfabetização – Angicos/ RN. 4° momento: Ditadura Cria MOBRAL e Institucionaliza Ensino Supletivo. 1964 Têm inicio preparativos do Programa Nacional de Alfabetização de Adultos (PNAA) método Paulo Freire. Aprovado pelo Decreto 53.465, de 21 de janeiro de 1964, o PNAA orientados pela proposta de Freire previa a instalação de 20 mil círculos de cultura, que alfabetizaria 2 (dois) milhões de pessoas. Interrupção dos movimentos e campanhas de educação popular. Golpe Militar Inicio do Regime Militar Perseguição e repressão dos movimentos; Necessidade de mão de obra para o estado; Alfabetização funcional para votar: redução da alfabetização ao processo de aprender a desenhar o nome; O governo importa um modelo de alfabetização de adultos dos Estados Unidos, de caráter evangélico: a Cruzada ABC. o Cruzada de Ação Básica Cristã -ABC 1966 Decreto Lei 57.895, 20/12/66 – determina a utilização dos Fundos Nacionais de Ensino Primário e Médio na alfabetização de maiores de dez anos. 1967 Mobral Lei 5379, 15/12/67- criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização. MOBRAL – com um conteúdo acrítico e material padronizado, além de não garantir a continuidade dos estudos, o Mobral foi mais um programa que fracassou. 1969 Campanha Massiva de Alfabetização. 1970 No final dos anos 70 têm inicio os Centros de Ensino Supletivo e atividades de educação de adultos pelo rádio e TV (Projeto Minerva e Ensino Supletivo via Rádio e TV). 1971 LDB 5.692/71 em 11 de agosto de 1971- regulamenta o ensino supletivo (cap.IV). Legalização do Ensino Supletivo Nesse período a educação de adultos não se restringia á alfabetização. Ao transcender esse campo, incorporava a idéia de educação permanente, por toda a vida. Isso ocorria em função da industrialização tardia e pela demanda por qualificação profissional. 1972 III CONFINTEA – Tóquio 5° momento: Adultos Conquistam Direitos Educativos na Constituição 1985 IV CONFINTEA - Paris Fim do Regime Militar Extinção do MOBRAL. Criação da Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos- EDUCAR. Decreto 91.980 - 25/11/85 – substitui o MOBRAL e cria a Fundação EDUCAR. Com o objetivo de acompanhar e supervisionar as instituições e secretarias que recebiam recursos para executar seus programas. Foi extinta em 1990, quando ocorreu um período de omissão do governo federal em relação ás políticas de alfabetização de jovens e adultos. Contraditoriamente, a Constituição de 1988 estendeu o direito á educação para jovens e adultos. “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família...” (Artigo 205) e ainda, ensina fundamental obrigatório e gratuito, inclusive sua oferta garantida para todos os que ele não tiveram acesso na Idade própria. (Constituição Federal de 1988- Artigo 208). 1986 Constituição Federal- prevê a modalidade de Educação de Jovens e Adultos- EJA. 1988 Constituição Federal (Constituição Cidadã). A CF 1988 faz referência á obrigatoriedade e gratuidade da oferta do ensino fundamental (EF), inclusive para aqueles que não tiveram seu acesso garantido na idade considerada adequada (Art.208). Esse artigo da Carta Magna já apontava para a inclusão dos jovens e adultos na oferta de EF. O que, por sua vez, é reafirmado pela LDB n° 9394/96: Art.4°. O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. Consagra direito público subjetivo dos jovens e adultos ao ensino fundamental gratuito e assume compromisso com erradicação do analfabetismo. 1990 Extinção da EDUCAR. Ano Internacional da Alfabetização. Conferência Mundial de Educação para Todos (Jomtien). O desafio da metodologia criativa. Universalização do ensino fundamental de qualidade; Fortalecimento da cidadania e formação cultural da população. 1991 Lançamento do Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania – PNAC. 1993 Plano Decenal de Educação para Todos. 1994 Após impeachment, governo Itamar Franco elabora Plano Decenal de Educação e cria Comissão Nacional de Educação de Adultos (CNEJA) 6° momento: Educação de Jovens e Adultos é Marginal na Reforma Educacional. 