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KIT REDE DOMINA NEGOCIOS + CONCENT RENDA 2020 FIM

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https://temas.folha.uol.com.br/desigualdade-global/brasil/super-ricos-no-brasil-lideram-concentracao-de-renda-global.shtml
https://temas.folha.uol.com.br/desigualdade-global/brasil/super-ricos-no-brasil-lideram-concentracao-de-renda-global.shtml 2019
https://bit.ly/34wM73n 
EL PAIS – 09/2017
SEIS BRASILEIROS CONCENTRAM A MESMA RIQUEZA QUE A METADE DA POPULAÇÃO MAIS POBRE
Estudo da Oxfam revela que os 5% mais ricos detêm mesma fatia de renda que outros 95% Mulheres ganharão como homens só em 2047, e os negros como os brancos em 2089
MARINA ROSSI
Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim) são as seis pessoas mais ricas do Brasil. Eles concentram, juntos, a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres do país, ou seja, a metade da população brasileira (207,7 milhões). Estes seis bilionários, se gastassem um milhão de reais por dia, juntos, levariam 36 anos para esgotar o equivalente ao seu patrimônio. Foi o que revelou um estudo sobre desigualdade social realizado pela Oxfam.
O levantamento também revelou que os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95% da população. Além disso, mostra que os super ricos (0,1% da população brasileira hoje) ganham em um mês o mesmo que uma pessoa que recebe um salário mínimo (937 reais) - cerca de 23% da população brasileira - ganharia trabalhando por 19 anos seguidos. Os dados também apontaram para a desigualdade de gênero e raça: mantida a tendência dos últimos 20 anos, mulheres ganharão o mesmo salário que homens em 2047, enquanto negros terão equiparação de renda com brancos somente em 2089.
Segundo Katia Maia, diretora executiva da Oxfam e coordenadora da pesquisa, o Brasil chegou a avançar rumo à correção da desigualdade nos últimos anos, por meio de programas sociais como o Bolsa Família, mas ainda está muito distante de ser um país que enfrenta a desigualdade como prioridade. Além disso, de acordo com ela, somente aumentar a inclusão dos mais pobres não resolve o problema. "Na base da pirâmide houve inclusão nos últimos anos, mas a questão é o topo", diz. "Ampliar a base é importante, mas existe um limite. E se você não redistribui o que tem no topo, chega um momento em que não tem como ampliar a base", explica.
América Latina
Neste ano, o Brasil despencou 19 posições no ranking de desigualdade social da ONU, figurando entre os 10 mais desiguais do mundo. Na América Latina, só fica atrás da Colômbia e de Honduras. Para alcançar o nível de desigualdade da Argentina, por exemplo, o Brasil levaria 31 anos. Onze anos para alcançar o México, 35 o Uruguai e três o Chile.
Mas para isso, Katia Maia propõe mudanças como uma reforma tributária. "França e Espanha, por exemplo, têm mais impostos do que o Brasil. Mas a nossa tributação está focada nos mais pobres e na classe média", explica ela. "Precisamos de uma tributação justa. Rever nosso imposto de renda, acabar com os paraísos fiscais e cobrar tributo sobre dividendos". Outra coisa importante, segundo Katia Maia, é aproximar a população destes temas. "Reforma tributária é um tema tão distante e tecnocrata, que as pessoas se espantam com o assunto", diz. "A população sabe que paga muitos impostos, mas é importante que a sociedade esteja encaixada neste debate para começar a pressionar o Governo pela reforma".
A aprovação da PEC do teto de gastos, de acordo com Katia Maia, é outro ponto importante. Para ela, é uma medida que deveria ser revertida, caso o país realmente deseje avançar na redução da desigualdade. "É uma medida equivocada", diz. "Se você congela o gasto social, você limita o avanço que o Brasil poderia fazer nesta área". Para ela, mais do que controlar a quantidade do gasto, é preciso controlar o equilíbrio orçamentário e saber executar o gasto.
Além das questões econômicas, o cenário político também é importante neste contexto. "Estamos atravessando um momento de riscos e retrocessos", diz Katia Maia. "Os níveis de desigualdade no Brasil são inaceitáveis, mas, mais do que isso, é possível de ser mudado".
https://bit.ly/2KsjgnE 
SUPERINTERESSANTE - 31 out 2016
MUNDO BATE RECORDE DE RIQUEZA E DESIGUALDADE
Riqueza global cresce 4,9% e alcança US$ 241 trilhões em 2013; 10% mais ricos detêm 86% de todos os bens e dinheiro do planeta
Redação
https://bit.ly/3bvhAW7
EXAME – 06/2016
FAMÍLIAS MAIS RICAS DE FLORENÇA SÃO AS MESMAS EM 1427 E 2011
Dois pesquisadores analisaram registros dos pagadores de impostos e viram que as dinastias no topo da pirâmide eram as mesmas de seis séculos atrás
JOÃO PEDRO CALEIRO
São Paulo – Quem anda pelas ruas cheias de arte e história de Florença, na Itália, tem a sensação frequente de que os últimos séculos não aconteceram.
E em termos de mobilidade social, talvez não tenham acontecido mesmo, de acordo com um estudo publicado recentemente no VoxEU, portal do centro de pesquisa de políticas públicas da União Europeia.
Guglielmo Barone e Sauro Mocetti, dois pesquisadores do Banco Central do país, partiram dos registros dos pagadores de impostos na cidade em 1427, que estão disponíveis online e incluem sobrenomes, profissões, rendimentos e riqueza.
Depois, compararam com os mesmos tipos de dados para 2011 e viram que as dinastias no topo da pirâmide eram as mesmas de seis séculos atrás.
“Estes resultados são ainda mais surpreendentes considerando as enormes reviravoltas políticas, demográficas e econômicas que ocorreram através de um período tão longo”, diz o texto.
Eles notam que a probabilidade de pertencer hoje a certas profissões (como médicos e advogados) é maior quando seus ancestrais já eram parte deste grupo, o que sugere uma potencial forma de transmissão dessa riqueza.
Outros estudos 
Os estudos da chamada “mobilidade intergeracional” sempre identificaram uma relação forte na transmissão de status social entre pais e filhos, mas concluiam que o efeito era dissipado através de várias gerações.
Recentemente, isso vem sido questionado. Também usando sobrenomes como base, os pesquisadores Gregory Clark e Neil Cummins encontraram uma persistência forte no status social de famílias inglesas através de 28 gerações entre 1170 e 2012.
“O status social é mais fortemente herdado do que até a altura. Esta correlação é constante através dos séculos, sugerindo uma física social de fundo que é surpreendentemente imune à intervenção governamental”, diz o estudo.
Clark depois publicaria o livro “The Son Also Rises”, no qual expande o método para vários países e encontra resultados semelhantes até em lugares como a China, que passou pela Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung e décadas de socialismo.
Ele arrisca uma tese polêmica para o fenômeno: o sucesso econômico pode estar relacionado com a transmissão de certas características genéticas.
“Pode ser uma combinação de genes, ou um gene único, mas não há nada que exclua a possibilidade de que os bem-sucedidos economicamente do mundo moderno são geneticamente diferentes de quem não é membro desse grupo”, diz ele em entrevista para a PBS.
O raciocínio entra em um território determinista perigoso, mas Clark não diz que a falta de mobilidade justifica o status quo.
Pelo contrário: já que os “mais capazes” ascenderiam de qualquer forma, políticas redistribuitivas poderiam ser feitas sem grandes perdas econômicas.
Um ponto importante: o estudo de Barone e Mocetti destaca que a mobilidade em Florença era praticamente zero no século XVI e só começou a se mexer um pouco no século XX.
Talvez o futuro mostre não que a desigualdade atual já foi selada por nossos ancestrais, e sim que apenas demoramos demais para começar a enfrentá-la.
1. Olhando para o abismo 
A desigualdade foi por muito tempo relegada às margens do debate econômico, mas isso está mudando. Um dos motivos é o próprio aumento do fosso entre ricos e pobres, especialmente no mundo desenvolvido, detalhado no improvável best-seller "Capital no Século XXI", de Thomas Piketty. 
Também ganhou força a hipótesede que a desigualdade excessiva prejudica a economia e o crescimento como um todo, sustentada por novos trabalhos acadêmicos. Myles Little, um editor de fotografia em Nova York, entrou para o debate reunindo fotografias que lançaram seu flash sobre o problema. Disso saiu uma exposição que já passou por China, Dubai, Alemanha, Nigéria, Guatemala, Bósnia e Herzegovina e Chicago e agora segue para Austrália, País de Gales e Etiópia. O livro, realizado com financiamento coletivo, conta com uma contribuição de Joseph Stiglitz, vencedor do prêmio Nobel da Economia. Em agosto do ano passado, EXAME.com fez uma primeira série com 15 fotografias, estudos e declarações sobre o assunto. Veja agora a segunda parte:
O 1% mais rico da população já acumula metade de toda a riqueza global, segundo o Credit Suisse (veja as pirâmides). Eles estimam que 3,4 bilhões de pessoas (71% da população) tem menos de US$ 10 mil em riqueza cada. Combinada, essa maioria absoluta tem em suas mãos apenas US$ 7,4 trilhões, uma fração (3%) do total de riqueza global. Nos países desenvolvidos, apenas 1 em cada 5 indivíduos está na categoria mais baixa, e muitas vezes de forma transitória. Na Índia e na África, são 90%.
 “A desigualdade não é uma consequência fatalística de leis econômicas. O entrelaçamento dos sistemas políticos e econômicos determina a distribuição de riqueza e renda. Uma agenda real iria simultaneamente aumentar a eficiência econômica, a justiça e a oportunidade. Os governos deveriam começar reduzindo os excessos no topo, implementando leis mais fortes de competição e criando um sistema mais progressista de renda, riqueza e do sistema tributário corporativo”. - Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia em 2001, em texto de apresentação do livro.
De acordo com o Credit Suisse, há 33,6 milhões de indivíduos com riqueza entre US$ 1 milhão e US$ 50 milhões - só que a imensa maioria está bem mais perto da base do que do topo desta faixa. Quanto mais para cima, mais estreita vai ficando a pirâmide. O 1% no topo tem metade de toda a riqueza global e há apenas 123.800 indivíduos "ultra-ricos" no mundo, com mais de US$ 50 milhões em riqueza. "Enquanto a base da pirâmide é ocupado por pessoas de todos os países em vários estágios de seus ciclos de vida, os indivíduos muito ricos estão altamente concentrados em países e regiões específicos e tendem a compartilhar estilos de vida mais similiares", diz o relatório.
