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33 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO SUJEITOS: Estados Organizações Internacionais Indivíduos (é possível que demandem os organismos internacionais) *OS INDIVÍDUOS NÃO TÊM PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIP. Isso significa que não podem exercer determinados atos, como por exemplo produzir normas internacionais e nem as aplicar. Ademais, não possuem capacidade para celebrar tratados internacionais Obs: DIP é sinônimo de “direito das gentes” A PAZ DE WESTPHALEN DÁ INÍCIO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ESTADO MODERNO Pós Paz de Westphalen Surgimento do principal sujeito do DIP, qual seja, o Estado O DIP se modifica de maneira vertiginosa a partir da 2ª Guerra Mundial: Surgimento das Organizações Internacionais (ex: ONU) Perspectiva de análise a partir do ser-humano Há a criação de 2 ramos: 1) Direito internacional dos direitos humanos Internacionalização dos direitos a partir dos direitos humanos 2) Direito humanitário Não se pode mais fazer tudo em tempos de guerra A partir de 1948: Proliferação de tratados internacionais Crimes de Guerra: julgados pelo TPI Características marcantes a partir da aludida data: Universalização dos direitos humanos Regionalização (ex: UE) Institucionalização (ex: TPI, Parlamento Europeu) Funcionalização (passa a ter determinadas funções ligadas ao direito internacional) Humanização do Direito Internacional Jurisdicionalização do Direito Internacional (semelhante ao controle de constitucionalidade) Como os órgãos se organizam? A partir de uma SOCIEDADE internacional, e não de uma comunidade FUNDAMENTOS (O que faz com que os Estados se vinculem ao DIP?) 1) Teoria Monista (voluntarista) O que faz com que os Estados tenham que cumprir as normas é a VONTADE O que interessa é a manifestação livre da vontade Crítica: para deixar de fazer parte de um Tratado, bastaria unicamente a vontade do Estado – é um vínculo muito fraco 2) Teoria Objetivista O que vincula os Estados são os TRATADOS Crítica: o que acontece com o Estado que não pactua? Não se vincula e não pode mais se vincular, pois para essa teoria subsiste um impedimento de pactuação posterior 3) Pacta sunt servanda Tratados fazem LEI entre as partes, isto é, uma vez pactuados, devem ser cumpridos, mas há mecanismos para sair dele Tem-se um equilíbrio entre as duas teorias anteriores, pois há o componente volitivo (manifestação das partes) e o componente objetivista (faz lei entre as partes), mas ao mesmo tempo não existe uma vinculação total e irrestrita Outros Estados podem ingressar posteriormente no Tratado Não há vinculação total e irrestrita. Estado pode deixar de fazer parte do Tratado, salvo exceções É A UTILIZADA ATUALMENTE (ART. 26, CONVENÇÃO DE VIENA) DIREITO INTERNACIONAL X DIREITO INTERNO 1) Teoria dualista Direito Internacional é um ramo e o Direito Interno é outro 2 ramos diferentes do Direito que NÃO se comunicam/dialogam Normas de direito internacional não produzem efeitos no âmbito nacional e vice-versa 2) Teoria monista O Direito Internacional e o Direito Interno fazem parte de um mesmo sistema jurídico São 2 ramos, mas há diálogo entre eles Há aplicação direta do Direito Internacional no Direito Nacional 2.1) Monista nacionalista Preponderância do Direito Nacional Na prática, não se aplica o texto do tratado que desrespeitar o texto institucional 2.2) Monista internacionalista (É A UTILIZADA NO DIP) Preponderância do Direito Internacional Ex: pena de prisão perpétua Art. 27, Convenção de Viena 2.3) Monismo internacionalista dialógico “Direitos Humanos” Diálogo entre as fontes de direito e entre os próprios tribunais Seria possível adotar um texto da UE, mesmo não sendo signatário Um dos grandes mecanismos é o controle de convencionalidade, que faz um diálogo entre a convenção interamericana e os textos constitucionais FONTES DO DIP (Art. 38, Corte Internacional de Justiça – CIJ) ROL NÃO É TAXATIVO! Art. 38: a Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; Prática geral: objetivo Sendo direito: subjetivo Para ser considerada costume, a prática deve ser geral, reiterada E considerada Direito (Importante!!!) c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. (NÃO SÃO FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL) Art. 59: A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão. Considerações: Não há hierarquia entre as fontes, mas há uma preferência pelas Convenções (está ligada a uma maior facilidade de se fazer prova de algo que está positivado em um tratado) IMPORTANTE!!! Questão: Há um costume que passa a ser positivado em um Tratado Internacional R: Nesse caso, não deixará de ser costume, porque não vincula apenas os que fazem parte do Tratado, mas sim todos. Norma ius cogens: caso um Estado assine um Tratado que contrarie a norma, este será NULO de pleno direito. Consiste em uma norma imperativa de direito internacional geral (vincula todo e qualquer Estado) Caso a norma ius cogens surgir após o Tratado, este será ANULÁVEL a partir do momento em que a norma entrar em vigor Costume não é mais importante que um Tratado Ius cogens (norma imperativa) é mais importante que um Tratado Todo costume é ius cogens (FALSO) Todo ius cogens é uma norma costumeira (VERDADEIRO) O ius cogens segue sendo ius cogens, mesmo positivado em um Tratado Internacional, assim como o costume TRATADOS INTERNACIONAIS Art. 2º, Convenção de Viena: São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão da referida Convenção ou que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição Convenção de Viena é SÓ entre Estados, e não entre Estados e organismos internacionais Forma: escrita, não há tratado verbal Regidos pelo direito internacional, nunca serão regidos pelo direito interno de um País Nós podemos ter contratos internacionais, mas que não serão regidos pelo direito internacional, mas sim pelo direito interno Espécies de Tratados: 1) Convenção Consenso entre os Estados Normalmente são tratados multilaterais 2) Pacto De um assunto específico (político, econômico...) 3) Acordos Bilaterais ou multilaterais Acordo de forma simplificada ou executivo: Não precisa passar pelo legislativo 4) Declaração Estabelece certas regras e/ou princípios jurídicos 5) Estatutos Estabelecem normas para os tribunais de jurisdição internacional 6) Cartas Estabelecem os instrumentos constitutivos de organizações internacionais 7) Protocolo Normalmente ligado ao resultado de determinada conferência internacional de determinado tema CONDIÇÕES DE VALIDADE DE UM TRATADO 1) Capacidade das partes contratantes No Brasil, a União possui capacidade (Presidente, Ministro das Relações Exteriores, Chefes de Estado, Chefes de Governo). São plenipotenciários, ou seja, não precisam de autorização de outros para celebrarem tratados, de modo que possuem plenos poderes 2) Habilitação dos agentes signatários Semelhante a uma procuração Consiste em uma carta de delegação de poderes, mas apenas quem não é plenipotenciário precisa 3) Consentimento mútuo e forma escrita Vícios de vontade podem aparecem aqui: Erro (anulável) Dolo (anulável) Corrupção de agente (anulável) Coação (nulo) 4) Objeto lícito e possível Lícito de acordo com o direito internacional, mais especificamente com o ius cogens O que determina a licitude ou ilicitudede um tratado é o ius cogens. Se estiver em desacordo, será NULO (objeto ilícito) Art. 7º, 2, Convenção de Viena – PLENOS PODERES Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são considerados representantes do seu Estado: a) os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado; b) os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados; c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão. Todos os referidos nas alíneas são PLENIPOTENCIÁRIOS Acreditado: é quem RECEBE o diplomata Acreditante: é quem ENVIA o diplomata O Estado que celebrar tratado com alguém incompetente não poderá invocar esse descumprimento para não cumprir o tratado. Todavia, se o tratado versasse sobre norma de direito fundamental, o Estado poderia se recusar a cumpri-lo (ex: norma de competência de cláusula pétrea) 4 fases para celebrar um tratado: assinatura, apuração parlamentar, ratificação e promulgação CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS Bilaterais: De 2 a 3 partes (Estados) Não exige consentimento Multilaterais: Matérias de consenso Denominados tratados-lei ou normativos Ex: convenções ESPÉCIES DE TRATADOS Tratados em sentido estrito Devem seguir as 4 fases de celebração de um tratado (tem que obedecer a sequência) Tratados de forma simplificada Necessitam somente da assinatura do acordo – não precisam passar pelo Legislativo Tratados-lei ou normativos Vontade convergente Tratado-contrato* Realizado