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8 A Moeda no Brasil - Colônia e Reino Unido - Parte I

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Fundamentos de Numismática 
 
 
A Moeda no Brasil 
Parte I 
(Colônia e Reino Unido) 
 
Picuí – PB 
2020 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. Colônia (1500-1816) ................................................................................................. 01 
2. Reino Unido (1816-1822) .......................................................................................... 09 
 
 
1 
 
 
A História da Moeda no Brasil 
 
Para fins didáticos, costuma-se dividir a História da Moeda no Brasil em quatro períodos, 
que são: 
1. Colônia (1500 – 1816) 
2. Reino Unido (1816 – 1822) 
3. Império (1822 – 1889) 
4. República (1889 – atualidade) 
Essa divisão baseada no status político do nosso território tem se mostrado historicamente 
a mais adequada e abrangente, permitindo uma delimitação coerente para análise 
numismática da história da moeda brasileira. 
 
1. Colônia (1500 – 1816) 
 
O primeiro registro de uma troca de bens entre brasileiros e europeus ocorreu no dia 
seguinte ao achamento das novas terras, em 23 de abril de 1500, e é considerado como 
marco inicial da história do dinheiro no Brasil. Pero Vaz de Caminha relata que Nicolau 
Coelho, ao ir a terra, deu aos nativos um gorro vermelho, uma carapuça de linho e um 
sombreiro preto recebendo em troca um cocar de plumas e um colar de contas brancas. 
Não que antes da chegada do colonizador europeus não houvesse o escambo, mas esta 
havia sido a primeira vez que tal evento fora relatado. 
Até a efetiva colonização do território, que aconteceu apenas em 1532 após as ameaças 
de invasão da costa brasileira por franceses, ingleses e holandeses, praticamente toda 
economia colonial baseava-se nas trocas de bens como a madeira do pau-brasil e o açúcar. 
Em 1614, Constantino de Menelau, Governador da Capitania do Rio de Janeiro, havia 
estabelecido para o açúcar paridades em moeda, sendo o açúcar branco equivalente a 
2 
 
1.000 réis a arroba e o mascavo, 640 réis. Antônio Vieira também relata que no Maranhão 
o pagamento mensal dos índios era feito em panos de algodão, ao valor de dois tostões 
duas varas de tecido (10 metros), ou sete réis de cobre ao dia, o que era considerado pelo 
missionário jesuíta muito pouco pelo duro trabalho que desenvolviam. 
As primeiras moedas que circularam oficialmente no território foram as moedas de 1, 3, 
5 e 10 reais de cobre de D. Sebastião, que passaram a circular, de acordo com a Provisão 
de 29 de março de 1568, por ½, 1, 1 e ½ e 3 reais, respectivamente. 
 
Figura 1Moeda de 5 réis do Reinado de D. Sebastião 
Extraoficialmente, corriam moedas de outras nações da Europa, nomeadamente da 
Espanha e suas colônias, bem como da França, Países Baixos, entre outros, que mesmo 
sem autorização legal, compunham a maior parte do meio circulante da colônia brasileira. 
Já na Restauração Portuguesa, quando a união das Coroas Ibéricas de Portugal e Espanha 
foi desfeita com a aclamação de D. João IV, foi realizada a primeira contramarcação de 
moedas em território brasileiro, ordenada pela Lei de 26 de fevereiro de 1643 e 
regulamentada no Brasil pela Provisão de 03 de agosto de 1643, aumentando o valor da 
moeda espanhola (Carimbos de 120, 240 e 480 réis) e portuguesa (carimbos de 75 e 150 
réis) em Salvador, Rio de Janeiro e Maranhão. Esta série é considerada o primeiro 
trabalho monetário propriamente desenvolvido no território brasileiro. 
3 
 
 
Figura 2 Carimbo de 120 réis sobre 2 reales - Série de 1643 
Neste período anterior à criação da Casa da Moeda na Bahia, coube ao invasor holandês 
no Nordeste do País a cunhagem das primeiras moedas do Brasil para o pagamento de 
tropas. A primeira série de moedas foi cunhada pela Companhia das Índias Ocidentais, 
que detinha direitos de cunhagem, em 1645 e 1646, sendo emergencial e feita com ouro 
proveniente da África, nos valores de 3, 6 e 12 ducados. Em 1654, também em cunhagem 
emergencial, foi cunhada a moeda de 12 soldos (stuiver) de prata para o pagamento de 
tropas. 
 
 
Figura 3 XII Soldos retratado no Numismatische Sammlung von Julius Meili, Die Münzen der Colonie Brasilien, 
1645 bis 1822, de Julius Meili. 
 