"Não dá para separar pobreza e desigualdade. Se você quer reduzir a pobreza, precisa pensar na distribuição dos resultados, porque eles estão interconectados. Cito uma frase do [economista inglês] Richard Tawney: "O que os ricos ponderados chamam de problema da pobreza, os pobres ponderados chamam de problema da riqueza". Segundo porque quando falamos de bem-estar, a maioria pensa em algum tipo de igualdade de oportunidade e chance de desenvolver seus talentos. E é impossível ter igualdade de oportunidade com desigualdade excessiva de resultados. A desigualdade de renda e riqueza significa que não temos um um campo de atuação equitativo. As pessoas podem ir para a mesma escola, mas ir com ou sem café da manhã faz a diferença se elas vão se beneficiar daquela educação." - Anthony Atkinson, professor da Universidade de Oxford e um dos maiores especialistas em desigualdade no mundo, em entrevista para EXAME.com.
Atualmente, um terço da riqueza da China está nas mãos do 1% mais rico enquanto os 25% na base da pirâmide tem apenas 1% da riqueza. As conclusões são de uma pesquisa anual em 15 mil domicílios de 250 cidades feita pela Peking University e financiada pelo governo. O coeficiente de Gini do país saltou de 0,3 em 1980 para 0,49 em 2012, com queda para 0,45 em 2015 (nesta medida, 0 representa igualdade perfeita e 1 representa desigualdade total).
Em países como Suazilândia, Georgia e Colômbia, o patrimônio de um único bilionário local seria capaz de erradicar a pobreza entre seus habitantes. Na África do Sul, o efeito seria relativamente pequeno. A tese foi defendida pelos pesquisadores Laurence Chandy, Lorenz Noe and Christine Zhang em um post recente no Brookings Institution. Nas Filipinas e no Brasil, uma transferência do tipo levaria a pobreza para um quarto do patamar atual (considerando uma renda mínima de US$ 1,90 por dia por pessoa em dólares de paridade de poder de compra).
"A forma como o Estado trata os ricos é mais importante do que como trata os pobres”, diz Marcelo Medeiros, pesquisador do Ipea e um dos principais especialistas em desigualdade do Brasil, em entrevista para EXAME.com. "É porque eles detém uma quantidade gigantesca de recursos: o 1% mais rico tem cerca de um quarto de toda a renda do Brasil e uma capacidade de alavancar a desigualdade muito maior do que a de qualquer pessoa na parte de baixo. É quase uma aritmética simples: importa muito mais a desigualdade entre esses ricos e o resto da população do que entre os pobres e quem está perto da pobreza", diz Medeiros.
"Por que deveríamos estar acorrentados ao lugar onde nascemos? Não deveríamos todos ter o direito de se mover pelo planeta? Por qual teoria moral é ok ameaçar pessoas com violência só porque elas procuram uma oportunidade econômica? Quando olhamos a questão dessa forma, fica difícil negar que nossas fronteiras são um sistema de apartheid global. Quem consegue defender isso? No final das contas, acho que vamos evoluir para um ponto onde o direito de ir para onde quiser será considerado um direito humano universal" - Alex Tabarrok, PhD pela George Mason University e autor do blog Marginal Revolution, em entrevista para EXAME.com.
A desigualdade entre diferentes países é um dos grandes motores da imigração global, mas "nenhum economista notável acredita que imigração seja um "enorme" problema" em si, diz Tabarrok. Uma pesquisa da Universidade de Chicago com economistas consagrados confirma sua posição. Estudos diversos mostram que os imigrantes criam mais empregos do que tomam e que em uma Europa envelhecida, eles podem ser parte da solução. "Na média, imigração tende a aumentar os salários dos nativos. Ironicamente, são os países que mais aceitam imigrantes que geralmente se dão melhor", diz Tabarrok.
Menos de 1% das obras do mercado de arte são vendidas por mais de US$ 1 milhão, mas elas respondem por 57% do valor de vendas em leilões, segundo um relatório recente. Este segmento cresceu 400% na última década, taxa quatro vezes maior do que o resto. É nesta categoria que está a obra da foto: Ushering in Banality, do artista americano Jeff Koons. Dentro deste universo, o nicho de obras acima de US$ 10 milhões cresceu ainda mais rápido: 1.000% no mesmo período. No ano passado, trabalhos de Modigliani e Picasso estabeleceram novos recordes com valores acima de US$ 170 milhões cada.
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,classe-a-tem-maior-fatia-da-renda-do-pais,10000007285
O ESTADO DE S.PAULO - 16 Janeiro 2016
CLASSE A TEM MAIOR FATIA DA RENDA DO PAÍS
Estudo com base nos dados da Receita Federal aponta que a distribuição de renda é pior que a mostrada pelos números da Pnad
LUIZ GUILHERME GERBELLI
A distribuição de renda no Brasil é pior do que se imaginava. Um estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A – famílias com rendimento superior a R$ 14.695 – detém uma fatia ainda maior da massa de renda nacional.
O levantamento elaborado pelos economistas Adriano Pitoli, Camila Saito e Ernesto Guedes foi feito com base nos dados da Receita Federal e mostrou que as 2,5 milhões de famílias da classe A são responsáveis por 37,4% da massa da renda nacional. Nos dados mais conhecidos, obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), estimava-se que os mais ricos tenham 16,7% da renda nacional.
Os economistas chegaram ao novo número sobre distribuição de renda com base numa espécie de Pnad ajustada. O ajuste foi feito analisando a renda de duas formas. Para as famílias com ganhos de até cinco salários mínimos, foram utilizados os dados tradicionais da Pnad. Para as faixas maisricas, o estudo levou em conta as declarações de Imposto de Renda.
“Todo mundo sabia que a desigualdade de renda no Brasil era enorme, mas ela é muito maior do que se imaginava”, afirma Adriano Pitoli.
Dados omitidos. A vantagem de analisar os dados da Receita para as classes mais ricas é explicada pelo fato de a Pnad ser declaratória e, portanto, limitada para mensurar dados envolvendo fontes de renda com ativos financeiros e aluguéis.
“As pesquisas declaratórias (como a Pnad) são ineficientes para capturar a renda de aplicações financeiras, aluguéis e ganhos de capital”, afirma Pitoli. “Na verdade, ninguém tem esses números de cabeça.”
O exercício da Tendências deixa evidente a dificuldade da Pnad em apurar o tamanho da desigualdade brasileira. Nas famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos, a massa de renda apurada pela Pnad é 13% menor do que mostra o dado da Receita Federal. A diferença é crescente conforme o topo da pirâmide se aproxima.
Na faixa de brasileiros com ganhos acima de 160 salários mínimos, a massa de renda captada pela Pnad é 97% menor do que os dados obtidos pela análise do Imposto de Renda.
“A desigualdade com base nos dados da Pnad é menor do que mostram os dados da Receita”, afirma Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper. “Existe uma dificuldade da Pnad em captar a renda da fatia mais rica da população.”
Abismo entre classes. O estudo da consultoria Tendências também chegou a outras duas conclusões relevantes: o abismo entre as classes sociais é maior do que se imaginava e as classes A e B são um pouco maiores do que indicavam as pesquisas tradicionais.
Pela Pnad tradicional, a classes A responde por 2% do total das famílias brasileiras, e a classe B, por 12,6%. Nos dados ajustados pela consultoria, a fatia das classes aumenta para 3,6% e 15%, respectivamente.
Com relação ao distanciamento entre as classes sociais, o estudo da consultoria apontou que a renda das famílias da classe A é 40,9 vezes maior do que as da classe D/E. Na Pnad original, a diferença apurada era de 23,3 vezes.
“A intenção do estudo não é substituir os dados da Pnad e da Receita. O exercício é continuar olhando a Pnad para as classes de menor renda, e na faixa das classes de maior renda fazer os ajustes para eliminar o viés da omissão de renda”, afirma Pitoli.
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/riqueza-de-1-supera-a-dos-99-em-2015-mostra-oxfam
EXAME – 18/01/2016
RIQUEZA DE 1% SUPERA A DOS 99% EM 2015, MOSTRA OXFAM
Para mostrar o agravamento da desigualdade, a organização estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial"
A riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou hoje (18) a organização não governamental (ONG) Oxfam, a dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. 
"O fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses", diz relatório da ONG britânica intitulado Uma economia a serviço de 1%. 
"No ano passado, a Oxfam estimava que isso fosse ocorrer em 2016. No entanto, aconteceu em 2015, um ano antes", destaca no texto. 
Para mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade. 
A dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, onde vão se encontrar os líderes políticos e representantes das empresas mais influentes do mundo, a Oxfam pede a ação dos países em relação a essa realidade. 
"Não podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão poucas pessoas", afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França, citada pela agência de notícias France Presse (AFP). 
Segundo a ONG, "desde o início do século 21 a metade mais pobre da humanidade se beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial, enquanto a parcela de 1% dos mais ricos partilharam metade do mesmo aumento". 
Para combater o crescimento dessas desigualdades, a Oxfam pede o fim da "era dos paraísos fiscais", acrescentando que nove em dez empresas que figuram entre "os sócios estratégicos" do Fórum Econômico Mundial de Davos "estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal". 
"Devemos abordar os governos, as empresas e as elites econômicas presentes em Davos para que se empenhem a fim de acabar com esta era de paraísos fiscais, que alimenta as desigualdades globais", diz Winnie Byanyima, diretor-geral da Oxfam International, que estará em Davos. 
No ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada pela Oxfam. 
A ONG defendeu o método utilizado no estudo de forma simples: o cálculo do patrimônio líquido, ou seja, os ativos menos a dívida. 
A pequena localidade suíça de Davos vai acolher, a partir da próxima quarta-feira (20), líderes políticos e empresários para debater a 4ª Revolução Industrial. 
Esta 46ª edição do fórum, que termina em 23 de janeiro, ocorre no momento em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a crise de refugiados na Europa se juntam às dificuldades que a economia mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias emergentes. 