entre 2 ou 3 Estados, que não tem vontade convergente (assemelham-se à celebração de um contrato) *Tratados executados: Execução imediata a partir da celebração, e não se modifica Situação jurídica é estática, isto é, não se modifica Ex: tratado comercial, o qual cria imediatamente uma situação jurídica *Tratados executórios: Permanentes, demandam atos executórios que se prolongam no tempo QUANTO À POSSIBILIDADE DE ADESÃO Tratados abertos: Depois da entrada em vigor, outros Estados podem aderir Pode haver uma limitação quanto ao número de Estados a aderirem posteriormente Ex: Convenção de Viena Tratados fechados: Não permitem adesão após entrada em vigor do Tratado Tratados transitórios: Criam situações que perduram no tempo, mas a execução deles é imediata Tratados permanentes: A execução se prolonga no tempo Ex: tratados de comércio, extradição Tratados mutalizáveis: São tratados multilaterais em que o descumprimento por um dos Estados NÃO COMPROMETE a execução do tratado frente aos demais que pactuaram Ex: GAT, OMC Tratados não-mutalizáveis São tratados multilaterais em que o descumprimento por um dos Estados COMPROMETE a execução do tratado frente aos demais que pactuaram Ex: Tratado da Antártida Obs: Pode-se dizer que os tratados bilaterais são necessariamente não-mutalizáveis Fase de negociação até a assinatura: podem ser realizadas por qualquer das pessoas elencadas no art. 7º da Convenção de Viena (plenipotenciários ou quem possuir plenos poderes) Dentro da negociação ocorre a adoção do texto Depois da adoção, há a autenticação do texto do tratado. Posteriormente, há a assinatura *A ÚNICA FASE QUE PODERÁ SER REALIZADA APENAS PELO CHEFE DO PODER EXECUTIVO É A RATIFICAÇÃO Adoção do texto (art. 9º, Convenção de Viena) 1) Se não houver uma conferência, aplicar-se-á o parágrafo primeiro, qual seja: “A adoção do texto do tratado efetua-se pelo consentimento de todos os Estados que participam da sua elaboração, exceto quando se aplica o disposto no parágrafo 2” 2) Se houver uma conferência, aplicar-se-á o parágrafo segundo, qual seja: “A adoção do texto de um tratado numa conferência internacional efetua-se pela maioria de dois terços dos Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, pela mesma maioria, decidirem aplicar uma regra diversa” O que se aplica do tratado desde o momento da adoção do texto? R: art. 24, 4, Convenção de Viena: “aplicam-se desde o momento da adoção do texto de um tratado as disposições relativas à autenticação de seu texto, à manifestação do consentimento dos Estados em obrigarem-se pelo tratado, à maneira ou à data de sua entrada em vigor, às reservas, às funções de depositário e aos outros assuntos que surjam necessariamente antes da entrada em vigor do tratado” Autenticação Meramente processual (art. 10, Convenção de Viena) O texto de um tratado é considerado autêntico e definitivo: a) mediante o processo previsto no texto ou acordado pelos Estados que participam da sua elaboração; ou b) na ausência de tal processo, pela assinatura, assinatura ad referendum ou rubrica, pelos representantes desses Estados, do texto do tratado ou da Ata Final da Conferência que incorporar o referido texto. *CASO HOUVER MODIFICAÇÃO DO TEXTO ACORDADO ANTES DA ASSINATURA, ISSO IMPLICARÁ NA ABERTURA DE NOVA NEGOCIAÇÃO Assinatura 3 consequências: 1) Dever de agir do Estado 2) Vontade de se obrigar posteriormente 3) Levar o texto para aprovação interna É um aceite precário e provisório, de modo que o definitivo se dá somente com a ratificação Não vincula o Estado, de modo que serve apenas para dar andamento ao procedimento do tratado Assinatura que vale como ratificação (art. 12, Convenção de Viena) Nesses casos, não haverá a fase posterior de ratificação, tampouco passará pela apreciação do CN, salvo, neste último caso, se for ad referendum O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela assinatura do representante desse Estado: a) quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito; b) quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; ou c) quando a intenção do Estado interessado em dar esse efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação. Para os efeitos do parágrafo 1: a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que os Estados negociadores nisso concordaram; b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quando confirmada por esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado. Ratificação (art. 14, Convenção de Viena) Ato discricionário do Executivo (pode não ratificar e tampouco fundamentar, o que implicará no arquivamento) Não há prazo É o que vincula o Estado É a fase que dá efetivo dever de cumprimento do Tratado, a todo o conteúdo deste Dá-se somente com a comunicação formal aos demais Estados, isto é, quando do depósito do instrumento de ratificação. DESSE MODO, A SIMPLES RATIFICAÇÃO NÃO É O SUFICIENTE PARA QUE O TRATADO ENTRE EM VIGOR NÃO HÁ RATIFICAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL, INTERNA, NACIONAL GERA EFEITOS INTERNACIONAIS Características: Ato externo e de governo (ratificado pelo execitivo) Ato expresso Por escrito Ato político (poder executivo) e circunstancial (leva em conta determinadas circunstâncias) Ato discricionário (pode não ratificar) Ato irretroativo Ato irretratável (depois de ratificar, não pode mais se retratar) Inexistência de prazos gerais (para ratificar, não há nenhum prazo determinado) Existe a denominada ratificação condicional. Nesta é exigido um certo quórum de aprovação (ex: Convenção de Viena, a qual exige 35 ratificações) Adesão (art. 15, Convenção de Viena) Mesma natureza jurídica que a ratificação Impossibilidade de troca de instrumentos de adesão Diferenças: Ratificação: Realizada por um Estado que participa de todo o trâmite do tratado Adesão: Quando o Estado não participa de todo o trâmite do tratado, de toda a formação do texto do tratado Aplica-se somente a acordos multilaterais Para aderir, não precisa o tratadoentrar em vigor (não precisa aguardar a vacatio legis) É necessária a ratificação dos tratados firmados por adesão? Doutrina: NÃO precisa de ratificação após a adesão Na prática internacional: PRECISA de ratificação após a adesão Brasil: Adota as duas possibilidades Ex: Convenção de Viena (o Brasil RATIFICOU) Condições para aderir ao texto do tratado: Autorização do CN (na ratificação também) Depósito da carta/instrumento de adesão (na ratificação também). A partir daqui a adesão valerá RESERVAS (ART. 2º, pár. 1º, “d”, Convenção de Viena) Ato unilateral de um Estado – “este artigo do tratado não quero que se aplique a mim” DI FINAL DAS NEGOCIAÇÕES ATÉ A RATIFICAÇÃO É POSSÍVEL OPOR RESERVAS O próprio legislativo pode opor, não é exclusivo do executivo NÃO SE APLICA A TRATADOS BILATERAIS NÃO SE APLICA A TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS Quando os tratados silenciarem sobre a possibilidade de reservas, é necessário outros Estados aceitarem. Podem rejeitar Limites das reservas (art. 120, Estatuto de Roma) Pode haver um tratado que permita a oposição de reservas com exceção de alguns artigos Não é possível opor reservas contra normas ius cogens (nunca podem ser contrariadas) Procedimento das reservas (art. 23, Convenção de Viena) Oposição de reservas é retratável, deve ser feita por escrito Pode ser retirada a qualquer momento, sem consentimento de outro Estado No momento da ratificação, a reserva que foi feita na assinatura deve ser confirmada É possível aderir com reservas Considerações: Ver arts. 20 e 21, pár. 3º, Convenção de Viena Regra geral: se o texto do tratado silenciar sobre as reservas, estas devem ser aceitas, salvo se forem contrárias ao objeto e finalidade do tratado “A” opõe reserva contra “B”. O tratado entrará em vigor, apenas a controvérsia não se aplicará. Denominada regra pan-americana Não cabe reserva em tratado não-mutalizável O PRÓPRIO CN PODE OPOR RESERVA AO TEXTO DO TRATADO, MAS NÃO PODE EMENDÁ-LO. APENAS O EXECUTIVO PODE EMENDAR EMENDAS DE TRATADOS MULTILATERAIS (art. 40, Convenção de Viena) Não podem descaracterizar o objeto/finalidade Emenda é uma modificação de texto, logo os Estados devem concordar, se alguns não concordarem, teremos 2 tratados vigorando: o original e o emendado Se quem aderir silenciar, aderirá a ambos. Para aderir a um ou a outro, devem manifestar expressamente NO BRASIL, QUALQUER EMENDA DEVE PASSAR PELO LEGISLATIVO (CN) Quando se emenda um tratado, há a criação do tratado emendado e manutenção do tratado original Considerações: a) Entre os Estados que não assinaram, vigora o original b) Entre um Estado que assinou e outro que não assinou, vale o texto original sem a parte emendada Entre os Estados que assinaram, vale o tratado emendado Ex: há 100 artigos e 50 Estados. Destes, 25 concordaram