Pela Lei de 22 de março de 1663, houve novo levantamento do valor da moeda de prata 
portuguesa e espanhola, desta vez de 25% para Portugal e seus Domínios. No Brasil, este 
levantamento da moeda foi regulamentado pelo Regimento do Conde de Óbidos, de 07 
de julho de 1663. Assim surgem sobre a moeda espanhola os carimbos de 150, 300 e 600 
réis e na moeda portuguesa os carimbos de 500, 250, 200, 125, 100, 80 e 60 réis (destes 
4 
 
dois últimos, só há confirmação de sua existência em lei, não sendo conhecidos deles 
exemplares atualmente). 
 
Figura 4 Carimbo de 150 réis sobre 2 reales - Série de 1663 
Em 1694 foi criada a Casa da Moeda da Bahia, no sistema baseado na pataca (320 réis) 
para as moedas de prata e na moeda (4.000 réis) para as moedas de ouro. O objetivo era 
cunhar toda a moeda antiga e transformá-la em moeda colonial com valor extrínseco 20% 
maior que o do sistema monetário da metrópole – o objetivo era impedir que moedas de 
ouro e prata voltassem para Portugal e circulassem somente aqui. 
 
Figura 5 Lei de Criação da Casa da Moeda no Brasil em 1694 
 
5 
 
Entre 1694 e 1702 a Casa da Moeda tem por característica sua itinerância, estando 
instalada de 1694 a 1698 em Salvador, de 1699 a 1700 no Rio de Janeiro, de 1701 a 1702 
em Pernambuco, voltando a ser instalada, definitivamente, no Rio de Janeiro em 1703. 
Um fato importante é que, desde sua criação, a Casa da Moeda no Brasil já utilizava a 
prensa de parafuso (balancim), conferindo à moeda nacional excepcional qualidade 
quando comparada às moedas das vizinhas colônias espanholas. 
 
Figura 6 640 réis cunhado em 1695 na Casa da Moeda da Bahia 
 
Pela Carta-Régia de 10 de fevereiro de 1704 é mandado circular no Brasil as moedas de 
cobre de 10 e 20 réis cunhadas no Porto para circulação em Angola para introdução de 
trocos na economia. A partir de 1715 começam a se cunhadas moedas em Lisboa para o 
Brasil com o padrão que seguiriam até a elevação do Brasil a Reino Unido. Ainda, em 
1722, é cunhada em Lisboa as moedas de 10 e 20 réis para circulação nas Minas, com a 
legenda Aes Usibus Aptius Auro – o cobre para o uso é mais apropriado que o ouro. 
 
Figura 7 20 réis para Circulação em Minas Gerais – 1722 
 
6 
 
Em 04 de abril de 1722, é criada em Portugal a série dos escudos (1.600 réis), composta 
pelos valores de 400 réis (cruzado), 800 réis, 1.600 réis, 3.200 réis, 6.400 réis (peça) e 
12.800 réis (dobra). Tecnicamente, são moedas do padrão monetário português que 
cunhadas no Brasil foram incorporadas ao nosso catálogo com fins especulativos. 
 
Figura 8 6.400 réis (Peça) - 1750-R 
Dada a elevada produção de ouro na região das Minas, funcionaram na primeira metade 
do século XVIII três casas da moeda simultaneamente, a do Rio de Janeiro (a partir de 
1703), a da Bahia (1714) e de Minas (1724), cunhando moedas coloniais e para o Reino. 
É desse período a série dos Dobrões, cunhados entre 1724 e 1727 em Vila Rica em 
continuação do padrão da moeda de 4.000 réis. Em 1732, foi ordenado por lei que a 
cunhagem de moedas desta série e as dobras fosse cessada, dado a grande quantidade de 
moedas falsas existentes, bem como que se fosse aplicada às dobras por cima da serrilha 
de corda nova serrilha, a fim de se evitar o cerceio. 
 
 
Figura 9 20.000 réis - 1727-M 
 
Para facilitar o troco do quinto colonial, tributo de 20% cobrado sobre o ouro pela Coroa 
Portuguesa, foi criada a série dos Jotas, no Reinado de D. José, cunhadas na Bahia (1752 
7 
 
– 1768) e Rio de Janeiro (1754 – 1774), composta dos valores de 75, 150, 300 e 600 réis, 
circulando apenas na Região das Minas (atualmente, região que compreende Minas e 
Goiás). 
 
Figura 10 600 réis -1758-B 
 
 
Em 1799, houve a quebra do padrão monetário no cobre, com redução de peso pelametade das moedas de 10, 20 e 40 réis, deixando de ser cunhada a moeda de 5 réis. O 
objetivo era a desvalorização do cobre pela redução do seu valor intrínseco. 
 
 
 
 
Figura 11 10 réis - 1802 - Novo padrão monetário 
Com a chegada da Família Real em 1808, muitas foram as transformações ocorridas no 
meio circulante brasileiro. A primeira delas foi a uniformização do meio circulante por 
meio do alvará de lei de 18 de abril de 1809, que institui o chamado Carimbo de Escudete, 
aumentando o valor das moedas de prata da Série dos Jota para seus equivalentes 
8 
 
próximos na série das patacas e nas moedas de cobre anteriores a 1799 dobrando-lhes o 
valor. 
 