Segundo o presidente do fórum, Klaus Schwab, a "4ª revolução industrial refere-se à fusão das tecnologias", principalmente no mundo digital, que "tem efeitos muito importantes nos sistemas político, econômico e social".
https://bit.ly/3ejioPP 
EL PAIS - 17 oct 2015
1% DA POPULAÇÃO MUNDIAL CONCENTRA METADE DE TODA A RIQUEZA DO PLANETA
Desigualdade aumentou desde da crise de 2008 e chega ao ápice em 2015
IGNACIO FARIZA 
2015 será lembrado como o primeiro ano da série histórica no qual a riqueza de 1% da população mundial alcançou a metade do valor total de ativos. Em outras palavras: 1% da população mundial, aqueles que têm um patrimônio avaliado em 760.000 dólares (2,96 milhões de reais), possuem tanto dinheiro líquido e investido quanto o 99% restante da população mundial. Essa enorme disparidade entre privilegiados e o resto da Humanidade, longe de diminuir, continua aumentando desde o início da Grande Recessão, em 2008. A estatística do Credit Suisse, uma das mais confiáveis, deixa somente uma leitura possível: os ricos sairão da crise sendo mais ricos, tanto em termos absolutos como relativos, e os pobres, relativamente mais pobres.
No Brasil, a renda média doméstica triplicou entre 2000 e 2014, aumentando de 8.000 dólares por adulto para 23.400, segundo o relatório. A desigualdade, no entanto, ainda persiste no país, que possui um padrão educativo desproporcional, e ainda a presença de um setor formal e outro informal da economia, aponta o relatório.
Em O Preço da Desigualdade, um dos últimos livros de Joseph E. Stiglitz, o Nobel de Economia utilizou uma poderosa imagem da Oxfam para ilustrar a dimensão do problema da desigualdade no mundo: um ônibus que por ventura transporta 85 dos maiores multimilionários mundiais contém tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial.
Hoje, essa impactante imagem, plenamente em voga, ganha a companhia de outras que deixam latente a crescente desigualdade entre os privilegiados e o resto do mundo: um de cada 100 habitantes do mundo tem tanto quanto os 99 restantes; 0,7% da população mundial monopoliza 45,2% da riqueza total e os 10% mais ricos têm 88% dos ativos totais, segundo a nova edição do estudo anual de riqueza publicado na segunda-feira pelo banco suíço Credit Suisse, feito com dados do patrimônio de 4,8 bilhões de adultos de mais de 200 países.
O que causou esse novo aumento da disparidade? A entidade financeira aponta a melhora dos mercados financeiros: a riqueza dos mais ricos é mais sensível às subidas de preço de ações de empresas e outros ativos financeiros quea do restante da população. No último ano, os índices de referência dos mercados das principais bolsas europeias e norte-americanas, o Eurotoxx 50 e o S&P 500, subiram mais de 10%.
Outro dado dá base à tese do aumento da desigualdade: ainda que o número dos muito ricos (aqueles que têm um patrimônio igual ou superior aos 50 milhões de dólares [195 milhões de reais]) tenha perdido aproximadamente 800 pessoas desde 2014 por conta da força da moeda norte-americana frente ao resto das grandes divisas, o número de ultrarricos (aqueles que têm 500 milhões de dólares [1,95 bilhão de reais]) ou mais aumentou “ligeiramente”, segundo o Credit Suisse, para quase 124.000 pessoas. Nem sequer o ajuste pela taxa de câmbio é capaz de neutralizar o aumento. Por país, quase a metade dos muitos ricos vive nos EUA (59.000 pessoas), 10.000 deles vivem na China e 5.400 vivem no Reino Unido.
Com esses dados, não é de se estranhar a satisfação mostrada na segunda-feira pelo responsável pela Gestão de Patrimônios do Credit Suisse para a Europa, o Oriente Médio e a África, Michael O’Sullivan: seu negócio não deixou de crescer desde o estouro da maior crise desde a Segunda Guerra Mundial. “Nossa indústria está em pleno crescimento, a riqueza seguirá com sua trajetória de subida”. Suas previsões não podem ser mais eloquentes. O número de pessoas com um patrimônio superior a um milhão de dólares (3,9 milhões de reais) crescerá 46% nos próximos cinco anos, até chegar aos 49 milhões de indivíduos.
Toda a riqueza mundial em seu conjunto, por outro lado, crescerá até 2020 um robusto, mas inferior, índice de 39%. Na Espanha, o número de pessoas com patrimônio superior a um milhão de dólares (3,90 milhões de reais) chegou em 2015 a 360.000 pessoas, 21% a menos do que no mesmo período em 2014. A Espanha é o nono país que mais perdeu milionários no último exercício. Da mesma forma que o restante da zona do euro, a evolução é distorcida pela fragilidade do euro frente à moeda norte-americana.
A classe média chinesa já é a mais numerosa do mundo
A China, o melhor expoente dos anos dourados dos emergentes que começam a chegar ao seu fim, já é o país do mundo com mais pessoas na classe média. Segundo o relatório anual de riqueza mundial do Credit Suisse, 109 milhões de moradores do gigante asiático têm ativos avaliados entre 50.000 e 500.000 dólares –195.000 a 1,95 milhão de reais–, a categoria estabelecida pelo banco suíço. Essa quantidade equivale à renda média de quase dois anos e oferece uma proteção “substancial” contra a perda de emprego, uma queda brusca na entrada de rendimentos ou um gasto de emergência.
Ainda que a distribuição de renda na China esteja muito distante de ser igualitária, a expansão da classe média seguiu um caminho paralelo à evolução de sua economia: com um crescimento maior – o gigante asiático cresceu dois dígitos em oito dos últimos 20 anos e se transformou na imagem do milagre emergente – mais pessoas entram na classe média. Em 2015, o Estado asiático superou os EUA (92 milhões) como o primeiro país em número de pessoas na classe média. O Japão (62 milhões de habitantes na classe média), a Itália (29 milhões), a Alemanha (28 milhões), o Reino Unido (28 milhões) e a França (24 milhões).
Diferenças regionais
Por região, 46% da classe média mundial vive na Ásia-Pacífico; 29% moram na Europa, berço do Estado de bem-estar social, e 16% na América. Em termos relativos, por outro lado, a América do Norte – com os Estados Unidos e o Canadá na liderança – aparece como o maior expoente da classe média, com 39% dos adultos dentro dessa faixa, seguida pela Europa, onde um em cada três maiores de idade são classe média. A proporção desaba na América Latina (11%) e na Ásia-Pacífico, a região mais povoada do globo e na qual somente um em cada 10 habitantes está dentro da categoria estabelecida pelo Credit Suisse.
Segundo os números da entidade financeira, 664 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser consideradas de classe média, somente 14% da população adulta global. Dessa cifra, 96 milhões de pessoas (2% do total), têm uma riqueza avaliada em mais de meio milhão de dólares (1,95 milhão de reais).
R7 - 01/09/2015
CONHEÇA OS SUPER-RICOS BRASILEIROS – E SAIBA COMO VOCÊ FINANCIA A FORTUNA DELES (COMO DIMINUIR A DESIGUALDADE, PARTE 1)
André Forastieri
Os ricos do Brasil são muito mais ricos do que você imagina. São super-ricos. E ficam mais e mais ricos a cada dia que passa. Existem duas razões principais para isso. Os impostos da classe média e dos pobres vão para o bolso dos ricos. E os ricos pagam menos imposto que a classe média e os pobres.
Só agora a gente está entendendo quem são os super-ricos do Brasil. A análise tradicional, feita com as pesquisas do IBGE, não dão conta da realidade. Um novo estudo realizado pelos economistas Rodrigo Orair e Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), chega mais perto. Eles analisaram os dados das declarações de imposto de renda das pessoas físicas. As conclusões são chocantes.
Segundo o IBGE, a renda média do 1% mais rico do país foi de R$ 214 mil em 2012. Mas segundo o estudo do IPEA, a renda anual do 1% mais rico é aproximadamente R$ 575 mil. Explicação: o IBGE não capta toda a renda das pessoas mais ricas, que tem muitas rendas provenientes do capital (como aplicações financeiras, aluguéis, lucros e dividendos).
R$ 575 mil já é uma boa grana: mais de R$ 40 mil por mês. Mas esses 1% ainda não são a elite. Os super-ricos do Brasil ganham acima de 160 salários mínimos por mês. São 0,05% da população economicamente ativa.
Os super-ricos brasileiros possuem um patrimônio de R$ 1,2 trilhão. Isso é 22,7% de toda a riqueza declarada por todos os contribuintes do Brasil. Essas 71.440 pessoas têm renda anual média de R$ 4.17 milhões, uns R$ 350 mil por mês. Tiveram em 2013, ano analisado pela pesquisa, um rendimento conjunto de R$ 298 bilhões.
E em 2015? Não sabemos, mas é seguro dizer que estão bem mais ricos que em 2015. Quem tem muito capital investe e recebe rendimentos financeiros enormes. Os juros no Brasil são sempre muito altos, mas agora estão estratosféricos. Trabalhar não tem nada a ver com a fortuna crescente dessa turma. Neste nível de renda, trabalha quem quer, não porque precisa.
Qual o negócio mais lucrativo e seguro do Brasil? Emprestar dinheiro para o governo. No Brasil, como na maioria dos países, as contas públicas não fecham no final do ano. Se você tem muita grana, não precisa de criatividade para enriquecer mais e mais. Basta comprar títulos públicos do governo, que paga juros altíssimos para financiar sua dívida. E de onde vem esse dinheiro para pagar os juros? Do Tesouro Nacional, dos impostos que todos os brasileiros pagam.
Mas alguns pagam mais que outros. O detalhe mais cruel sobre a desigualdade brasileira está aí. Os super-ricos brasileiros, esses que ganham mais de 160 salários mínimos por mês, pagam só 6,51% de sua renda de imposto de renda. Você leu certo. Um assalariado que ganhe R$ 5 mil por mês paga 27,5% de imposto de renda. A elite paga 6,51%, como demonstra o estudo do IPEA.
Como isso é possível? É que 65,8% da renda total desses super-ricos são rendimentos considerados isentos e não-tributáveis pela legislação brasileira. É o caso dos dividendos e lucros. Na prática, o imposto de renda aqui só é progressivo do pobre até a classe média, que é justamente a fatia da população que mais paga imposto de renda. É uma receita perfeita para aumentar cada vez mais a desigualdade social no Brasil. É garantia de injustiça, ignorância, violência. E até de atraso em outros campos. Se fala muito que o Brasil tem pouca inovação tecnológica, mas quem vai arriscar capital investindo em inovação, se você pode faturar com juros altos e não pagar quase nada de imposto?
