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Resumo de Direito Internacional Público UNIP Ribeirão

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1. CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL 
Trata-se de um conjunto de direitos que regula as relações da sociedade internacional, dos 
sujeitos internacionais. 
1.1. CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL 
a) Universal: abrange todos os entes/sujeitos do direito internacional; 
b) Paritária: igualdade jurídica art. 2º Carta das Nações Unidas; 
c) Aberta: nenhum Estado é obrigatória a se relacionar. Não há necessidade de 
manifestação. 
d) Anárquica / descentralizada: parte da soberania do Estado. Sem a exigência direta 
de cumprimento não é superestado (não possui poderes). 
A atuação decorre de cada sujeito internacional e não de um governo (presidente). 
e) Direito originário: não se fundamenta em outro direito positivo. 
Cada sujeito internacional possui um código a ser respeitado e seguido, visto que 
o Direito Internacional é um Direito. 
A sociedade internacional é diferente de comunidade internacional. No primeiro caso há 
uma relação de suportabilidade entre os sujeitos internacionais enquanto essas relações 
são convenientes. No segundo caso, os sujeitos internacionais se unem em razão de 
identidade de interesses. 
1.2. BASES SOCIOLÓGICAS 
a) Pluralidade de Estados soberanos: o direito internacional existe em razão da 
pluralidade de Estados soberanos, visto que a existência de apenas um não 
implicaria na existência do direito internacional. 
b) Comercio Internacional: havendo comércio entre vários Estados são necessárias 
normas que regulem as relações existentes. 
c) Princípios Jurídicos Coincidentes: ou seja, são princípios comuns aos Estados. 
Exemplo: pacta sunt servanda e boa-fé. 
 
1.3. FATO HISTÓRICO: RELATIVIZAÇÃO DA SOBERANIA ESTATAL 
A Paz da Westfália, foi um movimento histórico importante, visto que mudou o 
paradigma da soberania estatal. Em 1948, houve o fim da Guerra dos Trinta anos, 
reconhecendo a independência da Suíça e Holanda. Ou seja, foi reconhecida a soberania 
estatal e não admissão de ingerência externa. 
Mas a soberania continua absoluta? Não, ela é relativizada. Os Estados, ao participarem 
das reuniões internacionais, se submetem à eventual acordo que venha a ser firmado entre 
os sujeitos internacionais. 
Outro fator importante a ser mencionado é a conferência da Paz em Haia, no ano de 1899, 
que trouxe soluções pacíficas das controvérsias internacionais. É um dos fundamentos da 
CF/88, solução pacífica dos conflitos (sem guerra). 
Por fim, após o fim da 1ª Guerra Mundial, os sujeitos internacionais assinaram um tratado 
de paz, este conhecido como tratado de Versalhes. O objetivo era evitar guerra, mas 
falhou com a ocorrência da segunda guerra mundial. Assim, após o fim da segunda guerra 
mundial, os sujeitos internacionais se reuniram e criaram a ONU, que trouxe um novo 
acordo chamado “Carta de São Francisco”. 
2. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
O artigo 38 do Estatuto da CIJ (Corte Internacional de Justiça), que é meramente 
exemplificativo, dispõe sobre as fontes do Direito Internacional Público. 
a) Costumes: o costume é a prática reiterada de um determinado comportamento. 
Esse costume possui dois elementos: I - material; II - subjetivo. 
 
I - Material: repetição ao longo do tempo de determinado comportamento. Pode 
ser uma repetição mediante ação ou omissão. 
II - Subjetivo: convicção de que assim se procede não sem motivo, mas por ser 
necessário, justo e jurídico. 
 
Extinção do costume: o costume pode chegar ao fim por meio de tratado mais 
recente que o codifica (se tornando tratado) ou revoga (proíbe); pelo desuso 
(deixar de praticar reiteradamente); pelo surgimento de um novo costume. 
 
b) Princípios Gerais de Direitos: Princípios aceitos pela maioria dos Estados. 
Ex.: não agressão, solução pacífica de controvérsias entre Estados, 
autodeterminação dos povos, coexistência pacífica, desarmamento etc. 
Tendência: ampliação dos princípios, visto que se houver cumprimento, o Estado 
tende a reforçar ainda mais aquele princípio. 
 
