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ANTI-INFLAMATORIOS

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Edição n.3 2016 ISSN 2447 - 6234 
 
1 
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES): Mecanismos 
farmacológicos, emprego terapêutico e os seus riscos à saúde. 
1 Diógenes Alexandre da Costa Lopes 
2 Suzy Hellen Alves Dorado 
3Rafaelly Braz Nardino 
1. Introdução 
Os anti-inflamatórios não esterodais (AINES), trata-se de uma classe 
farmacológica extensamente utilizada por prescrições médicas e por 
automedicação em todo o mundo. 
O mecanismo de ação dos AINEs foi desvendado no ano de 1971, quando 
Vane e colaboradores estabeleceram que as principais ações dos AINEs, 
estavam relacionadas com a sua capacidade de inibir a oxidação do ácido 
araquidônico pela inibição das cicloxigenases (COXs) (CARVALHO, 
CARVALHO e SANTOS, 2004; RANG e DALE, 2011). 
 O uso de maneira inadequada, desnecessária e por contradição são 
fatores relacionados aos medicamentos que é considerado como um fator 
preocupante para a saúde pública, pois são responsáveis por aumentarem os 
riscos de Reações Adversas a Medicamentos (RAM) e as intoxicações por 
medicamentos (ARRAIS, 2002). 
 
2. Processo Inflamatório 
A inflamação é classificada como uma reação do organismo a uma 
determinada agressão que pode ter uma origem química (substâncias tóxicas e 
alterações do pH), física (traumas, mudanças de temperatura, cortes e 
contusões) ou biológica (organismos causadores de doenças). Por ser uma 
forma de defesa do organismo, entende-se que o processo inflamatório de certa 
forma, não se caracteriza como uma reação prejudicial ao organismo (BECHARA 
e SZABO, 2006; ROCHA, 2011). 
 
1 Mestre em enfermagem, pós graduado em gerontologia, coordenador do curso de enfermagem da Faculdade do Norte 
do Mato Grosso – AJES. diogenesalexandre@yahoo.com.br 
2 Graduada em farmácia pela Universidade Federal do Mato Grosso, campus de Sinop. Discente no curso de 
especialização Lato sensu em farmacologia e farmácia clínica pela AJES - MT. suzyhellen1@hotmail.com 
 
3 Graduada em farmácia pela Universidade Federal do Mato Grosso, campus de Sinop. 
 
 
Edição n.3 2016 ISSN 2447 - 6234 
 
2 
A resposta inflamatória consiste de dois componentes uma reação vascular 
ou uma reação celular. Na inflamação estão envolvidas muitas células como os 
neutrófilos, monócitos, eosinófilos, linfócitos, basófilos e plaquetas, células do 
tecido conjuntivo incluindo os mastócitos, que estão ligados aos vasos 
sanguíneos, fibroblastos do tecido conjuntivo, macrófagos locais e linfócitos. 
Esta resposta inflamatória pode ser aguda ou crônica. A primeira é caracterizada 
por uma vasodilatação local e uma permeabilidade capilar aumentada é um 
processo inflamatório mais rápido, pois é mais curta e pode durar de minutos, 
horas ou dias. Já a segunda é caracterizada por apresentar uma duração mais 
longa e está associada à presença de linfócitos e macrófagos e a proliferação de 
vasos sanguíneos, fibrose e necrose tissular. (COTRAN et al., 2005) 
Sem a inflamação as infecções poderiam ser desenvolver de forma 
descontrolada, as feridas nunca cicatrizariam e os processos destrutivos nos 
órgãos atacados seriam permanentemente. Porém, o processo inflamatório pode 
ser lesivo quando ele não ocorre de forma controlada. Por exemplo, as reações 
inflamatórias são a base para algumas doenças crônicas como artrite 
reumatoide, aterosclerose, fibrose pulmonar (COTRAN et al., 2005). 
Dessa forma, a inflamação deve ser interrompida quando manifestações 
agudas como tumor, calor, rubor e dor se tornam insuportáveis ou quando o 
processo atinge um patamar sistêmico, gerando danos em tecidos irreversíveis 
ou incapacitantes (BECHARA e SZABO, 2006; PINHEIRO e WANNMACHER, 
2012). 
 