Essa bizarria cruel é criação brasileira. Todos os países decentes, sejam ricos ou emergentes, tributam todos os rendimentos das pessoas físicas. Não interessa se a renda do salário, de aluguel ou de dividendos. É o justo. É o mais eficiente para o bom funcionamentodos países.
O estudo do IPEA não captura com precisão absoluta a pirâmidade social brasileira. Não dá conta de dinheiro escamoteado, de caixa 2 ou remessas enviadas ao exterior. Mas já dá uma noção do tamanho do escândalo. Agora, como é focado no Imposto de Renda, não leva em consideração outra grande injustiça do nosso sistema tributário, que são os impostos indiretos.
Os super-ricos pagam o mesmo imposto sobre produtos que você, eu ou a vovó que recebe Bolsa Família. Pagam o mesmo imposto pelo arroz, o café, o remédio, o fogão. Isso significa que proporcionalmente o pobre paga muito mais imposto a classe média. E infinitamente mais que a elite.
Os super-ricos não são os vilões dessa história. As regras estão aí para beneficiá-los. Não é ilegal. Certamente há na elite gente que topa abrir mão de suas vantagens, em benefício de quem mais precisa… Mas, como era de se esperar, existem super-ricos que atuam diretamente para que esse estado de coisas continue exatamente assim: juros altíssimos e taxação mínima. Basta isso para os donos do capital ficarem mais e mais ricos a cada ano que passa, sem trabalho, sem esforço, sem contribuir para o país.
Os super-ricos têm muito poder. Influenciam muito no debate político e econômico. Abundam na imprensa argumentos a favor de que as coisas se mantenham como são. E são super-ricos os financiadores das campanhas da maioria dos políticos, claro.
A recessão radicaliza a injustiça. Penaliza o trabalhador e o empreendedor, o importador e o exportador, o estudante e o aposentado. Esta recessão não veio do espaço sideral. Foram tomadas decisões erradas no passado? Claro, muitas, desde 1500. Mas não dá para mudar o passado. O futuro felizmente está ao nosso alcance.
Esse ano e os próximos serão muito difíceis. O cenário internacional é hostil. O cobertor está curto. É imoral e improdutivo continuar enriquecendo 0,5% com o dinheiro dos impostos dos 99,5%. Enfrentar os privilégios dos super-ricos é a pauta política e econômica fundamental de 2015 e dos próximos anos. O resto é resto.
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,1-da-populacao-mundial-detem-50-do-pib-do-planeta,1621754 
ESTADÃO, 19/01/2015
1% DA POPULAÇÃO MUNDIAL DETÉM 50% DO PIB DO PLANETA
Elite já acumula riqueza equivalente a tudo o que os demais 99% das pessoas detêm
JAMIL CHADE
GENEBRA - A riqueza acumulada por 1% da população mundial será superior a tudo o que os demais possuem. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira, 19, pela entidade Oxfam, às vésperas do Fórum Econômico Mundial de Davos e que justamente reúne a cúpula do planeta. 
Segundo a entidade, a fortuna de 99% da população mundial será equivalente a tudo o que acumula apenas a nata da sociedade, cerca de 1% do mundo. 
Para a entidade, a crise econômica mundial que começou em 2008 resultou em uma "explosão da desigualdade". Hoje, uma a cada nove pessoas ainda passa fome no planeta que produz alimentos para três planetas e mais de 1 bilhão de pessoas ganham menos de US$ 1,25 por dia. 
O que chama a atenção da entidade, porém, é que a concentração de riqueza é cada vez maior. Em 2009, a parcela de 1% mais rica da população mundial acumulava 44% do PIB do planeta. Em 2014, essa taxa chegou a 48% e, em 2016, ela atingirá 50%. 
Em média, cada pessoa dessa elite do planeta mantém uma renda de US$ 2,7 milhões. Dos demais 52% do PIB global, quase tudo está nas mãos da camada dos 20% mais ricos. 
O restante da população do mundo - cerca de 80% - precisa dividir 5,5% da riqueza do planeta e acumula uma renda de apenas US$ 3,8 mil. O valor é 700 vezes menor que a renda da elite. 
Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam, espera usar o encontro de Davos para insistir que a desigualdade social precisa ser alvo dos governos e de líderes do setor privado, alertando para os riscos que essa situação cria na política internacional.
Entre as medidas defendidas por ela está um maior rigor fiscal contra multinacionais e mesmo um acordo para o clima. "Queremos mesmo viver em um mundo onde 1% detém mais que todos nós juntos?"questionou. "A escala da desigualdade global é assustadora e, apesar do tema estar na agenda política, a diferença entre pobres e ricos apenas aumenta", atacou.
Segundo ela, líderes como Barack Obama e a gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, de fato estão falando cada vez mais sobre o assunto. Mas a Oxfam alerta que pouco tem sido feito além de discursos. 
Superinteressante - Dezembro de 2014
Edição341
OS VERDADEIROS DONOS DO MUNDO
A economia mundial vive a maior crise em 80 anos. Ela destruiu milhões de empregos e impede o crescimento da maioria dos países. Ao mesmo tempo, o número de bilionários dobrou, e as fortunas deles também. Entenda por que a desigualdade social explodiu - e os efeitos disso sobre a sua vida.
RICARDO LACERDA E ROBSON PANDOLFI
As 67 pessoas mais ricas do mundo têm US$ 1,72 trilhão. Tanto dinheiro quanto os... 3,5 bilhões mais pobres. Metade de toda a humanidade.
Este ano, um grupo de 130 pessoas se reuniu em Copenhague, capital da Dinamarca. Discutiram assuntos como economia global, mudanças climáticas, guerras. Fizeram previsões, debateram, traçaram estratégias. Parecia uma assembleia da ONU. Mas era um encontro do Grupo de Bilderberg: organização criada em 1954 para reunir as pessoas mais poderosas do planeta. Seu encontro anual, que não é aberto a ninguém da imprensa, reúne multibilionários e chefes de Estado e de Exércitos (este ano, os destaques foram o líder supremo da OTAN, aliança militar presente em 28 países, e o diretor-geral da NSA, a superagência de espionagem americana). "Estamos falando de uma rede global, mais poderosa do que qualquer país, e determinada a controlar a humanidade", diz o russo Daniel Estulin, autor de um livro sobre o grupo. Ele pode estar exagerando um pouco. Mas é fato que os ultrarricos nunca tiveram tanta força. A economia mundial patina e não consegue se recuperar da megacrise de 2008, a maior dos últimos 80 anos. Ela começou com quebras de grandes bancos nos EUA, que deixaram um rombo estimado em US$ 2,7 trilhões, e se espalhou pelo planeta, gerando grandes ondas de desemprego e recessão - da qual as principais economias do mundo ainda não se recuperaram. Mas mesmo assim, em plena tempestade, o número de bilionários dobrou. Agora um pequeno grupo, com as 67 pessoas mais ricas do mundo, tem tanto dinheiro quanto os 3,5 bilhões de humanos mais pobres. É como se, financeiramente, metade do planeta coubesse dentro de um ônibus. A desigualdade de renda explodiu, e está se aproximando dos níveis que antecederam a Primeira Guerra Mundial. E isso tende a ser um problema para quase todo mundo.
Mas antes: como chegamos a esse ponto? Afinal, se o mundo está em crise, todos perdem, certo? Mais ou menos. Na verdade, as crises têm o poder de concentrar renda, deixar os ricos mais ricos. E é fácil entender o porquê. Quando as coisas apertam, pessoas e empresas são obrigadas a se desfazer do seu patrimônio. Vendem imóveis pela metade do preço, liquidam ações por menos do que valem e, claro, saem perdendo. Quem ganha são uns poucos - que têm dinheiro para comprar tudo isso. "Para cada novo milionário, há muito mais gente que perde dinheiro. Em geral, quem mais sofre são os pobres e a classe média", diz Rodolfo Olivo, professor de finanças da USP. Os mais ricos compraram ações e empresas pagando pouco, logo no estouro da crise, e ganharam com isso. De 2009 para cá o índice Dow Jones, que mede as principais ações das bolsas americanas, subiu 149%.
Ao mesmo tempo em que aumentava a concentração de renda, a crise emperrou as economias e instigou movimentos como o Occupy Wall Street - que começou como um protesto de 100 mil pessoas no centro financeiro de Nova York e chegou a 1.500 cidades pelo mundo.
Tudo isso teve uma consequência inédita: fez um livro de economia virar best -seller. O Capital no Século XXI, escrito pelo economista francês Thomas Piketty, é um catatau de quase 700 páginas, que analisa as economias de 20 países ao longo de mais de umséculo. É denso, complexo, difícil de ler. Mas se tornou número 1 na Europa e nos EUA, com centenas de milhares de cópias vendidas. No Brasil, foi lançado em novembro e imediatamente alcançou o segundo lugar (só perdendo para a biografia do líder religioso Edir Macedo). Piketty tem chamado a atenção - e causado furor - porque demonstrou, com estatísticas, que a desigualdade social está aumentando. E apresentou uma explicação para esse fenômeno.
O contraste entre ricos e pobres não surge do nada. Ele vem de uma força elementar: a diferença entre o capital e o trabalho. O capital (dinheiro, imóveis, fábricas, ações, bens) pode ser investido e gerar mais capital. Já o trabalho não tem esse poder multiplicador. E aí, diz Piketty, r > g. Essa fórmula, que foi inventada por ele, é bem simples. O "r" é o ganho médio que o capital consegue obter em um ano, por meio de investimentos. Já o "g" representa a taxa de crescimento da economia. Ou seja: se r é maior que g, quem tem capital para investir sempre ganha mais do que a economia como um todo. E fica com uma fatia cada vez maior do bolo. Já quem trabalha e recebe salário, ou seja a maioria das pessoas, fica com menos. E como dizia o refrão daquela música, "o de cima sobe e o de baixo desce".
Nem sempre foi assim. Entre as décadas de 1950 e 1970, o processo foi inverso. O crescimento da economia era maior que o ganho dos investimentos (ou seja, g > r). O mercado financeiro lucrava menos do que a `economia real¿, embalada pela reconstrução da Europa e a explosão de prosperidade nos EUA. A desigualdade diminuiu. Mas a onda virou, e a distância entre ricos e pobres voltou a crescer.
