TCC-Sistema de plantio direto

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEc DR. DARIO PACHECO PEDROSO
Técnico em Agronegócio
Andresa de Sales QUIRINO
Jaqueline de Almeida MOURA
Juliana Aparecida de Proença OLIVEIRA
SISTEMA DE PLANTIO DIRETO 
Taquarivaí-SP
2020
Andresa de Sales QUIRINO
Jaqueline de Almeida MOURA
Juliana Aparecida de Proença OLIVEIRA
SISTEMA DE PLANTIO DIREITO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Técnico em Agronegócio da ETEc DR. Dário Pacheco Pedroso, orientado pelo professor eng. Florestal Ageu Aparecido Proença Ribeiro, como requisito parcial para obtenção do Título de Técnico em Agronegócio.
Taquarivaí - SP
“ETEc DR. DARIO PACHECO PEDROSO”
ASSINATURA DAS ALUNAS:
__________________________________________
 Andresa de Sales QUIRINO
_______________________________________
Jaqueline de Almeida MOURA
____________________________________________
Juliana Aparecida de Oliveira PROENÇA
SISTEMA DE PLANTIO DIRETO 
Taquarivaí- SP
2020
Andresa de Sales QUIRINO
Jaqueline de Almeida MOURA 
Juliana Aparecida de Proença OLIVEIRA
SISTEMA DE PLANTIO DIRETO 
“Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Etec Dr. Dario Pacheco Pedroso, para a obtenção do Título de Técnico em Agronegócio”. 
Aprovado em: ____ /____ /______
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________
Prof. Eng. Florestal Aparecido Proença Ribeiro
Etec. Dr. Dario Pacheco Pedroso
__________________________________________
 Prof. Eng. Florestal Silvio Cesar Fernandes de Almeida
Etec. Dr. Dario Pacheco Pedroso
__________________________________________
 Prof. 
Etec. Dr. Dario Pacheco Pedroso
Dedicatória
Eu Andresa de Sales Quirino dedico este trabalho à Aida Aparecida de Sales Quirino (in memorian)
Eu Jaqueline de Almeida Moura dedico este trabalho à minha família que me incentivaram desde o início do curso e não me deixaram desistir. Dedico a meus colegas e professores por todo apoio e atenção ao longo do curso.
Eu Juliana Aparecida de Oliveira Proença dedico este trabalho à minha família, amigos e professores que estiveram comigo ao longo deste curso, me apoiando sempre.
Agradecimentos
Eu Andressa de Sales Quirino, agradeço primeiramente a Deus por ter me guiado até aqui e não ter me deixado desistir.
A minha mãe Ainda Aparecida de Sales Quirino, (em memória) por ter confiado na minha capacidade e ter torcido por mim.
A meu pai Antônio Benedito Carvalho Quirino, por todo investimento na minha educação, por ter acreditado no meu potencial, pelo carinho e apoio de sempre.
A minha irmã Franciele Aparecida de Sales Quirino por me dar apoio, carinho, paciência e pela amizade.
As minhas parceiras de TCC, Jaqueline de Almeida Moura e Juliana Aparecida de Oliveira Proença por estarem sempre ao meu lado, me motivando a seguir em frente e dando apoio confiança em nossa amizade.
Eu Jaqueline de Almeida Moura agradeço a Deus por me guiar até aqui me dando forças e motivação para concluir este curso, mostrando o melhor caminho possível.
A minha família por ter me apoiado, dando conselhos e pela paciência durante todo o tempo.
Aos professores pela paciência e boa vontade em ensinar, sempre com motivação a passar conhecimento e esclarecer dúvidas.
Aos amigos e colegas de sala e em geral pelas conversas, risadas e troca de informações, dúvidas e pelo companheirismo.
Eu Juliana Aparecida de Oliveira Proença agradeço a Deus por ter realmente por ter me dado força para não desistir, foi um longo caminho e várias dificuldades que encontramos em meio ao caminho, mas Deus sempre me deu força para continuar e me fazer ver que o curso irá me ajudar em um momento futuro.
Aos meus pais que tiveram paciência, e me deram força e todo o apoio, aos meus colegas que conseguiram ver que eu era capaz.
Aos professores por nunca desistir e ter a paciência em nos passar conhecimento.
E agradeço a mim, por ter continuado, mesmo as vezes sem vontade, cansada, mas vi em mim uma oportunidade de crescer, mesmo que não seja tão rápido.
E meu último agradecimento vai para a Resina São Bento, que me deu a oportunidade de fazer estágio e aprender em vários setores da empresa, dês de escritório ao campo, obrigado a todos que me ensinaram em cada parte da empresa, foram vários aprendizados que me fizeram me esforçar cada vez mais, no curso e na empresa.
‘’A felicidade as vezes é uma benção, mas geralmente é uma conquista’’
Paulo Coelho
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo explicar o sistema do plantio direto (SPD) as vantagens e desvantagens dessa técnica. O sistema de plantio direto foi criado devido o interesse que os agricultores tinham de desacelerar o processo de degradação do solo, devido ao forte manejo causado pela produção agrícola. O sistema de plantio direto é uma técnica que dispensa o preparo do solo ,sendo o plantio feito sobre os restos da produção anterior .Com o uso do SPD o agricultor protege o seu solo, aumenta a produtividade na lavoura , contribui para preservação do meio ambiente e ainda reduz custos com fertilizantes ,corretivos e com manejo de solo.
Palavras – Chaves: Solo; sistema; agricultura
ABSTRACT
This work aimed to explain the no-till system (SPD) the advantages and disadvantages of this technique. The no-till system was created due to the interest that farmers had to slow down the process of soil degradation, due to the strong management caused by agricultural production.The no-tillage system is a technique that dispenses with soil preparation, and planting is done on the remains of the previous production. With the use of SPD the farmer protects his soil, increases productivity in the crop, contributes to the preservation of the environment and also reduces costs with fertilizers, correctives and soil management.
 Keys-worlds: soil; system; agriculture
LISTA DE ILUSTRAÇÃO E FIGURAS
Figura 1 -Manejo de solo em sistema de plantio convencional..........................21
Figura 2 -Manejo de solo em sistema de plantio direto.............................21........
