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RUPREME Definição · Ruptura prematura das membranas ovulares antes do início do trabalho de parto · A termo (após as 37 semanas) ou pré-termo (antes de 37 semanas); · Patogênese desconhecida - desequilíbrio entre metaloproteases (degradam o · colágeno) e inibidores dessa enzima; · O período de lactância (tempo entre a RUPREME e o início do TP) é inversamente · proporcional à idade gestacional. · A ruptura prematura de membranas é a ruptura do âmnio que ocorre antes do início do trabalho de parto, independentemente da idade gestacional. Fatores de risco · Rupreme prévio (recidiva 16 a 30%) · TPP · Infecção (Strepto B, Clamidia, Gardnerella) · DPP · Colo curto · Polidrâmnio · Corioamionite · Gemelaridade · Anormalidades uterinas (ex.: útero didelfo) · Sangramento vaginal anteparto · Cerclagem · Tabagismo Complicações · Infecção intra amniótica (sepse neonatal, endometrite pós parto) · Oligodrâmnio - hipoplasia pulmonar · Compressão ou prolapso de cordão (quando a bolsa se rompe a o cordão desce na frente do bebê, comprime o bebê contra o colo uterino e pode matar) · DPP – descolamento prematuro de placenta (ao se esvaziar diminui a pressão interna que ajuda a manter a placenta fixada). · Apresentação fetal anômala. · Parto prematuro - disfunção respiratória, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante, retinopatia da prematuridade · Para ter o desenvolvimento dos pulmões, precisa ser preenchido por líquido amniótico, se não tem vai acontecer uma disfunção respiratória. Diagnóstico · História: perda súbita de líquido amniótico pela vagina ou perda intermitente de pequenas quantidades. Diagnóstico diferencial - urina, leucorreia. · Exame físico - exame especular: saída de LA (líquido amniótico) pelo orifício cervical externo espontaneamente, durante a manobra de Valsava ou manobra de Tarnier (elevação da apresentação e compressão do fundo uterino por via abdominal). Ultrassonografia: evidencia redução do LA em 50 a 70%. LA reduzido não significa RUPREME, principalmente se não houver US recente. · Perda atípica: perda súbita de líquido amniótico pela vagina em pequena quantidade (mais difícil de fazer o diagnóstico) dá um forro seco para a paciente para colocar na vagina e pede para ela caminhar por 2 horas, se estiver úmido ou molhado, pode pensar no diagnóstico de ruptura · Líquido amniótico reduzido no US não é sinônimo de ruptura! Pode ser malformação do aparelho urinário do bebê; vasculopatia placentária (aumento da resistência na circulação materna) - QUESTÃO DE PROVA · Evidência de infecção: febre, dor abdominal - sugestivo de infecção amniótica, deve começar ATB · Deve ser administrado corticoide também quando a paciente chega em trabalho de parto. → Não há limite máximo para se esperar o parto. · Quando há bolsa rota mas sem trabalho de parto se leva a gestação até onde for possível, até que a mãe ou o bebê descompensem. · Menor de 24 semanas é um bebê inviável, deve orientar a alta chance de infecção e a baixa chance de sobrevivência (os pais devem resolver se querem abortar ou continuar). · Vai ter uma hipoplasia pulmonar (não tem líquido o suficiente para ter um desenvolvimento adequado). · No exame físico é preciso colocar o especulo e ver se está saindo líquido. · Se não há saída de líquido – fazer de valsalva – aumentar pressão abdominal interna para ver se sai líquido. · Azitromicina 500mg 12/12h, Amoxicilina VO se a paciente vai ficar em um tempo mais prolongado até o nascimento. · Se já estiver em trabalho de parto: Ampicilina EV 4/4h até o nascimento. Prematuridade Conceitos e epidemiologia · Nascimento pré-termo - entre 20o e 37o semanas (ou < 259 dias DUM); · Se é abaixo de 20 semanas, não é prematuro, é aborto. · Taxas crescentes: 5 a 8%; Brasil: 12,3%; · Espontânea (TPP ou RUPREME - 80%) ou eletiva (complicações materna e/ou fetais). · Eletiva é quando a mãe ou o bebê tem complicação que precisa fazer o parto antes; · Extrema (<28 semanas), grave ou moderada (28-32 semanas), tardia (>32 e <37 semanas); · Quanto menor a IG ao nascimento, maior a morbimortalidade perinatal (maior os problemas que o bebê vai ter depois); · Complicações do nascimento pré-termo representam a principal causa de morte em crianças < 5 anos. → Terão complicações imediatas e complicações tardias. Fisiopatologia · Estágio final de uma doença multifatorial. · 5 mecanismos básicos: · Inflamação - cervicite, corioamnionite (pode ter um abscesso dentário ou uma ITU e causar uma inflamação placentária; · Estresse materno ou fetal - liberação CRH(hormônio liberador de corticotropina). · Estresse orgânico, não emocional. · Modificações cervicais (gemelares, polidrâmnio) que são um estímulo a liberação ocitocina e CRH; · Quanto mais ocitocina circulando, maior o número de contrações e modificação de colo. · Trabalho de parto franco. · Isquemia placentária - vasculopatia decidual (PE) → pré-eclâmpsia (aumento progressivo ao fluxo placentário, gera uma hipóxia crônica que leva a um parto prematuro) · Hemorragia Fatores de risco · História de TPP (parto prematuro em gestação anterior) - 20% 1 TPP prévio, 40% com 2 TPP prévio; · Gestação múltipla - 50-70% (quanto mais fetos, maior o risco); · Colo curto 25mm no 2o semestre (via transvaginal - se mede do orifício cervical externo ao interno); · Anormalidade uterinas (miomas, septos); · Hemorragia anteparto recorrente (especialmente a placenta prévia); · Sepse (ex.: abscesso dentário); · Cirurgias abdominais durante a gestação (ex.: apendicite, colecistectomia, torção de ovário); · Vaginose bacteriana (gardnerella ou outras bactérias ou fungos visualizados no exame especular ou vista no resultado do CP mesmo que a paciente não tenha queixa se faz tratamento); · Bacteriúria assintomática → solicitar EQU em todos os trimestres da gestação. Se urocultura positiva, mesmo assintomática, deve ser tratada; · Polidrâmnio; · Infecção periodontal (abscesso dentário. Deve orientar consulta ao dentista durante a gestação para evitar esse tipo de complicação. · Pode fazer tratamento de canal, extração de dente ou outros procedimentos, a partir de 12 semanas, inclusive com o uso de anestesia local sem vasoconstritor); · Anemia; · Tabagismo; · DSTs; · Doenças crônicas(pulmonares e cardíacas). Diagnóstico · Clínico → contrações regulares + modificação de colo uterino; · Pelo menos 3 contrações em um intervalo de 10 minutos. Cada contração dura pelo menos 40 segundos. · Pcte com contrações, porém colo fechado – pode evoluir para modificações de colo e fazer prematuridade. · Medida de colo (US); · Teste da fibronectina fetal (é uma proteína produzida pelo feto que é possível detectar na secreção vaginal materna). → PROVA · Teste de swab coletado do fundo do saco vaginal – de estiver presente na cavidade vaginal, ela foi liberada de dentro do útero – indicação de risco de parto prematuro. · Exame não disponível no nosso serviço para ser feito de rotina. · Dilatação: orifício interno que deve abrir · Modificação de colo - abertura de canal, abertura de orifício externo (não significa uma dilatação). No colo normal o canal deve ser visto apenas uma linha hipoecogênica Caso clínico Paciente 32 semanas chega ao CO referindo contrações e dor em baixo ventre, sem perda de líquido ou sangramento. Ao exame obstétrico, observam-se 3 contrações em 10 minutos, com duração de 40 segundos cada uma. BCF 144bpm, movimentação fetal presente, realizado exame de toque que mostrou colo 80% apagado, com 3cm de dilatação, bolsa íntegra, apresentação cefálica O que fazer? Internar! · Essa paciente precisa internar. · Monitorar bem estar materno e fetal · Acesso venoso → hidratação ajuda a reduzir as contrações · Avaliação para evolução de trabalho de parto prematuro. – indicações para sedar trabalho de parto. · Solicitar SEMPRE: hemograma, EQU, urocultura e pesquisa de Streptococos do grupo B (nem sempre vem o resultado antes do parto). · Primeiro: rastrear