No final dos anos 70, os presidentes das 350 maiores companhias do mundo ganhavam, em média, 30 a 40 vezes mais que os funcionários de base. Hoje, a diferença de salário entre o presidente e o peão passa de 300 vezes. Nos Estados Unidos, o salário médio dos trabalhadores encolheu de US$ 4 mil para US$ 2.750 (em valores reais, descontando a inflação do período) entre 1978 e 2010. Já a remuneração do 1% mais rico disparou: foi de US$ 25 mil para US$ 83 mil.
No Brasil, a concentração de renda caiu nos últimos 20 anos. Mas ainda é brutal. Somos o 13º país mais desigual do mundo (veja quadro na página 40), só perdendo para nações muito pobres, como Botsuana, Namíbia e Haiti. "Quanto maior é a desigualdade, mais altas são as taxas de homicídio, de uso de drogas, mortalidade infantil, doenças psiquiátricas e até de obesidade", diz Richard Wilkinson, diretor da ONG britânica The Equality Trust. Reduzir a diferença entre ricos e pobres não é apenas uma questão humanitária ou ideológica. É importante para a saúde da própria economia. E quem diz isso não são pregadores esquerdistas: é o Fundo Monetário Internacional, que publicou um estudo mostrando como a desigualdade extrema tende a gerar crises, e o World Economic Forum - que reúne 700 líderes econômicos globais e este ano elegeu a desigualdade como o grande problema do mundo atual. Até o papa Francisco andou palpitando a respeito: para ele, a desigualdade "provocará uma explosão da violência" no mundo se não for contida.
O DINHEIRO NO PODER
Os donos do mundo aproveitaram a crise e exploraram a diferença entre capital e trabalho para aumentar suas fortunas. Mas também podem recorrer a outros meios, como a política. A história está recheada de casos de multibilionários que usaram suas fortunas para moldar o destino da humanidade - e ficaram ainda mais ricos fazendo isso. No século 19, o banqueiro Nathan Rothschild foi o grande instigador da derrota de Napoleão na batalha de Waterloo. Ele comprou a maior parte dos títulos emitidos pelo Exército inglês para financiar a guerra. Cheio de dinheiro, e portanto de armas, o Exército foi ao front e venceu. Rothschild foi a primeira pessoa na Inglaterra a ficar sabendo. Sem avisar ninguém, saiu vendendo seus títulos. Os outros investidores acharam que a Inglaterra tinha perdido a guerra, e também venderam os titulos que possuíam. Isso derrubou os preços deles. Rothschild aproveitou para recomprar tudo, pagando baratíssimo. No dia seguinte, quando o resto do país foi informado da vitória, o valor dos papéis disparou. E Rothschild multiplicou sua fortuna em 20 vezes. Ela chegou a US$ 350 bilhões, em valores atuais. Dá mais de quatro Bill Gates.
Hoje, a influência dos überricos na política é mais sutil, mas igualmente forte. Um bom exemplo é o Tea Party, que surgiu nos Estados Unidos em 2009 - à primeira vista, como movimento popular. De repente, milhares de americanos estavam nas ruas para protestar contra coisas que os incomodavam. Só que ninguém estava reclamando da falta de saúde ou educação, ou de 20 centavos a mais na passagem do ônibus. As reivindicações eram mais ao gosto de empresários e banqueiros: redução de impostos, liberação nas emissões de CO2 (que, segundo o Tea Party, não é o responsável pelo aquecimento global) e fim do sistema de saúde gratuito que Barack Obama tentava implantar nos EUA.
Com inclinações tão ostensivas, era difícil que a máscara não caísse. A imprensa americana logo descobriu que, na verdade, o Tea Party tinha sido criado e era financiado pelos irmãos David e Charles Koch - que estão entre as dez pessoas mais ricas do mundo. Só neste ano, eles já compraram 43.900 espaços publicitários em TVs e rádios dos Estados Unidos para difundir mensagens políticas e apoiar determinados candidatos. Quando foram flagrados como criadores do movimento, os irmãos Koch não se abalaram. Admitiram tudo, e disseram que seu objetivo é melhorar a "qualidade de vida" da sociedade.
No Brasil, são notórios os casos de empresas ou de milionários que dão dinheiro para financiar partidos políticos: são as controversas doações de campanha. Nas últimas eleições, elas ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão, segundo o TSE. As dez empresas que mais doaram (JBS, Bradesco, Itaú, OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia, Queiroz Galvão, Vale e Ambev) financiaram 70% de todos os deputados federais eleitos - 360 de 513, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo.
As doações são permitidas por lei. Mas podem causar distorções. Imagine que você foi eleito deputado. Certo dia, sua secretária avisa que há duas pessoas esperando você. Uma é um cidadão qualquer. A outra é um empresário que doou alguns milhões para a sua campanha (e de cuja ajuda você vai precisar na próxima eleição). "Quem você se sentiria mais pressionado a receber?", pergunta Claudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil. "Os grandes doadores exercem uma pressão muito maior sobre os políticos." Uma possível saída seria limitar ou proibir as doações privadas e financiar as campanhas com dinheiro público, como já acontece em países como Suécia e França. Isso ajudaria a conter a influência dos empresários. Mas a medida também tem seu lado polêmico, pois consumiria recursos públicos. O valor do financiamento poderia ser fixado por lei, obrigando as campanhas a gastar menos do que hoje. Isso enfrentaria grande resistência da classe política, e o financiamento público não é uma panaceia - pois candidatos mal-intencionados sempre poderiam receber dinheiro por fora, por meio de caixa 2.
De toda forma, quem tem força econômica nem sempre precisa manipular os políticos. Às vezes, pode obrigá-los a fazer as coisas. Como o megainvestidor George Soros, 24º. homem mais rico do mundo. Ele fez fortuna comprando e vendendo ações e títulos do mercado financeiro - doa a quem doer. Sua maior demonstração de poder foi a quebra do Banco da Inglaterra. O banco, que foi fundado no século 17, é o equivalente inglês ao nosso Banco Central. Controla a economia e a moeda. Em 1992, a Inglaterra tinha feito um pacto com outros países da Europa. Ela se comprometeu a manter sua moeda, a libra esterlina, numa cotação igual ou superior a 2,77 marcos alemães (o euro ainda não existia). Se o valor caísse abaixo disso, o Banco da Inglaterra era obrigado a intervir. O objetivo era reduzir as oscilações econômicas na Europa. Mas Soros viu nisso uma grandeoportunidade para lucrar.
Sem chamar a atenção, ele foi pegando empréstimos e comprando libras esterlinas. Acumulou o equivalente a US$ 10 bilhões. Aí, no dia 16 de setembro de 1992, vendeu todas. Jogou tudo de uma vez no mercado. Como havia excesso de libras, a cotação delas despencou. Em pânico, o Banco da Inglaterra tentou aumentar os juros e comprar libras para defender a moeda. Mas Soros era mais forte. O governo inglês foi obrigado a abaixar a cabeça e aceitar a desvalorização da libra. No dia seguinte Soros recomprou, pagando menos, tudo o que tinha vendido - e ganhou US$ 1 bilhão com isso. O episódio ficou conhecido como "Quarta-feira Negra". "Os grandes acertos de Soros foram saber quem iria perder", escreve o historiador Niall Ferguson em A Ascensão do Dinheiro - A História Financeira do Mundo (Editora Planeta). Naquela ocasião, o perdedor foi a Inglaterra. Mas não foi o único caso do tipo. Esse jogo, em que grandes investidores forçam os países a desvalorizar suas moedas, começou na Tailândia, se espalhou por vários países da Ásia, chegou à Rússia e veio parar no Brasil. Em 1999, depois de sofrer um ataque similar, o Banco Central foi obrigado a abandonar o sistema de bandas cambiais, que estipulava uma variação máxima para a cotação do real.
E aí está outro problema da superconcentração de renda: ela permite que megainvestidores, como Soros, tenham força para mexer com a moeda de um país inteiro. Hoje, estima-se que haja mais de US$ 600 trilhões aplicados no mercado financeiro, dez vezes mais do que na chamada "economia real". O dinheiro que fica dentro do mercado, e não é investido em empresas e projetos, só serve para fabricar mais dinheiro. Não movimenta a economia. "Não contribui para a inovação, a capacidade empresarial, a criação de empregos", diz o economista Evilásio Salvador, professor da Universidade de Brasília.
A UNIÃO FAZ A FORÇA
Os ultrarricos nem sempre exercem seu poder na política, ou no mercado financeiro. Eles também influem sobre as coisas que você compra. Os produtos e serviços são fornecidos por um número cada vez menor de empresas - porque elas estão se juntando umas às outras. Entre 2002 e 2005, o Brasil teve uma média de 384 fusões e aquisições por ano, segundo estudo da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC). De 2006 a 2009, essa média subiu para 646. De 2010 a 2013, chegou a 783. A concentração empresarial está acontecendo no mundo inteiro, em todos os setores da economia. Por exemplo: no final dos anos 50, a França tinha 20 montadoras de automóveis. Hoje, apenas duas (Renault e Peugeot-Citroën), que foram absorvendo as demais. Na Itália, eram 19. Hoje, só uma (Fiat). Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, estudaram as 43 mil maiores empresas do mundo - e mapearam todas as relações entre elas. Descobriram que um grupo muito pequeno manda numa parte enorme da economia global. "1% das empresas controla 40% de toda a rede", diz James Glattfelder, um dos autores do estudo.
A concentração empresarial não é necessariamente ruim, mas pode ser. Imagine se só existisse uma marca de creme dental, por exemplo. Ela poderia cobrar bem caro e você seria obrigado a pagar, porque precisa escovar os dentes. Na prática, isso não tem acontecido. O mercado brasileiro de cerveja, por exemplo, é dominado pela AmBev (que tem 67,5%). Ela surgiu da fusão entre Brahma e Antarctica, as duas maiores cervejarias do País. Mas desde que foi criada, em 1999, os reajustes no preço da cerveja estiveram próximos da inflação, sem aumentos abusivos. "Hoje a concorrência é muito maior do que no passado", diz o economista Rogério Gollo, especialista em fusões e aquisições da PwC. Com os carros, aconteceu a mesma coisa. Mesmo havendo menos fabricantes, os preços não subiram. A concentração empresarial não está doendo no seu bolso, pelo menos não ainda. Mas uma coisa está.
