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Parasitologia e Saneamento Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Anderson Sena Barnabe Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento • Introdução à Parasitologia e Conceitos Sobre Saneamento Básico; • Implicância Sanitária na Ocorrência das Parasitoses de Contração Alimentar; • Saneamento Básico; • Epidemiologia das parasitoses; • Segurança dos alimentos; • Conclusões. • Embasar o aluno sobre a relevância das doenças parasitárias na Saúde Pública; • Focar o entendimento dessas patologias que são transmitidas por água ou alimentos contaminados, os quais têm grande implicação nas atividades do nutricionista; • Conceituar as bases do saneamento básico como medida de prevenção às doenças trans- mitidas por alimentos (DTAs), das quais as parasitoses fazem parte. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Introdução à Parasitologia e Conceitos sobre Saneamento Básico A segurança dos alimentos é um fator fundamental para os aspectos nutricionais e como medida profilática a diversas patologias. Várias doenças são transmitidas por alimentos e podem ser originadas por agentes etiológicos parasitários. Doen- ças de origem alimentar são todas as ocorrências clínicas decorrentes da ingestão de alimentos que podem estar contaminados com “microrganismos patogênicos (infecciosos ou toxigênicos)” ou com substâncias químicas, que contenham em sua constituição estruturas naturalmente tóxicas (FERRAZ et al., 2015). Esses micror- ganismos pertencem a diversos filos taxonômicos, e os que apresentam caracterís- ticas de parasitas fundamentam esta disciplina. O intuito deste conteúdo é o de trazer afinidade ao profissional nutricionista a respeito de doenças causadas por parasitas, que ainda representam um grande problema de saúde pública no Brasil e no mundo e têm os alimentos como ótimas vias de contaminação aos seres humanos e a outros animais. Mas antes de começarmos, abordaremos alguns conceitos iniciais necessário. Parasitismo É a associação entre seres vivos, na qual existe unilateralidade de benefícios, ou seja, um é beneficiado e o outro, não, sendo o hospedeiro espoliado pelo parasita, pois o primeiro fornece alimento e abrigo para esse último (NEVES, 2004). Parasitas Organismo que vivem em uma relação ecológica não harmônica (não benéfica), cuja sobrevivência está diretamente ligada a um hospedeiro, do qual usa algum tipo de subterfúgio para seu desenvolvimento, causando assim, em maior ou menor graus algum tipo de dano ao hospedeiro (NEVES, 2004). Classificação dos Parasitas Segundo Neves (2004) e Rey (2002), os animais que parasitam os humanos estão incluídos em cinco grandes filos: Protozoa (animais unicelulares), Platyhelminthes (vermes achatados), Nematoda (vermes redondos), Acantocephala (vermes arredondados, com pseudossegmentação e apresentando uma probóscida armada de ganchos) e Arthropoda (insetos e ácaros em geral). 8 9 Sabemos que nem todos esses filos atacam os seres humanos por transmissão alimentar. Em nosso caso, o foco do conteúdo se relacionará com os filos: Protozoa (protozoários), Nematoda (popularmente conhecidos como “vermes”) e Acantocephala, onde temos os agentes causadores das teníases e da cisticercose (REY, 2002). Na Figura 1, podemos observar a forma morfológica do parasita protozoário que habita no intestino humano com a maior prevalência no Brasil, a Giardia lamblia. Figura 1 – Giardia lamblia Fonte: Getty Images Entretanto, devemos lembrar que outros grupos de parasitas se disseminam en- tre as populações humanas devido à grande falta de saneamento básico, principal- mente em áreas mais pobres do Brasil e do mundo. Hospedeiros e Reservatórios Segundo Avila-Pires (1989), a definição corrente de reservatório abrange qual- quer ser humano, animal, artrópode, planta ou matéria inanimada em que viva e se multiplique um agente infeccioso – podendo ser uma protozoário, por exemplo –, do qual dependa para sua sobrevivência (alimentação e bases para sua reprodução), reproduzindo-se de maneira que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível – sabemos que o hospedeiro é parte da fundamental do processo de parasitismo. Hospedeiro, segundo a mesma fonte, é a pessoa ou animal vivo, inclusive aves e