c) ATOS UNILATERAIS 
Legitimidade: Estados (sozinho). 
Os atos unilaterais são praticados por um Estado sozinho, sendo que o mais comum é o 
acordo em conjunto. A tomada dessa decisão não pode ferir a moral internacional nem a 
norma imperativa do DIP (Jus Cogens). 
Ex.: leis e decretos com que cada estado determina, observados os limites próprios, a 
extensão de ser mar territorial, o regime de seus portos, ou a navegação de suas águas 
interiores para estrangeiros. 
c.1) CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS UNILATERAIS 
I – Ato tácito: a omissão do outro Estado significa a aceitação deste. Mas, deverão ser 
observados os seguintes requisitos para entender como aceitação: 
a) Que o Estado que guarda silêncio conheça o fato; 
b) O interesse jurídico do Estado no fato; 
c) A expiração de um prazo razoável (não se sabe qual o prazo). 
II – Ato expresso: protesto pode ser escrito ou oral. O protesto tem por fim defender os 
direitos de quem protesta. O protesto evita a criação de uma norma jurídica, mas ele 
mesmo não cria uma. 
Denúncia: surge quando um Estado denuncia um tratado e se retira dele (formula: 
denúncia = tratado {D+T}); 
Renúncia: ocorre quando um sujeito de direito internacional, voluntariamente abandoa o 
seu direito. A manifestação de vontade deverá ser inequívoca. (formula: renúncia = direito 
{R+D}). 
Reconhecimento: reconhece uma situação já preexistente. Natureza declaratória. 
d) DECISÕES DA OIs 
Decisões jurídicas + políticas. 
d.1) Nomenclatura e eficácia 
Resoluções, recomendações, declarações, diretrizes. O significado e seus efeitos variam 
conforme a entidade. 
Há decisões que se tornam imediatamente obrigatórias para os Estados membros, como 
é o caso do orçamento. 
e) JURISPRUDÊNCIAS E DOUTRINA 
Fontes subsidiárias. 
A jurisprudência internacional é formada pelas: 
I – Decisões arbitrárias; 
II – Decisões judiciárias; 
III – Pareceres consultivos da CIJ (para alguns autores) 
Doutrina: dos publicistas mais qualificados das diferentes nações. Segurança do consenso 
doutrinário. 
f) ANALOGIA E EQUIDADE 
Não são propriamente fontes. Não constituem uma maneira pela qual se manifesta a 
norma jurídica internacional. São métodos de raciocínio jurídico para nortear o julgador. 
f.1) Analogia: aplicar norma jurídica concebida para a situação semelhante, na falta de 
regramento que se ajuste ao exato contorno do caso. É utilizada para preencher lacunas 
do direito. A analogia ainda tem aplicação restrita do DI e não apresenta um papel 
decisivo. 
f.2) Equidade: aplicação dos princípios da Justiça a um determinado caso. Necessidade 
de concordância das partes. Caso contrário, a sentença será nula. A equidade apresenta o 
perigo de ser uma noção imprecisa, bem como conduzir à arbitrariedade. 
 
3. SUJEITOS INTERNACIONAIS 
3.1. Conceito 
Sujeitos internacionais serão todos aqueles que podem atuar, direta ou indiretamente, no 
plano internacional. Tem-se, via de regra, que os entes ou entidades que poderão atuar 
nesse plano são: a) Estados (países); ou b) Organizações Internacionais. 
 
3.1.1. O indivíduo pode ser sujeito do plano internacional? 
Tem-se, como regra, que somente poderá ser sujeito no direito internacional privado. No 
plano do Direito Internacional Público, o indivíduo, excepcionalmente, poderá ser sujeito 
do direito internacional público, direta ou indiretamente, nos Tribunais ou Cortes 
Internacionais. 
Por exemplo, poderá ser autor na Corte Europeia de Direitos Humanos. 
Por exemplo, poderá ser réu no Tribunal Penal Internacional. 
 