EFEITO MATEUS
Os impostos. Quando pensamos neles, costumamos pensar no governo: o dinheiro que ele arrecada e os serviços públicos, como saúde e educação, que fornece em troca. O que pouca gente sabe é que, no Brasil, os ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que o resto da sociedade. Soa incrível, mas é verdade. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra o que acontece. Uma pessoa que ganha dois salários mínimos por mês gasta 53,9% da sua renda com impostos, que estão embutidos nos produtos que ela compra. Tem de trabalhar 197 dias por ano só para pagar impostos. Já alguém que recebe 30 salários mínimos paga apenas 29% - e trabalha 106 dias, quase a metade do tempo, para sustentar o governo (veja quadro na página ao lado).
Isso acontece porque, ao contrário do que acontece em países desenvolvidos, os impostos brasileiros estão mais concentrados nos produtos que as pessoas compram, e não no dinheiro que elas ganham. E essa característica é uma máquina de produzir desigualdade: porque os impostos tomam mais dinheiro daqueles que menos têm. "Isso onera os mais pobres, tornando-os mais pobres ainda", diz Evilásio Salvador, da Universidade de Brasília. É o que os economistas chamam de Efeito Mateus (uma referência à passagem bíblica Mateus 25, 14-30: "Porque àquele que tem lhe será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado").
Inverter essa lógica é difícil - afinal, os mais ricos têm poder para pressionar os políticos. Mas até alguns deles se dizem dispostos a mudar. O megainvestidor Warren Buffet, terceiro homem mais rico do mundo, sugeriu um plano ao presidente dos EUA. A proposta, que ficou conhecida como "The Buffett Rule" (Regra Buffett), criava um imposto de renda de pelo menos 30% sobre quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano. Isso só afetaria 0,3% das pessoas. Mas arrecadaria US$ 36 bilhões. É um oceano de dinheiro (mais que todo o orçamento do Ministério da Educação brasileiro). A proposta foi à votação no Congresso, e perdeu. Segundo uma pesquisa da CNN, 72% dos americanos eram a favor dela.
Se nada mudar, a desigualdade no mundo tende a continuar crescendo (pois r > g, lembra?). É difícil prever as consequências disso. Mas uma delas pode ser a radicalização política. Um estudo feito por três universidades americanas (Columbia, Houston e Princeton) constatou que, quanto maior a desigualdade econômica num país, mais forte tende a ser a divisão entre os seus grupos de esquerda e de direita. E a história sugere que a superconcentração de recursos pode acabar em algum tipo de tumulto.
Já aconteceu. Houve um país que passou por um processo muito forte, e muito acelerado, de concentração de renda. Em apenas cinco anos, a fatia do bolo pertencente ao 1% mais rico cresceu 50%. A renda das demais pessoas caiu a ponto de prejudicar sua alimentação - e aumentar a mortalidade infantil em 16% em determinadas regiões do país. Seu líder fazia discursos cada vez mais inflamados, nos quais se dizia "inimigo do capitalismo". Essa nação era a Alemanha. Seu líder, Adolf Hitler. A consequência, a Segunda Guerra Mundial.
 
Os 67 ultrarricos
(1) Bill Gates
US$ 80,9 BI - Microsoft - EUA
(2) Carlos Slim Helu & família
US$ 78,7 BI - América Móvil - México
(3) Warren Buffett
US$ 68,4 BI - Berkshire Hathaway (investimentos) - EUA
(4) Amancio Ortega
US$ 58,1 BI - Zara - Espanha
(5) Larry Ellison
US$ 48,8 BI - Oracle (software) - EUA
(6) Charles Koch
US$ 41,9 BI - Koch Industries (energia) - EUA
(7) David Koch
US$ 41,9 BI - Koch Industries - EUA
(8) Christy Walton & família
US$ 37,9 BI - Walmart - EUA
(9) Jim Walton
US$ 36,6 BI - Walmart - EUA
(10) Mark Zuckerberg
US$ 35,5 BI - Facebook - EUA
(11) Alice Walton
US$ 35,1 BI - Walmart - EUA
(12) S. Robson Walton
US$ 35,1 BI - Walmart - EUA
(13) Michael Bloomberg
US$ 34,5 BI - Bloomberg (mídia) - EUA
(14) Liliane Bettencourt & família
US$ 34.2 BI - L¿Oreal - França
(15) Sheldon Adelson
US$ 32,1 BI - dono de cassinos - EUA
(16) Li Ka-shing
US$ 31,3 BI - portos e empresas de plástico - Hong Kong
(17) Stefan Persson
US$ 30,4 BI - H&M (roupas) - Suécia
(18) Bernard Arnault & família
US$ 30,2 BI -LVMH (Louis Vuitton) - França
(19) Larry Page
US$ 29,9 BI - Google - EUA
(20) Sergey Brin
US$ 29,5 BI - Google - EUA
(21) Jeff Bezos
US$ 26,9 BI - Amazon - EUA
(22) Carl Icahn
US$ 25,5 BI - investidor - EUA
(23) Michele Ferrero & família
US$ 25 BI - Grupo Ferrero (chocolates) - Itália
(24) George Soros
US$ 24 BI - INVESTIDOR - EUA
(25) David Thomson & família
US$ 24 BI - Thomson Reuters (mídia) - Canadá
(26) Forrest Mars Jr.
US$ 23,1 BI - Mars INC. (CHOCOLATES) - EUA
(27) Jacqueline Mars
US$ 23,1 BI - Mars Inc. - EUA
(28) John Mars
US$ 23,1 BI - Mars Inc. - EUA
(29) Aliko Dangote
US$ 23 BI - Dangote Group (açúcar) - Nigéria
(30) Lee Shau Kee
US$ 22,4 BI - dono de hotéis e imóveis - Hong Kong
(31) Steve Ballmer
US$ 22,3 BI - Microsoft - EUA
(32) Mukesh Ambani
US$ 21,8 BI - Reliance Industries (energia e telecom) - Índia
(33) Al-Waleed Bin Talal Alsaud
US$ 21,5 BI - família real - Arábia Saudita
(34) Jorge Paulo Lemann
US$ 21,5 BI - 3G Capital (controladora da ambev) - Brasil
(35) Phil Knight
US$ 21,4 BI - Nike - EUA
(36) Michael Dell
US$ 21,1 BI - Dell - EUA
(37) Jack Ma
US$ 21 BI - Alibaba Group (comércio eletrônico) - China
(38) Len Blavatnik
US$ 19,7 BI - investidor - EUA
(39) Dilip Shanghvi
US$ 17,9 BI - Sun Pharmaceutical Industries - Índia
(40) Leonardo Del Vecchio
US$ 17,8 BI - Luxottica (óculos) - Itália
(41) Alisher Usmanov
US$ 17,5 BI - USM Holdings (mineração) - Rússia
(42) Tadashi Yanai & família
US$ 17,1 BI - Fast Retailing (varejo) - Japão
(43) Paul Allen
US$ 17 BI - Microsoft - EUA
(44) Masayoshi Son
US$ 16,8 BI - Softbank - Japão
(45) Michael Otto & família
US$ 16,6 BI - Otto GmbH & Co (varejo) - Alemanha
(46) Laurene Powell Jobs & família
US$ 16,6 BI - Apple, Disney - EUA
(47) Theo Albrecht Jr & família
US$ 16,5 BI - Trader Joe¿s (varejo) - Alemanha
(48) Charles Ergen
US$ 16,2 BI - Dish Network (TV por assinatura) - EUA
(49) Robin Li
US$ 16,1 BI - Baidu (internet) - China
(50) Gina Rinehart
US$ 15,9 BI - Hancock Prospecting (minérios) - Austrália
(51) Anne Cox Chambers
US$ 15,8 BI - Cox Enterprises (mídia) - EUA
(52) Mikhail Fridman
US$ 15,7 BI - Alfa-Bank - Rússia
(53) Joseph Safra
US$ 15,5 BI - Banco Safra - Brasil
(54) Viktor Vekselberg
US$ 15,4 BI - Renova Group (energia e telecom) - Rússia
(55) Susanne Klatten
US$ 15,3 BI - BMW - Alemanha
(56) Donald Bren
US$ 15,3 BI - Irvine Company (imóveis) - EUA
(57) Ray Dalio
US$ 15,2 BI - Bridgewater Associates (investimentos) - EUA
(58) Luis Carlos Sarmiento
US$ 15,1 BI - Grupo Aval (banco) - Colômbia
(59) Pallonji Mistry
US$ 15,1 BI - Shapoorji Pallonji Group (construção) - Índia/Irlanda
(60) Azim Premji
US$ 15,1 BI - Wipro (tecnologia) - Índia
(61) German Larrea Mota Velasco & família
US$ 14,8 BI - Grupo Mexico (mineração) - México
(62) Dieter Schwarz
US$ 14,7 BI - Schwarz Group (varejo) - Alemanha
(63) Ma Huateng
US$ 14,7 BI - Tencent (internet) - China
(64) Harold Hamm
US$ 14,6 BI - Continental Resources (energia) - EUA
(65) Lui Che Woo
US$ 14,5 BI - Galaxy Entertainment (hotéis e casinos) - Hong Kong
(66) Thomas & Raymond Kwok & família
US$ 14,5 BI - Sun Hung Kai (imóveis)Properties - Hong Kong
(67) Lakshmi Mittal
US$ 14,5 BI - ArcelorMittal (mineração e aço) – Índia
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141014_estudo_superricos_pai 
BBC - 15 outubro 2014
EM UM ANO, BRASIL GANHOU 200 'SUPER-RICOS' COM U$ 50 MILHÕES OU MAIS
Menos de 1% da população concentra 44% da riqueza global
O Brasil ganhou 200 "super-ricos" - pessoas com fortuna superior a US$ 50 milhões - desde meados de 2013, segundo um recém-divulgado levantamento do banco Credit Suisse sobre prosperidade global. Há, no país, 1,9 mil indivíduos com fortunas desse tamanho.
O levantamento, chamado "Prosperidade Global", identificou que, apesar do clima de incerteza da economia internacional e da difícil recuperação de diversos países, "a riqueza total global cresceu para um novo recorde, subindo US$ 20,1 trilhões entre meados de 2013 e meados de 2014 - um aumento de 8,3% - para chegar a US$ 263 trilhões".