artrópodes, que, em circunstâncias naturais, permitem a subsistência ou o aloja- mento de um agente infeccioso. O hospedeiro primário ou definitivo é aquele em 9 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento que o agente chega à maturidade ou passa por sua fase sexuada. O secundário ou intermediário é aquele que se encontra em fase larvária ou assexuada (AVILA- -PIRES, 1989). Assim, podemos observar que as doenças parasitárias têm uma relação direta com animais (hospedeiros), com o saneamento e as condições de vida, salubridade, nutrição e de educação sanitária que vivem determinadas populações humanas. Quando há algum tipo de quebra dos eixos ecológicos que mantêm em equilíbrio esses elementos, as doenças afloram, implicando em surtos ou epidemias. Definições mais especificas do tipo de hospedagens que os parasitas podem usufruir são descritas em Neves (2004), sendo, em resumo: • Hospedeiro Definitivo: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual; • Hospedeiro Intermediário: é aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada; • Hospedeiro aratênico ou de Transporte: é o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira. Exemplo: Hymenolepis nana em coleópteros. Tipos de Parasitismo Pelas diferentes formas de agregação dos parasitas aos seus hospedeiros, pode- mos também classificar as formas com que esses organismos se agregam. Seguin- do as definições de Rey (2002) e Neves (2004), nós temos: • Parasitemia: reflete a carga parasitária no sangue do hospedeiro. Exemplo: camundongos X apresentam 2.000 tripanossomas por cm3 de sangue; • Parasito acidental: é o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. Exemplo:Dipylidium caninum, parasitando crianças; • Parasito errático: é o que vive fora do seu hábitat normal; • Parasito estenoxênico: é o que parasita espécies de vertebrados muito pró- ximas. Exemplo: algumas espécies de Plasmodium só parasitam primatas; outras, só aves etc. • Parasito eurixeno: é o que parasita espécies de vertebrados muito diferentes. Exemplo: o Toxoplasma gondii, que pode parasitar todos os mamíferos e até as aves; • Parasito facultativo: é o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro (nesse último caso, isto é, quando não está parasitando, é chamado vida livre). Exemplo: larvas de moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em fe- ridas necrosadas ou em matéria orgânica (esterco) em decomposição. 10 11 • Parasito heterogenético: é o que apresenta alternância de gerações. Exem- plo: Plasmodium, com ciclo assexuado no mamífero e sexuado no mosquito; • Parasito heteroxênico: é o que possui hospedeiro definitivo e intermediário. Exemplos: Trypanosoma cruzi, S. mansoni; • Parasito monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Exem- plos: Enterobius vermicularis, A. lumbricoides; • Parasito monogenético: é o que não apresenta alternância de gerações (isto é, possui um só tipo de reprodução sexuada ou assexuada). Exemplos: Ascaris lumbricoides, Ancylostomatidae, Entamoeba histolytica; • Parasito obrigatório: é aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Exemplo: Toxoplasma gondii, Plasmodium etc. Implicância Sanitária na Ocorrência das Parasitoses de Contração Alimentar Quando não há controle sobre a criação de animais de interesse zootécnico que servem de base para alimentação humana (bovinos, suínos, aves, pescados etc.), corre-se o risco de contrair doenças parasitárias que, nesse caso, classificaríamos como zoonoses. Zoonoses são enfermidades transmitidas naturalmente dos animais ao ho- mem. Apesar dos avanços verificados no seu controle, a incidência de zoonoses permanece alta em todos os países em desenvolvimento. Também ligadas à falta de saneamento básico, o contato ou consumo de carnes, leite ou derivados oriundos de animais contaminados podem propiciar a infecção (ANDRADE E OLIVEIRA, 2002). Saneamento Básico Segundo Soares, Bernardes e Cordeiro (2002), o saneamento é o conjunto de medidas que visa a preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e a produtividade do indivíduo, como afirma a Lei 11.445 de 2007. Faz parte das ações de saneamento: tratamento e distribuição de água potável; coleta e tratamento de esgotos; coleta e tratamento de resíduos sólidos (lixo), do- mésticos ou não; controle de insetos vetores de doenças; controle de zoonoses; ma- nutenção dos esgotamentos em áreas rurais; preservação de mananciais de água para a captação e dessedentação humana e animal; controle de poluentes atmos- féricos, entre outras ações. 