Figura 3- Cultivo do milho em cobertura palhada...............................................22
Figura 4- Exemplo de rotação de cultura ...........................................................26
Figura 5- Chuva intensa causadora de lixiviação...............................................29
Figura 6- Esgotamento de solo...........................................................................29
Figura 7- Solo com erosão avançada.................................................................30
Figura 8- Solo com laterização...........................................................................30
Figura 9- Exemplo de voçorocas........................................................................31
Figura 10- Ciclo operacional do SPD.................................................................33
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
SPD- Sistema de plantio direto...................................................................16
FEBRAPDP -Federação Brasileira de plantio direto na palha.............16......
PDCA- Planejar, desenvolver, checar, agir.................................................33
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Gráfico 1- Evolução do SPD no Brasil nos últimos anos.................................16
Tabela1- Perdas de água e solo em diferentes sistemas de preparo de solo. 23
Tabela 2-Vantagens e desvantagens da monocultura......................................33
Tabela 3- Vantagens e desvantagens da rotação de cultura............................34
SÚMARIO
1.INTRODUÇÃO....................................................................................14
2. REFERENCIALTEÓRICO...............................................................3. OBJETIVO.........................................................................................15
4. DESENVOLVIMENTO.......................................................................16
 4.1 Sistema de plantio direto.........................................................16
 4.2 História......................................................................................16
 4.3 Características do SPD............................................................17
5.BENEFÍCIOS .....................................................................................18
 5.1 Econômico.................................................................................18
 5.2 Ambiental...................................................................................18
6. PRINCIPAIS VANTAGENS DO SPD................................................19
7. PRINCIPAIS DESVANTAGENS DO SPD.........................................20
8.TÉCNICAS DO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO.............................21
 8.1 Ausência do revolvimento do solo............................................21
 8.2 Cobertura palhada.....................................................................22
 8.3 Rotação de culturas...................................................................24
9.MONOCULTURA.................................................................................27
 9.1 Rotação de cultura x monocultura...........................................27
10. MANEJO DE SOLO EM PLANTIO DIRETO x CONVENCIONAL....28
11. DEGRADAÇÃO DO SOLO..............................................................30
12. O CICLO OPERACIONAL..............................................................34
13.REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO.............................................35
14.CONTROLE DE PRAGAS NO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO...37
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................40
16. REFERÊNCIAS...............................................................................41
 1.INTRODUCÃO
Na década de1950, a técnica de plantio direto surgia na Inglaterra e Estados Unidos. Com o Brasil liderando o ranking de produtividade e tendo isso como forte atrativo na economia do país, o sistema de plantio direto teve fácil inserção em território nacional. 
O sistema de plantio direto surgiu devido a necessidade de tornar a agricultura mais sustentável, reduzindo os impactos naturais e diminuindo os custos de produção. O preparo do solo de forma convencional trouxe grandes impactos ao solo, o uso de máquinas agrícolas e o grande manejo levou a uma forte degradação dos recursos naturais, devido a necessidade de conservação dos recursos naturais surgiu o SPD. 
Devido a essa necessidade de tornar mais sustentável a produção agrícola, aproveitando mais a área do plantio e minimizando os custos com a produção, mão de obra e insumos, o plantio direto é tido como a melhor alternativa para a sustentabilidade da agricultura.
2.REFERENCIAL TEÓRICO
No início dos anos 70, como método alternativo de preparo de solo para controlar as erosões nas lavouras cultivadas com sucessão de culturas, o sistema de plantio direto (SPD), foi introduzido no Brasil, simultaneamente na propriedade rural e na pesquisa (KOCHHANN, 2000).
Com crescente difusão entre os agricultores, dispondo-se de sistemas adaptados a diferentes regiões brasileiras e aos diferentes níveis tecnológicos, o SPD é uma tecnologia conservacionista que teve seu maior desenvolvimento na década de 1990. Atualmente o Brasil é líder mundial no uso do sistema, ocupando mais da metade de sua área plantada. Citando o SPD como um dos principais responsáveis pela evolução na viabilidade da agricultura, devido aos efeitos sobre a capacidade produtiva do solo, maior tolerância à ocorrência de veranicos, possibilidades de mais cultivos e de sistemas integrados, conferindo sustentabilidade a atividade agrícola e por consequência ao produtor (SALTON, 2012).
Sendo esse sistema, segundo HECKLER; SALTON (2002), uma pratica que objetiva a conservação química e física dos solos, conceituado como forma de manejo conservacionista envolvendo uma serie de técnicas destinadas ao aumento da produtividade e conservação e melhoramento continuo do ambiente, o qual fundamenta-se na ausência de revolvimento do solo, em sua cobertura permanente e na rotação de culturas.
Tal sistema representa um enfoque revolucionário na agricultura, substituindo as aplicações de preparo do solo que vem sendo aperfeiçoadas durante muitos séculos. Considerado uma tecnologia de ponta, o SPD segue a lógica das florestas, assim o material caído das arvores se transforma em fonte de nutrição para o solo e evitando ao máximo sua perturbação, garantindo a proteção permanente da terra (LANDERS, 2005).
Baseado no conceito de sistema agrícola produtivo, a fertilidade do solo assume grande abrangência, expressa por parâmetros químicos e físicos, como: acidez, disponibilidade de nutrientes e nível de matéria orgânica, armazenamento e fornecimento de água, armazenamento e difusão de calor e permeabilidade ao ar, à agua e às raízes (basicamente regido pela estrutura do solo) os quais apresentam respostas ao SPD. Pois ele não mobiliza o solo, não fraciona e também não desarranja agregados no perfil do solo, nem estimula a oxidação acelerada da matéria orgânica. Contribuindo diretamente para sua agregação, melhoria da estrutura e disponibilidade de nutrientes. (KOCHHANN, 2000).
O cultivo sucessivo com a utilização inadequada de implementos agrícolas, afeta a estrutura do solo, gera perdas por processo erosivo e redução da capacidade de troca catiônica, traz a implantação do SPD como uma das formas de minimizar os efeitos negativos mencionados, entre eles redução da perda de matéria orgânica (SOUZA, 1998)
Os fatores que contribuem para ganho de produtividade das culturas em SPD estão relacionados com a melhoria física, química e biológica do solo. Produtos como grãos e fibras provindos de lavouras em SPD apresentam melhor qualidade que os do sistema convencional, as vagens do feijão cultivados em SPD por exemplo não tocam o solo, produzindo assim, grãos sem manchas e nesse o sistema, o algodão apresenta plumas mais limpas, devida ausência de poeira ou terra (SALTON; HERNANI; PITOL, 1998).