3. MECANISMO DE AÇÃO DOS AINEs 
 O mecanismo de ação dos AINEs foi desvendado no ano de 1971, 
quando Vane e colaboradores estabeleceram que as principais ações dos 
AINEs, estavam relacionadas com a sua capacidade de inibir a oxidação do 
ácido araquidônico pela inibição das cicloxigenases (COXs) (CARVALHO, 
CARVALHO e SANTOS, 2004; RANG e DALE, 2011). 
A ativação da fosfolipase A2, em resposta a diversos estímulos, hidrolisa 
os fosfolipídios da membrana liberando ácido araquidônico no citoplasma, onde 
ele passa a ser substrato para a ação de duas enzimas, a ciclooxigenase e a 
 
 
Edição n.3 2016 ISSN 2447 - 6234 
 
3 
lipooxigenase. Por ação dessas duas enzimas no substrato são formadas as 
prostaglandinas, tromboxanos A2 pela via da ciclooxigenase e pela via da 
lipooxigenase, os leucotrienos, lipoxinas. (WANNMACHER e BREDEMEIER, 
2004; BATLOUNI, 2010; RANG e DALE, 2011). 
 São duas principais isoformas da cicloxigenases. A isoforma da COX-1 é 
uma enzima presente constitutivamente na maioria das células, ela está 
presente nas condições fisiológicas, presente nos vasos sanguíneos, plaquetas, 
estômago e rins. Já a COX-2, é uma enzima induzida nas células inflamatórias 
por algum estímulo inflamatório estando presente não só em células mas 
também no estômago, porém em quantidades muito menores, sua ação é 
estimulada pela presença de citocinas pró-inflamatórias, ela é regulada durante 
o processo inflamatório. Normalmente é inibida por glicocorticoides e por 
algumas interleucinas (IL-4, IL-10 e IL-13). (CARVALHO, CARVALHO e 
SANTOS, 2004, DAVENPORT e WAINE, 2010). 
Apesar da maior parte da COX-2 ser produzida de maneira induzida, 
alguns estudos apontam que a expressão constitutiva da COX-2 apesar de ser 
mínima, contribuem positivamente nos processo de homeostase do organismo, 
como a função renal, cardiovascular e pulmonar e na organogênese normal de 
fetos. Por esse motivo, alguns trabalhos questionam o fato da inibição da COX-
2 estar somente relacionado aos efeitos benéficos das ações dos AINEs, 
conforme os autores NAVARRO e BAGNOLI (2001) que demonstram que a 
COX-2 está presente em importantes processos em especial no sistema 
reprodutor feminino. 
Os fármacos usados para a inflamação podem ser divididos em alguns 
grupos, sendo empregados dependendo do processo inflamatório envolvido. Os 
fármacos inibidores das enzimas ciclooxigenases (COXs) são os comumente 
utilizados, eles são classificados como clássicos por não atuarem de forma 
seletiva na inibição das ciclooxigenases e os coxibes que são conhecidos por 
sua ação seletiva sobre COX-2. (RANG e DALE, 2011). 
As prostaglandinas e dos leucotrienos, são denominados eicosanoides, 
são derivados de ácidos graxos essenciais de vinte carbonos esterificados em 
fosfolipídios da membrana. Os eicosanoides são sintetizados a partir de 
 