11 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Figura 2 Fonte: Getty Images Nos últimos anos, com o aumento da população e com a escassez de recursos, tem-se observado que a finalidade dos projetos de saneamento tem saído de sua concepção sanitária clássica, recaindo em uma abordagem ambiental, até mesmo preventiva, que visa não só a promover a saúde do homem e a saúde veterinária, mas, também, a conservação do meio físico e biótipo (SOARES; BERNARDES; CORDEIRO, 2002). Com isso, a avaliação ambiental dos efeitos dos sistemas de saneamento nas cidades consolidou-se e mostra-se atualmente como uma etapa importante no pro- cesso de planejamento urbano, no que tange à formulação e seleção de alternativas e à elaboração e detalhamento dos projetos selecionados (dimensões de obras de infraestrutura sanitária, por exemplo). A avaliação da viabilidade ambiental assume caráter de forte condicionante e implicância das alternativas a serem analisadas, ocorrendo, muitas vezes, a predominância dos critérios ambientais em relação, por exemplo, aos critérios econômicos (PIMENTEL; CORDEIRO; NETO, 1998; SOA- RES; BERNARDES; CORDEIRO, 2002). Ao abordarmos a implementação de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, e os benefícios à saúde pública e ao meio ambiente, pode- mos afirmar coesamente que para promovermos a prevenção de doenças infecto parasitárias, devemos esclarecer algumas questões: os benefícios à saúde e ao meio ambiente são obtidos com o mesmo tipo de intervenção? Quais os efeitos negativos quando da implementação desses sistemas? Haveria problemas de impactos am- bientais, sociais, territoriais? Haveria recursos financeiros para tal? Como são inte- gradas as duas dimensões de análise, a ambiental e a sanitária? O fortalecimento da consciência ambiental, com a mudança de paradigmas, retirou o foco de interesse na área de saúde pública? (SOARES; BERNARDES; CORDEIRO, 2002). 12 13 Os efeitos prováveis decorrentes de um sistema de abastecimento de água são geralmente positivos, indiscutíveis e observados no mundo todo, por constituírem um serviço que assegura melhoria e bem-estar à população e a diminuição das doenças de veiculação hídrica (CAIRNCROSS, 1989; VANDERSLICE; BRISCOE, 1995). O benefício oferecido pelo tratamento de água, por exemplo, é indiscutível, pois transforma, após a remoção de contaminantes físicos e microbianos, água inadequada para o consumo humano em um produto que esteja em acordo com padrões de potabilidade (SOARES; BERNARDES; CORDEIRO, 2002). A compreensão das relações entre saneamento, saúde pública e meio ambiente e sociedade constitui uma etapa inicial e importante no desenvolvimento de um modelo sustentável de planejamento de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, elementos imprescindíveis para a manutenção da saúde pú- blica. Em termos de planejamento, a identificação e a análise dos efeitos advindos da implementação de determinado sistema, seja ele de água ou de esgotos, deve conferir meios para se estabelecer uma certa ordem de prioridades e apontar o direcionamento mais adequado das ações, aplicações e disponibilidade de recursos, uma vez que cada população a ser beneficiada possui características próprias, e nem sempre as ações de saneamento podem ser orientadas da mesma forma e nas mesmas dimensões (SOARES; BERNARDES; CORDEIRO, 2002). Enfim, o saneamento básico é uma das medidas mais importantes para a manutenção da saúde pública, assegura-se esse conceito para que o nutricionista tenha base para garantir esse direito aos cidadãos e para que ele possa usufruir desses elementos para a preparação de alimentos adequados sob a ótica da se- gurança nutricional, baseando-se na qualidade da água, de insumos hortícolas, carnes, leite e ovos. Figura 3 Fonte: Getty Images 13 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Epidemiologia das Parasitoses As doenças parasitárias, como já abordamos, apresentam altas taxas de morbimortalidade e são de fácil disseminação, apresentando variadas