A cultura do milho, segundo ACOSTA (2009) apresenta maior deficiência de N em SPD do que em plantio convencional. O mesmo autor que neste mesmo sistema, passou a apresentar colmos mais finos e menores tamanhos de espigas, refletindo em maior índice de quebramento de colmos e em menor produtividade de grãos. Problema esse, segundo o autor, associado à taxa de mineralização de matéria orgânica e consequente liberação do N no solo.
 3.OBJETIVO
Neste trabalho apresentamos as principais características do sistema de plantio direto. Com esse estudo verificamos os benefícios vantagens e desvantagens sobre o sistema de plantio convencional, verificando sua viabilidade.
Analisar os impactos positivos em relação ao meio ambiente foi o principal objetivo desta pesquisa. Descobrir como ele atua na conservação do solo, diminuindo erosões e o tempo para essa redução. A eficácia da rotação de culturas, aliada a cobertura morta para a fertilidade do solo foi um fato importante a ser estudado.
Outro fato analisado foi a gestão financeira do plantio direto e as adaptações necessárias para iniciar o mesmo, e seus retornos positivos. 
4.DESENVOLVIMENTO 
4.1 Sistema de plantio direto
O sistema de plantio direto, conhecido como SPD é uma forma de manejo de cultura conservacionista, nele são aplicados técnicas para se obter o aumento na produtividade, conservando os recursos naturais que nos sistema de plantio convencional é bem desgastante .Nesse sistema buscamos não revolver o solo e fazer a rotação de cultura que são manejos indispensáveis para a conservação dos recursos naturais.(EMBRAPA, 2005)
O sistema o plantio é feito sobre os restos da cultura anterior, fazendo com que esses restossirvam de camada protetora do solo, uma camada que irá proteger e armazenar nutrientes, fertilizantes e aditivos. Por esses e outros fatos como não preparo do solo (aragem e gradagem) ele atua na área socioeconômica garantindo a sustentabilidade da atividade agrícola. (FEBRAPDP,2000)
4.2 História
Os primeiros experimentos do sistema de plantio direto surgiram em 1950, na Inglaterra e Estados Unidos através de pesquisas da ICI (Atualmente Syngenta), o SPD foi introduzido pouco depois nos Estados Unidos e de lá se espalhou para vários países do mundo. Foi no início dos anos 70 que começou as primeiras experiencias brasileiras com o sistema de plantio direto. O estado do Paraná foi o percussor da tecnologia no país. O primeiro plantio que se tem notícia foi feito na região de Rolândia, no norte do estado, pelo produtor Herbert Bartz, em 1973.
O sistema d plantio direto surgiu quando houve a necessidade de tornar mais sustentável a produção agrícola. Diminuindo os custos com insumos e melhorando o aproveitamento da área de plantio. 
O sistema de plantio direto teve grande evolução nos últimos anos. (GRÁFICO 1)
Gráfico1; Evolução do SPD nos Brasil nos últimos anos, FEBRAPDP, 2019
4.3 Características do SPD
-No sistema de plantio direto o plantio (sementes e adubação) é feito diretamente no solo não revolvido, através do uso de máquinas. O mínimo de mão de obra, maquinário ou braçal é menor por esse motivo, o que leva a uma redução no custo de produção em relação ao sistema de plantio convencional. (’Ageitec: Agência Embrapa de informação tecnológica ,2005)
-O aumento da quantidade de matéria orgânica no solo é uma das características marcantes do SPD. Esse aumento se dá devido a ausência da preparação do solo. (SILVA, Evelise, 2018)
-A rotação de cultura é uma técnica muito utilizada no SPD, e consiste na alternância de plantio das culturas em determinado local em diferentes tempos com o objetivo de conservar o solo. (PENA ALVES, Rodrigo, 2020)
-Com a cobertura morta a evaporação do solo é reduzida. Assim, a retenção de água é maior, podendo representar uma economia de até 30% de água em algumas áreas de irrigação de produção em áreas de seca.(EMBRAPA,1998)
 
5.BENEFÍCIOS
5.1 Econômico
No SPD existem várias maneiras que proporcionam melhoria para os gastos com a lavoura. Uma delas é que requer menos mão de obra pois evita o manejo do solo para o plantio, assim tendo menor infra- estrutura em relação a uso de maquinários, reduzindo gastos com combustível e hora de trabalho. (TRECENTI, Ronaldo, 2009)
Outra economia do produtor é o gasto com fertilizantes e afins. A cobertura morta evita que a chuvas levem os agregados do solo com a enxurradas, isso consequentemente leva o solo a armazenar mais nutrientes, fertilizantes, corretivos se comparado ao sistema de plantio convencional, ou seja evita que o produtor tenha gastos maiores com esse fator. (TRECENTI; Ronaldo, 2009)
5.2 Ambiental
O SPD tem demonstrado vários pontos positivos em relação ao meio ambiente. A eliminação do processo de preparo de solo (aragem e gradagem) reduz em 70% o uso de combustíveis, e isso gera a redução na emissão de gases poluentes. Com a retirada desse processo também diminuímos o problema de erosão, possibilitando a produtividade nas áreas degradadas. (FAVARIM, José Laércio; HERNANI, Luiz Carlos; 2009) 
Outro benefício do SPD é a absolvição de água pelo solo e transportando aos aquíferos, assim mantendo-os carregados. (FAVARIM, José Laércio; HERNANI, Luiz Carlos; 2009) 
Em relação a palhada, ela auxilia na redução da temperatura do solo, com essa redução dá se o aumento de macro e micro-organismos que recompõem a fauna e flora. A palhada também aumenta o teor de matéria orgânica e diminui a necessidade de irrigação pois a palhada conserva o solo úmido. E ainda temos como benefícios a redução do uso de fertilizantes que desgastam o solo e redução no uso de herbicidas, pois a palha é uma forte barreira que impede o desenvolvimento de plantas daninhas. (FAVARIM, José Laércio; HERNANI, Luiz Carlos; 2009) 
 
6.PRINCIPAIS VANTAGENS DO SPD
 
O sistema de plantio direto apresenta grandes vantagens sobre o sistema de plantio convencional, entre eles destacando:
-Diminuindo os impactos das gotas da chuva sobre o solo, através da palhada
-Regula a temperatura do solo, controle feito pela palhada.