contraindicaçõespara detenção do parto - ou seja contraindicação de manter o bebê dentro da mãe. · Absolutas: · HAS não controlada; · PE grave; · DM não controlado; · DPP; · Infecção ovular; · Doença CV ou renal grave; · Paciente com IR com 3 de creatinina – tentativa do corpo de preservar o feto – não posso sedar o parto. · Anormalidades fetais incompatíveis com a vida; · Anencefalia. · Trissomia do 13 - Patau · Morte fetal; · Estado fetal não tranquilizador → FC feto > 80 bpm; · Taquicardia acentuada. · Bradicardia acentuada. · IG ≥ 36 semanas → chance de complicações pequenas. · Relativas – acima de 34 semanas – não se seda mais. · HAS controlada; · CIUR (crescimento intra uterino restrito) → o momento de interromper é quando tiver uma alteração de doppler com sinal de sofrimento fetal; · DM controlado; · RUPREME; · Aloimunização Rh (vai acompanhando com doppler até ter alteração); · Sangramento materno com instabilidade hemodinâmica (posterga o parto para que tenha uma estabilidade hemodinâmica); · Doença CV ou renal controlada; · IG ≥ 34 semanas → se tiver UTI neonatal pode ser feito o parto. · Individualizar a conduta, dependendo do quadro clínico. · Depois de evidenciar que a paciente não tem condições de manter o trabalho de parto – usar topolíticos – por 48horas, Lara dar tempo útil para realização de corticoterapia e transferência da paciente para centro terciario. · Nifedipina – droga de escolha. · Dose de ataque de 30 mg · Dose de 20 mg de 6/6, e vai diminuindo. · Até 48 horas. · Salbutamol – não é mais utilizada como primeira escolha. · Indometacina via retal – não se usa mais. · Não pode usar depois de 32 semanas. · Corticoide – principal fator para redução da mortalidade neonatal. · Indicação formarl – fazer quando há risco de nascimento nos próximos 7 dias. · Age em pneumocistos tipo 2, estimulando eles a produzir surfactantes. · Betametasona 24 mg IM – 12 em um dia e 12 no outro. · Dexametasona 4 doses. · Utilizar de IG menor que 34 semanas · Entre 34 e 37 semanas, dose única de corticoterapia. (Controverso) · Paciente diabética – faz corticoide abaixo de 37 – hiperglicemia materna. Neuroprotecao fetal · Sulfato de magnésio em trabalho prematuro de parto abaixo de 32 semanas · Manter até o nascimento ou por até 48 horas se não houver parto. · 4g EV. · Monitorar diurese. · Verificar frequência respiratória – intoxicação. Antibiótico terapia · Indicação de profilaxia para estrepto B. · Paciente com coleta positiva. · Coleta indicada a partir da 35ª semana. · Paciente sem coleta. · Paciente com coleta a mais de 5 semanas. · Ampicilina 1g EV de 4 em 4 horas até a hora do parto. · Rupreme - < 34 semanas, sem trabalho de parto · Com trabalho de parto · Azitro · Ampi Assistência ao parto · Verificar bem estar fetal – cuidado com acidose. · Via de parto obstétrica – bebês abaixo de 28 semanas se beneficiam de cesárea eletiva – risco de trauma. · Também depende da apresentação do bebê, placenta prévia. Prevenção · Paciente que já vem com contração ou com colo curto. · Não precisa deixar a paciente em repouso – sem evidência científica. · Deixa-se a paciente em repouso apenas porque pode gerar mais desconforto. · Mas repouso não possui alteração sobre trabalho de parto prematuro. · Hiper-hidratacao. · Cerclagem cervical – pacientes com incompetência istmo-cervical, sem contraindicações. · Progesterona (Trogestan ®) é usada até 36 semanas (no livro é apenas até 34). · Via vaginal mais eficaz – 200mg por dia · Pessario cervical – para pacientes com colo curto – segurar o trabalho de parto até 34, 36 semanas. Complicações a longo prazo. · Displasia pulmonar, asma, bronquiolite, hipertensão pulmonar. · Paralisia cerebral, retardo do neurodesenvolvimento, hidrocefalia, deficiência auditiva. · Hipertensão crônica. · Doenças metabólicas na vida adulta. · Anemia. · Alteração do Doppler: alteração da diástole (redução até zerar ou inverter). Quanto tiver uma alteração de ducto venoso deve fazer o parto.