Figura 12 20 réis - 1698 - Carimbo de Escudete 
 
Diante das necessidades de expansão monetária ocasionada pelos gastos da Corte 
instalada no Rio de Janeiro, também foi criado um novo valor para a série das patacas, o 
de 960 réis que foi introduzido pelo “Carimbo de Minas” para a valorização e autorização 
para circulação do 8 reales espanhol, que de 750 réis passava a valer 960 réis; caso a 
moeda não estivesse contramarcada, deveria circular, conforme a lei, como metal a peso. 
 
Figura 13 Carimbo de Minas sobre 8 reales de Carlos IV, Casa da Moeda de Potosí 
 
Em decorrência dos Carimbos de Minas, e para evitar a falsificação dos carimbos, ainda 
em 1809 foi criada a moeda de 960 réis, conhecida como patacão (três patacas), cunhada 
de 1809 a 1818 no Rio de Janeiro, de 1810 a 1816 na Bahia e em 1810 e 1816 em Minas. 
É uma moeda geralmente recunhada, via de regra, sobre moedas de 8 reales, mas existem 
exemplares em outras bases mais exóticas, como táleres, dólares americanos e até moedas 
da Ásia. São moedas que, por suas grandes tiragens, existem em diversas variantes e tipos. 
9 
 
 
Figura 14 Patacão da Bahia – 1817 
 
 
Reino Unido (1815 – 1822) 
O Reino Unido de Portugal, Algarves e Brasil foi proclamado em 16 de dezembro de 
1815, deixando o Brasil de ser um Vice-reinado e ter status político de Reino. Apesar de 
ser uma mudança política, na prática pouco mudou em relação à condição efetiva do 
Brasil como Colônia. De toda forma, a elevação marca a ascensão política do Brasil como 
Estado e cria as condições para a Independência em 1822 e para a numismática delimita 
todo um período que, apesar de curto, é muito rico. 
Em 1816 a nova condição do Brasil é evidenciada nas moedas circulantes, chamada no 
meio numismático como “Série Especial”, que é frequentemente confundida como uma 
moeda comemorativa, quando de fato apenas marca nossa passagem de condição política. 
Estas moedas incluem o Brasil como reino, ao titular D. João como regente de Portugal, 
Brasil e Algarve (antes, não havia a inclusão do Algarve na legenda) 
 
Figura 15 40 réis - 1816 - Série Especial (PORT.BRAS. ET ALG. P. REGENS) 
10 
 
 
 
As cunhagens continuaram nas Casas da Moeda da Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais 
e a partir de 1818 é criado um novo desenho para as moedas, a primeira grande transição 
de design desde a criação da primeira casa da moeda brasileira, em 1694. As moedas de 
prata passam a ter no anverso a coroa real encimando o valor, a data e a letra monetária 
(R para Rio de Janeiro e B para Bahia), ladeados por dois ramos de carvalho, unidos 
abaixo por um laço. As de ouro mostram o novo escudo do Reino Unido, no lugar do até 
então onipresente escudo português. Essa mudança era ordenamento da Carta de Lei que 
definiu o Brasão de Armas do Reino Unido, que determinava que ele deveria ser usado 
nas moedas. 
 
Figura 16 Anexo da Carta Lei que dá a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve o seu Brasão 
 
A uniformização do monetário estrangeiro foi novamente utilizado no Reino Unido pela 
aposição de carimbos na Província do Mato Grosso com os Carimbos do Mato Grosso 
(Provisão Régia de 11 de abril de 1818) e de Cuiabá em seus dois tipos conhecidos 
(CUYABA por extenso, de 1820 e 960 .C., de 1821). 
11 
 
 
Figura 17 Carimbo de Cuiabá sobre 8 reales de Potosí 
 
Nas moedas de cobre houve pouca mudança, cabendo destaque somente a troca da esfera 
armilar pelas Armas do Reino Unido. Foram feitas cunhagens especiais de 80 e 40 réis 
para as províncias do Mato Grosso e Goiás, em 1820, e para as Minas foram cunhadas 
moedas de 75 e 37 ½ réis para circulação exclusiva naquela região, ambas as séries 
cunhadas na Casa da Moeda do Rio de Janeiro. 
 
 
Figura 18 40 réis 1820(R) cunhado para circulação em Goiás 
 
Também foram cunhadas na Casa da Moeda do Rio de Janeiro moedas para circulação 
em outros territórios coloniais, como Moçambique, São Tomé e Príncipe e Angola. 
12 
 
 
 
Figura 19 Angola - 2 macutas - 1815 - Cunhada na Casa da Moeda do Rio de Janeiro

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