-Conserva a umidade, pois a palha absorve e retém a água.
-Melhora a estruturação do solo, através do aumento da matéria orgânica e sua qualidade.
-Aumento de energia que são essenciais para micro-organismos. 
-Diminui a perda de água e solo disponível nas plantas. 
-Promove maior atividade microbiológica do solo. (FREITAS, Flávia. 2019)
 
7.PRINCIPAIS DESVANTAGENS DO SPD
Apesar das diversas vantagens apresentadas pelo SPD, devemos analisar também as desvantagens antes de implantar esse método:
-Necessidade de maior conhecimento técnico, a implantação desse método exige acompanhamento de um técnico no assunto.
-Enraizamento superficial das plantas, ou seja, raízes que ficam somente na cobertura morta, sem atingir o solo.
-Necessidade de tempo para atingir os resultados, os resultados aumentam com o passar do tempo de implantação da técnica.
-Umidade excessiva em casos de lugares com clima úmido ou solo com pouco permeabilidade.
-Alto custo em caso de ataque de ervas daninhas. (FREITAS, Flávia. 2019)
8.TÉCNICAS DO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO
 8.1 Ausência do revolvimento do solo
O revolvimento do solo é normalmente é utilizado no sistema de plantio convencional, em países de clima temperado. Essa técnica busca preparar o solo deixando-o mais apropriado ao plantio e por consequência exterminar plantas daninhas. Porém essa prática expõe o solo aos efeitos do clima, principalmente as chuvas, causadoras de erosões. (FIGURA 1)
Figura 1: Manejo de solo em sistema de plantio convencional: Perivaldo Matheus Cerrado,2019
No SPD a ausência ou mínimo revolvimento do solo (FIGURA 2) seja por aragem ou gradação, aliada a cobertura de solo pelos restos de culturas traz ganhos químicos, principalmente em relação ao aumento da matéria orgânica.
Figura 2:Manjeo de solo em sistema de plantio direto: Aline Mariele Conrado,2019
Segundo estudo feitos por Muzilli (1983) e Pavan (1985) se comparado ao sistema de plantio convencional há um aumento de 27% do teor de matéria orgânica em uma camada de 0 a 10 cm. 
A maior características do SPD é a capacidade de aumentar a matéria orgânica do solo, ao longo da adoção dessa técnica de plantio. O aumento nos estoques de matéria orgânica, é dependente de vários fatores, tais como: Quantidade de palha, tipo de rotação adotada, grau de revolvimento do solo, clima da região e doses de fertilizantes aplicadas na lavoura. (Machado e Silva, 2001). 
O aumento da matéria orgânica é uma consequência tanto da mineralização mais lenta do SPD, como também devido ao menor contato, que limita a ação dos micro-organismos e seus aliados responsáveis por esse processo e pelo maior acréscimo de fitomassa das culturas da rotação e maior preservação do solo, que garante maior proteção da matéria orgânica em relação ao ataque de micro-organismos.( HERNANI, Luiz Carlos, SALTON, Júlio Cesar, 2000)
No SPD o solo somente é manejado durante o plantio, quando se abre sulcos para a colocação das sementes e fertilizantes (AZEVEDO, Júlia,2020)
 
8.2 Cobertura palhada 
O objetivo das plantas de cobertura é manter o solo coberto, seja pela cobertura morta ou viva. Temos outros benefícios como: aumento de nutrientes, redução de insetos pragas e doenças, controle de perdas de solo e fertilizante, e apesar de todos esses benefícios as plantas de cobertura são ainda pouco exploradas.(ALVARENGA, R.S; CABEZAS, W.A.L; CRUZ, J.C; SANTANA, D.P, 2001)
As plantas utilizadas na cobertura viva necessitam de algumas características como: Capacidade de produção de matéria seca em grande quantidade, alta taxa de crescimento e resistência, fácil manuseio e sistema radicular forte para absorver nutrientes.(ALVARENGA,R.S; CABEZAS, W.A.L; CRUZ, J.C; SANTANA, D.P, 2001)
Após a colheita de uma cultura um dos produtos finais são os restos culturais ou palhada. A presença da palhada é fundamental para o sucesso do SPD. Para um bom resultado a palha deve cobrir 80% do solo. Cobertura palhada em cultivo de milho (FIGURA 3)
Figura 3: Cobertura palhada em cultivo de milho: Capeche, Claudio Lucas, 2012
A palhada serve de camada protetora do solo, minimizando os efeitos do clima (chuva, vento, sol). Em relação aos efeitos da chuva, a palhada auxilia na redução dos impactos das gotas da chuva no solo, o que evita a desconstrução dos agregados do solo, e assim como consequência aumenta a infiltração de água no solo. (TRECENTI, Ronaldo, 2011)
Em relação aos efeitos dos raios solares, a palhada reduz a evaporação da água, regula a temperatura (favorecendo a germinação das plantas) e a amplitude térmica dos raios, e protege contra o deslocamento das raízes no caso de ventos fortes. Com a decomposição da palhada, ela incorpora matéria orgânica ao solo, assim sendo necessária uma maior e mais rica atividade microbiana, o que permite maior reciclagem de nutrientes. (TRECENTI, Ronaldo, 2011)
A cobertura com resíduos vegetais, desempenha um papel fundamental de conservação do solo e da água, sendo assim o SPD é tipo de sistema que tem menor perda de água e solo (Tabela 1). 