formas de contaminação, tanto aos seres humanos quanto aos animais que também participam desse ciclo de transmissão. Muitas dessas doenças, tais como malá- ria, leishmanioses, esquistossomoses, estão entre as principais causas de óbi- to no mundo, entretanto, nesse contexto, não as abordaremos, visto que a preocupação deste material está em dar base de conhecimento ao profissional de nutrição para que ele possa atuar nos serviços de saúde pública, nas Unida- des de Alimentação e Nutrição (UANs), de forma preventiva junto às parasitoses de transmissão alimentar ou de veiculação hídrica. Morbimortalidade: são indicadores de saúde usados em epidemiologia que abordam, en- tre outros, a incidência e a prevalência de algumas doenças.Ex pl or Além da iminente preocupação quanto aos impactos sanitários que essas doen- ças causam, lembremos que algumas parasitoses intestinais são relevantes quanto aos quadros nutricionais. As conhecidas enteroparasitoses, causadaspor alguns tipos de protozoários e por helmintos (verminoses), impactam seriamente o desen- volvimento nutricional e cognitivo da população infantil. Cabe ao nutricionista manejar esse quadro, primando pela educação em saúde, a ampliação das medidas de segurança e higiene quanto à manipulação, produção e distribuição de alimentos e ampliar as propostas de profilaxia dessas doenças. Segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Da- tasus), no ano de 2014, as doenças infeciosas e parasitárias representaram a sexta causa de morbidade no país, totalizando 776.358 internações, o que corresponde a 7,28% da morbidade hospitalar no ano de 2014 (BRASIL, 2015). Três fatores, a clássica tríade epidemiológica das doenças parasitárias, são indis- pensáveis para que ocorra a infecção: as condições do hospedeiro, o parasito e o meio ambiente (FREI; JUNCASSEN; RIBEIRO-PAES, 2008). Geralmente, quanto a isso, ressaltamos o impacto na falta de saneamento e vigilância sanitária na pro- dução de alimentos e a falta de condições na criação e no abate de animais, os quais podem se contaminar por parasitas ao longo da cadeia produtiva, via alimentação, ambiente de criação, fornecimento de água etc. Em relação ao hospedeiro, os fato- res predisponentes incluem: idade, estado nutricional, fatores genéticos, culturais, comportamentais e profissionais. Pesa para o lado do parasito: a resistência ao sistema imune do hospedeiro e os mecanismos de escape vinculados às transfor- mações bioquímicas e imunológicas verificadas ao longo do ciclo de cada parasito, assim como o ciclo de transmissão, predisponente ou não. 14 15 Os estudos epidemiológicos que envolvem as parasitoses e seus vínculos com a transmissão alimentar estão ligados à análise das frequências dessas doenças, as quais podemos observar via indicadores epidemiológicos – denominados de indica- dores de morbidade, analisam a incidência e a prevalência de doenças. Na área de saúde, os indicadores epidemiológicos representam instrumentos de monitoração de condições de vida e concorrem para a construção de políticas públicas que possam direcionar recursos e ações para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. No que tange às doenças parasitárias em si, os estudos são feitos de forma fragmentada, devido a uma série de dificulda- des em efetuar levantamentos epidemiológicos de grandes magnitudes. Ludwig et al. (2009) realizaram um levantamento prévio na cidade de Assis, São Paulo, Brasil, correlacionando as condições de saneamento básico à ocorrência de parasitoses intestinais. A prevalência geral foi de 23,3%, convergindo com estudos de Frei, Juncassen e Ribeiro-Paes (2008), que abordaram uma prevalência de 20% junto à população na mesma localidade. Já Oliveira et al. (2007) efetuaram um levantamento “apenas” sobre parasitas adquiridos por consumo de pescados e relatam que, na década de 1990, existiam cerca de 39 milhões de pessoas afligidas por essas espécies. Podemos afirmar, assim, de forma contundente, que a doença parasitária tem uma grande relação com a segurança alimentar e se agrega diretamente às Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). Em vários países, incluindo o Brasil, podemos citar nesse contexto os surtos de toxoplasmose aguda, uma clássica parasitose que tem envolvimento