em emendar 40 artigos. Estes só vigoram para quem aceitou, então entre os 25 que não concordaram vale o original; entre todos os 50 vai valer a parte original menos a emendada (ou seja, 60 artigos); e entre os que aceitaram a emenda, vale o novo texto emendado (ou seja, os 100 artigos, com os 40 emendados) O Brasil opôs reserva ao art. 25 da Convenção de Viena, de modo que este não se aplica ao País. O art. 25 versa sobre a aplicação provisória dos tratados. Considerando que o Brasil opôs reserva, não há necessidade de se aplicar provisoriamente o texto do tratado A reserva foi oposta em razão do art. 49, I, CF, que prevê que todos os tratados devem ser submetidos ao CN INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS Caso seja necessário interpretar texto de tratado, em razão de um entendimento d a Corte Internacional de Justiça o faz Critérios: a) Boa-fé (art. 31, pár. 1º, C.V) Deve-se observar o sentido comum do termo, sempre levando em consideração o contexto de pactuação do tratado, à luz de sua finalidade e objetivo b) Finalidade/objetivo De acordo com o parágrafo 4º, não é vedado, de comum acordo, dar um sentido diferente a um termo, mas isso deve ficar acordado Nos tratados bilaterais, normalmente a questão controversa é em relação à linguagem (risco de palavras que possuem significados distintos nas 2 línguas). Desse modo, geralmente se ratifica o tratado nas 2 línguas, e o comum é também ratificar uma 3ª versão numa 3ª língua (normalmente francês ou inglês), e aí se houver alguma dúvida, recorre-se a essa 3ª versão CAUSAS DE ANULABILIDADE DOS TRATADOS 1) Irregular consentimento da parte Ex: O Estado consentiu, mas não foi obedecido o procedimento na feitura (ex: passa no CN, mas não tem aprovação de 3/5) 2) Erro (art. 48, pár. 1º, CV) Tem-se uma situação em que se supõe existir na hora de pactuar (acredita naturalmente), mas ela na realidade não existe 3) Dolo (art. 49) Quando se incorre em um erro, mas por fraude Se um Estado cooperou para que o erro ocorresse, ele não pode invocá-lo, porque é dolo Há uma conduta ilícita 4) Corrupção de agente (art. 50) – plenipotenciários; representantes dos Estados Ex: oferecimento de dinheiro Obs: APENAS O ESTADO QUE FOI VÍTIMA DE UMA DESSAS 4 CAUSAS PODE ALEGÁ-LA; OS DEMAIS NÃO PODEM ALEGAR EFEITOS EX NUNC CAUSAS DE NULIDADE DOS TRATADOS 1) Coação Pode ser do representante (art. 51) ou do Estado (art. 52) Efeito ex tunc Do representante: Repercute somente entre os 2 Estados Efeito inter partes Do Estado: Quando se tem um ilícito internacional, e isso repercute entre todos os Estados. Há a denominada “guerra de agressão” Efeito erga omnes IUS COGENS E NULIDADE DOS TRATADOS (art. 65 a 68) Somente os Estados que fazem parte do tratado tem legitimidade para alegar essa invalidade A Convenção de Viena é toda ius cogens A vontade das partes é inoponível à nulidade, pois nada resiste à norma ius cogens Notificação: prazo de até 3 meses para resolver os atos dos tratados (devem voltar ao status quo ante), salvo se for algo que demande urgência (arts. 65, 67, 68) 1ª situação: ius cogens é anterior ao tratado Nesse caso, o tratado será nulo, com efeito ex-tunc Mesmo se somente um artigo do tratado for contrário à norma ius cogens, será inteiramente/totalmente nulo, isto é, não há aproveitamento de partes do tratado 2ª situação: ius cogens é posterior ao tratado Nesse caso, o tratado será nulo, com efeito ex-nunc Nesse caso, pode-se aproveitar o texto do tratado que não contraria a norma ius cogens Não é um caso de invalidade, mas de extinção do tratado 3ª situação: tratado é anterior à Convenção de Viena Tudo o que está na Convenção de Viena já era ius cogens antes dela, então a Convenção de Viena prevalecerá de qualquer forma EXTINÇÃO DOS TRATADOS Formas: 1) Expiração do termo convencionado Ex: “esse tratado tem validade de 10 anos” 2) Execução integral do objeto do tratado Obrigação de fazer 3) Tratado posterior que extingue o anterior Devem ser pactuados entre os mesmos Estados, versarem sobre a mesma matéria, mas com posicionamentos diversos (art. 59, pár. 1º) 4) Condição resolutiva Quando cumprida a condição, extingue-se o tratado Deve haver previsão expressa no tratado A extinção não decorre do número reduzido de Estados que por ventura sobrarem, salvo se expresso Ex1: Tratado de Varsóvia (art. 11) Ex2: art. 8º, pár. 2º, Convenção sobre Direitos Políticos