Tabela1: Perdas de água e solo em diferentes sistemas de preparo de solo: Schicks, 2017
 Benefícios da cobertura morta (Palhada) 
-Em relação a palhada ela é a melhor forma de reduzir temperaturas. Os raios solares, aliada a baixa umidade deixam o solo desprotegido, matando agentes que realizam atividades indispensáveis para a manutenção e sobrevivência de agentes vegetais e animais. A palhada regula a temperatura do solo, amenizando as horas mais quentes do dia. (HECKLER, J; SALTON, JC; 2002)
-A palhada impede também o impacto direto das gotas da chuva no solo, com isso diminuindo a erosão do solo. Principalmente em terrenos com alta declividade e consequentemente protege fontes de água de contaminações. (HECKLER, J; SALTON, JC; 2002)
-Aumenta o teor de matéria orgânica do solo, e assim atua diretamente na fertilidade do solo. (HECKLER, J; SALTON, JC; 2002)
-Aumenta a biodiversidade, aumenta o equilíbrio ecológico e por fim diminui o aumento de pragas e doenças. (HECKLER, J; SALTON, JC; 2002)
 8.3 Rotação de cultura
A rotação de cultura é uma técnica comum utilizada pelos agricultores na lavoura, aliada ao sistema de plantio direto (SPD). Essa técnica corresponde a plantação de diferentes espécies em uma mesma área e em um mesmo período do ano. 
A rotação de culturas está cultivando diferentes culturas periodicamente no espaço de terra. A rotação é definitiva quando as colheitas tem uma ordem fixa e ocorre na rotação fixa. Quando eles não apenas se repetem em uma ordem fixa, mas também em intervalos regulares.
A rotação é de extrema importância para a agricultura, tanto para sustentabilidade, quanto para a diversificação de alimentos.
Objetivos
O objetivo dessa técnica é conservar e diminuir a degradação do solo. Para isso aconteça é necessário diversificar as culturas, e escolher as espécies com diferentes objetivos.
Melhorar a fertilidade do solo é outro objetivo da rotação. A troca de espécies cultivadas faz com que as necessidades nutricionais sejam supridas. Essa prática de rotacionar as culturas favorece na diminuição do surgimento de pragas, sendo assim a rotação quebra o ciclo.
Importância da rotação de cultura
Sustentabilidade é o principal propósito da rotação de culturas. Com essa prática temos a conservação das características essenciais do solo, o que promove o maior tempo de uso do solo e consequentemente o aumento de produtividade. Essa técnica é usada prevenir futuros danos, porém não serve como remediação de solo já degradado.
Vantagens
A rotação de cultura apresenta vários benefícios, o produtor pode contar com uma produção diversificada por causa das alternâncias de cultivos, por alternar também melhor as características do solo. Outro ponto positivo é o aumento de matéria orgânica e o consequentemente o aumento de produtividade.
Desvantagem
Apesar de apresentar muitos benefícios, a rotação de cultura também apresenta alguns pontos negativos. Entre eles o fato de ser necessário um técnico para auxiliar na implantação, e tempo para se adquirir o retorno dos benefícios do sistema.
Benefícios 
Como benefício tem se a produção diversificada de culturas, melhorando as características físicas, químicas, e biológicas do solo. O auxílio no controle e na redução de ocorrência de plantas daninhas, doenças e pragas. Temos também a reposição da matéria orgânica que protege o solo contra a ação dos agentes climáticos, aumentando a estabilidade da produção.
Principais objetivos da rotação de culturas 
-Conservação do solo
-Melhoria e manutenção da fertilidade do solo,
-Melhor aproveitamento do maquinário e mão de obra,
-Diminuição de pragas, doenças e plantas daninhas,
-Aumento do teor de matéria orgânica,
-Estruturação e descompactação do solo,
-Estabilização da produtividade das espécies cultivadas
Alternar as culturas traz diversos benefícios, como a produção diversificadas e a conservação do solo, existem diversas formas de rotacionar as culturas, cabe ao agricultor escolher a que mais o beneficiara. 
Exemplo de rotação de culturas (FIGURA 4)
Figura 4: Exemplo de rotação de cultura :Michael Elkan, 2019
9.MONOCULTURA
Monocultura é o plantio somente em uma única área, sendo mais comum em latifúndios, propriedades rurais de grande extensão exploradas por meio de técnicas de baixa produtividade. Geralmente esse tipo de plantio causa o empobrecimento do solo. (SOUZA, Rafaela, 2018)
9.1 Rotação de cultura x monocultura
A monocultura é uma técnica diferente da rotação de cultura, enquanto a rotação busca fazer rodízio de cultivo, promovendo a conservação do solo. A monocultura consiste no cultivo de somente uma cultura, normalmente essa técnica causa o desgaste do solo. (SOUZA, Rafaela, 2018) (TABELA 2)
 
MONOCULTURA
	Vantagens 
	Desvantagens 
	Fácil planejamento
	Dependência das condições climáticas 
	Facilidade na mecanização 
	Degradação do solo
	Mão de obra simplificada e eficiente 
	Redução da produtividade
	Apenas um pico de trabalho 
	Exigência da época de repouso
	Comercialização fácil
	Declínio do rendimento das culturas 
	Facilidade de crédito
	Maior sustentabilidade a ervas e plantas daninhas
	
	Dependência do preço do mercado
Tabela 2:Vantagesn e desvantagens da monocultura, A autora, 2020
ROTAÇÃO DE CULTURA
	Vantagens
	Desvantagens
	
	
	Não depende tanto das condições climáticas
	Dificuldade de planejamento.
	Conserva o solo
	Difícil mecanização.
	Tem maior produtividade
	Mão de obra especializada e com necessidade de gerenciamento.
	Não é necessário descanso sem cultura
	Diversos picos de trabalho.
	Facilidade no controle de pragas, doenças e plantas daninhas 
	Comercialização por meio de cooperativas.
	Conservação do rendimento das culturas 
	Dificuldade de créditos para cultura de menores expressões comerciais.