3.2. ESTADO 
O Estado é o sujeito clássico ou originário de Direito Internacional Público, visto que ao 
possuir povo, território e governo (elementos constitutivos), o Estados detém 
personalidade para o Direito Internacional Público e poderão exercer os atos permitidos 
pelo DI. 
3.2.1. DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
a) Povo – é o elemento humano do Estado. Comunidade de indivíduos nacionais 
(natos ou naturalizados)que habitem permanentemente o território com ânimo 
definitivo. 
Importante: povo é diferente de população, visto que no primeiro caso tem-se que 
é o conjunto de nacionais (natos ou naturalizados). Já segundo caso, é o povo + 
estrangeiros e apátridas (não possuem nacionalidade). 
b) Território – é o elemento material do Estado. É a fração do planeta em que o 
Estado se assenta com sua população, delimitada por faixas de fronteiras 
formadoras dos limites. 
c) Governo – é o elemento político do Estado. O governo é aquele capaz de decidir 
de modo definitivo dentro do território estatal (capacidade de auto-organização). 
Possui dupla função: I – interna (para o povo e território) e II – externa (âmbito 
internacional). 
3.2.2. RECONHECIMENTO DE ESTADO 
Para que o Estado exista não é necessário o reconhecimento deste. Assim sendo, o 
reconhecimento é importante, mas não é essencial. 
Estado como instituição perene (permanente) e estável. 
A Carta das Organizações dos Estados americanos, que é o tratado constitutivo da OEA, 
em seu art. 13, dispõe que o Estado existe independentemente do seu reconhecimento. 
O art. 14 da mesma carta, dispõe que o reconhecimento significa que o Estado que a 
outorga aceita a personalidade do novo Estado com todos os direitos e deveres que, para 
um e outro, determina o direito internacional. 
3.2.3. Natureza jurídica do Ato 
Discricionária: os demais Estados são soberanos ou não para reconhecer outros Estados. 
Declaratória: reconhece uma situação pré-existente. 
3.2.4. ESPÉCIES DE RECONHECIMENTO 
Expresso: quando o Estado formalmente, através da celebração de um tratado, acaba por 
reconhecer o outro Estado. 
Tácito: Ex.: remessa ou envio de diplomatas. 
Importante: um tratado somente vai reconhecer o Estado se for um reconhecimento mútuo 
bilateral. Assim sendo, para ingressar como estado membro da ONU, faz necessário a 
aceitação pela assembleia geral e o conselho de segurança. 
3.2.5. RECONHECIMENTO DE GOVERNO 
Quando há necessidade? 
a) Independência de um território até então colonial 
b) Manifestação de fenômeno sucessório 
c) Crises políticas institucionais ou revoluções: rompimento das relações entre estes 
Estados até que este volte à normalidade. O não reconhecimento de governo não 
vigora quando a mudança de governo se dá por eleições diretas. 
3.2.6. SUCESSÃO DE ESTADOS 
Regra: princípio da continuidade dos Estados. 
- Capacidade jurídica plena e personalidade jurídica originária. 
Exceção: transformação/sucessão de Estados => essa sucessão dá-se por fusão, 
desmembramento ou transferência territorial. 
3.2.6.1. MODALIDADES DE SUCESSÃO 
a) Fusão, agregação ou incorporação 
I – Fusão: tem-se a existência de dois Estados, que se unem para surgimento de 
um outro Estado A+B = C. 
II – Na agregação (ou incorporação), tem-se dois Estados vem a ser agregado ao 
outro Estado, um Estado deixa de existir e é agregado a outro estado. 
b) Desmembramento: tem-se um Estado que se divide em dois ou mais. 
c) Transferência Territorial: há parcela de um Estado que vai para outro Estado. 
3.2.6.2. DOS EFEITOS JURÍDICOS DA SUCESSÃO 
Os efeitos jurídicos serão analisados com relação a nacionalidade, dos bens públicos e 
das dívidas públicas, cada qual sendo analisada individualmente. 
3.2.6.2.1. DA NACIONALIDADE 
Na fusão, quando um ou mais Estados se fusionam a outro, o estado Fusionado adquire 
nova nacionalidade já que os Estados que foram objeto de fusão “perdem” a nacionalidade 
deles. 
Na agregação (incorporação), a empresa que deixou de existir perde a nacionalidade e o 
Estado remanescente adquire nova nacionalidade. 
No desmembramento os estados que foram divididos em vários outros, cada qual terá sua 
nacionalidade. 
Na transferência territorial, a nacionalidade será a quem foi transferida. 
3.2.6.2.2. DOS BENS PÚBLICOS 
Na fusão, os bens públicos serão direcionados ao estado fusionado. 
Na agregação (incorporação), os bens públicos ficarão com o Estado remanescente. 
No desmembramento, os bens públicos ficarão no território respectivo de cada Estado. 
Na transferência territorial, os bens ficarão para o Estado a quem foi transferido. 
3.2.6.2.3. DA DÍVIDAS PÚBLICAS 
Na fusão, as dívidas ficarão com a empresa fusionada. 
Na agregação, as dívidas ficarão com a empresa remanescente. 
No desmembramento a situação é diferente. Aqui é necessário observar o princípio da 
repartição ponderada da dívida, visto que deverá observar a origem da dívida e dividir a 
responsabilidade para pagamento do débito. 
Na transferência territorial se aplica o mesmo princípio. 
4. DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
Primeiramente é necessário saber a classificação dos tratados internacionais. 
4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
a) Segundo a qualidade das partes – distingue-se entre tratados concluídos entre 
Estados, entre Estados e OIs, e entre OIs. 
b) Segundo o número de partes – a distinção principal: tratados bilaterais e tratados 
multilaterais. 
c) Segundo o procedimento – tratados em forma solene e tratados em forma 
simplificada, aos quais aplicam-se modalidades diferentes de expressão do 
consentimento. 
Exemplo de tratado bilateral: tratado de Tordesilhas (1494). 
4.2. PROCESSO DE CONCLUSÃO 
Não é dizer quando o tratado tem seu fim, mas sim quais são os procedimentos até que 
este possa ocorrer. 
a) Elaboração, adoção do texto e sua autenticação; 
b) Decisão do Estado e se submeter ao tratado; 
c) Notificação internacional dessa decisão; 
d) Entrada em vigor do tratado, conforme à suas disposições. 
Importante: o tratado somente será assinado pelo Estado se ele quiser, tendo em vista que 
o Estado não é obrigado a assinar e dada a sua autonomia. O tratado somente poderá ser 
concluído pela autoridade competente para a referida conclusão. Por fim, os tratados 
deverão ser feitos nos conformes da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados 
(CVDT), celebrada em 22 de maio de 1969 e entrou em vigor em 27 de janeiro de 1980. 
4.2.1. DA ELABORAÇÃO DO TEXTO 
- Plenos poderes para negociar – Art. 7º. 
Plenipotenciário (aquele que detém pleno poder para negociar) (art. 7) – presunção de 
representatividade: chefe de Estado e dos Ministros das Relações Exteriores. Ver art. 7, 
§2º. 
 