1996 LDB, Lei 9394, 20/12/96- regulamenta disposição constitucional e prevê a modalidade de EJA. Estabelece “O dever do Estado com educação escolar pública, será efetiva mediante a garantia de ensino, obrigatório e gratuito inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria”. (Artigo 4). No artigo 37, refere-e á educação de jovens e adultos: “A educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. No inciso 1°, deixa clara a intenção de assegurar educação gratuita e de qualidade a esse segmento da população, respeitando a diversidade que nele se apresenta. Criação do PAS- Programa de Alfabetização Solidária- polêmico por utilizar práticas superadas, como o assistencialismo. Lei N° 9.424/96 (FUNDEF) Fóruns EJA 1997 V CONFINTEA – Hamburgo PNE (CONED) 1998 Governo Federal dá inicio ao Pronera e Recomeço. Projeto de Lei 4173/98- propõe o Plano Nacional de Educação e inclui a modalidade EJA. Criação do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária- PRONERA com o objetivo de atender ás populações nas áreas de assentamento. 1999 Movimento dos Fóruns de EJA cresce e dá inicio á realização de encontros ENEJA ( Encontros Nacionais de Jovens e Adultos). 2000 Sob a coordenação do Conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, é aprovado o Parecer n° 11/200 – CEB/CNE, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Também foi homologada a Resolução n° 01/00- CNE. Parecer 11 e Resolução 01 do CNE regulamentam EJA. Conferência de Dakar O marco de ação Dakar é um compromisso coletivo para ação de Educação para todos. 2001 Lei n° 10.172/01 PNE - Plano Nacional de Educação- sancionado pelo Presidente da República- mantém a modalidade de EJA- Veto aos recursos orçamentários para EJA. 2002 ENCCEJA Lei n° 9394, de dezembro de 1996 e na Portaria Ministerial n° 2.270, de 14 de agosto de 202, que instituem o Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos. 7° momento: Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos voltam á agenda do Governo Federal 2003 Programa Fazendo Escola O governo Lula lançou o programa Brasil Alfabetizado, que dá ênfase ao voluntariado, apostando na mobilização da sociedade para resolver o problema do analfabetismo. 2004 Ministro Tarso Genro cria SECAD e reúne programas de alfabetização e educação básica na DEJA, mas outros programas ficam fora (Pronera, Escola de Fábrica. ProEJA e Pró Jovem). Educação de Jovens e Adultos - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Cidadania – (SECAD). Departamento de Educação de Jovens e Adultos; Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania; Departamento de Desenvolvimento e Articulação Institucional; Departamento de Avaliação e Informações Educacionais. Programas Brasil Alfabetizado; Conexões de Saberes Escola que protege; Quilombolas. Ações do MEC: Ampliação de vagas; Recuperação e melhoria da escola pública; Valorização do professor Programa Fazendo Escola- programa de apoio á EJA; Proposta Curricular- subsídio á elaboração de projetos e proposta curriculares para o 1° e 2° segmento do Ensino Fundamental; Material didático- disponibilizado pela COEJA; Legislação- dispositivos legais federias que respaldam a EJA. SECAD mantém, ainda, os projetos: Ações Educacionais Complementares: o ações de apoio educacional o ações educativas complementares Diversidade e Inclusão Educacional; Educação do Campo; EducaçãoEscolar Indígena. 2005 Lei n° 11.129 - PROJOVEM – Programa Nacional de Inclusão de Jovens. Decreto n° 5.478 – PROEJA – Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na modalidade de Jovens e Adultos, que tem por objetivo oferecer oportunidade da conclusão da educação básica, juntamente com a formação profissional aquelas que não tiveram acesso ao ensino médio na idade regular. 2006 Fazendo Escola abrange todo país. FUNDEB é finalmente votado pelo Congresso. 2007 FUNDEB (Lei n°11.494/2007) Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. 2008 Conferência Nacional de Educação Básica - CONEB 2009 VI CONFINTEA – Brasil EJA é incluído no PNLD e PNAE. 2010 – 2014 Conferência Nacional de Educação – CONAE Emergem reflexões importantes que ajudem a pensar sobre as atuais discussões na área de EJA. O desafio do EJA nos dias de hoje se constitui em aperfeiçoar metodologias que considerem os interesses dos jovens e adultos; pensar novas formas de EJA articuladas com o mundo do trabalho e tecnologia; investir seriamente na formação de educadores; renovação de currículo interdisciplinar e transversal, entre outras ações, de forma que este passe a constituir um direito, e não um favor prestado em função assistencialista seja dos governos, da sociedade ou de empresários.
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