	Tem menos dependência das oscilações do mercado 
	
	Maior equilíbrio sanitário
	
Tabela 3:Vantagens e desvantagens da rotação de culturas, A autora, 2020
10.MANEJO DE SOLO EM PLANTIO DIRETO x CONVENCIONAL
O preparo de solo consiste em fazer o manejo para iniciar o plantio, é um processo de extrema importância para a agricultura e para a produtividade da lavoura. É através do manejo que definimos o tipo de plantio que será utilizado. As principais diferenças do SPD e SPC consistem nesse manejo de solo.(FREITAS, Flávia ,2019)
Sistema de plantio convencional:
 Consiste na aração (técnica de inversão de camadas) e gradagem (técnica que consiste em deixar o solo plano, rompendo os terrões deixados pela aragem). As vantagens dessa técnica de manejo são: fazer o revolvimento do solo, a fim de evitar a compactação do solo, por consequência também fazo corte e enterro de plantas daninhas e ajudam no controle de pragas, aproveitando durante o manejo para se fazer a aplicação de corretivos e fertilizantes. (FREITAS, Flávia ,2019)
Já as desvantagens surgem pois o excesso de revolvimento deixa o solo desprotegido, causando a lixiviação. A lixiviação é como uma lavagem do solo, levando os nutrientes e causando a infertilidade do solo. O SPC também favorece a erosão nos solos e causa maior gasto financeira pelo uso de máquinas e implementos. Devido ao processo de manejo o tempo para iniciar um plantio é maior em relação a outros sistemas de plantio. (FREITAS, Flávia ,2019)
Sistema de plantio direto: 
Essa técnica é conservacionista, pois não é necessário o preparo de solo, ou seja dispensa aragem e gradagem. Essa técnica busca diminuir os impactos negativos que outras formas de cultivo trazem ao solo. (FREITAS, Flávia ,2019)
 Após a colheita da cultura anterior, os restos culturais são picados, após esse processo se iniciar o plantio as semente e fertilizantes são depositados em sulcos ou valetas no solo durante a abertura da mesma para plantio. Esse é o único processo feito no solo. O não revolvimento aliada a rotação de culturas, formação e manutenção da palhada ou cobertura morta são os principais fatores do plantio direto. (FREITAS, Flávia ,2019)
Esse sistema necessita de um cuidado maior após a implantação, pois a cobertura morta é um ambiente propício para alojamento de pragas. (FREITAS, Flávia ,2019)
Analisando os fatos observa se que o sistema de plantio direto, além de agregar para a conservação do meio ambiente, preservando o solo, principal componente para a agricultura também auxilia para o aumento da produtividade. (FREITAS, Flávia ,2019)
Em termos financeiros o sistema de plantio convencional se destaca pelo menor uso de herbicidas para o controle de pragas, reduzindo assim os custos com esses produtos, porem tem uso intensivo de máquinas e implementos que trazem gastos e provocam degradação do solo. Contrariando o SPD que dispensa o manejo de solo, máquinas e implementos, porém tem gastos com controle de pragas e doenças.(FREITAS, Flavia, 2019)
Em questão ambiental , o SPC tem maior desgaste dos recursos naturais ,o SPD é um sistema de plantio para preservação do mesmo. (FREITAS, Flávia ,2019)
11. DEGRADAÇÃO DO SOLO
O processo de degradação causa a perda de nutrientes do solo. São vários os fatores que causam esse processo de degradação, podendo ser fatores naturais ou por ações humana inadequadas. (GUERRA, Antônio J. Teixeira, 2004) 
As principais causas da degradação são:
 Lixiviação: Ela é provocada pelas chuvas intensas e desmatamento (Figura 5). A Chuva quando cai no solo carrega os nutrientes para as camadas mais profundas, empobrecendo o solo e dificultando o nascimento dos vegetais. O processo de lixiviação é intensificado pela ação humana e pode tornar o solo infértil. (RIBEIRO, Amarolina, 2020)
Figura 5: Chuva intensa causadora de lixiviação: Amarolina Ribeiro ,2020
Esgotamento do solo (Figura 6): É provocada principalmente por práticas agrícolas incorretas. Pelo uso do solo sem tratamento correto, com apenas um tipo de cultura, causando a infertilidade. (GUERRA, Antônio J. Teixeira, 2004) 
Figura 6 :Esgotamento de solo: Agência Lusa ,2018
Erosão: (FIGURA 7) é o desgaste natural devido chuva, ventos ou atividades humanas que causam remoção do solo. Por exemplo: excesso de práticas de cultivo, exploração do solo, Irrigação, desmatamento e urbanização. (RIBEIRO, Pablo Lacerda, 2019)
Figura 7: Solo com erosão avançada :Pensamento verde,2017
Laterização (FIGURA 8): É um processo que causa a formação de uma camada dura de hidróxido de ferro ou alumínio na superfície do solo. É principalmente causada pela decomposição das rochas. (PENA, Rodolfo F Alves, 2018)
Figura 8: Solo com laterização :sustentável. Minas Jr, 2019 
Voçorocas (FIGURA 9): Geralmente ocorrem em regiões com presença de fortes chuvas. O solo sem a proteção vegetal forma grandes sulcos. (VASCONCELOS, Eliseu, 2007)
Figura 9: Exemplo de voçorocas: Clube de engenharia, 2014
Uma das consequências da degradação do solo é a infertilidade ou a baixa concentração de nutrientes, dificultando ou inviabilizando a prática da agricultura. (SINIMBU, Fernandes, 2017) 
 A degradação pode causar a aceleração do processo de desertificação em determinadas áreas e a desfiguração das paisagens naturais. Esse processo ainda pode causar deslizamentos, provocando soterramentos, bloqueando estradas ou soterramento de residências e habitantes. (SINIMBU, Fernandes, 2017) 
Um solo não degradado é rico em nutrientes essenciais para a produtividade da terra e para o sistema agrícola, além de ser um importante reservatório de água e servir de habitat para inúmeras espécies de animais e micro-organismos. (SINIMBU, Fernandes, 2017) 
De acordo com a organização das nações unidas (ONU), cerca de 33 % da terra encontrada no planeta já é considerada infértil, um índice considerado alto. (CARDILLO, Marita Féres; BESSA, Flávia 2018)
Para evitar a degradação do solo devemos adotar medidas que visão sua preservação afim de restaurar ou manter a fertilidade e a produção agrícola responsável. Já a degradação de solo causada por seres humanos é preciso uma maior conscientização social, para promover o manejo sustentável da terra e de seus recursos materiais. (CARDILLO, Marita Féres; BESSA, Flávia, 2018)
Algumas das soluções para o problema de degradação do solo são;