- Negociação 
No curso da negociação, projetos de texto são submetidos à discussão, que provocam 
emendas e contra proposições. Sua redação geralmente é feita por experts. 
4.2.1.1. ELEMENTOS FORMAIS DO TRATADO 
Preâmbulo: enumeração das partes e a exposição dos motivos. Por exemplo, o porque o 
tratado está sendo criado (exposição de motivos). 
Valor jurídico do preâmbulo: não tem força obrigatória, mas constitui um elemento de 
interpretação do tratado. 
Dispositivo: corpo do tratado com caráter jurídico obrigatório. Compreende os artigos, as 
cláusulas finais e eventualmente os anexos, sendo que estes se referem a disposições 
técnicas ou complementares relativas a certos artigos do tratado ou ao seu conjunto. 
Cláusulas finais: se referem somente a certos mecanismos do tratado como o 
procedimento de emenda, de revisão, modalidades de entrada em vigor, de extensão do 
tratado a Estados que não fizeram parte da elaboração do texto, duração do tratado, etc. 
4.2.1.2. DA ADOÇÃO DO TEXTO | ASSINATURA 
- Alcance da adoção – A assinatura significa a mera aquiescência do Estado com relação 
à forma e ao conteúdo final do tratado – indica que este é autêntico e definitivo. 
- Entretanto, art. 18 => impõe certos direitos e obrigações ao Estado signatário. O alcance 
dessa disposição deriva do princípio da boa-fé nas relações internacionais. 
- Art. 24, §4º => mas o tratado, uma vez adotado, tem certos efeitos jurídicos. Suas 
cláusulas finais são previstas para se aplicar imediatamente. 
4.2.1.2.1. MODO DE EXPRESSÃO DO CONSENTIMENTO 
Conclusão em sua forma simplificada (a CF do próprio Estado que diz isso); 
O tratado é concluído definitivamente no momentoassinatura; 
- Assinatura = expressam o seu consentimento. 
- A ratificação aqui não se faz necessária. A CV 69 confirma a dupla função da assinatura 
nos arts. 10 e 11. 
- Não são apreciados pelo Congresso, e o tratamento desses acordos varia com o sistema 
constitucional em que se manifestam. 
 