 
Edição n.3 2016 ISSN 2447 - 6234 
 
4 
estímulos que ocorrem nos receptores de membrana que são acoplados a 
proteína G, a estimulação pode levar a ativação da fosfolipase A2 ou a elevação 
da concentração intracelular de Ca+2 (CARVALHO, CARVALHO e RIOS-
SANTOS, 2004). 
A ativação da fosfolipase A2, em resposta a diversos estímulos, hidrolisa 
os fosfolipídios da membrana liberando ácido araquidônico no citoplasma, onde 
ele passa a ser substrato para a ação de duas enzimas, a ciclooxigenase e a 
lipooxigenase. Por ação dessas duas enzimas no substrato são formadas as 
prostaglandinas, tromboxanos A2 pela via da ciclooxigenase e pela via da 
lipooxigenase, os leucotrienos, lipoxinas. (WANNMACHER e BREDEMEIER, 
2004; BATLOUNI, 2010; RANG e DALE, 2011). 
Recentemente foi proposta a existência de uma terceira isoforma da COX, 
denominada COX-3, a qual, ao contrário da COX-1 e COX-2, não produziria 
prostanóides pró-inflamatórios, mas sim substâncias anti-inflamatórias,o que 
poderia explicar a remissão de algumas doenças inflamatórias crônicas como a 
artrite reumatóide. A COX-3 apresenta uma expressão cerebral, medula espinal 
e coração. (CHANDRASEKHARAN et. al., 2002; WARNER e MITCHELL, 2002; 
KUMMER e COELHO, 2002; DAVIES et. al., 2004; CARVALHO, CARVALHO e 
SANTOS, 2004). 
Eles são facilmente absorvidos pelo trato gastrointestinal apresentando 
picos de concentração entre 1 a 4 horas, eles ligam-se bem a proteínas 
plasmáticas (95-99%), passam pelo metabolismo hepático e excreção renal 
(MONTEIRO et al., 2008.; MURI, SPOSITO e METSAVAHT, 2009). 
O uso prolongado dos AINEs desencadeiam inúmeros problemas para a 
saúde em especial, envolvendo o sistema gastrointestinal, como dispepsia, dor 
abdominal, sangramentos, úlcera e perfuração gástrica ou duodenal, esses 
efeitos em geral, são provocados pela falta de especificidade da inibição da 
COX-2 (BERTOLINI, OTTANI e SANDRINI, 2002). 
 
4. Principais empregos terapêuticos dos AINEs 
Atualmente os AINES são normalmente empregados no alívio sintomático 
de dor, edema em artropatia crônica comum na osteoartrite, artrite reumatoide e 
 
 
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5 
em outras afecções inflamatórias mais agudas, como em fraturas, entorses e 
lesões de partes moles. Farmacologicamente atuam como anti-inflamatório, 
analgésico, antipirético e antitrombótico. (VILLETI e SANCHES, 2009; RANG e 
DALE, 2011). 
Se considerarmos os AINEs, quimicamente, eles são constituídos por um 
ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional (MONTEIRO 
et al.,2008) (Figura 1). Já na tabela 1 apresenta a estrutura química e os 
mecanismo de ação de cada classe de AINEs. 
 
 
 
Figura 1. Estruturas químicas de alguns AINEs. 
 
 
 Piroxicam 
 
 Ácido acetilsalicílico 
 
 Diclofenaco 
 
Fonte: Brandão et al. (2008); Muller et al. (2004); Junior-Viegas, Bolzani e 
Barreiro (2006). 
 
 
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6 
Tabela 1. Estrutura química dos AINEs com seu mecanismo de ação. 
Classes terapêuticas 
 