da Mulher 5) Impossibilidade superveniente (art. 61) Ex1: tratado bilateral entre 2 Estados, no caso de 1 destes perder sua condição de Estado Ex2: Brasil celebra um tratado de aliança com Argentina e Uruguai. Celebrado o tratado, Argentina e Uruguai entram em guerra Ex3: Brasil celebra com a Argentina um tratado. Ainda em sua vigência, Brasil e Uruguai celebram outro tratado sobre a mesma matéria, regulamentando a questão de maneira distinta. Violação do princípio da boa-fé. Extingue-se ambos os tratados, pois se contradizem IMPORTANTE! O rompimento de relações diplomáticas entre 2 Estados representa necessariamente a extinção do tratado? R: NÃO SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE UM TRATADO (art.57) A suspensão pactuada entre 2 Estados não pode prejudicar os demais Caso que prejudicaria: suspensão de uma alíquota Caso que não prejudicaria: questão apenas procedimental ou de pagamento DENÚNCIA Consiste na vontade de um dos Estados de se retirar do tratado Tratado bilateral: Haverá a extinção Tratado multilateral (art. 56, Convenção de Viena) Dependendo da natureza do tratado, não pode se retirar (ex: tratado de direitos humanos). Caso seja um tratado de direito comercial, pode se retirar Prazo: 6 meses a 1 ano para acomodar (resolver) a denúncia Dentro desse prazo, é possível o Estado denunciante se retratar Passado o prazo de acomodação, não é mais possível se retratar. No entanto, poderá o Estado aderir ao Tratado posteriormente COLETIVIDADES INTERESTATAIS Organizações Internacionais Tem capacidade de pactuar tratados A Convenção de Viena é entre Estados As organizações internacionais necessariamente são relacionadas a Estados Vinculação dessas coletividades interestatais ao Estado: se o Estado se retira, essas organizações não têm mais personalidade jurídica? R: Elas são uma composição jurídica que se originam desses Estados (não possuem uma personalidade jurídica própria) COLETIVIDADES NÃO ESTATAIS 1) Beligerantes Decorrerá de uma revolta popular ARMADA gigante contra o governo, a qual se transforma em uma guerra civil, de modo que é necessário haver o RECONHECIMENTO INTERNACIONAL Ex: Revolução Sandinista da Nicarágua, no final de década de 70 A AL-QAEDA não se enquadra aqui, haja vista que não surge como uma revolta popular, mas sim como um grupo terrorista 2) Insurgentes Há uma revolta popular contra o governo, mas que não alcança grandes proporções a ponto de partir para a luta armada e instaurar uma guerra civil Observações relativas aos beligerantes e insurgentes: Revolta popular ARMADA é a característica que diferencia beligerantes de insurgentes Tanto para o beligerante como para o insurgente é necessário haver o reconhecimento internacional para serem reconhecidos como revoltas populares As pretensões de ambos são as mesmas: depor o governo constituído e assumir o lugar 3) Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano A Santa Sé é um órgão político que representa a Igreja Vaticano é uma Cidade-Estado que tem personalidade jurídica própria (confere aos seus a cidadania, mas não a nacionalidade. O Papa Francisco passa a ter cidadania vaticana, mas não perde a nacionalidade argentina Os tratados são as concordatas – assinados entre a Santa Sé e os Estados, de matéria eminentemente religiosa e ligados à Igreja Católica 4) Soberana Ordem Militar de Malta Ligada à Igreja Católica, é a administração de um hospital (em 1050). Mas desde a antiguidade foi atribuída a ela personalidade jurídica, com status de organização religiosa. Ela mantém relações diplomáticas com mais de 90 países, inclusive o Brasil 5) Movimentos de Libertação Nacional Surgem na década de 70, nos processos anticoloniais da África e Ásia. Talvez o mais significativo foi da Argélia contra a França O mais famoso de todos é o da OLP (Organização para Libertação da Palestina). É uma organização que a representa na seara internacional politicamente. Inclusive, celebra Tratados e a Assembleia Geral da ONU a reconhece 6) Indivíduos São sujeitos de DIP, com direito de petição frente às Cortes Internacionais, e com possibilidade de punição frente às Cortes (ex: TPI) A doutrina refere, ainda, as empresas transnacionais e a mídia global. Hoje tem se discutido muito sobre como responsabilizá-las quanto a problemas ambientais. Portanto, também são atores importantes
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