-Plantio correto: Plantar em épocas chuvosas, com sementes de boa qualidade é fundamental para evitar a perda de nutrientes e aproveitar a infiltração de água, retendo a umidade e facilitando a penetração. (BARUSELLI, Marcos Sampaio, 2004) - Manejo adequado: Adubação, manutenção da matéria orgânica e planejamento da rotação de cultura são manejos essenciais. (BARUSELLI, Marcos Sampaio,2004)
-Rotação de cultura: Fazer a rotação das espécies de vegetais promove a diversificação do cultivo e melhoramento das características do solo, auxiliando na reposição da matéria orgânica, controle de ervas daninhas e na proteção contra agentes físicos de intemperismo. (BARUSELLI, Marcos Sampaio,2004)
12.O CICLO OPERACIONAL
O Sistema de plantio direto utiliza do plano PDCA (Planejar, desenvolver checar e agir), que é uma ferramenta administrativa, sendo grande responsável na gestão de qualidade nos sistemas de produção. Essa ferramenta quando introduzida na mecanização do SPD permite que o produtor possa ter um melhor planejamento de plantio, rotação, cobertura utilizada etc.(PECHE, Afonso Filho, 2007)
Analisar a área a ser introduzida o sistema de plantio direto é o primeiro passo, prestando atenção nas encostas e vertentes, problemas com as possíveis erosões do solo, fertilidades do solo, infestação de plantas invasoras etc. (PECHE, Afonso Filho, 2007)
 O agricultor deve resolver todos esses problemas antes de iniciar o plantio. Recomenda-se iniciar essa correção do solo no outono, pois é uma época de poucas chuvas fortes, logo após introduzir uma cultura de inverno que auxiliara como cobertura para o primeiro plantio direto. (PECHE, Afonso Filho, 2007)
PLANEJAR: Analisar a técnica, o local a ser implantado o sistema, maquinários, mão de obra, sementes, rotação utilizada etc.
DESENVOLVER: Treinamento de mão de obra, execução do preparo, plantio
CHECAR: Verificar o desenvolvimento das espécies, conservação do solo, controle de irrigação 
AGIR: Analisar as etapas anteriores e corrigir os problemas e evitar danos na colheita da lavora. (FERREIRA, Caio,2019)
FIGURA 10: Ciclo operacional do SPD
FIGURA 10: Ciclo operacional do SPD, Afonso Peche Filho, 2007
13.REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO SPD
Os agricultores que desejam iniciar a implantação do plantio direto devem procurar, antes disso, auxílio de um técnico no assunto, pois esse sistema apresenta situações específicas em que a solução requer experiências anteriores.
Para o sucesso do SPD, são necessários os seguintes requisitos.
- QUALIFICAÇÃO DO AGRICULTOR.
Por setratar de um sistema complexo, é exigido que o agricultor tenha um conhecimento mais amplo e domínio de todas as fases do sistema, envolvendo o manejo de mais de uma cultura e, muitas vezes, uma associação de agricultura e pecuária. Ainda se exige um acompanhamento mais rígido da dinâmica de pragas e doenças e plantas daninhas, uso de fertilizantes e das modificações causadas ao ambiente na medida que o sistema é implantado.
- GERENCIAMENTO E TREINAMENTO DE MÃOS DE OBRA.
Tem a necessidade de maior treinamento de mão de obra, especialmente em relações às pessoas que irão operar máquinas do sistema, como semeadoras, pulverizadoras e colhedeiras e realizar os tratos culturais.
- BOA DRENAGEM DE SOLOS UMIDOS COM LENÇOL FREÁTICO ELEVADO.
É necessário para que os solos sejam aptos ao sistema, pois o plantio direto já promove um aumento da água no solo, isso pode agravar o problema de excesso de umidade em solos com drenagem deficiente.
- ELIMINAÇÃO, ANTES DA IMPLANTAÇÃO, DE COMPACTAÇÃO OU DE CAMADAS ADENSADAS.
A presença de camadas compactadas no solo, geralmente resultantes do uso inadequado de arados ou grade aradora, que causam problemas que podem reduzir a produtividade. Como no plantio direto não há o revolvimento do solo, a eliminação dessas camadas compactadas deve ser realizada antes da implantação do sistema.
- NIVELAMENTO DA SUPERFÍCIE DO TERRENO.
Esse é um problema comum em áreas de pastagens degradadas. Existem no mercado plantadora /semeadoras com sistema de plantio que permite acompanhar o microrrelevo do solo. Entretanto, o ideal é o preparo prévio da área.
- COBERTURA DE SOLO.
É um dos requisitos mais importantes para o sucesso do plantio direto por afetar praticamente todas as modificações que o sistema promove. É também um dos requisitos mais variáveis entre diferentes regiões, pois as opções de exploração agrícolas do solo dependem das condições climáticas, bem como da disponibilidade de informações relativas a espécies alternativas e a épocas de semeadura em cada local.
- CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS.
As plantas daninhas deverão ser identificadas e devem receber um controle específico antes de iniciar o SPD.
Para o sucesso desse sistema e usufruir dos benefícios que ele proporciona, tem que seguir alguns requisitos como: o agricultor deve ser qualificado e ter conhecimento e domínio de todas as fases deste sistema; os operários devem ser treinados e qualificados; lençóis freáticos elevados devem ter uma boa drenagem, é um requisito necessário para que esses solos sejam próprio para esse sistema; nivelar a superfície do solo deixando homogenia sem sucos e valetas a superfície do terreno; como não tem o revolvimento do solo, deve corrigir a acidez na superfície do solo antes de iniciar o plantio; nivelamento da fertilidade na faixa de média a alta, as correções dos teores de fósforo e potássio são necessários antes iniciar o plantio, o agricultor deve manter os níveis de fertilidade na faixa alta e estabelecer um programa de adubação e reposição; cobertura do solo os restos culturais devem cobrir 80% da superfície do solo, sendo o requisito mais importante do SPD; ausência de queima de distribuidor de restos culturais principalmente para a cultura de algodão; uso do picador e do distribuidor de palhas nas colhedoras, para melhor distribuição dos restos culturais; controle de plantas daninhas, deve identificar essas plantas e ter um controle específico antes de iniciar o plantio direto; eliminação de plantas daninhas perenes, este tipo de plantas daninhas são de difícil controle e com o uso do plantio direto, sua infestação pode piorar, por isso é importante erradicar antes de iniciar esse sistema. (Cruz et AL., 2001)
O sucesso ou insucesso da implantação ou plantio direto depende, além desses requisitos básicos, da capacidade gerencial do produtor e de sua experiência no manejo de diferentes culturas que farão parte dos sistemas de rotação e ou de sucessão de culturas.