direto com a contaminação de carnes e água, por exemplo. Esses surtos têm sido descritos, estando relacionados tanto à via hídrica quanto a possíveis fontes alimentares (MORAIS et al., 2016). Em áreas do Brasil e da América Latina onde as condições de saneamento e vigilância sanitária são mais precárias, notamos elevados índices dessas doenças. Na região amazônica brasileira, por exemplo, alguns estudos demonstraram que, por suas características ecoepidemiológicas, a prevalência da toxoplasmose é alta (CAVALCANTE et al., 2006; MORAIS et al., 2016) e, ainda assim, surtos de to- xoplasmose aguda têm ocorrido eventualmente. Em 2004, em Monte Dourado, no Estado do Pará, foi relatado um surto envolvendo 40 indivíduos com perfil clínico e sorológico compatível com a toxoplasmose aguda, cuja transmissão foi, provavelmente, por ingestão de alimentos e/ou a inalação de poeira contaminada com oocistos de T. gondii (CARMO, 2010; CAVALCANTE, 2016). Em 2011, uma investigação realizada pelo Ministério da Saúde (MS) em três Municípios do Estado de Rondônia (Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Jaru) registrou um surto com pelo menos 141 casos identificados, nos quais a provável fonte de infecção foi o consu- mo de suco preparado com polpa de açaí contaminada com oocistos do parasito (DUTRA et al., 2012). 15 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Doenças não tão comuns também estão sendo observadas, no que diz respeito à sua emergência, relacionadas a uma série de hábitos culinários e nutricionais que aumentam os riscos de infecções e DTAs. De acordo com Carvalho et al. (2010), no Brasil, um aumento crescente no consumo de pescados de água doce e marinha, incluindo espécies naturais e importadas, vêm sendo observado. Esse aumento se dá por conta da popularização da culinária tradicional japonesa, a qual inclui o consumo de pescados crus em pratos como sashimi, sushi e ceviche (FILHO et al., 2007). Pode-se afirmar que a culinária japonesa é a responsável pela maior procura de pescados no Brasil, pois o peixe cru na forma de sushis e sashimis são cada vez mais consumidos no país (FILHO et al., 2007). Exemplificando isso, podemos citar o Portal do Franchising (2013), onde o mesmo afirma que São Paulo se tornou a capital do sushi, por ter mais restaurantes japoneses do que churrascarias. Segun- do a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), são 600 restaurantes japoneses contra 500 churrascarias (São Paulo, 2013). O hábito de consumir peixe cru é uma preocupação para a saúde pública, pois, com o aumento do seu consumo, eleva-se o risco de contrair doenças transmitidas por alimentos (DTAs). O consumo de carnes cruas acaba sendo um risco inerente a esse problema. Esses hábitos aumentam as taxas de ocorrências de uma série de protozooses e helmintoses que têm os pescados como hospedeiros intermediários e acabam chegando ao ser humano (hospedeiro definitivo) de forma rápida e as- sertiva. A ingestão da carne desses animais acaba sendo uma via de contaminação extremamente viável, a falta de cocção adequada implica na contaminação. Um outro exemplo dessa complexa situação envolve um parasita de pescados, o Diphyllobothrium latum Linnaeus, 1758, causador da difilobotriose. Conhecida como a tênia do peixe, a larva do parasita se hospeda na carne de peixes fres- cos, tanto dos de água doce como dos de água salgada (truta, salmão e atum). O homem, ao ingerir o pescado na forma crua, malcozida ou defumada, torna-se o hospedeiro definitivo do parasita, tendo como período de incubação de três a cinco semanas (AQUINO, 2014). A literatura consultada mostra o perigo de adquirir difilobotríase através da ingestão de peixe cru, defumado ou malcozido. Apesar de não ser o foco, obser- vamos casos de surtos reportados ao redor do mundo, como em Taiwan (LOU et al., 2007) e na Malásia (ROHELA et al., 2006). As notificações de casos de difilobotríase ocorreram em alguns estados do Brasil no período de 2004 a 2008, totalizando 92 indivíduos infectados, sendo a maioria deles relatados em São Paulo (SOUSA, 2016). Entendemos que o aumento das parasitoses que envolvem a transmissão alimen- tar e hídrica se relacionam diretamente com as carências sanitárias do ambiente. A falta de água potável, o despejo inadequado