E essa prosperidade é concentrada na mão de poucos: 0,7% da população adulta do mundo detém 44% (US$ 115 trilhões) da riqueza global.
No mundo, há 128,2 mil pessoas com mais de US$ 50 milhões, sendo que metade delas possui ao menos US$ 100 milhões. A América do Norte é o continente com a maior concentração dessas pessoas. Só os EUA ganharam 9,5 mil super-ricos no último ano.
A concentração de riqueza levanta, também, a questão da desigualdade e do abismo entre ricos e pobres.
"A mudança na distribuição de riqueza é hoje um dos tópicos mais discutidos e polêmicos", diz o relatório, citando o economista francês Thomas Piketty, autor deO Capital no Século 21, livro bastante debatido nos últimos meses por abordar justamente a desigualdade no mundo e o fato de os mais ricos acumularem riquezas mais rapidamente do que o avanço da atividade econômica.
"Acreditamos que os dados (do relatório) darão uma contribuição valiosa ao debate sobre a desigualdade", diz o Credit Suisse.
Leia também: Milionários revelam o 'lado ruim' de ser rico demais
Brasil
O levantamento calcula que o Brasil tenha 225 mil milionários e 296 mil adultos entre a parcela de 1% mais rica do mundo.
O relatório destaca que, apesar da aguda desigualdade social do país, a renda média domiciliar triplicou entre 2000 e 2014, de US$ 7,9 mil anuais por adulto para US$ 23,4 mil.
"A prosperidade atual (do país) está bem acima do nível alcançado antes da crise financeira internacional de 2007", diz o texto. "No entanto, o crescimento ficou mais lento nos últimos anos."
O texto identifica "um setor financeiro razoavelmente saudável e uma maior confiança de parte dos investidores em comparação a anos anteriores, quando a inflação era muito alta. O mercado de ações vivenciou um aumento moderado nos 12 meses anteriores a meados de 2014. Mas muitos brasileiros preferem ativos reais, sobretudo na forma de imóveis, como proteção contra possível inflação futura".
Mantendo tendência do ano passado, virá da Ásia - sobretudo da China - a maior parte dos novos milionários em mercados emergentes, prossegue o relatório.
A China é o segundo país (atrás dos EUA) com o maior número de indivíduos super-ricos: 7,6 mil chineses adultos (6% do total global) possuem fortunas de mais de US$ 50 milhões.
Rússia e Índia, por sua vez, têm respectivamente 2,8 mil e 1,8 mil pessoas com fortunas dessa magnitude.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140729_londres_milionarios_hb.shtml 
BBC - 7 agosto 2014
BRASIL É 10º PAÍS COM MAIOR NÚMERO DE MULTIMILIONÁRIOS, DIZ ESTUDO
São Paulo foi a 17a cidade com maior concentração de pessoas com riqueza superior a US$ 10 milhões
O Brasil é o décimo país com maior número de multimilionários, e São Paulo é a 17ª cidade que mais concentra "super-ricos" no mundo, apontou um estudo.
O relatório da consultoria New World Wealth, da África do Sul, define como multimilionários indivíduos que possuem ativos de pelo menos US$ 10 milhões (R$ 22,8 milhões).
No Brasil, há 10.300 multimilionários, sendo que São Paulo reúne 4.400 deles. O Rio de Janeiro, com 2.200 multimilionários, aparece na 27ª posição mundial.
O ranking é liderado por Hong Kong (15.400 multimilionários), Nova York (14.300) e Londres (9.700).
Outras cidades de países emergentes, como Moscou (5ª), Cidade do México (10ª), Pequim (13ª), Xangai (19ª) e Mumbai (24ª), estão na lista de cidades com mais multimilionários.
Entre os países com maior número de multimilionários, Estados Unidos (183.500), China (26.600) e Alemanha (25.400) lideram.
Os dez país com mais multimilionários
Estados Unidos (183.500)
China (26.600)
Alemanha (25.400)
Reino Unido (21.700)
Japão (21.000)
Suíça (18.300)
Hong Kong (15.400)
Índia (14.800)
Rússia (11.700)
Brasil (10.300) fonte: New World Health
No mundo, há 495 mil multimilionários, uma alta de 71% nos últimos 10 anos, disse a consultoria.
Neste mesmo período, o número de milionários cresceu 58%, chegando a 13 milhões em junho deste ano.
O estudo atribuiu o maior crescimento dos multimilionários a diversosfatores, como o rápido crescimento de países com alta concentração de pessoas com grandes fortunas neste período, como Rússia e Índia.
"Uma diferença cada vez maior entre as fortunas dos mais ricos e as dos ricos, um aumento da taxa de conversão de milionários em multimilionários e o forte crescimento econômico de países com um alto índice de multimilionário por milionário", disse.
"Em termos de performance regional, a América do Sul de destaca, com crescimento de multimilionários de 265% nos últimos 10 anos".
No ranking de milionários - aqueles que possuem riqueza de US$ 1 milhão ou mais -, Estados Unidos, Japão e o Reino Unido estão no topo. O Brasil está em 14º lugar.
Entre as cidades, a lista é liderada por Londres, Nova York e Tóquio. São Paulo ocupa a 21ª posição.
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/01/27/revista-forbes-faz-ranking-com-20-empresas-que-dominam-negocios-no-pais.htm
UOL - 27/01/2014
REVISTA "FORBES" FAZ RANKING COM 20 EMPRESAS QUE DOMINAM NEGÓCIOS NO PAÍS
Vinte empresas dominam os negócios no Brasil, segundo levantamento das ONGs Instituto Mais Democracia e Cooperativa Eita, divulgado pelo site da revista Forbes. Os dados referem-se a 2013
Várias dessas empresas estão ligadas a empresários que aparecem no ranking de bilionários da revista, cujas fortunas, juntas, são estimadas em US$ 47,1 bilhões (valores de março de 2013).
1. Telefonica S.A. (telecomunicações)
País de origem: Espanha
Receita líquida: R$ 187,46 bilhões 
Controlada por: Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, Caja de Ahorros y Pensiones de Barcelona e fundo Blackroc
2. Previ (fundo de pensão)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 145,8 bilhões 
Controlada por: Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil
3. Telemar Participações (telecomunicações)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 112,1 bilhões 
Controlada por: AG Telecom, LF Tel S.A., BNDES, Bratel Brasil, Fundaçãoo Atlântico de Seguridade Social, Previ, Funcef e Petros
4. BBD Participações (Bradesco/Finanças)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 102,4 bilhões 
Controlada por: Lázaro de Mello Brandão
5. Gerdau (siderurgia)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 70,8 bilhões 
Controlada por: Klaus Gerdau Johannpeter, Germano Hugo Gerday Johannpeter, Frederico Carlos Gerday Johannpeter e Jorge Gerdau Johannpeter
6. Wilkes Participações (Pão de Açúcar/Varejo)
País de origem: Brasil/França
Receita líquida: R$ 67,6 bilhões 
Controlada por: Península Participações e Sudaco Participações
Bilionário relacionado: Abilio Diniz (ele se desligou no segundo semestre de 2013)
7. Blessed Holdings (Frigorífico JBS/alimentos processados)
País de origem: Brasil/Estados Unidos
Receita líquida: R$ 61,7 bilhões 
Controlada por: FB Participações (famílias Bertin e Batista)
8. Banco Santander S.A. (finanças)
País de origem: Espanha
Receita líquida: R$ 61,2 bilhões 
Controlado por: Santander
9. Jereissati Participações (telecomunicações -Oi- e shopping centers -Iguatemi)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 50,1 bilhões 
Controlado por: família Jereissati
10. Ultra S.A. Participações (distribuição de combustíveis)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 48,6 bilhões 
Controlado por: Daisy Igel, Paulo Guilherme Aguiar Cunha, Ana Maria Levy Villela Igel, Fabio Igel, Christy Participações, Marcia Igel Joppert, Joyce Igel de Castro Andrade, Rogério Igel e Lucio de Castro Andrade Filho
Bilionário relacionado: Daisy Igel
11. Andrade Gutierrez S.A. (construção civil, telecomunicações)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 42,4 bilhões 
Controlado por: famílias Andrade e Gutierrez
12. Rio Purus Participações (têxtil -Vicunha- e siderurgia -CSN, Usiminas)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 37,4 bilhões 
Controlado por: Dorothea Steinbruch
Bilionário relacionado: Dorothea Steinbruch
13. Belga Empreendimentos e Participações S.A. (Cosan/açúcar e etanol)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 36,6 bilhões 
Controlado por: Rubens Ometto Silveira Mello
Bilionário relacionado: Rubens Ometto Silveira Mello
14. Itaú Unibanco Participações S.A. (finanças)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 34,7 bilhões 
Controlado por: Itausa (famílias Setubal e Villela), Companhia E. Johnston de Participações (família Moreira Salles)
Bilionários relacionados: Alfredo Egydio de Arruda Villela Filho e Ana Lucia de Mattos Barretto Villela
15. Casino Guichard Perrachon (Pão de Açúcar/varejo)
País de origem: França
Receita líquida: R$ 33,8 bilhões 
Controlado por: Bengal LLC, Pincher LLC, Oregon LLC, King LLC, Segisor e Lobo I LLC
Bilionário relacionado: Abilio dos Santos Diniz (ele se desligou no segundo semestre de 2013)
16. Península Participações Ltda. (Pão de Açúcar/varejo, alimentos processados)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 33,8 bilhões 
Controlado por: família  Diniz
Bilionário relacionado: Abilio dos Santos Diniz (ele se desligou no segundo semestre de 2013)
17. Kieppe Patrimonial Ltda. (Odebrecht e Braskem/construção civil, óleo e gás)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 33,7 bilhões 
Controlado por: famílias Odebrecht e Gradin
18.  Cia Brasileira de Energia (energia)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 31,2 bilhões 
Controlado por: AES Holdings e BNDES
19. Itausa Investimentos Itaú S.A. (finanças, diversos)
País de origem: Brasil
Receita líquida: R$ 27,7 bilhões 
Controlado por: famílias Villela e Setubal
Bilionários relacionados: Alfredo Egydio de Arruda Villela Filho e Ana Lucia de Mattos Barretto Villela
20. Stichting InBev (Ambev/cerveja)
País de origem: Bélgica/Estados Unidos
Receita líquida: R$ 27,1 bilhões 
Controlado por: Eugenie Patri Sebastian e BRC Sart
Bilionários relacionados: Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto da Veiga Sicupira e Marcel Herrmann Telles
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140120_riqueza_relatorio_oxfam_fn.shtml 
BBC BRASIL – 20/01/2014
OS 85 MAIS RICOS DO MUNDO TÊM O MESMO PATRIMÔNIO DE METADE DA POPULAÇÃO
Um relatório da ONG britânica Oxfam divulgado nesta segunda-feira mostra que o patrimônio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale às posses de metade da população mundial.