Conclusão em forma solene – Brasil 
- Se caracteriza pela dissociação entre a fase da assinatura e a do consentimento – é 
somente a partir desse 2º ato do Estado que o tratado produz efeitos jurídicos. Art. 14. 
- Art. 11 – A denominação da expressão do consentimento pode ser variada: ratificação, 
aceitação, aprovação, acessão. 
- A ratificação é o ato pelo qual a autoridade estatal mais alta, dotada de competência 
constitucional, confirma o tratado elaborado por seus plenipotenciários, e se compromete 
solenemente em nome do Estado a executa-lo. 
- Cartas de ratificação – processo verbal datado e assinado, e que evita qualquer tipo de 
contestação posterior. Somente o envio dos instrumentos de ratificação é suscetível de 
comprometer definitivamente o Estado. 
- No tocante ao procedimento de ratificação, o DI envia ao direito interno. 
- Brasil: presidente – Congresso Nacional – Presidente. 
- Justificativa da ratificação: princípios modernos do direito público que não admitem a 
delegação de competência + oportunidade de reexaminar o texto antes de se engajar 
definitivamente. 
4.2.1.3. DA ENTRADA EM VIGOR 
- Art. 24 – possibilidade de escolha de entrada em vigor de um tratado aos negociadores. 
- Tratados bilaterais => troca dos dois instrumentos de ratificação. 
- Tratados multilaterais => regra: cláusulas finais ditam certo número de ratificações 
necessárias. Exceção: unanimidade. 
 
4.2.1.4. PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO 
- Obrigatoriedade no plano interno. 
- Poder executivo: “celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a 
referendo do Congresso Nacional”. 
- O poder executivo, após ratificação, promulga o tratado, por meio de decreto do 
Presidente da República, e publica-o no Diário Oficial da União. 
 
4.3. DAS CONDIÇÕES DE VALIDADE DO TRATADO INTERNACIONAL 
- Como todos os atos jurídicos, o tratado é nulo em caso de invalidade. 
1ª Condição: capacidade das partes. 
- Sujeitos de DIP: Estados soberanos art. 6º CV, às Organizações internacionais, à Santa 
Sé e a Outros Entes Internacionais. 
- As OIs têm sua capacidade limitada pelos próprios fins para os quais foram criadas. 
 
2ª Condição: habitação dos agentes signatários plenipotenciários 
- Pessoa não habilitada – não tem efeito legal até que o Estado confirme tal ato. 
- Dispensados dos plenos poderes para a negociação e autenticação dos tratados: os chefes 
de Estado e de Governo, Ministro das Relações Exteriores chefes de missão diplomática 
e representantes acreditados pelos Estados. 
 
3ª Condição: Objeto lícito e possível 
- Caráter objetivo: contradição manifesta entre o conteúdo do tratado e uma regra de 
direito preexistente, de valor hierarquicamente superior. 
- Exemplo: pacta sunt servanda e igualdade soberana dos Estados, seriam normas 
imperativas. 
- Não contrariar moral internacional nem a jus cogens. Não poderá também existir no 
Tratado um objeto impossível de ser executado. 
 
4ª Condição: consentimento mútuo 
- O acordo de vontade entre as partes não deve sofrer nenhum vício. O erro, o dolo e a 
coação viciam os tratados. 
a) Erro: é falsa noção sobre alguma coisa, o consentimento foi viciado porque seu 
autor se enganou, pois pensou que uma coisa era verdade quando não era. 
b) Dolo: art. 49 => não fornece nenhuma definição de dolo, e por isso é alvo de 
silêncio da doutrina. 2 elementos: (1) ter sido praticado por uma parte contratante 
(“fraude de outrem”); (2) seja escusável para a vítima e determinante de seu 
consentimento. 
c) Corrupção de representante de um Estado, art. 50 => ex.: acordos de caráter 
econômico (fornecimento de equipamentos, investimentos). A corrupção, ato 
ilícito, deveria poder ser imputável ao Estado corruptor, nas condições previstas 
pelo direito da responsabilidade internacional. 
d) Coação: conta a pessoa do representante do Estado (art. 51). A ameaça contra a 
pessoa do representante do Estado anula o Tratado. A coação contra um Estado 
pelo uso ou ameaça da força é causa de nulidade do tratado, uma vez que tal fato 
viola a Carta da ONU. 
Ou ainda, quando a coação é praticada contra o próprio Estado, com a ameaça ou 
o emprego da força (art. 52). 
 