Nome do princípio 
ativo 
Efeitos mais importantes Mecanismo 
de ação 
Salicilatos Ácido acetilsalicílico 
(AAS), ácido salicílico, 
diflunisal 
Aliviam as dores de baixa 
intensidade, são antipiréticos, 
porém apresentam efeitos sobre o 
Trato gastrointestinal (TGI). 
Inibidores não 
seletivos da 
COX. 
Derivados do ácido 
acético 
 Diclofenaco de 
sódio; 
 Indometacina; 
 Sulindaco; 
 Etodolaco; 
 Cetorolaco. 
 Apresenta potência 
moderada, superior ao 
AAS, bem como efeito no 
TGI; 
 Efeitos antiinflamatórios 
comparáveis aos 
salicilatos; Pró-droga; baixa 
incidência de toxicidade 
sobre o TGI. 
 Menor ação sobre o TGI 
comparados a outros 
AINEs. Potente analgésico, 
moderada ação 
antiinflamatória. 
Inibidores não 
seletivos da 
COX. 
Derivados do ácido 
fenilantranílico 
 Ácido 
mefenâmico 
 Ácido 
flufenâmico 
 Ação central e periférica, 
efeitos sobre o TGI, 
antagonizam os efeitos das 
prostaglandinas. 
 Ação antiinflamatória. 
Inibidores não 
seletivos da 
COX. 
Derivados do ácido 
propiônico 
Ibuprofeno, naproxeno, 
cetoprofeno. 
Inibidores não seletivos da COX 
com efeitos terapêuticos e 
colaterais comuns de outros AINEs. 
Inibidores não 
seletivos da 
COX. 
Derivados do ácido 
enólico 
Piroxicam, meloxicam Inibidor não seletivo da COX. 
Modesta seletividade para COX-2 
Inibidores não 
seletivos da 
COX. 
 
FONTE: MURI, SPOSITO e METSAVAHT, 2009 
 
 
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 Para os efeitos antiinflamatórios, colaboração dos AINEs ocorre pela 
diminuição da vasodilatação, decorrente da síntese de prostaglandinas que 
apresentam atividades vasodilatadoras e no edema sua ação é de maneira 
indireta, pois, ao diminuir a vasodilatação consequentemente há menos 
mediadores químicos atuando diminuindo assim a permeabilidade de vênulas 
pós-capilares (RANG e DALE, 2011). 
O efeito antipirético dos AINEs relaciona-se a capacidade que ele 
apresenta para reajustar o equilíbrio no hipotálamo inibindo a produção de 
prostaglandinas naquele local, responsável pelo controle da temperatura 
corporal. As prostaglandinas não são as únicas responsáveis pela febre, por 
isso, supõe-se que exista outro mecanismo para o controle da temperatura que 
ainda não é conhecido (RANG e DALE, 2011). 
Os AINEs apresenta seu efeito analgésico, pela redução de produção de 
prostaglandinas que são responsáveis na sensibilização de nociceptores para os 
mediadores da inflamação como a bradicina. Com a indução da síntese de COX-
2 que ocorre nos processos inflamatórios aumenta-se o número de 
prostagladinas, a inibição da enzima auxilia na redução da dor (RANG e DALE, 
2011). 
 
5. USO IRRACIONAL DE AINEs E SEUS RISCOS PARA A SAÚDE 
Entende-se por um uso racional de um medicamento como aquele que 
apresenta o consumo de forma segura, embasado em um diagnóstico preciso. 
Qualquer outro medicamento traz riscos para o organismo quando não utilizado 
de maneira bem orientada, percebe-se que muitos medicamentos estão sendo 
utilizados pela população de maneira não racional (RET-SUS, 2012). 
Assim, a principal limitação no uso dos AINES são os seus efeitos 
gastrointestinais que estão entre os mais graves, incluindo náuseas, dor 
abdominal e úlcera gástrica (Chandrasekharan et. al., 2002), podendo esses 
efeitos serem agravados quando usados de maneira incorreta e sem orientação 
médica ou do profissional farmacêutico. 
 