Segundo o documento chamado Working for the Few ("Trabalhando Para Poucos", em tradução livre), as 85 pessoas mais ricas do mundo têm um patrimônio de US$ 1,7 trilhão, o que equivale ao patrimônio de 3,5 bilhões de pessoas, as mais pobres do mundo.
O relatório ainda afirma que a riqueza do 1% das pessoas mais ricas do mundo equivale a um total de US$ 110 trilhões, 65 vezes a riqueza total da metade mais pobre da população mundial.
A Oxfam observou em seu relatório que, nos últimos 25 anos, a riqueza ficou cada vez mais concentrada nas mãos de poucos.
"Este fenômeno global levou a uma situação na qual 1% das famílias do mundo são donas de quase metade (46%) da riqueza do mundo", afirmou o documento.
"No último ano, 210 pessoas se tornaram bilionárias, juntando-se a um seleto grupo de 1.426 indivíduos com um valor líquido combinado de US$ 5,4 trilhões", destaca o relatório.
"É chocante que no século 21 metade da população do mundo - 3,5 bilhões de pessoas - não tenham mais do que a minúscula elite cujos números podem caber confortavelmente em um ônibus de dois andares", afirmou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam.
Para Byanyima, "em países desenvolvidos e em desenvolvimento estão cada vez mais vivendo em um mundo em que as taxas de juros mais baixas, a melhor saúde e educação e a oportunidade de influenciar estão sendo dadas não apenas para os ricos mas para os filhos deles também".
"Sem um esforço concentrado para enfrentar a desigualdade, a cascata de privilégios e de desvantagens vai continuar pelas gerações. Em breve vamos viver em um mundo onde a igualdade de oportunidades é apenas um sonho", acrescentou.
Publicado dias antes do Fórum Econômico Mundial em Davos, o relatório detalha o impacto da crescente desigualdade em países desenvolvidos e outros em desenvolvimento.
América Latina e Brasil
O relatório da Oxfam apontou que alguns países, especialmente na América Latina,estão conseguindo ir contra esta tendência, diminuindo a desigualdade na última década.
"Entre os países do G20, as economias emergentes geralmente eram aquelas com maiores níveis de desigualdade (incluindo África do Sul, Brasil, México, Rússia, Argentina, China e Turquia) enquanto que os países desenvolvidos tendiam a ter níveis menores de desigualdade (França, Alemanha, Canadá, Itália e Austrália)", afirmou o documento.
"Mas até isto está mudando, e agora todos os países de alta renda do G20 (exceto a Coreia do Sul) estão vivendo o crescimento da desigualdade, enquanto o Brasil, México e Argentina estão vendo um declínio nos níveis de desigualdade."
A Oxfam destaca o caso brasileiro, apontando que o país teve "sucesso significativo na redução da desigualdade desde o início do novo século".
"Em parte devido ao crescente gasto público social, uma ênfase no gasto com saúde pública e educação, um programa de transferência de renda de larga escala que impõe condições para o recebimento (Bolsa Família) e um aumento no salário mínimo que subiu mais de 50% em termos reais desde 2003", afirmou o relatório.
A Oxfam alerta que a "democracia ainda é frágil e a desigualdade ainda é muito alta na região, mas a tendência mostra que problemas que eram insolúveis, as enormes disparidades de renda, podem na verdade ser enfrentados com intervenções políticas".
Leis e paraísos fiscais
A Oxfam também fez uma pesquisa em seis países (Brasil, Espanha, Índia, África do Sul, Grã-Bretanha e Estados Unidos) e mostrou que a maioria dos entrevistados acredita que as leis são distorcidas para favorecer os ricos.
Entre os países pesquisados, a Oxfam destaca a Espanha, onde oito em cada dez pessoas concorda com essa afirmação sobre as leis.
A ONG também destaca outro grande problema relacionado ao dinheiro que não paga impostos, ficando em paraísos fiscais.
"Globalmente, os indivíduos e companhias mais ricos escondem trilhões de dólares dos impostos em uma rede de paraísos fiscais no mundo todo - estima-se que US$ 21 trilhões estão escondidos sem registros", informou a ONG em seu relatório.
Segundo a ONG, que vai enviar representantes a Davos, os participantes do Fórum Econômico Mundial têm o poder de reverter o aumento da desigualdade.
A Oxfam pede que os participantes do fórum se comprometam a não sonegar impostos em seus países ou em países onde têm investimento, não usar a riqueza econômica para conseguir favores políticos que prejudiquem a democracia, apoiar os impostos progressivos sobre patrimônio e renda, enfrentar o sigilo financeiro e sonegação de impostos entre outras recomendações.
Além disso, a ONG também recomenda o estabelecimento de uma meta global para acabar com a desigualdade econômica extrema em todos os países, uma regulamentação maior dos mercados para promover crescimento sustentável e igualitário e a diminuição dos poderes dos ricos de influenciar os processos políticos.
http://www.oeconomista.com.br/mais-de-40-da-riqueza-mundial-esta-concentrada-em-1-da-populacao/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+oeconomista+%28O+Economista%29 
O ECONOMISTA - 16 de outubro de 2013
MAIS DE 40% DA RIQUEZA MUNDIAL ESTÁ CONCENTRADA EM 1% DA POPULAÇÃO
Mais de 40% da riqueza produzida no planeta está concentrada nas mãos de 1% da população mundial, revela pesquisa do banco suíço Credit Suisse.
Dos mais de 7,2 bilhões de habitantes no planeta Terra, apenas 32 milhões detém 41% de todo o dinheiro do mundo. Ou seja, a maior parte da riqueza produzida está concentrada nas mãos de 1% da população. As informações são da edição 2013 do Relatório da Riqueza Global, lançado pelo banco suíço Credit Suisse.
O preocupante do estudo é que, para estar entre os 10% mais ricos do mundo, nem é preciso ser milionário. Basta, apenas, ter um patrimônio líquido superior a US$ 100 mil. Essa é a realidade de 393 milhões de adultos (8% da população mundial). Juntos, eles concentram US$ 101,8 trilhões: 42,3% da fortuna do planeta.
As regiões no planeta que concentram a maior parte dessa população são a Europa e a América do Norte. Os EUA estão na frente, com 42% do total mundial de milionários. Por outro lado, essas regiões são as que menos têm adultos pertencentes à outra ponta da pirâmide: os 60% da população que detém menos de US$ 10 mil em patrimônio.
Nos países mais ricos, a maioria dos que têm menos posses são aqueles em situação financeira transitória, ou seja, está associada à juventude (quando ainda não se tem acúmulo de patrimônio), velhice ou períodos de desemprego.
A África e a Índia, por sua vez, concentram a maioria dos pobres do planeta: 90% da população. Em alguns países africanos, essa situação atinge 100% das pessoas.
Brasil. Por aqui, existem 315 mil adultos entre os 1% mais ricos do mundo. Apesar disso, a riqueza média do brasileiro triplicou de 2000 para cá: de uma média de US$ 7,9 mil por adulto para US$ 23,3 mil.
Com informações do portal Exame.
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/10/capitalismo-147-empresas-controlam-quase-metade-da-riqueza-mundial.html 
PRAGMATISMO POLÍTICO - 31/OCT/2012 ÀS 13:46 
147 EMPRESAS CONTROLAM QUASE METADE DA RIQUEZA MUNDIAL
Apenas 147 conglomerados empresariais controlam 40% da riqueza mundial. Esse pequeno grupo de companhias – principalmente bancos – exerce um poder enorme sobre a economia global
Um estudo da Universidade de Zurich revelou que um pequeno grupo de 147 grandes corporações trasnacionais, principalmente financeiras e mineiro-extrativas, na prática controlam a economia global.
O estudo foi o primeiro a analisar 43.060 corporações transnacionais e desentranhar a teia de aranha da propriedade entre elas, conseguindo identificar 147 companhias que formam uma “súper entidade” que controla 40% da riqueza da economia global.
A maior parte das corporações mundiais está no Hemisfério Norte e controlam a economia mundial com graves riscos para o mundo.
O pequeno grupo está estreitamente interligado através das juntas diretivas corporativas e constitui uma rede de poder que poderia ser vulnerável ao colapso e propensa ao “risco sistémico”, segundo diversas opiniões. O Projeto Censurado da Universidade Sonoma State de Califórnia desclassificou esta notícia sepultada pelos meios e seu ex diretor Peter Phillips, professor de sociologia nessa universidade, ex diretor do Projeto Censurado e atual presidente da Fundação Media Freedom /Project Censored, referiu-a em seu trabalho “The Global 1%: Exposing the Transnational Ruling Class” (1%: Exposição da Classe Dominante Transnacional), assinado com Kimberly Soeiro e publicado em ProjectCensored.org.
Os autores do estudo são Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston, pesquisadores da Universidade de Zurich (Suíça), os quais publicaram seu trabalho a 26 de outubro 2011, sob o título “A Rede de Controle Corporativo Global” (The Network of Global Corporate Control) na revista científica PlosOne.org.
Na apresentação do estudo publicado em PlosOne, os autores escreveram: “A estrutura da rede de controle das empresas transnacionais afeta a concorrência do mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, foram estudadas só pequenas mostras nacionais e não existia uma metodologia adequada para avaliar o controle a nível mundial. Apresenta-se a primeira pesquisa da arquitetura da rede de propriedade internacional, junto ao cálculo da função mantida por cada jogador global”.
“Encontramos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura como garavata de laço e que uma grande parte dos fluxos de controle conduzem para um pequeno núcleo muito unido de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como um bem econômico, uma “súper-entidade” que propõe novas questões importantes, tanto para os pesquisadores comoo para os responsáveis políticos”.
O diário conservador britânico Daily Mail foi talvez o único do mundo que recolheu esta notícia, a 20 de outubro 2011, apresentada por Rob Waugh com o chamativo titular “Existe uma “súper-corporação que dirige a economia global”. O Estudo