4.4. DOS EFEITOS DOS TRATADOS 
- Regra: princípio da relatividade do tratado (art. 34): produz efeitos apenas em relação 
às partes contratantes. 
- Descumprimento acarretar responsabilidade internacional para o Estado. 
- A produção de efeitos apenas em relação às partes contratantes é a regra geral. 
Entretanto, ela apresenta exceções, a saber: 
1ª. Aplicação dos tratados a terceiros Estados com seu consentimento. 
- Art. 35 – Tratados que criam obrigações para terceiros Estados – aqui o consentimento 
deve ser expresso. 
- Art. 36- Tratados que criam direitos para terceiros Estados – presunção de 
consentimento, que só seria destruída pela manifestação de “indicação contrária”. Ex.: 
Cláusula da nação mais favorecida. 
 
2ª. Aplicação dos tratados a terceiros Estados sem seu consentimento: 
- Regimes convencionais oponíveis erga omnes: noção contestada. A última frase do art. 
36, §1º, traz essa implicação. Mas, qual é a base jurídica de tais tratados? 
Crítica. 
- A oponibilidade dos efeitos de um tratado a terceiros Estados vai contra o voluntarismo 
clássico e o interestatismo. Admite-se, mesmo que de forma implícita, empírica e 
fragmentada, a passagem ao superestatismo. 
 
4.5. REVISÃO / EMENDA / MODIFICAÇÃO DE TRATADO INTERNACIONAL 
- Equilíbrio das obrigações que as partes aceitaram em circunstâncias determinadas. 
- Evolução da sociedade e das relações entre seus sujeitos – possibilidade de modificar 
este equilíbrio para adequá-lo a evolução do ambiente internacional. 
 
4.6. TERMINO DE UM TRATADO 
a) Fim previamente pactuado: quando previsto no tratado o seu fim. Ex.: o tratado 
valerá até dezembro de 2020. 
b) Condição resolutiva: países colocam-se em relação a um tratado e combinam que 
o tratado estará findo quando alguma condição for alcançada. Ex.: Brasil e 
Argentina usaram o mesmo petróleo até que possam explorar a mesma quantidade 
diária, quando isto for alcançado, acaba-se o pacto. 
c) Descumprimento unilateral: dá à parte que cumpriu o tratado, o direito de o 
considerar findo. Dever de indenizar por conta do ato ilícito permanece. Sanções: 
represália comercial, embargos, etc. 
d) Denúncia: um instrumento unilateral através do qual um Estado comunica a outros 
envolvidos no tratado que não mais cumprirá as suas normas. 
e) Fim consensual: tratado em vigor pode alcançar o seu fim por vontade das partes 
que vai ser manifestada durante a vigência do tratado. Ex: extinção da Liga das 
Nações. 
f) A extinção da personalidade internacional de uma das partes à um tratado 
bilateral, ou seja, o desaparecimento completo desta parte enquanto sujeito de DI. 
g) Impossibilidade de execução: superveniência de uma situação independente da 
vontade das partes e que torna a execução impossível. Ex.: submersão de ilha, 
secamento de rio. 
 
4.7. DAS RESERVAS 
- Apenas para tratados MULTILATERAIS. 
- Declaração unilateral, qualquer que seja sua redação ou denominação, feita por um 
Estado, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo 
de excluir ou modificar os efeitos jurídicos de certas disposições do tratado em sua 
aplicação a esse Estado. 
- Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, 
formular uma reserva, a não ser que: 
a) a reserva seja proibida pelo trato; 
b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as 
quais não figure a reserva em questão;c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto 
e a finalidade do tratado. 
A reserva é apresentada por escrito pelo Poder Executivo. 
Ser aceita pelas outras partes contratantes. 
Diferente das DECLARAÇÕES INTERPRETATIVAS, que visam apenas precisar o 
sentido de uma disposição. 
Retirada de reserva e retirada de objeção à reserva: livres.

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