de esgotos, a falta de coleta de lixo doméstico ou industrial, assim como a proliferação de animais sinantrópicos, dis- seminam essas doenças. No Brasil, estudos epidemiológicos sobre esse problema 16 17 são feitos de forma fragmentada, em decorrência das dificuldades encontradas para organizar grandes inquéritos epidemiológicos quecontemplem todas as caracterís- ticas regionais e sociais envolvidas. Em uma breve revisão literária, foi observada uma média de prevalência de 25% de casos em várias regiões brasileiras (OMS, 2006; MACHADO; COSTA CRUZ, 2008). Iniciativas de intervenção sanitária voltadas para a prevenção e o controle de enteroparasitoses têm sido estruturadas, periodicamente, com o objetivo de reduzir a elevada prevalência desse tipo de doença, principalmente no Norte e no Nor- deste, e em comunidades de difícil acesso, como as indígenas (BRASIL, 2007). A prevenção das principais parasitoses intestinais continua sendo negligenciada pela grande maioria da população que, em geral, pouco conhece a respeito da cadeia de transmissão (MENEZES et al., 2008). Essa carência de dados é um fator agravante, pois não se sabe a relevância regional do problema, o perfil epidemiológico e a distribuição de parasitoses emergentes ou reemergentes e, assim, não se observa a transição epidemiológica dessas doenças. Indicadores epidemiológicos têm sido utilizados como importantes instrumen- tos para monitorar o progresso na promoção da saúde no que tange também às doenças parasitárias que envolvem a contaminação dos alimentos (SILVEIRA; MENEZES, 2010). Por essa razão, os sistemas de estatísticas, os programas de saúde, os programas de educação e segurança nutricional e os sistemas de vigi- lância em saúde precisam se fortalecer sobretudo nos países em desenvolvimento. Melhorar a cobertura, confiabilidade e desagregação de dados, especialmente por gênero, perfil educacional, grupo de renda, área geográfica e hábitos alimenta- res é fundamental para a melhoria das condições de vida. É necessário também aumentar a velocidade, a regularidade na coleta de dados e a disseminação de informações para os usuários interessados (SILVEIRA; MENEZES, 2010). Segurança dos Alimentos O conceito de segurança alimentar se divide em duas vertentes: o contexto sa- nitário, o que mais temos estudado nesta unidade, resultado da inocuidade, integri- dade e autenticidade; e a vertente nutricional, garantindo acesso contínuo a quan- tidades suficientes de alimentos sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas, buscando a promoção à saúde e respeitando a diversidade das populações envolvidas (LEITE; WAISSMANN; VEGII, 2007). A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que “a alimentação deve ser disponível em quantidade e qualidade nutricionalmente adequadas, além de ser livre de contaminações que possam levar ao desenvolvimento de doenças de origem alimentar”; com isso, qualquer risco de contaminação microbiológica dos alimentos apresenta um risco à saúde e segurança alimentares com a possibilidade de gerar uma enfermidade (MESQUITA et al, 2006.). 17 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Doenças transmitidas por alimentos (DTAs) são causadas e disseminadas no mundo todo devido à contaminação microbiana (bacteriana, fúngica ou viral) ou parasitária (protozoários ou helmintos), via água ou alimentos de origem vegetal ou animal. Figura 4 Fonte: Getty Images Enfatizando as DTAs, daremos uma noção sobre a importância dessas doenças jun- to ao grupo de agentes mais implicados a elas, as infecções e intoxicações bacterianas Diversos são os agentes microbianos (bacteriano, fúngicos e virais) causadores de DTAs que, somados a fatores como a exposição à água contaminada e más condições de higiene (implicância da falta de saneamento), geram riscos para a ocorrência dessas patologias tanto na forma de infecções como de intoxicações – que podem acometer de forma crônica ou aguda; podendo caracterizar surtos epidêmicos; sendo disseminada ou localizada e se apresentando de variadas formas clínicas (BRASIL, 2010). As DTAs são parte de um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, atingem toda população e majoritariamente às camadas mais pobres e vulneráveis, como crianças e idosos (WELKER et al., 