 
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Pode-se citar como exemplo do uso incorreto, um estudo conduzido por 
Lima et al. (2015), no qual os autores constataram o uso irracional de diclofenaco 
de potássio em idosos no município de Goiás. Os resultados do estudo 
demonstraram que o AINEs pertence à classe dos medicamentos mais 
consumidos no Brasil, verificaram ainda que na maioria das vezes, o 
medicamento foi vendido sem a prescrição médica e sem a correta orientação 
técnica, sendo indicada por balconistas de farmácias. Ressaltaram a falta da 
presença do farmacêutico em drogarias. 
Os idosos geralmente se enquadram nos chamados grupos especiais que 
requerem uma atenção especial quanto ao consumo de medicamentos, nos 
idosos ocorrem alterações fisiológicas inerentes ao envelhecimento e são 
responsáveis por alterarem alguns parâmetros farmacocinéticos e 
farmacodinâmicos da ação de alguns fármacos. O que se observa com muita 
preocupação é que a população idosa está cada vez mais “polimedicada” 
gerando um maior risco de interações medicamentosas, interações alimento-
medicamento, reações adversas aos medicamentos (RAMs) e intoxicações 
medicamentosas (LIMA et al. 2016). 
O uso de anti-inflamatórios não esterodais em gestante também é algo 
preocupante. As gestantes devem ser bem orientadas para tomarem os 
medicamentos devidamente prescritos, mas mesmo na receita, o farmacêutico 
deve verifica-los antes da dispensação. Guerra et al. (2008), verificaram que 
muitas gestantes fizeram uso dessa classe de medicamentos durante o primeiro 
trimestre de gestação aumentando as chances de problemas fetais, já que eles 
são classificadas na categoria de risco D. 
Os AINEs são uma classe de medicamentos muito empregada na 
pediatria e também de maneira irracional. Um dos contribuintes que colaboram 
para isso é justamente a falta de informações e critériosna condução de 
prescrição de medicamentos para crianças. Em muitos países os AINEs, como 
nimesulida e diclofenaco somente podem ser tomados por crianças a partir dos 
doze anos, por ainda não haver estudos que demonstrem segurança ao ser 
usado por crianças de faixas etárias menores (FERREIRA et al. 2013). 
 
 
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Em geral, os AINEs apresentam como principais efeitos colaterais, 
problemas gastrointestinais como úlceras ou sangramentos digestivos, além de 
lesão renal, por isso, são fundamentais atitudes do prescritor e do dispensador 
o conhecimento prévio dos possíveis riscos ao desenvolvimento de insuficiência 
renal, por pacientes que apresentam uma suscetibilidade a problemas renais ou 
fatores que contribuíam para esse quadro (BITTENCOURT, 2010). 
Pacientes que apresentam hipertensão arterial devem ter um cuidado a 
mais, porque existe uma interação medicamentosa entre os anti-hipertensivos e 
os AINEs. O mecanismo envolvido na elevação da pressão arterial é a redução 
da produção de prostaglandinas que participam da homeostase renal, elas 
atuam mantendo a homeostasia renal por regulação da reabsorção de sódio e 
água, mediando o tônus vascular e a liberação de renina. É adequado nesses 
casos um acompanhamento da função renal e da pressão arterial sanguínea em 
pacientes que necessitam fazer uso de AINEs (JUNIOR et al., 2008). 
Um dos efeitos adversos mais observados nos AINEs e está muito 
associado ao uso prolongado estão os distúrbios gastrointestinais. Os AINEs 
seletivos para COX-2 apresentam um pouco menor, porém não desprezível 
toxicidade gastrointestinal. Eles ficaram conhecidos como coxibs, e contrariando 
o que se achava da pequena ofensividade, alguns estudos têm demonstrado 
problemas cardiovasculares e tromboembólicos (RANG e DALE, 2011; 
CASTIER, KLUMB, ALBUQUERQUE, 2013). 
 
6. CONCLUSÕES 
Os AINEs são uma importante classe farmacológica de medicamentos, o 
conhecimento dessa classe se faz necessário em especial pela sua intensa 
utilização. É um grupo heterogêneo de compostos que apresentam funções 
fundamentais para inibição do processo inflamatório, tanto agudo como 
crônico. Entendendo-se que os AINEs são essenciais em diversas indicações 
terapêuticas. Entretanto, não são inofensivos, podendo gerar danos a saúde 
quando são utilizados de forma irracional e sem a correta orientação realizada 
por profissionais capacitados. 
 
 
 
Edição n.3 2016 ISSN 2447 - 6234 
 
10 
 
Referências 
 
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