14.CONTROLE DE PRAGAS NO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO
O controle de praga e doenças é fundamental, tanto no sistema de plantio direto como no convencional. O ato de revólver o solo utilizado no SPC ajuda no controle de plantas daninhas, como o SPD não possui revolvimento esse controle acaba favorecendo o crescimento de plantas subterrâneas, o controle delas deve ser feito através do uso de herbicidas. A palhada também cria condições favoráveis a sobrevivência e multiplicação de algumas pragas e doenças (TRECENTI, Ronaldo, 2010)
A distribuição de sementes de boa qualidade, tratadas com fungicidas é uma prática obrigatória para o sucesso do SPD. Esse processo aliado a rotação de culturas minimizam os problemas de ataque de pragas, pois A diversidade de culturas faz com que a palha de uma cultura seja eliminada pelos organismos decompositores do solo, ou seja não continua o processo. Quanto mais heterogênea for a rotação, menor o aparecimento de pragas. (TRECENTI, Ronaldo,2010)
15.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sistema de plantio direto (SPD) se destaca em relação ao sistema de plantio convencional, pois traz agilidade praticidade aliada a ganhos ambientais, econômicos e sociais.
Na conservação dos recursos materiais ele é o sistema que mais apresenta retorno. Também traz ganhos econômicos para o produtor, e ao mesmo tempo auxiliando para maior produtividade da lavoura. O sucesso do SPD consiste no planejamento do sistema, se bem implantado traz diversos benefícios.
Analisando os dados, conclui que SPD apresenta mais vantagens do que desvantagens. Por esse aspecto o sistema de plantio direto é mais viável e de fácil implantação, e a cada cultura o produtor só tem a ganhar com a implantação desse sistema. 
16. REFERÊNCIAS
CRUZ, José Carlos; ALVARENGA, Ramon Costa; VIANA, João Herbert Moreira; PEREIRA FILHO, Israel Alexandre; ALBUQUERQUE FILHO, Manoel Ricardo; SANTANA, Derli Prudente. ‘Sistema de plantio direto do milho ‘’Ageitec: Agência Embrapa de informação tecnológica ,2005.  
Boletim Informativo da FEBRAPDP, Julho/ Setembro de 2000. 13.
SILVA, Evelise Martins; ‘’Tudo o que você precisa saber sobre plantio direto’’; 1 de outubro de 2018.
PENA, Rodrigo Alves; ‘Rotação de culturas’ A rotação de culturas é importante para repor os nutrientes do solo e conservar o espaço agrícola. 
SALTON, Júlio Cesar; HERNANI, Luiz Carlos; FONTES, Clarice Zanoni: Livro: Embrapa ‘500 perguntas 500 respostas- sistema de plantio direto’. 1998
TRECENTI, Ronaldo. “Sistema sustentáveis de produção”, sistema de plantio direto. 2009
FREITAS, Flávia, Sistema de plantio: direto x convencional. 18 de fevereiro de 2019 
LAMA, Fernando Mendes ‘’Artigo- plantas de cobertura: O que é isso?’’; 25.09.2017
TRECENTI, Ronaldo. ‘’Sistema de plantio direto’’, Jornal dia de campo. Disponível em: https// Díadecampo.com.br/zpublisher/ materiais.htm.
MUZILLI, O. Influência do sistema de plantio direto, comparado ao convencional, sobre a fertilidade da camada arável do solo. R. Bras. Ci. Solo, Campinas, v.7, n.1, p.95-102, 1983.
SIDIRAS, N.; PAVAN, M.A. Influência do sistema de manejo do solo no seu nível de fertilidade. R. Bras. Ci. Solo, Campinas, v.9, n.3, p.249-254, 1985.
HERNANI, Luiz Carlos, SALTON, Júlio Cesar; ‘’matéria orgânica ‘‘ ,EMBRAPA 2000
AZEVEDO, Júlia; ‘’Plantio direto revolucionando a agricultura’’ 2020
 ALVARENGA, R.S; CABEZAS, W.A.L; CRUZ, J.C; SANTANA, D.P, ‘Plantas de cobertura de solo para sistema de plantio direto’, Embrapa milho e sorgo, 2001
TRECENTI, Ronaldo; ‘Importância da palhada no plantio direto, faça chuva ou faça sol’’ 02.01.2011 
HECKLER, J; SALTON, JC; ‘’Palha: fundamento do sistema de plantio direto’’ EMBRAPA, 2002
PECHE, Afonso Filho; ‘’Mecanização do sistema de plantio direto’’, 2007
FERREIRA, Caio; ‘’O que é PDCA? aprenda agora e aplique o ciclo’’ 18.06.19
TRECENTI, Ronaldo ‘’Manejo de doenças e pragas no sistema de plantio direto’’ 2010 
FAVARIM, José Laércio; HERNANI, Luiz Carlos; ‘’Benefício do sistema de plantio direto’’ 2009
GUERRA, Antônio J. Ferreira ‘’Degradação do solo’’2004
RIBEIRO, Amarolina,‘’O que é lixiviação do solo’’ 2020
RIBEIRO, Pablo Lacerda, ‘’Erosão do solo :Causas, consequências e como evitar’’
PENA, Rodolfo F Alves. ‘’Laterização do solo’’ 2018
SINIMBU, Fernandes. ‘’Degradação do solo pode prejudicar milhões de brasileiros’’ 2017
CARDILLO, Marita Féres; BESSA, Flávia; ‘’Degradação do solo é tema de palestra da Embrapa no Fórum Mundial da Água’’ 22.03.2018
BARUSELLI, Marcos Sampaio, ‘’Para evitar degradação’’ 2004
SOUSA, Rafaela. "Monocultura"; Brasil Escola.