2010). É importante ressaltar que, além dos riscos fisiopatológicos, essas doenças implicam em oneração ao sistema de saúde pública. Dados do Paraná do ano de 2000 indicam que, só nesse período, foram gastos R$ 1.870.000,00 reais com internações somente com DTAs (VAN AMSON; HARACEMIV; MASSON, 2006). Com esse contexto, podemos admitir de forma veemente que o investimento em saúde e saneamento, vigilância e con- 18 19 trole dos alimentos poderia ser uma boa forma de economia dos recursos públicos investidos em saúde. A saúde e a alimentação estão relacionadas às práticas cotidianas e, por conse- quência, ao desenvolvimento tecnológico e à alteração de padrão do consumo, o que culminou na mudança dos padrões sanitários de toda a cadeia de produção, aumentando assim a necessidade de minimizar os riscos de contaminação e disse- minação das doenças transmitidas por alimentos (SANTOS et al., 2011). A ingestão de alimentos que não atendem aos padrões sanitários – seja por re- presentarem perigos físicos, químicos ou, principalmente, biológicos – é um risco iminente à segurança alimentar (TONDO; BARTZ, 2014), sendo a contaminação por agentes biológicos a maior causadora dessas doenças VAN AMSON; HARA- CEMIV; MASSON, 2006). Segundo de De Oliveira, et. al. (2010), em artigo de revisão, poucos casos de DTAs são registrados oficialmente em sistemas de vigilân- cia à saúde, sendo subnotificados praticamente em todo o mundo. Contudo, mes- mo com essa falta de notificação, os números de DTAs continuam aumentando, embora sejam notificadas geralmente surtos que envolvem um maior número de pessoas ou ainda sintomas mais graves e prolongados, evidenciando a necessidade de maiores informações sobre casos e as formas de prevenção para sua redução. Muitos dos alimentos contaminados aparentam características sensoriais nor- mais – sem alterações de textura, sabor e odor –, dessa forma, muitas vezes quem os consome não tem percepção e consciência de que o alimento que parece perfei- to ao olhar traz, intrinsicamente, risco ao ser ingerido, podendo culminar em DTAs (MARCHI et al., 2012). Essa dificuldade em avaliar a presença de micro-organis- mos patogênicos se dá pela dose infectante de patógenos alimentares, normalmen- te menor do que a quantidade de micro-organismos essencial para degradar os alimentos, o que dificulta para que se consiga identificar alterações organolépticas como fontes de contaminação, sendo difícil rastrear os alimentos causadores de surtos e seus agentes causadores (DE OLIVEIRA et al., 2010). Segundo dados do Ministério da Saúde, até outubro de 2015, dos 426 casos de surto, 58,5% não tiveram agentes etiológicos identificados; 51% dos alimentos causadores não foram identificados e, entre 2000 e 2015, 38,4% ocorreram nas re- sidências, levando até mesmo a óbito (BRASIL, 2015.), ficando clara a necessidade de se investigar e cessar a fonte e forma de transmissão, reduzindo os riscos de dis- seminação da doença, a redução da gravidade do problema e os agravos à saúde, e de fomentar medidas de controle e prevenção de futuros surtos (BRASIL, 2015). Se comparados a dados anteriores, os casos de DTAs no Brasil diminuíram de 2000 a 2015, porém, mesmo com a redução de surtos, a virulência continua equi- parada a anos em que houve o dobro de surtos. Em comparação direta de dados de 2014 até outubro de 2015, houve redução em quase 50% dos casos de DTAs, passando de: 886 casos, 15.700 doentes, 124.359 expostos, 9 mortos e virulência 19 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento de 0,06% em 2014 para 426 casos, 7.371 doentes, 18.766 expostos, 4 mortos e virulência de 0,05% em 2015. A seguir, um levantamento feito por Authority e colaboradores, o qual implica relevantes levantamentos sobre DTAs na Europa – A European Food Safety Au- thority and the European Centre for Disease Prevention and Control –em 2013 que, junto ao relatório feito a partir da compilação de dados realizada pelo Progra- ma de Doenças Alimentares e Hídricas e Zoonoses e pelo EuropeanCentre for Disease Prevention and Control, apresentaram as DTAs e zoonoses mais comuns na zona do euro (EU). Na área da União Europeia (UE), em 2013, foram relatados 5.196 surtos de origem alimentar, sendo a maior parte as causadas pelas bactérias Salmonella