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Reabilitação criminal. A reabilitação criminal visa: 1. Restituir os direitos que foram retirados como efeitos secundários extrapenais da sentença condenatória. 2. Assegurar o sigilo sobre o processo e a condenação. Ocorre que a Lei de execuções penais no artigo 202 já prevê o sigilo independentemente da concessão da reabilitação criminal: Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei. Certo que a reabilitação assegura maior sigilo, já que a condenação anterior só pode ser registrada, após a reabilitação, por ordem judicial; enquanto que o sigilo garantido pela LEP, no mencionado artigo 202, não se aplica às certidões solicitadas pela autoridade policial, por órgão do Ministério Público, ou ainda, para fim de concurso público. Então, a principal função da reabilitação é garantir a suspensão de alguns dos efeitos secundários da condenação. É o que vem disposto no artigo 93, parágrafo único do Código Penal: A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. Concedida a reabilitação o agente pode, por exemplo: voltar a dirigir (quando teve a habilitação cassada como efeito secundário da condenação, ser nomeado como funcionário público (não, porém, no cargo em que estava). São pressupostos para a concessão da reabilitação: a. Já ter decorrido dois anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação (art. 94, caput, do Código Penal) b. tenha tido domicílio no País no prazo acima referido c. tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado d. tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. A reabilitação deve ser requerida ao juízo da condenação. Caso seja negado o pedido, ele pode ser reapresentado desde que instruído com novas provas Caso a reabilitação seja concedida, o juiz deverá encaminhar os autos para o segundo grau de jurisdição para o reexame obrigatório (art. 746 do CPP). Caso negada a reabilitação a parte tem dois caminhos: a. apresenta novo pedido ao próprio juiz que antes havia denegado a reabilitação, instruído com provas novas. b. Oferece recurso de apelação (art. 593, II, do CPP) Segundo o artigo 95 do CP: Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
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