e Campylobacter, embora, em 28,9% dos casos, o agente etiológico não tenha sido descoberto. Quanto aos alimentos causadores, há ligação com ovos e produtos de- rivados de ovos, seguidos de alimentos mistos e peixes e seus derivados. No ano de 2013, o Campylobacter manteve-se como o maior causador de doenças gastroin- testinais notificados na Europa, como vem ocorrendo desde 2005, sendo que o número confirmado de Campylobacter foi de 214.779, embora de baixa letalidade. Os alimentos que são fontes dos casos de forte evidência, em ordem crescente de importância, foram: leite e misto de alimentos, outras, mistas ou não especifi- cadas, carne de aves e produtos derivados, frangos de corte de carnes e produtos derivados. Quanto aos casos de Salmonella, nesse mesmo período, relataram-se 82.694 casos confirmados, sendo as cepas mais comuns S. enteritidis (39,5%), ha- vendo redução de 4.720 casos, e S. Typhimurium (20,2%) e S. enteritidis, sendo o alimento mais comum ovos e produtos à base de ovos seguidos de carne de frango. O trabalho descreve cada DTA e zoonose e compara detalhadamente casos de cada uma dessas doenças por país, trazendo um panorama da Europa, analisando localmente os casos, sendo França, Grã-Bretanha e Espanha, respectivamente, os países com mais evidências fortes de DTAs. Os alimentos mais comuns são ovos e produtos à base de ovos, alimentos mistos e peixes e produtos à base de peixe. Quanto ao local de contaminação, as residências lideram, com 38,5%. O estudo conclui que houve redução do número de casos de DTAs, porém, os dados notifi- cados não são equiparados nos países e a disseminação de agentes causadores e alimentos não são muitas vezes reais (AUTHORITY et al., 2013). Estudos de Van Asselt et al. (2008) usaram um modelo de contaminação cruza- da caseira no preparo de frango para salada a partir da análise de tábuas de corte, mãos e facas. A metodologia se baseou na criação de diferentes cenários que possi- bilitariam a contaminação cruzada nessa preparação, repetidos pelo menos quatro vezes no teste antes da aplicação. Os cenários criados foram: se mãos e utensílios foram lavados com ou sem sabão entre as atividades, não lavagem ou descontami- nação entre o corte de frango e salada. Avaliaram-se as taxas de transferência a partir da contagem de Campylobater jejuni e Lactobacillus casei sobreviventes na salada após a finalização do preparo. 20 21 Os resultados foram avaliados a partir dos diferentes cenários de contaminação, desde as isoladas ou a combinação de mãos, tábua de corte e facas enumerando ao final do preparo a contagem de bactérias, sendo 25 UFC o limite. No melhor cenário de contaminação cruzada, todos os valores foram abaixo do limite, compro- vando que práticas de higiene reduzem carga microbiana, sendo que cometer um erro durante o preparo é tão ruim quanto realizar todo o processo sem práticas de higiene. Por ser uma análise baseada em um modelo real, mostrando-se mais rea- lista sobre as taxas de transferência de Lactobacillus casei e Campylobater jejuni, sendo esses bons marcadores de contaminação cruzada em domicílios. Conclusões As doenças de transmissão alimentar, sejam elas de origem bacteriana ou para- sitária, são problemas encontrados no mundo todo. Qualquer que seja o elemento envolvido, a falta de saneamento básico, educação em saúde e vigilância sanitária respondem pelo sucesso epidemiológico desses eventos. Cabe ao profissional nutricionista a atenção e a profilaxia necessárias para o combate a essas doenças, conhecendo o ciclo de contaminação delas, desenvolven- do métodos profiláticos adequados, educando a população para o risco e sendo um agente de promoção da saúde quanto à segurança alimentar. 21 UNIDADE Conceitos sobre Parasitologia e Saneamento Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Bases da Parasitologia Médica REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Indicamos a leitura do capitulo introdutório. Parasitologia Humana NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. Leitura Enteroparasitas e comensais em crianças de quatro bairros da periferia de Uberlândia, Estado de Minas Gerais. MACHADO, Eleuza Rodrigues; SANTOS, Dircelina Silva; COSTA-CRUZ, Julia Maria. 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